Meningite Margaret Mariani Rafaelaa
Meningite
Margaret
Mariani
Rafaelaa
Definição
• É um processo inflamatório que acomete a dura-mater, a pia-mater , a aracnoide e o espaco subaracnoideo, que contém o LCR. O processo é crânio-espinal e compromete o sistema ventricular, o canal vertebral, as cisternas da base do crânio e os nervos cranianos
• Pode iniciar por via hematogenica ou por contiguidade de processos infecciosos das estruturas cranianas (ouvidos, garganta, seios da face, ossos cranianos).
Classificação:
1. De acordo com o agente causador: bacterianas, virais, fúngicas, parasitárias.
2. De acordo com o tempo de evolução: agudas (vírus e bactérias), subagudas e crônicas (protozoários, espiroquetas, fungos, micobactérias ou helmintos).
3. De acordo com o grupo etário acometido.
Agentes mais prováveis por faixa etária
Etiologia
• Meningites bacterianas-Neisseria meningitidis (Meningococo)Bactéria gram-negativa em forma de coco. Divididos em sorogrupos, sendo os mais frequentes A, B, C, W135 e Y. -Streptococcus pneumoniaeBactéria Gram-positiva com característica morfológica esférica (cocos), disposta aos pares. -Mycobacterium tuberculosisBacilo não formador de esporos, sem flagelos e que não produz toxinas. Aeróbica estrita. Tem a forma de bastonete. Quando corado pelo método de Ziehl-Neelsen, fixa a fucsina, álcool-ácido resistente-Haemophilus influenzaeBactéria gram-negativa , 6 sorotipos a, b, c, d, e, f. Desprovido de cápsula, encontra-se nas vias respiratórias de forma saprófita, podendo causar infecções assintomáticas ou doenças não invasivas, tais como: bronquite, sinusites e otites, tanto em crianças como em adultos.
Etiologia• Meningites virais
São representadas principalmente pelos enterovírus.: 3 poliovírus, 28 echovírus, 23 coxsackie A, 6 coxsackie B e 5 outros enterovírus.
• Meningite Fúngica:- Agentes + comuns: Cryptococcus neoformans, Hystoplasma capsulatum
e P. brasiliensis.-Frequentes em imunocomprometidos-Criptococos: está amplamente disseminado na natureza (solo e em
excrementos de aves) e não tem transmissão homem-homem. É a 2° infecção oportunista do SNC em HIV+.
Evolução subaguda ou crônica. Pode se apresentar como meningite, encefalite e mais raramente como um pseudotumor (criptococoma).
Aspectos epidemiológicos
N. meningitidis:• principal bactéria• distribuição mundial e potencial de ocasionar epidemias. • Acomete todas as faixas etárias
– maior incidência: <5 anos (lactentes 3 e 12 meses)• No Brasil:
– décadas de 70 e 80: epidemias em várias cidades do país devido aos sorogrupos A e C e, posteriormente, ao B.
– A partir da década de 90, houve uma diminuição proporcional do sorogrupo B e aumento progressivo do sorogrupo C.
– Desde então, surtos isolados do sorogrupo C têm sido identificados e controlados no país.
– 2009: Porto Seguro – BA:
Aspectos epidemiológicos
Aspectos epidemiológicos
H. influenzae do tipo b (Hib) • Antes de 1999: 2ª causa de meningite
bacteriana, responsável por 95% das doenças invasivas (meningite, septicemia, pneumonia, epiglotite, celulite, artrite séptica, osteomielite e pericardite)
• A partir do ano 2000: introdução da vacina conjugada contra a Hib: queda de 90% na incidência
Aspectos epidemiológicos
S. pneumoniae:• Atualmente é 2ª causa de meningites
bacterianas, desde vacina Hib• Pode ocorrer em qualquer idade– Mais frequente: < 5 anos.
• Letalidade mais elevada, quando comparada a N. meningitidis e Hib.
• No Brasil, entre os anos de 2001 e 2006, o coeficiente médio de letalidade foi de 30%, enquanto que o provocado por N. meningitidis e Hib foram 19,8 e 17,6%, respectivamente.
Aspectos epidemiológicos
Mycobacterium tuberculosis• não sofre variações sazonais• Distribuição não é igual em todos os continentes. • Guarda íntima relação com as características
socioeconômicas, – desnutrição – Habitação precária
• faixa etária: – elevado nos primeiros anos de vida– muito baixo na idade escolar, – Elevado na adolescência e no início da idade adulta. – Elavado em HIV (+)
Aspectos epidemiológicos
Viral:• Distribuição universal e potencial de ocasionar
epidemias, principalmente Enterovírus. • O aumento de casos pode estar relacionado a
epidemias de varicela, sarampo, caxumba e a eventos adversos pós-vacinais.
Modo de transmissão• bacteriana: de pessoa a pessoa, através das vias respiratórias, por
gotículas e secreções da nasofaringe, havendo necessidade de contato íntimo (residentes da mesma casa, pessoas que compartilham o mesmo dormitório ou alojamento, comunicantes de creche ou escola, namorado) ou contato direto com as secreções respiratórias do paciente.
• Tuberculosa é uma complicação da infecção tuberculosa. Os casos de tuberculose pulmonar com escarro positivo à baciloscopia constituem a principal fonte de infecção, pois eliminam grande número de bacilos, podendo provocar uma infecção maciça dos contatos, com maior probabilidade de desenvolvimento de formas graves da doença, como a meningite.
• Enterovírus: fecal-oral
Fatores de virulência
• Pneumococo, Hemofilus e menigococo: secretam proteases que clivam IgA secretórias na superfície da mucosa oral. Na corrente sangüínea, os polissacárides capsulares ajudam a que eles se livrem do sistema complementar sérico atividade-específica, ativado pela via alternativa.
• Meningococo: pili (adesinas) na superfície, que permite aderir à mucosa e colonizarem
• Resultado: bacteremia com invasão do espaço subaracnoide: fácil colonização, imunidade humoral do SNC deficiente
LCR – características
Profilaxia• Vacinação:
– Já fazem parte do calendário básico da criança: • BCG: previne as formas graves de TB• Tetravalente: protege contra doença invasiva causada pelo Haemophilus
influenzae tipo b e também contra os agentes causadores de coqueluche, difteria e tétano;
– A partir de agosto de 2010: • A vacina conjugada contra o meningococo sorogrupo C ainda não faz
parte da rotina de vacinação da rede pública de saúde, no entanto, juntamente com a Pneumocócica 10-valente, é uma das vacinas prioritárias para entrar no calendário básico de vacinação no ano de 2010 para a população menor de um ano.
• Contactuantes:– está indicada a quimioprofilaxia para os contatos íntimos de casos de doença
meningocócica e meningite por Haemophilus influenzae• droga de escolha é a rifampicina, devendo ser administrada
para os contatos íntimos, no prazo de 48 horas da exposição à fonte de infecção