O Processo de Supervisão no Banco Central do Brasil Anthero de Moraes Meirelles Banco Central do Brasil Diretor de Fiscalização
O Processo de Supervisão no Banco Central do Brasil
Anthero de Moraes Meirelles Banco Central do Brasil Diretor de Fiscalização
Agenda
Introdução
Missão
Estrutura
Universo Fiscalizável
Processo de Supervisão
Monitoramento do SFN
Supervisão das Instituições Financeiras
Governança Corporativa e Auditoria Interna
Missão
Assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda
e um sistema financeiro sólido e eficiente.
COPOM
COMEF
Diretor Fiscalização
Planejamento e Controle da Supervisão
Supervisão de Conduta
Monitoramento do Sistema Financeiro
Supervisão de Instituições Não-
Bancárias e Cooperativas
Supervisão de Bancos e
Conglomerados Bancários
Relacionamento Institucional: Interno e Externo
Estrutura da Supervisão
Universo Fiscalizável
62 Conglomerados Financeiros
9 Bancos Comerciais
55 Bancos Múltiplos
5 Bancos de Investimento
4 Bancos de Desenvolvimento
2 BB e CEF
137 TOTAL BANCÁRIO
SEGMENTO NÃO BANCÁRIO
186 Corretoras/Distribuidoras
1.267 Cooperativas
243 Consórcios
119 Outros
1.815 TOTAL NÃO BANCÁRIO
1.952 TOTAL UNIVERSO FISCALIZÁVEL
SEGMENTO BANCÁRIO
SEGMENTO NÃO BANCÁRIO
Sistema Bancário e Não-Bancário, por segmento Mercados e Produtos
Instituições Financeiras Si
stem
a Fi
nan
ceir
o
Diretor / COMEF
Sociedade
Supervisão
Informação Estratégica
Sinalizações
Divulgação
Monitoramento do Sistema Financeiro
Todos os instrumentos financeiros emitidos ou mantidos pelas IFs devem estar
registrados em uma câmara de custódia ou em uma central de registro.
Informação de qualidade (tempestiva) e capacidade de análise para tomada de
decisão é o mais importante!
Todas as operações financeiras devem ser liquidadas no Sistema de Pagamentos
Brasileiro, operado pelo BCB.
Todos os ativos e derivativos de IFs são registrados e negociados em uma
câmara. BCB recebe informação diária (D + 1).
Todos os empréstimos são informados ao SCR, sendo que, de forma detalhada,
para os devedores com obrigação acima de R$1 mil.
Todas as operações de câmbio e linhas de crédito com o exterior são registradas em tempo real.
Bases para o Monitoramento do SFN
Sinalizações Nível Individual
Séries Temporais Cross-section
Micro
Crédito
Mercado
Câmbio
Liquidez
Ativos
Contabilidade
Qualidade
Integridade Segurança
Armazenamento Acessibilidade
Divulgação Aprimoramento
Informação
O que? Por que?
Como? Quando?
COMEF
Macro
Riscos
Sist. Financeiro e Segmentos
Mercados
Dados Agregados
• Testes de Estresse • Interconectividade • Sistêmico
Coleta de Dados
SIM
Produtos
Processo de Monitoramento do SFN
Monitoramento Econômico-Financeiro
Sistemas de Monitoramento
Monitoramento de Crédito
Monitoramento de Liquidez e de Risco de Mercado
Monitoramento dos Mercados Financeiros
Monitoramento de Câmbio
Monitoramento do Risco Sistêmico
Detecção de Fraudes
Segmentação
Indicadores de Crédito,
Liquidez,
Macroeconômicos e
Demográficos.
Instituições Financeiras
Informações
Econômico-
Financeiras
(Contábeis, Limites)
Dados
Supervisão
Índices Análise
Monitoramento
SISMEF
- Contábeis
- Variáveis
- Escores (1 a 4)
- Segmentos
- Eventos de
Monitoramento
- Sinalizações
- Agregado e
Segmentos
- Monitoramento
de Escore
Monitoramento
Monitoramento Econômico-Financeiro
Instituição Financeira
Documentos
Val
idaç
ão
Base de Dados
Atendimento ao Público
Acesso via Web
DW Acesso via DW
Sociedade
COMEF e Supervisão
Sociedade
Monitoramento de Crédito (SCR)
Birô de Crédito
Monitoramento de Crédito
jul/12
Empréstimos R$ Bilhões %
Nº Operações
(Milhões) %
Acima de R$ 5,000 2.116 97 382 47
Entre R$ 1,000 e R$ 5,000 39 2 92 11
Não detalhados 36 2 345 42
Total 2.191 100 820 100
Estatísticas do SCR
BASE DE DADOS
•Câmaras de Liquidação e Custódia
•Sistema Pagamentos Brasileiro
•Dados Contábeis •Dados de Depósitos •Dados de Mercado
PROCESSAMENTO
•Marcação a Mercado •Geração de Cenários de Estresse
•Validação&Integridade de Dados
• 20 milhões de Registros por dia!
RISCO DE LIQUIDEZ •Colchão de Ativos Líquidos •Fluxo Caixa Estressado •Índice de Liquidez (IL) •Perfil Reservas Bancárias •Info Individuais, agregadas e por carteiras
RISCO DE MERCADO
•Exposições por Fator de Risco
•Análises de Estresse •Análises de Descasamento
•Exposições por Câmaras Negociação
SINALIZAÇÕES
•Comportamento fora do Padrão
•Situações de Risco Potencial
•Estudos de Impacto •Monitoramento Diário
SAÍDAS
•DirimNet - Acesso via Intranet
•Cenários de Estresse de Mercado
•Cenários de Estresse de Fluxo de Caixa
Monitoramento de Mercado e de Liquidez SMM/DirimNet
Instrumentos Financeiros
Títulos Públicos
Depósitos
Depósitos Interbancários
Instrumentos de Captação
Títulos de Direito Creditório
Futuros
Opções
Swaps
Foco
Comportamento dos Saldos
Emissões e Rolagem
Prazos de Vencimento
Taxas de Juros
Principais Participantes
Mercado Secundário
Operações Compromissadas
Valores Nocionais e de Mercado
• Informação Agregada • Análise Sistêmica
• Tendências de Mercado • Mudanças de Comportamento • Identificação de Operações Atípicas
Monitoramento dos Mercados Financeiros
Foco
FLUXOS(COMERCIAL E FINANCEIRO)
MERCADO INTERBANCÁRIO DE CÂMBIO
MERCADO PRIMÁRIO (OPERAÇÕES)
POSIÇÃO DE CÂMBIO
GESTÃO DO SISTEMA CÂMBIO
DÍVIDA EXTERNA
LINHAS DE CRÉDITO
Finalidade
ESTABILIDADE FINANCEIRA
OPERAÇÕES ATÍPICAS E DE TESOURARIA
OPERAÇÕES ATÍPICAS
COMPORTAMENTO DAS IFS
DESENVOLVIMENTO E MANUTENÇÃO
CRONOGRAMA DE VENCIMENTOS (LIQUIDEZ)
ESTOQUE, CUSTOS, PRAZOS, FORNECEDORES
• Informação Agregada • Análise Sistêmica
• Perfil e Relatórios de Mercado; • Ranking das instituições; • Credenciamento e Descredenciamentos; • Sinalizações (mitigação de riscos)
Monitoramento de Câmbio
• 169 Instituições Financeiras são autorizadas a operar no mercado de câmbio
• 95 são bancos e 74 não bancárias
• Operações de Câmbio:
• Em torno de 30.000 por dia
• 6.273.970 operações em 2011
• Turnover diário médio = USD 4,5 bilhões
Monitoramento de Câmbio
• Granularidade dos dados
• Possibilidade de realizar teste de estresse para cada IF
• Identificação das contrapartes (Bancos) para um conjunto significativo
de ativos/derivativos (DI, Dep. a Prazo, etc.)
• Abordagem padronizada
• A mesma metodologia para todos, simultaneamente – resultados
comparáveis
• A supervisão tem equipe própria dedicada a construir, processar e
analisar testes de estresse
• Top-down: Processamento com dados do BCB, a qualquer momento
• Bottom-up: Necessita solicitar informações aos bancos
Testes de Estresse – Características
Monitoramento de Risco Sistêmico
• Análise de Contágio Direto e Indireto
• Exposição a risco de crédito entre conglomerados
• Teia real
Depósitos Interbancários, Depósitos a Prazo, Empréstimos,
Descasamentos de Operações de Câmbio, Debêntures, Swaps,
Opções, Cessão de Créditos, Operações Compromissadas
• Simulação:
• Excluir 1 banco (ou mais) e observar o efeito dominó
Risco de Contágio
Monitoramento de Risco Sistêmico
• Buscar indícios de fraudes dos dados por parte de participantes
do SFN, em que haja obtenção de vantagens que alterem
significativamente sua estrutura patrimonial
• A detecção de fraudes é parte do processo de supervisão
Detecção de Fraudes
Objetivo
Identificação de:
1. Problemas na qualidade da
Informação
2. Operações atípicas e/ou de elevado
risco
3. Indícios de fraudes e manipulações
contábeis
3
2 1
Detecção de Fraudes
Importância das Ferramentas Estatísticas
Cruzamento de Bases
• Busca-se conciliar diversas bases (RDR, Sistema Nacional de
Gravame, INSS, C3, detentores de depósitos juntos à IF e
outras informações das IFs) para caracterizar os indícios
Funcionamento
• Uma vez levantada a suspeição, a equipe busca caracterizar
bem os fatos e sugerir o modo de agir, enviando relatórios à
supervisão direta
Detecção de Fraudes
• Além da avaliação por distribuição, os dados são trabalhados
de forma a perceber:
• Clientes que gerem suspeição
• Concentração geográfica
• Existência de muitas operações com um mesmo garantidor
Detecção de Fraudes
Exemplo com Foco em Crédito
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O Papel da Supervisão e dos Agentes Privados
Supervisão do BCB
IFs em particular
SFN
Conselho de Administração Diretoria Executiva Comitê de Auditoria Auditoria Interna Conselho Fiscal Auditoria independente
Infraestrutura de supervisão de gerenciamento de risco das instituições financeiras
ACOMP. CONTÍNUO
INSPEÇÕES (VE, IM, ETC)
CONHECIMENTO
SOBRE A IF
CICLO DE SUPERVISÃO
CONCLUSÃO SOBRE A IF DISPONÍVEL A QUALQUER
MOMENTO
ANÁLISES HORIZONTAIS
SRC
INSTITUIÇÃO FINANCEIRA
Governança Corporativa:
•Conselho de Administração
•Comitê de Auditoria
•Auditoria Interna e Externa
•Planejamento Estratégico
•Diretoria Executiva
•Orçamento
•Gestão de Riscos
•Controles Internos
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Fontes: • IFs • Reguladores • FGC • Câmaras de Custódia • Centrais de Registro • Auditores Externos • Agências de Rating • Entidades Internacionais – FSB • Bcos de dados do Governo • Bcos de dados Privados - SERASA • Entidades não reguladas pelo BC
Estabilidade Financeira Política Monetária
Outras áreas do BC
Monitoramento
Supervisão
Análises de Segmentos (Bancário; IFs Não-bancárias) Sinalizações
MONITORAMENTO DO SFN
A Supervisão das Instituições Financeiras
Sistema de Avaliação de Riscos e Controles - SRC
• Processo integrado ao acompanhamento contínuo
• O SRC estabelece uma estrutura de avaliação de fatores
financeiros e operacionais e expressa, em uma única nota,
a opinião da Supervisão sobre a IF
• Score 1 – Melhor; Score 4 – Pior
Governança Corporativa e Auditoria Interna
Relações entre Governança, Controles e Auditoria Interna
• Governança Corporativa abrange todas as estruturas de controle na
organização
• Controles Internos devem ser uma atividade permanente em todas as
áreas e por parte de todos os funcionários
• Auditoria Interna é um componente fundamental da estrutura de
Controles Internos
Governança Corporativa e Auditoria Interna
Resolução CMN nº 2.554/98: marco regulatório para controles internos:
• precursora de nova família de normas com foco em aspectos
qualitativos (gestão e controles)
• propósito de incorporar ao SFN princípios e conceitos aceitos
internacionalmente
• baseada em princípios, com abordagem flexível (controles
compatíveis c/ natureza, complexidade e riscos das operações)
• Após a edição da Resolução CMN nº 2.554/98, diversas normas foram
editadas, reforçando a importância de questões relacionadas a
governança, controles internos e gestão de riscos
• Esse conjunto de normas aumentou a importância da atuação da
Auditoria Interna nas instituições financeiras, representando grande
desafio para os auditores
Governança Corporativa e Auditoria Interna
Os bancos devem possuir uma auditoria interna com
suficiente autoridade, independência, recursos e acesso ao
conselho de administração. Auditores internos independentes,
qualificados e competentes são vitais para uma sólida
governança corporativa. (Principles for Enhancing Corporate Governance. BIS, 2010)
Governança Corporativa e Auditoria Interna
Princípios internacionais
• BIS (Comitê de Basileia) publicou recentemente documento
tratando especificamente da função de auditoria interna nos
bancos
• The Internal Audit Function in Banks (BIS, junho/2012):
• confirma íntima relação entre auditoria interna, controles
internos e governança corporativa
• reforça necessidade de reporte da auditoria interna ao
Conselho de Administração e Comitê de Auditoria, e
comunicação frequente com o supervisor bancário
Governança Corporativa e Auditoria Interna
A Supervisão confere grande importância à função da auditoria interna
em suas análises sobre a qualidade da governança corporativa nas
entidades supervisionadas
Aspectos essenciais verificados pela Supervisão:
• interação da auditoria interna com conselhos de administração,
comitês de auditoria e supervisão
• grau de independência da auditoria interna para o exercício de suas
atividades
• qualidade do programa e dos trabalhos de auditoria (foco nas áreas
de maior risco)
• contínua capacitação dos auditores
Governança Corporativa e Auditoria Interna
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Componentes chave para uma auditoria interna eficaz:
• Independência
• Acesso à alta administração e áreas críticas
• Ceticismo
• Intrusividade
• Proatividade
• Abrangência e Conclusividade
• Capacidade e vontade de agir
Conclusão