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4. Descrio e interpretao da actividade
cognoscitivaConhecimento
Descrio
Interpretao
Perspectiva fenomenolgica
Perspectiva gnosiolgica
Processo de apreenso
Produto da apreenso
Teorias explicativas
Realismo O que conhecer? Quanto natureza Idealismo
Empirismo Elementos que intervm Imagem ou representao Quanto
origem
Racionalismo
Momentos principais
Apriorismo
Dogmatismo Quanto possibilidade
Cepticismo
Aspectos essenciais do acto de conhecer
Criticismo
O conhecimento como problema fundamental da filosofia
UM OUTRO OLHAR SOBRE O MUNDO GUIA DO PROFESSOR
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Contedos programticosEstrutura do acto de conhecer
A complexidade do conhecimento Conhecimento como processo e como
produto Descrio e interpretao do conhecimentoDescrio fenomenolgica
do acto de conhecer Anlise comparativa de duas teorias explicativas
do conhecimento (opo por duas teorias em confronto) Natureza ou
essncia do conhecimento
Realismo IdealismoOrigem ou fonte do conhecimento
Empirismo Racionalismo ApriorismoPossibilidade, valor e limites
do conhecimento
Dogmatismo Cepticismo Criticismo
Objectivos especficosO que o aluno dever ser capaz de fazer no
final deste captulo:
1. Distinguir conhecimento como processo de conhecimento como
produto. 2. Distinguir descrio e interpretao do conhecimento. 3.
Identificar os elementos que intervm no conhecimento. 4.
Caracterizar a relao estabelecida no acto de conhecer entre sujeito
e objecto. 5. Diferenciar os papis do sujeito e do objecto no acto
cognitivo. 6. Explicar em que consiste a representao ou imagem. 7.
Enunciar os principais problemas gnosiolgicos.
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UM OUTRO OLHAR SOBRE O MUNDO GUIA DO PROFESSOR
8. Enumerar as teorias que tratam cada um destes problemas. A
partir daqui, o aluno ter que seleccionar os objectivos em funo das
teorias que estudar 9. Apresentar a tese fundamental do realismo.
10. Distinguir realismo ingnuo de realismo crtico. 11. Apresentar a
tese fundamental do idealismo. 12. Caracterizar o idealismo de
Berkeley. 13. Diferenciar fenmeno de nmeno, na perspectiva de Kant.
14. Caracterizar o idealismo de Kant. 15. Apresentar a tese
fundamental do empirismo. 16. Caracterizar o empirismo de John
Locke. 17. Caracterizar o empirismo de David Hume. 18. Apresentar a
tese fundamental do racionalismo. 19. Caracterizar o racionalismo
platnico. 20. Caracterizar o racionalismo cartesiano. 21.
Distinguir racionalismo imanente de racionalismo transcendente. 22.
Caracterizar o apriorismo kantiano. 23. Mostrar como que Kant
supera a dicotomia empirismo-racionalismo. 24. Apresentar a tese
fundamental do dogmatismo. 25. Explicar como o racionalismo se
aproxima do dogmatismo. 26. Apresentar a tese fundamental do
cepticismo. 27. Enumerar as razes que levam os cpticos a duvidar
sistematicamente das coisas. 28. Definir ataraxia. 29. Explicar
como que o empirismo se aproxima do cepticismo. 30. Mostrar como
que o criticismo de Kant supera o antagonismo entre dogmatismo e
cepticismo.
UM OUTRO OLHAR SOBRE O MUNDO GUIA DO PROFESSOR
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Sugestes de resposta ao Questionrio1. Que diferena h entre
conhecimento como processo e conhecimento como produto?
Conhecimento como processo um acto intelectual pelo qual um sujeito
apreende ou representa um objecto. Conhecimento como produto o
resultado desse acto ou processo. As representaes ou imagens, os
conceitos, as teorias, os saberes que possumos so produtos
disponveis para serem utilizados quando necessrio. Mas, para
dispormos deles, foi necessrio adquiri-los por actos intelectuais
que tivemos de realizar. 2. O que significa fazer a anlise
fenomenolgica do conhecimento? Fazer a anlise fenomenolgica do
conhecimento significa: 1 Debruarmo-nos sobre o conhecimento em si
mesmo, ultrapassando as contingncias de quem conhece, o que
conhece, para que conhece. 2 Descrever com objectividade o que se
passa no acto de conhecer, referindo os seus aspectos essenciais,
ou seja, aqueles cuja ausncia inviabiliza o conhecimento. 3.
Analise o acto de conhecer segundo a perspectiva fenomenolgica.
Conhecer o acto pelo qual um sujeito cognoscente apreende um
objecto de conhecimento. Sujeito e objecto so os elementos
essenciais do conhecimento, consistindo este na relao que se
estabelece entre ambos. Esta relao recproca, mas incapaz de
desfazer a oposio que h entre aqueles elementos, em virtude da
diferena nos papis que desempenham: o sujeito activo conhece o
objecto; o objecto passivo conhecido pelo sujeito. O conhecimento
processa-se em trs momentos: 1 O sujeito desprende-se de si e
investe no objecto para o conhecer. 2 O sujeito est fora de si a
apreender as qualidades do objecto. 3 O sujeito regressa a si para
introduzir na sua esfera as qualidades apreendidas. Estas no entram
no sujeito, no sentido fsico do termo, mas sob a forma de imagem ou
representao. Com o conhecimento, o objecto no alterado, mas sim o
sujeito que se enriquece, passando a dispor de mais contedos de
conscincia, isto , de uma nova imagem. 4. O que se entende por
representao ou imagem? Representao ou imagem o resultado do acto de
conhecer. A representao teatral, por mais comovente ou hilariante
que seja, no real, mas uma recriao ou duplo do que se passa na
vida. Tambm no que se refere ao conhecimento, a imagem no a
realidade propriamente dita, mas a sua representao no palco da
conscincia. 5. Quais os problemas com que a gnosiologia se depara?
A gnosiologia, enquanto reflexo crtica sobre o conhecimento,
pretende fundament-lo. Neste esforo de fundamentao levanta-se o
problema de saber se conhecemos propriamente as coisas ou as suas
representaes problema da natureza ou essncia do conhecimento.
Procura-se tambm determinar se conhecemos com os sentidos, com a
razo ou com ambos problema da origem ou fonte do conhecimento.
Procura-se ainda investigar no sentido de saber se podemos conhecer
com verdade alguma coisa e, em caso afirmativo, at onde podemos
fazer uso das nossas capacidades cognitivas problema da
possibilidade, valor e limites do conhecimento. 6. Quais as teorias
que pretendem resolver cada um desses problemas? Quanto ao problema
da natureza do conhecimento, duas teorias se confrontam: realismo e
idealismo. Em relao ao problema da origem, h duas teorias em
oposio: o empirismo e o racionalismo, suplantadas pelo apriorismo.
Para o problema da possibilidade, o dogmatismo e o cepticismo
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UM OUTRO OLHAR SOBRE O MUNDO GUIA DO PROFESSOR
defendem ideias contrrias, surgindo o criticismo a solucionar o
antagonismo. 7. Que diferena h entre realismo ingnuo e realismo
crtico? O realismo ingnuo, prprio do homem comum, corresponde
atitude natural do esprito humano que a de aceitar como existente
aquilo que o rodeia e de acreditar que o conhece tal como . O
realismo crtico j uma posio filosfica que pressupe a dvida em relao
ao que conhecemos e admite a possibilidade de a realidade no ser
tal e qual como nos aparece, em virtude de elementos do sujeito que
interferem no conhecimento. O realismo sempre uma posio que defende
que se conhece a realidade, mas, enquanto a relao entre o
conhecimento e a realidade de identidade no realismo ingnuo, de
simples correspondncia no realismo crtico. 8. Quais os conceitos
centrais do idealismo? A tese central do idealismo consiste em
sustentar que no temos acesso realidade em si mesma, limitando-nos
a conhecer as ideias ou concepes que fazemos da realidade. Segundo
os idealistas, o conhecimento uma relao entre o sujeito e as
imagens que circulam no palco da conscincia. 9. Como que se coloca
Berkeley face ao problema da natureza do conhecimento? Berkeley
idealista, defendendo que nada sabemos acerca da realidade,
contentando-nos com as sensaes. Estas so reais, mas aquilo que as
provoca desconhecido, sendo negado por Berkeley. A frase deste
pensador ser ser percepcionado condensa a sua concepo de que o que
existe so as sensaes ou ideias, nada se podendo dizer sobre aquilo
que as provoca. 10. Como que Kant distingue nmeno e fenmeno? Kant
distingue dois aspectos nas coisas: o que elas so e como nos
aparecem. O primeiro
aspecto o nmeno, que se refere realidade em si mesma,
independentemente do sujeito e de qualquer conhecimento que possa
ter a seu respeito. O segundo aspecto o fenmeno e refere-se
realidade para o sujeito, realidade conhecida, quilo que resulta da
realidade, depois de atravessar as grelhas da sensibilidade e do
entendimento. 11. O que caracteriza o idealismo kantiano? O
idealismo kantiano conhecido por idealismo fenomenista, em virtude
do relevo assumido pelo fenmeno. Como todos os idealistas, Kant
considera que o homem no conhece a realidade em si mesma nmeno ,
mas a sua manifestao, ou o modo como aparece ao sujeito fenmeno. Em
virtude de no poder haver conhecimento sem matria e forma, o
sujeito tem que estar sempre presente, exercendo uma dupla aco
condicionadora. Em primeiro lugar, s captado, do nmeno, aquilo que
cabe na sensibilidade, a qual se exerce num dado espao e num dado
tempo. Em segundo lugar, o que captado pela sensibilidade vai ser
interpretado pelas categorias do entendimento que efectuam uma
segunda organizao. A ideia ou fenmeno o resultado da aco destas
duas capacidades, pelo que o que nos chega conscincia o fenmeno,
nada sabendo e nada podendo dizer do nmeno, a no ser que existe.
12. Refira as ideias bsicas da tese empirista. O empirismo sustenta
que todos os nossos conhecimentos provm da experincia. Ao nascer, o
esprito como uma folha de papel em branco onde nada vem escrito,
mas em que a experincia ir imprimir-se. As impresses nela deixadas
so as ideias que resultam directa e imediatamente das vrias
percepes que vamos tendo ao longo da vida. 13. Como se situa Locke
face ao problema da origem do conhecimento? Locke empirista, o que
o leva a apontar a experincia como fonte das ideias. seu o
UM OUTRO OLHAR SOBRE O MUNDO GUIA DO PROFESSOR
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conceito de esprito tbua rasa em que a experincia vai escrever,
formando as ideias. Considera dois tipos de experincia: a externa e
a interna. A externa, ligada aos sentidos, d-nos as ideias simples
ou qualidades sensveis das coisas. Pela experincia interna,
relacionada com a reflexo, obtemos as ideias complexas referentes s
coisas. Estas resultam da associao de vrias ideias simples. 14.
Como se situa Hume face ao problema da origem do conhecimento? Hume
comunga das ideias gerais do empirismo, vindo a classificar as
ideias em impresses e ideias. As impresses, muito prximas das
coisas, so vivas e intensas. As segundas, guardadas na memria, esto
mais afastadas no tempo da sua fonte geradora, pelo que so menos
intensas e mais esbatidas. 15. Quais as ideias fundamentais do
racionalismo? O racionalismo advoga que o nosso conhecimento s pode
provir da razo. nela que residem as ideias fundamentais, das quais
se podem deduzir com verdade todas as outras. 16. Caracterize o
racionalismo platnico. Plato sustentava que os sentidos no nos do
conhecimento verdadeiro, porque nos ligam apenas s coisas, que no
passam de sombras em perptua mutao. Para conhecer, o homem tem que
recordar as ideias que se encontram na sua razo, embora esquecidas.
Elas foram trazidas do mundo inteligvel onde viveu sob a forma de
alma, numa existncia pr-terrena. A recordao das ideias -Ihe
despertada pela percepo das coisas que, simultaneamente, lhe
provoca a nostalgia do mundo inteligvel, onde deseja regressar e
contemplar de novo a realidade das ideias. O franquear do mundo
suprasensvel s pode fazer-se por um esforo faseado de purificao,
mediante o qual se vai libertando das sombras que o rodeiam no
mundo sensvel.
17. Caracterize o racionalismo cartesiano. O racionalismo
cartesiano solidrio da teoria das ideias inatas. Segundo Descartes,
tanto a experincia como a imaginao so fonte de ideias, mas de que
tem que se duvidar porque no servem para o homem conhecer. As
primeiras, as adventcias, apresentam-se de modo confuso ao esprito.
As segundas, as factcias, dando-nos a imagem de seres quimricos, no
correspondem a nada de real. Para conhecer, o homem s deve confiar
nas ideias inatas que constituem um patrimnio legado por Deus
aquando da sua criao. Fazendo parte da estrutura racional do homem,
so ideias que correspondem realidade, por terem a garantia divina.
Fazendo da evidncia das ideias inatas a base do raciocnio, e
servindo-se com rigor do processo dedutivo, o homem pode chegar com
verdade a todos os conhecimentos, prescindindo de qualquer
contributo da experincia. 18. Mostre a diferena entre racionalismo
imanente e racionalismo transcendente. Plato e Descartes so ambos
racionalistas, porm com cambiantes diferentes. A posio de Plato
designada por racionalismo transcendente, em virtude de a origem
primordial das ideias se situar na contemplao efectuada pela alma
aquando da sua existncia anterior no mundo suprasensvel. A posio
cartesiana designa-se por racionalismo imanente, em virtude de as
ideias inatas constiturem um patrimnio intrnseco alma humana, sem
que tenham provindo de qualquer mundo anterior ou para alm deste.
19. Clarifique o sentido do termo kantiano a priori.
A priori significa, em Kant, anterior e independente da
experincia. Este filsofo aplica esse termo s faculdades que nascem
com o homem e de que dispe para formar as ideias: a sensibilidade e
o entendimento. Quer dizer, antes de ver, ouvir ou cheirar
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UM OUTRO OLHAR SOBRE O MUNDO GUIA DO PROFESSOR
qualquer coisa, o ser humano vem ao mundo munido da
possibilidade de captar os estmulos sensoriais. A sensibilidade
tem, pois, uma existncia a priori. O mesmo se passa com o
entendimento: o poder de interpretao e relacionao nasce com o ser
humano, independentemente daquilo que ele venha a interpretar e
relacionar. 20. Caracterize o apriorismo kantiano. Segundo Kant, o
conhecimento resulta da conjugao de dois elementos, um formal e
outro material. O primeiro tem a ver com o sujeito, e constitudo
pela sensibilidade e entendimento, capacidades a priori com que o
ser humano conhece. A sensibilidade, de ordem passiva, tem a
capacidade de se deixar impressionar pelos objectos exteriores a
matria do conhecimento. Deste primeiro encontro, efectuado num
determinado espao e num determinado tempo, ainda no resulta o
conhecimento. Digamos que o sujeito viu, ouviu, etc., mas ainda no
sabe do que se trata. Para o saber, necessrio que a essa primeira
forma de experincia se aplique o entendimento que dispe de
conceitos puros ou categorias a priori para organizar ou pensar o
que foi recolhido pela sensibilidade. S depois deste trabalho
intelectual que as ideias ou fenmenos se completam. 21. Como que o
apriorismo ultrapassa a oposio entre empirismo e racionalismo? O
apriorismo um retomar e, simultaneamente, um recusar das ideias
tpicas do empirismo e do racionalismo. Do primeiro, aproveita o
conceito de experincia como base do conhecimento. Nada o homem pode
conhecer que no passe pela sensibilidade. Afasta-se do empirismo ao
considerar que esta base de impresses sensveis uma condio
necessria, mas no suficiente para que haja conhecimento. S se pode
falar de conhecimento depois de esta base ser filtrada e organizada
pela grelha das categorias do entendimento.
Do racionalismo, aproveita a ideia da responsabilidade do
entendimento ou razo na construo das ideias, mas recusa a tese da
existncia das ideias inatas. No h ideias feitas, inatas, a que o
homem tenha que se submeter. Em comum com o empirismo, defende que
o homem nasce desprovido de ideias, trazendo, contudo, os meios de
as vir a formar. Ao conferir um papel activo ao entendimento do
sujeito na organizao dos materiais que recebe pela sensibilidade,
Kant afasta-se tanto do empirismo como do racionalismo, para quem o
sujeito se comportava passivamente. O sujeito submete-se aos dados
do objecto segundo o empirismo e s ideias inatas segundo o
racionalismo. 22. Quais as ideias gerais que norteiam o dogmatismo?
O dogmatismo a resposta afirmativa questo da possibilidade do
conhecimento, isto , o ser humano pode conhecer tudo quanto existe.
Tal como acontece no realismo ingnuo, trata-se de uma atitude
natural da mente humana, caracterizada por uma confiana e optimismo
prprios de pessoas simples. Contudo, esta posio pode tambm surgir
em filsofos a quem no se coloca o problema da possibilidade do
conhecimento, ou que, colocando-se, pressupe f inabalvel na
competncia de a razo vir a conhecer tudo quanto real. 23. Como se
pode relacionar racionalismo e dogmatismo? Os pensadores
racionalistas tendem geralmente para uma posio optimista
relativamente s possibilidades do conhecimento, caindo no
dogmatismo. Entusiasmando-se com capacidades racionais,
consideram-nas aptas a chegar a todos os conhecimentos. o caso de
Descartes que, partindo das ideias inatas, de deduo em deduo,
pretendia construir todo o conhecimento, chegando mesmo a
prenunciar-se acerca de realidades metafsicas, situadas muito para
l das capacidades humanas.
UM OUTRO OLHAR SOBRE O MUNDO GUIA DO PROFESSOR
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24. Quais as ideias gerais professadas pelos cpticos? Os cpticos
so pensadores que respondem negativamente questo do valor e
possibilidade de o homem conhecer. A sua tese central a de que no
possvel qualquer verdade, pelo que se iludem os que julgam saber
alguma coisa. Pirro de Eleia foi o mais radical representante do
cepticismo grego. Procurou fundamentar a sua tese de que nada se
pode saber, com a apresentao de uma srie de argumentos. Permanece
num estado de dvida radical e prope como ideal a ataraxia, estado
de esprito de neutralidade absoluta face s coisas e ao desejo de as
conhecer. 25. Que razes apresentam os cpticos para sustentar a sua
posio? Os cpticos justificavam a posio de que se deve suspender o
juzo acerca das coisas com uma srie de argumentos, alguns dos quais
nos foram dados a conhecer por Digenes de Larcio: 1 Diz respeito
aos diferentes modos de considerar o prazer e a dor, o bem e o mal.
2 Diz respeito diversidade nos temperamentos. 3 Diz respeito
diversidade nas sensaes provenientes de diferentes sentidos. 4 Diz
respeito s mudanas no modo como o homem sensvel s coisas e na sua
disposio para as captar. 5 Diz respeito s diferentes instituies,
leis, escritos e crenas quanto ao que se deve ou no fazer. 26. O
que significa ataraxia?
esprito, correlativa da indiferena perante as coisas. Os cpticos
defendem que a dvida a forma mais saudvel de estar no mundo, no
tendo ningum que se pronunciar afirmativa ou negativamente acerca
das coisas. 27. Que relao existe entre empirismo e cepticismo? De
uma maneira geral, os empiristas so tidos por pessimistas, em
virtude de considerarem que os conhecimentos se confinam aos
limites da experinda. Como nada se pode conhecer que no tenha
passado pelos sentidos, estes pensadores admitem a impossibilidade
de conhecer em reas como, por exemplo, a metafsica. 28. De que modo
supera Kant a oposio entre dogmticos e cpticos? Kant no enveredou
pelo dogmatismo nem pelo cepticismo, procurando efectuar uma anlise
crtica razo para lhe determinar as suas possibilidades. Em comum
com o dogmatismo, confia na razo como instrumento capaz de conhecer
os fenmenos, elaborando um conhecimento cientfico seguro. Porm,
afasta-se dele, ao estabelecer os limites da razo humana, que nada
pode conhecer que inicialmente no se dirija sensibilidade. Ao
concluir a impossibilidade de conhecer as realidades metafsicas,
Kant coloca-se a par dos empiristas, assumindo uma posio cptica em
relao ao conhecimento da realidade transcendente.
Ataraxia o ideal a atingir pelos cpticos e consiste na
tranquilidade absoluta de
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UM OUTRO OLHAR SOBRE O MUNDO GUIA DO PROFESSOR
Sugestes de resposta ao Comentrio1. luz da perspectiva
fenomenolgica do conhecimento, esclarea o sentido do texto
seguinte: Assim como a esquerda no tem sentido nem significa nada a
no ser por contraposio direita, e a direita no significa nada a no
ser por contraposio esquerda, (...) do mesmo modo, sujeito, no
conhecimento, no tem sentido a no ser por contraposio a objecto, e
objecto no tem sentido seno por contraposio a sujeito. A relao ,
pois, uma correlao.G. Morente e J. Bengoechea
O texto estabelece uma analogia entre a correlao dos conceitos
esquerda e "direita" e a que existe entre os elementos essenciais
do conhecimento que so o sujeito cognoscente e o objecto conhecido.
De facto, estar esquerda s faz sentido se houver algo direita, e
vice-versa. O mesmo se passa com o sujeito e o objecto no acto de
conhecer. A correlao, ou relao dupla existente, significa que o
sujeito necessita do objecto e o objecto do sujeito para se
constiturem como tal. A tal ponto se condicionam reciprocamente o
sujeito e o objecto de conhecimento que, isolados, deixam de ser
sujeito e objecto: o sujeito cognoscente s o em relao a um objecto
a conhecer; o objecto de conhecimento s o em relao a um sujeito que
conhea. Nesta inter-relao, sujeito e objecto continuam a
transcender-se, a manter-se como entidades opostas: o sujeito no
objecto e o objecto no sujeito. A correlao verificada no anula esta
oposio, nem autoriza que sujeito e objecto sejam reversveis, isto ,
que o sujeito passe a ser objecto e que o objecto passe a ser
sujeito, em virtude de os papis que desempenham no acto de conhecer
serem bem diferenciados e, mesmo, opostos: o sujeito tem papel
activo, cabendo-lhe a apreenso do objecto; este tem um papel
passivo, limitando-se a ser conhecido pelo sujeito.
No acto de conhecer, sujeito e objecto unem-se intimamente, mas
tal unio tambm no desfaz a oposio entre ambos. O objecto continua a
resistir ao sujeito, continua a ser algo de heterogneo e
transcendente em relao a ele. Mesmo quando apreendido pelo sujeito,
e tornado objecto de conscincia, continua a ser, em relao ao
sujeito, uma imagem ou representao que o sujeito possui, mas com a
qual no se identifica. Trata-se sempre de uma imagem do sujeito, e
no de algo que ele tenha assimilado e passasse a fazer parte do seu
eu. Em sntese, no acto de conhecer, sujeito e objecto vivem uma
relao estranha: por um lado, no fazem sentido, nem podem existir
como entidades gnosiolgicas, um independente do outro correlao; por
outro lado, sujeito e objecto so entidades separadas, heterogneas,
no sentido de que um no o outro nem pode desempenhar o seu papel.
Mesmo quando na conscincia do sujeito, sob a forma de imagem, esta
do sujeito e no o sujeito. 2. Com base no que estudou acerca dos
problemas do conhecimento, identifique a teoria para que o texto
nos remete e estabelea um confronto entre essa teoria e a sua
oponente. A minha presena de mim a mim prprio e a tudo o que me
cerca de dentro de mim que a sei (...). Os astros, a Terra, esta
sala, so uma realidade, existem, mas atravs de mim que se instalam
em vida: a minha morte o nada de tudo.Verglio Ferrera
Especialmente as expresses atravs de mim que [os objectos] se
instalam em vida e a minha morte o nada de tudo mostram claramente
a supremacia do sujeito sobre o objecto, do pensamento sobre o
real, das ideias sobre as coisas. Trata-se, pois, de enunciados que
nos remetem para o idealismo, teoria filosfica que se pronuncia
sobre o problema da natureza ou essncia do
UM OUTRO OLHAR SOBRE O MUNDO GUIA DO PROFESSOR
63
conhecimento. Este problema gnosiolgico consiste essencialmente
em determinar se o sujeito conhece o objecto em si ou se apenas
conhece a representao ou ideia do objecto. A este respeito, duas
teorias se defrontam, apresentando cada uma a sua interpretao
daquilo que conhecer: o realismo e o idealismo. O realismo, como o
seu nome indica, defende a tese de que o que de facto se conhece a
realidade em si mesma, coincidindo as ideias que resultam desse
conhecimento com a prpria realidade. Pode assumir duas formas. Uma,
o realismo ingnuo, posio no propriamente filosfica, predomina no
homem comum, que cr naturalmente que apreendemos as coisas com que
deparamos, e que as ideias so idnticas s coisas que conhecemos. No
tem motivos para suspeitar que os objectos do mundo quotidiano
sejam diferentes das ideias que criou a seu respeito. A outra forma
o realismo crtico j uma posio filosfica que, embora defendendo que
o homem conhece a realidade, tem conscincia de que as imagens que
temos dos objectos, embora lhe correspondam, no so idnticas. O
empenho em conhecer a realidade tal como ela leva os realistas
crticos a pr de lado as qualidades das coisas vulnerveis influncia
do sujeito. o caso de Galileu, que s considerava as qualidades
objectivas, desprezando as subjectivas, por dependerem de
particularidades dos sujeitos. Em oposio tese realista, o
idealismo, posio a que as expresses de V. Ferreira fazem aluso,
defende que aquilo a que o homem tem acesso pelo conhecimento so as
ideias da sua conscincia. Por outras palavras, o idealismo
considera que, quando falamos, por exemplo, da escola ou da cidade
em que moramos, no estamos a dizer o que elas so, mas a falar sobre
o modo como as vemos, sobre as ideias que crimos a seu respeito e
que residem no palco da nossa conscincia. Conhecemos essas ideias,
mas sobre o que est para l desse palco no nos podemos pronunciar,
em virtude de no possuirmos porta de acesso. Berkeley um pensador
que
assume esta posio, explicando que, por exemplo, o que sabemos da
caneta que temos na mo um conjunto de sensaes visuais e tcteis.
Tais sensaes so a nica coisa que realmente existe, no sabendo nada
daquilo que as possa ter provocado. Ser ser percepcionado um chavo
que de imediato associamos ao pensamento de Berkeley e que nos
recorda como este pensador esgota a realidade nas sensaes ou
percepes, considerando que nada existe para l delas. Da que se
apelide o seu idealismo de imaterialista. Kant outro pensador
idealista, expressando que o homem s conhece o fenmeno e no o
nmeno. Este a realidade em si, os objectos independentemente do
conhecimento que deles se possua, e inacessvel mente humana. O
fenmeno respeita s ideias ou representaes que se nos apresentam
conscincia. Para justificar o seu idealismo, Kant parte do
pressuposto de que todo o conhecimento implica a presena de um
sujeito e um objecto e que o sujeito tem capacidades limitadas, no
captando o objecto de modo absoluto, tal como em si mesmo. Por
outras palavras, a sensibilidade humana, ao acolher o objecto, s
capta as propriedades sensveis que pode receber e no outras. Esta
matria, sensorialmente recebida, ainda no conhecimento, pois as
intuies sensveis tm que ser pensadas pelo entendimento. Este
dispe-as, organiza-as, interpreta-as com categorias ou conceitos
puros de que dispe a priori, completando a formao do fenmeno ou
ideia. Como a matria exterior nmeno s atinge a conscincia depois de
atravessar as grelhas condicionadoras da sensibilidade e do
entendimento, compreende-se que o sujeito s tenha acesso ao
fenmeno, ignorando as caractersticas do nmeno. Em suma, realismo e
idealismo professam perspectivas opostas face ao mesmo problema: a
natureza do conhecimento. Para o primeiro, o conhecimento consiste
numa apreenso da realidade em si mesma. Para o segundo, a realidade
em si nunca apreendida, limitando-se o sujeito a conhecer as
representaes dessa realidade.
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UM OUTRO OLHAR SOBRE O MUNDO GUIA DO PROFESSOR
3. Centrando-se no que estudou sobre as teorias explicativas do
conhecimento, identifique o problema em questo e exponha as teses a
que o texto seguinte se refere: Os empricos, maneira das formigas,
acomodam e usam as provises; os racionalistas, maneira das aranhas,
extraem de si mesmos o que lhes serve para a teia; a abelha
apresenta a posio intermdia: recolhe a matria-prima das flores do
jardim e do campo e com os seus prprios recursos a transforma e
digere.Francis Bacon
Francis Bacon estabelece uma comparao entre o modo como as
formigas, as aranhas e as abelhas executam as suas tarefas e o modo
como empiristas, racionalistas e aprioristas se situam face ao
problema da origem ou fonte do conhecimento. Este problema
traduz-se na tentativa de concluir se a responsabilidade do
conhecimento se atribui prioritariamente aos sentidos ou razo. O
empirismo de opinio que todo o conhecimento provm do exterior, da
experincia sensvel. Dela extraem as pessoas as provises que tm que
acomodar na conscincia, tal como as formigas acomodam o gro no seu
celeiro. Os objectos externos captados pelos sentidos deixam as
suas marcas na tbua rasa da conscincia: as ideias. John Locke o
autor do conceito de esprito tbua rasa, significando que o homem,
ao nascer, desprovido de ideias, tendo estas de ser adquiridas no
decorrer da experincia. Admite uma experincia externa relativa s
impresses sensveis e uma experincia interna mais ligada reflexo. A
primeira concede-nos as ideias simples, isto , as referentes s
qualidades das coisas. A segunda associa estas ideias simples at
chegar s complexas, ou seja, s que se referem substncia dos
objectos. David Hume, representante tambm desta teoria, comunga das
suas ideias gerais, admitindo uma nova classificao das ideias,
separando-as em impresses e ideias. Valoriza as primeiras,
porque, sendo mais vivas e intensas, esto mais prximas da
realidade. As segundas, guardadas na memria, so mais tnues e
esbatidas, mais afastadas j da sua fonte originria. Em oposio ao
empirismo, os racionalistas, maneira das aranhas, extraem de si
mesmos o que lhes serve. que, segundo estes pensadores, a razo no
tem que colher nada do exterior, estando provida de conhecimentos
ou de ideias inatas. O ser humano j nasce com ideias, e a partir
delas que pode estruturar seguramente os conhecimentos a que
pretende chegar. A experincia enganadora, e ela que tem de se
conformar s ideias da razo. Plato um racionalista clssico ao
sustentar que a alma passou por uma existncia anterior no mundo
inteligvel onde contemplou as ideias na sua autenticidade, pureza e
eternidade. Condenada ao mundo sensvel, percepciona coisas que no
passam de cpias imperfeitas e transitrias das ideias, que, por
isso, no do um verdadeiro conhecimento. Contudo, a percepo das
cpias desperta a recordao das ideias adormecidas na alma, que, com
a reminiscncia das ideias, aspira a abandonar o sensvel, ilusrio e
passageiro, e a reintegrar-se no inteligvel, mundo da verdade e do
ser. A ascenso da alma faz-se por esforo gradual de purificao, de
libertao do corpo e dos sentidos, at que de novo possa contemplar
as ideias na sua plenitude. Descartes um dos defensores modernos do
racionalismo, considerando que o homem s conhece com verdade se
fizer uso da razo. A se encontram as ideias inatas que Deus lhe
colocou na alma e que correspondem s coisas reais, na medida em que
enganar o homem seria contraditrio com a ideia da perfeio divina.
Dessas ideias inatas deve o homem fazer a base do conhecimento, ou
seja, as premissas. Delas deve partir, dedutivamente, at atingir
novos conhecimentos, os quais so concluses extradas com rigor
daquelas premissas inatas. Por este processo, pode o ser humano
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atingir, no dizer de Descartes, tudo aquilo que ao homem dado
saber. Pensadores no ancorados em posies to radicais assumem
diferente perspectiva, tentando, moderadamente, um ponto de vista
conciliador. o caso de Imanuel Kant, adepto do apriorismo, que,
semelhana das abelhas, recolhe materiais do exterior que transforma
e digere com os recursos de que est munido a priori. Tais recursos
so a sensibilidade e o entendimento. A sensibilidade uma capacidade
passiva, que se limita a ser afectada por objectos do mundo
exterior. Dispe do espao e do tempo como formas a priori, pois toda
a captao sensorial tem que se dar num aqui e num agora. O
entendimento uma capacidade activa que ordena e interpreta os dados
sensorialmente recolhidos com a ajuda das suas categorias ou
conceitos puros. As ideias formam-se, assim, a partir de uma matria
exterior ao sujeito, sobre a qual este aplica as formas a priori da
sua sensibilidade, para captar, e do seu entendimento, para
perceber. Em resumo, o empirismo atribui experincia dos objectos a
responsabilidade na formao do conhecimento; o racionalismo atribui
a mesma responsabilidade razo de um sujeito; o apriorismo atribui
igual responsabilidade a ambos, o que est de acordo com a
imprescindibilidade de um sujeito e de um objecto para haver
conhecimento. 4. Identifique a posio expressa no texto que a seguir
se apresenta e compare-a com outras que tenha estudado para a
resoluo do problema em causa: (...) A prova que se apresenta para
garantir uma proposio tem necessidade de outra prova e esta de
outra at ao infinito e, porque no temos onde comear o raciocnio, a
suspenso do juzo a consequncia natural.Sexto Emprico
O texto de Sexto Emprico refere a regresso ao infinito, um dos
argumentos com que os cpticos justificavam que a suspenso do juzo a
posio mais indicada. Segundo eles, qualquer afirmao necessita de
ser provada. Ora, provar uma afirmao mostrar que ela a consequncia
lgica de outra afirmao anterior. Mas esta necessita tambm de ser
provada, e aquela, de que esta depende, tambm, e assim
sucessivamente, restando sempre uma proposio inicial que no
provada. Logo, no h certeza absoluta de nenhuma afirmao. O que est
em causa o problema da possibilidade, valor e limites do
conhecimento, isto , saber se o homem pode conhecer verdadeiramente
alguma coisa. roda deste problema desenvolvem-se trs teorias: o
dogmatismo, o cepticismo e o criticismo. O dogmatismo, aparentado
ao realismo ingnuo, a postura natural do homem que confia na
existncia da realidade e na hiptese de a conhecer tal como ela , no
supondo que h limites para as capacidades cognitivas. De uma forma
mais consciente, o dogmatismo tambm assumido por pensadores que,
assoberbados por outro tipo de reflexes, no se sentem motivados por
especulaes gnosiolgicas. Outros ainda, preocupados at com o
conhecimento, acabam por cair no dogmatismo, por se entusiasmarem
exageradamente com as capacidades da razo. o caso de Descartes,
que, apesar de fazer da dvida a pedra angular do seu sistema
filosfico, sustenta que a razo, prescindindo das achegas da
experincia, capaz de atingir todos os conhecimentos, mesmo de ordem
metafsica. Descartes chega a dar provas racionais da existncia de
Deus e a pronunciar-se acerca dos atributos divinos. Em confronto
com o dogmatismo, surge o cepticismo, corrente encabeada por Pirro
de Eleia, e para quem a leitura do texto supra nos remete. A sua
tese no possvel qualquer conhecimento verdadeiro fundamentada por
uma srie de argumentos, um dos quais mencionado no texto.
Outros
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existem, referidos pelo mesmo autor: o da discordncia, o da
relao, o do crculo vicioso, etc. Na convico da impossibilidade da
verdade, a atitude mais normal a dvida, ou suspenso do juzo acerca
do que quer que seja. O ideal atingir a ataraxia, que um estado que
torna as pessoas impassveis e tranquilas perante as coisas e os
acontecimentos, nada dizendo a seu respeito, nem afirmativa nem
negativamente. Fugindo a estes dois extremos, Kant assume o
criticismo, posio resultante de uma anlise crtica que faz para
determinar as possibilidades gnosiolgicas da razo humana. Em comum
com o racionalismo dogmtico, tem confiana nas capacidades da razo
para atingir o conhecimento. A cincia possvel enquanto conhecimento
dos fenmenos do universo. Porm, afasta-se do dogmatismo, ao
considerar que a nvel de
conhecimento nem tudo possvel, em virtude dos seus limites. A
sensibilidade s capta o que vem do exterior e o entendimento s pode
exercer a sua capacidade ordenadora se tiver algo para ordenar: os
dados colhidos sensorialmente. Portanto, na base do processo
cognitivo est a experincia, sem a qual no h conhecimento. Kant
conclui, assim, semelhana do cepticismo empirista, ser impossvel o
conhecimento de entidades metafsicas, ou seja, das realidades no
dadas na experincia sensvel. Em suma, para o dogmatismo, o homem
tudo pode conhecer; para o cepticismo, o homem nada pode conhecer;
para o criticismo, o homem pode conhecer os fenmenos, mas no pode
conhecer o nmeno, a realidade em si, o ser enquanto ser. A
metafsica como conhecimento, est vedada s capacidades racionais
humanas.