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RELATRIO FINAL DOS TRABALHOS DA
CPMI DOS CORREIOS
(Volume I)
No tenhais medo dos homens, pois nada h de encoberto que no
venha a ser revelado, e nada h de escondido que no venha a ser
conhecido.
Jesus Cristo, in Mateus, 10:26
Presidente: Senador DELCDIO AMARAL Vice-Presidente: Deputado
ASDRUBAL BENTES
Relator: Deputado OSMAR SERRAGLIO
Relator-Adjunto: Deputado EDUARDO PAES Relator-Adjunto: Deputado
MAURCIO RANDS
Sub-Relator do IRB: Deputado CARLOS WILLIAN Sub-Relator de
Contratos: Deputado JOS EDUARDO CARDOZO
Sub-Relator de Movimentao Financeira: Deputado GUSTAVO FRUET
Sub-Relator de Normas de Combate Corrupo: Deputado ONYX
LORENZONI
Sub-Relator de Fundos de Penso: Deputado ANTNIO CARLOS MAGALHES
NETO
Braslia, 2006
REPBLICA FEDERATIVA DO BRASIL CONGRESSO NACIONAL
COMISSO PARLAMENTAR MISTA DE INQURITO DOS CORREIOS
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Relatrio Final dos Trabalhos da CPMI dos Correios Volume I - Pg.
I
Sumrio
(Volume I)
1 Introduo ___________________________________________________
11 1.1 Apresentao
___________________________________________________11 1.2 Natureza
e Objetivos de uma Comisso Parlamentar de Inqurito _______12 1.3 A
CPMI dos Correios __________________________________________13
2 O papel do Congresso Nacional e de uma CPI
______________________ 17 2.1 O papel fiscalizador do Congresso
__________________________________18 2.2 O Inqurito Parlamentar
_________________________________________20
3 Balano dos trabalhos da CPMI dos Correios ____________________
24
4 Os Focos de Investigao________________________________________
34
5 A Espionagem nos Correios
_____________________________________ 38 5.1 Introduo
_____________________________________________________38 5.2 A
Gravao_____________________________________________________40 5.3 O
Mandante Direto da Gravao: O Sr. Arthur Wascheck. _____________41
5.4 O fornecedor da maleta: o Sr. Jairo Martins de Souza
_________________48 5.5 Sobre a possvel participao da ABIN
______________________________55 5.6 Concluso
______________________________________________________61
6 Correios______________________________________________________
63 6.1
Publicidade_____________________________________________________63
6.1.1 Breve Histrico
____________________________________________________63 6.1.2
Digresso a Respeito das Aes de Publicidade no Setor Pblico
_____________63 6.1.3 Contratos de
publicidade_____________________________________________72 6.1.4 O
Processo licitatrio
_______________________________________________76
6.1.4.1 Preparao do Processo de
Licitao_____________________________________ 76 6.1.4.2 Edital de
Licitao ___________________________________________________ 77
6.1.4.2.1 Indicaes da ECT:
______________________________________________________ 80 6.1.4.3 O
Processo Licitatrio
________________________________________________ 80
6.1.4.3.1 Proposta Tcnica
________________________________________________________ 81
6.1.4.3.2 Aspectos Contbeis do Procedimento Licitatrio
_______________________________ 82 6.1.4.3.3 Ausncia de Audincia
Pblica_____________________________________________ 84 6.1.4.3.4
Elaborao Inadequada de
Briefing__________________________________________ 85
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Relatrio Final dos Trabalhos da CPMI dos Correios Volume I - Pg.
II
6.1.4.3.5 Subjetividade no Julgamento da Proposta Tcnica
______________________________ 86 6.1.4.4 A Contratao
______________________________________________________ 88
6.1.5 Execuo do Contrato
_______________________________________________90 6.1.5.1 Aspectos
documentais ________________________________________________ 90
6.1.6 Movimentao financeira
____________________________________________91 6.1.7 Garantias
Financeiras _______________________________________________92 6.1.8
Aspectos
fiscais____________________________________________________93 6.1.9
Achados de auditoria TCU e CGU
_____________________________________94
6.1.9.1 Contratos com Objetos Mltiplos
_______________________________________ 94 6.1.9.2 Honorrios sem
Prestao do Servio e Sobrepreo em aes de publicidade _____ 95
6.1.9.3 Planejamento e Execuo das Aes de Publicidade
________________________ 97 6.1.9.4 Conseqncias da Ausncia de
Planejamento Adequado _____________________ 98 6.1.9.5 Veiculao de
Anncios em Revista sem Justificativa Adequada_______________ 98
6.1.9.6 Concesso Indevida de
Patrocnio_______________________________________ 99 6.1.9.7
Irregularidade na Situao Fiscal das Empresas Subcontratadas
_______________ 101 6.1.9.8 Ausncia de Aferio de Resultados das Aes
de Publicidade ________________ 102
6.1.9.8.1 Compra Antecipada de Mdia e
Pagamentos___________________________________ 103 6.1.9.9 Resciso
de Contrato da SMPB_________________________________________
106
6.1.10 Concluso
________________________________________________________107
6.2 Rede Postal Noturna
_____________________________________________113 6.2.1 Introduo
________________________________________________________113
6.2.1.1 As Empresas Envolvidas
______________________________________________ 116 6.2.1.2
Skymaster Airlines Ltda
______________________________________________ 116
6.2.2 Relaes Entre Os Agentes Privados
Envolvidos__________________________120 6.2.2.1 Termo de
compromisso de subcontratao firmado entre Skymaster e Beta ______
121 6.2.2.2 Formao de sociedade de fato entre a Skymaster e o Grupo
Promodal__________ 125 6.2.2.3 Ex-presidente da Beta defende
interesses da Skymaster junto aos Correios _______ 127
6.2.3 Anlise das Contrataes da Skymaster - Linhas A e C
_____________________128 6.2.3.1 Dispensa De Licitao n
002/2001______________________________________ 128
6.2.3.1.1 Termos Aditivos Ao Contrato n 10.721/2001
_________________________________ 137 6.2.3.2 Prego n 045/2001 -
Linhas A e C __________________________________ 137
6.2.3.2.1 Impugnaes Ao Edital
___________________________________________________ 140 6.2.3.2.2
Termos Aditivos ao Contrato n
11.008/2001__________________________________ 142
6.2.3.3 Prego n 106/2003 - Linhas A e C
__________________________________ 143 6.2.3.3.1 Contratao do
Brigadeiro Venncio Grossi___________________________________ 143
6.2.3.3.2 Renegociao dos Contratos
_______________________________________________ 144 6.2.3.3.3
Processo
Licitatrio______________________________________________________
147 6.2.3.3.4 Termos Aditivos Ao Contrato 12.405/2003
___________________________________ 152
6.2.3.4 Prego n 105/2004 - Linhas A e C
__________________________________ 153 6.2.3.5 Fragilidade dos
Preos de Referncia da ECT______________________________ 155 6.2.3.6
Irregularidades e Atos Suspeitos
________________________________________ 161 6.2.3.7 Clculo do
Superfaturamento Linhas A e C ______________________________
162
6.2.3.7.1 Elementos ratificadores da ocorrncia de
Superfaturamento ______________________ 178 6.2.3.7.1.1 Remunerao
em Nvel Acima da Mdia de Mercado _______________________ 179
6.2.3.7.1.2 Consumo de Combustvel das Aeronaves
_________________________________ 182 6.2.3.7.1.3 Prejuzo Declarado
No Se Comprovou em 2004___________________________ 182
6.2.3.7.2 Valores de Arrendamento Superiores aos de Mercado
___________________________ 184 6.2.3.7.3 Posicionamento do DAC
sobre os valores de arrendamento da Skymaster ___________ 185
6.2.3.7.4 Contabilizao fraudulenta dos pagamentos de arrendamento
_____________________ 187 6.2.3.7.5 Pagamentos de Arrendamento de
Aeronave Sem Autorizao do DAC para Voar _____ 189 6.2.3.7.6 Relao
entre Skymaster e Arrendadores de Aeronaves
__________________________ 190 6.2.3.7.7 Simulao Quanto Propriedade
das Aeronaves Arrendadas______________________ 191 6.2.3.7.8
Duplicidade de Contratos de Arrendamento da para a Mesma Aeronave
_____________ 198 6.2.3.7.9 Operao de Aeronaves sem Autorizao do
DAC______________________________ 198
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Relatrio Final dos Trabalhos da CPMI dos Correios Volume I - Pg.
III
6.2.3.7.10 Baixo Nvel de Utilizao das Aeronaves Arrendadas
___________________________ 200 6.2.3.7.11 Indcio de
Superfaturamento na Importao de Peas____________________________
201 6.2.3.7.12 Remessa de Divisas para o Exterior
_________________________________________ 202 6.2.3.7.13 Simulao de
pagamento Skycargas________________________________________ 205
6.2.3.7.14 Grande Volume de Saques em Espcie
_______________________________________ 207 6.2.3.7.15 Prtica de
emisso de cheques nominais prpria Skymaster a fim de serem
endossados e sacados no caixa
_________________________________________________________________
209 6.2.3.7.16 Elevadas quantias em espcie em mos dos scios da
Skymaster __________________ 211 6.2.3.7.17 Aquisio de bens pela
prpria Skymaster destinados ao patrimnio dos seus scios ___ 211
6.2.3.7.18 Fortes indcios de prtica de falsificao de documentos
pela Skymaster ____________ 212
6.2.4 Anlise das contrataes da Beta
______________________________________214 6.2.4.1 Dispensa de
licitao n 001/2000_______________________________________ 215
6.2.4.2 Dispensa de licitao n
003/2000_______________________________________ 218
6.2.4.2.1 Indcios de montagem do processo de dispensa de licitao
n 003/2000_____________ 220 6.2.4.2.2 Deciso dos Correios sobre
consulta s licitantes anterior prpria consulta__________ 221
6.2.4.3 Concorrncia 010/2000
_______________________________________________ 223 6.2.4.3.1
Apresentao de Certido Falsa pela Beta
____________________________________ 224 6.2.4.3.2 Aceitao pelos
Correios de Certido Positiva da Beta___________________________
226
6.2.4.4 Superfaturamento dos Contratos da Beta Linha F
_________________________ 227 6.2.4.5 Os Preos de Referncia dos
Correios____________________________________ 231 6.2.4.6 A Atuao do
Sr. Pedro Vieira de Souza__________________________________ 235
6.2.4.7 A Questo do ICMS
_________________________________________________ 238 6.2.4.8
Pagamento de Propina ao Diretor dos
Correios_____________________________ 247 6.2.4.9 Presidente da
Beta Presenteia Diretor dos Correios com Dois Aquecedores leo_ 250
6.2.4.10 Pagamentos realizados pela empresa BETA ao Sr. Joo
Herrmann Neto_________ 255 6.2.4.11 Planilha de acertos de
pagamentos entre as empresas Beta e Skymaster _________ 257
6.2.5 Concorrncia n
006/2004____________________________________________275 6.2.5.1
Nova Malha da Rede Postal
Noturna_____________________________________ 275 6.2.5.2 Clusulas
Editalcias Restritivas ________________________________________
280
6.2.5.2.1 Exigncia de regularidade fiscal e de sade financeira
de empresa que no licitante __ 280 6.2.5.2.2 Exigncia de
Certificado de Matrcula, de Certificado de Aeronavegabilidade e de
Especificaes Operativas
_________________________________________________________ 283
6.2.5.2.3 Fixao da capacidade de carga dos trechos em valores
superiores ao necessrio ______ 293
6.2.5.3 Economicidade da Nova Malha da RPN
__________________________________ 295 6.2.5.4 Comisso de licitao
composta por membros da mesma cadeia hierrquica______ 299 6.2.5.5
Reajuste do preo do combustvel com base na variao de preos do
produtor ___ 300
6.2.6 Concluses da Controladoria-Geral da
Unio_____________________________300 6.2.6.1 Ausncia de
justificativas consistentes para adoo de critrios na determinao do
valor de referncia dos servios nos processos de licitao.
_______________________________ 301 6.2.6.2 Falta de divulgao dos
valores de referncia nos processos de licitao_________ 302 6.2.6.3
Inconsistncia no relatrio DEGEO002/2001 que subsidiou a fixao dos
preos de referncia para a DL 002/01. Referncia no corpo do relatrio
a fato ocorrido em data posterior a sua assinatura.
______________________________________________________________ 302
6.2.6.4 Ausncia de audincia pblica no incio do processo licitatrio.
_______________ 303 6.2.6.5 Adoo de critrios distintos para casos
semelhantes na desclassificao de empresas em certames licitatrios.
_________________________________________________________ 303
6.2.6.6 Irregularidades na formao das comisses de licitao
______________________ 303 6.2.6.7 Contratao emergencial por
dispensa de licitao sem respaldo legal. __________ 304 6.2.6.8
Contrataes por dispensa de licitao sem publicao tempestiva.
_____________ 304
6.2.7 Providncias e Encaminhamento
______________________________________304 6.2.8 Concluso
________________________________________________________310
6.3 Contratos de Informtica
_________________________________________314 6.3.1 Aquisio de
sistema de gesto empresarial contrato n 10.353/00___________314
6.3.2 Contrato GPGEM/ERP n 11.826/03
___________________________________317
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Relatrio Final dos Trabalhos da CPMI dos Correios Volume I - Pg.
IV
6.3.3 Contrato GPGEM/ERP n 13.180/04
___________________________________319 6.3.4 Programa Banco Postal
Contrato n 10.805/2001 ________________________323
6.3.4.1 Incluso de agncias terceirizadas na abrangncia do
Contrato celebrado com o Bradesco, mediante o 1 Termo Aditivo, no
obstante o disposto no art. 3, inciso I, da Portaria GM/MC n 588,
de 04/10/2000
__________________________________________________________ 324
6.3.4.2 Possibilidade de incluso de novos servios, bem como de
novas agncias ao objeto do contrato versus pagamento nico:
_______________________________________________ 327 6.3.4.3
Substituio de 237 das 5.299 agncias inicialmente previstas, sem a
celebrao de Termo Aditivo ao Contrato:
___________________________________________________ 329 6.3.4.4
Ampliao do objeto em cerca de 50%, tendo, como contrapartida,
pagamento correspondente a 31% do preo inicialmente pactuado
______________________________ 329 6.3.4.5 Prazo de vigncia do
contrato __________________________________________ 332 6.3.4.6
Apuraes da Controladoria Geral da Unio CGU a respeito da implantao
do Programa Banco Postal
_______________________________________________________ 335
6.3.5 Aquisio e prestao de assistncia tcnica por 24 meses de
diversos equipamentos utilizados na soluo de automao das agncias da
ECT Contrato n 11.346/2002 ___338
6.3.5.1 Concesso Irregular de Reequilbrio
Econmico-finaceiro____________________ 340 6.3.5.2 Tentativa de
reviso indevida de valores previamente acordados_______________ 345
6.3.5.3 No-aplicao de multas propostas pelas Diretorias Regionais
em funo de demora no atendimento de chamados durante a garantia
______________________________________ 348
6.3.6 Aquisio de Soluo Integrada para Fornecimento de Endereo
Eletrnico Permanente Contrato n 11.290/2002
_______________________________________351
6.3.6.1 Restrio ao Carter Competitivo no Edital
_______________________________ 352 6.3.6.2 Superfaturamento do
Subitem Manuteno de Aplicao_____________________ 353 6.3.6.3
Mascaramento de Aumento de Custo no Termo Aditivo
_____________________ 355 6.3.6.4 Fuga Licitao no Termo
Aditivo______________________________________ 357 6.3.6.5 Execuo de
Servio sem a Cobertura Contratual___________________________ 359
6.3.6.6 Cobrana Intempestiva e Reduo Indevida de Multa
Contratual_______________ 362
6.3.7 Concorrncia n 004/2004 - soluo integrada de automao do
Seguro Postal __364 6.3.8 Concorrncia n 07/2004 - Sistemas de
automao do atendimento comercial ___370 6.3.9 Contratao da prestao
de servios de manuteno corretiva e preventiva em equipamentos da
rede de atendimento Contratos n 13.477/05 e n
13.482/05________373
6.4 Franquias
______________________________________________________375 6.4.1
Introduo
________________________________________________________375 6.4.2
Assinatura de Contrato de Franquias sem Licitao
________________________376 6.4.3 Sntese dos Depoimentos
____________________________________________377 6.4.4 Anlise dos
Depoimentos ____________________________________________381 6.4.5
Migrao sem Limite
_______________________________________________383 6.4.6 Omisso do
Ministrio das Comunicaes _______________________________384 6.4.7
Migrao de grandes clientes para a rede
franqueada_______________________385 6.4.8 Depoimentos
______________________________________________________386
6.4.8.1 Anlise dos Depoimentos
_____________________________________________ 389 6.4.9 Anlise do
Sigilo Bancrio e Fiscal da ACF Shopping Tambor______________395
6.4.10 Concluso
________________________________________________________404
6.5 Correio Hbrido Postal
___________________________________________406 6.5.1 Histrico
_________________________________________________________407 6.5.2
Conceito de Correio Hbrido Postal e Projeto da Empresa Brasileira
de Correios e Telgrafos - ECT
________________________________________________________408 6.5.3
Concorrncia Internacional n 12/2002 E Contrato 13.159/2004
______________410 6.5.4 Relatrio Controladoria-Geral Da Unio
________________________________420
-
Relatrio Final dos Trabalhos da CPMI dos Correios Volume I - Pg.
V
6.5.4.1 Variao injustificada no valor contratado, em relao ao
estimado_____________ 421 6.5.4.2 Inconsistncia entre os estudos de
viabilidade econmico-financeira____________ 421 6.5.4.3 Riscos de
manipulao por terceiros de dados protegidos por sigilo ____________
422 6.5.4.4 Estimativa inadequada de preo do Software GPDD
________________________ 422 6.5.4.5 Levantamento insuficiente para
definio do valor de referncia do projeto ______ 423 6.5.4.6
Exigncia de atestado de capacidade tcnica restritiva competio
____________ 423 6.5.4.7 Exigncia de tecnologia de impresso
restritiva competio _________________ 424 6.5.4.8 Alterao
injustificada dos percentuais e das bases de clculo de multas da
primeira para a ltima verso do
Edital______________________________________________________ 424
6.5.4.9 Antecipao de pagamento contratada
__________________________________ 424
6.5.5 Relatrio Tribunal de Contas da
Unio__________________________________425 6.5.5.1 Restrio competio
_______________________________________________ 425 6.5.5.2 Adoo de
critrios inadequados de qualificao e pontuao tcnica ___________ 426
6.5.5.3 Ausncia de critrios objetivos para fixao de preos
_______________________ 426 6.5.5.4 Superfaturamento dos servios
contratados________________________________ 426 6.5.5.5 Proposta de
Encaminhamento __________________________________________ 427
6.5.6
Recomendaes____________________________________________________430
6.6 Outros Contratos dos
Correios_____________________________________432 6.6.1 Denncia
Original __________________________________________________432
6.6.1.1 Irregularidades em Processos de Readmisso na ECT
_______________________ 439 6.6.1.2 Trfico de Influncia no Contrato
ECT-AUTOTRAC _______________________ 443 6.6.1.3 Recomendaes
_____________________________________________________ 446 6.6.1.4
Contratao da Empresa Autotrac
_______________________________________ 446 6.6.1.5 A Denncia do
Sr. Edson Maurcio Brockveld _____________________________ 458
6.6.1.6
Comentrios________________________________________________________
459 6.6.1.7 rea de Suprimento de Materiais
_______________________________________ 462
6.6.1.7.1 COMAM
______________________________________________________________ 462
6.6.1.7.2 Medicamentos
__________________________________________________________ 466
6.6.1.7.3 Caixetas Plsticas
_______________________________________________________ 467
6.6.1.7.4
Xerox_________________________________________________________________
469 6.6.1.7.5 Espao Aberto
__________________________________________________________ 471
6.6.1.8 Denncia da Empresa Gadotti Martins
___________________________________ 474
7 As Atividades de Marcos Valrio O Valerioduto
___________________ 480 7.1 Introduo
_____________________________________________________480 7.2
Histrico _______________________________________________________481
7.3 A Suposta Origem dos Recursos Os Emprstimos
_________________498
7.3.1 Emprstimos como Fonte e Intermediao do Valerioduto
________________498 7.3.1.1 Introduo
_________________________________________________________ 498
7.3.1.2 As Caractersticas dos Emprstimos
___________________________________ 499
7.3.1.2.1 Emprstimos Tomados pelo PT
____________________________________________ 499 7.3.1.2.2
Emprstimos Tomados pelas Empresas do Sr. Marcos Valrio
____________________ 502
7.3.2 Repasses de Marcos Valrio para o Partido dos Trabalhadores
_______________521 7.3.2.1 A Falsa Figura de Emprstimos ao
PT__________________________________ 521 7.3.2.2 Repasses dos
Recursos Criao da Figura Emprstimos __________________ 522
7.3.3 O Papel do Banco Central e os Emprstimos
___________________________527 7.3.3.1 Resultados da Fiscalizao do
BACEN nos Bancos Rural e BMG______________ 529
7.3.3.1.1 Banco BMG
___________________________________________________________ 529
7.3.3.1.2 Banco
Rural____________________________________________________________
530
7.3.4 Pretenso de Marcos Valrio e dos Bancos Bmg e Rural que
Justificariam suas Participaes no Valerioduto
_______________________________________________530
-
Relatrio Final dos Trabalhos da CPMI dos Correios Volume I - Pg.
VI
7.3.4.1 Marcos Valrio Trfico de Influncia para Obteno dos
Emprstimos ________ 532 7.3.4.1.1 Depoimentos do Sr. Marcos Valrio
Fernandes de Souza (Anexo 6.9 Emprstimos) __ 532
7.3.4.2 Benefcios dos Bancos BMG e Rural para a Concesso de
Linhas de Crditos a Marcos Valrio e ao PT
_____________________________________________________________
539
7.3.5 Concluso
________________________________________________________544 7.3.6
Benefcio do Banco
BMG____________________________________________545
7.3.6.1 Crditos Consignados
________________________________________________ 545 7.3.6.2
Relatrio de Auditoria do TCU
_________________________________________ 546 7.3.6.3 Depoimento do
Presidente do BMG, Sr. Ricardo Annes Guimares ____________ 550
7.3.6.4 Parereces de Consultores do BMG para Avaliar a Transao com
a CEF ________ 552 7.3.6.5 Valora Participaes
_________________________________________________ 555 7.3.6.6
Concluso BMG x CEF_______________________________________________
557 7.3.6.7 Consideraes sobre a dvida do Partido dos
Trabalhadores___________________ 559 7.3.6.8 Os Fatos
___________________________________________________________ 560
7.3.6.8.1 Dvida com Marcos Valrio
_______________________________________________ 560 7.3.6.8.2
Coteminas
_____________________________________________________________ 560
7.3.6.8.3 Publicitrio Duda
Mendona_______________________________________________ 561
7.3.6.8.4 Emprstimos Contrados pelo PT nos Bancos BMG e Rural
______________________ 562
7.3.6.8.4.1 Banco
BMG________________________________________________________ 562
7.3.6.8.4.2 Banco
Rural________________________________________________________
562
7.3.6.8.5 Operaes de Leasing de Equipamentos de Informtica no
Banco do Brasil _________ 562 7.3.6.8.6 Informaes do Partido dos
Trabalhadores ____________________________________ 563
7.4 A Verdadeira Origem dos
Recursos_________________________________564 7.4.1.1
Visanet____________________________________________________________
564 7.4.1.2 Aspectos importantes sobre o funcionamento do Fundo
Visanet _______________ 567 7.4.1.3 Os Repasses Realizados Pela
Visanet ____________________________________ 568 7.4.1.4 A utilizao
dos recursos adiantados pela Visanet DNA ____________________ 581
7.4.1.5 As vantagens de Marcos Valrio
________________________________________ 596 7.4.1.6 Auditoria
Interna Realizada pelo Banco do Brasil na Operao Visanet _________
609
7.4.2 As Verdadeiras Origens Outras Fontes Privadas
_________________________615 7.4.2.1 Brasil
Telecom______________________________________________________ 617
7.4.2.2 Grupo Usiminas e Cosipa
_____________________________________________ 624 7.4.2.3 Concluso
_________________________________________________________ 634
7.5 Intermediao
__________________________________________________635 7.5.1
Informaes sobre as Contas com Sigilos Afastados
_______________________635
7.5.1.1 Composio Resumida das Movimentaes Financeiras
_____________________ 649 7.5.1.1.1 Correo Manual da Base de Dados
_________________________________________ 649
7.5.1.2 Anlise Concentrao das Movimentaes Financeiras (Origens)
por Banco Grupo Econmico Marcos
Valrio__________________________________________________ 657
7.5.1.3 Anlise Concentrao das Movimentaes Financeiras por Titular
de Conta Corrente das Pessoas que Compem o Grupo Econmico Marcos
Valrio_____________________ 660 7.5.1.4 Relao dos Maiores
Depositantes das Origens dos Recursos nas Empresas do Grupo
Econmico Marcos
Valrio__________________________________________________ 663
7.5.1.5 Relao dos Maiores Beneficirios das Empresas do Grupo Marcos
Valrio ___ 667 7.5.1.6 Relao dos Saques nas Empresas do Grupo
econmico Marcos Valrio ______ 670 7.5.1.7 Concluso
_________________________________________________________ 676
7.5.2 Modus Operandi
___________________________________________________677 7.5.2.1
Marcos Valrio como captador e operador do
Valerioduto____________________ 677 7.5.2.2 Modelo Padro de Operao
___________________________________________ 677
7.5.2.2.1 O Modelo Padro do Valerioduto - Fase 1 (de Fevereiro a
Maio de 2003) Fontes: Banco BMG e Banco
Rural______________________________________________________________
679 7.5.2.2.2 Fase dois do Valerioduto (Junho a Agosto de 2003)
Fontes: Banco Rural, Banco do Brasil e Brasil Telecom
__________________________________________________________________
682
-
Relatrio Final dos Trabalhos da CPMI dos Correios Volume I - Pg.
VII
7.5.2.2.3 Fase Trs do Valerioduto (Setembro a Dezembro de 2003)
Fonte: Banco Rural______ 684 7.5.2.2.4 Fase Quatro do Valerioduto
(Janeiro a Maro de 2004) Fonte: Visanet ____________ 685 7.5.2.2.5
Fase Cinco do Valerioduto (abril a julho de 2004) Fontes:
Visanet/BMG___________ 686 7.5.2.2.6 Fase Seis do Valerioduto
(Julho de 2004 em diante) Fonte: Visanet / Usiminas / Cosipa /
Brasil Telecom
__________________________________________________________________
687
7.5.2.3 Segundo Modelo Repasses a Partir de Intermedirios
______________________ 688 7.5.2.4 Outras
Operaes____________________________________________________ 689
7.5.3 Bnus Banval e Guaranhuns
__________________________________________692 7.5.3.1 Bnus
Banval_______________________________________________________
692
7.5.3.1.1 As diferentes verses para a movimentao financeira
ocorrida____________________ 694 7.5.3.1.2 Resumo dos Fatos na
Movimentao Financeira da Bnus Banval _________________ 702
7.5.3.2 Guaranhuns
________________________________________________________ 702 7.5.4
A Farsa Contbil
___________________________________________________706
7.5.4.1 O Valerioduto por Marcos Valrio
______________________________________ 708 7.5.4.1.1 A verso
contbil de Marcos Valrio para a Relao de pessoas indicadas pelo
PT___ 710 7.5.4.1.2 Distribuio de Lucros
Graffiti____________________________________________ 715 7.5.4.1.3
Conta caixa
____________________________________________________________
716
7.5.4.2 Lanamentos Contbeis para Partidos Polticos
____________________________ 719 7.5.4.3 Concluso
_________________________________________________________ 725
7.5.5 A Fraude Fiscal
____________________________________________________726 7.5.5.1
Informaes Analisadas_______________________________________________
726 7.5.5.2 Aspectos Relevantes Identificados
______________________________________ 727
7.5.5.2.1 Marcos Valrio e Renilda Maria Santiago Fernandes de
Souza (esposa) _____________ 728 7.5.5.2.1.1 Dividendos
Recebidos________________________________________________ 728
7.5.5.2.1.2 Evoluo Patrimonial
________________________________________________ 729 7.5.5.2.1.3
Movimentao financeira fiscal de Marcos Valrio
_________________________ 729 7.5.5.2.1.4 Movimentao financeira
fiscal de Renilda Maria Santiago Fernandes de Souza __ 730
7.5.5.2.2 Cristiano de Mello Paz
___________________________________________________ 730 7.5.5.2.2.1
Dividendos recebidos
________________________________________________ 730 7.5.5.2.2.2
Evoluo Patrimonial ________________________________________________
731 7.5.5.2.2.3 Movimentao Financeira
Fiscal________________________________________ 731
7.5.5.2.3 Simone Reis Lobo de Vasconcelos
__________________________________________ 732 7.5.5.2.3.1
Dividendos ________________________________________________________
732 7.5.5.2.3.2 Evoluo
patrimonial_________________________________________________ 732
7.5.5.2.3.3 Movimentao fiscal
financeira_________________________________________ 732
7.5.5.2.4 Outros Scios no
Analisados______________________________________________ 733
7.5.5.2.5 Evoluo das Receitas de Prestao de
Servios________________________________ 734 7.5.5.2.6 Movimentao
Fiscal Financeira____________________________________________
735
7.5.5.2.6.1 DNA Propaganda Ltda.
_______________________________________________ 735 7.5.5.2.6.2
SMP&B So Paulo Comunicao Ltda.
__________________________________ 736 7.5.5.2.6.3 SMP&B
Comunicaes Ltda. __________________________________________ 736
7.5.5.2.6.4 Graffiti Participaes Ltda.
____________________________________________ 737
7.5.5.2.7 Relatrio do COAF
______________________________________________________ 738
7.5.5.2.7.1 Ofcio Coaf n 1376/2005
_____________________________________________ 738 7.5.5.2.7.2 Ofcio
Coaf n 5201/2005 _____________________________________________
739
7.5.5.2.8 Relatrio Receita Federal
_________________________________________________ 739 7.5.5.2.8.1
SMP&B Comunicao Ltda.
___________________________________________ 739 7.5.5.2.8.2 DNA
Propaganda Ltda. _______________________________________________
740 7.5.5.2.8.3 Graffiti Participaes Ltda.
____________________________________________ 742 7.5.5.2.8.4 2S
Participaes Ltda. ________________________________________________
743
7.5.5.3 Concluso
_________________________________________________________ 743 7.5.6
Consideraes Finais sobre o Valerioduto
_______________________________743
7.6 Destinatrios: O Mensalo
________________________________________746 7.6.1 Consideraes
Iniciais_______________________________________________746
7.6.1.1 O Mensalo: Uma
Realidade___________________________________________ 746 7.6.1.2
Mensalo no Caixa Dois ____________________________________________
748
-
Relatrio Final dos Trabalhos da CPMI dos Correios Volume I - Pg.
VIII
7.6.1.3 A CPMI da Compra de Votos
__________________________________________ 751 7.6.2 A Divulgao
Pblica do Esquema_____________________________________753
7.6.2.1 A Denncia de Roberto Jefferson
_______________________________________ 754 7.6.2.2 Os deputados
Jos Mcio e Arnaldo Faria confirmam as afirmaes de Roberto Jefferson
757 7.6.2.3 O testemunho do Deputado Miro Teixeira
________________________________ 758 7.6.2.4 A denncia da Deputada
Raquel Teixeira corrobora a afirmao de Roberto Jefferson 759
7.6.3 A Participao de Jos
Dirceu_________________________________________760 7.6.4 A Cincia
do Presidente Lula _________________________________________766
7.6.5 Padres do
Mensalo________________________________________________768 7.6.6 A
Distribuio de Recursos aos Partidos, segundo Delbio Soares e Marcos
Valrio 770 7.6.7 A Distribuio de Recursos ao Partido Liberal e a
Suposta Destinao_________772
7.6.7.1 Os Recursos Recebidos por Valdemar Costa Neto
__________________________ 772 7.6.7.2 As Explicaes de Valdemar
Costa Neto sobre suas Despesas de Campanha _____ 773
7.6.8 A Destinao de Recursos ao Partido Progressista
_________________________782 7.6.8.1 Os Recursos Sacados por Joo
Cludio Genu ______________________________ 782 7.6.8.2 A Distribuio
de Recursos ao Deputado Vado Gomes _____________________ 785
7.6.8.3 As Explicaes do Deputado Pedro
Correa________________________________ 790
7.6.9 A distribuio de recursos ao Partido Trabalhista Brasileiro
e a suposta destinao 793 7.6.10 A Destinao de Recursos para
Pagamento de Despesas de Campanha de Partidos da Base
Aliada_____________________________________________________________796
7.6.11 O que Levou ao Fim do Esquema de Cooptao de Apoio Poltico?
___________799 7.6.12 Anlises Complementares sobre a Existncia do
Mensalo __________________800 7.6.13 A Identificao de Sacadores,
Intermedirios e Beneficirios.________________803
7.6.13.1 Os Procedimentos de Investigao
______________________________________ 804 7.6.14 Metodologia de
Trabalho ____________________________________________806
7.6.14.1 Resultados Alcanados
_______________________________________________ 810 7.6.15 Padres
do Mensalo________________________________________________815
7.6.15.1.1 Metodologia Adotada
____________________________________________________ 816 7.6.15.1.2
Diagrama 01 - Valerioduto
________________________________________________ 818 7.6.15.1.3
Diagrama 2 Fluxo de Recusos e Eventos Relacionados ao Partido
Liberal (PL) ______ 819 7.6.15.1.4 Diagrama 3 Fluxo de Recursos e
Eventos Relacionados ao Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) 821
7.6.15.1.5 Diagrama 4 Fluxo de Recursos e Eventos Relacionados ao
Partido Progressista (PP) _ 822 7.6.15.1.6 Diagrama 5 - Distribuio
de recursos e votaes no Congresso Nacional ___________ 825
7.6.15.1.7 Diagrama 6 - Repasse de recursos a Duda
Mendona____________________________ 826 7.6.15.1.8 Diagrama 7 -
Distribuio de recursos a eleies municipais ______________________
827
7.6.16 Anlises
Complementares____________________________________________828
7.6.16.1 A Anlise Procedida pelo Deputado Jlio Delgado no Processo
de Cassao do Deputado Jos Dirceu 828 7.6.16.2 A Periodicidade e
Regularidade na Distribuio de Recursos ao Partido Liberal___ 830
7.6.16.3 A Identificao dos Beneficirios das Transferncias Efetuadas
Guaranhuns ____ 838 7.6.16.4 A Relao da Guaranhuns com o Partido
Liberal ___________________________ 844 7.6.16.5 Os contatos
telefnicos entre Jacinto Lamas e pessoas vinculadas SMP&B
Comunicao
Ltda___________________________________________________________ 862
7.6.16.6 A operao do mensalo por intermdio da Bnus Banval
____________________ 866 7.6.16.7 Algumas anlises de fluxos de
emprstimos e pagamentos informados por Marcos Valrio 892 7.6.16.8
Indcios de uma possvel relao entre recursos repassados por Marcos
Valrio Bnus Banval e recursos trazidos do exterior por Carlos
Quaglia ____________________________ 905 7.6.16.9 Sntese e
Recomendaes _____________________________________________ 910
-
Relatrio Final dos Trabalhos da CPMI dos Correios Volume I - Pg.
IX
7.7 Outros Contratos Pblicos de Marcos Valrio
________________________913 7.7.1 Banco do Brasil e coligadas
__________________________________________913
7.7.1.1 Banco do Brasil
_____________________________________________________ 913 7.7.1.2
Procedimentos Licitatrios
____________________________________________ 914 7.7.1.3 Quanto ao
Contrato __________________________________________________ 916
7.7.1.4 Concorrncia 1.131/99 Contrato vigente entre maro/00 e
setembro/03 ________ 918 7.7.1.5 Concorrncia 01/2003 Contrato no
vigente a partir de setembro de 2003._______ 919 7.7.1.6
Subjetividade na Contratao das Agncias de publicidade
___________________ 921 7.7.1.7 Bonificao de Volume
_______________________________________________ 924 7.7.1.8 Banco
Popular do Brasil ______________________________________________
927
7.7.1.8.1 Apresentao
___________________________________________________________ 927
7.7.1.8.2 Contrato de Publicidade.
__________________________________________________ 927 7.7.1.8.3
Definio das Agncias de Publicidade para Atender o Banco Popular
______________ 927 7.7.1.8.4 Gastos com Publicidade
__________________________________________________ 929
7.7.1.8.4.1.1 Gastos com Publicidade e
Promoo_________________________________ 930 7.7.1.8.5 Resultados
Operacionais Banco Popular do Brasil ______________________________
931 7.7.1.8.6 Execuo da Publicidade no Banco Popular
___________________________________ 932 7.7.1.8.7 Concluso
_____________________________________________________________
935
7.7.1.9 Fundao Jorge Duprat Figueiredo de Segurana e Medicina do
Trabalho Fundacentro Ministrio do
Trabalho______________________________________________________
937
7.7.1.9.1 Concluso
_____________________________________________________________ 956
7.7.1.10 Ministrio Do Esporte
________________________________________________ 957 7.7.1.11
Centrais Eltricas do Norte do Brasil S/A Eletronorte
______________________ 959
7.7.1.11.1 Recebimento de comisso pela Agncia sem a prestao de
servio ________________ 960 7.7.1.11.2 Concesso de patrocnio sob a
forma de veiculao _____________________________ 960 7.7.1.11.3
Produo de outdoors
___________________________________________________ 963 7.7.1.11.4
Produo de busdoor
___________________________________________________ 964 7.7.1.11.5
Confeco de
camisetas___________________________________________________ 964
7.7.1.11.6 Pagamento por prestao de servios fora do objeto do
contrato ___________________ 965 7.7.1.11.7 Contratao de servios
com intermediao desnecessria da Agncia de Publicidade __ 967
7.7.1.11.8 Pagamento indevido agncia, em funo de subcontratao de
servio de criao.____ 972 7.7.1.11.9 Pagamento por servios no
comprovados ____________________________________ 974 7.7.1.11.10
Contratao de servios sem a apresentao de trs propostas
__________________ 975 7.7.1.11.11 Possveis Propostas Fraudulentas
para Respaldar a Subcontratao de Servios ____ 975 7.7.1.11.12
Concesso de patrocnios que fogem ao objetivo institucional da
Eletronorte ______ 979 7.7.1.11.13 Fiscalizao do contrato
deficiente _______________________________________ 980 7.7.1.11.14
Contratao de pessoal para atividades prprias da Eletronorte
_________________ 981 7.7.1.11.15 Atualizao de cadastro para envio
da revista Corrente Contnua________________ 981 7.7.1.11.16 Prestao
de servio de assessoria de imprensa______________________________
981 7.7.1.11.17 Ausncia de avaliao dos resultados obtidos pelos
patrocnios concedidos________ 983 7.7.1.11.18 Concesso de
patrocnios sem aprovao da SECOM_________________________ 984
7.7.1.11.19 Gastos com patrocnio superiores ao estabelecido no
Plano Anual de Comunicao _ 984 7.7.1.11.20 Concluso
__________________________________________________________ 985
7.7.1.12 Cmara dos Deputados
_______________________________________________ 985 7.7.1.12.1
Introduo
_____________________________________________________________ 985
7.7.1.12.2 Irregularidades Encontradas
_______________________________________________ 987
7.7.1.12.2.1 Contratao fora do objeto do contrato
___________________________________ 987 7.7.1.12.3 Incluso de
Perguntas de Interesse Poltico____________________________________
989 7.7.1.12.4 Ausncia de Projeto
Bsico________________________________________________ 990
7.7.1.12.5 Prorrogao Irregular do
Contrato___________________________________________ 991 7.7.1.12.6
Inexecuo do Servio de Consultoria
_______________________________________ 992 7.7.1.12.7 Ausncia de
Controle sobre a Veiculao _____________________________________ 994
7.7.1.12.8 Subcontratao e Fuga ao Processo
Licitatrio_________________________________ 994 7.7.1.12.9
Fiscalizao Deficiente do Contrato
_________________________________________ 996 7.7.1.12.10 Despesa
em Valor Superior ao Orado ____________________________________ 996
7.7.1.12.11 Concluso
__________________________________________________________ 997
7.7.2 Consideraes Finais sobre os outros Contratos Pblicos de
Marcos Valrio ____999
-
Relatrio Final dos Trabalhos da CPMI dos Correios Volume I - Pg.
X
7.8 Casos Especficos
________________________________________________1000 7.8.1
Emprstimos de 1998 Minas Gerais
__________________________________1000
7.8.1.1 A posio do Senador Eduardo Azeredo
__________________________________ 1001 7.8.1.2 Depoimento do Sr.
Cludio Roberto Mouro da Silveira _____________________ 1003
7.8.1.2.1 Das garantias do emprstimo
______________________________________________ 1009 7.8.2 Silvio
Pereira/GDK: Caso Exemplar de Trfico de
Influncia________________1015
7.8.2.1 Consideraes
Preliminares____________________________________________ 1015
7.8.2.2 Contextualizao
____________________________________________________ 1027 7.8.2.3
Comentrios do TCU sobre o Setor de Oramentao da Engenharia da
Petrobras _ 1030
7.8.2.3.1 Algumas Irregularidades Observadas pela Equipe de
Auditoria do Tribunal de Contas da Unio no Contrato n
899.2.001.04.4, para a Adaptao da Planta da FPSO
P-34____________________ 1030
7.8.2.3.1.1 Incluso Indevida do Imposto sobre Servios de
Qualquer Natureza (ISSQN), da Contribuio para os Programas de
Integrao Social (PIS) E da Contribuio Para o Financiamento da
Seguridade Social (Cofins)
___________________________________________________ 1033
7.8.2.3.1.2 Incluso Indevida do Imposto de Renda Sobre Pessoas
Jurdicas (IRPJ) e da Contribuio Social Sobre o Lucro Lquido (CSLL)
_____________________________________________ 1034 7.8.2.3.1.3
Incluso em Duplicidade de Valores para Administrao Central (Over
Head), Riscos e Seguros, Lucro e Contingncias no Oramento da
Petrobras____________________________ 1036 7.8.2.3.1.4 Incluso em
Duplicidade de Valores Destinados Mo-de-obra Direta (Salrios +
Encargos Sociais) para os Servios Adicionais
______________________________________ 1037 7.8.2.3.1.5 Incluso
Indevida do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e do
Imposto de Importao (II) e Ausncia de Destaque do ICMS no Oramento
e sua Reduo quando da Definio do Local da Obra e da Proposta do
Licitante ________________________________________ 1038 7.8.2.3.1.6
Incluso Indevida da Contribuio Provisria sobre a Movimentao ou
Transmisso de Valores e de Crditos e Direitos de Natureza
Financeira (CPMF) ________________________ 1040 7.8.2.3.1.7
Oramento da Petrobras com a Excluso das Irregularidades Apontadas
_________ 1041
7.8.2.3.2 Anlise Tcnica do TCU sobre a Gerncia e a Fiscalizao
desse Contrato___________ 1045 7.8.2.3.2.1 Breves Comentrios da
Equipe de Auditoria sobre o Sistema de Controle Interno no mbito da
Petrobras
___________________________________________________________
1046
7.8.2.4 Concluso
_________________________________________________________ 1046
7.8.3 Movimentao no Exterior (Duda Mendona)
____________________________1058
7.8.3.1 Trechos de Depoimentos
______________________________________________ 1058 7.8.3.2
Campanhas do Partido dos
Trabalhadores_________________________________ 1063 7.8.3.3
Primeira Contradio_________________________________________________
1067 7.8.3.4 Segunda
Contradio_________________________________________________ 1072
7.8.3.5 Movimentao Bancria da Conta Dusseldorf
_____________________________ 1078 7.8.3.6 Outras Divergncias
Constatadas entre o Depoimento Prestado e os Documentos Bancrios
Analisados ________________________________________________________
1084 7.8.3.7 Outras Situaes a Serem Investigadas
___________________________________ 1085 7.8.3.8 Tipificao das
Condutas______________________________________________ 1087
7.8.4 Furnas
___________________________________________________________1088
7.8.4.1 Contrato de Aquisio de Servio de Digitalizao de Documentos
____________ 1088
7.8.4.1.1 Metodologia de Medio Inadequada
________________________________________ 1090 7.8.4.1.2 Quantificao
do dbito___________________________________________________
1092
7.8.4.2 Lista de
Furnas______________________________________________________ 1094
7.8.4.2.1 Laudo da Polcia
Federal__________________________________________________ 1098
7.8.4.2.2 Outras Percias
_________________________________________________________ 1101
7.8.4.2.3 Consideraes
Finais_____________________________________________________
1102
-
Relatrio Final dos Trabalhos da CPMI dos Correios Volume I - Pg.
11
1 Introduo
1.1 Apresentao O Congresso Nacional, detentor do Poder
Legislativo, tem a
competncia precpua de legislar. Ao lado dessa, est outra que lhe
inerente e essencial para constituir sua natureza de Poder autnomo:
a fiscalizao dos atos do Poder Executivo e de entes pblicos ou
privados que recebem recursos pblicos.
A competncia fiscalizadora do Congresso Nacional extensa, e
essa extenso alcana todos os limites de sua competncia
legislativa. Vale dizer: o Congresso Nacional tem poder de
fiscalizar todos os assuntos e temas a respeito dos quais est
capacitado, pela Constituio, para legislar.
As comisses parlamentares de inqurito (CPIs) constituem um
dos mais importantes instrumentos de que o Congresso Nacional
dispe para exercer sua competncia constitucional. No por acaso,
perceptvel a qualquer observador atento que o funcionamento de uma
CPI (ao lado do manejo do instituto da medida provisria e do
controle de constitucionalidade das leis) traduz uma das pedras de
toque do modelo brasileiro de repartio funcional dos Poderes, entre
o Executivo, o Legislativo e o Judicirio.
Uma comisso de inqurito instituda no mbito do Congresso
Nacional pode funcionar em uma s Casa: uma CPI do Senado Federal
ou da Cmara dos Deputados. Sendo assim, formada nos termos do
regimento interno de cada instituio legislativa. Certas matrias,
entretanto, por sua importncia, amplitude, dimenso e complexidade,
exigem a ateno de ambas as Casas do Congresso Nacional. Nesse caso,
forma-se uma comisso parlamentar mista de inqurito, composta por
Senadores e Deputados Federais.
A vida poltica brasileira tem demonstrado que,
independentemente da vontade de quem ocupe os cargos de liderana
no Poder Executivo, no Congresso Nacional e no Supremo Tribunal
Federal, o funcionamento das comisses parlamentares de inqurito, a
edio de medidas provisrias e a discusso sobre a constitucionalidade
das leis esto, rotineiramente, entre os temas polticos que mais
suscitam controvrsias, pelo grande relevo dos assuntos que manejam,
o que tem provocado crescente interesse da sociedade.
-
Relatrio Final dos Trabalhos da CPMI dos Correios Volume I - Pg.
12
Diante disso, vemos que a plena afirmao do Congresso
Nacional como um rgo autnomo de poder somente ocorrer quando
dispusermos, no Legislativo, de todos os meios, instrumentos e
poderes necessrios para que uma comisso parlamentar de inqurito
possa funcionar exitosamente, e oferecer sociedade os resultados
que a sociedade espera.
A presente Comisso Parlamentar Mista de Inqurito dos
Correios expresso de um movimento poltico srio e grave a
irromper na histria recente do Brasil. Seu funcionamento resultado
de um entendimento entre lideranas polticas responsveis e
equilibradas que se tm articulado para, com o mximo de critrio e a
possvel iseno, investigar fatos que, inequivocamente, desonraram e
desonram a Administrao Pblica Brasileira.
1.2 Natureza e Objetivos de uma Comisso Parlamentar de
Inqurito
Por uma questo tica essencial (como soem ser as questes
ticas), queremos deixar claro, de incio, aquilo que a sociedade
brasileira pode esperar de uma comisso parlamentar de inqurito.
Pois, como ocorre com qualquer instituio do Estado, no regime
democrtico, os poderes das CPIs esto sujeitos a limites.
Parcela da mdia, no raro, mede o xito de uma CPI pela
quantidade de autoridades, agentes polticos e cidados que, em
funo dela, venham a ser punidos. Ser esse o critrio adequado?
Os objetivos de uma CPI devem ser claramente definidos e
proclamados, at para que no se estimulem iluses, e no se
pretenda alcanar objetivos que no lhe dizem respeito.
Pode-se exigir de uma CPI: 1. que contribua para a transparncia
da Administrao
Pblica, medida que revela, para a cidadania, fatos e
circunstncias que, de outra forma, no seriam do conhecimento
pblico;
2. que, na qualidade de rgo do Poder Legislativo, possibilite
o
exame crtico da legislao aplicvel ao caso sob investigao;
-
Relatrio Final dos Trabalhos da CPMI dos Correios Volume I - Pg.
13
3. que proponha Casa respectiva do Congresso Nacional,
sempre que cabvel, a abertura de processo contra Senador da
Repblica ou Deputado Federal, quando o nome do parlamentar estiver
vinculado a fatos ou atos que possam implicar prejuzo imagem do
Congresso Nacional, ou seja, sempre que ali se possa identificar
possvel quebra do decoro parlamentar;
4. que interceda junto aos rgos responsveis da Administrao
Pblica para sustar as irregularidades e/ou as prticas lesivas
que suas investigaes identifiquem;
5. que aponte ao Ministrio Pblico os fatos que possam
caracterizar delitos ou prejuzo Administrao Pblica, para que
esse rgo estatal possa promover a responsabilidade civil e penal
correspondente.
6. que proponha modificaes no arcabouo legal e
institucional, de forma a contribuir para o aperfeioamento
constante da democracia do Pas, evitando a reincidncia no fato
examinado.
1.3 A CPMI dos Correios O semanrio Veja, em sua edio n 1.905, de
18 de maio de
2005, publicou matria intitulada O homem chave do PTB, na qual
so transcritos dilogos de que participava o Sr. Maurcio Marinho,
ento diretor do Departamento de Contratao e Administrao de Material
da Empresa Brasileira de Correios e Telgrafos (ECT). Esses dilogos
indicaram a ocorrncia de atos de corrupo ativa e passiva no mbito
daquela empresa estatal e sugeriram diversos outros equvocos
administrativos. Revelaram, ademais, informaes a respeito de
supostos procedimentos de troca de apoio poltico, no Congresso
Nacional, por cargos e posies de mando em empresas estatais e
diversos rgos pblicos da Administrao Direta e Indireta.
A partir dessa data, o ento Deputado Federal Roberto
Jefferson,
Presidente Nacional do Partido Trabalhista Brasileiro, que fazia
parte da base de apoio e sustentao do Governo no Congresso
Nacional, passou a apontar, em inmeras manifestaes na mdia
nacional, a existncia de um complexo sistema de financiamento
ilegal dessa base de apoio, seja em processos polticos ou
eleitorais, seja fora deles. Cunhou-se, ento, o vocbulo mensalo
para descrever esse esquema e apontar os que nele se envolveram,
destacando a participao, sobretudo, de parlamentares de deputados
federais.
-
Relatrio Final dos Trabalhos da CPMI dos Correios Volume I - Pg.
14
Esta CPMI aprovou, conjuntamente com a CPMI da Compra de
Votos, ainda no ano passado, um Relatrio Parcial especfico a
esse respeito. Os fatos descritos no Relatrio motivaram a instalao,
no Conselho de tica da Cmara dos Deputados, de diversos processos
contra deputados federais. Em funo desses processos, alguns
deputados federais j renunciaram aos seus mandatos, outros foram
cassados e outros tm os seus processos em andamento. A
responsabilidade poltica pela conduo de tais processos pertence,
hoje, exclusivamente Cmara dos Deputados.
Os trabalhos desta CPMI, a vigilncia da mdia, a ateno da
sociedade civil so, certamente, elementos ponderveis que
contriburam para que o Parlamento brasileiro pudesse tomar algumas
das duras e difceis medidas que vem tomando, no plano do decoro
parlamentar e no mbito de seu prprio processo de funcionamento,
voltadas ao aprimoramento do Poder Legislativo, assim como buscando
sua aproximao com a sociedade brasileira.
Esses esforos desenvolvidos, e a realidade por eles exposta,
contriburam, tambm, para que o Congresso Nacional decidisse
promover mudanas na legislao eleitoral, voltadas reduo dos custos
das campanhas e sua moralizao. So alteraes legislativas que, ainda
quando limitadas, apontam no caminho do aperfeioamento
institucional do Estado brasileiro.
Do mesmo modo, as investigaes desta CPMI, os citados
procedimentos da Cmara dos Deputados e o prprio comportamento
dos acusados contriburam para provar provas essas que sero
reiteradas no presente Relatrio Final sem deixar margem a dvidas,
que os ilcitos, amplamente conhecidos sob o epteto mensalo, de fato
existiram, e que sua denncia, os processos instaurados que dela
resultaram e, notadamente, a presente investigao constituem uma
contribuio fundamental do Congresso Nacional ao fortalecimento do
Estado de Direito Democrtico no Brasil.
A democracia poltica exige transparncia. No nos dado elidir
a verdade sociedade brasileira. Quando tomamos conhecimento de
fatos de interesse pblico, devemos transmitir essas informaes a
toda a cidadania, no sendo admissvel que o agente poltico
responsvel quem quer que seja finja desconhecer fatos cujo
conhecimento inerente s atribuies e s responsabilidades do cargo
que ocupa.
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Relatrio Final dos Trabalhos da CPMI dos Correios Volume I - Pg.
15
Recordo a severa advertncia do Texto Sagrado:
Se disseres 'eu no sabia', Aquele que sabe os coraes perceber,
Aquele que atenta para as almas saber, e retornar a cada qual
segundo os seus procedimentos.
(Provrbios, 24:12)
inaceitvel a atitude daqueles que, em flagrante desrespeito
sociedade, lavam as mos diante dos absurdos dessa realidade
brasileira: a improbidade administrativa, a malversao de recursos
pblicos, os desvios, a concusso, a corrupo, enfim, as diferentes
formas de ilcito contra a Administrao Pblica, contra a sociedade
brasileira, contra a democracia poltica.
Esta Comisso Parlamentar Mista de Inqurito dos Correios
toma o caminho oposto e decide no lavar as mos. Reconhecemos que
no nos lcito silenciar diante de tantos delitos e tantas omisses
delitivas. Quando sabemos, no nos dado o direito de dissimular o
conhecimento dos fatos.
Ao desenvolver os trabalhos desta CPMI, tratamos de
atividades
ocorridas no interior do Estado brasileiro. Trata-se de um
Estado Democrtico de Direito. Esse Estado sujeito a princpios e
normas que lhe regem a organizao. Respeitar esses princpios e
normas implica, necessariamente, fazer valer a moralidade, a
publicidade, a legalidade e a transparncia, enfim, os princpios e
os valores que a sociedade brasileira e a Constituio da Repblica
nos impem respeitar.
Na Democracia, que aqui pretendemos prestigiar e fortalecer, ao
cidado dado fazer tudo aquilo que a Lei no probe. Ao Estado, aos
agentes pblicos todos sabemos, mas deveramos ter mais conscincia
disso somente dado fazer aquilo que a Lei expressamente autoriza.
Esse princpio geral do Direito Pblico deve ser ressaltado, no
presente momento histrico, para que todos os brasileiros possamos
crescer no aprendizado, cada vez mais necessrio, do que significa o
regime democrtico.
Os agentes pblicos esto todos sujeitos a esses vetores que
regem a Administrao Pblica. Entre eles, destacamos os princpios
da legalidade e da moralidade a que se refere a Constituio do
Brasil (art. 37, caput).
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Relatrio Final dos Trabalhos da CPMI dos Correios Volume I - Pg.
16
O princpio da legalidade basilar do regime democrtico. Sua
natureza e significado foram destacados por muitos autores, que,
no Brasil, prestaram contribuio inestimvel, sobretudo desde a
vigncia da Carta Poltica de 1988, consolidao do Estado de Direito
Democrtico. Queremos homenagear a todos esses brasileiros na pessoa
do professor Celso Antnio Bandeira de Mello, que, em obra seminal a
esse respeito, ensina:
Para avaliar corretamente o princpio da legalidade e captar-lhe
o sentido profundo cumpre atentar para o fato de que ele traduo
jurdica de um propsito poltico: o de submeter os exercentes do
poder em concreto o administrativo a um quadro normativo que
embargue favoritismos, perseguies ou desmandos. Pretende-se atravs
da norma geral, abstrata e por isso mesmo impessoal, a lei, editada
pois pelo Poder Legislativo que o colgio representativo de todas as
tendncias (inclusive minoritrias) do corpo social garantir que a
atuao do Executivo nada mais seja seno a concretizao desta vontade
geral.
O princpio da legalidade contrape-se, portanto, e visceralmente,
a quaisquer tendncias de exacerbao personalista dos governantes.
Ope-se a todas as formas de poder autoritrio, desde o absolutista,
contra o qual irrompeu, at as manifestaes caudilhescas ou
messinicas tpicas dos pases subdesenvolvidos. O princpio da
legalidade o antdoto natural do poder monocrtico ou oligrquico,
pois tem como raiz a idia de soberania popular, de exaltao da
cidadania. Nesta ltima se consagra a radical subverso do anterior
esquema de poder assentado na relao soberano-sdito (submisso).
Instaura-se o princpio de que todo poder emana do povo, de tal
sorte que os cidados que so proclamados como os detentores do
poder. Os governantes nada mais so, pois, que representantes da
sociedade. (...)
Assim, o princpio da legalidade o da completa submisso da
Administrao s leis. Esta deve to-somente obedec-las, cumpri-las,
p-las em prtica. Da que a atividade de todos os seus agentes, desde
o que lhe ocupa a cspide, isto , o Presidente da Repblica, at o
mais modesto dos servidores, s pode ser a de dceis, reverentes,
obsequiosos cumpridores das disposies gerais fixadas pelo Poder
Legislativo, pois esta a posio que lhes compete no Direito
brasileiro.
(Curso de Direito Administrativo. So Paulo: Malheiros, 1996, 8
ed., p. 57.)
A defesa jurdico-poltica da moralidade administrativa tem
merecido e certamente merecer, a cada dia um cuidado, um
destaque e uma ateno maiores. No se trata apenas de exigir de cada
agente pblico (servidor pblico ou agente poltico, expresses que
atualizam as noes de funcionrio e autoridade) que se comporte com
decoro, embora essa
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Relatrio Final dos Trabalhos da CPMI dos Correios Volume I - Pg.
17
exigncia, em si, traduza um conceito de essencial relevo e
dignidade poltica. Trata-se, tambm, de exigir dos administradores
pblicos o respeito moralidade administrativa como condio essencial
ao bom funcionamento do Estado.
Sem a moralidade administrativa, os recursos destinados
educao so desviados, e seguiremos um Pas de iletrados; sem
moralidade pblica, os recursos destinados sade so malversados, e
seguiremos um Pas doente; sem moralidade nos Governos, os recursos
destinados segurana pblica so corrodos pela corrupo, e seguiremos
um Pas merc do crime.
Esses princpios constitucionais tm, evidentemente, expresso
concreta no funcionamento do Congresso Nacional. Diz-se, na
jurisprudncia de nossos tribunais, nomeadamente o Supremo Tribunal,
que os parlamentares esto obrigados a respeitar, nos procedimentos
legislativos, o que se denominou chamar devido processo
legislativo.
Ora, tal como ocorre com o princpio geral que lhe informa o
contedo, o devido processo legal, essencial a qualquer regime
democrtico, o devido processo legislativo, ao lado de determinar o
respeito a regras e procedimentos, deve alcanar, necessariamente,
uma dimenso material, para contemplar a razoabilidade e a
observncia do decoro parlamentar, ou seja, de um estatuto
jurdico-poltico mnimo dos congressistas que consagre a preservao da
dignidade poltica de um mandato ungido pela manifestao soberana da
cidadania, mediante o voto.
Esta Comisso Parlamentar de Inqurito dos Correios toma a
deciso poltica essencial de enfrentar, com firmeza, os problemas
que encontramos no desenvolvimento de nossos trabalhos. Sem
perseguies, sem desmandos, sem protecionismos nem favoritismos, a
Comisso observa a Lei, e nela verifica seus deveres e obrigaes.
Esperamos que cada cidado deste Pas possa identificar e
compreender a dimenso dos esforos que aqui desenvolvemos.
Trabalhamos, com afinco, meses a fio, para que esta CPMI cumprisse
com seus deveres e obrigaes perante o povo brasileiro.
2 O papel do Congresso Nacional e de uma CPI
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Relatrio Final dos Trabalhos da CPMI dos Correios Volume I - Pg.
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2.1 O papel fiscalizador do Congresso No momento em que toda a
sociedade brasileira se volta para
Braslia, para a leitura do presente documento, torna-se
relevante, antes de passarmos anlise dos fatos investigados ao
longo dos ltimos meses, deter-se sobre a natureza do instrumento
utilizado para a realizao das investigaes e sua importncia.
O Congresso, como instituio, jamais pode se separar de sua
vocao histrica: a de configurar uma espcie de caixa de
ressonncia da sociedade na qual se insere. Os fundadores das formas
modernas do estado, ao divisarem a separao de poderes, tiveram
conscincia das caractersticas de cada um desses poderes.
Notavelmente, ao Poder Legislativo, alm da capacidade de produo de
leis, foi reconhecida sua importncia para a fiscalizao dos atos dos
governantes, bem como para a preservao dos direitos das
minorias.
Nas prprias origens do parlamento moderno, na Inglaterra dos
sculos XVI e XVII, j se reconhecia a preocupao com o abuso do
direito dos monarcas, de um lado, e, de outro, o risco apresentado
pela tirania da maioria. Os excessos apresentados durante o perodo
que antecedeu a revoluo gloriosa foram essenciais para a configurao
do moderno sistema parlamentar.
Tambm, a radicalizao dos mpetos revolucionrios ocorridos
na Frana nos anos que se seguiram a 1789, que culminaram na
supresso fsica de toda uma gerao de homens pblicos e na ascenso de
uma nova autocracia, serviu para iluminar s geraes futuras os
perigos da excessiva valorizao do Executivo, em detrimento das
minorias representadas no parlamento.
O imenso custo, em vidas humanas, recursos e energia que a
histria da luta pela democracia vem apresentando no deve servir
de argumento para aqueles que, em todos os momentos, buscam
substituir a democracia por outro regime. Esses buscam destruir o
regime democrtico, atacando suas instituies, atravs de argumentos
que, sob a capa da moralidade mais extremada, no escondem a
nostalgia do cesarismo, o desejo de substituir a vontade popular
pela vontade de um indivduo ou grupo pequeno de indivduos.
Tal ttica no deixa de conhecer seu sucesso: para os
despreparados ou ansiosos, a relativa lentido do processo
democrtico pode ser facilmente confundida com vacilao, o
entrechoque de opinies pode se
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Relatrio Final dos Trabalhos da CPMI dos Correios Volume I - Pg.
19
assemelhar indeciso, o reconhecimento da existncia de nuances,
com a fraqueza das convices.
Para a sociedade democrtica, a existncia e o fortalecimento
das
instituies depende, muitas vezes, do exerccio das possibilidades
oferecidas pelos acontecimentos histricos, por mais negativos que
possam parecer. Esse o trao principal e a principal qualidade da
democracia, seu permanente aperfeioamento.
A atividade parlamentar caracterizada pela
representatividade
(em princpio, todos os extratos da sociedade se refletem no
parlamento), pela colegialidade (existncia de um rgo coletivo que
contm, em si, setores de situao e oposio) e pela continuidade
(permanncia dos rgos legislativos ao longo do tempo). Tais
caractersticas tornam o Congresso um organismo adequado para a
operao de uma das mltiplas instncias de fiscalizao que, em uma
democracia, ajudam a compor o sistema de freios e contrapesos
destinado a evitar a tirania e o desvirtuamento das instituies.
Vale notar que, ao longo do sculo XX, a funo de controle por
meio do Parlamento tem adquirido cada vez maior relevo,
conquistando, pode-se mesmo dizer, em algumas circunstncias, uma
certa primazia em relao produo de normas, atribuio primria do Poder
Legislativo.
A demanda social por um ordenamento jurdico estvel, somada
proliferao de fontes do direito decorrente da criao de novas
instncias tcnicas dotadas de relativa capacidade de produzir
normas, tais como, na presente conjuntura, os bancos centrais e as
agncias reguladoras , produziram uma reduo relativa da capacidade
legiferante dos Parlamentos em todo o mundo. Efetivamente, da
totalidade das normas em vigncia nas sociedades modernas, existe
uma significativa frao que no segue os trmites parlamentares
tradicionais.
Se mantiveram o monoplio de produo de normas
hierarquicamente superiores, os parlamentos de todo o mundo no
so responsveis pela totalidade das normas que afetam a sociedade.
Principalmente em matrias tidas como de natureza tcnica, parte
significativa da produo normativa est concentrada em rgos do
Executivo, sendo apenas indiretamente derivados dos atos
parlamentares.
Em decorrncia, a fiscalizao dos atos administrativos assume
uma importncia fundamental para a manuteno da regra da lei e das
liberdades pblicas. Em um universo normativo em expanso constante,
os atos do Executivo devem ser cuidadosamente analisados, sob pena
de vermos abrir-se o espao para que floresam o abuso e o
arbtrio.
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Relatrio Final dos Trabalhos da CPMI dos Correios Volume I - Pg.
20
A atividade de controle parlamentar no , certamente, uma
novidade. O prprio Montesquieu admitia que, aos parlamentos,
caberia fiscalizar o cumprimento das normas por eles criadas. A
execuo oramentria sempre foi um tema cuja fiscalizao parlamentar
era admitida.
Houve, no entanto, uma alterao substancial quanto natureza
do poder de investigao dos parlamentos: a passagem de um poder
implcito de investigao, baseado na capacidade do Legislativo de
buscar a implementao dos atos dele oriundos, para uma faculdade,
explicitamente reconhecida, de perquirio acerca de atos cuja
competncia originria no seria, em princpio, do Congresso, tais como
os atos de administrao, quer do Executivo, quer do Judicirio.
As alteraes no padro tradicional de diviso dos poderes, com
maior ingerncia do Executivo, tornam imperativa, portanto, uma
maior participao do Poder Legislativo no controle dos atos dos
governantes e de seus rgos auxiliares. Representantes do conjunto
da sociedade e guardies das aspiraes ltimas dos povos, os
Parlamentos devem se adaptar a essa nova realidade e desenvolver
mtodos para desempenhar essa funo.
2.2 O Inqurito Parlamentar A utilizao de Comisses Parlamentares
para a discusso de
temas especficos , precisamente, um mecanismo de controle
democrtico dos atos de governo e um instrumento de aperfeioamento
das instituies.
A diviso dos trabalhos, pela qual um grupo de parlamentares
recebe a incumbncia de escrutinar os temas pertinentes a uma
dada rea da atividade, uma resposta lgica necessidade de maior
celeridade na atuao parlamentar. Ao se admitir a diviso do corpo
parlamentar em subgrupos regidos pelos mesmos princpios que regem a
atividade parlamentar como um todo (representatividade,
colegialidade, etc.), permite-se que o Congresso tenha uma atuao
mais rpida no exame das questes que lhe so apresentadas, sem que
haja perda da qualidade e do carter democrtico das decises.
Como tantas outras prticas polticas, o uso de comisses
representativas tem sua origem no desenvolvimento das instituies
polticas da Gr-Bretanha. As inmeras reviravoltas da histria da
Inglaterra, os golpes e contragolpes aplicados na luta entre
Monarcas e Pares do Reino foram produzindo um conjunto de
instituies que, ao cabo, no apenas eliminaram
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Relatrio Final dos Trabalhos da CPMI dos Correios Volume I - Pg.
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a ameaa do absolutismo real, como levaram corroso do poder da
nobreza e a ascenso poltica do povo.
Efetivamente, j durante o reinado de Eduardo III
(1312-1377),
podem ser colhidas notcias da formao de um corpo de
parlamentares distinto da totalidade do Parlamento, destinado
consecuo de uma atividade especfica. A partir do sculo XVII, a
criao de comisses de investigao tornou-se uma prtica comum do
Parlamento ingls, acentuada com a consolidao definitiva do poder
parlamentar na Revoluo Gloriosa.
Tais instituies serviram de modelo s congneres de todo o
mundo. A utilizao de comisses para a investigao de tpicos
especficos, tal como a conduta inadequada de um governante,
firmou-se como uma das principais formas de atuao dos congressos
para o encaminhamento de um dado assunto. Na maioria dos pases, a
criao de comisses provisrias de investigao antecede, mesmo, a
instaurao de comisses permanentes de processamento legislativo.
Este foi precisamente o caso dos Estados Unidos da Amrica, onde se
observa a criao da primeira comisso da Cmara dos Representantes em
1792 e a primeira do Senado em 1818, ambas destinadas a investigar
assuntos referentes questo indgena.
O exemplo da Frana revolucionria, por outro lado, mostra o
perigo do abuso da utilizao do mecanismo das comisses. O
aparelhamento do Comit de Salvao Pblica e o desmesurado crescimento
de suas competncias levaram usurpao de poderes do Executivo e da
prpria Assemblia Nacional, em um processo que culminou no Terror.
Esse precedente retardou a criao de novas comisses na Frana
ps-revolucionria, o que somente ocorreu em 1828.
A evoluo do instituto jurdico das comisses parlamentares de
inqurito no Brasil ainda se encontra em andamento, ainda que o
advento do regime constitucional de 1988 tenha constitudo um grande
avano em relao aos perodos anteriores.
A Constituio de 1824 no previa expressamente a formao de
Comisses de Inqurito, salvo quanto ao poder de investigao, pelo
Congresso, no tocante aos abusos cometidos pela administrao
anterior, quando da vacncia do trono. No obstante, o Congresso
mantinha, implicitamente, um poder geral de investigao que permitia
a realizao de diligncias concernentes ao cumprimento das leis. Esse
entendimento permitiu, por exemplo, a instalao, em 1882, de uma
Comisso destinada ao exame do comrcio, da indstria fabril e da
alfndega do Imprio.
A proclamao da Repblica e a adoo da Carta de 1891 no
trouxeram significativas alteraes matria. A Constituio seguiu
omissa
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Relatrio Final dos Trabalhos da CPMI dos Correios Volume I - Pg.
22
quanto realizao de inquritos parlamentares, como ocorria no
Imprio, limitando-se a definir a competncia do Congresso para o
exame das contas de cada exerccio. A hermenutica do texto
constitucional, entretanto, desde cedo se inclinou pela
admissibilidade da realizao de investigaes parlamentares de contedo
mais amplo que a mera realizao do oramento.
A simples existncia da possibilidade de instaurao de
comisses, entretanto, no significou, durante a vigncia da
Constituio de 1891, uma garantia de eficcia das investigaes
conduzidas. As bases oligrquicas da poltica da Repblica Velha
obstaram a consecuo de resultados, mesmo das comisses que se logrou
implantar.
A Constituio de 1934 foi a primeira a consagrar, em seu
texto,
o instituto da investigao parlamentar por meio de comisses. Ao
faz-lo, o constituinte de 34 inaugurou duas caractersticas que, at
hoje, balizam a prxis brasileira: a exigncia de que o pedido de
instaurao de uma CPI conte com a participao de ao menos um tero dos
membros de uma Casa e a necessidade de participao pluripartidria na
composio de uma comisso.
O golpe do Estado Novo e a outorga da Constituio de 1937
estancaram a evoluo institucional do sistema de investigaes
parlamentares pelos anos subseqentes. Reduzido a uma mera condio de
ratificador dos atos do Executivo, amordaado, o Parlamento poucas
chances tinha, se as tinha, do exerccio do poder fiscalizador. O
Congresso Nacional, ademais, esteve fechado durante todo o Estado
Novo.
O retorno democracia, consagrado na promulgao da Carta de
1946, reinstalou o Senado, e trouxe de volta, concomitantemente,
as comisses parlamentares de inqurito, que se integraram, de forma
plena, ao funcionamento das instituies polticas da poca: entre 1946
e 1967, a Cmara dos Deputados criou 240 comisses e o Senado, 13.
Nenhuma comisso mista foi instalada. Data desse perodo, igualmente,
a Lei n 1.579/52, que disciplina a matria e perdura at os dias de
hoje. Tambm nesse perodo estabeleceu-se a praxe, hoje legalmente
consagrada, de remessa do relatrio das comisses ao Procurador-Geral
da Repblica.
A Constituio de 1967/1969, por seu turno, encerra outro
movimento restritivo. Outra vez, aos governantes de ento,
interessava calar o Legislativo e o Judicirio, de forma a garantir
a prevalncia exclusiva do Executivo. Para a evoluo institucional
posterior cabe destacar que, durante o regime de 1967,
estabeleceram-se limites temporais de durao das Comisses de
Inqurito e quanto ao nmero de comisses que poderiam operar em cada
momento.
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Relatrio Final dos Trabalhos da CPMI dos Correios Volume I - Pg.
23
Muitas so as formas das restries que os regimes autoritrios
impem aos instrumentos de exerccio democrtico dos poderes. Um
curioso exemplo a determinao, no bojo da Constituio de 1969 (alnea
f do pargrafo nico do art. 30), de que as CPIs deveriam funcionar
exclusivamente na sede do Congresso Nacional, no sendo permitidas
despesas com viagens de seus membros, ttica primria de que o regime
autoritrio se valeu para, manipulando um critrio financista,
restringir a capacidade de investigao do Congresso Nacional.
A Constituio de 1988 fixou, esperamos que de forma
definitiva, as caractersticas que regem o funcionamento das
comisses de inqurito. Alm dos elementos acima transcritos, afastou
qualquer dvida ao conferir s comisses de inqurito o exerccio de
poderes semelhantes aos das autoridades judiciais. Dessa forma,
estabeleceu critrios suficientes para que as CPIs se tornassem um
instrumento efetivamente valioso para o combate corrupo e para o
aperfeioamento democrtico.
Em decorrncia, o Brasil posterior a 1988 vem assistindo
atuao de diversas Comisses Parlamentares de Inqurito. Aos
historiadores do futuro caber dizer quanto o Brasil de amanh ter
sido influenciado por este trabalho de investigao parlamentar. Cabe
dizer, no entanto, que, na busca da verdade, no podemos nos
esquivar da preocupao com nosso Pas, seu presente e seu porvir, nem
podemos nos afastar da luta aos males que motivaram a criao da
presente Comisso Parlamentar.
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Relatrio Final dos Trabalhos da CPMI dos Correios Volume I - Pg.
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3 Balano dos trabalhos da CPMI dos Correios
Desde a data de sua instaurao, em 9 de junho de 2005, a CPMI
dos Correios se dedicou anlise de um vasto conjunto de dados,
documentos, depoimentos e fatos relacionados a seu propsito. Para
melhor organizao dos trabalhos e visando a mais ampla participao
das diversas correntes polticas que compem a CPMI, este Relator
concordou em compartilhar a orientao da investigao, dividindo-as em
linhas que correspondem s cinco sub-relatorias e s
relatorias-adjuntas:
1. Relatoria Adjunta, coordenao e sistematizao do trabalho
(relatores adjuntos: Deputado Eduardo Paes e Deputado Mauricio
Rands)
2. sub-relatoria de Movimentao Financeira (sub-relator: Deputado
Gustavo Fruet)
3. sub-relatoria de Contratos (sub-relator: Deputado Jos Eduardo
Cardozo)
4. sub-relatoria de Fundos de Penso (sub-relator: Deputado
Antnio Carlos Magalhes Neto)
5. sub-relatoria de Normas de Combate Corrupo (sub-relator:
Deputado Onyx Lorenzoni)
6. sub-relatoria do Instituto de Resseguros do Brasil (IRB)
(sub-relator: Deputado Carlos Willian)
Os trabalhos contaram com a participao de servidores do
Senado
Federal, da Cmara dos Deputados, do Tribunal de Contas da Unio e
rgos da Administrao Pblica Federal como o Banco Central e o Banco
do Brasil. Posteriormente, houve o reforo de empresas de auditorias
privadas contratadas pela Presidncia do Congresso Nacional. A
equipe contou tambm com a colaborao da Polcia Federal, da Receita
Federal e do Ministrio Pblico Federal.
Parte das investigaes foi realizada no e pelo Tribunal de
Contas
da Unio, em um ajuste estabelecido entre aquela Corte e esta
CPMI. Ademais, as auditorias da Controladoria-Geral da Unio foram
valiosas para a CPMI.
A CPMI dos Correios debruou-se sobre extensa base de
dados, talvez a maior analisada em investigaes dessa natureza
empreendidas pelo Congresso Nacional. Nesses nove meses, a base de
dados
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Relatrio Final dos Trabalhos da CPMI dos Correios Volume I - Pg.
25
dos sigilos bancrios foi carregada com mais de 20 milhes de
registros bancrios e 33,8 milhes de registros telefnicos.
Os contratos dos Correios e do Banco do Brasil com empresas
na
rea de publicidade foram minuciosamente analisados. Mais de 68
mil contratos dessa modalidade foram integrados base. A
sub-relatoria de Fundos de Penso teve disposio informaes sobre mais
de 11,3 milhes de registros de operaes financeiras fornecidos pela
Bovespa, 70 mil operaes de Swap na Bolsa de Mercadorias e Futuros
(BMF). No Valerioduto, a movimentao financeira compreendida entre
janeiro de 1997 a agosto de 2005 totalizou cerca de R$ 2
bilhes.
O rastreamento de contas correntes e transferncias
financeiras
evidenciou ramificaes no exterior, como exemplifica a
identificao da conta Dusseldorf, de propriedade do publicitrio Duda
Mendona.
Vale destacar o trabalho de filtragem de informaes no-
padronizadas e incongruentes, provenientes de diversas fontes,
como os investigados, instituies financeiras e rgos pblicos.
Registra-se que, no raro, dados, informaes e documentos solicitados
chegaram de forma incompleta e insuficiente, o que dificultou
sobremaneira a anlise, em especial os relativos s informaes
bancrias dos envolvidos. Ressalta-se o labor desta CPMI em promover
um cruzamento de informaes aparentemente dspares, mas que, em
anlise detida, com a ajuda de modernas ferramentas de pesquisa,
mostram evidente correlao, como a proximidade das datas de repasse
de recursos a polticos e as datas de votaes importantes no
Congresso Nacional.
A CPMI se empenhou em esclarecer as denncias e suspeitas de
irregularidades que motivaram sua criao. Houve um esforo
coordenado dos membros da comisso, revelado pelo total de 159
reunies realizadas, convocadas pelo Plenrio da Comisso e pelas
cinco sub-relatorias, como apresentado no quadro:
REUNIES Qde.
Plenrio 65 Sub-relatoria Contratos 39 Sub-relatoria de
Movimentao Financeira
08
Sub-relatoria IRB 07 Sub-relatoria de Fundos de Penso 24
Sub-relatoria de Normas de combate corrupo
22
TOTAL 165
-
Relatrio Final dos Trabalhos da CPMI dos Correios Volume I - Pg.
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A participao dos parlamentares foi atuante, revelada pela
apresentao de 1.602 requerimentos, dos quais 1.186 (74% do
total) foram aprovados no Plenrio da Comisso. Apenas 5% dos
requerimentos foram rejeitados ou considerados prejudicados, como
possvel ver na tabela:
REQUERIMENTOS Qtde. Apreciados 1602 Aprovados 1203 Prejudicados
71 Retirados 335 Rejeitados 10 Pendentes 260
Vale destacar o perfil dos requerimentos analisados pela CPMI.
A
transparncia e os esclarecimentos dos fatos pautaram a atuao dos
parlamentares: do total de 1.602 requerimentos apreciados, 931
deveram-se solicitao de transferncias de sigilo bancrio, telefnico
e fiscal de pessoas e empresas investigadas e convocao dos
depoentes. Muitos desses requerimentos foram transferidos para a
CPMI da Compra de Votos. Dos 4.630 documentos analisados, cerca de
3.048 so de carter sigiloso, entre eles os dados bancrios,
telefnicos e fiscais de 14 fundos de penso, 31 corretoras e
milhares de pessoas fsicas e jurdicas. Os pedidos de informaes
representaram 13% do total.
REQUERIMENTOS APROVADOS
Convocao 566 Sigilo 365 Informao 222 Preferncia 10
Administrativo 20 Diligncias 6
Busca e Apreenso 5
Acareao 1
Externa 8
Personagens importantes do episdio foram convocados a
prestar
esclarecimentos CPMI e opinio pblica, que, salvo raras
oportunidades, pde acompanhar o andamento dos depoimentos. No
total, 233 oitivas foram realizadas no Plenrio da comisso e nas
sub-relatorias da CPMI, que trouxeram pistas importantes para as
investigaes. Como exemplo, pode-se citar o depoimento do
ex-Deputado Roberto Jefferson, que sustentou denncias de repasse
ilegal de recursos a parlamentares e o primeiro depoimento do Sr.
Jos Eduardo Mendona, conhecido como Duda
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Relatrio Final dos Trabalhos da CPMI dos Correios Volume I - Pg.
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Mendona, que admitiu ter prestado servios de publicidade sem o
devido registro contbil e fiscal, alm de possuir conta no
exterior.
Contudo, no entender desta CPMI, os depoimentos poderiam ser
mais elucidativos, no fosse o subterfgio utilizado por diversos
investigados, como o absoluto silncio do publicitrio Duda Mendona,
em seu segundo depoimento CPMI, e o empresrio Marcos Valrio
Fernandes de Souza, que solicitaram, s vsperas de suas oitivas, a
concesso de habeas corpus preventivo junto ao Supremo Tribunal
Federal. Esta CPMI no questiona o direito constitucional de
qualquer cidado, investigado ou no, reclamar habeas corpus Justia,
quando sentir que sua liberdade est em risco. No entanto, esse
direto inalienvel no pode servir como expediente para evitar que a
verdade prevalea nos depoimentos.
A prpria jurisprudncia do Supremo Tribunal Federal slida no
sentido de que a vedao auto-incriminao no faculta ao depoente
calar a verdade quando ela no prejudique sua linha de defesa. No
entanto, sob a mscara distorcida da proteo constitucional, os
depoentes desobrigaram-se a relatar a realidade dos fatos e
recusaram-se, sistematicamente, a responder a muitos
questionamentos, alegando o direito a no se auto-incriminar.
Sobre esse aspecto, urge mudana e esclarecimento no
entendimento jurdico da atuao da Comisso Parlamentar de
Inqurito, na legislao e no procedimento da CPMI, que detalharemos
no captulo 11 do presente Relatrio.
Cabe tecer comentrios, tambm, acerca do senso de
oportunidade do Congresso Nacional em atuar diretamente na
apurao das denncias que se apresentaram sociedade brasileira. A
necessidade da criao desta CPMI, que chega s suas concluses finais
neste relatrio, foi ponto fulcral neste debate. Ainda que sob o
calor dos acontecimentos, que continuam a surpreender a todos,
neste ponto da Histria possvel observar que as investigaes e a
apurao das denncias eram urgentes e necessrias.
A CPMI dos Correios desencadeou um processo de depurao
pblica que, inegavelmente, catalisou a ateno da sociedade
brasileira e da opinio pblica, e deu passos fundamentais para a
elucidao de crimes e irregularidades administrativas. As
sindicncias, auditorias e procedimentos administrativos instaurados
e levados adiante em diversos rgos da administrao pblica, em muitas
oportunidades aps a data de instaurao da CPMI, atestam a importncia
da atuao parlamentar neste episdio.
As conseqncias abrangeram no s os Correios, a pedra
fundamental das investigaes, mas instituies como o Banco do
Brasil, a Secretaria de Comunicao da Presidncia da Repblica,
diretrios nacionais
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e estaduais partidrios e o prprio Congresso Nacional. importante
ressaltar que as medidas tomadas por outras instituies, como os
rgos envolvidos e outros encarregados de apurar os fatos ocorridos,
notadamente o Tribunal de Contas da Unio, a Controladoria-Geral da
Repblica, a Polcia Federal, a Receita Federal e o Ministrio Pblico
Federal, convergem na direo das investigaes realizadas pela CPMI e
vo ao encontro das concluses apontadas neste relatrio. difcil
precisar a magnitude desse processo, que continuar permanentemente
a produzir resultados, mesmo depois de findos os trabalhos da CPMI
dos Correios.
Os reflexos na principal instituio investigada, os Correios,
so
modelares desse processo. O episdio envolvendo as denncias
desencadeou 24 processos de sindicncia na estatal, dos quais 4
foram concludos com deciso administrativa. No dia 9 de junho de
2005, o Presidente dos Correios deixou a instituio, em companhia
dos ento diretores do rgo. Trs funcionrios, entre eles Maurcio
Marinho, foram demitidos por justa causa em setembro do ano
passado. Outros 20 empregados ocupantes de funes de confiana foram
afastados, preventivamente, para que as investigaes pudessem
prosseguir com independncia.
No perodo de maio de 2005 para c, foram aplicadas multas no
montante de R$ 31.439.286,10, muitas envolvendo empresas
investigadas pela CPMI, como a Novadata, a Precision, a COMAM. O
contrato com a agncia de publicidade SMP&B foi rescindido
unilateralmente pelos Correios. Da mesma forma, a instituio
cancelou o contrato com a empresa Precision, multada em R$
849.769,45 por atraso na entrega de produtos, havendo sido a
empresa ainda impedida de participar de licitaes pelo perodo de
dois anos.
Ademais disso, diversas medidas administrativas nos Correios
foram tomadas. Alm das providncias tradicionalmente cabveis,
como o encaminhamento das denncias ao Ministrio Pblico Federal e a
publicao de edital de licitao para contratao de novas agncias de
publicidade, o manual de licitao da Empresa Brasileira de Correios
e Telgrafos passou por ampla reviso, com melhores definies de
responsabilidades para os gestores, entre outras medidas
administrativas, como possvel ver no quadro abaixo.
Outros rgos da administrao pblica passaram por processo
semelhante. O Presidente e os Diretores do IRB, por exemplo,
tambm foram afastados em junho, aps a publicao das denncias. O
Banco do Brasil concluiu auditoria, no final de 2005, que apontou
vrias irregularidades no contrato firmado com a agncia de
publicidade DNA. O Fundo Visanet foi extinto e o Banco do Brasil
tomou outras providncias, como a reviso das
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regras do processo licitatrio. Da mesma forma, a Eletronorte, o
Ministrio do Trabalho, dos Esportes e da Cmara dos Deputados
tomaram providncias.
A Receita Federal instaurou 95 procedimentos. Outras
instituies, como o Conselho de Administrao de Atividades
Financeiras (Coaf), a Receita Federal e a Polcia Federal tambm
produziram trabalhos consonantes com as investigaes da CPMI. Em
documento oficial, o Departamento de Justia dos EUA admitiu a
gravidade dos fatos descobertos pela CPMI e concordou em transferir
as informaes sobre sigilos bancrios nos EUA de contas correntes
relacionadas s investigaes. A viagem encetada a Nova Iorque e
Washington por parlamentares da CPMI j produziu resultados e,
ainda, descortinou, para o futuro, um amplo espectro de intercmbio
de esforos, valorizando nosso Congresso Nacional.
Os quadros a seguir renem algumas das principais providncias
tomadas por outras instituies relacionadas s investigaes da CPMI
dos Correios, e informam as autoridades e funcionrios pblicos que
foram afastados do cargo por conta das denncias:
PROVIDNCIAS TOMADAS POR OUTRAS INSTITUIES RELATIVAS S
INVESTIGAES DA CPMI DOS CORREIOS
INSTITUIO PRINCIPAIS MEDIDAS Correios a) abertura de 24
processos de sindicncias b) Multas no valor de R$
31.439 mil entre maio de 2005 e janeiro de 2006
c) Trs funcionrios demitidos por justa causa
d) reestruturao administrativa em vrias instncias
e) adoo de novos procedimentos na poltica de patrocnio
f) nova licitao para contratao de agncias de publicidade
g ) reformulao da RPN
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Banco do Brasil A) realizao de auditoria
que apontou diversas irregularidades
B) extino do Fundo VISANET
C) suspenso do servio de publicidade
D) resciso de contrato com a DNA
E) reviso do processo licitatrio e nova licitao para contratao
de agncias de publicidade
F) criao do ncleo de pagadoria
G) parametrizao de preos de aes culturais
H) reestruturao da Diretoria de Marketing
I) criao do ncleo de preos e fornecedores
J) institucionalizao do Plano Anual de Comunicao
Receita Federal Abertura de 40 procedimentos fiscais relativos a
pessoas e empresas investigadas pela CPMI dos Correios
COAF Relatrio que aponta movimentao suspeita em contas
relacionadas ao Sr. Jos Eduardo Mendona no Exterior
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AUTORIDADES AFASTADAS/PROCESSADAS EM DECORRNCIA DO EPISDIO