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COLÉGIO ESTADUAL TÚLIO DE FRANÇA ENSINO FUNDAMENTAL, MÉDIO, NORMAL E
Os Desafios Educacionais Contemporâneos: Enfrentamento à
Violência contra a Criança e o Adolescente; Sexualidade Humana,
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Educação Ambiental, Educação Fiscal; Prevenção ao Uso Indevido de
Drogas – (que são demandas que possuem uma historicidade, por vezes fruto
das contradições da sociedade capitalista, outras vezes oriundas dos anseios
dos movimentos sociais e, por isso, prementes na sociedade contemporânea e
estão presentes nas experiências, práticas, representações e identidades de
educandos e educadores),serão incluídos/articulados nos/com Conteúdos
Básicos/Específicos em algum momento do trabalho disciplinar no decorrer do
ano letivo.
3 METODOLOGIA DA DISCIPLINA
O ensino e a aprendizagem de Língua Portuguesa como Prática
Pedagógica resulta da articulação entre o aluno, os conhecimentos com os
quais se opera nas práticas de linguagem e a mediação do professor.
A escola deve acompanhar a velocidade das mudanças sociais e
tecnológicas, ocupando-se das necessidades prioritárias de seu alunado, pois,
cada vez mais os meios de comunicação penetram na vida dos alunos,
permitindo que eles interajam, muitas vezes, ao vivo em diferentes lugares,
colocando públicos diversos em transmissão simultânea e instantânea dos
fatos.
Assim, para trabalhar e valorizar o imaginário do aluno é essencial que
se aprofundem as mediações de seu lugar com o mundo, percebendo como o
local e o global interagem.
Desse modo, torna-se necessário a criação de estratégias que auxiliem
o aluno a se apropriar da língua, enquanto expressão de seu mundo. Para isso,
verificaremos esse novo conhecimento através das estratégias variadas e
criativas, aproveitando ao máximo todas as oportunidades possíveis para que a
apropriação aconteça, visando o domínio da língua oral, da leitura e da escrita.
Sendo assim, cabe ao professor reconhecer o conhecimento cultural do
educando e acrescentar novas bases ao seu intelecto, dessa forma os temas
apresentados terão sentido em sala de aula, desenvolvendo assim as quatro
habilidades básicas: falar, ouvir, ler e escrever.
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Para tanto, é necessário organizar situações de aprendizagem para que
os conhecimentos sejam construídos, pois, segundo a teoria enunciativa, não
pode ocorrer produção do discurso vazio.
Em relação ao ensino gramatical será uma prática constante, porém,
derivada dos próprios textos produzidos ou lidos, que permita a análise e
reflexão, para desta forma, expandir e construir instrumentos que permitam ao
aluno ampliar sua competência discursiva.
Despertar o gosto pela leitura e o prazer de ler em momentos de
interação entre professor e alunos, através de diálogos e valorização à leitura
do outro.
Valorizar todo tipo de texto literário, informativo, publicitário e
dissertativo, colocando as linguagens em confronto, não apenas as suas
formas particulares ou composicionais, mas o próprio conteúdo veiculado
nelas, de forma que contemple a diversidade de gêneros textuais presentes
nas mais diversas esferas da sociedade.
Propor situações didáticas onde o aluno utilize a linguagem oral com
clareza e proficiência.
O estudo de Língua Portuguesa, numa perspectiva bakthiniana, visa
interação verbal, isto é, a ação entre sujeitos através da linguagem que se
apropriam e transmitem algum tipo de experiência já adquirida.
O dialogismo e o estudo dos gêneros discursivos suscintam novos
caminhos para o trabalho pedagógico com nova abordagem para o ensino de
língua.
Assim, o estudo vai se constituir principalmente no trabalho com o texto,
uma vez que este é o material articulador de novas metodologias. Não apenas
o texto verbal, mas textos em todas as linguagens ( nas artes visuais, na
música, no cinema, na fotografia, na semiologia gráfica, no vídeo, na televisão,
no rádio, na publicidade, nos quadrinhos, nas charges, na multimídia e em
todas as formas infográficas), de tal modo que os alunos possam perceber pelo
viés do mesmo assunto, as diferentes formas da realização das práticas
textuais.
Nesse sentido as ações pedagógicas criadas, devem abranger a leitura,
a produção e a análise, envolvendo todo tipo de texto: literário, informativo e
publicitário, não apenas de atores consagrados, mas também texto dos alunos,
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do professor, do jornal, da revista, do folheto de rua, da publicidade. Esses
textos devem ser colocados em confronto, não apenas em suas formas, mas
também o conteúdo vinculado neles e suas marcas ideológicas.
É importante descobrir tais marcas, sensibilizando o aluno à força
ilocutória presente em cada texto, conscientizando-o que a linguagem é uma
das formas de influenciar no comportamento do outro.
Dessa forma se instaura o debate e a criação de situações concretas
para que o aluno se aproprie da linguagem oral e escrita, transformando a sala
de aula num espaço de debate permanente, onde o aluno deverá saber ouvir,
escutar e falar adequadamente o seu discurso ao outro, numa demonstração
de respeito e atenção.
Quanto a escrever, queremos que o nosso aluno tenha em mente um
interlocutor, isto é, que escreva para alguém ler, assim daremos incentivo à
realização de produções textuais para serem expostas em jornais e murais,
para participar de concursos, para que sejam lidas por colegas, pais ou
professores, enfim que se perceba a função social da escrita.
Os conteúdos gramaticais serão abordados através da análise
linguística, contextualizadas e de forma funcional, destacando a flexibilidade
estrutural da língua e a riqueza expressiva à disposição do falante.
A literatura favorece a intertextualidade, portanto, o texto literário e
temas da história literária brasileira serão o elemento motivador da discussão
de temas relacionados com as Artes, História, Sociologia, Filosofia, Biologia,
cultura-afro e outros.
As aulas de literatura, embora planejadas, devem estar abertas a
mudanças súbitas de seu rumo, dependendo da reação do aluno, incorporando
suas ideias e as relações textuais por ele estabelecidas.
Assim, deverá partir da leitura de textos literários integrais, ao invés de
resumos e aceitará no seu desenvolvimento os textos sugeridos pelos alunos
(a lembrança de um filme, de uma música, de outras leituras relacionadas a
qualquer disciplina, mesmo a lembrança de fatos vividos ou a produção do
próprio aluno), como ponto de partida para outros textos.
O professor, de Língua Portuguesa e Literatura, poderá utilizar vários
meios para aperfeiçoar a expressão e a compreensão dos seus alunos nos
níveis da oralidade, leitura e escrita, ao mesmo tempo em que o pensamento
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se expande, permitindo que os alunos façam suas próprias escolhas ante as
oportunidades que surgirem em sua vida social, educando-os para a liberdade
de ação e expressão.
Para atender as leis número 10.639/2003 e 11.645/2008, que
determinam o ensino dos conteúdos relacionados à História e Cultural Afro-
brasileira e Africana e Cultura dos povos Indígenas, a Educação do Campo
(quando houver esta especificidade), as questões de Gênero e Diversidade
Sexual, os Desafios Educacionais Contemporâneos (Educação ambiental Lei
número 9795/99, Prevenção ao Uso indevido de drogas, Enfrentamento à
Violência na Escola, Cidadania e Direitos Humanos e Educação Fiscal),
Direitos das Crianças e dos adolescentes conforme prevê o ECA Lei de
número 11525/2007, serão contemplados em todas as séries, na medida em
que serão trabalhados os gêneros textuais.
Apresenta-se alguns exemplos de como ocorrerão essas demandas:
Trabalho e desenvolvimento de atividades com: literatura africana, lendas
indígenas; música(letra e ritmo), filmes, reportagens sobre o português falado
em alguns países do continente africano; artigo de opinião sobre preconceito e
discriminação, autores brasileiros como Castro Alves, Machado de Assis,
Dalton Trevisan, Mia Couto, gráficos estatísticos , leis, mapas (educação
ambiental), notícias, dentre outros gêneros que abordem estas questões.
4. AVALIAÇÃO
A avaliação em língua Portuguesa faz parte de todo o processo de
ensino/aprendizagem devendo ser contínua, e permanente. A leitura, a
oralidade e a escrita, serão avaliados em contextos reais de comunicação, a
partir de critérios anteriormente estabelecidos e considerados adequados para
a turma. As atividades de avaliação devem ser vistas também, como reflexão
sobre o próprio processo de ensino e seus resultados, não só para verificar o
desenvolvimento dos alunos, mas principalmente para verificar o rendimento
das práticas pedagógicas.
Entendemos que a avaliação da aprendizagem deve subsidiar a
construção da aprendizagem bem sucedida, tendo o papel de auxiliar o
crescimento, e tem por objetivo a inclusão, seja do ponto de vista individual,
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seja do ponto de vista coletivo, integrando o educando num grupo de “iguais”,
os diferentes da sociedade.
Os avanços obtidos pelos alunos em relação aos conteúdos já
adquiridos serão avaliados de acordo com os seguintes critérios:
Demonstrar compreensão de textos orais nos gêneros previstos, por
meio de
Retomada dos tópicos do texto;(elementos de coesão);
Atribuir sentido a textos orais e escritos, posicionando-se criticamente
diante deles;
Compreender textos a partir do estabelecimento de relações entre
diversos segmentos do próprio texto, e entre o texto e outros
diretamente implicados por ele;
Redigir textos na modalidade escrita nos gêneros previstos
considerando as especificidades das condições de produção;
Escrever textos coerentes e coesos, observando as restrições impostas
pelo gênero;
Redigir textos utilizando recursos próprios do padrão escrito relativos à
paragrafação, pontuação e outros sinais gráficos, em função do projeto
textual;
Escrever textos sabendo utilizar os padrões da escrita, observando
regularidades linguísticas e ortográficas;
Revisar os próprios textos com o objetivo de aprimorá-los;
Utilizar os conceitos e procedimentos constituídos na prática da análise
linguística;
A princípio a avaliação é um julgamento de valor que conduz a uma
tomada de decisão envolvendo um processo de observação do aluno em face
aos objetivos propostos e será um processo contínuo, de forma progressiva,
dentro das observações feitas em cada atividade desenvolvida.
Tanto em trabalhos individuais ou em grupos, em sala ou atividades
extra-classe, todas as atividades devem ser avaliadas, pois são todas,
elementos de sequência dos conhecimentos básicos a serem ensinados.
A avaliação deve considerar aquele que ensina, aquele que aprende e a
relação que se estabelece entre todos os participantes do processo da
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aprendizagem. Com isto, analisar-se-ão todos os avanços e as lacunas dos
alunos, fugindo da tradicional visão de punição, passando a ser uma
observação daquilo que já se sabe, o que não se aprendeu direito e o que mais
deve saber.
Para contemplar o PPP da escola a avaliação deve ter caráter
diagnóstico com a finalidade de acompanhar e aperfeiçoar o processo de
aprendizagem dos alunos bem como o trabalho do professor. Assim, a
avaliação também será contínua, concomitante e bimestral, com prevalência
dos aspectos qualitativos incidindo sobre o desempenho individual do aluno,
utilizando técnicas e instrumentos diversificados e dando-se maior importância
à atividade crítica, à capacidade de síntese e elaboração pessoal.
Todas as estratégias para avaliação devem fazer parte de uma proposta
voltada para as necessidades e realidades dos alunos. Portanto, essas ações
devem ser constantemente avaliadas e reavaliadas para que a prática
pedagógica ganhe credibilidade.
Para que o aprendizado ganhe suportes fortalecedores, propiciando
resultados satisfatórios, serão utilizados vários recursos. A partir dos conteúdos
lançados e da metodologia definida, faz-se necessário uma avaliação mediante
os seguintes pontos:
Reconhecer as ideias básicas do texto;
Estabelecer a sequência;
Concluir fatos a partir do texto;
Reconhecer o gênero discursivo do texto;
Resumir a informação básica do texto;
Identificar informações específicas em textos;
Relacionar expressões to texto com outras equivalentes;
Reconhecer a tese do texto;
Identificar recursos coesivos;
Concluir fatos a partir do texto;
Determinar a intenção do texto;
Reconhecer informações implícitas;
Relacionar texto e imagem;
Identificar recursos poéticos;
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Interpretar linguagem figurada;
NA ESCRITA
Atribuir sentido a textos orais e escritos, posicionando-se criticamente diante
deles.
Compreender textos a partir do estabelecimento de relações entre diversos
segmentos do próprio texto e entre o texto e outros diretamente implicados por
ele.
Explanar diferentes textos, utilizando adequadamente entonação, pausas,
gestos, dentre outros.
Compreender e analisar os argumentos no discurso do outro/outra.
Expor objetivamente seus argumentos.
Organizar a seqüência da fala de modo que as informações não se percam.
Analisar os argumentos das colegas e dos colegas de classe em suas
apresentações e/ou nos gêneros orais trabalhados.
Utilizar intencional e conscientemente expressões faciais, gestuais e
corporais, pausas e entonação nas exposições orais, entre outros elementos
lingüísticos.
Analisar recursos da oralidade em cenas de desenhos, programas infanto-
juvenis, entrevistas, reportagem, entre outros.
Questionar idéias formuladas pelos colegas em discussões, debates, mesas
redondas e diálogos, entre outros.
NA LEITURA
O aluno perceba e determine seu horizonte de expectativas, ampliando e
incentivando o gosto pela leitura.
Diferencie o contexto de uso da linguagem formal e informal.
Identifique o tema e a idéia principal do texto.
Reconheça palavras e/ou expressões que denotem ironia e humor no texto.
Posicione-se argumentativamente.
Identifique e reflita sobre as vozes sociais presentes no texto.
Realize leitura compreensiva do texto.
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Realize leitura compreensiva do texto e das partículas conectivas.
Localize informações implícitas e explicitas no texto.
Perceba o ambiente no qual circula o gênero.
Analise as intenções do autor ou da autora.
Compreenda as diferenças decorridas do uso de palavras e/ou expressões no
sentido conotativo e denotativo.
Redija textos na modalidade escrita nos gêneros previstos, considerando as
especificidades das condições de produção.
Escreva textos coerentes e coesos, observando as restrições impostas pelo
gênero.
Produza textos utilizando recursos próprios do padrão escrito relativos à
paragrafação, pontuação e outros sinais gráficos, em função do projeto textual.
Escreva textos de acordo os padrões da escrita, observando regularidades
lingüísticas e suas variações.
Revise os próprios textos com o objetivo de aprimorá-los (refacção).
Utilize adequadamente os conceitos e procedimentos constituídos na prática
da análise lingüística, como o uso e função das classes de palavras.
Expresse suas idéias com clareza.
Diferencie o contexto de uso da linguagem formal e informal.
Empregue palavras e/ou expressões no sentido conotativo e denotativo.
Perceba a pertinência e use os elementos discursivos, textuais, estruturais e
normativos.
Diferencie o estilo próprio de cada gênero.
NA ORALIDADE
Expresse oralmente suas idéias com clareza e fluentemente, utilizando
adequadamente o discurso formal/informal de acordo com a situação.
Participe ativamente dos diálogos, relatos, discussões, encenações e
dinâmicas, entre outros propostos para a classe.
Respeite e compreenda os turnos da fala.
Apresente suas idéias com clareza, coerência e argumentatividade.
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Reconheça o estilo próprio de diferentes gêneros.
Referente à obra literária, amplies seu horizonte de expectativas, perceba os
diferentes estilos e estabeleça relações entre obras de diferentes épocas com o
contexto atual (no caso do ensino médio).
5. REFERÊNCIAS
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