7/25/2019 Livro de Demostrações Contabeis http://slidepdf.com/reader/full/livro-de-demostracoes-contabeis 1/90 1 UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL ESTRUTURA E ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS CURSO: ADMINISTRAÇÃO Profa. Msc Simone Loureiro Brum Imperatore 2010
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O objetivo da Administração Financeira é maximizar a riqueza dos acionistas. A
função do Administrador é gerenciar os recursos financeiros (investimentos e
financiamentos) de forma a atingir tal objetivo. O Contador, neste contexto, fornece asdemonstrações financeiras que subsidiam a tomada de decisão. A análise dessas
demonstrações financeiras propicia a avaliação da evolução patrimonial e das decisões
tomadas, daí a sua importância. O presente livro aborda uma a uma das demonstrações
financeiras e os elementos básicos para sua análise, de forma a contextualizar a leitura e
1.2 CONCEITO DE RELATÓRIO CONTÁBIL/DEMONSTRAÇÃO FINANCEIRA
Marion (2003, p.39) conceitua relatório contábil como a exposição resumida e
ordenada de dados colhidos pela contabilidade. Seu objetivo é relatar às pessoas que se
utilizam da contabilidade (os usuários) os principais fatos registrados em determinado
período.
Tais relatórios devem ser elaborados de acordo com as necessidades dos usuários,
por exemplo: o relatório sobre o resultado anual de uma floricultura apresentará muito
menos detalhes do que o de um banco, que normalmente tem muitos acionistas, grande
volume de negócios, entre outros. Dentre os inúmeros relatórios (ou informes) contábeis,destacam-se aqueles que são obrigatórios de acordo com a legislação brasileira. Estes
relatórios são conhecidos como demonstrações financeiras, ou ainda, demonstrações
contábeis. As demonstrações financeiras obrigatórias para as S.A.1 (sociedades anônimas)
segundo a Lei 6404/76, alterada pelas Leis 11.638/07 e 11.941/09 são as seguintes:
a. Balanço Patrimonial (BP);
b. Demonstração do Resultado do Exercício (DRE);
c. Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA);
d. Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC)2;
e. Demonstração do Valor Adicionado (DVA)
ATENÇÃO:
O Balanço Patrimonial (BP) representa a fotografia da empresa em
determinado período (seus bens, direitos, obrigações e patrimônio líquido). Apresenta asaplicações dos recursos da entidade (Ativo) e como estas aplicações estão sendo
1 Equiparam-se às S.A. (e, consequentemente, seguem a mesma legislação) as chamadas SOCIEDADESDE GRANDE PORTE as quais apresentam ativo total superior a R$ 240 milhões ou receita bruta anualsuperior a R$ 300 milhões.2 A Companhia Fechada com patrimônio líquido superior a R$ 2 milhões será obrigada à elaboração epublicação da Demonstração dos Fluxos de Caixa.
A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE ou DEREX), como o próprio
nome já diz, evidencia a formação do resultado da empresa (lucro ou prejuízo). Esta
demonstração evidencia, de forma ordenada, todas as receitas auferidas e as despesas
incorridas pela entidade durante determinado período, ou seja o resultado gerado no
período;
A Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) visa apresentar,
de forma clara, o resultado líquido do período (lucro ou prejuízo), a sua distribuição (no
caso de lucro) e a movimentação ocorrida no saldo da conta de lucros ou prejuízos
acumulados. Para as Cias Abertas (S/A), conforme normatização da Comissão de Valores
Mobiliários, deverá ser publicada a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido
(DMPL), evidenciando a movimentação de todas as contas do Patrimônio Líquido (não
somente do lucro líquido do exercício). Dentre as alterações mais comuns no Patrimônio
Líquido das entidades estão os aumentos de capital social, a apuração e destinação dos
lucros;
A Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC): indica a origem de todo o
dinheiro que ENTROU no caixa ou equivalentes de caixa (bancos e aplicações financeirasdisponíveis em 90 dias), bem com a aplicação de todo dinheiro que SAIU em determinado
período e, ainda, o resultado do fluxo financeiro. A DFC propicia ao gerente financeiro a
elaboração de melhor planejamento financeiro, sabendo-se o momento certo de buscar
recursos para cobrir a insuficiência de fundos, bem como quando aplicar no mercado
financeiro o excesso de dinheiro, proporcionando maior rentabilidade à empresa. Também
serve a outros usuários, apresentando a forma como gerou caixa e como utilizou os
recursos e valores equivalentes ao caixa. A empresa quando utiliza essa demonstração
com as demais, supre de forma completa os usuários e, principalmente, os habilita à
avaliação das mudanças de ativos líquidos de uma empresa e sua estrutura financeira, que
podem ser explicadas nas questões de liquidez e solvência;
A Demonstração do Valor Adicionado (DVA) desenvolve conceitos
puramente econômicos, evidenciando quanto de valor a empresa agrega durante seu
processo produtivo, ampliando os horizontes de seus usuários. As entidades poderão
utilizar-se da DVA para identificar, analisar e comunicar o montante de recursos adicionais
gerados para a economia (local, regional, nacional, setorial, etc.) bem como para relacionar
quais as fontes e quais as aplicações dessa riqueza, ou seja, para quem ela foi distribuída.
Segundo alguns autores, a DVA vem sendo considerada um dos melhores critérios para
indicar a medida da eficácia da gestão empresarial. Tudo isso dentro da concepção de que
a missão moderna na empresa representa um papel econômico e social.
IMPORTANTE:
Tais demonstrações contábeis, assinadas pelo administrador e pelo contador,
devem ser publicadas em dois jornais: no Diário Oficial e em um jornal de grande
circulação na localidade onde é sediada a empresa. Tal publicação deve ser feita no prazo
de até cinco dias antes da Assembléia Geral de Acionistas, o que deve ocorrer dentro dos
quatro meses subseqüentes à data de encerramento do exercício.
Ressalte-se que as chamadas Sociedades Limitadas seguem legislação específica
(Lei 10.406/2002 – Novo Código Civil) devendo apresentar à Receita Federal (não estão
obrigadas à publicação em jornais de grande circulação e diário oficial) as seguintesdemonstrações ou relatórios contábeis:
a) Balanço Patrimonial;
b) Balanço Econômico (equivale à Demonstração do Resultado do Exercício e
Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados).
Vamos entender um pouco mais sobre esses dois tipos societários antes de
prosseguirmos... A Sociedade Anônima (ou companhia) se caracteriza por ter seu capitaldividido em partes iguais chamadas ações (os proprietários, geralmente em grande
número são denominados de acionistas), e têm a responsabilidade de seus sócios ou
acionistas limitada ao preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas. Deverá
publicar as Demonstrações Financeiras no Diário Oficial e em outro jornal de grande
SOCIEDADES LIMITADAS (Lei 10.406/2002 – Novo Código Civil): Balanço
Patrimonial e Balanço do Resultado Econômico (equivale ao DRE e a Demonstração dos
Lucros ou Prejuízos Acumulados).
Importante ressaltar que o exercício social ou período contábil, terá duração de umano, não havendo necessidade de coincidir com o ano civil (de 1º. de janeiro a 31 de
dezembro), embora, na maioria das vezes isso aconteça. Para fins de Imposto de Renda
considera-se ano civil = exercício social.
1.3 COMPLEMENTAÇÃO ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS: Relatório da
Diretoria, Parecer de Auditoria e Notas Explicativas
Quando da publicação das Demonstrações Financeiras, as Sociedades Anônimas
deverão informar aos usuários desses relatórios dados adicionais. O Relatório da
Diretoria (logo após a identificação da empresa) dará ênfase às informações de caráter
não financeiro. Saliente-se que esse relatório não tem uma estrutura padronizada, mas,
normalmente, contempla a análise corporativa (estratégia corporativa, fatores externos àempresa que afetam seu desempenho, resultados de investimentos significativos, políticas
de responsabilidade social desenvolvidas pela entidade, programas de pesquisa e
desenvolvimento e projeções quanto ao futuro da entidade); análise setorial (comparação
entre o desempenho da entidade com outras que atuam no mesmo segmento econômico);
análise financeira (comentários sobre o desempenho e a situação econômico-financeira
da entidade); análise de risco (questões relativas à diversificação e concentração dos
negócios da empresa entre ramos de atividade, clientes, fornecedores, ativos e regiões
geográficas); práticas de governança corporativa, entre outros.
Além do Relatório da Diretoria, temos as Notas Explicativas ou notas de rodapé,
que são complementos às demonstrações (sem serem demonstrações), destacadas após
as referidas demonstrações (abaixo). A publicação de Notas Explicativas às
Demonstrações Financeiras está prevista no § 4º do artigo 176 da Lei 6.404/1976, visando
fornecer as informações necessárias para esclarecimento da situação patrimonial, ou seja,
de determinada conta, saldo ou transação, ou de valores relativos aos resultados do
exercício, ou para menção de fatos que podem alterar futuramente tal situação patrimonial,
critérios de cálculos na obtenção de itens que afetam o lucro; obrigações de longo prazo
(credores, taxa de juros, garantias), ajustes de exercícios anteriores, entre outros.
O Parecer da Auditoria ou Parecer dos Auditores Independentes complementaas demonstrações financeiras, sendo quesito obrigatório para as demonstrações das S.A.,
instituições financeiras e de outros casos específicos. Trata-se de parecer de auditor
externo informando se as referidas demonstrações representam adequadamente a
situação patrimonial e financeira da empresa, se foram levantadas de acordo com os
Princípios Fundamentais da Contabilidade e se há uniformidade em relação ao exercício
O termo “Balanço Patrimonial” nos remonta a uma balança de dois pratos, onde
sempre encontramos a igualdade (ATIVO = PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO). A
balança ainda remete à ideia de mensuração do peso. Só que no caso do Balanço
Patrimonial não se mede o peso, mas o patrimônio. O termo patrimonial, por sua vez, tem
origem no patrimônio da empresa, ou seja, conjunto de bens, direitos e obrigações.
Juntando as duas partes, obtém-se o balanço patrimonial, equilíbrio do patrimônio,
igualdade patrimonial. Em sentido amplo, o balanço evidencia a posição contábil,
financeira e econômica de uma entidade em determinada data, representando uma
posição estática (posição ou situação do patrimônio em determinada data).
2.1 O QUE É BALANÇO PATRIMONIAL?
O Balanço apresenta os Ativos (bens e direitos) e Passivos (exigibilidades e
obrigações) e o Patrimônio Líquido, que é resultante da diferença entre o total de ativos e
passivos. O balanço patrimonial é uma das peças extraídas dos livros contábeis, que fazparte do conjunto das demonstrações financeiras, e é elaborado segundo os princípios
contábeis geralmente aceitos.
Segundo Matarazzo (2008, p.41)
O balanço patrimonial é a demonstração que apresenta todos os bens e direitos daempresa – Ativo -, assim como as obrigações - Passivo Exigível - em determinadadata. A diferença entre Ativo e Passivo é chamada Patrimônio Líquido e representao capital investido pelos proprietários da empresa, quer através de recursos
trazidos de fora da empresa, quer gerados por esta em suas operações e retidosinternamente.
Assim, temos a chamada EQUAÇÃO PATRIMONIAL BÁSICA, conforme apresentado a
Assaf Neto (2002, p.58) menciona que o balanço apresenta a posição patrimonial e
financeira de uma empresa em dado momento. A informação que esse demonstrativo
fornece é totalmente estática e, muito provavelmente, sua estrutura se apresentará
relativamente diferente algum tempo após seu encerramento.
É a principal demonstração contábil usada por bancos, governo, fornecedores,
sindicatos, sócios, acionistas. Reflete a posição financeira em determinado momento,
normalmente no final do ano (exercício social) ou de um período prefixado. É como se
tirássemos uma foto da empresa e víssemos de uma só vez todos os bens, valores a
receber (direitos) e valores a pagar (obrigações) em determinada data.
Iudícibus e Marion (2006, p.19) explicam a expressão balanço patrimonial:
O termo balanço decorre do equilíbrio ATIVO = PASSIVO + PATRIMÔNIOLÍQUIDO, ou da igualdade APLICAÇÕES = ORIGENS DOS RECURSOS. Parte daidéia de uma balança de dois pratos, onde sempre encontramos a igualdade. Sóque, em vez de denominarmos de balança (como a Balança Comercial)denominamos no masculino: Balanço. A expressão patrimonial origina-se doPatrimônio Global da empresa, ou seja, o conjunto de bens, direitos e obrigações.Daí origina-se a expressão Patrimônio Líquido, a riqueza líquida da empresa numprocesso de continuidade, a Situação Líquida. Compondo as duas expressões,teremos a expressão Balanço Patrimonial, o equilíbrio do Patrimônio, a igualdadepatrimonial.
2.1.1 Os grupos de contas do balanço patrimonial
O balanço patrimonial é uma demonstração simples e fácil de ser entendida, pois
visa mostrar a situação econômico-financeira da empresa para leigos, sendo constituído de
duas colunas, conforme convenção da Lei 6404/76, que regulamenta as Sociedades por
Ações:
a) A coluna do lado direito chama-se PASSIVO (obrigações e Patrimônio
Líquido);
b) A coluna do lado esquerdo chama-se ATIVO (bens e direitos).
Para facilitar a leitura, análise e interpretação do Balanço, Ativo e Passivo dividem-
se em grupos de contas que apresentam as contas de mesmas características (prazo e
grau de liquidez). Duas regras básicas orientam a distribuição de contas no Balanço
Patrimonial:
a) Prazo (vencimento): em Contabilidade CURTO PRAZO significa,
normalmente, o período de até um ano e, LONGO PRAZO, o período superior aum ano. Assim, na data de elaboração do Balanço, 31/12/20XX, por exemplo,
todas as contas a receber até 31/12/20X1 (um ano da elaboração do balanço)
serão agrupadas num mesmo título do Ativo (Ativo Circulante), assim como todas
as contas a pagar até o final do ano seguinte (31/12/20X1), serão agrupadas num
mesmo título no Passivo (Passivo Circulante). O mesmo ocorre com as contas de
LONGO PRAZO que são classificadas em Ativo Não Circulante, no sub-grupo
Realizável a Longo Prazo (direitos realizáveis num período superior a um ano) eno Passivo Não Circulante (obrigações vencíveis num período superior a um ano).
b) Grau de LIQUIDEZ: liquidez vem do verbo liquidar, pagar os
compromissos, assim, os itens mais rapidamente conversíveis em dinheiro são
classificados em primeiro plano. Assim temos caixa, bancos, duplicatas a receber,
mercadorias em estoque etc.
A seguir, vamos conhecer os grupos de contas do Balanço Patrimonial.
No ativo, as contas devem ser dispostas em ordem decrescente de realização,
ou seja, de acordo com a facilidade de conversão em dinheiro, assim, os itens patrimoniais
cuja velocidade de conversão em dinheiro é maior (caixa, bancos, contas a receber,
mercadorias) são classificados em primeiro plano. Os de menor liquidez (valores a receber
no longo prazo, máquinas e equipamentos, veículos, terrenos, etc) aparecem num
segundo plano de acordo com a velocidade (ou potencialidade de conversão em dinheiro).
Os elementos registrados estão estruturados nos seguintes subgrupos (de acordo
com o parágrafo 1º do artigo 178 da Lei 6.404/76 alterado pelas Leis 11.638/07 e
11.941/09 ):
a) Ativo Circulante;
b) Ativo Não Circulante: compreende Ativo Realizável a Longo Prazo, Investimentos,
antecipadamente, ou, em outras palavras, cujo prazo de vigência é futuro,
devendo ser contabilizadas mensalmente de acordo com o período a que se
refere: Prêmios de Seguros a Apropriar ou a Vencer; Despesas Financeiras a
Apropriar ou a Vencer; Aluguéis a Apropriar ou a Vencer.
O termo “a Apropriar” (ou a Vencer) refere-se à aplicação do Princípio da
Competência, no qual se deve reconhecer e classificar as contas de resultado (receitas e
despesas) no período a que se referem, independentemente do seu efetivo recebimento
(receitas) ou pagamento (despesas). Assim, se pago o aluguel da empresa antecipado,
com vigência para 18 meses, preciso registrar o valor pago antecipadamente como
despesa apropriável e, mês a mês, fazer o “reconhecimento” da despesa no mês correto
(aluguel de janeiro de 2010 contabilizado no mês de janeiro de 2010 e assim
sucessivamente).
Ativo Não Circulante
Este grupo compõe-se de subgrupos, a saber: realizável a longo prazo,
investimentos, imobilizado e intangível, conforme veremos a seguir.
a) Realizável a Longo Prazo
Neste subgrupo são registrados, os direitos realizáveis após o encerramento do
Exercício Seguinte (mais de 360 dias após o encerramento do Balanço Patrimonial):
Duplicatas a Receber, Adiantamentos ou Empréstimos a Fornecedores ou a Sociedade
Coligada ou Controlada, Adiantamentos ou Empréstimos a Diretores4. Também são
registradas as despesas apropriáveis após o encerramento do Exercício Seguintereferentes a encargos financeiros exigíveis após o exercício seguinte ao do encerramento
do Balanço.
4 No caso de adiantamentos/empréstimos a sociedades coligadas ou controladas (do mesmo grupoempresarial) e ou adiantamentos/empréstimos a sócios/diretores a legislação societária obrigada a sua
contabilização no longo prazo independentemente de seu prazo contratual. A máxima é: “negócios emfamília” a contabilização é sempre no longo prazo!!!
despesa, em cada exercício, o valor correspondente a percentagem extraída de
minério no período sobre o custo de aquisição ou prospecção dos recursos
minerais explorados. O valor da quota de exaustão florestal em cada exercício é
apurado através da identificação do percentual entre o volume de recursos
florestais explorados em relação ao volume da floresta no início do período-base.
2.1.2.3 Deduções do Patrimônio Líquido
O Patrimônio Líquido pode ser reduzido:
a) Quando há prejuízo no exercício evidenciado pela conta Prejuízos Acumulados;
b) Quando houver capital ainda não realizado, o patrimônio líquido demonstrará omontante do valor subscrito pelos sócios e por dedução o valor ainda pendente de
realização em dinheiro ou outros bens e direitos na conta Capital Social a Integralizar ;
c) Também será demonstrado por dedução o valor empregado nas aquisições de
ações ou quotas do capital social da própria sociedade na conta Ações em Tesouraria;
d) Outra conta redutora de patrimônio líquido é Ajustes de Avaliação Patrimonial
em que se contabilizam os ajustes negativos (diminuições) de avaliações de Ativos a preço
de mercado.Na seqüência, apresentamos a estrutura do Balanço Patrimonial segundo a Lei
6404/76, alterada pelas Leis 11.638/2007 e 11.941/09.
ATIVO
CIRCULANTE
DISPONIBILIDADES
Caixa
Bancos Conta Corrente
Aplicações de Liquidez Imediata
CRÉDITOS
Clientes
(-) Provisão para Devedores Duvidosos
(-) Duplicatas Descontadas
PASSIVO
CIRCULANTE
Empréstimos
Fornecedores
Obrigações fiscais e sociais
Adiantamento de clientes
Utilidades e serviços a pagar
Gratificações a empregados, diretores,administradores
Bem, se receitas e despesas são CONTAS DE RESULTADO, as contas que
representam bens, direitos, obrigações e patrimônio líquido (as quais você já conhece)
são chamadas de CONTAS PATRIMONIAIS. Fica fácil de diferenciar:
Contas Patrimoniais Balanço PATRIMONIAL (bens, direitos, obrigações e PL)
Contas de Resultado DRE (receitas, despesas e custos)
3.3 DESPESA E CUSTO
Precisamos diferenciar despesa e custo.
Quando a matéria-prima é adquirida (comprada), constitui um gasto, ou seja, um
desembolso (saída de dinheiro, pagamento) para a aquisição de um bem, sendo
“estocada” no Ativo. No instante em que essa matéria-prima entra em produção, a
reconhecemos como CUSTO.
Portanto, todos os gastos no processo de industrialização, que contribuem com a
transformação da matéria-prima (fabricação) em produto, entendemos como custos: mão-
de-obra, energia elétrica, manutenção, desgaste de máquinas utilizadas para a produção
(depreciação), embalagens, aluguel da fábrica, etc. Já os gastos referentes ao escritório e
à administração são classificados em despesas.
Observe: o aluguel pode ser tratado como despesa ou custo... Tratando-se de
aluguel referente ao prédio da fábrica, será considerado custo; tratando-se de aluguelreferente ao prédio do escritório (administração) será considerado despesa. Este
raciocínio é extensivo ao imposto predial, salários, materiais, depreciação (quando de
bens da fábrica custo; quando de bens do escritório, despesa).
Numa empresa comercial, o gasto da aquisição da mercadoria para revenda será
tratado como custo; já numa empresa de prestação de serviços, a mão-de-obra aplicada
no serviços prestado mais o material utilizado nesse serviços serão considerados custos.
demonstrando o “caminho” que o dinheiro percorre dentro de uma empresa até ser
apurado o lucro”.
É apresentada de forma dedutiva (vertical), ou seja, das receitas subtraem-se as
despesas5 e, em seguida, indica-se o resultado (lucro ou prejuízo). Ao apresentar oresultado, a DRE evidencia a riqueza gerada pela entidade em determinado período
(exercício), sabendo-se que esta riqueza pertence, ao final das contas, aos
acionistas/sócios da entidade.
RECEITA
(-) DESPESA
= Lucro ou prejuízo
A DRE pode ser simples para micro e pequenas empresas que não requeiram
dados pormenorizados para a tomada de decisão, como é o caso de bares, farmácias,
mercearias, etc. Deve evidenciar o total de despesa deduzido da receita, apurando-se,
assim, o lucro, sem destacar os principais grupos de despesas.
A DRE completa, exigida por lei, fornece maiores detalhes para a tomada de
decisão: grupos de despesas, vários tipos de lucro, destaque dos impostos, etc. Assim:
DRE (simples) DRE (completa)
RECEITA RECEITA
(-) DESPESA (-) DEDUÇÕES
Lucro ou Prejuízo (-) CUSTOS
(-) DESPESAS
(-) _________
Lucro ou Prejuízo
5
Atenção: a DRE obedece ao princípio de competência, ou seja, as receitas e despesas são contabilizadasno momento de sua ocorrência, independemente de seu recebimento ou pagamento.
( - ) Provisão para a Contribuição Social= RESULTADO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA
( - ) Provisão para o Imposto de Renda= RESULTADO DEPOIS DO IMPOSTO DE RENDA
( - ) Provisão para Participação de Debenturistas( - ) Provisão para Participação dos Empregados( - ) Provisão para Participação dos Administradores( - ) Provisão para Participação de Partes Beneficiárias= RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO
LUCRO LÍQUIDO POR AÇÃO
QUADRO 5 – Estrutura da Demonstração do Resultado do Exercício
Fonte: Adaptado de Azevedo (2009)
Segundo Azevedo (2009, p.30) “A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)
tem como finalidade, além de evidenciar o resultado do exercício – lucro ou prejuízo –
demonstrar a origem dos recursos próprios que são aplicados na empresa (receitas) assim
como todos os gastos (custos e despesas) envolvidos na geração da riqueza da entidade”.
Saliente-se que a DRE tem caráter econômico (relacionado à riqueza da entidade) e não
financeiro (relacionado à dinheiro). O mesmo autor exemplifica a aplicação das
informações da DRE:
a) O gestor da entidade terá uma visão estratégica, determinando qual o
melhor caminho a ser seguido pela organização para o aumento de sua
lucratividade, podendo, para tanto, determinar a redução de custos e despesas
(quais?), sem comprometer a qualidade dos produtos e serviços;
b) O acionista, por sua vez, visualiza as tendências financeiras daentidade, se está aplicando de forma correta e coerente os recursos obtidos
(despesas e custos);
c) O Governo (fisco) observa se a empresa está apurando seus impostos
com correção;
d) A concorrência (no caso de demonstrações publicadas) avalia o
Segundo Marion (2006, p. 106) “Ebitda abrange todos os componentes operacionais
(despesa e receita financeira não são operacionais) e os componentes com potencial deafetar o caixa (depreciação não afeta o caixa), evidenciando a capacidade da empresa em
gerar recursos considerando seu negócio”.
O EBITDA representa o potencial de geração operacional de caixa que o ativo
operacional de uma empresa é capaz de produzir, antes de considerar o custo de qualquer
capital tomado emprestado (despesas financeiras). Não corresponde ao efetivo fluxo de
caixa físico já ocorrido no período porque parte das vendas pode não estar recebida e
parte das despesas pode não estar paga. Assim que recebidas todas as receitas e pagas
todas as despesas, esse é o valor de caixa produzido pelos ativos, antes de computadas
as receitas e as despesas financeiras (juros), impostos (sobre o lucro), a depreciação, a
amortização e a exaustão.
Desta forma, consiste o EBITDA num poderoso indicador de desempenho
financeiro, posto que reflete o potencial de geração de recursos decorrentes
eminentemente das operações da empresa. Note que são excluídos do cômputo toda e
qualquer despesa escritural, ainda que operacional, a exemplo da depreciação posto que,não representa saída de recursos (desembolso). Sua aplicação tem sido exaustiva no
campo de avaliação de empresas, o que ressalta a importância da contabilidade, ainda que
histórica, na fixação de referência de valor.
3.6 RESERVAS
Reservas são valores recebidos dos sócios ou de terceiros que não correspondem a
aumento de capital e que não passaram pelas contas de resultado como receita. Podem
ser, ainda, lucros retidos com finalidade específica. As reservas não constituem valores em
dinheiro, são percentuais predefinidos pela legislação e pelo estatuto da empresa, sendo
assim, não podem ser distribuídas aos acionistas ou partes interessadas como lucros ou
dividendos, pois não têm características de exigíveis. Podem ser:
A reserva legal é constituída por valor igual a 5% do lucro líquido do exercício e
não excederá a 20% do capital social. Tem por fim assegurar a integridade do Capital
Social e somente poderá ser utilizada para compensar prejuízos ou aumentar capital
(lei das S.A).
As reservas estatutárias, por sua vez, são aquelas previstas nos estatutos da
empresa e possuem regras claras que indicam a sua finalidade e fixam os critérios que
determinam a parcela anual dos lucros líquidos a serem destinados à sua constituição.
O estatuto também determina o limite máximo da reserva.
A assembléia geral poderá ainda, destinar parte do Lucro Líquido à formação de
reserva com a finalidade de compensar, em exercício futuro, a diminuição de perda
julgada provável, cujo valor possa ser estimado. A constituição de tal reserva busca
evitar uma situação de desequilíbrio financeiro caso se distribuíssem os dividendos em
um exercício, face à probabilidade de redução de lucros ou mesmo ocorrência deprejuízo em exercício futuro, em virtude de fatos extraordinários previsíveis. Como
exemplo temos: suspensão temporária da produção, falta de suprimento de matéria-
prima, passivos ambientais, processos tributários, eventos climáticos previstos, etc. Sua
constituição é opcional, devendo ser indicadas a causa da perda prevista e justificativa
de sua constituição. Referida reserva deixará de ser constituída e será revertida no
exercício em que deixarem de existir as razões que justificaram a sua constituição.
A Reserva Orçamentária, também conhecida como Reserva de Lucros paraExpansão, tem a finalidade de garantir o investimento em expansão da empresa
quando previsto no orçamento de capital, devendo ser aprovada em assembléia geral.
Referido orçamento deverá compreender todas as fontes de recursos e aplicação de
capital e poderá ter a duração de até cinco exercícios, salvo exceções.
Por último, no exercício em que os lucros a realizar ultrapassarem o total
deduzido dos valores destinados às reservas legal, estatutária, contingências e
reconduzidas, em sua totalidade ou em parte, para manutenção dos saldos do Patrimônio
Líquido. As reversões de reservas são importantes porque algumas delas alteram o
montante que servirá de base para a apuração do dividendo obrigatório. É o caso, por
exemplo, da reserva de contingência9.
4.1.3 Lucro ou Prejuízo do Exercício
É o resultado líquido apurado na DRE do exercício financeiro findo, após as
deduções das participações dos lucros (de debenturistas, empregados, administradores e
partes beneficiárias), e será posto à disposição dos sócios/acionistas para sua destinação,
que deverá ser escriturada na Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados.
4.1.4 Destinação do Exercício
Nas sociedades limitadas não há dispositivo legal que as obrigue à distribuição de
seus lucros, já para as sociedades anônimas, a obrigatoriedade de distribuição de lucros
vem da Lei 6404/76. Consiste na destinação do resultado ajustado do exercício e, será
feita pela direção da empresa em consonância com a decisão da Assembleia Geral, com o
objetivo de constituição ou aumento das Reservas, até a distribuição dos dividendos aos
acionistas.
Tendo sido apurado prejuízo no exercício, mesmo após a reversão das reservas,
este deverá ser lançado diretamente na conta Prejuízos Acumulados (retificando o
Patrimônio Líquido).
O quadro 8 apresenta a estrutura a da Demonstração dos Lucros ou Prejuízos
Acumulados:
9 Importante diferenciar reserva de provisão. No caso das provisões o fato gerador já ocorreu, por exemplo,uma ação trabalhista por parte de um ex-empregado, com perda provável (e mensurável) e credor. No caso
de Reserva para Contingência ainda não ocorreu o fato gerador da perda, mas há uma probabilidade quevenha acontecer no futuro.
Tratando-se de Sociedade Anônima de Capital Aberto, a Demonstração dos Lucros
ou Prejuízos Acumulados deverá ser substituída pela Demonstração das Mutações do
Patrimônio Líquido, a qual estudaremos a seguir.
4.2 DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÕNIO LÍQUIDO (DMPL)
Segundo Perez Jr e Begalli (2002, p. 176) “O patrimônio líquido de uma empresa
representa a riqueza real da entidade e pode ser interpretado como sendo ativos líquidos
pertencentes aos proprietários, ou seja, bens mais direitos menos obrigações e constituem
direito comum desses mesmos proprietários. Corresponde ao chamado capital próprio, ou
seja, proveniente dos proprietários e dos lucros provenientes das atividades da empresa’.
A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido evidencia as mudanças,
qualitativas e quantitativas, ocorridas no Patrimônio Líquido da entidade em determinado
período. Ao contrário da Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados que fornece
a movimentação de apenas uma das contas do Patrimônio Líquido (Lucros ou Prejuízos
Acumulados), a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido evidencia asmovimentações de TODAS as contas do Patrimônio Líquido. Assim, todo acréscimo e toda
diminuição do Patrimônio Líquido são evidenciados por essa demonstração, bem como a
formação e utilização das reservas (portanto, a empresa que optar publicar a DMPL, não
precisa elaborar a DLPA).
Referida demonstração contábil fornece a movimentação ocorrida durante o
exercício nas diversas contas do patrimônio líquido, fazendo indicação da origem e do
valor de cada acréscimo ou diminuição no patrimônio líquido durante o exercício. Trata-se,portanto, de uma informação que complementa os dados constantes no Balanço
Patrimonial e na Demonstração do Resultado do Exercício.
4.2.1Estrutura da Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido
De acordo com a legislação vigente, a DMPL deverá discriminar, em confronto com
os saldos já existentes:
a) Os saldos do início do período;
b) Os ajustes de exercícios anteriores;
c) Aumento de capital, discriminando sua natureza;
d) As reversões de reservas;
e) O resultado líquido do exercício (atual);
f) A proposta de destinação do lucro do período e
g) O saldo final do período.
Saliente-se que as contas que formam o Patrimônio Líquido podem sofrer variações
por inúmeros motivos, tais como:
a) Itens que afetam o patrimônio total: acréscimo pelo lucro ou redução
pelo prejuízo líquido do exercício; redução por dividendos; acréscimo por ajuste de
avaliação de ativos; acréscimo por doações e subvenções para investimentosrecebidos; acréscimo por subscrição e integralização de capital; acréscimo pelo
recebimento de valor que exceda o valor nominal das ações integralizadas ou o
preço de emissão das ações sem valor nominal; acréscimo pelo valor da alienação
de partes beneficiárias e bônus de subscrição; acréscimo por prêmio recebido na
emissão de debêntures; redução por ações próprias adquiridas ou acréscimo por
sua venda; acréscimo ou redução por ajuste de exercícios anteriores;
b) Itens que não afetam o total do patrimônio: aumento de capital comutilização de lucros e reservas; reversões de reservas patrimoniais para aumento de
capital e ou compensação de Prejuízos.
4.2.1 Estrutura da Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido
O quadro 9 apresenta a estrutura detalhada da Demonstração das Mutações do
A Demonstração dos Fluxos de Caixa – DFC tornou-se obrigatória para todas as
S.A de capital aberto com a sanção da Lei 11.638/07. Referida Lei obrigou, ainda, as
companhias fechadas com patrimônio líquido superior a R$ 2 milhões a publicá-la. Seu
objetivo é evidenciar a capacidade da entidade em gerar fluxos positivos de caixa (e
equivalentes de caixa), a habilidade de pagar obrigações e dividendos, bem como suas
necessidades de financiamento.
Segundo Iudícibus e Marion (2006) a DFC vem esclarecer situações
controvertidas como o porquê de uma empresa ter um lucro considerável e estar com ocaixa baixo, não conseguindo liquidar seus compromissos. Referida demonstração,
salientam os autores, possibilita ao gerente financeiro a elaboração de melhor
planejamento financeiro, onde se saberá o momento certo em que se contrairá
empréstimos para cobrir a insuficiência de fundos, bem como quando aplicar no
mercado financeiro o excesso de dinheiro.
O Pronunciamento Técnico CPC 03 salienta os benefícios da DFC:
A demonstração dos fluxos de caixa, quando usada em conjunto com as demaisdemonstrações contábeis, proporciona informações que habilitam os usuários aavaliar as mudanças nos ativos líquidos de uma entidade, sua estrutura financeira(inclusive sua liquidez e solvência) e sua capacidade para alterar os valores eprazos dos fluxos de caixa, a fim de adaptá-los às mudanças nas circunstâncias eoportunidades. As informações sobre os fluxos de caixa são úteis para avaliar acapacidade de a entidade gerar recursos dessa natureza e possibilitam aosusuários desenvolver modelos para avaliar e comparar o valor presente de futurosfluxos de caixa de diferentes entidades. A demonstração dos fluxos de caixatambém melhora a comparabilidade dos relatórios de desempenho operacionalpara diferentes entidades porque reduz os efeitos decorrentes do uso de diferentestratamentos contábeis para as mesmas transações e eventos.
Mister conceituarmos caixa, equivalentes de caixa e fluxos de caixa para darmos
prosseguimento ao nosso estudo:
a) Caixa: compreende o numerário em espécie e depósitos bancários disponíveis;
b) Equivalentes de Caixa: são aplicações financeiras de curto prazo, de alta
liquidez, que são prontamente conversíveis em um montante conhecido de caixa
e que estão sujeitas a um insignificante risco de mudança de valor.
c) Fluxos de caixa: são as entradas e saídas de caixa e equivalentes de caixa.
Segundo Matarazzo (2008, p. 364), os principais objetivos da Demonstração dos
Fluxos de Caixa são:
! Avaliar as alternativas de investimento;! Avaliar e controlar ao longo do tempo as decisões importantes que sãotomadas na empresa, com reflexos monetários;! Avaliar as situações, presente e futura, do caixa da empresa, posicionando-apara que não chegue a situações de iliquidez;! Certificar que os excessos momentâneos de caixa estão devidamenteaplicados.
5.1 Principais Transações que Afetam o Caixa
A finalidade da Demonstração do Fluxo de Caixa é mostrar como se comportam as
entradas e saídas de recursos financeiros da empresa em determinado período. O estudo
cuidadoso dessa demonstração, além de propiciar a análise de tendências, serve de base
para o planejamento do fluxo projetado. A seguir relacionamos as principais transações
que afetam o Caixa.
5.1.1 Transações que aumentam o Caixa (Disponibilidades)
a) Integralização do Capital pelos sócios ou acionistas: são investimentos
integralizados em dinheiro pelos sócios/acionistas (caso a integralização se dê com
imóveis, por exemplo, não afetará o Caixa);
b) Empréstimos Bancários e Financiamentos: são os recursos financeiros oriundos
No método indireto, também conhecido como método da reconciliação, a DFC é
elaborada a partir do resultado, ou seja, do lucro ou prejuízo líquido do exercício, de forma
semelhante à antiga Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos - DOAR.
Porém, se a DFC tem como principal argumento ser de mais fácil compreensão do que a
DOAR, não faz sentido manter-se o método de elaboração desta.
Saliente-se que a diferença entre os dois métodos refere-se apenas à forma de
evidenciação dos fluxos das atividades operacionais. Os fluxos das atividades de
financiamento e das atividades de investimento são demonstrados de igual maneira nos
dois métodos. No modelo direto, os fluxos operacionais são evidenciados pela análise
direta das entradas e saídas de dinheiro em Caixa e Bancos, são evidenciados, portanto,
todos os pagamentos e recebimentos feitos no período.
A DFC pelo método indireto apresenta no grupo das atividades operacionais
primeiro o lucro líquido (proveniente da DRE), para, em seguida, adicionar os valores que
não representam desembolsos de caixa que tenham sido deduzidos do lucro da DRE, ou
seja, depreciação e amortização, provisão para devedores duvidosos, aumento ou
diminuição referente a fornecedores, entre outros.
5.4 PONTO FINAL:
A Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC) passou a ser um relatório obrigatório (em
substituição à Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos – DOAR) pela
contabilidade para todas as sociedades de capital aberto ou com patrimônio líquido
superior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais). Esta obrigatoriedade vigora desde01.01.2008, por força da Lei 11.638/2007 (referida lei seguiu a prática internacional – em
especial os pronunciamentos Statement of Financial Accounting Standard (SFAS) n° 95 e
International Accounting Standard (IAS) n° 7 – e as orientações da Comissão de Valores
Mobiliários (CVM), a qual já recomendava às companhias abertas brasileiras a elaboração
da DFC). Esta demonstração torna-se mais um importante relatório para a tomada de
decisões gerenciais. Essa demonstração tem a finalidade de fornecer informações sobre
os recebimentos e pagamentos em um determinado período, que, utilizadas em conjunto
A Lei 11.638/07 introduziu para todas as companhias abertas a obrigatoriedade da
elaboração e divulgação da Demonstração do Valor Adicionado. Referida demonstraçãoevidencia quanto de riqueza uma entidade produziu, ou seja, quanto ela adicionou aos
seus fatores de produção e de que forma esta riqueza foi distribuída (entre empregados,
governo, acionistas, financiadores de capital).
Segundo Marion (2009, p.58), “O Valor Adicionado é calculado subtraindo-se da
Receita Operacional os custos dos recursos adquiridos de terceiros (compras de matérias-
prima, mercadorias, embalagens, energia elétrica, terceirização da produção) utilizados no
processo operacional. Esse primeiro valor calculado poderia ser chamado de Valor
Adicionado Bruto”. O mesmo autor salienta que, na sequência, subtrai-se a depreciação,
gerando o chamado Valor Adicionado Líquido.
Esse resultado corresponde à riqueza gerada, efetivamente, pela entidade. Outros
acréscimos e reduções deveriam ser destacados: receita financeira, dividendos, outras
despesas operacionais, etc. A esse resultado chamamos Valor Adicionado. Saliente-se
que para os investidores e outros usuários, essa demonstração proporciona o
conhecimento de informações de natureza econômica e social e oferece a possibilidade de
melhor avaliação das atividades da entidade dentro da sociedade na qual está inserida.
Segundo o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (2010), através do
Pronunciamento Técnico CPC 09,
A DVA está fundamentada em conceitos macroeconômicos, buscando apresentar,
eliminados os valores que representam dupla-contagem, a parcela de contribuiçãoque a entidade tem na formação do Produto Interno Bruto (PIB). Essademonstração apresenta o quanto a entidade agrega de valor aos insumosadquiridos de terceiros e que são vendidos ou consumidos durante determinadoperíodo.
Em termos gerais, a DVA contempla as mesmas informações apresentadas da
Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), mas numa segregação diferente, voltada
para uma magnitude mais social das entidades, principalmente no que se refere à
d) Acionistas – incluem os valores pagos ou creditados aos acionistas, a
título de juros sobre o capital próprio ou dividendos. Os juros sobre o capital próprio,
apropriados ou transferidos para contas de reservas no patrimônio líquido, devem
constar do item "Lucros retidos";
e) Participação dos minoritários nos "Lucros retidos" – deve ser incluído
neste componente, aplicáveis às demonstrações contábeis consolidadas, o valor da
participação minoritária apurada no resultado do exercício, antes do resultado
consolidado;
f) Retenção de lucro – deve ser indicado neste componente o lucro doperíodo destinado às reservas de lucros e eventuais parcelas ainda sem destinação
específica.
6.3 PONTO FINAL
A Demonstração do Valor Adicionado (DVA) é o informe contábil que evidencia, de
forma sintética, os valores correspondentes à formação da riqueza gerada pela empresaem determinado período e sua respectiva distribuição. Saliente-se que a riqueza gerada
pela empresa, medida no conceito de valor adicionado, é calculada a partir da diferença
entre o valor de sua produção e o dos bens e serviços produzidos por terceiros utilizados
no processo de produção da empresa.
Segundo Zanluca (2010),
A utilização do DVA como ferramenta gerencial pode ser resumida da seguinte
forma:1) como índice de avaliação do desempenho na geração da riqueza, ao medir aeficiência da empresa na utilização dos fatores de produção, comparando o valordas saídas com o valor das entradas, e
2) como índice de avaliação do desempenho social à medida que demonstra, nadistribuição da riqueza gerada, a participação dos empregados, do Governo, dos Agentes Financiadores e dos Acionistas.
- Avaliação de alternativas econômico-financeiras futuras.
Saliente-se que a Análise das demonstrações Financeiras é tão antiga quanto a
própria Contabilidade, todavia, é no final do século XIX que observamos os banqueiros
americanos solicitando as demonstrações às empresas que desejavam contrair
empréstimos. À época a demonstração comumente solicitada era o Balanço Patrimonial,daí a expressão “Análise de Balanços”, expressão tradicionalmente utilizada até nossos
dias, apesar de, hoje, a análise ampliar-se a todas as demais demonstrações.
Iudícibus (2009, p. 5) caracteriza a análise de balanços com a “arte de saber extrair
relações úteis para o objetivo econômico que tivermos em mente, dos relatórios
tradicionais e de suas extensões e detalhamentos, se for o caso”. O mesmo autor salienta
(p.6):
Depreende-se que a análise de balanços tem valor somente à medida que oanalista:
- estabeleça uma tendência (uma série histórica) dentro da própria empresa;
- compare os índices e relacionamentos realmente obtidos com os mesmos índicese relacionamentos expressos em termos de metas;
- compare os índices e relacionamentos com os da concorrência, com outrasempresas de amplitude nacional ou internacional.
Azevedo (2009, p.17) complementa:
A análise dos demonstrativos contábeis é o exame de laboratório da saúdeeconômica, financeira e patrimonial da sociedade. É um diagnóstico bem-estruturado da situação do patrimônio. É uma maneira de transformar os dados daspeças contábeis em valores relativos, tornando-os mais fáceis de seremcomparados com outras empresas ou mesmo co o mercado.
Sá (2009) apresenta as algumas das aplicações (utilidade) da análise de balanços:
excessivo de contas. O processo de sintetização portanto, facilita o trabalho do analista. As
contas normalmente “ajustadas” são:
a) Duplicadas descontadas (saldo a ser reclassificado para o Passivo Circulante);
b) Despesas do Exercício Seguinte (ou despesas antecipadas) devem ser
deduzidas do Patrimônio Líquido;
c) Contas retificadoras (provisão para devedores duvidosos, depreciação,
amortização, exaustão, prejuízos acumulados, capital a integralizar e ações em tesouraria)
devem ajustar os saldos das contas principais, apresentando seus saldos líquidos;
d) Contas do Ativo e Passivo Circulante devem ser reclassificadas em operacionais
e financeiras (dívidas onerosas);
e) Extrai-se, ainda, o total do Ativo Circulante, do Ativo Não Circulante, do Passivo
Circulante, do passivo Não Circulante, do Patrimônio Líquido, das vendas líquidas, etc,
Na sequência, calcula-se e interpreta-se os indicadores (os quais estudaremos no
capítulo 8), estudo que consiste na comparação entre grupos de elementos das
demonstrações financeiras por meio de índices, objetivando o conhecimento da relação
entre cada um dos grupos do conjunto.
Complementarmente, comparamos os indicadores da entidade com os chamados
índices-padrão. O objetivo dos índices-padrão é servir de base de comparação entre
empresas que operam no mesmo ramo de atividade. Desde 1974 a Revista Exame tem
contribuído sensivelmente com indicadores das 500 maiores empresas do Brasil, por meio
da edição “Melhores e Maiores” publicada anualmente;
O processo de análise das demonstrações financeiras tem continuidade com asanálise vertical e horizontal. A análise vertical consiste na determinação da porcentagem
de cada conta ou grupo de contas em relação ao seu conjunto. A análise horizontal, por
sua vez, é feita entre componentes do conjunto em vários exercícios (de 3 a 5,
normalmente), objetivando a avaliação do desempenho de cada conta ou grupo de contas
ao longo dos períodos analisados.
Finalmente, interpreta-se conjuntamente indicadores e análises vertical/horizontal,
sintetizando-se as análises realizadas de forma sistêmica e apresentando as conclusões
da análise em forma de relatórios. Para elaborar um relatório de análise da melhor maneira
possível, alguns pontos devem ser considerados:
a) O relatório de análise deve ser elaborado em linguagem inteligível para
leigos, ainda que alguns usuários possuam conhecimentos de contabilidade. Nãodevem apresentar dados como indicadores (ou coeficientes), os quais devem ser
traduzidos em informações;
b) Os relatórios de análise podem conter muitas ou poucas informações,
conforme a necessidade do usuário. Em geral o relatório de análise deve apresentar
informações de natureza econômico-financeira da empresa e sobre seu
desempenho ao longo dos períodos analisados, bem como as tendências para o
futuro. Devem ser esclarecidas as causas que proporcionaram o grau de
endividamento, liquidez e rentabilidade encontrados, sejam eles positivos ou
negativos;
c) Relatório breve: este relatório envolve apenas os aspectos mais
importantes da situação patrimonial, baseando-se na interpretação de quocientes
econômicos e financeiros, sendo preferido por bancos, clientes e fornecedores,
além de outros usuários. Observe a seguir um modelo de relatório de análise:
RELATÓRIO
Após a análise e interpretação dos indicadores econômicos e financeiros calculadoscom base no Balanço Patrimonial e Demonstração do Resultado do Exercício da Empresa XX,levantados em 31 de dezembro de XX, apresentamos as seguintes informações:
Situação Financeira:
a) Endividamento: A empresa apresenta grau de endividamento satisfatório, uma vezque seus quocientes de estrutura de capitais encontram-se abaixo dos índices-padrão de seussegmento. Isto pode ser comprovado pela preponderância de capitais próprios sobre oscapitais de terceiros, pela boa margem existente entre as obrigações de longo prazo e asobrigações de curto prazo e pela não imobilização total dos capitais próprios, revelandoliberdade financeira para a tomada de decisões;
b) Liquidez: Em relação à solvência, a empresa encontra-se muito bem estruturada,apresentando solidez financeira que garante o cumprimento de seus compromissos de curto ede longo prazo.
Situação Econômica:
Rentabilidade: A empresa apresenta situação econômica satisfatória decorrente da
A empresa encontra-se muito bem estruturada sob o ponto de vista econômico efinanceiro devido ao baixo grau de endividamento, ao alto grau de liquidez e ao grau de
rentabilidade que permite o retorno do capital próprio investido em apenas 2,63 anos,constituindo negócio altamente positivo para aqueles que confiarem na empresa.
Ass: _____________________ (fulano de tal, analista)
Anexos ao Relatório de Análise:
I- Índices Econômico-financeiros;
II- Balanço Patrimonial padronizado;
III- DRE padronizada
7.3 LEITURA E INTERPRETAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS:
ANÁLISE VERTICAL E ANÁLISE HORIZONTAL
Nosso estudo preliminar fez um ”TUR” pelas demonstrações financeiras obrigatórias
para Sociedades Anônimas e Sociedades Limitadas. Agora é o momento de “fazermos a
leitura e interpretação” dessas demonstrações contábeis. Todas as demonstraçõescontábeis podem ser analisadas, mas a ênfase é dada para o Balanço Patrimonial e DRE,
uma vez que através destas, é evidenciada de forma objetiva a situação econômico-
financeira da empresa. Diante disso, nosso estudo se voltará às análises de Balanço e
DRE.
Cabe salientar: A análise das demonstrações contábeis transforma DADOS
em INFORMAÇÕES.
7.3.1 Análise Horizontal
De acordo com Iudícibus (2009), a análise horizontal ressalta a variação obtida nos
itens do Balanço e das Demonstrações de Resultado. Assaf Neto (2002) define esta
análise como uma comparação de diferentes exercícios entre contas ou determinado grupo
de contas. Pode ser entendida como uma análise temporal, exposta através de números –
índices.
De acordo com Matarazzo (2003), a análise horizontal pode ser desenvolvida com a
apresentação das variações de um ano-base para outro – sendo assim será denominadaanálise horizontal encadeada – ou em relação ao ano anterior – sendo denominada análise
horizontal anual. Em outras palavras, esta análise apresenta a evolução de uma conta ou
um grupo específico, analisa e compara os resultados do exercício com os exercícios
anteriores.
Uma vez padronizadas as demonstrações financeiras, a análise horizontal é
facilmente realizada estabelecendo o ano inicial da série analisada como índice básico 100
e expressando as cifras relativas aos anos posteriores, com relação ao índice básico 100.
Basta fazer uma regra de três para encontrar os outros índices.
Por exemplo:
Ano 2006 Ano 2007 Ano 2008
Valores 358.300 425.000 501.000
Índices 100 119 140
Assim, comparando os índices de base 100, o item teve um crescimento de 19% em
2006 para 2007 e de 40% de 2006 para 2008. A análise horizontal, portanto, é quando
comparamos valores ou índices de dois ou mais anos. Nossos olhos fixam um sentido
horizontal, apreendendo a evolução ou involução de cada item analisado.
IMPORTANTE:
Se os valores estiverem expressos em valores nominais, o crescimento (ou
decréscimo) dos índices expressará porcentagens nominais. Se tais valores estiverem
corrigidos monetariamente, então o crescimento ou decréscimo dos itens expressará a
evolução real da série analisada10.
7.3.2 ANÁLISE VERTICAL
Conforme Iudícibus (2009), a análise vertical avalia a estrutura de composição dos
itens das demonstrações e a evolução dos mesmos nos exercícios. Basicamente a análise
vertical é realizada extraindo-se relações percentuais entre itens pertencentes à mesma
Demonstração Financeira. Sua finalidade é dar uma idéia da representatividade de
determinado item ou subgrupo de uma demonstração relativa a determinado total ousubtotal tomado como base.
Por exemplo, num Balanço Patrimonial, podemos querer verificar quanto o Ativo
Circulante representa em relação ao Ativo Total. Basta dividir o valor do Ativo Circulante
pelo Valor do Ativo Total, multiplicar o resultado por 100 e colocar o sinal de percentagem.
Assim, consideremos:
Ativo Circulante R$ 101.000
Ativo Total R$ 659.000
Dividindo 101.000/659.000 = 0,1533
0,1533 X 100= 15,33%
Isso significa que o Ativo Circulante representa 15,33% do Ativo Total.
Ressalte-se que a análise vertical pode ser realizada para determinados subitens
com relação ao total dos subitens. Por exemplo, poderemos ter o interesse de calcular a
representatividade de cada componente principal do Ativo Circulante em relação ao total
do Ativo Circulante. Assim, se os estoques estivessem representados por R$ 49.000,
diríamos que eles representam cerca de 48,51% do Ativo Circulante (e cerca de 7,44% do
Ativo Total). Vamos conferir estes cálculos?
10 O índice IPCA/IBGE foi instituído inicialmente com a finalidade de corrigir as demonstrações financeirasdas companhias abertas, porém hoje utiliza-se o IGPM ou índice aderente à atividade da empresa, por
exemplo, as demonstrações de uma construtora podem ser atualizadas monetariamente pelo INCC – ÍndiceNacional da Construção Civil.
indicadores, como pressão e temperatura, para elaborar o quadro clínico do paciente, os
índices financeiros permitem construir um quadro de avaliação da empresa”.
8.2 Índices Econômico-Financeiros
Pode-se subdividir a análise das Demonstrações Financeiras em análise da situação
financeira e análise da situação econômica. Inicialmente analisa-se a situação financeira
(estrutura e liquidez) e a situação econômica (rentabilidade), na sequência, junta-se as
duas avaliações.
O quadro 14 apresenta o resumo dos índices de avaliação das demonstrações
financeiras.
ÍNDICES DE AVALIAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
ÍNDICES DA ANÁLISE FINANCEIRA: estes índices verificam a capacidade de pagamento daempresa, esta análise é feita somente através do Balanço Patrimonial. A palavra financeiro refere-se adinheiro, apresenta a situação da conta caixa, as movimentações desta rubrica. Pode também apresentar
o sentido amplo, analisando neste caso o Capital Circulante Líquido. ÍNDICES DE LIQUIDEZ: Os índices apresentados neste tópico são extraídos do relacionamento
entre as contas do Balanço que apresentam uma situação estática de liquidez.
Quociente de Liquidez Imediata: apresenta adisponibilidade imediata de capital para a quitação dasdívidas a curto prazo, evidencia as condições que aempresa possui para liquidar suas dívidas do curto prazoapenas com os recursos de suas disponibilidades.
DisponibilidadesPassivo Circulante
Quociente de liquidez corrente: apresenta dequanto a empresa dispõe de reais imediatamente paraserem convertidos em curto prazo em dinheiro,relacionando às dívidas de curto prazo. É a capacidadede pagamento das obrigações de curto prazo.
Ativo CirculantePassivo Circulante
Quociente de Liquidez Seca: avaliaconservadoramente a liquidez da empresa, considerandoa alta rotatividade dos estoques. Este índice indica acapacidade de pagamento para saldar as obrigações decurto prazo, desconsiderando-se a realização deestoques.
Quociente de Liquidez Geral: Este quocienteavalia a saúde financeira, considerando a liquidez, delongo prazo da empresa, indica a capacidade que aempresa tem de pagar todos os seus compromissos,tanto os de curto prazo como de longo prazo.
Ativo Circulante + Ativo NãoCirculante RLP
Passivo Circulante+ Passivo NãoCirculante
QUOCIENTES DE ENDIVIDAMENTO: eles têm o objetivo de reproduzir a posição do capitalpróprio da empresa com relação ao capital de terceiros. É apresentado a grau de dependência daorganização do capital de terceiros.
Quociente de Participação de Capitais deTerceiros sobre os Recursos Totais: o índicerepresenta a porcentagem que o endividamento estárepresentado sobre o Passivo e Patrimônio Líquido.
Exigível TotalExigível Total + PL
Quocientes de Capitais de Terceiros eCapitais Próprios: é outro índice que avalia adependência de recursos de terceiros, este índice é
chamado de grau de endividamento e significa opercentual de capital de terceiros (recursos de terceiros)em relação aos capitais próprios (patrimônio líquido).
Exigível Total
Patrimônio Líquido
Quociente de Participação das Dívidas deCurto Prazo sobre o Endividamento Total: representaa formação do endividamento total e apresenta a parcelaque vence do curto prazo com relação ao endividamentototal. A composição do endividamento é apresentada poreste índice, que mostra o impacto das obrigações decurto prazo (circulante) em relação ao total de capitais deterceiros.
Passivo CirculanteExigível Total
Grau de Imobilização do Capital Próprio: Avisualização do quanto do Patrimônio Líquido estáaplicado no ativo não circulante imobilizado é feita nesteíndice.
Ativo Não Circulante Imobilizado X100
Patrimônio Líquido
Grau de Imobilização de RecursosPermanentes: é utilizado para evidenciar quanto derecursos permanentes (não correntes ou não circulantes)foi investido no ativo não circulante.
Ativo Não Circulante - RLPPatrimônio Líquido+Passivo Não
Circulante
ÍNDICES DA ANÁLISE ECONÔMICA: A análise econômica apresenta a lucratividade daempresa. No sentido estático refere-se ao Patrimônio Líquido, o lucro ou o prejuízo modifica o PatrimônioLíquido sem alterar a disponibilidade de dinheiro.
ÍNDICES DE RENTABILIDADE: Nos índices de rentabilidade o lucro é comparado com ativo ecom patrimônio líquido, mas para a análise evidenciar índices condizentes é necessário que os valoresque correspondem ao lucro sejam coerentes aos valores de ativo ou patrimônio líquido. Quando forutilizado o lucro líquido no numerador é imprescindível a utilização do ativo total no denominador ouquando lucro operacional com ativo operacional.
Retorno sobre o Ativo: o resultado deste índicemostra o tempo que levará para a empresa obter oretorno do investimento executado. A taxa de retornosobre o ativo apresenta a lucratividade obtida pelaempresa com a utilização dos investimentos doempreendimento, significa o tempo de retorno do
faturamento, o lucro e o investimento permaneçamconstantes.
Retorno sobre o Patrimônio Líquido (TRPL): oíndice resulta no tempo que os proprietários levaram pararecuperarem seus investimentos, ele evidencia acapacidade da geração de lucro do capital próprio.
Lucro LíquidoPatrimônio Líquido
Margem de Lucro sobre as Vendas: compara olucro com as vendas líquidas.
Lucro OperacionalVendas Líquidas
Lucro LíquidoVendas Líquidas
Retorno sobre o Investimento: é considerado omais importante quociente individual de toda a análise debalanços para a administração.
Margem LíquidaGiro do Ativo Total
QUADRO 14: Índices de avaliação das demonstrações contábeisFonte: Adaptado de Marion, 2002
Os índices de liquidez e endividamento englobam o relacionamento das contas do
balanço patrimonial que refletem a situação estática de liquidez (saúde financeira) ou entre
fontes diferenciadas de capital (estrutura de capitais). No grupo de indicadores de
rentabilidade, por sua vez, são apresentadas as fórmulas de cálculo da rentabilidade dos
capitais que foram investidos na empresa.
8.2 Índices de Rotatividade ou Atividade
Além dos quocientes de liquidez, rentabilidade e endividamento, temos os
QUOCIENTES DE ROTATIVIDADE ou ATIVIDADE, conforme apresentados no quadro
ÍNDICES DE ROTATIVIDADE: Esses quocientes, que consideramos de grande relevância para aanálise de crédito, expressam a velocidade com que determinados elementos patrimoniais se renovamdurante certo período de tempo. Devido à sua natureza, tais quocientes usualmente apresentam seusresultados em dias, meses ou períodos, fracionários ou múltiplos de um ano. A importância de taisquocientes é representada pelo fato de expressarem relacionamentos dinâmicos, que acabaminfluenciando a posição de liquidez e rentabilidade da empresa.
Prazo Médio de Recebimento (PMR): indica a médiade dias em que as contas (duplicatas, títulos) são recebidaspela empresa. Avalia o tempo entre o faturamento e orecebimento. É útil na avaliação das políticas de crédito ecobrança.
Clientes X 360Receita Líquida
Prazo Médio de Estoques (PME): exprime o número
de dias, em média, em que os estoques ficam armazenadosna empresa antes de serem vendidos, ou ainda, o número dedias em que os estoques são renovados (ou vendidos).Quanto menor o prazo, melhor.
Estoques X 360CMV
Prazo Médio de Pagamento (PMP): indica a médiade dias em que as contas (duplicatas, títulos) são pagas pelaempresa. Avalia o tempo entre a compra e o pagamento. É útilna avaliação das políticas de crédito e cobrança.
Fornecedores X 360Receita Líquida
Ciclo Operacional (CO): indica o intervalo de tempodecorrido entre o momento em que a empresa adquire asmatérias-primas ou mercadorias e o momento em que recebe
o dinheiro relativo às vendas. Portanto, refere-se ao período(em média) em que os recursos estão investidos nasoperações sem que tenha ocorrido as correspondentesentradas de caixa.
CO = PME + PMR
Ciclo Financeiro (CF): representa, em termos médios,o tempo decorrido entre o instante do pagamento dosfornecedores pelas matérias-primas ou mercadorias adquiridase o recebimento das vendas efetuadas. Em outras palavras, éo período em que a empresa necessita ou não definanciamento complementar do seu ciclo operacional. Aapuração do ciclo financeiro evidencia qual o prazo que aempresa financia seus cliente com recursos próprios ou de
terceiros. Quanto maior for o ciclo financeiro, maisnecessidade a empresa tem de obtenção de financiamentocomplementar para o giro de seus negócios. Se obtido defontes onerosas, poderá provocar redução da rentabilidade econtribuir para eventual insolvência da empresa.
CF=(PME+PMR) – PMP
Necessidade de Capital de Giro (NCG): CF (dias) X Receita Líquida360