PREAL PROGRAMA DE PROMOÇÃO DA REFORMA EDUCATIVA NA AMÉRICA LATINA E CARIBE ENSINO E APRENDIZAGEM: EM BUSCA DE NOVOS CAMINHOS Nº 6 Gloria Calvo * Junho de 1997 *A autora é professora e pesquisadora do Centro de Pesquisas da Universidad Pedagógica Nacional. Os Documentos desta série estão disponíveis em formato eletrônico na Internet (www.preal.cl) . Traduzido por Paulo Martins Garchet
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PREAL
PROGRAMA DE PROMOÇÃO DA REFORMA EDUCATIVA NA AMÉRICA LATINA E CARIBE
ENSINO E APRENDIZAGEM: EM BUSCA DE NOVOS CAMINHOS
Nº 6
Gloria Calvo*
Junho de 1997
*A autora é professora e pesquisadora do Centro de Pesquisas da Universidad Pedagógica Nacional. Os Documentos desta série estão disponíveis em formato eletrônico na Internet (www.preal.cl). Traduzido por Paulo Martins Garchet
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O Programa de Promoção da Reforma Educativa na América Latina –
PREAL – é um projeto financiado pelo Banco Inter-Americano de
Desenvolvimento (BID) em conseqüência de um convênio estabelecido com a
Corporación de Investigaciones para el Desarrollo (CINDE). É executado conjuntamente
com o Diálogo Inter-americano (Inter American Dialogue – IAD) que, para este fim,
recebe o apoio do Canadian International Development Research Centre - IDRC (Centro
Internacional de Pesquisa de Desenvolvimento do Canadá), da U.S. Agency for
International Development (USAID), do General Electric Fund e outras agências de
cooperação internacional.
Os objetivos básicos do PREAL são: promover o intercâmbio de idéias e
experiências sobre política educacional e reforma educativa entre os mais amplos
setores sociais; contribuir para a criação de consensos nacionais sobre a
necessidade de mudanças na educação e no ensino, e difundir os resultados de
experiências de reformas bem sucedidas.
Para a difusão de questões de política e resultados de experiências de
reforma, o PREAL publica um Boletim Informativo de circulação bimestral, Resumos
Executivos de Política e Documentos PREAL. Estes últimos abordam, de um ponto
de vista internacional, aspectos que podem servir como referência para projetos
futuros. Estes documentos são publicados em inglês e espanhol,
simultaneamente. O PREAL tem sua sede em Santiago do Chile e é co-dirigido
por Marcela Gajardo e Jeffrey Puryear, da CINDE e do Diálogo Inter-americano,
respectivamente.
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ENSINO E APRENDIZAGEM: EM BUSCA DE NOVOS CAMINHOS
Introdução
As críticas aos modos tradicionais de ensino adquiriram maior força diante da
exigência de uma formação que permita enfrentar a rápida obsolescência dos
conhecimentos e da necessidade de se garantirem aprendizagens efetivas e relevantes que
contribuam para o desenvolvimento das potencialidades de cada indivíduo.
Os progressos neste campo são lentos e, na América Latina, é mais comum
encontrarmos práticas educativas centradas no armazenamento de informações que no
desenvolvimento da capacidade de processá-las. A ênfase é posta na passividade, mais que
na atividade dos sujeitos. Os mestres, responsáveis pelo aprendizado, raramente prestam
atenção às interações e fatores que influenciam a capacidade de motivação e aprendizagem.
Os espaços escolares, por seu lado, não costumam ser utilizados como um ambiente que
favoreça as relações dos alunos com os mestres, com os outros alunos e, de todos eles, com
o conhecimento.
Apesar do predomínio das formas pedagógicas tradicionais, existem, na maioria dos
países da região, experiências inovadoras que indicam a modificação das relações professor-
aluno e que usam as escolas como um ambiente de comunicação onde os conhecimentos
se constróem em uma dinâmica que envolve experiências, interações, contextos e saberes
provenientes dos diversos atores dos processos de aprendizagem.
O presente documento relata algumas estratégias utilizadas para impulsionar novas
formas de ensino e aprendizagem na América Latina. Trata-se de um esforço para
identificar experiências que favorecem o aprendizado ativo e que apontam para um
reordenamento de métodos e meios para se alcançar aprendizagens efetivas. Trata-se, desta
maneira, de extrair lições de validade geral que possam orientar a formulação de políticas de
ensino e aprendizagem que contribuam para os esforços nacionais para melhoria da
qualidade da educação, dentro de uma perspectiva pedagógica.
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Com este intuito, procedeu-se de maneira seletiva. Deu-se prioridade à seleção de
projetos e programas impulsionados pelo Estado como parte de políticas que enfatizam a
melhoria da qualidade, da eqüidade e da participação dos atores; aos projetos onde o
aprendizado constitui o objetivo central, dentro da preocupação com a qualidade dos
sistemas educativos e onde se combinam os mais diversos métodos e meios; às propostas
que privilegiam a interdisciplinaridade, a abertura e a regionalização dos conhecimentos
para sua reformulação por parte dos docentes, que, também eles, e como conseqüência
destas colocações, redefinem sua função; às propostas que, além de formar para lograr um
bom desempenho nos mais diversos ambientes, também objetivam contribuir para a
formação de valores como participação, cooperação e solidariedade, estimulando assim o
desenvolvimento de uma formação para a democracia.
O trabalho está baseado em informações provenientes de fontes secundárias. O
universo documental é formado por relatórios de pesquisas, sistematizações de
experiências, artigos de revistas, documentos microfilmados da Rede Latino-americana de
Informações e Documentação (REDUC), da base de dados do Projeto de Ensino Básico
(PRODEBAS) da Organização dos Estados Americanos (OEA) e de material extraído da
Revista Latino-americana de Inovações Educativas, órgão oficial de divulgação do
PRODEBAS.
Para a seleção dos documentos estabeleceu-se um limite cronológico que restringiu
o material analisado aos documentos divulgados no último qüinqüênio.
É evidente que aqui não estão representadas todas, e cada uma, das experiências
realizadas com o propósito de inovar em matéria de processos pedagógicos. Razões de
tempo e recursos impediram que assim o fosse. Estão, contudo, os projetos e programas
que mais fortemente influenciaram no desenho de políticas e modelos que,
contextualizados e adaptados, podem contribuir com elementos para se continuar
avançando na reforma dos sistemas e práticas educativas. Em geral, as experiências
selecionadas correspondem a uma nova maneira de conceber as formas de ensino e
aprendizagem. Espera-se que uma leitura cuidadosa venha permitir observar que as
mudanças propostas por cada uma delas geram resultados que transcendem os espaços
escolares e beneficiam alunos e mestres, em função de demarcarem a qualidade da
educação na América Latina.
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1. AS EXPERIÊNCIAS
"...não se trata de repetir o conhecimento, mas de construí-lo por si mesmo e encarregar-se de seu
próprio processo de aprendizagem orientado pelo mestre..."
Maria Inés Aguerrondo Diálogos
La Educación, número 120, 1995, p. 105
Os Planos de Aula Pedagógicos
Pensou-se tradicionalmente a sala de aula como a "caixa preta" que guarda os
segredos das dificuldades e resultados da relação mestre-aluno durante os tempos
designados para o aprendizado.
Poucas pesquisas mostram a sala de aula como "... esse pequeno universo de
perguntas, saberes, complexidades.... Esse lugar onde diariamente o mestre se desdobra
para capturar a atenção de seus alunos e alunas por alguns momentos, ao menos, onde tem
que batalhar do mesmo modo que os outros para poder ser escutado e onde sua
imaginação se sente desafiada para criar aventuras que convertam o conhecimento em uma
apaixonante experiência vital " (Robledo 1995).
Os planos de aulas pedagógicos aparecem como uma metodologia que ganhou
força no contexto educativo da região. Em alguns casos, como no da Colômbia, são o
resultado de um movimento pedagógico que deseja recuperar para a educação o papel
principal na construção da cultura. ( Ver quadro No. 1).
São uma estratégia que permite introduzir o aluno no fascinante mundo do conhecimento, partindo
das múltiplas inquietudes que as crianças e os jovens manifestam a respeito do que acontece à sua volta.
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Quadro 1
OS PROJETOS EDUCATIVOS INSTITUCIONAIS (PEI)
Dentro da dinâmica que busca melhorar a qualidade das escolas promovendo estratégias de
participação em uma comunidade educativa ampliada, os Projetos Educativos
Institucionais (PEI) aparecem, na Colômbia, como uma proposta derivada das iniciativas
educativas e pedagógicas favorecidas pela Ley General de Educación (Lei Geral da Educação).
Pode-se considerá-los como uma inovação promovida a partir do Estado (Calvo 1991).
Todas as instituições educativas da Colômbia deverão ter, antes do término do primeiro
trimestre de 1997, um projeto para o desempenho de sua missão como instituição
educativa e para a maneira como se propõe estruturar sua proposta educativa e pedagógica.
Em volta dos PEI articularam-se diversos processos de inovação pedagógica desenvolvidos
pelos professores da instituição e permitiu-se levar a cabo composições entre os distintos
membros da comunidade educativa com o objetivo de conciliar pontos de vista e
propostas, quer se trate da mesma escola, quer da localidade, do município ou da região, já
que os PEI devem integrar-se com os planos de desenvolvimento dos mesmos.
Esta articulação permitirá o acesso a diversos fundos de financiamento de projetos e, em
última análise, contribuirá para a eficácia da descentralização educativa e pedagógica.
Os planos de aula pedagógicos potencializam o desenvolvimento humano, já que:
• Aceitam que a criança, o jovem e a escola estão imersos no mundo da vida.
• Reconhecem que o aluno chega à instituição educativa já com algum saber.
• Identificam as perguntas que os alunos e as alunas formulam a respeito do
mundo à sua volta.
• Têm em conta que o conhecimento, na escola, se produz socialmente.
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• Aceitam que todo conhecimento se traduz em um produto.
Os projetos pedagógicos de aulas implicam mudanças na maneira de ensinar e aprender
porque:
• Desaloja o papel do mestre como possuidor único do saber. Também ele, e não apenas
os alunos, se faz perguntas, formula hipóteses, planeja estratégias para buscar
informação desconhecida.
• A escola não é o único lugar onde se aprende. Os interesses e as necessidades dos
alunos irão definir os espaços de aprendizagem: o parque, o rio, a fábrica, a biblioteca.
• É necessário que os alunos e as alunas expressem o que sabem sobre um tema. A
partir do falar e do escutar surgem novas perguntas e novas inquietudes que vão
ampliar os temas iniciais dos planos de aula.
• O erro é utilizado como possibilidade de novo conhecimento.
• A avaliação perde seu caráter punitivo e se converte em uma reflexão permanente a
propósito dos resultados e das metas definidos para o plano.
Os planos de aula pedagógicos implicam estratégias ativas e participativas porque:
• Ativam e mantêm o interesse e a curiosidade pelo conhecimento.
• Levam à consulta de fontes orais (adultos), escritas (livros, enciclopédias),
institucionais e naturais.
• Necessitam registro sistemático da informação produzida, tanto na forma
individual, quanto na grupal.
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• O conhecimento se constrói conjuntamente.
• Facilitam processos de convivência grupal.
• Desenvolvem o pensamento criativo e as habilidades para solução de
problemas.
• Propiciam a expressão individual.
• Fomentam práticas de pesquisa: perguntas, problemas, registros, resultados de
pesquisas.
• Conta-se com produtos para cada etapa do projeto.
Os planos de aula pedagógicos são uma estratégia válida para os diversos níveis da
educação, desde o pré-escolar até o ensino médio, e podem ser desenvolvidos em
qualquer área do conhecimento.
Oficinas de Aprendizagem
O interesse desta proposta reside no fato de que é uma estratégia proveniente da
Educação não Formal dentro da implantação do programa das novecentas escolas P-900.
(Ver quadro No. 2).
Estes seminários, que funcionam entre julho e dezembro, fora do horário habitual
de aulas e com uma freqüência de duas vezes por semana, têm uma duração de três horas e
são oferecidos na razão de dois seminários para cada uma das escolas incorporadas ao P-
900.
Trata-se de seminários que atendem às crianças do terceiro e quarto anos básicos
que apresentam atraso escolar. Cada seminário é coordenado por dois monitores
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comunitários, selecionados entre os jovens da comunidade que se encontrem sem trabalho
e que tenham educação média completa.
Entre 15 e 20 crianças assistem aos seminários e as atividades que ali se realizam
buscam reforçar o ensino escolar e, paralelamente, elevar a auto-estima e favorecer a
sociabilidade e a criatividade dessas crianças.
Os que assistem aos seminários recebem cadernos de trabalho para que exercitem
em suas casas o que aprenderam na escola.
Os materiais educativos desempenham um papel preponderante no
desenvolvimento das atividades dos seminários:
O manual do monitor: o elemento que estrutura e organiza as atividades e as ações.
Serve-lhes de guia, mas permite-lhes flexibilidade suficiente para que o jovem
monitor integre atividades e jogos provenientes de sua própria experiência.
O caderno das crianças: um livro a ser escrito por elas. Podem utilizá-lo com
liberdade: nele escrever quando quiserem; pedir, ou não, ajuda ao monitor; solicitar
revisão das atividades ali consignadas.
Os materiais do universo quotidiano: a organização engenhosa para procurar materiais, e
para zelar pelos que existem, a fim de permitir um bom trabalho. Permite integrar
o característico do contexto às atividades pedagógicas formais.
Quadro No. 2 O P-900
Esta sigla identifica o Programa de Melhoramento da Qualidade das Escolas Básicas de setores pobres, no
Chile. Sua iniciativa tem origem no requerido por uma determinação da política educativa: "se fosse possível
fazer apenas uma coisa para ajudar aos mais pobres no campo da educação escolar, o que se haveria de
fazer?" (Garcia-Huidobro y Jara 1994, 42). A partir da resposta sobre a necessidade de se privilegiar a escola
básica e, dentro dela, o acesso à leitura, à escrita e ao cálculo, o P-900 estruturou várias linhas de ação que
deveriam plasmar os eixos centrais da política educativa chilena, a saber: 1) o melhoramento qualitativo da
educação, vale dizer, o aprendizado efetivo das habilidades e competências básicas necessárias para se viver
em uma sociedade democrática e em desenvolvimento; 2) uma maior eqüidade na distribuição da educação, o
que supõe assumir as diferenças com que as crianças ingressam no sistema educativo, desenhando estratégias
de discriminação positiva em favor das populações que correm maior risco de não conseguir adquirir os
aprendizados elementares; 3) ter presente que a Educação é tarefa de todos e que, em conseqüência, é preciso
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conseguir que toda a comunidade se integre na solução dos problemas educacionais.
A partir dos resultados de pesquisas disponíveis, tanto no Chile, quanto em outros países, foram selecionadas
as linhas de ação do Programa: melhorar a infra-estrutura das escolas, especialmente iluminação, conserto das
janelas, porta e pisos, além da solução de problemas de ventilação e calefação; fornecer a todos os alunos do
primeiro ciclo básico três livros-texto pertinentes para seu trabalho escolar; dotar as escolas de bibliotecas de aula
para os primeiro e segundo anos, acompanhadas de entre 35 e 45 títulos de literatura infantil, além de material
didtáico; cursos de aperfeiçoamento no serviço para os professores que trabalhem entre o 1o e 4o anos básicos, com
o fim de qualificar sua capacidade de ensino e conseguir que alcancem melhores e mais efetivos níveis de
aprendizagem de seus alunos.
Finalmente, inclui as oficinas de aprendizagem, duas por ano, em cada uma das escolas incorporadas ao P-900.
Estes seminários atendem grupos de entre 15 e 20 crianças dos terceiro e quarto graus do ensino básico que
apresentem atraso escolar. As oficinas de aprendizagem surgem, em conclusão, neste contexto e mostraram
ser uma estratégia que dinamiza os processos de aprendizagem. "Além do benefício para as crianças, que
vêem aumentado seu tempo de aprendizado, os seminários demonstraram-se muito valiosos para os jovens
que deles participam como monitores, para quem têm sido uma boa instância de formação juvenil" (Garcia
Huidobro y Jara, op cit, 52).
As oficinas de aprendizagem evidenciaram resultados em diferentes aspectos:
• Desenvolvimento da auto-estima
• Desenvolvimento da disciplina
• Progressos em língua e matemática
• Interesse pelo aprendizado
As oficinas de aprendizagem implantadas no P-900 têm grande importância, não
apenas por seus objetivos relativos à qualidade do aprendizado, mas porque, além disso:
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• Permitem enfatizar uma estratégia pedagógica de discriminação positiva ao
trabalhar com uma população em risco de fracasso escolar.
• Indicam que, com uma boa proposta pedagógica, todas as crianças estão
capacitadas para aprender.
• Envolvem outras formas de ensino e aprendizado inovadoras, tais como os
jogos e o desenvolvimento de projetos e atividades.
• Incorpora monitores da comunidade, ressaltando que a educação é tarefa de
todos.
Aula - Oficina
Trata-se de uma estratégia didática derivada dos princípios pedagógicos e
metodológicos da escola ativa que foram postos em prática através da Escuela Nueva.
A aula-oficina é um local especializado em uma determinada área do conhecimento.
Ali se encontra um docente nela preparado, acompanhado de recursos e material educativo
que permitam ao educando trabalhar segundo seu próprio nível.
A aula-oficina está equipada com mesas hexagonais que facilitam a visão,
observação e o compartilhamento entre os aprendizes; conta com guias de trabalho, mini-
biblioteca e espaço didático. Cada aula-oficina está especializada em uma área do
conhecimento.
As aulas-seminário estão baseadas nos seguintes princípios:
• Aprendizado ativo centrado no aluno,
• Respeito ao ritmo de trabalho.
• Promoção flexível aplicável a qualquer situação de aprendizagem.
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• Reconhecimento dos contextos sócio-culturais dos alunos.
• Trabalho grupal e individual segundo o ritmo do aprendiz.
Na aula-oficina utilizam-se horários e espaços flexíveis; o docente está à disposição
dos alunos de maneira permanente e o lúdico entra através de atividades criativas. Permite-
se, igualmente, a expressão livre e se geram processos de socialização de conhecimentos e
experiências. Assim, pensamento, aprendizagem e socialização são os eixos que articulam o
processo de ensino e aprendizagem.
A aula-oficina permite:
• Desenvolver a capacidade para resolver problemas.
• Desenvolver conteúdos de acordo com atividades específicas.
• Desenvolver a capacidade de trabalho em grupo.
• Fomentar valores.
• Propiciar o desenvolvimento de atividades comunicativas.
• Propiciar o acesso à informação e aprendizagem desejadas.
• Enfatizar uma formação ética.
Cursos de Ensino Individualizado
Foram implementados no México, no Projeto de Educação Rural Comunitária, cujo
objetivo é prevenir e atacar o problema do atraso escolar no meio rural. (Ver quadro
número 3).
Inicialmente a idéia era aproveitar as experiências acumuladas no Programa de
Educação Básica Intensiva, desenvolvido no México de tempos atrás. Este programa,
baseado em um modelo flexível quanto a horários e atividades, respeita o ritmos de
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aprendizagem, além das condições e características dos alunos. Também para a Educação
Básica Intensiva (EBI) era interessante adaptar seu modelo ao meio rural. Contudo,
dificuldades de ordem orçamentária levaram a que se pusessem em marcha alternativas
pedagógicas diferentes das implantadas na EBI, com a finalidade de obviar a falta de
recursos humanos.
O trabalho pedagógico no Projeto de Educação Rural Comunitária combinou
diferentes formas de abordagem: Curso de Ensino Individualizado, trabalho com fichas de
aprendizagem e experiência de aprendizagem através de jogos. Durante dois meses se
organizaram jogos duas vezes por semana, na parte da tarde. Participavam, tanto alunos do
primário, quanto desertores.
Quadro No. 3 − CURSOS COMUNITÁRIOS
A estratégia dos cursos individuais, tal como aparece descrita neste documento, tem sua origem nos
cursos comunitários implantados no México há mais de vinte anos. O programa primário
alternativo para o meio rural equivale ao nacional e oferece o certificado oficial deste nível de
ensino; funcionam, apesar disso, mediante jovens semi-profissionais que usam materiais
desenhados especificamente para o trabalho em escolas de graus múltiplos. Desde 1989 o currículo
e os materiais dos cursos comunitários são desenvolvidos no Centro de Pesquisa e de Estudos
Avançados do Instituto Politécnico Nacional do México.
Vários são os princípios pedagógicos que sustentam estes cursos. Entre eles vale destacar a
convicção de que todas as crianças devem ter acesso a um ensino de qualidade. Nenhum setor irá
receber uma "educação de segunda". O acesso ao conhecimento básico se constitui, assim, em um
direito que os Cursos Comunitários tendem a garantir. Por tal razão, este programa busca levar a
escola às crianças, oferecendo os seis graus do ensino primário sem que elas tenham que se deslocar
até suas sedes municipais em busca da instituição educativa. No início, davam aulas em algumas
casas; atualmente quase todas as comunidades atendidas contam com um local escolar, construído,
às vezes, com a ajuda financeira dos governos locais.
Como material de instrução, a equipe da Divisão de Pesquisas Educativas (División de Investigaciones
Educativas - DIE) elaborou uma série de nove livros intitulada "Dialogar e Descobrir", que procura
fazer que os conteúdos curriculares sejam equivalentes aos nacionais, enfatizando, porém, o local, o
próprio das experiências quotidianas, imaginando que com boas estratégias metodológicas as
crianças dos setores rurais também podem ter acesso aos mesmos conteúdos que as crianças de
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outros setores. O importante para esses setores é que os processos de ensino e aprendizagem não
se dêem no vazio: que se insiram em processos de interação social das crianças com seus
semelhantes e com outras pessoas que possuam conhecimentos diversos.
Quanto aos instrutores, o programa aposta nos jovens. Estes, com seu dinamismo, com sua
proximidade episódica das crianças, com sua facilidade para integrar-se na comunidade podem, com
um bom treinamento e assistência, conseguir o que outros mestres não conseguem.
Finalmente, este programa envolve a participação dos pais, que podem influir na programação e
nos conteúdos das atividades dos Cursos Comunitários.
A experiência deu resultados muito positivos, porque:
• Aumentou a auto-estima dos desertores, ao descobrir que podiam estar em
condições similares aos estudantes regulares e, inclusive, superá-los.
• Desenvolveram algumas habilidades básicas para o auto-didatismo.
• Tiveram, por si mesmos, acesso a informações de textos e desenvolveram fichas
de trabalho.
• Alcançaram conhecimentos em linguagem e matemática que lhes permitiram ser
aprovados nos exames do INEA, com promoção de nível.
• O conhecimento escolar foi organizado e apresentado de uma maneira
diferente: usou-se a linguagem e a comunicação oral.
• Modificou-se o clima de trabalho na aula.
Os mestres também se renovaram com as novas metodologias:
• Ampliaram seus marcos de referência (maior compreensão dos fenômenos
relacionados com a repetência, deserção e com o atraso escolar em geral).
• Aumentaram suas habilidades cognitivas, essencialmente no que se refere à
leitura de compreensão e à análise critica dos textos.
• Os mestres melhoraram, ainda, a comunicação oral e escrita.
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Cursos Simultâneos
Esta estratégia está implantada, atualmente, em doze escolas da grande Buenos
Aires que, há quase trinta anos, dão atenção às crianças em tempo integral.
Podem ter diversas modalidades:
• científicos
• de expressão
• de conteúdos
• curriculares
• de aprofundamento
• de nivelamento.
Para eles convergem alunos de diversas idades e com diferentes graus de
escolaridade, segundo suas inquietações e seus interesses.
Os cursos simultâneos se convertem em uma estratégia frente a pedagogia
tradicional porque:
Permitem a tomada de decisões por parte das crianças.
• Fomentam a autonomia, já que existe liberdade para escolher a tarefa.
• Favorecem um clima institucional para a formação de valores tais como a
cooperação, a solidariedade, o respeito pela idéia e pelo trabalho do outro.
• Permitem o intercâmbio de alunos de idades diferentes e, em conseqüência, sua
cooperação nos processos de aprendizagem.
• Rompem a dicotomia tradicional entre trabalho intelectual e trabalho manual.
• Permitem que o aluno seja o protagonista de sua aprendizagem.
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As Novas Tecnologias como Material Didático
A presença da tecnologia em múltiplos espaços quotidianos obriga a escola a
assumí-la, sob pena de marginalização dos mundos em que vivem os que aprendem.
Para garantir a continuidade entre espaços de aprendizagem e sociedade
tecnológica, a escola precisa criar entornos educativos abertos e sistemas de auto-
aprendizagem que garantam, entre outras coisas, a possibilidade de comunicação que
oferece o acesso às redes, no primeiro caso, e, no segundo, ter em conta os ritmos e
necessidades de aprendizagem que caracterizam o ensino assistido por computador.
Em ambos os casos, o docente exerce um papel de conselheiro, ou consultor,
permitindo que o aluno, não apenas utilize a máquina e a integre em seus processos de
aprendizagem, mas também que, fazendo o que faz, pense.
As razões anteriores explicam a existência de uma série de formas inovadoras de
ensino e aprendizagem, que vão desde o uso das calculadoras HL-816E nas aulas (Chile),
software para a auto-aprendizagem de conteúdos disciplinares específicos (Colômbia),
hipertextos (Cuba) até redes como a Red Telar (Argentina), o Kiosko de Informática
(Costa Rica) e o projeto Enlaces (Chile). (Ver Quadro número 4).
Neste campo há outras propostas interessantes no Brasil, relacionadas sobretudo
com o uso da televisão em grande escala, como o projeto Telecurso 2.000, da Fundação
Roberto Marinho. É também utilizada para a formação de professores, como no projeto
Alas promovido pelo CENPEC em São Paulo. Lamentavelmente, ainda que se tenha
querido ter acesso à documentação sobre os mesmos, não foi possível dentro dos prazos
fixados para este estudo.
As experiências analisadas reportam como significativa a presença de atitudes
cooperativas associadas a processos de aprendizagem que integram estratégias tecnológicas.
As atitudes cooperativas se vêm favorecidas nas situações de aprendizagem que
põem os alunos e alunas em relação com instrumentos tecnológicos porque:
• Os alunos e alunas vêm-se obrigados a interagir, explicitando seus processos
cognoscitivos.
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• As explicitações dos processos cognoscitivos geram, freqüentemente, conflitos
no grupo.
• O conflito cognoscitivo favorece o aprendizado.
• Diante da tarefa é necessário somar esforços.
• O êxito de um dos membros do grupo torna possível alcançar o objetivo
comum.
• Os grupos heterogêneos favorecem a negociação de sentidos.
• A negociação de sentidos entre os membros de um grupo favorece a
construção de contextos que ambientam aprendizagens significativas.
Quando analisam os resultados evidenciados pela utilização de tecnologia de
computador do ponto de vista individual, as experiências estudadas mostram:
• Melhora da auto-imagem.
• Aumento da criatividade.
• Redução do tempo de realização da tarefa designada (desafio frente à máquina).
• Valorização do trabalho individual.
O uso da tecnologia combina, em síntese, progressos nos níveis individual e grupal,
permitindo alternar processos de aprendizagem em um sentido, ou noutro.
Quadro No. 4 - O CASO DO PROJETO ENLACES
É bem generalizada a conclusão de que a inovação quanto às formas de ensino e aprendizado está associada
com a introdução de computadores na aula, quer se trate de usos interativos ou de manejo de softwares.
A avaliação de experiências relacionadas com computadores em aula colocou a questão de que requerem uma
dotação ampla dos mesmos e que a intercomunicação favorecida pelas redes é um elemento a ser levado em
consideração no desenho de projetos inovadores que envolvam tecnologia de informática.
Com estas considerações em mente, iniciou-se no Chile, a partir 1992, o Proyecto Enlaces como
componente experimental de informática educativa do Programa de Melhoramento da Qualidade da
Educação (Programa de Mejoramiento de la Calidad de la Educación - MECE). Em outubro de 1995 a Red
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Enlaces integrava quase 150 escolas básicas, 62 liceus e outras 30 instituições ligadas ao ensino. Desde 1994
a Universidad de la Frontera ( UFRO) coordena e implementa o programa em nível nacional.
No momento atual, Enlaces já não é apenas o nome do componente experimental do MECE, mas abarca
toda a política chilena de Informática Educativa. O país está dividido em quatro zonas geográficas e foram
estabelecidos convênios com universidades regionais para capacitação dos professores dos estabelecimentos
durante dois anos, período no qual também deverão ser integrados à rede Internet.
Do ponto de vista pedagógico, o Projeto Enlaces se baseia no reconhecimento de vários papéis relativos ao
uso de computadores e software nas escolas:
• Papel Pedagógico: ferramenta de apoio e material didático, elemento motivador, potencializador de
habilidades lingüísticas, de comunicação, racionais e artísticas.
• Papel Social e Profissional: meio de contato e comunicação com colegas, tanto no nível local como no
nacional e no internacional.
• Papel Cultural: ampliação da visão do mundo por meio do acesso à informação e da participação em
redes.
• Papel Administrativo : apoio à administração da escola.
O que é interessante no Projeto Enlaces é sua ligação com os Projetos Educativos. Isto faz que, em cada
escola e em cada aula, os processos pedagógicos estimulados pelos diferentes softwares (La Plaza, El Kiosko,
El Correo) tenham um selo próprio, determinado pela relação desses alunos com o conhecimento.
Se a informática é usada na aula, e mais ainda na instituição escolar, como uma função mais ampla que a de
administrar informação e é integrada aos Projetos Educativos, consegue-se consolidar uma estratégia didática
que muda a relação dos alunos com o conhecimento.
Quando a tecnologia de informática é utilizada nas aulas com a proposta do
Enlaces:
• Facilita-se o trabalho cooperativo.
• Propicia-se a formação de valores e treina-se para o trabalho em grupo.
• Potencializam-se as habilidades e a destreza individuais.
• Desenvolvem-se processos de análises e sínteses.
• Amplia-se a visão do mundo com o acesso às redes internacionais.
• Melhora-se a compreensão de textos.
• Incentiva-se o aprendizado dos idiomas.
• Aproxima-se culturalmente as pessoas.
• Há uma mudança na atitude frente ao aprendizado, passando a haver maior
motivação, além de auto-estima e auto-confiança.
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A Imprensa na Aula
O uso dos jornais nas salas de aulas é uma estratégia metodológica que vem sendo
promovida por várias entidades, entre as quais os escritórios da OEI em alguns países da
região.
Outras experiências a este respeito incluem a colaboração direta dos próprios
editores dos jornais. No caso da província de la Rioja, na Argentina, onde a associação de
Diarios del Interior e as Cooperativas Gráficas apoiam o programa "O Jornal na Aula" (El
Diario en el Aula), imprimindo e distribuindo gratuitamente nas escolas matérias de interesse
nacional em torno dos quais se integra o ensino dos conteúdos das diferentes áreas do
currículo. De igual modo, também se procura fazer que, conforme os objetivos próprios
de cada nível de ensino, o material proposto seja analisado e estudado com o grau de
profundidade pertinente. Em Buenos Aires, o programa conta com o apoio da Fundação
Robert Noble.
Na Colômbia, o Ministerio de Educación Nacional e algumas secretarias dos
departamentos, Valle e Antioquia entre outros, conduzem programas sistemáticos para o
uso de jornais nas salas de aulas. Este programa conta com a colaboração da associação
dos diários (ANDIARIOS).
Atualmente, o programa Prensa Escuela (Imprensa Escola) se articula com as
estratégias promovidas pelo Plan Nacional de Universalización de la Primaria (Plano
Nacional de Universalização da [Educação] Primária) e busca, também, integrar-se com os
HEPP, Pedro e REHBEIN, Lucio. (1995) Proyecto Enlaces: El docente y las nuevas tecnologías de
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