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ANO II - Nº 4 MARÇO/ABRIL 2008 O Transcendente Av. Hercílio Luz, 1079 Florianópolis SC 88020-001 Fone: (48) 3222-9572 www.otranscendente.com.br PAG 01.indd 1 21/2/2008 08:30:20
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O Transcendente - No.4

Mar 10, 2016

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Edição Março/Abril 2008
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Page 1: O Transcendente - No.4

ANO II - Nº 4

MARÇO/ABRIL2008

O Transcendente • Av. Hercílio Luz, 1079 • Florianópolis • SC • 88020-001 • Fone: (48) 3222-9572 • www.otranscendente.com.br

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02 MARÇO/ABRIL - 2008 APRESENTAÇÃO

Jornal bimestral de Ensino Religioso pertencente ao PIME Registrado no Cartório de Registro Civil de Títulos e

Documentos de Pessoas Jurídicas de Florianópolis sob o nº 13Diretor: Pe. Paulo De Coppi - P.I.M.E.

Jornalista Resp.: Yriam Fávero - Reg. DRT/SC nº 800 Redator: Sandro Liesch

Diagramação: Fábio Furtado Leite

SEDE: Av. Hercílio Luz, 1079 - Servidão Missão JovemPARA CORRESPONDÊNCIA:

Cx. Postal 3211 / 88010-970 / Florianópolis / SCFONE: (48) 3222-9572 / FAX-AuTOMáTICO: (48) 3222-9967

EndErEço do JornAL “o TrAnSCEndEnTE”:

Ano II - nº 4 - MArço/ABrIL - 2008

Site: www.otranscendente.com.brE-mail: [email protected]

•Individual:•Assinatura Coletiva (no CUPoM da página 11)•Assinatura de apoio:•Internacional:

ASSInATUrA AnUAL

r$ 20,00

r$ 35,00r$ 55,00

O ano de 2008, além de ser o Ano do Planeta Terra, foi declarado o ano Europeu do Diálogo inter-cultural. Este último é um ótimo convi-te lançado aos europeus, nem sempre livres de preconceitos, a tomarem consciência da riqueza que, pela grande imigração, vêm adquirindo na

Na nossa carteira de identidade não pode fal-tar a marca do desejo de viver a unidade, pois vivemos num mundo cada vez mais

global e, muitas vezes, dilacerado por rupturas, di-visões e conflitos. Esta situação levou a se falar em “Confronto de civilizações”.

E como não falta quem esteja soprando nas fagu-lhas das discórdias para transformá-las em guerras, os professores de Ensino Religioso devem estar “na linha de frente”, para aproximar e reconstruir, com os argumentos da razão e do diálogo, o tecido do entendimento e da reconciliação. É preciso acreditar na força da razão e do diálogo!

Infelizmente não faltam sinais evidentes de grave falta de diálogo. Cito somente dois fatos bem recentes.

Em RomaApós ter sido convidado pelo Magnífico Reitor para

visitar e discursar na universidade “Sapienza” de Roma, o Papa Bento XVI desistiu de fazê-lo, pois cerca de 30 professores haviam feito um abaixo assinado contra essa visita. Para eles, o Papa seria contra o progresso científi-co. O fato chocou e revoltou a Itália e o mundo.

Souad Sbai, muçulmana, declarou num artigo que lhe parecia impossível que “mesmo este Papa, que se situou no centro do diálogo entre o Islã e o Ociden-

te, e abriu um apaixonante debate sobre a relação entre fé e razão, fosse obrigado a renunciar à sua intervenção na maior universidade italiana”.

“O mais incrível, continua Souad Sbai, é que o veto proveio de ‘uma daquelas universidades do Ocidente às quais nós, mulheres árabes, contemplamos como a terra prometida da livre confrontação de conhecimentos e de saberes. Isso foi para nós uma jornada de tristeza e de vergonha, pois se celebrou a afirmação de uma ideologia facciosa, privada de valores, de conteúdos, de espirituali-dade e de ideais. Isso representa o amanhecer da derrota da civilidade de todo um país’”.

Em resposta, na mesma semana, o Papa disse que “o diálogo é a única estrada capaz de garantir um futuro comum de solidariedade e de progresso coletivo”.

Na MalásiaO governo proibiu aos não-muçulmanos o uso de

algumas palavras árabes “sagradas”. “Não permitimos que outras religiões empreguem a palavra ‘Alá’ porque isso confunde as pessoas”, declarou o vice-ministro Jo-hari Baharum.

A norma surpreendeu as comunidades de religião cristã, hindu e sikh. Isso aconteceu num país que conta com uma sociedade multiétnica e multireligiosa, mode-rada e pluralista.

Ao iniciarmos esta nova caminhada, a equipe de O TRANSCENDENTE quer caminhar de mãos dadas com todos vocês. Será o segundo ano de empe-nho comum para aprimorarmos, em todo o Brasil, o Ensino Religioso. Somos sabedores de que nem sempre o ER existe em todos os estados e escolas do Brasil. Muitos são também os professores desta área que frequentemente se queixam da falta de bons sub-sídios. Isso nos confirma de que um longo caminho

co-existência com diferentes culturas, tradições e valores.

A terra é a nossa casa comum. Não é suficiente vi-vermos ao lado do outro, mas devemos perceber que estamos percorrendo um mesmo caminho como pesso-as e no respeito de suas tradições.

ainda há de ser percorrido para que esta disciplina con-quiste o espaço que merece num mundo tão carente de valores.

Nós continuaremos a oferecer a nossa colaboração com empenho e paixão pela educação e formação das crianças e dos adolescentes. Talvez eles ainda não rece-bem, dos educadores e dos próprios pais, aquela ajuda e carinho de que precisam para superar as dificuldades próprias de sua idade. Isso muito nos preocupa!

Como estão vendo, a partir desta edição estamos incluindo um ENCARTE PEDAGÓGICO que tem como objetivo ajudar os professores do ensino fundamental a melhor administrar e enriquecer os assuntos apresentados, adaptando-os às diversas ida-des. O Ensino Médio também é contemplado com os diversos textos para estudos, reflexões e debates. Paralelamente, outros subsídios serão oferecidos através do site: www.otranscendente.com.br.

Quero agradecer o apoio dos assinantes de O

TRANSCENDENTE e de todas as Secretarias de Edu-cação que realizaram assinaturas coletivas para atender a todas as suas escolas. Agradeço também àquelas que adquiriram a nossa Coleção Educação para as suas bi-bliotecas. Isso nos anima a trabalhar ainda mais e me-lhor para aprimorar a nossa contribuição.

Até a próxima edição.Um grande abraço.

O ser humano, desde o princípio de sua existência, sempre buscou pelo transcendente, inclusive nós, oci-dentais.

Nossa herança cultural, fundamen-tada no raciocínio lógico, nos leva a desafiar os limites entre a fé e a razão.

No entanto, atualmente, influenciados cada vez mais por uma cultura consumista-materialista, somos levados a buscar “algo diferente” para a nossa existência. Prova disso é o retorno de fiéis às suas Igrejas, surgimento de novas denominações religio-sas e a participação das pessoas em mani-festações de fé.

Mesmo caminhando por diversos ca-minhos, queremos chegar ao mesmo obje-tivo, que é construir um mundo mais justo e fraterno. Para isso temos uma regra em comum: a vivência do diálogo e do amor.

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O ENSINO RELIGIOSO MARÇO/ABRIL - 2008 03

FEITICEIROSAo mesmo tempo, havia no clã uma pessoa que

possuía em si uma parte do espírito de cada um dos membros do clã com poder de interceder junto aos espíritos. Eram os feiticeiros. Temidos, reverencia-dos e respeitados até pelo chefe, os feiticeiros eram os verdadeiros donos do destino das pessoas.

Para garantir a proteção dos espíritos, as pessoas deviam honrar o feiticeiro, conquistando sua amiza-de e nunca deixando uma possibilidade de vingança. Quando o feiticeiro morria, recebia honras e venera-ção, passando a ser mais um espírito protetor do clã. Nascia assim o culto aos antepassados. O feiticeiro vivo, geralmente filho, neto ou bisneto dos feiticei-ros venerados, também era considerado participante da transcendência dos ancestrais.

SaCERdOTES Quando os espíritos evoluíram para ídolos e deu-

ses, os feiticeiros transformaram-se em sacerdotes. Surgiram assim as religiões institu-cionais em todas as civilizações. Essas religiões surgiram em torno dos reis, faraós e imperadores e eram de gran-de importância para eles. Contudo, a população continuou buscando as re-ligiões naturais, querendo contar com a proteção dos espíritos e das forças da natureza.

Com a invenção da escrita, aproxi-madamente 5.000 anos atrás, começou o registro da história da humanidade. Chamamos de civilização ao período que vem após a escrita e de pré-histó-ria ao período anterior. Com a civili-zação veio a formação das primeiras cidades, das construções das casas, dos templos e da organização dos povos.

a pRé-hISTóRIa E a CIvIlIzaçãO:

NA PRÉ-HISTÓRIA: organização tribal igualitária; trabalho de subsistência; tempo de lazer, convivência e comunicação oral; crença nos espíritos protetores; o feiticeiro representa a clã junto aos espíritos; tudo é passado de pai para filho pela tradição oral; os espí-ritos estão a serviço de cada uma das pessoas.NA CIVILIZAÇÃO: organização classista; trabalho para gerar superávit e ter como sustentar os donos

do poder; inexistência do lazer e da tradição oral das crenças religiosas; crença em deuses que devem ser servidos; os reis e os sacerdotes representam os inte-resses dos deuses e exigem do povo; o conhecimento é reservado aos sacerdotes e encerrado no mistério da escrita; as pessoas são membros de uma massa que ser-ve aos deuses e a seus representantes.

Na Antigüidade não existem civiliza-ções sem religião. A religião é o suporte da organização social elaborada. Ela é a manutenção da própria civilização.

aS RElIgIõES dETERmInam a

ORganIzaçãO SOCIalAs primeiras religiões coin-

cidem com o surgimento das primeiras civilizações. Elas têm doutrinas que trazem exigências de organização social. Normalmente a doutrina ensina sobre a existên-cia dos deuses e sobre suas exigên-cias para com as pessoas. Os reis e os sacerdotes são os representantes dessas exigências.

Os cultos exigem grandes quantidades de produtos da terra, animais e até pessoas para se-rem sacrificadas. O povo devia produzir e oferecer tudo o que fosse necessário para o sacrifício e o sus-tento dos representantes dos deuses.

Dentre deste quadro de opressão da religião surgiram religiões alternativas que condenavam e tentavam reverter estas práticas opressoras. A ética dessas religiões era a justiça e a defesa da vida. Mas será somente com o judaísmo que a concepção do ser Transcendente e a éti-ca do relacionamento com as pessoas e com Ele se transformam radicalmente.

Apresento, a seguir, duas civilizações nas quais a religião determina a organi-zação social.

a CIvIlIzaçãO EgéIa, pROTóTIpO da lIbERdadEA sociedade do mar Egeu não tinha

deuses que manipulavam a sociedade. Os povos das ilhas Egéias, liderados pela ilha de Creta, antes da civilização grega, dão uma prova concreta de que a mul-

tiplicação dos deuses é causa e sinal de desigualdade social e de opressão. A organização de Creta não se submetia à doutrina religiosa. A religião era um ato livre, independente da organização socio-econômica.A) A religião. Em Creta, era venerada uma única deu-

sa, de nome desconhecido, doadora da fertilidade das pessoas, dos animais e dos campos. O culto era feito através de festivais populares de canto, dan-

ças, e banquetes por ocasião das colheitas. Não existiam templos e as sacerdotisas não eram orga-nizadas hierarquicamente.

B) A vida social. Em Creta havia igualdade de di-reito de cargos públicos e de instrução para o homem e para a mulher. Todos podiam montar

negócios. A população era alfa-betizada e todos usufruíam da Biblioteca pública. Não existia escravidão. Os agricultores comercia-vam diretamente seus produ-tos. Creta começou a decair quando navegadores do con-tinente foram buscar peças artesanais na ilha. Com eles

chegaram novos deuses, a com-petição, o poder, a escravidão e a cobiça. Creta deu assim lugar à cultura grega.

a CIvIlIzaçãO babIlônICa,

a CORRupçãO E a OpRESSãO

Contrariamente à civilização de Creta, a da Babi-lônia foi uma civilização opressora.A) A religião. Em Babilônia veneravam-se vários

deuses: Marduc, o senhor do mundo; Ishtar, a deusa da fertilidade; Nergal, deus do mal, que aterrorizava e punia os pecadores. Havia no povo um grande terror dos demônios liderados por Nergal. Então os magos e feiticeiros comerciali-zavam abundantemente seus amuletos, talismãs e objetos protetores contra a ação dos demônios. Babilônia retrocedeu assim à mentalidade mágica dos clãs primitivos.

B) A vida social. Babilônia herdou dos sumérios uma cultura evoluída e sólida. Mas ali não evoluiu, pelo contrário, retrocedeu, voltando ao mágico, apesar de a história salientar essa cultura por causa do Có-digo de Humurabi. Escasso era o interesse pelo pro-gresso, o que fez dos babilônios um povo rude. O rei era o proprietário de toda terra e de dois terços da produção. As mulheres e crianças eram entre-gues como escravas, pelos chefes de famílias, para pagar os impostos. A pena de morte era comum para crimes como vadiagem, desordem, revolta de um escravo, adultério. A ignorância era grande. Só os escribas, sacerdotes, reis, astrólogos e mágicos conheciam a escrita e o conhecimento secreto. A fome e a miséria eram constantes.(Continua no próximo número)

idade neolítica, além da escrita na pedra, caracterizou-se pelo surgi-mento das instituições, dentre elas

a família e a religião.Quando a superioridade física, a rapi-

dez e a sagacidade dos animais fazia deles espíritos respeitados e venerados, eram-lhes atribuídos acontecimentos, tanto bons quanto maus.

O Universo Religioso: as grandes religiões e tendências religiosas atuaisApós meses de pesquisa e muito diálogo com pessoas de outras crenças, os autores apresentam este estudo sobre as várias manisfestações religiosas tradicionais e as ten-dências atuais. O objetivo deste livro é oferecer uma compreensão popular das manifestações religiosas presentes em nosso universo.

Este livro é indicado para escolas e para aqueles que buscam conhecer mais e melhor o universo religioso e suas manifestações. Esta obra ajudará a conhecer melhor a religião de cada um e também a do outro, tendo como horizonte um diálogo sincero e aberto na busca de um mesmo objetivo: a construção de um mundo melhor.

Por fim, poderia-se perguntar: Para que conhecer a nossa e as outras religiões? Para melhor conhecer o Transcendente. Professor, adote o “Universo Religioso”. Certamente este livro ajudará muito em seu trabalho.

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04 MARÇO/ABRIL - 2008 CONVERSANDO COM O EDUCADOR

O TRANSCENDENTE: Luis, você gosta do Ensi-no Religioso? Por quê?

Luiz: Eu gosto porque ali se fala de religiões, de Jesus e a gente fala das “coisas” de Deus. Aprende-mos também muita coisa sobre amizade, carinho e respeito. Nossa professora também traz dinâ-micas, trabalhos e outras atividades. E isso ajuda muito.

OT: O que você espera da professora de Ensino Reli-gioso para este ano?

Luiz: Que ela seja legal e ensine bastante “coisa”. Que traga dinâmicas e atividades para fazer em casa, que a gente possa assistir a alguns filmes e ouvir mú-sicas que tragam mensagens interessantes para a gen-te conversar. Acho também que a gente deve fazer alguma coisa para ajudar as crianças mais pobres.

O TRANSCENDENTE: Professora Lenir, poderia nos contar como está sendo sua experiência de lecionar Ensino Religioso aqui na comunidade do Mont Serrat.

Professora Lenir: Maravilhosa! Os alunos não são obrigados a assistir as au-las, mas até hoje, e faz quatro anos, ninguém saiu da minha aula. Para mim isso é uma grande vitória e isso é muito gratificante. Eu sempre falo para os meus alu-nos que os amo muito. Eu acredito que o professor deve entrar em sala de aula e conquistar o aluno. Para ter o respeito do aluno, o professor precisa conquistá-lo, como também o aluno deve sentir que o professor gosta dele.

De nada adianta o professor chegar à sala de aula e dizer “eu sou o professor!”. Não. Ele deve mostrar que está ali para ensinar, mas que também tem muito para aprender. E, veja bem, eu realmen-te já aprendi muito dos meus alunos e sou apaixonada por eles. Com eles eu trabalho muito a questão de valores: a família, o amor, o respeito, o perdão, etc. E tudo isso fica mais fácil graças ao apoio da direção.

OT: Em suas aulas, como é que você trabalha a diversidade religiosa?

Professora Lenir: Com base no di-álogo. A gente procura pesquisar, co-nhecer outras denominações religiosas e partilhar das nossas próprias experi-ências religiosas. Mas, acima de tudo, incentivo os alunos a buscarem a Deus, independentemente de religião, mostrando que sem Ele nós não somos nada. OT: Professora Lenir, você falou que nenhum aluno sai de sua aula. Qual é a estratégia?Professora Lenir: Dinâmicas. As aulas precisam ser dinamizadas. Ninguém agüenta ficar escrevendo texto, texto e mais texto. Eu utilizo mensagens, víde-os, músicas, trabalhos em grupos, etc. As aulas de Ensino Religioso devem ser

diferentes. Eu não quero um aluno que decore, mas que aprenda. E podemos aprender trocando idéias, experiências, conversando. Isso tudo em harmonia e com responsabilidade. OT: Professora Lenir, você trabalha numa comunidade carente e com muitas dificuldades. Sendo assim, a escola precisa oferecer um diferencial para atender os alunos. Como você vê isso?Professora Lenir: Eu penso que todo educador precisa conhecer a realidade do seu

aluno. Então, o que nós fizemos aqui? Num sábado, junto com a diretora, nós, os professores, visitamos as casas de nossos alunos para conhecer um pouco mais a realidade deles. Dessa forma, quando um aluno chega à es-cola revoltado, a gente pode conversar mais abertamente. Não é necessário ex-pulsá-lo da aula, mandar para a direção, mas apenas conversar. Eu já parei aulas para simplesmente conversar com os alunos. Em certos momentos, isso se torna indispensável.

Acredito que foi através do meu jei-to de ser, de conversar, de agir, de tra-balhar que eu conquistei meus alunos. Quando você conhece a realidade do

aluno, você tem um maior comprome-timento com ele. Muitas pessoas me diziam: “Nossa, você vai

lecionar lá naquele morro!?”. Agora, confesso que o dia em que eu deixar de trabalhar nesta comunidade, será, para mim, muito triste. Eu realmente gosto daqui. Já fui convidada para lecionar em outras escolas, porém, não abro mão desse lugar. OT: Professora Lenir, deixe sua mensagem para os demais professores de Ensino Religioso.Professora Lenir: Ser mestre é ter Deus no coração. Porque sem Deus no coração ninguém vai a lugar algum.

OT: Como é a sua professora de Ensino Religioso?

Luiz: Ela é legal. Não é muito brava, conversa muito com a gente e nos ajuda muito.

Trocando idéias:1. Você concorda com a professora Lenir: “Quando você conhece a realidade do aluno, você tem um maior comprometimento com ele.”? Por quê?2. A partir do testemunho do aluno Luiz e da professora Lenir, que pontos em comum poderíamos levar em conta no momento em que preparamos nossas aulas?

O TRANSCENDENTE saiu às ruas para conversar com alguns professores e alunos. Tivemos a alegria de conhecer o aluno Luiz e a professora Lenir. Os testemunhos que deles colhemos podem nos dar algumas pistas para trabalharmos o Ensino Religioso.

Quando você conhece a realidade do aluno, você tem um maior comprometimento com ele.

OT: O que a escola mais lhe proporciona?Luiz: Amigos.

OT: Uma frase ou um pensamento que você apren-deu nas aulas de Ensino Religioso ou atitudes da professora que você não esquece?Luiz: Uma frase: “Sou inteligente para pensar e aprender”. A atitude da professora que me chama a atenção é que quando a gente está com dificuldade ela, com muita paciência, nos ajuda. OT: Você acha interessante aprender algo sobre ou-tras religiões?Luiz: Sim. Mesmo que a maioria de meus colegas seja católica, acho legal conhecer outras religiões. Falar de uma só religião não é muito bom. A gen-te pode aprender muita coisa também das outras religiões.

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UNIVERSO RELIGIOSO05 MARÇO/ABRIL - 2008

Religiões antigas

Mas vamos ao nosso assunto.Não podemos entrar logo

na realidade atual sem lembrar um pouco as religiões mais an-tigas do Ocidente. Vocês, pro-vavelmente, já ouviram falar delas.

Os gregos, por exemplo, adoravam muitos deu-ses (politeísmo) e acreditavam que o Monte Olimpo era a residência oficial deles. Zeus esta o maior de todos.

Os romanos também adoravam muitos deuses. Em Roma existe ainda o “Panteão”, templo dedicado a todos eles. O próprio imperador era considerado deus.

Os povos do norte da europa, como os Vikings da Escandinávia, veneravam deuses, geralmente guer-reiros. Isso tudo foi suplantado com o crescimento do cristianismo.

CRistianismOMas, pensando na realidade atual, seria im-

possível apresentar a Matriz Ocidental sem falar do cristianismo e do espiri-tismo. Este último nasceu no ociden-te, pois o judaísmo e o cristianismo se originaram no Oriente Médio.

se quisermos conhecer me-lhor o cristianismo, devemos ter em conta a influência da filosofia grega, base do pensamento ociden-tal. De fato, o pensamento grego foi importante para fundamentar a razão e, assim, tentar explicar o sagrado e o transcendente para os homens dominados mais pelas ques-tões materiais.

Contudo, se os antigos gregos exploraram e formularam muitas questões, apesar dos seus esforços, nos deixaram

muito mais perguntas que respostas.

importância da Bí-blia - Para conhecer os fundamentos do cris-

tianismo, é preciso ler a Bíblia. Nela encontram-se

os fundamentos dos cris-tianismo: origem do mundo

(Criação – desobediência a Deus de Adão e Eva e a ação amorosa de Deus para salvar a humanidade). Cha-mamos isso de história da salvação, e se encontra na primeira parte da Bí-blia (Antigo Testamento – tudo que está nesse livro também faz parte da doutrina dos judeus).

encontramos também a nar-ração do nascimento de Jesus, o Messias e Salvador prometido e enviado por Deus, sua vida, pre-gação, paixão, morte, ressurrei-

ção, envio de seus apóstolos para anunciarem a Boa Nova da salvação – sua volta ao Pai (ascensão). Tudo isso está na segunda parte da Bíblia (Novo Testamento).

a grande novidade do cristianismo é a convicção de que Jesus, sendo Filho de Deus, é o único Salvador.

Por muito tempo o cristia-nismo ficou ligado à obser-vância das normas e festas judaicas. No entanto, com o passar do tempo, sobretudo pela influência do Apóstolo Paulo, o cristianismo passou a ser uma

religião com uma identidade e uma

doutrina própria e bem definida. Atualmente o cristianismo é a religião predominante no mundo

ocidental.

CRistÃOs DiViDiDOs

Ao longo de sua história, acontece-ram muitas divisões no cristianismo. A primeira foi em 1054, quando o cristia-nismo se dividiu em Igreja Ortodoxa

Oriental e Igreja Católica Oci-dental. Causas disso: algumas divergências teológicas e a decisão do Patriarca do Oriente, com sede em Constantinopla, capital do Império do Oriente, de ter a mesma autorida-de do Papa. Nascia assim a Igreja Oriental chamada de Ortodoxa, que, por sua vez, dividiu-se em Igreja Grega, Russa, Síria, Armênia, Copta.

a igreja Católica Ocidental também sofreu divi-sões. A mais conhecida foi liderada por Martinho Lu-tero. O Monge discordava de diversas atitudes toma-das pela igreja de Roma. Esta divisão ficou conhecida

como Reforma Protestante. A partir disso, surgiram outras

divisões que deram vida a outras denominações cristãs: os calvinistas, os

Batistas, os Presbiterianos, os Metodistas, os Mór-mons, etc. O fenômeno mais atual é o surgimento de muitas outras denominações cristãs chamadas de pentecostais: Assembléia de Deus, Igreja Renas-cer, etc..

espiRitismOO espiritismo surgiu no século

XIX, na França, mas a sua histó-ria remete-se aos acontecimentos da cidade de Nova Iorque. Em 1855, o francês Hippolyte Léon Denizard Rivail, mais conheci-do por Alan Kardec, passou a estudar alguns fenômenos ex-traordinários.

alan Kardec, a partir desses estudos, escreveu cinco livros: O Livro dos Espíritos; o Li-vro dos Médiuns, o Evange-lho Segundo o Espiritismo, o Céu e o Inferno ou a Justiça Divina e A Gênese.

Os espíritas acreditam:

• que o mundo é criado por Deus a partir do nada.

• que a criação tem duas realidades: uma visível e uma invisível.

• que a realidade invisível é eterna: o espírito. • que a realidade visível é finita e mortal: o corpo

e o mundo material.• que o processo da criação é contínuo.• que a missão do homem no mundo é evoluir,

sair da ignorância e atingir o estado de luz. • que este processo acontece através do ciclo de

nascimento, crescimento, vida, morte e renasci-mento.

• que o espírito precisa renascer quantas vezes for necessário

para ele atingir a iluminação.Ah, essa não dá para

esquecer! Uma das ca-racterísticas mais fortes do espiritismo é a soli-dariedade.

Geninho: Bom amigos, espero que te-

nham gostado da apresentação feita pelo

nosso amigo Sócrates. Até a próxima, tchau!

Geninho: Olá amigos, tudo bem com vocês?! Eu já estava com saudade! Este ano

continuarei apresentando para vocês o Universo Religioso. Desta vez estudaremos a Matriz Oci-

dental. Para isso, trouxe o meu amigo Sócrates.

Sócrates: Olá pessoal, tudo bem? Queria iniciar dizendo-lhes que, no final do século XX, muitas pessoas do mundo ocidental deixaram de privilegiar a razão no estudo e na prática

de suas religiões. Isso tudo lhes parecia muito abstra-to e distante da vida. Dessa forma, preocupadas, sobretudo

em procurar curas miraculosas, elas se deixaram levar mais pela emoção e pelo sentimento.

Na Matriz Ocidental, houve também muitas divisões entre as pessoas da mesma fé. Mas, apesar das di-

visões, tenho certeza de que o amor supera tudo!

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ESPIRITUALIDADES MARÇO/ABRIL - 2007 06

A Páscoa uma das principais festividades den-tro do judaísmo, pois celebra a libertação do Povo de Deus da servidão egípcia.

PESSACH:PASSAGEM OU SALTOEste nome se origina quando o Anjo Des-

truidor foi enviado por Deus para matar os primogênitos da terra do Egito e poupar os filhos de Israel. Esta ação do anjo é a razão maior da festa, pois seu gesto representou o golpe final nos egípcios e especialmente no faraó, ocasionando finalmente a libertação do nosso povo.

Pesssach relembra também as 10 pragas que julgaram nossos opressores antes deste golpe final, julgamento este já previsto pelo patriarca Abraão, cerca de 400 anos antes, quando o Eterno lhe disse que a sua descen-dência seria escravizada, porém Deus julga-ria os que fizessem isso.

Para que nosso povo fosse livre desta praga, que caiu sobre o Egito naqueles dias, Deus mandou que fosse separado e sacrificado um cordeiro por família, que a sua carne fosse comida naquela noite, e que seu sangue fosse passado nos umbrais das portas.

Este sangue seria a marca de que ali es-tava um israelita obediente, ou alguém que se dispunha a obedecer a Deus e que, por-tanto, seria livre da morte qualquer primogênito daquela casa. Naquela ocasião, o sangue serviu para libertar da morte aqueles que fizeram dele o uso adequado recomendado por Deus.

PESSACH CELEBRAÇÃO

Pessach também é momento de reunião dos irmãos e da famí-lia de Israel. A celebração desta fes-ta, que dura 7 dias, começa tendo-se à mesa uma refeição festiva, com alguns elementos que nos ensinam sobre as situa-ções e condições que encontraram nossos pais naqueles dias, sobre a dureza da ser-vidão e a alegria da libertação.

A matzah, por exemplo, que é o pão sem fermen-

to, lembra que não houve tempo para fermentar a mas-sa que os israelitas fizeram na saída do Egito. Este pão sem fermento é comido durante os 7 dias da festa.

Na Torah, Deus recomenda que neste período não

comamos nenhum alimento feito de cereais com fer-mento, isto porque na primeira semana da saída tam-bém não conseguiram preparar nada de alimentos.

O maror é um outro elemento im-portante. Trata-se de raízes fortes

que lembram o serviço duro que nosso povo enfrentou

durante o período da servidão, na carga de tijolos, barro e a pró-

pria construção na qual os israelitas foram obrigados a

trabalhar. Quando celebramos o

Pessach, lembramos de que nossos patriarcas trabalharam duramente

naquele período, e para que sintamos uma pitadi-nha do que eles sentiram, comemos nesta celebra-

ção, algo que se assemelhe ao que eles passaram. O karpás (batata ou outro vegetal) é mergulha-

do em água salgada (salmoura) durante a celebra-ção e nos traz à lembrança as lágrimas daqueles que

sofreram pelo duro trabalho daqueles que morreram na servidão e as mães que perde-ram seus filhos debaixo das cargas impostas pelos egípcios.

O Maguid, talvez seja a parte mais im-portante, dentro do primeiro dia do ceri-monial. Trata-se do relato ou ato de con-tar a história da servidão, os grandes juízos que HaShem derramou sobre os egípcios, quando os julgou e puniu pela servidão que infringiram sobre os israelitas e, por fim, a libertação grandiosa que Deus deu ao seu povo, tirando-o do Egito com Mão forte e Braço estendido.

Esta festa é celebrada anualmente entre 14 e 21 de Nisan, na primavera no Estado de Israel, mas em todo o mundo, onde haja um judeu, ali há a lembrança de que Deus nunca esqueceu o seu povo e nunca rejeitou a descendência de Abraão nosso pai.

Esta festividade também é conhecida pelo nome de Chag Matzot (Festa dos Ázi-mos), porque durante 7 dias não comemos pão fermentado. O fermento simboliza o pecado do qual Deus livrou seu povo.

O cordeiro é mais um símbolo que podemos tirar dentro desta festa. O cor-deiro morto, para que seu sangue fosse passado nos umbrais (mezuzot) das ca-

sas. Deste cordeiro não devia ficar nada até a manhã seguinte.

Escrito por: Zaken Shelumiel ben Yisrael

Congregação Israelita da Nova Aliança Responsável:

Rosh Yishai ben Yehudah

Saiba como realizar, com alunos ou grupos, uma boni-ta celebração pascal judaico-cristã.

Conheça também os símbo-los mais populares da Páscoa.

Acesse:Site: www.otranscendente.com.brE-mail: [email protected]: (48) 3222-9572 - Fax: (48) 3222-9967

Sites para consultas: www.israelitas.com.br

www.radioisraelita.com.brwww.tvisraelita.com.br

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07 MARÇO/ABRIL - 2008 RITOS E VIDA

Cidade que sediará aolimpíada de 2012.

Este jogo olímpico é uma competição para animar a turma! Para realizar esta atividade, precisa-se, antes, dividir a turma em equipes. Cada equipe deverá ter um nome.

O (a) professor(a) estipula um prazo para a entrega da prova. As equipes deverão encontrar as respostas a estas questões propostas. Elas podem pesquisar em livros, enciclopédias e na internet.

A equipe que somar mais pontos será a vencedora. Pode-se distribuir prêmios para as equipes vencedoras. Exemplo: bombons, etc. Em caso de empate, todos saem ganhando. Boa sorte a todos!

O (a) professor(a) que desejar as respostas, entre em contato com a redação do jornal OTRANSCENDENTE.

Este ano, de 8 a 24 de Agosto, serão celebradas em Beijing, ou Pequim, as Olimpíadas. A Olimpíada é o maior evento esportivo do planeta e conta com a

participação de milhares de atletas vindos de quase todas as nações.

A cada quatro anos atletas de centenas de países se reúnem num país para disputarem um conjunto de moda-lidades esportivas. A própria bandeira olímpica represen-ta essa união de povos e raças, pois é formada por cinco anéis entrelaçados, representando os cinco continentes e suas cores. A paz, a amizade e o bom relacionamento entre os povos são os princípios dos jogos olímpicos.

Um pouco de históriaOs gregos, inicialmente, realizaram esses festivais

esportivos em honra a Zeus, o deus supremo, que reinava sobre os demais deuses e vigiava o destino dos homens. Ele habitava no monte Olimpo, o mais alto da Grécia. Por isso o nome Olimpíadas.

Os jogos olímpicos começaram, aproximadamente, há 2.500 anos a.C. No entanto, por razões desconheci-das, num certo momento eles deixaram de existir.

Numa certa ocasião, o rei Ífito perguntou a uma sacerdotisa que interpretava o Oráculo de Delfos o que deveria fazer para pôr fim à peste que assolava o

Peloponeso. O obteve a seguinte sugestão: restaurar os jogos olímpicos, para conter a fúria dos deuses.

Nesse tempo, os jogos duravam um dia e havia somente a corrida no estádio. Apenas no ano de 776 a.C. os jogos e os nomes dos vencedores começaram a ser registrados.

Aos poucos, o número de modalidades foi au-mentando até chegar a dez no século V a.C. Entre as modalidades destacam-se: a corrida, o arremesso de disco, o salto em distância, o lançamento de dardo, a luta, o boxe, a corrida de bigas (carro puxado por cavalos) e o pancrácio, um tipo de luta.

Todos os gregos que fossem cidadãos livres e que não tivessem cometido nenhum crime podiam com-petir. Com exceção de algumas sacerdotisas, apenas os homens assistiam às disputas.

Quase que um ritoOs vencedores recebiam uma palma ou uma coroa

de folhas de oliveira. Era a maior honraria a que um grego podia aspirar. Na volta à sua cidade, os atletas eram recebidos com homenagens.

A decadência dos jogos olímpicos da Era Antiga começou em 456 a.C., com a invasão da Grécia pelos romanos. Isso mudou o espírito de integração dos jo-

gos, pois os romanos preferiam o circo e os seus com-bates mortais, travados pelos gladiadores, aos jogos.

A última olimpíada dessa era foi em 393 d.C. Des-de 776 a.C., foram realizados 293 jogos olímpicos.

Os gregos tinham pelos esportes um culto quase religioso e chegaram a marcar a passagem do tempo por olimpíadas, intervalos de quatro anos entre as competições.

Os competidores, que vinham de terras mais distantes, possuíam uma espécie de salvo-conduto, o que lhes permitia atravessar regiões onde havia guer-ra sem serem atacados.

Na região onde as provas eram disputadas, en-trava em vigor uma trégua sagrada. Ninguém podia guerrear em período de jogos.

Olimpíadas da era modernaQuinze séculos após a extinção, os jogos foram

reiniciados graças ao grande esforço do educador francês Coubertin. Convencido de que a cultura gre-ga foi gloriosa graças às competições esportivas, o francês iniciou uma campanha e convenceu muitos países a participar desta extraordinária confraterni-zação esportiva. Dessa forma, realizam-se, em 1896, os primeiros Jogos Olímpicos da era moderna.

Tornou-se o primeiro homem a ganhar quatro medalhas de ouro. Ele

venceu a corrida dos 100 e 200 m, o salto em distância e o revezamento 4x100 m na mesma Olimpíada. Isso ocorreu em

Berlim no ano de 1936.

Qual é o nome do primeiro negro brasileiro a disputar o

atletismo em olimpíadas.

Em que ano e país deu-se a primeira participação brasileira em Olimpíadas.

Construção chinesa que pode ser vista do espaço.

Segundo o calendário chinês, o período de 7 de Fevereiro de 2008 a 25 de Janeiro de 2009 é

representado por um animal. Qual é este animal?

Em 1932, o Brasil, pela primeira vez, leva uma atleta

para uma Olimpíada. Qual é o nome desta atleta e qual a sua

modalidade esportiva?Quantas medalhas de ouro o Brasil conquistou nas

Olimpíadas de Atenas,na Grécia?

Olimpíada em que o Brasil obteve a 52º posição

no ranking de medalhas.

É um dos símbolos dos Jogos Olímpicos. Segundo a lenda,

Prometeu teria roubado o fogo de Zeus para entregar aos mortais.

Nome do imperador ro-mano que proibiu os jogos olímpicos no ano de 393.

Quantas medalhas os Estados Unidos conquistaram na primeira

olimpíada da era moderna?

Monte grego que deu origem à palavra olimpíada.

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ATUALIDADES MARÇO/ABRIL - 2008 08

Encontre as palavras: CONSCIÊNCIA ECOLÓGICA - PRESERVAR - ECONOMIZAR - PLANTAR - RECICLAR - ECONOMIA SUSTENTÁVEL - CIDADANIA - RESPEITO - RESPONSABILIDADE - HUMANIDADE - EXPLORAÇÃO - HOMEM. Por que essas palavras são relacionadas com as questões ambientais? Converse com os seus colegas.

Princípio-TerraNunca se falou tanto da Terra como nos últimos

tempos. Parece até que a Terra acaba de ser desco-berta. Os seres humanos fizeram um sem número de descobertas, de povos indígenas embrenhados nas florestas remotas, de seres novos da natureza, de ter-ras distantes e de continentes inteiros. Mas, a Terra nunca foi objeto de descoberta. Foi preciso que saís-semos dela e a víssemos a partir de fora, para então descobri-la como Terra e Casa Comum.

Isso ocorreu a partir dos anos 60 com as viagens espaciais. Os astronautas nos revelaram imagens nunca dantes vistas. Usaram expressões patéticas, como “a Terra parece uma árvore de Natal, dependurada no fundo escuro do universo”, “ela é belíssima, resplandecente, azul-

“A Terra tem o suficiente para o

sustento de todos, mas não tem para

a ganância de uns poucos”.

Ghandi

branca”, “ela cabe na palma de minha mão e pode ser encoberta com meu polegar”. Outros tiveram sentimentos de vene-ração e de gratidão e rezaram. Todos voltaram com renovado amor pela boa e velha Terra, nossa Mãe.

Esta imagem do globo terrestre, visto do espaço exterior, divulgado diariamente pelas televisões do mundo inteiro, suscita em nós sentimento de sacralidade e está criando novo estado de consciên-cia. Na perspectiva dos astronautas, a partir do cosmos, Terra e Huma-nidade formam uma única entidade. Nós não vivemos apenas sobre a Ter-ra. Somos a própria Terra que sente, pensa, ama, sonha, venera e cuida.

Painel da ONUContudo, nos últimos tempos se anunciaram gra-

ves ameaças que pesam sobre a totalidade de nossa Terra. Os dados publicados, a partir de 2 de fevereiro de 2007, culminando em 17 de novembro pelo or-ganismo da ONU Painel Inter-governamental das Mudanças Climáticas, com os impasses recentes em Bali, nos dão conta de que já entramos na fase do aquecimento glo-bal com mudanças abruptas e irreversí-veis. Ele pode variar de 1,4 até 6 graus Celsius, dependendo das regiões terres-tres. As mudanças climáticas possuem origem andrópica, quer dizer, tem no ser humano que inaugurou o processo industrialista selvagem, seu principal causador.

Se nada for feito, iremos ao encontro do pior e milhões de seres humanos poderão deixar de viver so-bre o planeta.

Como destruímos irresponsavelmente, devemos agora regenerar urgentemente. A salvação da Terra não cai do céu. Será fruto da nova co-responsabilidade e do renovado cuidado de toda a família humana.

TERRA: objeto do cuidadoDada esta situação nova, a Ter-

ra se tornou, de fato, o obscuro e grande objeto do cuidado e do amor humano. Ela não é o centro físico do universo, como pensavam os an-tigos, mas ela se tornou, nos últimos tempos, o centro afetivo da humani-dade. Só temos este planeta para nós. É daqui que contemplamos o inteiro universo. É aqui que trabalhamos, amamos, choramos, esperamos, so-

nhamos e veneramos. É a partir da Terra que fazemos a grande travessia rumo ao além.

Lentamente estamos descobrindo que o valor supre-mo é assegurar a persistência do planeta Terra e garantir as condições ecológicas e espirituais para que a espécie

humana se realize e toda a comunidade de vida se perpetue.

Em razão desta nova consciência, fa-lamos do princípio Terra. Ele funda uma nova radicalidade. Cada saber, cada insti-tuição, cada religião e cada pessoa devem colocar-se esta pergunta: que faço eu para preservar a mátria comum e garantir que tenha futuro, já que ela, há 4,3 bilhões de anos, está sendo construída e me-

rece continuar a existir? Porque somos Ter-ra, não haverá para nós céu sem Terra.

A Organização das Nações Unidas para a Edu-cação elegeu 2008 como “O Ano do Plane-ta”. Tal iniciativa representa, mundialmente,

um marco histórico de máxima relevância para um direcionamento energético das ações humanas em favor da preservação ambiental, da conservação dos recursos naturais e da qualidade de vida.

A Unesco convidou cientistas, políticos e em-presários para participarem dos debates com “estu-dantes do mundo inteiro” com a finalidade de “atrair os jovens às geociências”, atentando-lhes para a importância das “Ciências da Terra”. Os líderes políticos, por sua vez, serão encorajados a utilizar o conhecimento científico na “criação de suas po-líticas nacionais” em promoção ao evento da ONU para o desenvolvimento sustentável.

Somos todos convidados a fazer parte deste grande projeto do planeta. Convide sua turma, sua família, sua comunidade escolar e, juntos, criem um inteligente projeto de ação ambiental.

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NOSSO COMPROMISSO MARÇO/ABRIL - 2008 09

Wangari Muta Maathai, natural do Quênia, é uma defensora do meio ambiente e, em 2004, ganhou o Prêmio Nobel da Paz por

sua contribuição ao desenvolvimento sustentável, democracia e paz, tornando-se a primeira mulher africana a receber o Prêmio.

Vamos conhecê-la um pouco mais e, através de seu exemplo, sejamos nós também defensores da vida e do meio ambiente.

Wangari, desde criança, viu árvores sendo substituídas por lavouras comerciais, como ocorre atualmente na Amazônia, no Pantanal e em outras regiões do Brasil. O desflorestamen-to do Quênia destruiu boa parte da biodiversidade e reduziu a capacidade das florestas de conservar água, um recurso bastante escasso na região.

Wangari, para mudar aquela si-tuação, começou uma campanha de esclarecimento, com grupos de mulheres, mostrando que árvores deveriam ser plantadas. Aos poucos, as mulheres foram percebendo que o plantio gerava emprego, combustível, comida e abrigo, melhorava o solo e ajudava a manter as re-servas de água.

Na África, a árvore é um símbolo de paz. Em diversas comunidades, ainda sobrevive uma antiga tradição: quando há um conflito, a pessoa mais velha planta uma árvore entre os dois lados em disputa. Este cerimonial sinaliza o início da reconciliação entre as partes.

Foi esta herança cultural - ecológica e pacifista - que inspirou Wangari Maathai, 65 anos, a iniciar no Quênia, em 1977, o Movimento Cinturão Verde.

Para conversarem sala:

1. Quais são as iniciativas de Wangari em prol do meio ambiente que podemos trazer para a nossa realidade?

2. A luta e a vida de Wangari nos motiva a sermos mais atuantes e engajados com as questões am-bientais? Por quê?

3. Quais são os aspectos mais preocupantes que deveriam ser enfrentados para salvar o nosso planeta?

4. Em sua família e em sua escola fala-se e debate-se sobre este problema?

Algumas convicçõesde Wangari:

•“O trabalho de conscientização foi difícil. O nosso povo foi historicamente persuadido a acreditar que, por ser pobre, também não tinha conhecimento e capacidade para en-frentar os seus próprios problemas. E esperavam soluções de fora. As mu-lheres não conseguiam perceber que, para atender às suas necessidades bá-sicas, era preciso um meio ambiente saudável e bem manejado”.

•“Eu acredito que a solução para a maioria dos nossos problemas vem de nós mesmos”.

•“A família humana tem que enfrentar um fato muito grave: o meio ambiente é fundamental para alcançar a paz. Quando ele está degradado, as pessoas sofrem, pois não têm os recursos ne-cessários para sobreviver. É preciso compartilhar os recursos naturais de forma eqüitativa para reverter a distribuição injusta

de recursos que atualmente existem no mundo”. na África existem muitos conflitos por recursos

naturais escassos e degradados. As pessoas lutam pelo

que restou de terra, água, pastos e florestas. Para resolver estes graves conflitos que estão

gerando milhões de refugiados ecológicos em todo o planeta, Wangari defende uma consciên-

cia cada vez maior sobre três questões: 1. Sensibilidade ambiental;

2. Um bom governo demo-crático;

3. Paz.

Wangari também está en-gajada na campanha dos qua-tro erres: reduzir, reutilizar, reciclar e reparar.

“Nós plantamos árvores para proteger o solo, prevenir a erosão, fa-zer as pessoas entenderem que a ter-ra é um recurso natural importante.

Quando o vento e a água produ-zem erosão, a terra está perdida para sempre. Mostramos para as pessoas

que o solo onde elas plantam é fundamental para ter boas colheitas. As árvores também são uma fonte de energia para a maioria das populações rurais”, diz Wangari.

Toda pessoa emite gás carbônico. Segundo cál-culos do “Cinturão Verde”, ela necessitaria plantar pelo menos dez árvores para zerar o seu impacto ecológico no planeta. Por isso a insistência: cada pessoa deve plantar pelo menos dez árvores!

Dentre tantas iniciativas em prol do meio am-biente, Wangari tentam banir do Quênia as sacolas de plástico e no Japão, ela está engajada em uma campanha chamada MutaiNai para conscientizar as pessoas sobre a necessidade de respeitar e agradecer pelos recursos naturais.

a título de curiosidade, o Movimento Cinturão Verde, fundado por ela, já plantou mais de 30 milhões de árvores só na África.

Por onde anda, Wangari dedica a sua vida à construção de uma paz ecológica.

É um verbo muito usado quando fala-se em conscientização ambiental. Relacione as letras do diagrama e descubra qual é este verbo e comente com seus colegas o porquê da importância dele para nós.

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10 MARÇO/ABRIL - 2008 DINAMIZANDO

Caro(a) Colega Educador (a): Nossa vida é um processo contínuo. Não nascemos prontos. Vamos sendo

formados a cada momento, a cada dia, a cada ano. Nesse processo, muitas coisas boas se apresentam diante de nós que nos impulsionam, mas também nos depa-ramos com fatores que são desafiadores e, em muitos casos, difíceis de transpor. Pode-mos dizer que nosso sucesso em bem viver depende de sabermos aproveitar todos os ingredientes que o dia-a-dia nos apresenta e com eles compor a beleza de nossa vida.

Convidamos você, educador (a) do Ensino Religioso, a promover junto à sua tur-ma, neste ano de 2008, além das atividades planejadas inerentes à sua disciplina, uma série de outras atividades e avaliações reflexivas, do início ao final do ano, que resultem numa bonita construção de um Projeto de Vida que sirva de rumo para o desenvolvimen-to de cada aluno(a), pessoal e coletivamente. Um projeto requer planejamento, objetivo,

organização e muita disciplina, ou seja, tudo de bom para as nossas crianças, adolescentes e jovens.

A cada edição deste ano, o Jornal O TRaNscEN-dENTE estará acompanhando este seu trabalho junto aos alunos, assessorando seu processo e motivando a caminhada, a fim de que, ao final do ano, revendo a ca-minhada, todos possam constatar efetivamente o desen-volvimento alcançado.

Para acompanhar o andamento sistemático do Projeto, consulte o Encarte Pedagógico deste jornal e acesse o site O TRaNscENdENTE, edi-ção quatro.

COMO PREPARAR:Árvore: Envolver o corpo de um (a) aluno (a) com papel kraft até a altura do peito, deixando os braços de fora. Nas mãos, como copa da árvore, uma sombrinha adornada com folhas verdes (recortadas de papel).

Água: Envolver um (a) aluno (a) com tecido azul. Gotinhas (recortadas de papel) penduradas no pano.Seca: Envolver um (a) aluno (a) com te-cido marrom ou cinza. Galhos secos nas mãos. Folhas secas penduradas pelo tecido.Calor: Envolver um (a) aluno (a) com te-cido amarelo vibrante ou vermelho. Leque (feito de cartolina sanfonada) nas mãos para se abanar.Vento: Envolver um(a) aluno (a) com tecido es-tampado, em formato de grande capa.Gelo: (iceberg) – envolver um (a) aluno (a) com tecido branco, cinza claro ou pra-ta. Sobre ele, pendurados como franjas, pedaços de fios simbolizando o degelo.

Animal: fantasia ou estilizar com ore-lhinhas de papel e maquiagem.Ser humano: traje comum (pode ser o pró-prio uniforme).NArrAdor: (uniformizado).

PARA COMEÇAR: • Toda a turma estará preparada.• Ao som de fundo musical os personagens entrarão

e cada um deles se colocará em uma posição estra-tégica do cenário.

• Por um instante, fazendo os movimentos propostos a seguir, não haverá narração nem diálogo. A turma apenas contemplará o cenário.

MOviMEntOs:Árvore: Movimenta suavemente a sombrinha (dando

sensação de brisa)

Água: Movimenta-se suavemente e murmura baixinho : - chuá, chuá

Seca: Faz expressão de tristeza .Calor: Começa a se abanar e a murmurar baixi-

nho... – ai, ai!Vento: Balança sua capa e dá peque-

nos giros.Gelo: (iceberg) – Expressa olhar de desâni-

mo e tristeza pelo seu degelo.Animal: Caminha desoladamente.Ser humano: Num canto, parado e as-sustado.

NArrAdor (A): Coloca-se em posição discreta.• Após alguns segundos de contemplação, os personagens ficarão parados em seus lugares. O narrador perguntará em bom tom: - Por favor, quem são vocês?Árvore: Eu sou a árvore, represento toda a ve-

getação do planeta. Através de nossas folhas fazemos a fotossíntese que é transformar o gás carbônico em oxigênio limpinho para todos respirarem. Mas as pessoas estão de-vastando as florestas e nós estamos cada dia mais ameaçadas. Água: Eu sou a água, chuá, chuá. Sou mara-

vilhosa, fresca e abundante. Eu ocupo 75% do planeta. O corpo humano também é composto

75% por água. Todo tipo de vida depende de mim. As pessoas não estão me levando a sério. Elas jogam lixo nas ruas e quando chove o lixo escorre para os rios. Fica tudo poluído. As pessoas também desperdiçam muita água potável, nos banhos, nas torneiras...Vento: Eu sou o vento. Meu sopro traz frescor à vida dos seres vivos. Levo sementes de um lado para o outro

permitindo que as florestas, quando devastadas, se re-componham naturalmente. Sou uma bênção! Devido às mudanças climáticas, tenho estado muito nervoso e cansado com meus vendavais, tragédias que não gosta-ria de causar. Que pena! Calor: (abanando-se) Eu sou o calor. Eu sou bem queri-do no tempo do verão quando as pessoas gostam de ir para a praia se divertir, e tomar banho nos rios. Mode-radamente, faço muito bem para as plantações que bro-tam e crescem viçosamente. Mas, já estou aparecendo até no inverno. Devido ao efeito estufa, causado pelas queimadas, tenho causado o aquecimento global. Seca: Eu sou a seca. Sei que as pessoas não gostam muito de mim. Eu existo devido ao excesso de calor e, o que é pior, tenho causado muito transtorno para todas as espécies de vida. Desculpem-me, mas eu não sou a culpada pelo mal que tenho causado.

Gelo: (iceberg) – Eu sou o gelo. Represento as gelei-ras dos pólos. O gelo é formado pela maior

reserva de água doce do planeta. Sou muito necessário para o equilíbrio do planeta. Se eu derreter em ritmo acelerado serei capaz de causar grandes inundações sobre as ilhas

e as cidades, transformando a geografia do pla-neta e acabando com muitas espécies de vida. Animal: – Eu sou o urso (ou outro animal). Repre-sento todos os animais da fauna do planeta. Nossa função não se resume somente a sermos animais de estimação. Somos responsáveis pelo equilíbrio da ca-deia alimentar. Alguns de nós são responsáveis pelo controle de pragas e infestação de insetos. Também estamos sofrendo as causas da mudança climática. Ser humano: (diz, dirigindo-se aos colegas)- Amigos, estou muito triste, envergonhado (a) e assus-tado (a). Não imaginava que a espécie humana seria ca-paz de acabar com um planeta tão poderoso e cheio de vida como o nosso. Vamos acabar com esta desolação. Repitam comigo: Vamos salvar o nosso Planeta!NArrAdor: Diante do que vimos e ouvimos, pre-cisamos tomar uma atitude. De hoje em diante vamos elaborar um plano de ação para ajudar na sustentabili-dade do nosso planeta.

O (a) professor (a) fará o desfecho das narrativas e proporá um belo Projeto de Vida para 2008, com tomada de atitudes conscientes relativas ao “Ano do Planeta”.

Personagens: árvore, água, seca, calor, ven-to, gelo (iceberg), animal (à escolha da turma), ser humano - menino ou menino (também à escolha da turma), narrador (a) - poderá ser o (a) próprio (a) professor (a).

Cenário: criar um ambiente que lembre a na-tureza, vasos com plantas, caminho feito com pedrinhas, fonte com água.

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ASSINATURAS MARÇO/ABRIL - 2008 11

Valor: R$ 100,00 + 10 % de frete Realize seu pedido através:

Site: www.otranscendente.com.br / E-mail: [email protected]: (48) 32229572 / Fax: (48) 32229967

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12 MARÇO/ABRIL - 2008 SABEDORIA E VIDA

Era uma vez um homem que morava numa cidade grande e trabalhava numa fábrica. Todos os dias ele pegava o ônibus e viaja-

va cinqüenta minutos até o trabalho. À tardinha, fazia a mesma coisa voltando para casa. No ponto se-

guinte ao que o homem subia no ônibus, entrava uma velhinha, que procurava sempre sentar-se numa janela. Abria a bolsa, tirava um pacotinho e passava a viagem toda jogando alguma coisa fora do ônibus.

Um dia, o homem reparou a cena. Ficou curioso. No dia seguinte, a mesma coisa. E assim todos os dias. Certa vez sentou-se ao lado da velhinha e não resis-tiu:

- Bom dia! Desculpe minha curiosidade, mas o que a senhora está jogando pela janela?

- Bom dia! Respondeu ela, jogo sementes.- Sementes? Sementes de quê?- De flor. É que viajo neste ônibus todos os dias. Olho para fora e a estrada está

tão vazia. Eu gostaria de poder viajar vendo flores por todo o caminho... Imagine como seria bom!

- Mas a senhora não vê que as sementes caem no asfalto, são esmagadas pelos pneus dos carros, devoradas pelos passarinhos... A senhora acha que essas flores nascerão ai, na beira da estrada?

- Acho, meu filho. Mesmo que muitas sementes se percam, algumas certamen-te acabam caindo na terra e com o tempo vão brotar.

- Mesmo assim, demoram para crescer, precisam de água...

- Ah, eu faço a minha parte. Sempre há dias de chuva. Além disso, apesar da demora, se eu não jogar as sementes, as flores nunca nascerão.

Dizendo isso, a velhinha virou-se para a janela aberta e recomeçou seu tra-balho. O homem desceu logo adiante, achando que a velhinha já estava ficando meio “caduca”. O tempo passou. Um dia, no mesmo ônibus, sentado à janela, o homem levou um susto: olhou para fora da janela e viu margaridas na beira da estrada, carreiras de hortênsias azuis, rosas, cravos, dálias... A paisagem estava colorida, perfumada, linda. O homem lembrou-se da velhinha, procurou-a no ônibus e acabou perguntando para o cobrador, que conhecia todo mundo, ao que ele respondeu:

- A velhinha das sementes? Pois é, morreu de pneumonia no mês passado.O homem voltou para o seu lugar e continuou olhando a paisagem florida

pela janela. “Quem diria, as flores brotaram mesmo!” Pensou ele. “Mas de que adiantou o trabalho da velhinha? A coitada morreu e não pode ver toda essa beleza”! Nesse instante, o homem escutou uma risada de criança. No banco da frente, um garotinho apontava pela janela, entusiasmado:

- Olha mamãe, que lindo, quanta flor pela estrada... Como se chamam aque-las azuis?...

Então o homem entendeu o que a velhinha tinha feito. Mesmo não estando ali para contemplar as flores que tinha plantado, a velhinha deveria estar muito feliz. Afinal, ela tinha dado um presente maravilhoso para as pessoas. No dia seguinte, o homem entrou no ônibus, sentou-se numa janela e tirou um pacote de sementes do bolso.

Prezados Secretários da Educação e professores que lidam com o Ensino Religioso Escolar.

Após um ano de experiência, a equipe de redação de O TRANSCENDENTE, considerando a ótima acolhida dos professores de ER e de um bom número de entidades educacionais (Secretarias Estaduais e Municipais de Educação que realizaram assinaturas co-letivas para atender a todas as suas escolas), decidiu dar um passo significativo, incluindo no jornal um ENCARTE PEDAGÓGICO.

Fizemos isso por conhecermos as muitas dificuldades que estão enfrentando os professores desta área.

É um trabalho que pede muito de nós, mas que, sem dúvida, ajudará e aliviará bastante os professores no esforço de adaptar os conteúdos às diversas idades.

Dessa forma, o jornal/subsídio passará de 12 a 16 páginas, todas

elas ilustradas, bem diagramadas e com um estilo acessível a todos.Veja o novo preço da assinatura:

Assinatura indiv idual = R$ 20 .00 (para todos) Assinatura colet iva (ac ima de 5) = R$ 15 .00 (cada) .

Após uma ano de existência, O TRANSCENDENTE passou de 5.000 assinaturas e está em todo o território nacional. Também a Coleção Educação, que foi lançada junto com o jor-nal, teve uma difusão inesperada e recebeu muitos elogios da parte dos professores.

Acreditamos que, neste 2008, com a participação ativa das entidades educacionais e dos professores, este subsídio muito avançará em qualidade e em sua difusão.

Vamos trabalhar juntos? Será bem melhor e mais fácil!A Equipe de O TRANSCENDENTE agradece.

Para participar é muito simples. É preciso apenas desenvolver o tema “O Transcendente em minha vida” através de acrósti-cos, poesias, desenhos, imagens, testemunhos de experiências de vida, etc., e nos enviar.

Os participantes terão seus trabalhos divulgados no site www.otranscendente.com.br e os melhores serão mostrados no próprio jornal.

Além de desenvolver os seus talentos artísticos, os participantes estarão concorrendo a prêmios. A escola que nos enviar o maior número de participações receberá como prêmio a nossa Coleção Educação. Esse concurso vai dar o que falar! Participe!

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