Mente Hebraica x Greco-Romana Publicado em outubro 12, 2013 por raízes hebraicas Lógica em bloco Mente Hebraica x Grego-Romana Com referência ao artigo “Mente Hebraica x Grego-Romana (integra)” http://raizeshebraicas.com/2013/10/12/mente-hebraica-x-grego-romana-integra/ esse artigo expande um pouco mais o aspeto: “lógica em bloco” A mente Greco-Romana que influenciou de forma significativa todos os aspetos da vida ocidental deste a religião até a construção civil, como regra argumenta problemas começando com uma premissa. A premissa em lógica é um conjunto de uma ou mais de uma sentença declarativa que é acompanhada de uma outra frase declarativa que é a conclusão. A verdade da conclusão é uma consequência lógica das premissas que a antecederam. Toda premissa, pode ser verdadeira ou falsa, bem como a conclusão, não aceitando jamais a ambiguidade. Portanto, as frases que apresentam uma premissa são referidas como verdadeiras ou falsas válidas ou inválidas, portanto, devem ser portadoras da verdade. Portanto resultado é preto ou branco, não há espaço para ambiguidade ou área cinza. Em contraste a mente Hebraica também faz uso da lógica em bloco, cada assunto é expressado em unidades individuais mas esses blocos não necessariamente se encaixam logicamente or harmoniosamente com outros aspetos da vida especialmente quando se trata da perspetiva do homem em relação a verdade e a perspetiva divina. Esse forma de pensamento cria a tendência para o paradoxo, antinomia ou aparente contradição, o bloco se mantém em constante tensão, frequentemente nos parece irracional e cria-se a polaridade, o resultado tornando-se cinza em vez de preto e branco, resultando em ambiguidade. Essa tensão é particularmente rejeitada pela mente ocidental cujo padrão de pensamentos foram influenciados pela lógica Grego-Romana. Quando abrimos as escrituras hebraicas somos convidados a mergulhar no mundo oriental do oriente médio, precisamos passar por uma “conversão” intelectual a fim de fazer algum sentido dos textos, de outra forma inevitavelmente equívocos de interpretação irão ocorrer e consequentemente erros no comportamento. Vamos observar alguns exemplos de lógica em bloco na perspetiva hebraica: Êxodo 8:15, 7:3 diz que Faraó endureceu o coração mas também diz que o Senhor endureceu o coração de Faraó. Isa 45:7, Hab 3:2 os profetas dizem que o Senhor é misericordioso e se ira. João 1:29, 36, Apoc 5:5 se referem a Jesus como “cordeiro de D-us” e “leão da tribo de Judá”. Judas 1:13, Apoc 19:20 se referem ao inferno como “negrura das trevas” e “logo de fogo ardente”
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Mente Hebraica x Greco-Romana
Publicado em outubro 12, 2013 por raízes hebraicas
Lógica em bloco
Mente Hebraica x Grego-Romana
Com referência ao artigo “Mente Hebraica x Grego-Romana (integra)”
http://raizeshebraicas.com/2013/10/12/mente-hebraica-x-grego-romana-integra/ esse artigo
expande um pouco mais o aspeto: “lógica em bloco”
A mente Greco-Romana que influenciou de forma significativa todos os aspetos da vida
ocidental deste a religião até a construção civil, como regra argumenta problemas começando
com uma premissa. A premissa em lógica é um conjunto de uma ou mais de uma sentença
declarativa que é acompanhada de uma outra frase declarativa que é a conclusão. A verdade
da conclusão é uma consequência lógica das premissas que a antecederam. Toda premissa,
pode ser verdadeira ou falsa, bem como a conclusão, não aceitando jamais a ambiguidade.
Portanto, as frases que apresentam uma premissa são referidas como verdadeiras ou falsas
válidas ou inválidas, portanto, devem ser portadoras da verdade. Portanto resultado é preto
ou branco, não há espaço para ambiguidade ou área cinza.
Em contraste a mente Hebraica também faz uso da lógica em bloco, cada assunto é
expressado em unidades individuais mas esses blocos não necessariamente se encaixam
logicamente or harmoniosamente com outros aspetos da vida especialmente quando se trata
da perspetiva do homem em relação a verdade e a perspetiva divina. Esse forma de
pensamento cria a tendência para o paradoxo, antinomia ou aparente contradição, o bloco se
mantém em constante tensão, frequentemente nos parece irracional e cria-se a polaridade, o
resultado tornando-se cinza em vez de preto e branco, resultando em ambiguidade.
Essa tensão é particularmente rejeitada pela mente ocidental cujo padrão de pensamentos
foram influenciados pela lógica Grego-Romana. Quando abrimos as escrituras hebraicas somos
convidados a mergulhar no mundo oriental do oriente médio, precisamos passar por uma
“conversão” intelectual a fim de fazer algum sentido dos textos, de outra forma
inevitavelmente equívocos de interpretação irão ocorrer e consequentemente erros no
comportamento.
Vamos observar alguns exemplos de lógica em bloco na perspetiva hebraica:
Êxodo 8:15, 7:3 diz que Faraó endureceu o coração mas também diz que o Senhor endureceu o
coração de Faraó.
Isa 45:7, Hab 3:2 os profetas dizem que o Senhor é misericordioso e se ira.
João 1:29, 36, Apoc 5:5 se referem a Jesus como “cordeiro de D-us” e “leão da tribo de Judá”.
Judas 1:13, Apoc 19:20 se referem ao inferno como “negrura das trevas” e “logo de fogo
ardente”
Em relação a salvação o Senhor Jesus disse: “Todo o que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a
mim de maneira nenhuma o lançarei fora”João 6:37 e “Ninguém pode vir a mim, se o Pai que
me enviou o não trouxer” João 6:44.
Em Mateus 10:39, “Quem achar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a sua vida, por amor de
mim, achá-la-á.
Em 2 Coríntios 12:10, “Porque quando estou fraco então sou forte”
Em Lucas 14:11, “Porquanto qualquer que a si mesmo se exaltar será humilhado, e aquele que
a si mesmo se humilhar será exaltado”
Em Romanos 9:13 “Como está escrito: Amei a Jacó, e odiei a Esaú” como referencia ao texto
original em Malaquias 1:3 “E odiei a Esaú; e fiz dos seus montes uma desolação, e dei a sua
herança aos chacais do deserto” muitos mais outros exemplos podem ser achados tanto no
“velho” como no novo testamento.
Algumas considerações da lógica me bloco podem levar ao leitor a ter a impressão que a
soberania de D-us e a responsabilidade humana são incompatíveis. Para a mente hebraica
entretanto tal violação não ocorre pois eles veem suas escolhas sendo uma forma de
cumprimento da “vontade” divina. Nos trechos bíblicos que tratam da “predestinação-eleição”
e “livre arbítrio” não podemos desconsiderar que D-us é soberano e ao mesmo tempo homem
é senhor (soberano) do seu “destino” porque D-us nunca o forcará a servi-lo.
Samuel Sandmel em seu livro “Judaism and Christian beginnings” pagina 226, ele diz:
“A visão de que o destino de cada ser humano é destinado por D-us é superficialmente similar
a visão grega de “sorte”. Conforme definição grega, sorte é uma forca sega que dita o que
acontece aos homens assim como aos deuses gregos e que não pode ser alterada. De forma
similar a predestinação condena ou salva alguém, a diferença é que essa força é chamada D-
us.
A visão hebraica, talvez podemos chamar de providencia, nunca conclui que o futuro é
inalterado porque esse visão contraria a omnipotência e misericórdia de D-us, nem tira a
responsabilidade do livre arbítrio do homem.
Como o Rabbi Akiba disse: (Tudo dependente da providência de D-us ao mesmo tempo o
homem tem livre arbítrio). O Destino do homem é proposto por D-us mas pode ser alterado, a
oração é uma forma de alteração”
A mente hebraica é capaz de administrar bem essa tensão dinâmica e paradoxal sem ter que
dar uma resposta exata, preto ou branco. A ambiguidade é bem-vinda.
Atenta para a obra de Deus; porque quem poderá endireitar o que ele fez torto? Eclesiastes
7:13
Baseado do Livro “Our Father Abraham” de Marvim R Wilson. pg 150.
(Encorajo aos que entendem inglês a ler esse livro)
Tradução livre A.S.A.
Mente Hebraica x Mente Grego-Romana
Introdução:
A Bíblia no original é, humanamente falando, um produto da mente hebraica. A primeira
manifestação original do que hoje chamamos de “Igreja” foi também uma expressão da mente
hebraica. Em algum ponto na história eclesiástica, alguém abandonou o projeto inicial dentro
do contexto hebraico comum aos dias de Yeshua e o substituiu por um não-hebraico,
precisamente Grego/Romano. Como resultado, o que foi construído desde então tornou-se
uma caricatura do que se pretendia. Em muitos aspectos tornou-se antagônica aos milênios de
historia, cultura e tradição oral herdada por gerações anteriores.
Vamos analisar algumas das diferenças fundamentais na mentalidade dos hebreus dos tempos
bíblicos em contraste com a forma helenística (grego-romana) de pensar que deu surgimento a
maior parte da teologia cristã.
William Barrett, explica diferenças fundamentais entre a mente Hebraica e Helenística: Fazer x
Saber. Diz Barrett, “A distinção … é decorrente da diferença entre o fazer e o saber, a Hebraica
está preocupada com a prática do comportamento correto que é de suma relevância, em
contraste, a Helenística se preocupa com o conhecimento, o saber tem relevância sobre o
fazer. Sendo assim a Hebraica exalta as virtudes morais como uma substância superior para
uma vida significativa, e a Helenística exalta as virtudes intelectuais, o contraste é entre a
prática e a teoria, entre o homem moral e o homem teórico-intelectual.
Isso talvez ajude a explicar o por que para muitas igrejas cristãs seu foco está nas questões
ortodoxas doutrinaria, o número de denominações cristãs que existe é uma prova concreta
disso. Todas crêem nos mesmos princípios básicos, mas divergem e se separam ao ponto de
não terem comunhão pelas mínimas diferenças doutrinarias, mostrando que a “doutrina
correta” e mais importante do que comunhão com um irmão de uma persuasão diferente da
sua.
No judaísmo bíblico, é justamente o oposto. Como Dennis Prager escreveu:
“… a crença em D-us e o agir eticamente deve ser indissociáveis, indispensável… D-us exige um
comportamento correto mais do que qualquer outra coisa, incluindo liturgia a crença correta.”
Foram cristãos gentios influenciados pela filosofia grega que intelectualizaram e
sistematizaram a doutrina cristã. O pior de tudo e que eles mudaram essa doutrina de forma
radical. Os hebreus dos dias de Yeshua e logo a seguir a era apostólica da Igreja Judaica não
tinham teologia formal ou sistematizada. A “igreja primitiva” não tinha hierarquia arraigada ou
magistério por meio do qual toda a doutrina tinha de ser filtrada e aprovada.
O que os apóstolos ensinavam sobre um determinado assunto era aprendido diretamente de
Yeshua que por sua vez tinha retirado da Torah ou Lei de Moisés, como também aprendido
com as tradições orais e experiências coletivas do povo judeu. Eles determinavam Halacha
(como andar) diretamente das interpretações dos mestres em suas comunidades. A medida
que as circunstâncias mudavam eles recorriam a interpretação da Torah (Pentateuco) e
determinavam a ação a ser tomada (Halacha) (cf. Mateus 18:18). Atos 15 fornece um relato de
como, no mínimo, um ensinamento sobre requisitos para crentes gentios foi formado por volta
de 50 e.c. Observe a natureza participativa da discussão, todos os membros da Congregação
Nazarena participaram (Atos 15:4,12,22), e não apenas uma elite estava envolvida nas
decisões.
Em círculos cristãos tradicionais muitas vezes é mais importante acreditar e abraçar “a coisa
certa ou doutrina correta”, do que viver da maneira certa. Alguns são obcecados com credos,
declarações doutrinais, teologia sistemática e ortodoxia contra a heresia, esse modo de pensar
é 100% helenístico.
Para muitos de nós, ocidentais, a mentalidade hebraica é tão estranha e impossível de
compreender que ao estudar as escrituras hebraicas rapidamente pulamos de volta para a
zona de conforto do molde helenístico. Naturalmente ao tentarmos interpretar o texto
hebraico com nossa ótica ocidental (helenística) de interpretação consequentemente será no
mínimo distorcida. Note que a maior parte do Tanach ou velho testamento foi escrito em
hebraico e há fortes indícios de que os evangelhos foram originalmente escritos em
hebraico/aramaico e depois traduzidos para grego, de qualquer forma todos os livros do novo
testamento foram escritos por judeus, portanto foram escritos por pessoas que pensavam de
forma hebraica apesar de terem usado outra língua (grego).
Por exemplo, em termos de tempos “proféticos” aqui novamente mostra-se o conceito
helenístico de tempo – Inicio-meio-fim – pontos numa trajetória linear. Queremos saber a
ordem sequencial quando D-us vai agir, criamos um cronograma pré-ordenado dos
acontecimentos e queremos eliminar os eventos do nosso “calendário profético” a medida que
eles vão acontecendo. Essa mentalidade é alienígena para a mente hebraica, para ela, não
interessa a seqüência exata dos acontecimentos, o que interessa é que D-us vai agir, a leitura
do tempo é cíclica e não linear.
Na teologia ocidental, às vezes abandona-se a interpretação literal das Escrituras em favor de
interpretações alegóricas. Isso também é tipicamente grego-romano. Interpretação alegórica
abre portas para uma infinidade de exposições “criativas” que deixam o estudante das
Escrituras confuso e desorientado.
Mente Hebraica x Mente Grego/Romana Parte 2
Principais diferenças entre mente Grego-Romana e Hebraica.