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s bc informativo Comissões conquistam avanços importantes para sócios da SBC Élcio Landim Entrevista Motociclismo não é pecado para cirurgião de coluna ortopedista Mens Sana Participe da discussão do fórum interativo Caso Clínico A força da colaboração associativa Regionais 01 SBC Sociedade Brasileira de Coluna JUL-AGO-SET 2011
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Informativo SBC-01_Jul-Ago-Set_2011

Mar 24, 2016

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Informativo Sociedade Brasileira de Coluna nº 1 JULHO/AGOSTO/SETEMBRO - 2011
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Page 1: Informativo SBC-01_Jul-Ago-Set_2011

sbcinformativo

Comissões conquistam avanços importantes para sócios da SBC

Élcio Landim

Entrevista

Motociclismo não é pecado para cirurgião de coluna ortopedista

Mens Sana

Participe da discussão do fórum interativo

Caso Clínico

A força da colaboração associativa

Regionais

01

SBCSociedade Brasileira de Coluna

JUL-AGO-SET2011

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Publicação científica da Sociedade Brasileira de Coluna • Artigos originais Versão online • Indexada nas bases Lilacs e Scopus/Elsevier Distribuição gratuita para sócios com anuidade em diaEditor: Dr. Helton Defino • Editor Executivo: Dr. Sérgio Daher

REVISTA COLUNA /COLUMNASurpreenda-se com a qualidade da produção científica brasileira na área da coluna vertebral.

Assinatura para não sócios:

R$ 80,00

SBCSociedade Brasileira de Coluna

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Revista SBC JUL/AGO/SET 2011

Resposta positiva

É com grande orgulho e

satisfação que posso

dizer o quanto é bom

ter amigos. Tenho que dar crédito

aos colegas Sergio Zylbersztejn,

meu assessor, e Eduardo Gil, meu

companheiro da Comissão de

Capacitação Profissional desde

o Congresso da Costa do Sauípe,

que foram arrojados em elaborar

este nosso “novo” jornal, para

que quando chegarmos em casa

possamos desfrutar de uma leitura

informativa, atual e agradável.

O Congresso Brasileiro de Coluna,

em Campos do Jordão, foi um

sucesso. Na edição 2011, tivemos

cerca de 900 congressistas, e o Dr.

Marcelo Wajchenberg e sua equipe

realizaram um grande evento, que

primou pela alta qualidade científica.

Os nossos associados têm

demonstrado amadurecimento e

grande interesse no rumo e futuro

da Sociedade: foram duas as chapas

que se candidataram para a gestão

2013/2014 e quatro as cidades

para sediar o próximo Congresso

em 2013. Todos se envolveram de

tal forma que foi o quórum mais

representativo de uma Assembleia

da SBC, com 300 votantes.

Agradeço, especialmente, ao meu

irmão Edson Pudles e sua equipe

pela sua disposição em conduzir

os trabalhos da Comissão Eleitoral

com lisura, rapidez e precisão, bem

como ao Dr. Waldemar de Souza Jr.

e a Roberto Nadier, pela realização

das modificações prioritárias no

Estatuto. Estamos cientes de

que outras normas deverão ser

realizadas, porém discutidas com

maior profundidade.

Finalizando, parabenizo o Dr.

Carlos Henrique Ribeiro, presidente

eleito para 2013/2014, e o Dr.

Andre Luiz F. Andujar, presidente do

próximo Congresso, a ser realizado

em Florianópolis.

Luis Eduardo Munhoz da Rocha

Presidente

da Sociedade

Brasileira de Coluna

presidentep a l a v r a d o

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04

De cara nova

opinião

Ao longo dos 14 anos de

existência do Informativo,

sempre iniciei a coluna

Opinião com uma frase de efeito. Em todas

as ocasiões, elas traduziam um momento

especial em minha vida e também de que

modo estava sentindo a nossa SBC.

O conteúdo editorial do boletim vem sendo

recebido pelos seus leitores de inúmeras

maneiras; alguns aproveitaram para utilizar

em seu trabalho médico, outros

se identificaram com a essência

do boletim e muitos outros

tinham nas mãos, de modo

materializado, o que é a nossa

Sociedade.

Agora estamos vivenciando

um novo momento. E os

bons ventos estão trazendo

novidades promissoras para a

SBC, que está desenvolvendo

um grande trabalho em nível científico e

político.

O resultado disso é uma atuação

profissional concreta e objetiva no

cenário médico brasileiro em benefício do

ortopedista de coluna.

O presidente, Luis Eduardo Munhoz

da Rocha, está imprimindo mudanças

que visam dar transparência às suas

ações, assim como ampliar o elenco de

colaboradores para cumprir a extensa

pauta do nosso Informativo.

Para esse upgrade editorial, a partir desta

edição, contaremos com a participação do

colega Eduardo Gil F. Gomes, no cargo de

Coordenador Editorial do Informativo SBC.

O engajamento do Gil, desde a elaboração

da pauta até o acompanhamento da

finalização da edição, é bem-vindo. Aliás,

é de autoria dele o projeto de reformular o

boletim para o formato revista,

por meio de um projeto de

comunicação mais dinâmico e

diversificado dentro da nossa

estratégia de mídia escrita.

O nome Informativo

permanecerá, porém agora com

mais força nas suas 20 páginas,

que irão tratar de assuntos além

da medicina, com a redação da

nossa jornalista, Gilmara Gil.

O novo Informativo é a nossa cara e

ninguém melhor do que você, sócio leitor,

para enviar a sua opinião, sugerir pautas e

fazer críticas.

Por fim, a frase do presidente norte-americano

Barack Obama serve de incentivo para alçarmos

voos em grupo e mais altos. Sim, nós podemos.

Juntamente com o Eduardo Gil,

desejamos uma boa leitura ao sabor da

nova fase de sucesso do Informativo.

Sergio Zylbersztejn

Editor

“Yes, we can.

”Barack Obama

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05

Revista SBC JUL/AGO/SET 2011

nestae d i ç ã o

Ex-presidente Élcio Landim destaca a importância da Sociedade para a ciência da Coluna

Rodando o mundo pilotando uma motocicleta

Entrevista

Mens Sana

/08

/12

ResenhaCientífi ca/16Trabalho mostra a formação dos osteófitos vertebrais – classificação ornitológica

CasoClínico/11Compartilhe experiências no fórum interativo

Seu Olhar/18O flagrante de uma experiência de vida traduzida na emoção de fazer o bem

Comissões/06Novas ações criam instrumentos que trazem benefícios para os sócios

Artigo/14O excesso de informação no processo da tomada de decisão

Regionais/10Atuação em sintonia com a realidade da prática profissional

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06

Todos por um para o crescimento da SBC

“Acredito que estamos em meio a um momento em

que, finalmente, a Comissão de Educação Continuada da

SBC (CEC) começará a fazer o seu papel melhor, papel

que, tenho certeza, todos sabem que é extremamente

importante para a nossa Sociedade.” A afirmação é do

coordenador da comissão, Mauro Volpi, ao divulgar o

trabalho que vem sendo desenvolvido pela Sociedade na

área da educação continuada.

Um dos pontos altos das ações da CEC é o anúncio do

novo site da SBC (www.coluna.com.br), desenvolvido pela

empresa Web TV Interativa, de São Paulo. Embora na rede

ainda em fase inicial de funcionamento e organização,

já é possível observar o potencial desse importante

instrumento de tecnologia a serviço da informação.

“Acreditamos que essa ferramenta disponibilizará

o acesso a informações, discussões online, cursos a

distância e realização de teleconferências, além do

acesso a bibliotecas virtuais e uma infinidade de outras

opções que iremos conhecendo aos poucos”, destaca Volpi.

No campo da educação continuada, Volpi diz que, desde

2010, uma antiga reivindicação da Comissão, que era de

participar e opinar mais efetivamente sobre as programações

dos Congressos oficiais, como, por exemplo, o CBOT, tem

sido atendida com a presença de membros da

comissão em vários eventos, como aconteceu

recentemente no congresso da SBC em Campos de

Jordão. “Espero que os colegas organizadores dos

diversos eventos continuem contando com a nossa

participação, e inclusive exigindo isso”, salienta.

Outra questão importante, e sobre a qual o

estatuto antigo da SBC tinha impedimentos

negativos que foram sanados com o novo, diz

respeito aos cursos organizados em conjunto

com as Regionais.

A Comissão espera anunciar em breve alguns

cursos cuja organização está em andamento.

Segundo Volpi, os colegas das Regionais que

tenham interesse na realização dos eventos

devem entrar em contato com a Comissão.

Em conjunto com a diretoria executiva,

várias atividades de educação continuada estão

sendo planejadas em parceria com sociedades

internacionais, como a Eurospine, NASS, SRS,

SILACO e Sociedade Argentina de Coluna, para

citar algumas de grande representatividade no

cenário da coluna vertebral.

comissões

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Revista SBC JUL/AGO/SET 2011

Comissão Estatutária

No Congresso da SBC de Campos do Jordão,

a assembleia extraordinária alterou o Art. 36,

passando a Comissão de Finanças e Fiscal a ser eleita

e não mais nomeada pelo Conselho Consultivo.

 Com a decisão, na próxima eleição do Conselho

Diretor, em 2014, haverá também a eleição para

formação do Conselho de Finanças e Fiscal, com

três membros titulares e três membros suplentes.

Conforme explica o coordenador da Comissão

Estatutária, Waldemar de Souza Júnior, na

próxima Assembleia Ordinária, que será realizada

em novembro, em Ribeirão Preto, deverão ser

apresentadas novas alterações com a finalidade

de deixar o Estatuto e o Regimento Interno mais

abrangentes e dinâmicos.

“A comissão se coloca à disposição e estimula

os sócios da SBC para que enviem sugestões de

alterações, que devem ser encaminhadas para

o e-mail [email protected], para análise e

discussão na Comissão”, completa Waldemar.

  A Comissão Estatutária da SBC é composta

pelos seguintes membros: Waldemar de Souza

Júnior (SC); Roberto Nadier (BA); Alexandre Fogaça

Cristante (SP) e Raphael Matus Marcon (SP).

Exercício Profissional

Composta por 11 membros, a Comissão de

Capacitação Profissional (CCP) tem por objetivo

regulamentar e fiscalizar a entrada de novos

associados, cirurgiões de coluna ortopedistas e

cirurgiões de coluna neurologistas.

O grupo desenvolve uma função relevante na

atuação da Sociedade, que é elaborar e executar

o exame de acesso a novos membros, um trabalho

que vem merecendo o reconhecimento da comunidade

médica pela sua transparência, técnica e qualidade.

De acordo com o coordenador da CCP, Edson Pudles,

o exame tem apresentado um número crescente de

candidatos nos últimos anos. “São aproximadamente 50

candidatos inscritos por ano prestando o concurso em

Ribeirão Preto, sendo que oito candidatos pleiteando o

acesso por meio de documentos,benefício exclusivo para

colegas formados antes de 1997”, salienta Pudles.

Conforme explica, no momento a SBC conta com

36 Serviços Credenciados no Brasil para o estágio

mínimo de um ano, especificamente no tratamento das

patologias da Coluna. Além da realização da avaliação

dos novos candidatos, a CCP também é responsável pelo

Credenciamento dos novos Serviços, que se propõem a

formar especialistas.

Para Pudles, há uma grande ansiedade por parte dos

estagiários em relação ao Exame de Ribeirão Preto, que

em 2001 ocorrerá nos dias 25 e 26 de novembro, durante

a realização do Curso de Técnicas Modernas e Avanços em

Cirurgia da Coluna Vertebral. “Gostaria que ficasse claro

que o objetivo da CCP é a inclusão e não a classificação.

Por esse motivo, nunca é informada a nota obtida no

exame, simplesmente o candidato é informado da sua

aprovação”, justifica.

Segundo o coordenador, “a Comissão tem o cuidado de

escolher examinadores que estão envolvidos no processo

de formação de estagiários em seus Serviços para

auxiliarem na realização da prova oral por acreditarmos

que eles têm uma melhor percepção sobre se o candidato

tem condições mínimas para atuar na especialidade”.

A CCP comunica que os interessados em tirar dúvidas e

receber esclarecimentos sobre o Exame podem contatar

a secretaria da Sociedade, que está apta para prestar o

atendimento necessário sobre a realização da prova de

ingresso de novo membro.

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A partir desta edição vamos dedicar

um espaço exclusivo às lideranças

que comandaram a SBC durante

toda a sua história. Para inaugurar a seção

Entrevista, convidamos o Prof. Élcio Landim, que

presidiu a nossa Sociedade no biênio 1987/1988.

Professor Doutor do Departamento de Ortopedia

e Traumatologia da Faculdade de Ciências

Médicas da Universidade Estadual de Campinas

(UNICAMP), Landim é chefe da Disciplina de

Cirurgia de Coluna e Chefe do Grupo de Escoliose

da AACD (SP), e do Grupo de Cirurgia de Coluna

(Ortopedia) do Hospital Alemão Oswaldo Cruz,

em São Paulo. Com seu jeito simples de ser, o

cirurgião respondeu às perguntas do editor

executivo do Informativo SBC, Eduardo Gil. Em

tempos de muita novidade científica na área da

coluna vertebral, o ex-presidente disse que é

preciso ser criterioso na adoção de novas técnicas

cirúrgicas e enfatizou a importância do trabalho

em equipe para a segurança do paciente, além de

afirmar que vê com desconfiança a formação de

comitês de subespecialidades.

Informativo – O que o motivou a ser presidente

da Sociedade Brasileira de Coluna?

Élcio Landim - Na época, o primeiro presidente foi o

Prof. Waldemar Carvalho Pinto, na fundação do então

chamado Comitê de Coluna da SBOT, realizado em Belo

Horizonte. Até o Congresso Brasileiro de Ortopedia,

apenas organizamos a assembleia do Comitê de Coluna,

e decidimos lançar a candidatura com o objetivo de

organizar o Comitê e fazer um estatuto inicial.

Informativo - Quais as realizações do seu mandato

que ficaram marcadas na história de nossa Sociedade?

Landim - Realizamos o I Congresso Brasileiro de

Patologia da Coluna, que ocorreu em São Paulo no Centro

de Convenção Rebouças, e organizamos um estatuto

provisório com a relação dos sócios fundadores do

então Comitê, pela lista de participantes no Congresso

em Belo Horizonte. Eu tinha como vice-presidente o Dr.

Fernando Dalmo Borges, de Curitiba, o secretário era o

Dr. Tarcísio Eloy Pessoa de Barros Filho; tesoureiro, o Dr.

Eduardo Barros Puertas. Juntos, realizamos o Congresso.

Informativo - Como era a cirurgia de coluna

naquela época e como a vê na atualidade?

Landim - Era muito diferente. Usávamos as hastes de

Harrington para a correção das escolioses e das fraturas,

e também a tração com o Halo e o Gesso de Risser no

Ensinamentos de um mestre

entrevista

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09

Revista SBC JUL/AGO/SET 2011

pós-operatório. Pouco se tinha noção das estenoses,

tanto lombar como cervical. Hoje vemos uma evolução

imensa nos conceitos do tratamento das escolioses,

como a valorização do equilíbrio sagital e correção

da rotação, assim como novos implantes que foram

desenvolvidos.

Informativo - Como o senhor avalia o momento

atual da Sociedade Brasileira de Coluna?

Landim - Acho que é um bom momento que a SBC

atravessa, com novos sócios admitidos por exame, o

credenciamento dos serviços que formam os novos

cirurgiões, a participação dos neurocirurgiões. Não

estou muito convicto da formação de comitês de

subespecialidades, pois acho que divide em setores em

que não vejo grandes vantagens, além de fomentar a

desunião entre os grupos.

Informativo - Que mensagem seria importante

para o jovem cirurgião que ingressa na SBC?

Landim - Primeiro, que ele procure ter uma boa

formação na especialidade; segundo, que tenha

honestidade científica; terceiro, que seja criterioso na

adoção de novas técnicas que surgem a todo momento

e que, em curto prazo, acabam em desuso; e em quarto

lugar, que procure não trabalhar isolado, pois o trabalho

em equipe é mais saudável, oferece mais segurança e

menor risco de criar problemas para os pacientes.

Time do coração: São Paulo Futebol Clube,

Uma dica para ser um bom médico:

Ser competente naquilo que faz, manter-se sempre

atualizado, tratar os pacientes com gentileza e se

dedicar à profissão,

Uma frase que marcou: “Ler sem pensar é vão,

pensar sem ler é perigoso”. (Confúcio)

A maior virtude de alguém: Honestidade. “No

dia em que o malandro perceber as vantagens

da honestidade, ele vai ser honesto só de

malandragem” - frase ouvida do saudoso Prof.

Lizandro Santos Lima, de Curitiba.

O pior defeito de alguém: Falsidade

O que o emociona: Músicas românticas

Um passatempo: Cuidar do meu jardim

Um lugar para viajar: Europa e Nordeste do Brasil

Prato preferido: Moqueca Capixaba

Um filme: Em algum lugar do passado

Música inesquecível: Imagine (John Lennon)

Qual o lugar que escolheria para viver

depois de São Paulo: Salvador

O que gostaria de ouvir de Deus

quando chegar à porta do Céu:

“Volta para a TERRA, que ainda não é sua hora”

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01010

Com um trabalho atuante, as nossas

Sociedades Regionais desenvolvem

atividades locais que reforçam a

política da Sociedade em promover e difundir

experiências em temas da cirurgia da coluna e da

prática do exercício profissional.

Rio de Janeiro

Um bom exemplo vem da Regional SBC-RJ.

Fundada durante o Congresso de Foz do Iguaçu,

em 2008, a entidade realiza reuniões mensais na

terceira segunda-feira de cada mês, às 19h30min, na

Clínica CREB, em Botafogo. O presidente, Luiz Otávio

S. Penteado, explica que a Regional conta com o

apoio da maioria dos cirurgiões de coluna do Rio

de Janeiro que buscam trocar experiência na área

das patologias da coluna. “A principal característica

da nossa Regional é a integração das diversas áreas

de conhecimento da cirurgia da coluna tanto da

ortopedia quanto da neurocirurgia, e a utilização

de técnicas tradicionais e de cirurgias minimamente

invasivas”, enfatiza Luiz Otávio. Durante o VI Sincol,

que acontecerá no dia 4 de agosto, no Windsor

Barra Hotel, a Regional RJ terá uma programação

especial, com duração de duas horas, num espaço

cedido pelos organizadores do evento, os cirurgiões

Eduardo Barreto e Ricardo Ribeiro.

Paraná

Uma das afiliadas mais atuantes é a Regional

do Paraná. Ela realiza um calendário de atividades

científicas permanente em parceria com a SBOT e

Serviços Credenciados.

Segundo o presidente Xavier Soler i Graells,

neste ano, a sistemática das reuniões foi alterada

para melhor. “Tivemos já dois encontros mais

participativos e informais na discussão de casos clínicos

e palestras”, afirmando que depois tudo acaba em

churrasco num restaurante tradicional de Curitiba.

As atividades da Regional paranaense começam

com uma palestra de 20 minutos ministrada pelo

convidado do patrocinado. Depois é realizada uma

revisão bibliográfica por um R4 e, posteriormente, os

participantes discutem casos clínicos dos sócios da SBC,

onde são debatidos o diagnóstico e a conduta.

Rio Grande do Sul

O presidente do Comitê de Coluna do Rio Grande

do Sul, Cesar Dall Bello, afirmou que atualmente

os cirurgiões de coluna gaúchos estão realizando

reuniões com o intuito de normatizar e adequar a

tabela CBHPM às necessidades e aos procedimentos

atuais. “Já realizamos dois encontros e contamos

com uma expressiva participação de 28 colegas na

primeira reunião.”

Dall Belo destacou que o Comitê criou uma comissão

para tratar sobre honorários médicos. Ele explicou que

essa comissão já se reuniu neste ano e montou uma

tabela que será discutida com os convênios, entre os

quais a UNIMED POA.

Minas Gerais

A Regional-MG também realiza um trabalho

produtivo e agrupador entre os sócios da SBC e os

cirurgiões de coluna de Minas Gerais.

Segundo o presidente Enguer Beraldo, foram

realizadas duas reuniões científicas no primeiro

semestre de 2011. No encontro do mês de fevereiro e

de junho, a abordagem de 25 temas sobre a Coluna,

em cada evento, contou com cerca de 60 participantes.

A terceira reunião ocorrerá no dia 13 de agosto, das

8h às 14h, no Hospital da Baleia.

Atuação comresultados de sucesso

regionais

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Revista SBC JUL/AGO/SET 2011

evento

fórum

Será em Santa Catarina, na capital Florianópolis,

o XIV Congresso da SBC. A eleição da cidade-sede

ocorreu durante a realização do Congresso de Campos

de Jordão (SP).

O presidente do evento, André Andújar, responsável

pela candidatura de Florianópolis, adiantou que a

comissão organizadora está sendo definida e os

primeiros preparativos já estão em andamento, como a

data do evento, que acontecerá entre os dias 27 e 30 de

abril (sábado a terça-feira), sendo que na quarta-feira,

1º de maio, é feriado nacional (Dia do Trabalho).

Segundo Andújar, nessa época do ano, Floripa —

como é chamada carinhosamente a ilha pelos visitantes

— apresenta um clima ameno, com temperaturas que

variam de 19ºC a 28ºC. “Como as águas do Oceano

Atlântico estão mais quentes, é a estação com o

menor índice pluviométrico, e o sol emoldura a Praia

do Santinho, onde fica o Costão do Santinho Resort,

local do nosso Congresso”, justifica o ortopedista. Para

quem não conhece, o Costão do Santinho está situado

ao norte da Ilha de Santa Catarina, permeado por dunas,

costões, trilhas e sítios arqueológicos. O resort  é um

empreendimento turístico completo que possui 750 mil

metros quadrados de Mata Atlântica preservada e mais

de 200 mil metros quadrados de área construída. Além

disso, oferece um atendimento de padrão internacional

(alta gastronomia, SPA e lazer diversificado, que

inclui campo de golfe, complexo esportivo e náutico),

constituindo-se no maior conjunto de piscinas internas

e externas aquecidas em resorts no Brasil.

Escoliose idiopática do adolescente

Paciente, sexo feminino

Idade: 13 anos, Risser 3.

História: deformidade da coluna percebida pela mãe

há três meses. Paciente nega tratamento prévio, nega

demais doenças ou uso de medicações.

Resumo do caso: Escoliose idiopática do adolescente

tratada cirurgicamente com artrodose da coluna T4L1

com parafusos pediculares.

Diagnóstico: Escoliose Idiopática

do adolescente, Lenke 1B-.

Tratamento: Artrodese da coluna por via posterior

T4-L1 com parafusos pediculares

Resultado final: Artrodese seletiva torácica T4-L1,

obtida compensação do tronco e nivelação dos ombros.

Congresso da SBC em 2013 será em Florianópolis

O caso clínico do Fórum desta edição é uma colaboração

do dr. Alberto Ofenhejm Gotfryd, do Departamento de

Ortopedia e Traumatologia da Santa Casa de Santos (SP).

Participe enviando sua resposta, acessando www.coluna.com.br

i n t e r a t i v o

Page 12: Informativo SBC-01_Jul-Ago-Set_2011

12

pela Europa percorrendo estradas da Áustria

e Alemanha, sempre em busca de novas rotas

e paisagens.

Maçaneiro explica que é melhor viajar com

poucas pessoas. “Nunca gostei de andar com

grupo muito grande, de preferência não viajo com

mais de quatro motociclistas”, afirmou.

Da preparação da viagem, passando pelas

dificuldades (chuva, sol, gelo na pista), cada viagem

reserva surpresas em cada curva. Ele diz sentir-

se literalmente born to be wild. “Na minha moto,

encontro paz de espírito numa tentativa de deixar

para trás todo o stress do dia a dia de cirurgias e

casos complicados”, sentencia Carlos Henrique.

“A partir do momento em que o motociclista

coloca o capacete, tem a total sensação de

liberdade, confesso que nesse momento aquela

escoliose que descompensou no pós-operatório,

o Cage mal posicionado, a quebra do parafuso

pediculado... são coisas que vou resolver somente

quando voltar para casa”, afirma.

O ortopedista lembra que é muito importante ter

um bom relacionamento familiar, destacando que

a sua esposa, Rose, não só apoia a programação

das viagens como também se “arrisca” na garupa

do marido, porém somente em viagens curtas.

Aventura é o que não falta nas viagens rodadas

por Maçaneiro.

Quando tinha 15 anos de idade, Carlos

Henrique Maçaneiro ganhou sua

primeira motocicleta, num tempo em

que as regras de trânsito não eram tão rígidas

quanto hoje.

O ano era 1971 e, desde então, o ortopedista

catarinense sempre teve uma moto em sua garagem.

Ainda na década de 70, ele conta que já participava

de algumas corridas em Joinville com uma Yamaha

RD 350 cilindradas, conhecida como Viúva Negra,

“uma das motos mais inovadoras da época”.

Com o tempo, a paixão pelo motociclismo

aumentou e hoje ele pilota uma BMW GS 1200

cilindradas, a qual define como a sua “parceira ideal”.

Segundo Maçaneiro, nesses 40 anos ele

teve vários tipos e modelos, entre os quais,

motocross, custom, bike e touring. “Depois da

idade chegando e com a cabeça mais centrada,

resolvi investir numa máquina mais potente para

percorrer quilômetros mundo afora ao som do

ronco do motor e ao sabor dos ventos”, disse o

ex-presidente da SBC.

Nos últimos anos, o ortopedista percorreu

o deserto do Atacama, uma área de 200

quilômetros quadrados localizada no norte do

Chile, considerada o deserto mais alto e árido

do mundo. Ele também viajou pelo sul do Chile,

litoral do Uruguai e Argentina, além de passeios

Sobre duas rodas até o fi m do mundo

mens sana

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13

“Qual é o relacionamento do médico ortopedista (cirurgião de coluna) com o motociclismo? Existe o ‘medo’ de andar com a moto?”

Essas são as perguntas mais frequentes que

os pacientes e colegas médicos me fazem.

Confesso que quando pego a moto, seja para um

curto passeio ou para as viagens longas, sempre

me passa pela cabeça o risco de um acidente e

as complicações que possam acontecer.

Acredito muito no destino, acho que

esta passagem que nós temos por aqui está

prevista, determinada. É lógico que andar

bem-equipado, em velocidade compatível

com a estrada, evitar andar à noite e jamais

ingerir bebida alcoólica são alguns requisitos

de segurança indispensáveis.

Todos os riscos e, por que não dizer, até os

preconceitos para quem anda de motocicleta

são infinitamente menores do que o prazer

de andar de motocicleta em uma estrada às

vezes sem um destino final easy ride.

Além do prazer do motociclismo, também

encontro neste hobby uma forma de diminuir

as tensões que a nossa profissão nos causa.

Passar uma semana rodando a Cordilheira dos

Andes é combustível para um ano inteiro de

cirurgia de coluna.”

Um fato curioso, que ele define como “causos que não são de

pescador”, ocorreu em fevereiro de 2008, quando ele fazia uma

viagem sozinho, voltando do deserto do Atacama, no Chile.

“Ao cruzar o Paso Jama, onde passa a estrada mais ao norte na

fronteira do Chile com Argentina, com 4.300m de altitude, nos Andes

havia nevado e a temperatura era baixíssima. A presença de gelo na

pista obrigou a ficar parado. Aproveitei para tomar chimarrão com

alguns caminhoneiros e aguardar que o sol derretesse o gelo, para que

então eu pudesse seguir viagem. Nessa hora, precisamos ser pacientes

e a experiência conta muito.”

Em outro roteiro pela América do Sul, Maçaneiro se encantou

com uma paisagem, considerada inesquecível. Ao retornar de

Puerto Varas, no Chile, em direção a Bariloche, na Argentina, ele

avistou o Lago Nahuel Huapi, de origem glacial, com mais de 500

quilômetros quadrados e cerca de 700 metros acima do nível do mar.

“Era de um tom de azul único e ao fundo as montanhas do

extremo sul das Américas estavam parcialmente descongeladas. Tive

a oportunidade de conhecer os Alpes (suíço, alemão e francês), mas

tenho comigo que esse visual não perde em nada para esses ícones

geográficos europeus, com a grande facilidade de que a Patagônia

está próxima do Brasil.”

Outra viagem marcante foi em um tour pela Alemanha na região de

Fissen-Berg, em companhia de motociclistas amigos.

“O que me chamou a atenção foi o grande número de motociclistas

acompanhados com garupa, são nativos circulando por essas regiões

e tendo todo apoio da população em geral, ou seja, o motociclista é

mais respeitado do que em nosso país, pois é responsável e faz por

merecer o respeito de todos.”

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01414

Confira algumas dicas simples que podem ser

utilizadas para a tomada de decisão:

> Confie nos seus instintos. Existe uma razoável

probabilidade de que a primeira impressão que você

teve sobre uma questão seja a acertada.

> Sempre que seus instintos incluírem alguma

parcela de dúvida, postergue sua resposta. Não caia

na armadilha de acreditar que você sempre tem que

dar a resposta imediatamente. Abra o jogo, diga que

vai estudar melhor o assunto, que levará o caso para

discussão com outros colegas, e agende um retorno.

> Dê um tempo ao afluxo constante de informações.

Se algo está incomodando demais e você se sentir

incapaz de resolvê-lo, abandone temporariamente o

problema, deixe a questão “incubar” inconscientemente,

e retome mais tarde.

> Se você não estiver à vontade, não faça. A profissão

é séria, mas estamos envolvidos com ela muito tempo

do nosso dia. Se não for divertido, provavelmente não

vale a pena.

> Cultive um estilo de vida que permita tempo para

contemplação e análise dos resultados das suas ações.

Sobrecarregar-se com atividades em excesso não ajuda.

Estabeleça prioridades.

> Não perca a experiência que você adquiriu numa

ação! Um método simples é relembrar cada ação ao

final dela. Sempre que você terminar um procedimento

— uma consulta, uma cirurgia, um plantão, a avaliação

de uma radiografia —, invista um pequeno tempo

(podem ser segundos) investigando o que aconteceu:

avalie o que você acha que fez de forma adequada e

o que você acha que poderia ter sido feito de forma

diferente. Esse processo de conscientização faz com

que a ação seja rapidamente incorporada ao seu rol

de experiências, aumenta seu conhecimento prático

sobre o assunto, amadurece a visão e entendimento do

problema, faz com que as dúvidas diminuam ou cessem

e fortalece a efetividade das respostas instintivas.

As pessoas costumam acreditar que para

tomar uma decisão acertada elas devem se

basear numa análise profunda e extensa da

questão. Acreditam que, quanto mais informação, maior

será a probabilidade de avaliar o problema corretamente e,

portanto, de ser capaz de fazer a melhor escolha.

Dentre os recursos atualmente úteis e disponíveis para

a nossa vida, o acesso à informação sobressai. Saber o

que o pessoal da universidade está fazendo, qual técnica

cirúrgica tem sido mais empregada, qual é a aplicação de

um exame para o diagnóstico de uma patologia, buscar

evidências científicas para a prática médica: tudo isso

está a uma tecla de distância, basta digitar o assunto no

Pubmed ou no Google.

A impressão é de que essas informações ajudam a tomar a

melhor decisão tanto para si mesmo quanto para os pacientes.

No entanto, recentemente, a revista Newsweek publicou

um artigo da jornalista Sharon Begley em que ela descreve

como as atuais pesquisas na área das neurociências têm

demonstrado, claramente, que um cérebro sobrecarregado

de informações tem sua capacidade de processamento

congelada, o que aumenta brutalmente a possibilidade de

cometer erros tolos ou fazer escolhas ruins.

Está demonstrado que existe um sistema inconsciente que

guia muitas de nossas decisões, e esse sistema pode ser posto

de lado quando somos sobrecarregados por muita informação.

A chave para tomar boas decisões é basear-se no seu

inconsciente ou na sua intuição; no seu instinto. Decisões

que dependem de criatividade se beneficiam de manter o

problema “incubado” num nível inconsciente. Como existem

muitas decisões a serem tomadas, a noção de que a decisão

deve ser rápida tem se tornado dominante.

Num mundo em que os pacientes são cada vez mais

exigentes e em que nós exigimos resultados cada vez melhores

— a quantidade de opções terapêuticas disponíveis é imensa

e praticamente impossível de ser avaliada sistematicamente

—, uma decisão equivocada pode ser o estopim de um

problema insolúvel.

Informação, instinto, e o processo de tomada de decisão

Rafael Trevizan

Ortiz

[email protected]

Médico do Grupo do

Pé e Tornozelo do

IOT-HCFMUSP

Diretor da ABTPé –

Sociedade

Brasileira do Pé

Nota de rodapé: texto extraído, condensado e

editado a partir do Editorial original

do Boletim da ABTPé, publicação

trimestral da ABTPé, Ano 16 n.º 59,

com autorização do autor.

artigo

Page 15: Informativo SBC-01_Jul-Ago-Set_2011

015

Revista SBC JUL/AGO/SET 2011

15

Meus colegas da SBC. Tenho uma coisa

a confessar: sou um motociclista

inveterado e, até o Congresso de

Campos do Jordão, achava que era um dos poucos

malucos na profissão a andar de motocicleta.

Para minha alegria, descobri que existem vários

outros “loucos” como eu, cirurgiões de coluna

e apaixonados pelo motociclismo e amantes de

viagens longas, às vezes solitárias, outras com

ótimas companhias.

Motos são uma paixão;  nelas temos a sensação

de liberdade, a velocidade, o vento no peito, as

viagens para locais pouco conhecidos, os encontros,

as conversas; tudo sempre em alto-astral.

Essa paixão é universal e percebi isso na

viagem mais incrível que já fiz, quando rodei de

motocicleta mais de 2.700 km pela Alemanha,

República Tcheca, Holanda e Bélgica, junto com

minha esposa e mais um casal de amigos.

As melhores viagens são aquelas em que vamos

de motocicleta e, não importando o tempo, chuva,

sol, dia ou noite, sempre que paramos temos

assuntos para conversar e admiradores de nossas

máquinas. Desse modo, estreitamos as nossas

amizades além-fronteiras.

Sou um feliz proprietário de uma máquina

fantástica e casado com uma mulher que ama

motocicleta, que pilota a moto dela e sempre

viajamos juntos, e conversando com ela tivemos

a ideia de formar um grupo de motociclistas da

Sociedade Brasileira de Coluna, que batizei de

COLUNA’S RIDERS.

A intenção principal é a de reunir amigos que

têm dois objetivos em comum: realizar cirurgias da

coluna e viajar muito de motocicleta.

Pensei em nos conhecermos pessoalmente, por

e-mail ou por alguma rede social  e

assim formarmos grupos de várias

partes do Brasil para que possamos

ir aos congressos e cursos da SBC de

motocicleta, além de passeios fora do

calendário oficial tipo bate-volta ou

passeios de final de semana e diversas

outras atividades. Floripa 2013!

A ideia está lançada. Eu estou

sempre viajando de moto e conheço

vários locais excelentes para

viajarmos juntos, tanto no Brasil

quanto no exterior — por que não

uma viagem lá fora? Tenho certeza

de que todos os que desejarem

participar também conhecem

lugares incríveis.

Não adianta ficarmos separados,

o melhor é viajarmos juntos e

dividirmos experiências e alegrias.

E o mais legal de tudo é que

nós podemos levar nossas(os)

companheiras(os) e filhos, e será

muito bom para todos se conhecerem

e confraternizarem num momento de

pura felicidade.

Quem estiver interessado, favor

entrar em contato comigo para que,

quem sabe, em breve, possamos 

criar um grupo muito ativo e unido,

composto tanto por nós, médicos(as)

quanto por nossas esposas, maridos,

namorados(as), etc.

Abraços aos amigos da Sociedade

Brasileira de Coluna, ficarei aguardando

o contato.

Coluna’s Riders

parceria

JoséGryngogiel

[email protected]

Membro da SBC,

neurocirurgião

de coluna

A intenção

principal é a

de reunir

amigos que têm

dois objetivos

em comum:

realizar

cirurgias da

coluna e viajar

muito de

motocicleta.

Page 16: Informativo SBC-01_Jul-Ago-Set_2011

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Resumo

Macnab et al., em 1954, descreveram

cinco tipos de esporões nas

articulações vertebrais que se

correlacionavam com alterações nos discos

intervertebrais. Nathan, em 1962, descreveu

quatro graus de osteófitos vertebrais que

evoluem do grau I, como pequenos, ao grau

IV, como praticamente anquilose do espaço

discal. Em 1971, Macnab et al. descreveram

dois tipos de osteófitos vertebrais, os

em tração e os em garra, caracterizando

instabilidade vertebral que evoluía para a

estabilização natural. Kirkaldi-Willis, em

1982, observou que à medida que o osteófito

progride ocorre, progressivamente, maior

rigidez do espaço discal correspondente.

Wright, em 1983, citou a utilização do

termo bico de papagaio para caracterizar os

osteófitos vertebrais.

O objetivo foi o de correlacionar os graus da

classificação de Nathan com aves com bicos

de tamanhos diferentes e progressivamente

maiores, em periquito no grau I, maritaca

no grau II, papagaio no grau III e arara

no grau IV. Essa conotação facilita muito a

comunicação, principalmente com o paciente

leigo, já que caracteriza o grau de doença

degenerativa com o pássaro correspondente,

enfatizando que nem todos os osteófitos

são bicos de papagaio como comumente

conhecidos e, portanto, o grau de artrose

pode variar de mínimo a severo.

Macnab, em 1971, descreveu a ocorrência dos esporões

que surgem à medida que a degeneração discal progride,

caracterizando a instabilidade que ocorre no local. Ao

passo em que essa degeneração discal progride, ocorrem

também movimentos anormais com escorregamentos

vertebrais. Os esporões, chamados de osteófitos de

tração, devem ser diferenciados dos osteófitos em garra,

já que os primeiros se mantêm horizontais e nunca se

curvam buscando o contato entre eles, o que caracteriza

os osteófitos em garra.

Estes osteófitos de tração evoluem para os osteófitos

em garra, e à medida que se tocam podem se juntar,

diminuindo a mobilidade e nos estágios mais avançados

anquilosando o segmento, estabilizando o segmento

inicialmente instável.

Kirkaldy-Willis, em 1985, observou que nos estágios

iniciais da degeneração discal o segmento vertebral se

torna instável, e que nos estágios mais avançados, com

a formação osteofitária reativa, o segmento se torna mais

rígido que o normal. Descreveu três estágios de evolução da

doença degenerativa lombar, sendo na fase 1, onde ocorrem

alterações morfológicas mínimas, na fase 2, quando ocorrem

movimentos anormais caracterizando a instabilidade, e na

fase 3, em que ocorre rigidez do segmento devido à fibrose

capsular e discal, com o desenvolvimento dos osteófitos

Osteófi tos Vertebrais – Classifi cação ornitológica

resenhac i e n t í f i c a

1º grau 2º grau 3º grau 4º grau

Classificação de Nathan dos osteófitos vertebrais, dividindo em 4 graus.

Page 17: Informativo SBC-01_Jul-Ago-Set_2011

Revista SBC JUL/AGO/SET 2011

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resultando em movimento mínimo entre as vértebras, sendo

que a rigidez é progressiva e relacionada à evolução da

degeneração discal.

Segundo Nathan, osteófitos posteriores são raros e mais

tardios e em nenhum caso foi encontrado osteófito posterior

de quarto grau, portanto nunca chegarão à caracterização

de arara. Não se desenvolveram onde a aorta estava

presente. Nas escolioses acontecem na concavidade e não

na convexidade. Os osteófitos têm relação com o tamanho

da vértebra, portando são maiores na região lombar.

Esporadicamente, na região anterior da coluna cervical

podem levar à compressão do esôfago com desfaria, seriam

os do tipo papagaio ou arara.

Conforme Nathan, os osteófitos têm início ao redor dos

20 anos de idade e ao redor dos 40 anos 100% das colunas

estudadas tinham algum osteófito, ao redor dos 50 anos

todos os casos tinham pelo menos um osteófito de segundo

grau, maritaca, e ao redor dos 80 todos os esqueletos tinham

osteófitos de terceiro e quarto graus, papagaio e arara.

Osteófitos ocorrem em resposta à carga (anterior maior

que posterior na vértebra), osteófitos torácicos maiores na

parte anterior e na cervical na parte posterior e o mesmo

nas escolioses maiores na concavidade. Osteófitos mais

frequentes em C5, T8 e L4 maior carga devido ao ápice das

curvaturas fisiológicas, e onde a linha da gravidade cruza a

coluna temos a menor incidência T1, T12 e L5.

Osteófitode garra

Osteófitode tração

Imagem demonstrando os osteófitos em garra

e de tração segundo classificação de MacNab.

Imagem dos pássaros com os osteófitos correspondentes

Periquito Maritaca Papagaio Arara

Nathan cita que os osteófitos são de osso cortical

mais forte que o da própria vértebra e que os graus

mais avançados de anquilose correspondem à

artrodese vertebral.

Conclusão

A classificação proposta, relacionando o tamanho

dos osteófitos vertebrais ao tamanho do bico das aves,

em periquitos para osteófitos menores, maritacas

para os levemente maiores, os papagaios para

maiores ainda e arara para aqueles que praticamente

se unem, tem aplicação prática na apresentação do

problema para o paciente, pois caracteriza bem o

que realmente o paciente apresenta e não somente o

tipo papagaio, que é conhecido tanto na linguagem

leiga como especializada.

Autores:

Dr. Jair Ortiz Ortopedista da Clínica Orthos - Campinas / SPDr. Rafael Tormin Ortiz Residente de Ortopedia – R3 – Instituto Jundiaiense de Ortopedia e Traumatologia – Jundiaí / SPDr. Rodrigo Tormin Ortiz

Ortopedista da Clínica Orthos - Campinas / SP

Mais informações sobre o artigo, contatar os autores: [email protected]

Page 18: Informativo SBC-01_Jul-Ago-Set_2011

18

“Esta imagem foi realizada no dia 31 de maio de 2011,

meu último dia de missão com Médicos Sem Fronteiras

(MSF), em Abidjan, a capital econômica da Costa do Marfim.

A foto mostra uma das tendas-enfermaria da organização,

que trabalha há meses no país devido aos conflitos gerados

pela sucessão presidencial.  Eu registrei  esse momento

porque foi a despedida de um dos pacientes que me

marcou. Ele estava muito feliz com o tratamento proposto

e com o resultado, pois quando cheguei tinha indicação de

amputação do braço.

É emocionante sentir a gratidão dessas pessoas com

nosso trabalho. É forte o sentimento do ser médico e de

poder ajudar sem esperar nada em troca. É recompensador

cada sorriso recebido. É uma experiência de vida que sugiro

a todos os colegas que, um dia, já pensaram em realizar

ajuda humanitária. Vale muito a pena!“

Participe deste espaço enviando uma foto para o e-mail

[email protected], colocando seu nome, a cidade

onde atua profissionalmente e a data em que fez a imagem,

acompanhada de um texto sobre a sua percepção do flagrante.

Alexandre Philippe Boss Jaccard, de Londrina (PR), é

ortopedista com atuação em coluna vertebral. O cirurgião

trabalha no projeto www.experienciasdevida.com.br, sendo

que a primeira missão como voluntário do MSF foi no Haiti,

em 2010, após o terremoto que vitimou cerca de 250 mil

pessoas e deixou mais 1 milhão de desabrigados.

Expediente

Presidente: Dr. Luis Eduardo Munhoz da Rocha             

Vice-Presidente: Dr. Carlos Henrique Ribeiro                

1º Secretário: Dr. Mauro dos Santos Volpi

2º Secretário: Dr. Marcelo Wajchenberg               

1º Tesoureiro: Dr. Alexandre Fogaça Cristante      

2º Tesoureiro: Dr. Asdrubal Falavigna   

Colaboram nesta edição:

Drs. Alberto Gotfryd, Alexandre Phillipe Boss Jaccard,

Eduardo Gil França Gomes, José Grynfogiel,

Jair Ortiz e Rafael Trevisan Ortiz            

Jornalista Responsável:

Gilmara Gil – MTBRS 5439

e-mail: [email protected]

Coordenador Editorial:

Dr. Eduardo Gil França Gomes

e-mail: [email protected]

Editor: Dr. Sérgio Zylbersztejn

e-mail: [email protected]

Arte final e editoração: Luciano Maciel

Periodicidade: trimestral

Impressão: Trindade Ind. Gráfica Ltda.

Os artigos são de inteira responsabilidade de seus autores.

Endereço:

Sociedade Brasileira de Coluna – SBC

Alameda Lorena, 1304 - sala 1406

CEP: 01424-001 – São Paulo -SP

Telefax: (11) 30886615

Endereço eletrônico: [email protected]

www.coluna.com.br

Secretária: Ana Maria

Fale com o Informativo SBC enviando sugestão de assuntos para a próxima edição: [email protected]

SBCSociedade Brasileira de Coluna

ÓRGÃO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE COLUNA

seu olhar

Page 19: Informativo SBC-01_Jul-Ago-Set_2011

Revista SBC JUL/AGO/SET 2011

agendaagenda

VI Sincol - Simpósio Internacional Coluna & Lasas Meeting

Data: 4 de agosto/2011

Local: Windsor Barra Hotel & Congressos

Informações: www.sincol.com.br

Simpósio Internacional de Radiologia Intervencionista em Oncologia

Data: 6 e 7 de agosto/2011

Horário: 7h30min às 18h

Local: Auditório do Hospital Samaritano de São Paulo

(Rua Conselheiro Brotero, 1486 - Higienópolis)

Convidado especial: Prof. Afshin Gangi, radiologista

intervencionista da Universidade Louis Pasteur de

Estrasburgo, França

Workshop: Vertebroplastia Percutânea

(vagas limitadas a 15 participantes)

Inscrições: (11) 3821 5719 - 3821 5725

10ª Edição do Ciclo de Cursos do CCMI

Data: 9 e 10 de setembro/2011

Local: Hotel Deville, Porto Alegre/RS

Tema: “O estado da arte da cirurgia

minimamente invasiva de Coluna

no Brasil”

Programa: O que é uma cirurgia

minimamente invasiva de coluna?

E o que eu, profissional de saúde,

tenho a ver com isto?

Informações: www.ccmi-sbc.com.br

Spineweek

Data: 19 a 21 de setembro/2011Local: Centro de Convenções de Milão, ItáliaRealização: Euro SpineInformações: www.eurospine.org

XI Congresso SILACO

Data: 13 a 15 de outubro/2011

Local: Sheraton Buenos Aires,

Argentina

Palestrantes convidados:Jean Marc Vital e Ferran Pellisé (França)Temas livres e posters: 1º de agosto, data de encerramento para enviar trabalhos.

Informações:

www.silaco.org

ago/11 set/11 out/11

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