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TURMA RETA FINAL TRT - BA Disciplina: Atualidades Prof.: Rodrigo
Barbati Data: 01/11/2008
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Material disponibilizado pelo Professor:
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 5 REGIO CONHECIMENTOS BSICOS
ATUALIDADES: Domnio de tpicos atuais e relevantes de diversas reas,
tais como poltica, economia, sociedade, educao, tecnologia,
energia, relaes internacionais, desenvolvimento sustentvel,
segurana, artes e literatura, e suas vinculaes histricas.
MATERIAL DE ATUALIDADES PROF RODRIGO BARBATI
I - POLTICA MUNDO A Globalizao e a Nova Ordem Mundial
A globalizao um dos processos de aprofundamento da integrao
econmica, social, cultural, poltica, com o barateamento dos meios
de transporte e comunicao dos pases do mundo no final do sculo XX e
incio do sculo XXI. um fenmeno gerado pela necessidade da dinmica
do capitalismo de formar uma aldeia global que permita maiores
mercados para os pases centrais (ditos desenvolvidos) cujos
mercados internos j esto saturados. O processo de Globalizao diz
respeito forma como os pases interagem e aproximam pessoas, ou
seja, interliga o mundo, levando em considerao aspectos econmicos,
sociais, culturais e polticos. Com isso, gerando a fase da expanso
capitalista, onde possvel realizar transaes financeiras, expandir
seu negcio at ento restrito ao seu mercado de atuao para mercados
distantes e emergentes, sem necessariamente um investimento alto de
capital financeiro, pois a comunicao no mundo globalizado permite
tal expanso, porm, obtm-se como conseqncia o aumento acirrado da
concorrncia. A globalizao um fenmeno capitalista e complexo que
comeou na poca dos Descobrimentos e que se desenvolveu a partir da
Revoluo Industrial. Mas o seu contedo passou despercebido por muito
tempo, e hoje muitos economistas analisam a globalizao como
resultado do ps Segunda Guerra Mundial, ou como resultado da
Revoluo Tecnolgica. Sua origem pode ser traada do perodo
mercantilista iniciado aproximadamente no sculo XV e durando at o
sculo XVIII, com a queda dos custos de transporte martimo, e
aumento da complexidade das relaes polticas europias durante o
perodo. Este perodo viu grande aumento no fluxo de fora de trabalho
entre os pases e continentes, particularmente nas novas colnias
europias.
tido como inicio da globalizao moderna o fim da Segunda Guerra
mundial, e a vontade de impedir que uma mostruosidade como ela
ocorresse novamente no futuro, sendo que as naes vitoriosas da
guerra e as devastadas potncias do eixo chegaram a concluso que era
de suma importncia para o futuro da humanidade a criao de
mecanismos diplomticos e comerciais para aproximar cada vez mais as
naes uma das outras. Deste consenso nasceu as Naes Unidas, e comeou
a surgir o conceito de bloco econmico pouco aps isso com a fundao
da Comunidade Europia do Carvo e do Ao - CECA. A necessidade de
expandir seus mercados levou as naes a aos poucos comearem a se
abrir para produtos de outros pases, marcando o crescimento da
ideologia econmica do liberalismo. Atualmente os grandes
beneficirios da globalizao so os grandes pases emergentes,
especialmente o BRIC, com grandes economias de exportao, grande
mercado interno e cada vez maior presena mundial. Antes do BRIC,
outros pases fizeram uso da globalizao e economias voltadas a
exportao para obter rpido crescimento e chegar ao primeiro mundo,
como os tigres asiticos na dcada de 1980 e Japo na dcada de
1970.
A globalizao, por ser um fenmeno espontneo decorrente da evoluo
do mercado capitalista no direcionado por uma nica entidade ou
pessoa, possui vrias linhas tericas que tentam explicar sua origem
e seu impacto no mundo atual. A rigor, as sociedades do mundo esto
em processo de globalizao desde o incio da Histria, acelerado pela
poca dos Descobrimentos. Mas o processo histrico a que se denomina
Globalizao bem mais recente, datando (dependendo da conceituao e da
interpretao) do colapso do bloco socialista e o conseqente fim da
Guerra Fria (entre 1989 e 1991), do refluxo capitalista com a
estagnao econmica da URSS (a partir de 1975) ou ainda do prprio fim
da Segunda Guerra Mundial. No geral a globalizao vista por alguns
cientistas polticos como o movimento sob o qual se constri o
processo de ampliao da hegemonia econmica, poltica e
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cultural ocidental sobre as demais naes. Ou ainda que a
globalizao a reinveno do processo expansionista americano no perodo
ps guerra-fria (esta reinveno tardaria quase 10 anos para ganhar
forma) com a imposio (forosa ou no) dos modelos polticos
(democracia), ideolgico (liberalismo, hedonismo e individualismo) e
econmico (abertura de mercados e livre competio). Vale ressaltar
que este projeto no uma criao exclusiva do estado norte-americano e
que tampouco atende exclusivamente aos interesses deste mas tambm
um projeto das empresas, em especial das grandes empresas
transnacionais, e governos do mundo inteiro. Neste ponta surge a
interelao entre a Globalizao e o Consenso de Washington.
A Nova Ordem Mundial um conceito scio-econmico-poltico que faz
referncia ao contexto histrico do mundo ps-Guerra Fria. A expresso
foi pela primeira vez usada pelo presidente norte-americano Ronald
Reagan na dcada de 1980, referindo-se ao processo de queda da Unio
Sovitica e ao rearranjo geopoltico das potncias mundiais. A Nova
Ordem Mundial foi a denominao que o presidente Bush deu a ordem
multipolar, onde novos plos econmicos estavam surgindo, entre eles,
Japo, China, Rssia e Unio Europia. Quando deu incio a nova ordem
mundial, a rivalidade entre os sistemas econmicos opostos, a
classificao dos pases em 1, 2 e 3 mundo e a ordem bipolar, EUA e
URSS, deixaram de existir. O termo Nova Ordem Mundial tem sido
aplicado de forma abrangente, dependendo do contexto histrico, mas
de um modo geral, pode ser definido como a designao que pretende
compreender uma radical alterao, e o surgimento de um novo
equilbrio, nas relaes de poder entre os estados na cena
internacional. Em um contexto mais moderno, percebe-se muitas vezes
esta referncia ser feita a respeito das novas formas de controle
tecnolgico das populaes, num mundo progressivamente globalizado,
descrevendo assim um cenrio que aponta para uma evoluo no sentido
da perda de liberdades e um maior controle por entidades distantes,
com o quebramento da autonomia de pases, grupos menores em geral, e
indivduos.
Eleies nos EUA: Democratas x Republicanos A disputa entre Barack
Obama e John McCain pela presidncia dos Estados Unidos da Amrica pe
mais uma vez em confronto os dois maiores partidos polticos
norte-americanos: o Partido Democrata (ou Democrtico) e o
Republicano. Em geral, identificam-se os democratas com posies
polticas mais liberais, ou mesmo "de esquerda", e os republicanos
com posturas conservadoras, ou "de direita". A generalizao, com
certeza, vlida, mas nem sempre, como revelaria uma anlise mais
pormenorizada ou pontual da atuao de cada partido. Por um lado,
preciso lembrar que as definies de liberal e conservador no
correspondem exatamente aos conceitos de esquerda e direita. Alm
disso, o que se chama de esquerda e direita nos Estados Unidos no
coincide com preciso ao que atende pelos mesmos nomes no Brasil.
Por outro lado, convm lembrar que h um grande nmero de matizes
possveis na poltica e que no existe uma unidade monoltica nem mesmo
no interior de um nico partido poltico. H democratas conservadores,
por exemplo: alguns j declararam no apoiar Obama, como os
congressistas Dan Boren, do Estado de Oklahoma, e Tim Mahoney, da
Florida. Tambm no se pode deixar de considerar que as circunstncias
em que as coisas acontecem muitas vezes levam os dois partidos a se
alternarem no papel que desempenham em relao a avanos, mudanas e
progresso. o que se v principalmente quando se faz uma
retrospectiva da ao de republicanos e democratas ao longo da
histria dos Estados Unidos.
Um breve panorama histrico da disputa poltica norte-americana
tambm serve para mostrar a solidez das instituies partidrias
naquele pas. O Partido Democrata, por exemplo, que o mais antigo
dos partidos do pas, foi fundado h mais de 200 anos, em 1792, por
Thomas Jefferson, um dos chamados "pais fundadores" da nao
americana. Jefferson foi tambm o primeiro membro do partido a
chegar presidncia dos EUA, no ano de 1800. H pelo menos trs outros
presidentes norte-americanos do Partido Democrata cujos nomes
tiveram maior repercusso no plano internacional: Woodrow Wilson,
Franklin D. Roosevelt e John F. Kennedy. Wilson colocou os EUA na
Primeira Guerra Mundial, contribuindo decisivamente para o fim do
conflito. Tambm lutou pela criao da Liga das Naes e estabeleceu o
Federal Reserve ou Fed, o banco central norte-americano. Roosevelt
governou o pas por 12 anos, tendo comeado seu governo em meio
catastrfica crise deflagrada pela quebra da bolsa de valores de
Nova York, em 1929. Sua atuao foi marcada por uma grande interveno
do Estado na economia e pelo "New Deal", que retirou o pas da
depresso econmica. Kennedy, o segundo mais jovem presidente
norte-americano e o primeiro catlico a assumir a presidncia do pas,
personificou - no mbito do possvel - os ideais de mudana
caractersticos da dcada de 1960.
O Partido Republicano tambm conhecido por seus membros e
simpatizantes como GOP ou Grand Old Party (Grande Velho Partido,
onde "grande" se refere mais a valor, do que a tamanho). Embora
mais recente do que seu tradicional adversrio, tambm tem mais de
150 anos de idade. Foi fundado em 1854 por militantes
antiescravocratas e chegou ao poder quatro anos depois, com a eleio
de Abraham Lincoln. No sculo 19, o Partido empenhou-se em defesa
dos negros e lutou no Congresso pela 13. emenda, que aboliu a
escravido; pela 14., que garantiu proteo igualitria a negros e
brancos; e pela 15., que deu direito de voto aos afro-
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americanos. Com isso, o partido conquistou a simpatia dessa
minoria tnica, embora no a tenha mantido ao longo do tempo: desde
os anos 1960, os negros norte-americanos votam majoritariamente nos
democratas. Entre os presidentes republicanos de destaque,
encontra-se certamente Theodore Roosevelt, um republicano que no
pode ser taxado de conservador, no sentido mais estrito da palavra.
Prmio Nobel da Paz de 1906, Ted Roosevelt desenvolveu uma poltica
progressista e, por sinal, foi um pioneiro da preservao ambiental,
tendo criado 170 mil km2 de florestas nacionais e 53 reservas
naturais.
Outros nomes republicanos que no podem deixar de ser citados so
Dwight D. Eisenhower, Richard Nixon e Ronald Reagan. O general
Eisenhower, ou simplesmente Ike, o popular comandante das tropas
aliadas na invaso Normandia, na Segunda Guerra Mundial, teve uma
atuao que diminuiu as tenses entre os Estados Unidos e a Unio
Sovitica, durante a Guerra Fria. No plano interno, foi
terminantemente contra a segregao dos negros, deixando claro que a
nao no aceitava a existncia de "cidados de segunda classe". So bem
diversos os motivos a que Richard Nixon deve a passagem de seu nome
histria. Sua participao num episdio de espionagem ao escritrio do
Partido Democrata, no complexo hoteleiro Watergate, em Washington,
resultou no processo poltico que culminou com sua renncia ao cargo
de presidente, para evitar o impeachment. Independentemente de
qualquer juzo de valor e do fato de ter resgatado seu pas da crise
econmica do governo Jimmy Carter, Reagan foi um dos principais
responsveis pela entrada do mundo numa nova era: a da chamada "Nova
Ordem Mundial", que sucedeu ao perodo da Guerra Fria. Apostando na
corrida armamentista, Reagan contribuiu decisivamente para levar a
Unio Sovitica ao colapso, num dos grandes triunfos do liberalismo
sobre o comunismo.
Crise poltica no Qunia jan/08
Onda de violncia causou a morte de mais de 800 pessoas. O
principal partido de oposio, o Movimento Democrtico Laranja (ODM),
fez manifestaes no centro de Nairbi. O motivo do protesto a
existncia de denncias de fraude na eleio presidencial de 27/12/07,
na qual o atual presidente, Mwai Kibaki, 76, foi reeleito. Raila
Odinga, 62, candidato Presidncia pelo ODM, ficou em segundo por uma
margem pequena de votos. O Qunia tem 42 grupos tnicos. O maior so
os kikuyus, do qual Kibaki faz parte. Com 22% da populao, eles tm
sido as maiores vtimas da violncia iniciada desde o anncio do
resultado das eleies. Odinga, um luo, tem o apoio de quase todos os
outros grupos tnicos, que acusam o governo atual de privilegiar
kikuyus. Em abril, com mediao da ONU, o candidato de oposio Raila
Odinga foi nomeado primeiro-ministro pelo presidente Kibaki
encerrando crise poltica.
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Premi da Itlia renuncia
O primeiro-ministro da Itlia, Romano Prodi, apresentou sua
renncia ao cargo, depois de ter perdido no Senado um voto de
confiana crucial para a continuidade de seu governo de
centro-esquerda. A crise do governo comeou com a confirmao da
renncia do ministro da Justia, Clemente Mastella supostamente
envolvido em corrupo e a retirada do apoio do seu partido, o Udeur,
coalizo governante, deixando o premi sem maioria no Senado. As
eleies italianas foram marcadas para os dias 13 e 14 de abril de
2008 - depois do anncio da dissoluo do Parlamento pelo presidente
Giorgio Napolitano - e acabaram com a vitria de Slvio
Berlusconi.
Parlamento turco libera vu em universidade
O Parlamento turco aprovou o direito das mulheres de usar o vu
islmico em universidades, proibido desde 1989. A deciso levou
milhares de pessoas s ruas da capital, Ancara, em protesto. A
diviso entre Estado e religio cara elite econmica e aos militares
turcos, que mantm a Repblica, fundada em 1923, estritamente laica.
O novo texto dir que "todos tm direito a igual tratamento pelas
instituies governamentais" e que "ningum pode ser privado de seu
direito educao superior" - muitas turcas, obrigadas a retirar o vu,
desistiam da universidade. A mudana foi sancionada pelo presidente
Abdullah Gl.
Presidente do Timor Leste sofre atentado
O presidente do Timor Leste e Prmio Nobel da Paz de 1996, Jos
Ramos Horta, foi ferido a tiros em um ataque em sua casa na capital
do pas Dili. Um soldado rebelde, Alfredo Reinaldo, foi morto a
tiros pelos guardas do presidente durante o ataque. Em novembro de
2007, ele havia ameaado usar a fora contra o governo, depois de ter
sido indiciado por envolvimento em confrontos iniciados em abril de
2007 e que levaram morte 37 pessoas no Timor Leste. Ramos Horta
ganhou destaque em sua campanha contra o domnio indonsio no Timor
Leste. Soldados da Indonsia invadiram o territrio depois que
Portugal se retirou de sua ex-colnia em 1975, e o Timor Leste s
ganharia independncia em 2002.
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Declarao de independncia do Kosovo
O Parlamento de Kosovo aprovou a declarao da independncia da
provncia feita pelo primeiro-ministro Hashim Thaci durante uma
sesso especial em fevereiro de 2008 na capital, Pristina. A sesso
contou com a presena de 104 parlamentares. Durante a sesso, o
primeiro-ministro de Kosovo, Hashim Thaci, afirmou que "muitas
pessoas se sacrificaram para que a independncia se tornasse
realidade e esperamos por este dia durante muito tempo". "Kosovo
independente, soberano e livre", disse Thaci. "Hoje ns estamos
entre as naes livres do mundo". Ele garantiu que o pas ir obedecer
aos preceitos da ONU (Organizao das Naes Unidas) e das leis
internacionais e pediu o reconhecimento da comunidade
internacional. O premi afirmou ainda que a nova repblica ter boas
relaes com a Srvia. Thaci assegurou que os direitos da minoria
srvia sero respeitados com a independncia. "Todas as comunidades
tero um papel importante na construo da nao, no h lugar para medo e
discriminao em Kosovo. Qualquer ato de discriminao, principalmente
contra as minorias, ser removido das nossas instituies e do nosso
Estado". Milhares de kosovares saram s ruas para comemorar o anncio
da independncia do pas. O governo preparou shows para a populao e
oito toneladas de fogos de artifcio sero usadas nas celebraes.
Thaci vinha dando indicaes de que a independncia seria declarada
neste final de semana e milhares de kosovares de origem albanesa j
comemoravam a deciso desde a madrugada. Quando assumiu o poder, em
dezembro passado, Thaci, ex-guerrilheiro que lutou contra a Srvia
entre 1998 e 1999, afirmou que a independncia da provncia seria uma
das primeiras medidas do seu governo. Os governos da Srvia e da
Rssia j haviam afirmado que no reconheceriam a independncia de
Kosovo. No juramento de posse para o segundo mandato no cargo, o
presidente eleito da Srvia, Boris Tadic, prometeu nunca desistir da
luta pela provncia, considerada o corao religioso e cultural do
pas. A declarao foi reforada por outra, do primeiro-ministro
Vojislav Kostunica. Ele pediu aos srvios que vivem em Kosovo que no
abandonem o territrio e disse que eles tm o direito de ignorar
qualquer proclamao de independncia. O presidente da Rssia, Vladimir
Putin, afirmou que seria ilegal e imoral a comunidade internacional
reconhecer a independncia da provncia. Alm da Rssia e da Srvia, a
Bsnia-Herzegovina e Montenegro tambm so contra a independncia. A
populao dos Blcs est acompanhando de perto os eventos no Kosovo e
as consequncias que a independncia da provncia poder trazer para a
regio. A Albnia e a Eslovnia devem ser os primeiros pases a
reconhecerem a independncia. J a Macednia e a Bsnia devem hesitar
em reconhecer a ruptura, pois tambm sofrem com problemas de
separatismo tnico.
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Fidel Castro renuncia Presidncia de Cuba
O lder cubano Fidel Castro anunciou que no voltar a governar o
pas. Seu irmo Ral Castro - na Presidncia interina desde 2006 - foi
escolhido o novo lder do pas pelo Parlamento. Fidel foi o lder do
movimento que derrubou o lder pr-Estados Unidos Fulgncio Batista em
1 de janeiro de 1959. Ele comandou o regime cubano como
primeiro-ministro por 18 anos, passando Presidncia do pas por
escolha da Assemblia, eleita aps a aprovao da Constituio Socialista
de 1976.
Novo presidente russo
O presidente eleito em maro de 2008 na Rssia, Dmitry Medvedev,
prometeu continuar as polticas adotadas pelo atual governante,
Vladimir Putin. Medvedev confirmou o nome de Vladimir Putin para
primeiro-ministro. A economia da Rssia altamente dependente da
produo e demanda de petrleo e gs, que representam cerca de 60% das
exportaes. A diversificao da economia ser um dos principais
desafios do governo.
China reprime protesto em regio autnoma do TIBETE
Por atrair a ateno internacional, a realizao dos Jogos Olmpicos
de Pequim, em agosto de 2008, transformou-se numa oportunidade para
o movimento nacionalista do Tibete protestar contra a domnio da
China sobre a regio. Os primeiros protestos surgiram logo aps a
priso de monges tibetanos que organizaram uma passeata para marcar
os 49 anos do grande levante contra o governo chins. Em seguida,
milhares de pessoas que moram na regio tambm foram s ruas,
reivindicando a independncia. Como sempre faz quando autoriza os
seus militares a realizarem represses, o governo chins censurou
emissoras de televiso, jornais e sites que tentaram divulgar
informaes sobre o Tibete. Apenas a televiso oficial chinesa tinha
autorizao para falar sobre o assunto. No entanto, observadores
internacionais informaram que o massacre provocou mais de 120
mortes - os chineses admitem apenas 13. Uma coisa certa: os
protestos foram apontados como os maiores e mais violentos das
ltimas duas dcadas. Aconteceram a menos de cinco meses da abertura
dos Jogos Olmpicos, evento que tem um importante carter diplomtico
para os chineses, visando a integrar o pas na comunidade mundial,
independente do regime poltico totalitrio que ali vigora. O regime
comunista chins no aceita a hiptese de divergncias de idias, uma
prtica comum em democracias. Em 1989, por exemplo, o governo da
China reprimiu com violncia uma manifestao iniciada por estudantes
que reivindicavam mais liberdade poltica. O protesto, que ficou
conhecido como o massacre da Paz Celestial, reuniu cerca de 100 mil
pessoas, que foram s ruas para denunciar a corrupo e o
totalitarismo. O Tibete uma regio da sia Central com cerca de 1,2
milho de quilmetros quadrados e uma altitude mdia de cerca de 5 mil
metros. O isolamento provocado pela altitude favoreceu o surgimento
de uma civilizao caracterstica com mais de 2 mil anos de histria
prpria. No sculo 7, o pas se converteu num reino lamasta, uma seita
local do budismo, que definiria, em linhas gerais, o carter
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religioso ou teocrtico da estrutura poltica e econmica do
Tibete. O budismo tibetano atribui ao seu lder espiritual o ttulo
de Dalai-Lama e lhe confere tambm o poder governamental, num regime
com caractersticas monrquicas. O Dalai-Lama considerado uma
reencarnao de lderes espirituais anteriores, que so manifestaes de
Avalokteshvara ou Chenrezi, o santo padroeiro do Tibete, um
Bodhisattva, termo budista que designa um ser de sabedoria e
bondade. O lamasmo conseguiu sobreviver invaso do Imprio mongol no
sculo 13, dos chineses no sculo 18, bem como a uma dcada em que o
pas se transformou num protetorado britnico, no incio do sculo 20.
Entre 1911 e 1950, o Tibete foi um pas independente perante a maior
parte da comunidade internacional, at que a Revoluo chinesa colocou
no poder Mao Ts-Tung e o expansionismo chins resultou numa nova
invaso do pas, em 1950. O Tibete foi anexado China como provncia e
assim se manteve a despeito da resistncia tibetana. Em 1959 ocorreu
o grande levante da populao do pas contra o domnio chins - cujo 49o
aniversrio foi o estopim dos protestos de 2008. No entanto, a
revolta foi violentamente reprimida e o Dalai-Lama, lder espiritual
e poltico dos tibetanos, foi obrigado a exilar-se na ndia. Em 1963,
depois de muita presso internacional, o Tibete foi reconhecido pelo
China como uma regio autnoma e ganhou um governo prprio, submisso,
porm, a Pequim. A luta pela independncia tibetana, porm, continuou
e ganhou repercusso maior a partir da concesso do prmio Nobel da
paz ao Dalai-Lama. Apesar do poder repressivo chins, provvel que
novas manifestaes continuem ocorrendo no Tibete e em outros pases,
em especial na Europa, onde h simpatia pela causa da independncia
tibetana.
Paraguai: Partido perde o poder aps 61 anos
A vitria do ex-bispo Fernando Lugo nas eleies para a Presidncia
do Paraguai, um dos pases mais pobres da Amrica do Sul, histrica -
ela quebra a hegemonia de 61 anos da ANR (Associao Nacional
Republicana), mais conhecida como Partido Colorado. Desde 1947, o
Paraguai s teve presidentes do Partido Colorado, agremiao que, at a
vitria de Lugo (com a posse marcada para o prximo ms de agosto),
estava h mais tempo no poder em todo o Ocidente. Mais da metade do
domnio Colorado na Presidncia do Paraguai teve um personagem
central: o general Alfredo Gustavo Stroessner, que comandou 35 anos
de ditadura no pas (1954/89). Ao fim de seu governo, o militar se
exilou no Brasil, onde permaneceu at agosto de 2006, quando morreu
em um hospital de Braslia. Muito popular entre os mais pobres, o
ex-bispo Fernando Lugo encaminhou em 2006 uma carta ao Vaticano
pedindo a sua renncia sacerdotal porque tinha interesse em disputar
a Presidncia da Repblica. A solicitao de Lugo no foi aceita pela
Igreja Catlica, mas, mesmo assim, o ex-bispo confirmou a sua
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candidatura. Ao constatar que Fernando Lugo no recuaria, o
Vaticano suspendeu o seu direito de exercer o sacerdcio. Admirador
confesso da Teologia da Libertao, Fernando Lugo, a partir de
agosto, vai administrar um pas que registrou crescimento de 6,4 do
PIB (Produto Interno Bruto) em 2007, ndice superior ao registrado
pelo Brasil no mesmo perodo.
O Paraguai, o mais pobre integrante do Mercosul, tem cerca de 6
milhes de habitantes. O pas mantm com o Brasil um acordo de 50 anos
que foi a principal plataforma eleitoral de Fernando Lugo: o
contrato de construo e funcionamento da usina hidreltrica de
Itaipu. Depois da Guerra do Paraguai, o fato histrico mais marcante
no relacionamento diplomtico entre os dois pases. Para
compreend-lo, vale a pena ter em mente alguns elementos histricos e
geogrficos. As fronteiras entre o Brasil e o Paraguai foram
estabelecidas por tratado em 1872. Estendem-se por 1.365,4 km,
desde a foz do rio Apa, no Estado de Mato Grosso do Sul, at a foz
do rio Iguau, no Estado do Paran. A maior parte dessa linha
demarcatria formada por rios (928,5 km). A Usina Hidreltrica de
Itaipu Binacional foi construda no rio Paran e sua rea abrange um
territrio que vai das cidades vizinhas de Foz do Iguau e Ciudad del
Este, respectivamente no Brasil e no Paraguai, ao municpio
brasileiro de Guara e ao paraguaio de Salto del Gair. Na verdade, a
regio j foi motivo de disputa entre Espanha e Portugal ainda no
sculo 18. A situao das fronteiras no chegou a ser resolvida nem
mesmo com a independncia do Paraguai (1811) e do Brasil (1822).
Agravou-se na guerra dos dois pases e, apesar do tratado de 1872,
continuou a provocar polmicas e divergncias de interpretaes quanto
aos limites territoriais, em especial no que se refere ao salto de
Sete Quedas, a maior cachoeira do rio Paran.
A descoberta do potencial hidreltrico do rio Paran, nos anos
1960, em vez de agravar os problemas, resultou na unio de foras
brasileiras e paraguaias para o empreendimento conjunto na rea
energtica. Em 1966, assinou-se a Ata de Itaipu, uma carta de
intenes que abriu caminho para o incio dos estudos tcnicos.O
Tratado de Itaipu, assinado pelos presidentes Mdici e Stroessner em
1973, manifesta, em seu artigo 1o, a deciso binacional de
"realizar, em comum e de acordo com o previsto no presente Tratado
e seus Anexos, o aproveitamento hidroeltrico dos recursos hdricos
do rio Paran, pertencentes em condomnio aos dois pases, desde e
inclusive o Salta Grande de Sete Quedas ou Salto de Guair at a foz
do rio Iguau".As obras tiveram incio no ano seguinte, com um desvio
de 2 km do curso do rio Paran. A partir da e at a inaugurao da
usina, desenvolveu-se um trabalho intenso e de propores
gigantescas, que chegou a envolver 100 mil trabalhadores, mobilizou
20 mil caminhes e cerca de 6,5 mil vages ferrovirios. Para se ter
uma idia dos recursos materiais utilizados, o total de concreto
despejado na barragem foi de 12,3 milhes de metros cbicos,
quantidade suficiente para concretar quatro rodovias do tamanho da
Transamaznica, que tem 2.300 km de extenso. A barragem de Itaipu
gerou um lago artificial de 135 mil hectares (um hectare equivale
aproximadamente a um campo de futebol). Esse lago fez desaparecer o
salto de Sete Quedas em outubro de 1982, causando comoo nos
habitantes da regio e reao indignada dos ambientalistas at hoje.
Por outro lado, ps fim ao litgio das fronteiras entre o Brasil e o
Paraguai. A Usina foi inaugurada oficialmente em 5 de novembro de
1982, pelos presidentes dos dois pases, Joo Figueiredo e Alfredo
Stroessner. Cerca de um ano e meio mais tarde, em maio de 1984,
teve incio a produo de energia eltrica. O recorde dessa produo foi
atingido no ano 2000, quando Itaipu gerou 93,4 bilhes de
quilowatts/hora.
Com a eleio de Fernando Lugo, o Paraguai pretende a reviso do
Tratado de Itaipu, por consider-lo financeiramente injusto.
Atualmente, o Paraguai recebe aproximadamente US$ 300 milhes por
ano (o pas consome somente 5% da energia gerada por Itaipu e vende
os outros 45% ao Brasil a preo de custo). A outra metade da energia
produzida na usina administrada (e consumida) pelo Brasil. Contudo,
os investimentos brasileiros na hidreltrica foram muito maiores do
que os paraguaios, de maneira proporcional capacidade
econmico-tecnolgica dos dois pases. Basta lembrar que o custo da
obra, cujo financiamento foi obtido pelo Brasil, atinge US$ 16
bilhes e o total da dvida s ser pago em 2023. Alm disso, no mbito
da construo civil, os brasileiros chegaram a contribuir com at 100%
do empreendimento e com 85% na fabricao e montagem dos
equipamentos.
Estado judeu comemora 60 anos de fundao O dia 14 de maio marca a
fundao do Estado de Israel, que completa 60 anos em 2008, segundo o
calendrio internacional ou gregoriano. Para os israelenses e os
judeus de todo o mundo, a data foi festejada no dia 8 de maio,
devido ao fato de eles seguirem o tradicional calendrio judaico,
baseado nas fases da lua. Em termos histricos, 60 anos um perodo
relativamente pequeno. Se a existncia de Israel atual recente,
porm, sua histria muito mais longa e se confunde com a do povo
judeu e de seus antepassados, os hebreus, da
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Antigidade. Pode-se aceitar que ela tenha comeado com os
patriarcas bblicos, como Abrao, seu filho Isaac e seu neto Jac, a
quem, segundo o Gnesis (primeiro livro da Bblia), Deus chamou de
Israel. O nome de Israel se estendeu a uma estreita faixa de terra,
entre o mar Mediterrneo, a pennsula Arbica e a Sria cerca de 2 mil
anos antes de Cristo. Por se tratar de um local que constitui uma
ponte natural entre a sia, a frica e a Europa, a regio foi sempre
disputada e - da Antigidade at meados do sculo 20 - os grandes
imprios ali se impuseram: egpcios, assrios, babilnios, persas,
gregos, romanos, bizantinos, rabes, turcos e ingleses. Todas essas
invases resultaram na disperso dos judeus pelo mundo, em especial a
partir de 70 d.C., quando este povo promoveu uma grande rebelio
contra o domnio romano. As legies de Roma reprimiram duramente a
revolta e incendiaram o templo de Jerusalm, um smbolo da unidade
poltica e religiosa hebraica. Somente uma parte do muro exterior
continua de p at hoje, constituindo um grande monumento religioso
do judasmo. De qualquer modo, mesmo dispersos, sem um territrio que
os abrigasse, os judeus conseguiram se manter como um povo ou uma
nao, devido ao imenso apego a suas tradies religiosas e culturais,
alm de uma esperana - ainda que remota - de um dia retornar a
Israel, a "Terra (a eles) prometida (por Deus)", de acordo com a
tradio bblica. Em 2 mil anos de exlio, os judeus sempre constituram
minorias em outros pases, sendo constantemente discriminados e
perseguidos. O cristianismo, aps tornar-se a religio oficial do
Imprio romano, contribuiu bastante para isso, retirando a culpa da
crucificao de Jesus que pesava sobre Roma e atribuindo-a aos
judeus, que passaram a ser vistos como os "assassinos de Cristo".
No difcil imaginar o que lhes aconteceu durante a Idade Mdia ou a
Contra-Reforma, quando a Igreja catlica imperava. Em meados do
sculo 19, a maior parte dos judeus se encontrava nos pases da
Europa oriental, como a Polnia, a Litunia, a Hungria e a Rssia.
Nessa poca, a antiga Israel era uma provncia do Imprio turco,
denominada Palestina. Ao mesmo tempo, uma onda de nacionalismo
atingia a Europa com a unificao da Itlia e da Alemanha.
Desenvolveu-se, ento, tambm entre os judeus um movimento
nacionalista que se orientava pela idia de recriar uma nao judaica
no territrio de sua ptria ancestral. O movimento recebeu o nome de
sionismo, que se origina de Sion, a antiga designao de uma colina
de Jerusalm que passou a denominar esta mesma cidade bem como a
prpria Israel. Na Basilia, Sua, em 1897, teve lugar o 1 Congresso
Sionista, presidido por Theodor Herzl, o fundador do movimento. Seu
objetivo era obter um documento reconhecido internacionalmente que
legitimasse o estabelecimento dos judeus na Palestina. As
comunidades judaicas da Europa ocidental - ricas e bem integradas s
naes onde estavam - contriburam para levar o projeto adiante.Quando
a ONU propusesse uma soluo de consenso, a Inglaterra abriria mo de
seu Mandato na Palestina. Em abril de 1947, um Comit Especial das
Naes Unidas props a partilha da Palestina em um Estado judeu (j com
cerca de 650 mil habitantes) e um Estado rabe-palestino (com o
dobro dessa populao). A 14 de maio de 1948, seis horas antes do
trmino oficial do Mandato britnico, David Ben Gurion, que seria o
primeiro governante israelense, leu a declarao de Independncia de
Israel. Os Estados Unidos e a Unio Sovitica, as potncias do
ps-guerra, reconheceram rapidamente o novo Estado. Porm, j no dia
seguinte independncia, os rabes se uniram para atacar Israel. Os
judeus resistiram e venceram seus adversrios. Na guerra,
conquistaram 78% do antigo territrio palestino (22% a mais do que
previa o plano de partilha da ONU para alojar a populao rabe). Em
1949, firmou-se um primeiro acordo de paz entre os rabes e o Estado
de Israel, j reconhecido pela comunidade internacional, inclusive o
Brasil. Infelizmente, a paz e a convivncia harmoniosa entre os
povos da regio no teve continuidade at hoje, assim como o Estado
Palestino ainda no conseguiu ser efetivamente criado. De meados do
sculo 20 at o incio do sculo 21, a histria de Israel e do Oriente
Mdio marcada por tantos problemas e conflitos que constitui uma
nova epopia, quase to longa quanto a dos 5 mil anos anteriores.
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Anistia condena '60 anos de fracasso' em direitos humanos A
Anistia Internacional pediu aos lderes mundiais que se desculpem
por seis dcadas do que a entidade considera fracasso na defesa dos
direitos humanos. A cobrana est no relatrio anual da organizao,
que, neste ano, faz um balano entre o que foi prometido pela
Declarao Universal dos Direitos Humanos de 1948 e o que foi
cumprido at agora. "Injustia, desigualdade e impunidade so as
marcas do nosso mundo hoje. Os governos devem agir agora para
acabar com a distncia entre promessa e desempenho", disse Irene
Khan, secretria-geral da organizao, em uma nota imprensa. A Anistia
diz que os governos ao redor do mundo deveriam se comprometer
novamente a apresentar melhoras concretas. "Os problemas de
direitos humanos em Darfur, Zimbbue, Gaza, Iraque e Mianmar exigem
uma ao imediata", disse Khan. Segundo o relatrio, 60 anos depois de
a Declarao Universal dos Direitos Humanos ter sido adotada pelas
Naes Unidas, pessoas ainda so torturadas ou mal tratadas em pelo
menos 81 pases, so submetidas a julgamentos injustos em pelo menos
54 pases e no tm direito de se manifestar livremente em pelo menos
77. O ano de 2007 foi caracterizado pela impotncia de governos
ocidentais e a ambivalncia ou relutncia dos poderes emergentes em
combater algumas das piores crises de direitos humanos no mundo,
desde guerras a desigualdades que deixam milhes para trs", disse
Khan. Para a organizao, a maior ameaa ao futuro dos direitos
humanos a ausncia de uma viso compartilhada e de uma liderana
coletiva. 2008 representa uma oportunidade sem precedentes para que
novos lderes e pases emergentes no cenrio internacional estabeleam
uma nova direo e rejeitem as polticas e prticas mopes que tm
deixado o mundo um lugar mais perigoso e mais dividido", afirmou a
secretria-geral da Anistia. Segundo Khan, "os mais poderosos devem
liderar dando o exemplo." Nesse sentido, a organizao faz um apelo
direto para a China, os Estados Unidos, a Rssia e a Unio Europia. A
Anistia diz que a China deve cumprir as promessas feitas por conta
dos Jogos Olmpicos e permitir a liberdade de expresso e de imprensa
e acabar com o sistema de "reeducao atravs do trabalho", que
permite a priso por at quatro anos sem indiciamento, julgamento ou
reviso judicial. No caso dos Estados Unidos, o apelo se refere ao
fechamento da priso de Guantnamo e outros centros de deteno e
rejeio da tortura. J a Rssia deveria mostrar mais tolerncia
dissidncia poltica e nenhuma tolerncia impunidade de abusos de
direitos humanos na Chechnia. E a Unio Europia, segundo a Anistia,
deveria investigar a cumplicidade de seus integrantes em entregar
suspeitos de terrorismo e exigir deles os mesmos padres de direitos
humanos que exige de pases fora do bloco.
Crise Poltica na Bolvia
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Eleio de Evo Morales (MAS) em 2005. Nacionalizao dos recursos
energticos em 2006. Aprovao de uma nova constituio na Bolvia em
2007. Quatro departamentos declararam a sua inteno de no aceitar o
novo texto constitucional. Os departamentos rebeldes ameaaram
comear um processo de estudo para garantir a sua autonomia relativa
ao governo de La Paz. Os quatro departamentos so: Santa Cruz, Beni
e Pando na fronteira com o Brasil e Tarija na fronteira com
Argentina e Paraguai. As autoridades locais rechaam a nova
Constituio do pas, aprovada por aliados do presidente e sem a
presena da oposio. Evo Morales props aumentar a verba destinada aos
departamentos para compensar as perdas com o uso do dinheiro de um
impostos sobre hidrocarbonetos para financiar um bnus para maiores
de 60 anos. A alterao no uso do imposto vem causando confrontos
graves com oposicionistas.
A crise poltica na Bolvia aumenta progressivamente com o avano
do processo autonomista liderado por opositores ao presidente Evo
Morales e com a aprovao dos novos estatutos dos departamentos
(Estados) de Beni, Pando e Tarija que o governo no reconhece. O
governo se diz partidrio das autonomias, mas desde que seja "sob
uma ordem constitucional" e prope oposio impulsionar uma lei que
regule este processo e que inclua eleies para conselheiros
departamentais, que se encarregariam de elaborar os estatutos. O
dilogo e as possibilidades de acordo entre o Executivo e os
prefeitos regionais opositores da Meia Lua (como se denomina o
territrio composto por Santa Cruz, Beni, Pando e Tarija) parecem
por enquanto improvvel.
Alm disso, realizou-se, em 10 de agosto de 2008, um referendo
para que os cidados decidissem se Morales, seu vice-presidente e os
prefeitos regionais continuariam ou no seus mandatos. O pleito
registrou a vitria do presidente e de seus aliados.
Em setembro de 2008, a crise poltica na Bolvia ameaou
transformar-se em uma guerra civil. O confronto entre os partidrios
do presidente Evo Morales e a oposio, organizada em torno dos
governos dos departamentos de Pando, El Beni, Santa Cruz,
Chuquisaca e Tarija, descambou para o enfrentamento fsico nas ruas,
com choques violentos que resultaram em no mnimo 15 mortos.
A Unio de Naes Sul-Americanas
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A Unio de Naes Sul-Americanas (UNASUL), ser uma zona de livre
comrcio continental que unir as duas organizaes de livre comrcio,
Mercosul e Comunidade Andina de Naes, alm do Chile, Guiana e
Suriname, nos moldes da Unio Europia a partir de 2014. De acordo
com entendimentos feitos at agora, a sede da Unio ser localizada em
Quito, capital do Equador, enquanto a localizao de seu banco, o
Banco do Sul ser na capital da Venezuela, Caracas. O seu parlamento
ser localizado em Cochabamba, na Bolvia. A integrao completa entre
esses dois blocos foi formalizada durante a reunio dos presidentes
de pases da Amrica do Sul, no dia 23 de Maio de 2008 em Braslia. A
antiga denominao da Unio, Comunidade Sul-Americana de Naes foi
deixada de lado aps a 1 Reunio de Energia Sul-Americana em 2007. A
primeira presidente da Unasul, pelos prximos 12 meses, a chilena
Michelle Bachellet.
O "no" da Irlanda ao Tratado de Lisboa
O Tratado de Lisboa (tambm denominado Tratado Reformador) o
acordo ratificado pelo Conselho da Unio Europia em Lisboa, a 19 de
Outubro de 2007, e que substitui a Constituio europia de 2004. O
tratado confere Unio Europia personalidade jurdica prpria para
assinar acordos internacionais de nvel comunitrio. O termo
Comunidade ser substitudo por Unio, nomeia o Alto Representante
para a Poltica Exterior e de Segurana
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Comum da Unio Europia e estabelece a aplicao formal da dupla
maioria a partir de 2014. A presidncia eslovena da Unio Europia
(UE) lamentou a vitria do "no" no referendo irlands ao Tratado de
Lisboa em junho de 2008.
Eleies no Zimbbue
Num continente em que pelo menos dez pases esto entre os piores
do mundo em matria de critrios sociais e econmicos, o Zimbbue uma
sntese da pobreza que caracteriza a frica. O pas apresenta renda
per capita anual abaixo de US$ 1.000, expectativa de vida inferior
aos 50 anos, ndice de analfabetismo acima de 40% da populao, inflao
projetada de 165.000% ao ano e mais de 5% da populao com Aids. Em
meio a esse cenrio de misria impressionante, os 12,3 milhes de
habitantes do Zimbbue ainda convivem com a violncia e a
instabilidade poltica. Desde a independncia do pas, em 1980, o
Zimbbue conheceu apenas um simulacro de regime democrtico, o
ditador Robert Gabriel Mugabe. Em junho de 2008, em um pleito
marcado por denncias de fraudes, ele foi eleito para mais um
mandato. Derrotado no primeiro turno por Morgan Tsvangirai, Mugabe
usou a fora para vencer as eleies - o seu adversrio retirou a
candidatura na reta final do segundo turno. Durante a campanha, o
principal adversrio da ditadura foi preso diversas vezes,
aconteceram cerca de 100 mortes de correligionrios ligados a Morgan
Tsvangirai e pelo menos 200 mil pessoas deixaram as suas residncias
para fugir das perseguies. Observadores internacionais tambm
denunciaram que correligionrios de Tsvangirai sofreram mutilaes nos
dedos das mos para deixar de votar na eleio. A crise do Zimbbue
aumentou aps a proclamao do resultado das eleies - de acordo com a
comisso nacional eleitoral, Mugabe foi reeleito com 85,51% dos
votos vlidos. O governo dos Estados Unidos no reconheceu a eleio,
solicitou o embargo internacional de armas contra o pas e quer
aumentar as sanes econmicas ao Zimbbue. A Unio Europia tambm
condenou o segundo turno e a maioria dos 27 pases que compem o
bloco classificou de ilegtima a vitria de Robert Mugabe. Para
driblar o ndice recorde de desemprego, que atinge 80% da populao
economicamente ativa, nos ltimos anos, pelo menos 2 milhes de
zimbabuanos fugiram para a frica do Sul e outros pases do
continente. O aumento do desemprego tem uma origem: em 2000,
atendendo a um pedido do ditador, o governo expropriou cerca de
3.000 propriedades sem pagar nenhuma indenizao aos seus donos,
todos brancos. As reas foram entregues a mais de 1 milho de
sem-terra negros que, por falta de infra-estrutura, abandonaram as
plantaes.
Crise no Governo Cristina Kirchner
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Em apenas seis meses de governo, Cristina Kirchner perdeu
popularidade de maneira vertiginosa. Segundo sondagens, a imagem da
presidente caiu em 26 pontos desde maro, quando comeou o conflito
com os setores agropecurios, e 36 pontos desde o comeo do ano. De
janeiro a junho, caiu de 56% a 20%. A perda de confiana no governo
argentino devida ao conflito agropecurio motivado pela elevao dos
impostos de exportao - e acontece em todos os setores sociais. Se o
governo conseguir uma sada do conflito, vai recuperar um pouco
dessa imagem, mas ainda vir o impacto da inflao e da crise
energtica. A estratgia de Cristina Kirchner para colocar ponto
final discusso foi criar um plano de redistribuio de renda que d um
destino social ao excedente arrecadado a partir dos 35% de imposto.
Porm o plano s foi apresentado trs meses depois de iniciado o
conflito e no serviu para aliviar ao situao. As retenes (imposto de
exportao) comearam em 2002 em 10%. Em novembro passado, passaram de
27% a 35%. Em maro, uma taxa varivel at mais de 50%. Pelo atual
preo da soja, por exemplo, est em 46%. O gasto pblico se mantm
elevado, o supervit primrio argentino de 3,5% do PIB depende em 90%
dessas retenes.
Colmbia anuncia libertao de Ingrid Betancourt jul/08 O Exrcito
colombiano anunciou em julho o resgate de Ingrid Betancourt, trs
norte-americanos e 11 militares que estavam em poder das Farc
(Foras Armadas Revolucionrias da Colmbia), segundo agncias
internacionais, que no forneceram mais detalhes sobre o resgate.
Betancourt, de nacionalidade franco-colombiana, era prisioneira da
guerrilha colombiana desde 2002, quando fazia campanha como
candidata Presidncia do pas. Os trs norte-americanos foram presos
em fevereiro de 2003, quando realizavam uma misso area do chamado
Plano Colmbia nas selvas de Caquet, ao sul do pas. O ministro da
Defesa, Juan Manuel Santos, declarou que os quatro ex-prisioneiros
esto em estado de sade razoavelmente bom. O resgate foi realizado
em uma zona de floresta do departamento de Guaviare, no sudoeste da
Colmbia, de acordo com Santos. "Seguiremos trabalhando na libertao
dos demais seqestrados. Fazemos um chamado aos atuais lderes das
Farc para que no matem, liberem os outros seqestrados e no
sacrifiquem seus homens", declarou o ministro, em coletiva na sede
do Ministrio da Defesa, em Bogot.
Conflito entre a Rssia e a Gergia ago/08
Ainda no terminou por completo a guerra entre a Rssia e a
Gergia, iniciada em 8 de agosto. O conflito ocorreu em funo do
projeto separatista da Osstia do Sul e da Abkhzia, mas est
relacionado a problemas tnicos e nacionais que datam da dissoluo da
Unio Sovitica. Repete-se no Cucaso o que j havia acontecido nos
Blcs, com a independncia do Kosovo, em fevereiro de 2008, que
estava relacionada dissoluo da Iugoslvia.
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Por isso, para entender o conflito russo-georgiano, necessrio
levar em considerao outros eventos ocorridos anteriormente nessa
regio geogrfica em que Europa e sia se limitam. Em primeiro lugar,
convm recordar o que era a Unio das Repblicas Socialistas
Soviticas, uma federao criada em 1922, ao fim da guerra civil
desencadeada pela Revoluo Russa. A Revoluo implantou o socialismo
no Imprio russo, que inclua a Rssia, a Ucrnia, a Bielorssia (atual
Belarus) e a Transcaucsia (Armnia, Azerbaijo e Gergia).
Gradualmente, a URSS chegou a abranger 15 repblicas, at 1991 quando
o regime socialista entrou em colapso. Ainda antes que isso
acontecesse, em 1989, a regio da Osstia do Sul havia declarado
autonomia em relao Repblica Socialista Sovitica da Gergia,
aproximando-se da Rssia, que dominava a Unio Sovitica. Com a
dissoluo da URSS, em 1991, a Gergia tornou-se uma repblica
independente. A Osstia do Sul procurou seguir pelo mesmo caminho,
proclamando sua independncia em relao Gergia. Disso resultou uma
guerra entre a Gergia e a Osstia do Sul que se estendeu at 1992. A
Rssia intermediou a paz entre as duas. A atuao russa, porm, estava
condicionada por seus interesses nacionais, que implicam intenes de
transformar em rea de influncia russa tanto a Osstia do Sul quanto
a prpria Gergia. No que se refere Osstia do Sul, a Rssia chegou a
distribuir passaportes russos para os ossetianos, de modo a poder
declarar que sua interveno na regio tinha como objetivo a proteo de
cidados russos. Desde a presidncia de Vladimir Putin, quando
emergiu do caos posterior ao colapso sovitico e se tornou uma
potncia emergente, a Rssia anseia por retomar a posio hegemnica que
ocupou na Europa e no Cucaso, nos tempos de URSS. A Gergia, por sua
vez, caminhava no sentido contrrio s ambies russas, particularmente
a partir de 2004, com a eleio do presidente Mikhail Saakashvili,
que tentou levar o pas Otan (Organizao do Tratado do Atlntico
Norte), alm de se aproximar dos Estados Unidos, de modo a escapar
ao poderio russo.
A proclamao de independncia do Kosovo, em relao Srvia, foi a
deixa que a Osstia do Sul esperava para retomar suas pretenses
separatistas. Ao mesmo tempo, a tentativa georgiana de entrar para
a Otan foi a deixa que a Rssia esperava para apoiar a independncia
da Osstia do Sul, baseada tambm no fato de a regio abrigar grande
nmero de "cidados russos". No entanto, se o caldeiro est fervendo h
tanto tempo, o que levou a Gergia a agir exatamente em agosto de
2008, mandando suas tropas para a Osstia do Sul? Um analista do
jornal britnico "The Guardian", lembra que o presidente Saakashvili
est enfrentado uma crise econmica e uma fase de impopularidade. Com
a invaso da Osstia do Sul, ele estaria resolvendo um problema
nacional pendente h anos e conquistaria o apoio popular, a pretexto
de enfrentar o inimigo externo. Alm disso, Saakashvili no contava
com uma reao do governo russo, certo de que Putin no teria coragem
de enfrentar militarmente um aliado dos Estados Unidos. Como se
viu, estes reagiram duramente ao georgiana, independentemente dos
protestos dos norte-americanos. A Rssia aceitou em 12 de agosto o
cessar-fogo negociado pelo presidente da Frana, Nicolas Sarkozy, em
parte porque j atingiu seus objetivos, mostrando ao mundo que est
disposta a lutar para manter a hegemonia sobre a regio. Cacife no
lhe falta para isso: alm de riquezas provenientes do gs e do
petrleo, a Rssia mantm quase um monoplio do fornecimento de energia
para a Europa. Conta ainda com um milho de soldados, milhares de
ogivas nucleares e o terceiro maior oramento militar do mundo.
Desse modo, as tropas de Putin e seus aliados ossetianos ainda no
esto respeitando o cessar-fogo: atrocidades continuam sendo
cometidas contra os georgianos.
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Vivo de Benazir Bhutto o novo presidente do Paquisto set/08
O lder do Partido Popular (PPP) e vivo da ex-primeira-ministra
Benazir Bhutto, Asif Zardari, o novo presidente do Paquisto,
anunciou a comisso eleitoral. Os legisladores das Assemblias
nacionais e provinciais o elegeram em 06/09/08, aps um pleito de
cerca de seis horas. A eleio foi convocada aps renncia de Pervez
Musharraf ao cargo. O ministro da Defesa, Sikandar Iqbal, disse que
Zardari vai trazer estabilidade para o Paquisto. Zardari concorria
com o ex-chefe do Tribunal Supremo Saiduzuman Sidiqui, a opositora
Liga Muulmana-N, do ex-primeiro-ministro Nawaz Sharif, e o senador
Mushahid Hussain, que pertence Liga-Q, legenda que apoiou o regime
de Musharraf. Aps sofrer priso, exlio e o desprezo dos
paquistaneses, que deram a ele a alcunha de "senhor 10%", Asif Ali
Zardari, lder do Partido Popular do Paquisto (PPP), conseguiu a
maioria de votos necessria para se proclamar presidente. A fora do
PPP e de seus aliados nas Assemblias do pas, encarregadas da votao,
transformaram Zardari em favorito para suceder Pervez Musharraf.
Para chegar at aqui, Zardari no duvidou em abrir mo de seu
principal parceiro aps a vitria eleitoral do PPP em fevereiro, o
ex-primeiro-ministro Nawaz Sharif, e afirmou que, para ele, os
acordos entre os dois no eram "sagrados como o Coro". A ruptura era
previsvel, j que Zardari passou quase 11 anos na priso por conta de
acusaes levantadas durante os Governos de Sharif, que lhe deram sua
fama de corrupto pelos supostos subornos que cobrava. Nascido em
Nawabshah, na provncia de Sindh (sudeste), no dia 21 de junho de
1956, em uma famlia de fazendeiros, o jovem Zardari cursou apenas o
ensino mdio. Em 1987, casou-se de maneira arranjada com Benazir
Bhutto, herdeira de uma dinastia poltica, educada em Oxford e que
um ano depois - com apenas 35 - se transformou na primeira mulher
frente do governo do Paquisto. Zardari popularmente considerado o
responsvel pela corrupo que ps fim aos dois Governos de sua esposa,
alternados com Executivos de Sharif. Aps a queda do primeiro
governo de Bhutto, Zardari foi acusado de extorso e passou trs anos
na priso, at ser exonerado quando sua esposa recuperou o poder, em
1993. Bhutto caiu outra vez em outubro de 1996, e Zardari voltou
para a priso, desta vez por um perodo de oito anos, nos quais
surgiram vrias acusaes contra ele, entre elas o assassinato de seu
cunhado, Murtaza Bhutto. O PPP sempre alegou que as acusaes foram
motivadas politicamente e que seu perodo na priso e as torturas que
sofreu prejudicaram gravemente a sade de Zardari, que diabtico, tem
problemas cardacos e sofre com dores nas costas. "A corrupo um
estado mental. Uma pessoa corrupta (...) no teria sacrificado oito
anos de sua vida na priso. Poderia ter aceitado um acordo vivido no
exlio", disse em entrevista em 2005. A priso, o exlio e a morte de
Bhutto em um atentado no fim de 2007 separaram de vez o casal, que
passou somente cinco anos realmente
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junto e teve trs filhos: Bilawal, em 1988, Bajtawar, em 1990, e
Asafa, em 1996. Quando foi libertado em 2004, Zardari se mudou para
Nova York e no para Dubai, onde sua esposa e filhos viviam no exlio
desde o comeo de 1999. "Sou um completo estranho para meus filhos",
lamentou uma vez, embora as notcias da poca retratem uma vida de
prazer e luxo nos Estados Unidos. No entanto, Benazir sempre
defendeu em pblico o apoio de seu marido e negou os "rumores
venenosos" sobre seu suposto afastamento. Quando Bhutto retornou ao
Paquisto, no dia 18 de outubro de 2007, aps conseguir uma anistia
de Musharraf, seu marido no estava ao seu lado. Apesar de sempre
ter ocupado algum posto ministerial nos dois Executivos de Benazir,
Zardari no era membro do PPP nem candidato s eleies em que sua
esposa tentava retornar ao Governo, no comeo de 2008. Seu
assassinato em um atentado em 27 de dezembro de 2007 precipitou a
ascenso de Zardari cpula do PPP. Nos meses seguintes, ele se
aproximou cada vez mais do poder, alternando perodos em Islamabad
com viagens de negcio ao exterior, sem se esquecer de estimular o
culto de muitos paquistaneses famlia Bhutto.
Bens da Odebrecht so embargados no Equador set/08 Todos os bens
da construtora brasileira Odebrecht no Equador foram embargados na
noite de 23/09/08. A ordem partiu de um decreto assinado pelo
presidente equatoriano, Rafael Correa. Os funcionrios da empresa
tambm esto proibidos de deixar o pas e dois de seus diretores
receberam ordem de priso. A deciso significa a expulso da Odebrecht
do Equador, onde acusada de falhas tcnicas e corrupo durante a
construo da central hidreltrica San Francisco a nica no mundo
totalmente subterrnea e que responde por 12% da energia eltrica
consumida pelos equatorianos. Desde junho, a usina vem apresentando
graves problemas, colocando em risco o abastecimento energtico no
pas andino. Em nota oficial, a Odebrecht afirma que apresentar ao
governo equatoriano uma proposta para resolver o problema e que, at
o momento, os trabalhos prosseguem dentro do cronograma
estabelecido. A assessoria de imprensa da construtora informou
ainda que 30 brasileiros participam da obra e que no h clima de
violncia. O ministro brasileiro das Relaes Exteriores, Celso
Amorim, disse que espera resolver a questo brevemente. Segundo o
chanceler, a deciso no afetou as relaes entre Brasil e Equador.
Parlamento elege novo presidente da frica do Sul set/08
O Parlamento da frica do Sul elegeu na manh de 25/9 o novo
presidente do pas. Por 269 a 50, Kgalema Motlanthe, do Congresso
Nacional Africano (CNA), venceu o adversrio Joe Seremane, da Aliana
Democrtica. A vitria j era esperada, j que o CNA tem ampla maioria
no Parlamento. Motlanthe assume a Presidncia interinamente at as
novas eleies gerais, que devem ocorrer depois de abril de 2009,
quando termina o atual mandato. No ano que vem, o candidato mais
forte Jacob Zuma, que s no foi escolhido como candidato porque no
membro do Parlamento. Com uma reputao de poltico moderado,
Motlanthe assume a Presidncia depois da renncia no 21/9 de Thabo
Mbeki. Junto com ele, mais dez ministros deixaram o governo, fato
que marcou o racha dentro do CNA, dividido entre Mbeki e o atual
presidente do partido Jacob Zuma. A crise comeou no final de 2007,
quando Zuma derrotou Mbeki nas eleies internas do partido e logo
depois foi processado por corrupo. Na semana passada, o processo
foi arquivado sob a justificativa de que Zuma no teve chance de se
defender. O juiz considerou tambm que houve perseguio poltica
contra Zuma por parte dos promotores e de Mbeki. A queda de Mbeki e
de quase todo o gabinete trouxe ansiedade aos investidores do pas,
que temiam um novo governo que ameaasse a atual poltica econmica do
pas. O ministro da Economia, Trevor Manuel, que havia renunciado
com Mbeki, disse que estar a disposio do novo governo. Apesar de
ser um aliado de Zuma, Motlanthe mantm boas relaes com todas as
alas do partido.
II - POLTICA BRASIL
Crise dos cartes corporativos jan/08
Os cartes corporativos foram introduzidos no governo FHC, para,
segundo o governo, facilitar a transparncia das contas. Ministros
do governo Lula registraram altos gastos com carto para quitar
despesas de viagem. O objetivo
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era diminuir os gastos por meio da comprovao de notas, um
procedimento de prestao de contas menos transparente. A pedido da
Comisso de tica Pblica, a CGU investigou os gastos feitos pela
ex-ministra Matilde Ribeiro, da Igualdade Racial. O secretrio
especial da Pesca, Altemir Gregolin, tambm est na mira do rgo. O
presidente Luiz Incio Lula da Silva assinou um decreto que altera
as regras para uso dos cartes. As principais medidas: Proibio de
saques em dinheiro para pagamento de despesas que poderiam ser
pagas com o prprio carto. Proibio do uso do carto corporativo para
compra de bilhetes areos e pagamento de dirias a servidores.
Encerramento do prazo de 60 dias de todas as contas correntes
abertas em nome de servidores, onde so depositadas verbas relativas
ao suprimento de fundos do Tesouro.
Crise no Ministrio do Meio Ambiente maio/08
Considerado por muitos organismos internacionais como nao em que
prevalecem a corrupo, impunidade, a violncia, as doenas tropicais e
a desigualdade social, o Brasil tambm conhecido no mundo como um
pas que no d a devida ateno preservao do meio ambiente. De fato, as
estatsticas relacionadas questo depem efetivamente contra o Estado
brasileiro. Em 2007, um relatrio apresentado pela FAO (Organizao
das Naes Unidas para a Agricultura e Alimentao) mostrou que o
Brasil foi o pas da Amrica do Sul que apresentou a maior perda real
da rea de florestas nos ltimos anos. O relatrio mostra que, entre
2000 e 2005, fomos responsveis por 74% de todo o desmatamento da
Amrica do Sul. Em nmeros absolutos, dos 44 mil quilmetros quadrados
destrudos no continente, ao menos 31 mil estavam localizados no
pas. Ao lado da Indonsia, Mxico e Papua-Nova Guin, o Brasil tambm
freqenta a seleta lista dos pases que mais desmataram florestas no
mundo nesse perodo. Ainda em 1992, para coordenar a poltica
nacional do meio ambiente e dos recursos hdricos, foi criado o
Ministrio do Meio Ambiente - que teve o seu nome alterado para
Ministrio do Meio Ambiente e da Amaznia Legal no ano seguinte. Cabe
a esse ministrio elaborar aes para a preservao, conservao e
utilizao sustentvel dos ecossistemas, florestas e biodiversidades,
integrar o meio ambiente produo, melhorar a qualidade ambiental e o
uso sustentvel dos recursos naturais e executar o zoneamento
ecolgico-econmico. No entanto, so inmeros os entraves que ele
enfrenta, de vez que a preservao ambiental freqentemente contraria
os interesses econmicos. A idia de um desenvolvimento sustentvel
ainda est longe de ter sido colocada em prtica. Para se ter uma
idia dos problemas do ministrio, basta citar o nmero de funcionrios
para exercer uma rigorosa fiscalizao das leis de proteo ambiental j
existentes. H apenas um fiscal para cada 2.800 quilmetros
quadrados, com diversas reservas sendo invadidas a todo momento por
posseiros, madeireiros e sem-terra. O Ministrio do Meio Ambiente
ganhou destaque internacional no incio do governo Luiz Incio Lula
da Silva, com a nomeao da militante ambientalista Marina Silva para
a chefia da pasta. Conhecida como defensora da preservao da
floresta Amaznica, durante todo o perodo em que permaneceu frente
do ministrio, a ministra no aceitou qualquer tipo de interveno na
Amaznia, floresta que smbolo mundial da biodiversidade (pelo menos
15% dos 5 milhes de espcies de seres vivos catalogados habitam o
local). O mximo que admitiu foram pequenos plos de agricultura. No
entanto, uma outra corrente dentro do prprio do governo, que conta
com a simpatia do presidente Lula, defende "mais flexibilidade" na
poltica ambiental. Para essas pessoas, a "radicalizao" em defesa do
meio ambiente trava o desenvolvimento econmico do pas. Segundo
elas, o Brasil precisa gerar mais energia, construir estradas e
aeroportos, ampliar e melhorar as malhas rodoviria e ferroviria
para ampliar a oferta de emprego e continuar crescendo. Assim,
Marina Silva no suportou as presses do prprio governo e pediu
demisso, em maio de 2008. Foi substituda pelo ambientalista Carlos
Minc. Poucos dias depois de ter o seu nome confirmado pelo governo,
Minc apresentou algumas propostas para reverter a imagem do Brasil
no exterior em relao preservao do meio ambiente. De incio, defendeu
a implementao de trs projetos para conter o desmatamento da
Amaznia: diminuio do ICMS para as prefeituras da regio que tm uma
poltica ambiental correta, remunerao para os agricultores que
plantarem matas ciliares e a entrada em funcionamento do Programa
"Desmatamento Zero" na Amaznia. A preocupao do ministro tem
explicao. Entre 1990 e 2000, o Brasil registrou um aumento de 0,5%
no ndice de desmatamento. J entre 2000 e 2005, quando a pesquisa da
FAO foi fechada, o ndice foi ainda maior: 0,6%, o que significa que
o Brasil perdeu 3 milhes de hectares de florestas (um hectare
equivale a 10 mil metros quadrados). Mesmo com todos os problemas
relacionados ao setor, o governo, entre 2002 e 2007, criou 62
reservas ambientais, medida que coloca o Brasil entre os pases com
o maior percentual de reas preservadas em relao extenso
territorial. Dados do ministrio revelam que este ndice, no Brasil,
de 10%, inferior ao Mxico (11,5%), Nova Zelndia (15%) e Costa Rica
(26%).
III - ECONOMIA
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A crise do mercado imobilirio nos EUA 2007/2008
Os mercados ao redor do mundo esto preocupados com o setor
imobilirio nos Estados Unidos, que atravessou um boom nos ltimos
anos. O medo principal sobre a oferta de crdito disponvel, j que,
em agosto de 2007, foi detectada uma alta inadimplncia do segmento
que engloba pessoas com histrico de inadimplncia e que, por
conseqncia, podem oferecer menos garantia de pagamento -- o chamado
crdito "subprime" (de segunda linha). Justamente por causa do alto
volume de dinheiro disponvel ultimamente, o "subprime" foi um setor
que ganhou fora e cresceu muito. A atual crise, assim, proporcional
sua expanso. Como os emprstimos "subprime" embutem maior risco,
eles tm juros maiores, o que os torna mais atrativos para gestores
de fundos e bancos em busca de retornos melhores. Estes gestores,
assim, ao comprar tais ttulos das instituies que fizeram o primeiro
emprstimo, permitem que um novo montante de dinheiro seja novamente
emprestado, antes mesmo do primeiro emprstimo ser pago. Tambm
interessado em lucrar, um segundo gestor pode comprar o ttulo
adquirido pelo primeiro, e assim por diante, gerando uma cadeia de
venda de ttulos. Porm, se a ponta (o tomador) no consegue pagar sua
dvida inicial, ele d incio a um ciclo de no-recebimento por parte
dos compradores dos ttulos. O resultado: todo o mercado passa a ter
medo de emprestar e comprar os "subprime", o que termina por gerar
uma crise de liquidez (retrao de crdito).
No mundo da globalizao financeira, crditos gerados nos EUA podem
ser convertidos em ativos que vo render juros para investidores na
Europa e outras partes do mundo, por isso o pessimismo influencia
os mercados globais. O estopim para a tenso mundial foi justamente
uma notcia vinda da Europa, de que o banco francs BNP Paribas, um
dos principais da regio, havia congelado o saque de trs de seus
fundos de investimentos que tinham recursos aplicados em crditos
gerados a partir de operaes hipotecrias nos EUA. A instituio alegou
dificuldades em contabilizar as reais perdas desses fundos. O
mercado j monitorava h meses os problemas com esses crditos
imobilirios. Quando a inadimplncia dessas operaes superou as
expectativas, empresa aps empresa nos EUA relataram problemas de
caixa. Os investidores, ento, comearam a ficar preocupados com o
tamanho do prejuzo. Principalmente porque ningum sabe, at hoje,
quanto os bancos e fundos de investimento tm aplicados nesses
crditos de alto risco. E o caso do Paribas sinalizou que esses
problemas e medos haviam atravessado as fronteiras. Esse
desconhecimento geral comeou a provocar o que se chama de crise de
liquidez (retrao do crdito) no sistema financeiro. Num mundo de
incertezas, o dinheiro pra de circular --quem possui recursos
sobrando no empresta, quem precisa de dinheiro para cobrir falta de
caixa no encontra quem fornea.
Para socorrer os mercados financeiros e garantir que eles
tivessem dinheiro para emprestar, os principais bancos centrais do
planeta --o BCE (Banco Central Europeu), o Federal Reserve (Fed, o
BC americano) e o Banco do Japo, alm de entidades da Austrlia,
Canad e Rssia-- intervieram e liberaram bilhes de dlares em
recursos aos bancos. O medo que com menos crdito disponvel, caia o
consumo e o diminua o crescimentos das economias. Como a crise
americana provoca averso ao risco, os investidores em aes preferem
sair das Bolsas, sujeita a oscilaes sempre, e aplicar em
investimentos mais seguros. Alm disso, os estrangeiros que aplicam
em mercados emergentes, como o Brasil, vendem seus papis para
cobrir perdas l fora. Com muita gente querendo vender --ou seja,
oferta elevada--, os preos dos papis caem.
Bush sanciona pacote para estimular economia O presidente dos
Estados Unidos, George W. Bush, sancionou o pacote de mais de US$
150 bilhes anunciado em 2007 com o objetivo de estimular a economia
do pas e afastar o risco de uma recesso. O plano estabelece
restituies de impostos que variam de US$ 300 a US$ 1,2 mil para a
maioria dos contribuintes. Famlias com dois filhos podero ganhar at
US$ 1,8 mil. Alm disso, o plano prev o pagamento de US$ 300 para
pessoas de baixa renda que so isentas do imposto de renda. Governo
espera que pacote limite efeitos da crise hipotecria. A economia
dos Estados Unidos teve o menor crescimento anual dos ltimos cinco
anos, segundo estimativas preliminares divulgadas pelo Departamento
de Comrcio americano: 2,2% em 2007. A Inflao dos alimentos Assim
como o tsunami que provocou a morte de milhares de pessoas na sia
em dezembro de 2004, uma onda generalizada de aumento de preos e
escassez de alimentos atingiu mais intensamente os principais
mercados mundiais entre maro e abril de 2008. A crise provocou uma
imediata reao de empresrios e governos. Alguns pases, como o
Brasil, a Argentina, a Rssia, o Cazaquisto, a ndia, a Ucrnia, o
Vietn, a Malsia, o Camboja, a Indonsia e o Egito, por exemplo,
restringiram as exportaes de alimentos. Para melhor dimensionar o
problema, pode-se lembrar que quatro produtos bsicos da alimentao
dos brasileiros tiveram grandes reajustes entre maro de 2007 e maro
de 2008. O milho subiu 31%; o arroz, 74%; a soja, 87%; e o trigo,
130%, de acordo com
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um levantamento realizado pelo Bird (Banco Mundial) e pelo FMI
(Fundo Monetrio Internacional). Nos Estados Unidos, a maior
economia do mundo, o Sams Club, diviso atacadista da rede Wal-Mart,
limitou a venda de diversos tipos de arroz para controlar o
desabastecimento _os maiores restaurantes do pas estavam estocando
o produto temendo o aumento da crise. Por que os preos subiram
tanto? Os principais economistas e analistas financeiros apontam
diversas razes. Em primeiro lugar, a produo de alimentos no
acompanhou o crescimento da populao. Alm disso, milhes de pessoas
que deixaram a linha de pobreza na ltima dcada, um fenmeno de
ascenso social para o qual o mundo, aparentemente, no estava
preparado. Somente na China pelo menos 400 milhes de pessoas,
impulsionadas pelo grande crescimento do pas mais populoso do
mundo, saram da pobreza nos ltimos anos. Em escala menor, no
Brasil, o principal programa social do governo federal, o Bolsa
Famlia, aumentou a renda familiar de aproximadamente 45 milhes de
pessoas - o equivalente populao da Espanha. Outra explicao para a
inflao alimentar est na prpria globalizao. As transaes comerciais
entre os pases esto mais dinmicas e as empresas ampliaram as
exportaes, reduzindo a oferta interna de produtos. At mesmo a alta
do petrleo, que o brasileiro costuma sentir mais quando abastece o
seus veculos, influencia o ndice dos preos. Com o aumento do
petrleo, a utilizao de mquinas e equipamentos nas lavouras ficou
mais cara, o que eleva tambm o custo da produo de alimentos. Com o
desequilbrio entra a oferta e a procura, os preos explodiram.
Segundo a ONU, pelo menos 100 milhes de pessoas foram atingidas
pela escalada de preos em todo o mundo. Temendo o recrudescimento
da crise, o Banco Mundial anunciou que vai dobrar os emprstimos
para a produo agrcola na frica, o mais pobre dos continentes.
A ONU (Organizao das Naes Unidas) classificou como "crise
global" a alta nos preos dos alimentos, alm de considerar que a
"inflao" coloca em risco a segurana e o crescimento mundiais. De
fato, os aumentos consecutivos nos preos dos alimentos e dos
combustveis provocaram protestos violentos principalmente na sia,
frica e Amrica Central (Haiti). Para tentar solucionar os efeitos
mais perversos da crise - a fome de milhes de pessoas nos pases
mais pobres - a ONU e o Banco Mundial prometeram criar uma
fora-tarefa, tentando arrecadar dos pases desenvolvidos US$ 2,5
bilhes. Alm disso, o secretrio-geral das Naes Unidas, Ban Ki-moon,
fez um apelo a pases que adotaram restries exportao de alguns
produtos alimentcios, para que abandonem estas medidas. No Brasil,
por exemplo, em abril de 2008, o governo proibiu por tempo
indeterminado a exportao de arroz administrado pela Conab
(Companhia Nacional de Abastecimento).O pas, por sinal, tem sido
freqentemente criticado no exterior por outro motivo indiretamente
relacionado crise alimentar. Segundo a ONU, a produo em massa de
biocombustveis a principal causa para a inflao alimentar.
Brasil recebe Grau de investimento
At o lanamento do Plano Real, em 1994, investir no Brasil era um
negcio de alto risco. Desde a dcada de 1980, a inflao era enorme e
os sucessivos planos econmicos no conseguiam cont-la. Sem uma
estratgia para combater a escalada inflacionria, o governo do
presidente Sarney, por exemplo, recorreu a medidas consideradas
populistas, como o congelamento de preos e os gatilhos salariais,
reajustes de salrios que disparavam automaticamente quando a alta
do custo de vida atingia determinado percentual. No adiantou: em
maro de 1990, a inflao atingiu um ndice histrico, de 82,4% ao ms. O
pas deu o calote na dvida externa por duas vezes e o governo do
presidente Collor chegou a confiscar a poupana da populao. Houve
mudanas no nome da moeda (cruzeiro, cruzado, cruzado novo, cruzeiro
e cruzeiro novo), de efeito praticamente simblico, e o poder de
compra dos assalariados era cada vez menor. Nos governos Itamar
Franco e Fernando Henrique Cardoso, o Plano Real trouxe uma nova
realidade economia brasileira. De cara, eliminou praticamente um
dos maiores entraves ao desenvolvimento do pas e permitiu uma
melhor distribuio de renda, ao reduzir a inflao a nveis
considerados aceitveis. Essa poltica econmica no mudou na gesto do
presidente Lula e outras medidas tambm foram adotadas para permitir
o crescimento do pas e a gerao de mais empregos. Por isso No dia 30
de abril de 2008, pela primeira vez em sua histria, o Brasil
conquistou o chamado grau de investimento, concedido pela agncia
Standard & Poor's. Na realidade, o ttulo nada mais do que um
"selo de qualidade" que sinaliza aos investidores que o pas tem
condies de honrar os seus compromissos. De acordo com a agncia, nos
ltimos 15 anos, o Brasil adotou polticas econmicas responsveis,
promoveu a queda de juros e reduziu o endividamento externo. A
deciso tomada pela Standard & Poor's, a maior agncia de
classificao de risco do mundo, trouxe reflexos imediatos na
economia brasileira. A Bolsa de Valores de So Paulo teve a maior
alta nos ltimos cinco anos, movimentando quase R$ 10 bilhes no dia
seguinte nova classificao. Apenas para efeito de comparao, entre
janeiro e abril de 2008, a mdia diria de movimentao na Bovespa foi
de R$ 5,9 bilhes. Apesar da promoo, o
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TURMA RETA FINAL TRT - BA Disciplina: Atualidades Prof.: Rodrigo
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Brasil ainda no atingiu o mesmo patamar de outros dois pases da
Amrica Latina, o Mxico e o Chile, que so considerados mais seguros
para os investidores aplicarem os seus recursos. Outros pases
frente do Brasil so a Rssia, a China, o Japo e os Estados Unidos,
que esto no topo da tabela, com a maior nota, o que significa plena
capacidade de pagar todas as suas dvidas no prazo. importante
ressaltar tambm que a classificao obtida pelo Brasil j faz parte da
realidade de 67 pases, de um total de 117 naes avaliadas segundo os
critrios estabelecidos pela agncia internacional. Alm disso, outras
duas grandes agncias de classificao, a Fitch e a Moody's, no
consideram o Brasil como grau de investimento. Para ambas, o pas
ainda est classificado como "grau especulativo" porque no conseguiu
resolver a maioria dos seus problemas econmicos, sociais e
polticos. A classificao brasileira aumenta a responsabilidade dos
governantes porque a mesma agncia que elevou a nota do pas pode
rebaix-la, como aconteceu com o Uruguai que, bem antes do Brasil,
recebeu a classificao de grau de investimento, mas acabou perdendo
o ttulo alguns anos depois. A grande vantagem da promoo para grau
de investimento a captao de recursos internacionais. Com a
globalizao, os maiores fundos de investimentos do mundo no aplicam
seus recursos em pases de risco para evitar eventuais prejuzos aos
acionistas. Agora, esses fundos tm o aval da maior empresa
internacional de risco para transferir aplicaes para o Brasil.
Supervit comercial brasileiro fecha semestre com queda de 45% O
supervit da balana comercial no primeiro semestre de 2008 foi de
US$ 11,370 bilhes, nmero 44,7% menor que os US$ 20,579 bilhes
registrados em igual perodo do ano passado. Os dados foram
divulgados em julho pelo Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e
Comrcio Exterior. A queda do saldo comercial ocorre porque as
importaes esto crescendo mais que as exportaes. As vendas de
produtos brasileiros ao exterior na primeira metade de 2008 somaram
US$ 90,645 bilhes, um aumento de 23,8% sobre o mesmo perodo do ano
passado. J as compras corresponderam a US$ 79,275 bilhes, um salto
de 50,6% em relao a um ano antes. Em junho, o supervit comercial
foi de US$ 2,719 bilhes, montante 28,8% inferior aos US$ 3,821
bilhes verificados no mesmo ms de 2007. As exportaes no sexto ms do
ano somaram US$ 18,594 bilhes (alta de 41,7%), enquanto as
importaes foram de US$ 15,875 bilhes (alta de 70,8%). O Ministrio
do Desenvolvimento divulgou tambm os nmeros da balana comercial na
quarta semana se junho (dias 23 a 29). O saldo foi positivo em US$
896 milhes, resultado de US$ 4,817 bilhes em exportaes e US$ 3,921
bilhes em importaes. No dia 30 de junho, o supervit foi de US$ 322
milhes, com venda de produtos no valor de US$ 993 milhes e compras
correspondentes a US$ 671 milhes.
Congresso dos Estados Unidos aprova pacote contra a crise
financeira out/08
A Cmara de Representantes dos Estados Unidos aprovou em 3/10/08,
por 263 votos a 171, o pacote de ajuda ao sistema financeiro
norte-americano. As medidas haviam sido rejeitadas no dia 29/9
pelos deputados, por falta de consenso entre democratas e
republicanos. No dia 1, passaram no Senado com modificaes que o
tornaram mais popular, e que agora foram ratificadas pelos
deputados. Ainda necessria a sano do presidente George W. Bush.
Embora as medidas tenham sido idealizadas pelo governo republicano
de Bush, os parlamentares democratas foram decisivos para a aprovao
na Cmara. Dos 263 votos favorveis, 172 foram de deputados
democratas e 91 de republicanos. Votaram contra o pacote 108
republicanos e 63 democratas. Em desvantagem nas pesquisas para a
Presidncia dos Estados Unidos, os republicanos temiam a reao da
populao diante da aprovao das medidas, rejeitadas pela grande
maioria dos norte-americanos. Para viabilizar a aprovao das medidas
consideradas, pelo governo Bush, fundamentais para evitar um
colapso do sistema financeiro e uma conseqente recesso no pas ,
foram includas aes de apelo popular. Uma delas a ampliao de US$ 100
mil para US$ 250 mil do limite de depsitos bancrios que passam a
ser garantidos pelo governo. O novo pacote tambm prev mais US$ 150
bilhes, alm dos US$ 700 bilhes propostos inicialmente, e medidas
como o corte de impostos para a classe mdia e incentivo a pequenos
empresrios.
A maior conseqncia da crise econmica norte-americana para o
Brasil a falta de crdito, principalmente para exportao, alm de uma
reao das instituies financeiras, que tambm esto reduzindo o crdito.
A afirmao foi feita ontem (3/10) pelo ministro da Fazenda, Guido
Mantega, aps participar de encontro com empresrios. Segundo o
ministro, a fase atual da crise aguda e passageira. "O papel das
autoridades aumentar a liquidez do sistema. Ns estamos irrigando o
sistema j estamos irrigando com dlares, com os leiles que esto
sendo feitos pelo Banco Central." Ele reforou que o governo est
disposto a recorrer a outros instrumentos, caso seja necessrio, e
que poder
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TURMA RETA FINAL TRT - BA Disciplina: Atualidades Prof.: Rodrigo
Barbati Data: 01/11/2008
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tambm usar as reservas de "maneira criativa", para irrigar o
crdito, e diminuir o compulsrio, para que as instituies financeiras
maiores possam comprar carteiras das menores. Mantega no quis
adiantar quais seriam as "maneiras criativas" de usar as reservas,
mas citou como exemplo o leilo de dlares como forma de manter as
reservas no mesmo patamar, porm dando mais liquidez s linhas de
crdito internacional. "Quero deixar muito claro que no h problema
de solvncia na economia brasileira, e sim problemas de liquidez,
por causa dessa fase aguda da crise. Se a liquidez for recomposta,
est tudo bem porque as instituies no tm ativos podres. Mesmo as
instituies mdias e pequenas, que neste momento tm mais dificuldade,
tm boas carteiras. Podem ter alguma dificuldade momentnea, ento, o
governo vai liberar compulsrios para os bancos que quiserem
comprar." O ministro lembrou que o Banco Nacional de
Desenvolvimento Econmico e Social (BNDES) deve liberar este ano R$
90 bilhes em crdito, o que est sendo feito gradativamente. "Claro
que a demanda subiu porque houve uma restrio de linhas
internacionais e de IPO [menos oferta de aes no mercado], ento
aumentou a demanda sobre o BNDES." Ele disse acreditar que a
restrio ao crdito feita pelo setor privado seja temporria, porque a
tenso existente no mercado internacional deve diminuir com o pacote
econmico do governo dos Estados Unidos, que j foi aprovado pelo
Congresso americano, e com o pacote que est em elaborao pela Unio
Europia. "Ns sairemos do stress, as linhas sero reativadas, talvez
no na mesma dimenso atual, mas o suficiente para dar crdito e
manter o comrcio internacional brasileiro no mesmo patamar."
Mantega repetiu vrias vezes que as exportaes brasileiras no esto
sendo atingidas ou prejudicadas e que o governo est mantendo o
ritmo de exportaes e de importaes.
O presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), Cesrio Ramalho
da Silva, afirma que provavelmente o setor do agronegcio vai
enfrentar dificuldades como efeito da crise financeira
norte-americana. Na avaliao dele, " uma das mais graves crises da
histria" que no afetar apenas a agricultura como tambm outros
setores vitais para o desenvolvimento da economia como a produo e
venda de veculos. De acordo com Ramalho, as recentes medidas do
Banco Central que facilitaram as operaes de crdito no pas ajudaram
a agilizar a liberao de recursos referentes aos contratos de crdito
rural pelo Banco do Brasil. Ele afirmou, no entanto, que mesmo
antes da crise desencadeada nos Estados Unidos, o setor j vinha com
problemas de endividamento e escassez de recursos. Para o
presidente da instituio, o plano anunciado pelo Governo Federal de
um aporte para a prxima safra de R$ 65 bilhes para as empresas e
outros R$ 13 bilhes para a agricultura familiar vai estimular o
setor, mas no atende a todas as necessidades dos agricultores. Com
a comercializao globalizada e o Brasil detendo 30% do Produto
Interno Bruto (PIB) agrcola comercializado internacionalmente, o
representante do setor prev desacelerao do consumo mundial. Ele
explicou que a fuga dos investidores em commodities (produtos com
cotaes no mercado mundial) para outras opes mais seguras, implica
prejuzos das operaes com as trading, que so fontes de financiamento
de fertilizantes, sementes e adubos.
A turbulncia no mercado mundial foi acentuada aps o pedido de
concordata do banco de investimentos dos Estados Unidos, Lehman
Brothers, e a negociao de compra do Merril Lynch pelo Bank Of
America, seguradora AIG, no incio da segunda quinzena do ms
passado. Para Ramalho, o plano proposto pelo governo
norte-americano de injetar US$ 850 bilhes nas instituies
financeiras surgiu como para "contemporizar, diminuir os efeitos de
um incndio ou impedir que o doente morra", mas no ser suficiente
para conter a desacelerao mundial.
IV - SOCIEDADE
POPULAO
IDH - 2007: Brasil entra para o grupo de 'alto desenvolvimento
humano', aponta ONU
O Brasil entrou pela primeira vez para o grupo de pases de "alto
desenvolvimento humano" no ranking elaborado pelo Programa das Naes
Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), divulgado em novembro de 2007
em Braslia. De acordo com o relatrio da ONU, o Brasil atingiu o
ndice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 0,800, em uma escala de 0
a 1. Pases com ndice inferior a 0,800 so considerados de "mdio
desenvolvimento humano", categoria na qual o Brasil figurava desde
1990, quando o PNUD comeou a divulgar o ranking. Os dados do
relatrio divulgado nesta tera-feira so referentes a 2005. No
relatrio do ano passado, de 2004, o IDH do Brasil
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TURMA RETA FINAL TRT - BA Disciplina: Atualidades Prof.: Rodrigo
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foi de 0,792. Apesar de ter tido uma pontuao maior, o pas caiu
uma posio no ranking e agora ocupa o 70 lugar, o ltimo entre os de
naes com "alto desenvolvimento". Nesse grupo, que saltou de 63 para
70 neste ano, o Brasil tambm o pas com maior desigualdade entre
ricos e pobres, seguido por Panam, Chile, Argentina e Costa Rica.
No Brasil, os 10% mais ricos da populao tm renda 51,3 vezes maior
do que os 10% pobres. Alm do Brasil, pases como Rssia, Macednia,
Albnia e Belarus tambm ingressaram no rol dos pases de "alto
desenvolvimento humano" nesta edio do ranking, que neste ano foi
liderado pela Islndia, com IDH de 0,968. O ltimo lugar ficou com
Serra Leoa, com IDH de 0,336.
O IDH um ndice usado pela ONU para medir o desempenho dos pases
em trs reas: sade, educao e padro de vida. O ndice composto por
estatsticas de expectativa de vida, alfabetizao adulta, quantidade
de alunos na escola e na universidade e o produto interno bruto
(PIB) per capita. O Brasil subiu no s devido a melhoras reais nos
campos avaliados pelo IDH, mas tambm em funo de revises de
estatsticas nos bancos de dados da Unicef e do Banco Mundial - rgos
que fornecem os nmeros para o PNUD, normalmente baseados em dados
produzidos pelos prprios pases. Revises estatsticas do IBGE tambm
revelaram que os padres de educao e expectativa de vida no Brasil
aumentaram em 2005. A expectativa de vida mdia subiu de 70,8 anos,
no relatrio do ano passado, para 71,7 anos, e a porcentagem de
alunos matriculados em escolas e universidades aumentou de 86% para
87,5%.
De 2004 para 2005, o Brasil melhorou em todos os itens que
compem o IDH, com exceo da alfabetizao adulta - que ficou estvel em
88,6% da populao com mais de 15 anos. O desempenho econmico do pas
tambm contribuiu para melhorar o padro de desenvolvimento humano. O
PIB per capita anual aumentou 2,5% de 2004 para 2005, atingindo US$
8.402 (por paridade de poder de compra). De 1990 a 2005, o PIB per
capita brasileiro cresceu em mdia 1,1% por ano, ritmo idntico ao da
Argentina, mas bastante inferior ao do Chile - que cresceu em mdia
3,8% ao ano. O PNUD comeou a divulgar o IDH desde 1990, mas traz
dados para vrios pases retroativos a 1975. Desde ento, o Brasil vem
melhorando o seu ndice de desenvolvimento humano em um ritmo
estvel. Em 1975, o IDH brasileiro