Raul de Leoni Ramos (Petrópolis RJ, 1895 - Itaipava RJ, 1926) ormou-se !a"#arel em $i%n"ias Jur&di"as e 'o"iais pela a"uldade Livre de ireito do Rio de Janeiro em 1916J* atuava, desde 191+, "omo "olaorador das revistas on-one Para .odos, e do Jornal do !rasil, Jornal do $om/r"io, 0 Jornal e 0 iamante dos esportes, ven"eu provas de ata34o e Remo pelo $lue I"ara&oi memro do "orpo diplom*ti"o rasileiro e serviu em ontevid/u (ru7uai), em 1918'eu primeiro livro de poe sia, 0de a um Poeta orto, oi puli" ado em 1919m 1922 oi lan3ado Lu: editerr;nea, <ue teve nova edi34o em 1928ma antolo7ia de seus poemas, .re"#os s"ol#idos, oi puli"ada em 1961Rau l de Leoni / "onsiderado por al7u ns "r&ti"os poeta neoparnas iano, e por outros simolistam sua ora, situada em momento de mudan3as no panorama est/ti"o rasileiro e mundial, #* elementos <ue podem ser rela"ionados ao parnasianismo, "omo o 7osto pela des"ri34o n&tida, em versos luminosos e plenos de paisa7ens 7re7as, lorentinas, pa74s'eus =ltimos poemas, entretanto, em <ue se desta"am as astra3>es ilosói"as, apresentam modula34o simolista'$I.0?0R .1895 - Petrópolis RJ - @A de outuro 1926 - Itaipava RJ - 21 de novemro L0$I' BI?BIC' 19A@?192@ - Rio de Janeiro RJ 191@?191+ - In7laterra, ran3a, It*lia, span#a e Portu7al - Bia7e m 1918 - ontevid/u (ru7uai) 192@?1926 - $orreias e Itaipava RJ - .ratamento de sa=de (tuer"ulose) BIILIRilia34oD $arolino de Leoni Ramos, ministro do 'upremo .riunal, e u7usta Bilaoim Ramos 1921 - Petrópolis RJ - $asamento "om Rut# 'oares Couv%a 0REF0 $onviv%n"ia "om i $aval"anti, Rieiro $outo, Rodri7o elo ran"o de ndrade, '/r7io !uar<ue de Golanda 19A@ - Rio de Janeiro RJ - Prim*rio e se"und*rio no $ol/7io &lio 191A"- Petrópolis RJ - Interno no $ol/7io '4o Bi"ente
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ormou-se !a"#arel em $i%n"ias Jur&di"as e 'o"iais pela a"uldade Livre de ireito do Rio de Janeiro
em 1916 J* atuava, desde 191+, "omo "olaorador das revistas on-on e Para .odos, e do Jornal do!rasil, Jornal do $om/r"io, 0 Jornal e 0 ia mante dos esportes, ven"eu provas de ata34o e Remo pelo $lue I"ara& oi memro do "orpo diplom*ti"o rasileiro e serviu em ontevid/u (ru7uai), em1918 'eu primeiro livro de poesia, 0de a um Poeta orto, oi puli"ado em 1919 m 1922 oi lan3adoLu: editerr;nea, <ue teve nova edi34o em 1928 ma antolo7ia de seus poemas, .re"#os s"ol#idos,oi puli"ada em 1961 Raul de Leoni / "onsiderado por al7uns "r&ti"os poeta neoparnasiano, e por outrossimolista m sua ora, situada em momento de mudan3as no panorama est/ti"o rasileiro e mundial, #*elementos <ue podem ser rela"ionados ao parnasianismo, "omo o 7osto pela des"ri34o n&tida, em versosluminosos e plenos de paisa7ens 7re7as, lorentinas, pa74s 'eus =ltimos poemas, entretanto, em <ue sedesta"am as astra3>es ilosói"as, apresentam modula34o simolista
'$I.0?0R.
1895 - Petrópolis RJ - @A de outuro
1926 - Itaipava RJ - 21 de novemro
L0$I' BI?BIC'
19A@?192@ - Rio de Janeiro RJ
191@?191+ - In7laterra, ran3a, It*lia, span#a e Portu7al - Bia7em
1918 - ontevid/u (ru7uai)
192@?1926 - $orreias e Itaipava RJ - .ratamento de sa=de (tuer"ulose)
BI ILIR
ilia34oD $arolino de Leoni Ramos, ministro do 'upremo .riunal, e u7usta Bilaoim Ramos
1912?1916 - Rio de Janeiro RJ - !a"#arel em $i%n"ias Jur&di"as e 'o"iais pela a"uldade Livre de ireitodo Rio de Janeiro
.IBI' LI.RHRI'?$L.RI'
191+?1922 - Rio de Janeiro RJ - $olaorador das revistas on-on e Para .odos, do Jornal do !rasil,Jornal do $om/r"io, 0 Jornal e 0 ia
.IBI' '0$I0P0L.I$'
1916 - iterói RJ - eputado na sseml/ia luminense
1918 - ontevid/u (ru7uai) - emro do "orpo diplom*ti"o rasileiro durante tr%s meses
0.R' .IBI'
1915" - Rio de Janeiro RJ - tleta, ven"edor de provas de ata34o e Remo pelo $lue I"ara&
192@" - Rio de Janeiro RJ - Inspetor de uma "ompan#ia de se7uros
G0C' P'.'
19++ - '4o Paulo 'P - ome de rua na Bila onumento
19K9 - '4o Paulo 'P - ome de s"ola uni"ipal de Primeiro Crau na Pedra !ran"a (Gorto lorestal)
0BI.0' LI.RHRI0'
189@?1922 - 'imolismo
LI.R' $R.I$'
'e #avia entre nós um poeta de esp&rito "l*ssi"o, "erto seria este, pelas proposi3>es "laras e "on"isas, pelas ima7ens puras e n&tidas, pelo e<uil&rio ormal dos seus poemas, tanto <uanto pela rara "apa"idade para a eMpress4o de id/ias astratas era admir*vel o ri7or ló7i"o "om <ue nos seus versos sedesenvolvia o pensamento, animado pelo No7o pre"iso das ima7ens Paul Bal/rO notou nos es"ritoresrom;nti"os uma depress4o nas <ualidades astratas do estilo e uma esp/"ie de ren=n"ia estran#a aosmeios e poten"ialidades <ue a arte liter*ria pode tirar da opera34o do pensamento m Raul de Leoni n4ose oserva a<uela depress4o nem a<uela ren=n"ia o "ontr*rioD nun"a sa"rii"ou ele:a, ao pitores"o ou raridade da eMpress4o a 7eometria pre"isa das id/ias () Para Raul de Leoni, entretanto, as id/iasrepresentam seres vivos as aventuras de "ada uma delas, / <ue eMtrai a poesia, "omo os /pi"os aeMtra&am dos episódios da "arreira dos #eróis le oi entre nós, e o oi "om sin7ular 7rande:a, o =ni"o
poeta de emo34o puramente ilosói"a
ndrade, Rodri7o elo ran"o de, pre Q1928 InD Leoni, Raul de Lu: mediter;nea 1Aed p1A, p12
oi Raul de Leoni um esp&rito "laro e *ti"o <ue amava a vida, o sol, a serenidade das elas "oisas Cr/"ia da de"ad%n"ia, "om o seu pa7anismo, e loren3a - vi"iosa e virtuosa, "om a sedu34o de seus"rimes e mist/rios, eram os lu7ares para onde se voltava seu pensamento, em <ue n4o en"ontravamresson;n"ia os atos passados sua volta, N* <ue o "omparava a uma vel#a "idade 7re7a emeida das"ivili:a3>es mediterr;neas, "idade de ironia e de ele:a, situada - di: num el&ssimo verso - na dora
a:ul de um 7olo pensativo vida de todo dia n4o l#e mar"ou os poemas, oservou Rieiro $outo,notando <ue sua poesia oi toda "riada num mundo espe"ial de astra3>es ilosói"as ou de "oisasevo"adas .emperamento irSni"o, "apa: de surpreender o lado sutil de todas as "oisas, amava a
perei34o, as palavras "antantes, a m=si"a dos ritmos ril#antes 'eus versos vivem mais da inteli7%n"ia<ue da emo34o, da id/ia <ue do sentimento, pois a"ima de tudo sentia esse poeta o pra:er sutil do
pensamento a serena ele7;n"ia das id/ias
Por isso mesmo / <ue n4o #* eMa7eros ou entusiasmos em seus poemas, onde tudo / eMato e pereitoDritmos, rimas, o desenvolvimento da id/ia
Cóes, ernando Q196A Raul de Leoni Ramos InD TTT Panorama da poesia rasileiraD o pr/-modernismo
v5, p@+5
!otao7o Praia - uito representa na paisa7em "ario"a a enseada de !otao7o 0rnamenta as 7ravurasde eret Pela sin7ularidade de seu "orte deli"ia os ol#os dos pintores () Raul de Leoni "amin#ava"omi7o do lamen7o a !otao7o, sent*vamos num an"o da Praia onde ele re"itava-me seus sonetoseitos de sol e amor
i $aval"anti Q196+ 7enda de "ertas ruas "ario"as InD TTT Reminis"%n"ias l&ri"as de um pereito"ario"a p89
0.' P'UI'
!IR, anuel Raul de Leoni InD TTT Poesia e prosa Rio de JaneiroD J 7uilar, 1958 v2, p186-189, p126@-1265
I $BL$.I 7enda de "ertas ruas "ario"as InD TTT Reminis"%n"ias l&ri"as de um pereito"ario"a Il do autor Rio de JaneiroD $ivili:a34o !rasileira, 196+ p89
C', ernando Raul de Leoni Ramos InD TTT Panorama da poesia rasileiraD o pr/-modernismo Riode JaneiroD $ivili:a34o !rasileira, 196A v5, p@+5-@62
CRI$0, 7ripino Lu: mediterr;nea InD TTT Bivos e mortos 2ed rev Rio de JaneiroD J 0lOmpio,19+K p16@-1K2 (0ras "ompletas de 7ripino Crie"o, 1)
L0I, Raul de Lu: mediterr;nea Pre Rodri7o elo ran"o de ndrade 1Aed '4o PauloD Livrartins, 1959
0I'V', $arlos elipe Poesia ilosói"aD Raul de Leoni InD TTT Poesia e realidadeD ensaios a"er"a de poesia rasileira e portu7uesa '4o PauloD $ultriMD 'e"retaria da $ultura, $i%n"ia e .e"nolo7ia do stadode '4o Paulo, 19KK p11K-122
RI$W, ndrade Raul de Leoni InD TTT Panorama do movimento simolista rasileiro !ras&liaD IL,19K@ v2, p1122-1128
0!R' TTTTTTTTTT
Livros de poesia
1919 - 0de a um Poet1922 - Lu: editerr;1928 - Lu: editerr;1961 - .re"#os s"ol
Poemas
rtista$i7anos$ristianismoe um antasmae"ad%n"iaIroniaPara a Berti7emPórti"oPudornidade
BR .!V TTTTTTTTTTTT
ovimento Liter*rio
'imolismo
$opOri7#t X Instituto Ita= $ultural$an34o de todos
uas almas deves terV um "onsel#o dos mais s*iosYma, no undo do 'er,0utra, oiando nos l*ios
ma, para os "ir"unstantes,'olta nas palavras nuasUue inutilmente proeres,ntre sorrisos e a"enosD
alma vol=vel da ruas,Uue a 7ente mostra aos passantes,Lar7a nas m4os das mul#eres,7ita nos torvelin#os,istriui pelos "amin#os 7asta sem mais nem menos,
as estradas erradias,
Pelas #oras, pelos dias
lma anSnima e usual,Lon7e do !em e do al,Uue n4o / m* nem / oa,as, simplesmente, ilusória,
H7il, sutil, dilu&da,oeda alsa da Bida,
Uue vale só por<ue soa,Uue "ompra os #omens e a 7lória a vaidade <ue reoalma <ue se en"#e e transorda,Uue n4o tem por<u% nem <uando,Uue n4o pensa e n4o re"orda,
4o ama, n4o "r%, n4o sente,as vai vivendo e passando
o turil#4o da torrente,.rav/s intrin"adas teias,'em pra:eres e sem m*7oasu7itiva "omo as *7uas,In7rata "omo as areias
lma <ue passa entre apodos0u entre ara3os, sorrindo,Uue vem e vai, vai e vem,Uue tu emprestas a todos,as n4o perten"e a nin7u/m'alamandra urta-"or,
Uue muda ao menor rumor as ol#as pelas devesasYlma <ue nun"a se eMprime,Uue / uma "aiMa de surpresas
as m4os dos #omens prudentesYlma <ue / talve: um "rime,as <ue / uma 7rande deesa
outra alma, p/rola rara,entro da "on"#a tran<Zila,
Prounda, eterna e t4o "araUue pou"os podem possu&-la,V alma <ue nas entran#asa tua vida murmura
lma prounda e somria,Uue ao e"#ar-se "ada dia,'o o sil%n"io e"undoas #oras 7raves e "almas,.e ensina a ilosoiaUue des"oriu pelo mundo,Uue aprendeu nas outras almas
uas almas t4o diversas$omo o poente das aurorasDma, <ue passa nas #orasY0utra, <ue i"a no tempo
rtista
Por um destino a"ima do teu 'er,.ens <ue us"ar nas "oisas in"ons"ientesm sentido #armonioso, o alto pra:er Uue se es"onde entre as ormas aparentes
'empre o a"#as, mas ao t%-lo em teu poder em no p>es na tua alma, nem no sentes a tua vida, e o levas, sem saer,o son#o de outras almas dierentes
Bives #umilde e inda ao morrer i7noras0 Ideal <ue a"#aste (In7ratid4o das musas)as n4o a: mal, meu SmiM ino"enteD
ia na primavera, entre as amoras tua seda de ouro, <ue nem usasas <ue a: tanto em a tanta 7ente
Puli"ado no livro Lu: editerr;nea (1922) Poema inte7rante da s/rie eli"idade
InD L0I, Raul de Lu: mediterr;nea Pre Rodri7o ello ran"o de ndrade 1Aed '4o PauloD Livartins, 1959
BeNa este site l* v" en"ontra as poesias dele#ttpD??[[[itau"ulturalor7r?apli"eMternas?en"i"lopedia?poesia?indeM"m\usea"tion]etal#e^$TBerete]629_.opo
Prosa ^ Berso, 1+A+2AA1Pólos da poesia
$astro lves oi uma or3a retóri"a da nature:a, imposs&vel de dis"iplinar e "onter nos moldes ri7orososdas artes po/ti"as utor de muitos dos mais elos versos da l&n7ua (al7uns deles in"orporados parasempre memória "oletiva) e de ul7urantes ra7mentos de poesia no interior dos poemas, tornaram-se
proveriais os seus desleiMos de metrii"a34o ("omo a s&n"ope sil*i"a nas palavras <ue eM"ediam amedida (s/"`lo, "`roa, et"), al/m do vo"aul*rio antasista (e<uadores, ininitos), a re<Zente pore:aintele"tual, as solu3>es de a"ilidade, as rimas impereitas, tudo em lar7a medida "ompensado (ou
perdoado) pelo vi7or triun&"io, pela indi7na34o "&vi"a, pelo empen#o proundo nos ideais de Nusti3aso"ial (spumas lutuantes ^ 0s es"ravos Int, or7 e iMa34o de teMto Lui: antas?Palo 'impson '4oPauloD artins ontes, 2AAA)
sse /, apesar de tudo, um dos pólos de nossa sensiilidade, eletri"idade positiva <ue repele, no outro pólo, a emo34o "ontida, o traal#o art&sti"o "omo eMpress4o do e<uil&rio espiritual, do sentimento"l*ssi"o de ele:a, viva per"ep34o da poesia "omo arte, sem eM"luir o "ontin7ente intr&nse"o de artesanatoe da tradi34o liter*ria, no sentido orte da palavra sta / a poesia apol&nea, por oposi34o aos eM"essos ouao uror dionis&a"o, a medita34o sore o destino em a"e dos arrouos e dos dis"ursos em pra3a p=li"a Vo pólo em <ue se situa, por eMemplo, o le7end*rio Raul de Leoni, a7ora redes"oerto e revalori:ado (Lu:mediterr;nea e outros poemas 0r7, Int e notas Pedro LOra RioD .opoos, 2AAA)
lu: mediterr;nea, lu: de vel#as "ivili:a3>es "l*ssi"as, em "ontraste "om as reverera3>es do sol tropi"alno novo mundo, estaele"e as dieren3as, por assim di:er &si"as, das duas inspira3>es, mas eMiste entreelas a "uriosa simetria <ue situa os poetas nas ronteiras de duas idades liter*rias ou mentais, em duas
diver7entes vis>es do mundoD $astro lves na terra de nin7u/m <ue separava o romantismo, de um lado,e o realismo de outro, en<uanto Raul de Leoni viveu na ronteira do Parnaso <ue se eMtin7uia em a"e domodernismo <ue se anun"iava
0 livro deste =ltimo N* nas"eu anti7o, es"reveu LeOla Perrone-ois/s <uando se "omemorou o"enten*rio de seu nas"imentoD Leoni perten"e <uele per&odo indistinto e e"l/ti"o das primeiras d/"adasdo s/"ulo bb, <ue em poesia tanto pode ser "#amado de neoparnasiano, neo-simolista, "omo de pr/-modernista, "onorme se ol#e para o passado ou para o uturo (In=til poesia e outros ensaios reves'4o PauloD $ompan#ia das Letras, 2AAA)
n<uadramento "om <ue "on"orda Pedro LOra, emora, por paradoMo, "onsidere a inser34o #istóri"aem menos prolem*ti"aY o dado 7era"ional resolveria o prolema, <uando / nele, pre"isamente, <ueo prolema "onsiste e <ual<uer maneira, se7undo pensa, Raul de Leoni, nas"ido eMatamente no pontoideal de en"adeamento das 7era3>es e"adentista e odernista e estreante na ase de as"ens4o dase7unda () ele tanto poderia ser um dos deinidores? ulteriores da e"adista <uanto um dos pre"ursores?introdutores da odernista ssim, estamos todos de a"ordo, por<ue o poeta "ontinua na sua ronteira,assim "omo $astro lves permane"e na dele
0r7ani:ando a nova edi34o de spumas lutuantes ^ 0s es"ravos, Lui: antas e Palo 'impson p>ema %nase, "omo / óvio, na inspira34o so"ial, mas n4o i7noram o momento de transi34o em <ue viveu o
poetaD poesia so"ial de Bi"tor Gu7o N* #avia eito uma temporada por a<ui, "om suas ant&teses
arreatadoras e o pensamento travestido, s ve:es, em 7rande poesia () as o esp&rito rom;nti"o / <uemudava e era, ao mesmo tempo, "apa: de in"orporar os temas pol&ti"os mais imediatos, re"endendo atinta de imprensa, por assim di:er, ao seu "aedal po/ti"o m a"onte"imento "omo a Cuerra do Para7uai,
provavelmente sem tanto relevo antes, vin#a reper"utir n4o só na vo: do orador de triuna, mas na dos próprios poetas, <ue passaram de s=ito ao seu lado
.emos de "on"ordar "om '&lvio Romero, vendo na d/"ada de 18KA o momento em <ue se ini"iou umanova idade em nossa vida intele"tual, "om inevit*veis ou instintivas reper"uss>es renovadoras na "ria34oliter*ria V "onNuntura id%nti"a <ue o"orreu na se7unda d/"ada do s/"ulo bb, de orma <ue dois poetast4o diversos e at/ opostos em inspira34o e temperamento, na verdade rea7iram "omo sismó7raosdesper"eidos de momentos liter*rios pe"uliares
"res"ente-se o pormenor perturador, talve: apenas "oin"idente, de terem morrido Novens etuer"ulosos, "omo "ostumavam morrer os poetas rom;nti"osD $astro lves "om 2+, e Raul de Leoni "om@1 anos mos destinados, por isso mesmo, 7lorii"a34o póstuma, mas em par;metros in"onund&veisD
$astro lves na pra3a p=li"a e nas "onsa7ra3>es ruidosas, Raul de Leoni "omo oNeto de "ulto na pe<uena "apela se"reta de pou"os admiradores(a"#ei este arti7o em D #ttpD??[[[revistaa7ul#anomr?[ilsonmartinsA8A#tml )
LI.R.RLu: editerr;neaD
o releMo urta-"or da poesia
Lui: Con:a7a da 'ilvaestre em Letras pelo $'?J, / proessor de Literatura !rasileira na a"uldade de ilosoia, $i%n"ias eLetras 'anta ar"elina, em uria/-C (lu7osilcterra"omr)
0 eMperiente e sempre inimit*vel anuel !andeira, ao dis"utir os "on"eitos de poesia e verso, em ensaiodo mesmo nome, resultante de "oner%n"ia pronun"iada na $asa do studante do !rasil e puli"ado eme poetas e de poesia, apenso ao Itiner*rio de Pas*r7ada, Livraria '4o Jos/, Rio de Janeiro Q195K,dis"ute de maneira pre"isa in=meros "on"eitos de poesia e, ao im do sustan"ioso traal#o, pondera <ueo a:er po/ti"o n4o / uma rin"adeira in7%nua nem um mero No7o de palavras e <ue, para se atin7ir o
"#amado verso livre (<ue ele es"ulpiu de maneira 7enial a partir do poema Cesso, em 192+, na suater"eira ora Ritmo dissoluto), / ne"ess*rio um esor3o enorme do artistaD
Q !asta di:er <ue no verso-livre o poeta tem "riar o seu ritmo sem auM&lio de ora V "omo o suNeito <uesolto no re"esso da loresta deva a"#ar o seu "amin#o e sem =ssola, sem vo:es <ue de lon7e o orientem,sem os 7r4o:in#os de eiN4o da #istória de Jo4o e aria 'em d=vida n4o "usta nada es"rever um tre"#ode prosa e depois distriu&-lo em lin#as irre7ulares, oede"endo t4o somente s pausas do pensamentoas isso nun"a oi verso-livre 'e osse, <ual<uer pessoa poderia pSr em verso at/ o =ltimo relatório doinist/rio da a:enda ssa en7anosa a"ilidade / "ausa da superpopula34o de poetas <ue inestam a7oraas nossas letras 0 modernismo teve isso de "atastrói"oD tra:endo para a l&n7ua o verso-livre, deu a todomundo a ilus4o de <ue uma s/rie de lin#as desi7uais / um poema ResultadoD #oNe <ual<uer sues"ritur*rio de autar<uia em "rise de dor de "otovelo, <ual<uer rotin#o desiludido do namorado,<ual<uer al:a<uiana desaNustada no seu amiente amiliar se Nul7am #ailitados a "on"orrer "omJoa<uim $ardo:o ou $e"&lia eireles Q
e ato, a proliera34o de poetas, #oNe em dia, "#e7a a ser assustadora G*-os, sem d=vida, e ons$ontudo, ao lado desses le7&timos valores <ue v%m despontando a<ui e ali no "ampo da poesia, vem7rassando, suliminarmente, uma 7era34o in"Smoda de suprodutos po/ti"os de <ualidade dis"ut&vel e devalor med&o"re "om um detal#eD <uanto mais ruins, mais #erm/ti"os os seus representantes
oserva34o eita por !andeira susiste, pois, "om toda a sua or3a e toda a sua eMtens4o m detal#e a
mais releva "omentarD <uando esses pseudopoetas n4o prati"am a insensate: de "#amar de poemas "omversos-livres o aNuntamento "aóti"o de palavras, "olo"am-se em "ampo inteiramente oposto, a prati"ar
indis"riminadamente a atura de sonetos Pro# pudor !ila" se estor"e de dor em seus restos, lerto de0liveira se estil#a3a marmoreamente em mil peda3os, Raimundo $orreia, metodi"amente indi7nado,lan3a-l#es terr&vel ol#ar repleto do mal se"reto da indi7na34o, e ran"is"a J=lia, oendida, o7e emdire34o ao Parnaso, <ual uma "entaura assustada
ima7em pode ser orte, <uase its"# (esse a7rad*vel-<ue-n4o-re"lama-ra"io"&nio, "omo em lemraJos/ Cuil#erme er<uior, em ormalismo e tradi34o moderna) mas / a =ni"a <ue se apli"a
pereitamente neste "aso
talve: seNa pelo ato eMatamente de a poesia se en"ontrar alta de valores mais "onsistentes e, "omo tais,eternos, de a poesia se en"ontrar mer"% de <ual<uer um <ue pensa estar atin7indo plenamente a nossasensiilidade "om seus No7uin#os in"onse<Zentes de palavras, <ue a .opoos lan3ou, em oa #ora, Lu:
mediterr;nea e outros poemas, de Raul de Leoni, em primorosa edi34o or7ani:ada por Pedro LOra, <uetam/m se in"umiu da revis4o t/"ni"a "apa de Bi"tor !ouron, em tom o"re, dis"reto, a iluminar suavemente um detal#e ar<uitetSni"o-es"ultural "l*ssi"o, emoldura de maneira ele7ante e direta o"onte=do mediterr;neo da lu: po/ti"a <ue perpassa pelos poemas leonianos
'"#iller se reeria poesia, "onsiderando-a uma or3a <ue atua al/m e a"ima da "ons"i%n"ia, aludindo<uele mundo do su"ons"iente <ue todos tra:emos dentro de nós e a leitura da ora de Leoni pare"e
"onirmar plenamente esta airma34o!asta-nos lemrar <ue Lu: mediterr;nea oi lan3ada em 1922 e "#e7a a esta 15 edi34o, asolutamentein"ólume e espantosamente atual Per7untar-se-iaD <ual o re"urso de <ue se valeu Raul de Leoni paraestrutur*-la dessa maneira\ Por <ue Lu: mediterr;nea n4o oi massa"rada pela turma dos van7uardistas
paulistas de 22\ t/ <ue ponto a ora em estudo mant/m este lastro de atualidade e de modernidade desdeo seu lan3amento #* K9 anos\
Inda7a3>es "omo estas podem ter orientado Pedro LOra, <uando o eMperimentado proessor universit*riose dispSs a or7ani:ar esta edi34o da ora do poeta petropolitano, ale"ido em Itaipava, RJ, em novemrode 1926, "om apenas @1 anos poesia, em nossos dias, pare"e <ue vem passando por um de seus in=meros momentos de "rise, a <ue
esteve sempre eMposta, de <ue sempre oi v&tima, es"apando, "ontudo, revi7orada desses ata<uesest/ti"os 0 <ue se v%, espal#ado em revistas e Nornais, s4o arremedos in"onse<Zentes de tentativas
po/ti"as, todas elas ra"as e alsas, a nos lemrar o sempre admirado !ila" em sua inve"tiva no Proiss4ode /D
Ber esta l&n7ua, <ue "ultivo,'em ourop/is,irrada ao #*lito no"ivoos ini/is
ote-se <ue nun"a esmore"eu, após o movimento modernista, o ape7o e o respeito demonstrados pelosmaiores da poesia rasileira ao verso metrii"ado, s rimas pereitas, ao "ultivo do soneto mrummond, um !andeira, um Jo4o $aral, um Bini"ius de oraes est4o a& para "onirmar
Lu: mediterr;nea, nesta 15 edi34o, sur7e eMatamente "omo um arol para reiluminar e talve: reorientar os "amin#os da poesia, a im de <ue os verdadeiros poetas, meio perdidos no "aos estressante de
produ3>es med&o"res, reen"ontrem os atal#os <ue os "ondu:ir4o ao lavor art&sti"o e s produ3>es dedensidade po/ti"a "omprovadaLeoni, apesar de "onstantemente reeditado, andou meio es<ue"ido, nos =ltimos anos .opoos, naorel#a de apresenta34o do livro, atenta para isso e reedita a produ34o leoniana para fuma vis4o "r&ti"amais aproundada de sua orag
0 or7ani:ador, Pedro LOra, estrutura seu traal#o de maneira astante "oerente e oNetivaD "ome3a por situar o poeta em sua 7era34o, analisa-l#e os dados ormadores do pensamento, disse"a a rela34o (instintoM id/ia) estruturante da ar7umenta34o, verii"a-l#e a atitude em a"e do odernismo nas"ente, entreoutros detal#es, a partir de uma ri7orosa revis4o teMtual
0 <ue resulta disso tudo / uma a7rad*vel leitura, após a <ual o leitor N* n4o / mais o mesmo <ue a ini"ioustran#a "oni7ura34o esta G* livros <ue lemos e de <ue nos deslemramos minutos após G* oras <uese l%em e mar"a al7uma deiMam em nosso esp&rito 0utras #*, "ontudo, <ue promovem uma intensa emar"ante eMperi%n"ia de vida, de <ue nun"a nos es<ue"emos Lu: mediterr;nea est* nesse =ltimo "aso
'"#iller di:ia <ue fa poesia / uma or3a <ue atua al/m e a"ima da "ons"i%n"iag, ponto de vista tam/msustentado por anuel !andeira, <ue a"res"entaD fa poesia seria ent4o a ponte entre o su"ons"iente do poeta e o su"ons"iente do leitorg stes prin"&pios se apli"am "omo uma luva poesia de Leoni <ue"#e7a at/ nossa sensiilidade eMatamente atrav/s de Lu: mediterr;nea
um pre*"io re"#eado de ar7umentos pre"isos e de "onsidera3>es est/ti"as de alt&ssimo n&vel, de sua própria lavra, intitulado fm instintivismo #edonistag, LOra a"res"enta uma ele7ia "omposta por Rieiro$outo, em .riestre, na It*lia, uma lon7a nota sore as edi3>es N* lan3adas da ora e o teMto, uma"ronolo7ia da vida e da ora de Leoni em "omo, num ap%ndi"e, estudos e "onsidera3>es "r&ti"as deRodri7o elo ran"o de ndrade, ssis !rasil, ranlin de 0liveira e ernando PO, a <ue se se7ue uma
ilio7raia tanto <uanto poss&vel atuali:ada de e sore o autor
0 "erto / <ue urtar-se (re)leitura dos poemas de Lu: mediterr;nea, numa /po"a de "on#e"imentos7loali:ados e de vis4o ra7ment*ria de um mundo em "onvuls4o /, no m&nimo, uma insensate: 0"onta"to "om o mundo po/ti"o da ora tra: a <ual<uer um o ne"ess*rio momento de releM4o a <ue nostemos de sumeter nesses nossos dias t4o "onusos
$ostuma-se di:er <ue a poesia de Leoni / de an7=stia meta&si"a e demanda um enorme esor3o de"ompreens4o da mensa7em <ue "arre7a ada mais also V, antes um eMer"&"io do esp&rito, um es7rimir de id/ias, "laramente "ompostas e or7ani:adas num mosai"o po/ti"o em <ue as "ores n4o se "onundemnem se a7ridemD simplesmente se estruturam #armoni"amente
Leoni oi um esteta, antes de mais nada mou o ritmo, a plasti"idade do poema, a #armonia da palavra,"omo uma eMpress4o luente, "*lida, virtuos&sti"a, "uidada e eivada, a<ui e ali, de uma adNetiva34o dere"on#e"ido valor est/ti"o
4o / latente o pensamento ilosói"o <ue eMp>e ao lon7o de seus versos a verdade, este pensamento /eMpl&"ito, evidente, e ante"ede, por assim di:er, o liter*rio, #avendo, ent4o, o a"oplamento dessa tend%n"iailosói"a de ase meta&si"a "om a orma pereita em <ue se en7asta
"#e7ado s ideolo7ias "laras e espont;neas <ue l#e v%m da Renas"en3a <ue "ultua e ama, nun"a seentre7a ao eMtrava:amento va:io dos rom;nti"os derramadosli*s, em pleno s/"ulo bbI, nota-se o "onte=do do eterno a ressumar de seus versos Raul de Leoni n4ose "onsidera ultrapassado, "omo "onessa em Pórti"o, poema <ue are a "olet;neaD
Revendo-se num s/"ulo sumerso,eu pensamento, sempre muito #umano,V uma "idade 7re7a de"adente,() o mais suave "rep=s"ulo das "ousas
0 eMame atento e per"eptivo dos poemas <ue eneiMam o "onNunto po/ti"o de Lu: mediterr;nea propor"ionar* ao leitor um dos mais 7ratii"antes eMer"&"ios de "ultura e de reinamento intele"tual,a7u3ando o pro"esso de auto"on#e"imento e de mer7ul#o nos 7randes temas ar<uet&pi"os do #umano
Leoni propor"iona releM>es e medita3>es de apurada import;n"ia aos <ue us"am respostas mais oumenos imediatas para os 7randes prolemas <ue nos assaltaram no inal do s/"ulo bb e permane"em,ainda, insti7antes neste in&"io do s/"ulo bbI stamos a viver "ada ve: mais in<uietantemente o peso daindieren3a s "oisas do !elo e da Garmonia em avor da de"omposi34o dos valores est/ti"os <ue sempreinormaram as mais l&dimas maniesta3>es do e<uil&rio art&sti"o propósito disso, "ae trans"rever umde seus mais "ontundentes sonetos a respeito dessa indieren3a, "omo se osse um sinal de alerta nossaalta de sensiilidade no "ampo da arteD
L' RI'lmas desoladoramente rias
de uma aride: trist&ssima de areia,nelas n4o vin7am essas suaves poesias<ue a alma das "ousas, ao passar, semeia
'ei de tudo e h o# trist&ssima ironia h Pelo "amin#o eterno por <ue vou,u, <ue sei tudo, só n4o sei <uem sou
BLG .Rj
.udo <ue a vel#a ature:a 7eraBai sempre rumo do mel#or uturoYla e"unda "om o ;nimo se7uroe <uem muito medita e deliera
0 seu 7%nio de artista mais se esmera a teoria sutil do "laro-es"uro,$om <ue eMalta a verdade mais austera,risando em tudo o s&molo mais puro
'ó a: o au e o Gediondo para eeito
e proNetar mais lon7e e sem nuan"e alma "#eia de lu: do <ue / pereito,
$omo "avou o ismo nas entran#as,Para dar mais relevo e mais al"an"e soera estatura das montan#as
CI
as"emos um para o outro, dessa ar7ilae <ue s4o eitas as "riaturas rarasY.ens le7endas pa74s nas "arnes "laras eu ten#o a alma dos aunos na pupila
s ele:as #erói"as te "omparas em mim a lu: ol&mpi"a "intilaCritam em nós todas as nores tarasa<uela Cr/"ia espl%ndida e tran<Zila
V tanta a 7lória <ue nos en"amin#a
m nosso amor de sele34o, proundo,Uue (ou3o ao lon7e o or*"ulo de l%usis),
'e um dia eu osse teu e osses min#a,0 nosso amor "on"eeria um mundo, do teu ventre nas"eriam deuses
Raul de Leoni Ramos (Petrópolis RJ 1895-1926)
'e deini $e"&lia eireles "omo rain#a da reti"%n"ia, posso deinir Leoni "omo rei das "ousas, tal a
insist%n"ia "om <ue usa "ousas, al/m de in7enuidade, para deinir sua va7a e in7%nua ilosoia das"oisas, s ve:es diri7indo-se ao leitor num tom pretensamente a"onsel#ador, por/m sem a a7ude:a lapidar dum !astos .i7re mora ale muito de almas, n4o d* para ser "lassii"ado de simolistaY emora resvaleo "ientii"ismo, n4o tem a "ontund%n"ia teratoló7i"a dum u7usto dos nNos (a <uem se assemel#a pela
ora =ni"a e irrotul*vel) ma "oisa / "ertaD Leoni traal#a ma7istralmente o soneto e manipula asima7ens "om desenvoltura rara, ra:4o pela <ual seu livro Lj I.RR n4o passoudesper"eido mesmo tendo sa&do simultaneamente ao modernismo $onsidero, por motivos pessoais, suaora-prima o soneto es"oniando, ao <ual n4o pude deiMar de repli"ar "om o an"omunadoD #ttpD??pa7inasterra"omr?arte?Pop!oM?sonetario?leoni#tm