“O SISTEMA CANTAREIRA PODE SECAR? ” Informativo Mensal - Volume 17 A FALTA DE ÁGUA E O SISTEMA CANTAREIRA. O tema água é o mote do Instituto Navega São Paulo, e isso nos potencializa como catalizadores de informações e experiências sobre a má utilização dos recursos hídricos, entendemos que estás experiências são relevantes e devem ser debatidas e somadas na busca de soluções efetivas e sustentáveis. Neste informativo propomos dar continuidade ao tema e compartilhar com você a resposta para uma pergunta frequente que é “ O Sistema Cantareira pode secar? ” À medida que o nível do Sistema Cantareira vai diminuindo, as pessoas perguntam sobre a possibilidade de ele efetivamente chegar a zero, sem volume morto que possa servir de alternativa. Segundo os técnicos, a resposta direta é sim, ele pode secar. Essa situação poderá acontecer ainda em 2015, pois a quantidade de água que sai (consumo e evaporação) é maior do que a entregue pelas chuvas. Tem sido assim nos últimos meses. Para que isso não ocorra, precisamos de chuvas acima da média, algo que não se vislumbra para o próximo verão. Mas, independentemente de ele secar, como será o nosso futuro? Isso se explica pelo fato de, aos poucos, atingirmos níveis cada vez menores nesse sistema, com impactos para a sua recuperação. Quanto mais avançamos em direção à base, mais longo será o caminho de volta. A VOZ DO TIETÊ Desde 2005 o Instituto Navega São Paulo tem o objetivo de atrair a atenção da população para o rio Tietê a partir do seu trecho mais degradado que é a região metropolitana de São Paulo. Conseguimos atingir nosso proposito por meio das navegações monitoradas na embarcação Almirante do Lago, entre as pontes dos Remédios e das Bandeiras. Agora nossa proposta com este informativo mensal é atrair sua atenção, levando até você informações sobre o nosso Tietê para que juntos identifiquemos o que fazer para revitalizar tão precioso patrimônio ambiental.
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“O SISTEMA CANTAREIRA PODE SECAR? ”
Informativo Mensal - Volume 17
A FALTA DE ÁGUA E O SISTEMA CANTAREIRA.
O tema água é o mote do Instituto Navega São Paulo, e isso nos
potencializa como catalizadores de informações e experiências sobre a
má utilização dos recursos hídricos, entendemos que estás experiências
são relevantes e devem ser debatidas e somadas na busca de soluções
efetivas e sustentáveis.
Neste informativo propomos dar continuidade ao tema e compartilhar
com você a resposta para uma pergunta frequente que é “ O Sistema
Cantareira pode secar? ”
À medida que o nível do Sistema Cantareira vai diminuindo, as pessoas
perguntam sobre a possibilidade de ele efetivamente chegar a zero, sem
volume morto que possa servir de alternativa. Segundo os técnicos, a
resposta direta é sim, ele pode secar.
Essa situação poderá acontecer ainda em 2015, pois a quantidade de
água que sai (consumo e evaporação) é maior do que a entregue pelas
chuvas. Tem sido assim nos últimos meses. Para que isso não ocorra,
precisamos de chuvas acima da média, algo que não se vislumbra para o
próximo verão.
Mas, independentemente de ele secar, como será o nosso futuro? Isso
se explica pelo fato de, aos poucos, atingirmos níveis cada vez menores
nesse sistema, com impactos para a sua recuperação. Quanto mais
avançamos em direção à base, mais longo será o caminho de volta.
administração nacional de oceanos e atmosfera do governo americano).
Entendemos que estamos sendo cobrados pela nossa inadimplência ambiental, sobre situação do Sistema
Cantareira.
O grande problema é que, devido ao fato de o nível d´água estar muito baixo, chuvas normais não permitirão que o
Sistema Cantareira atinja rapidamente uma situação de segurança. Mesmo considerando uma recarga normal, da
ordem de 20% do volume total do Sistema, isso apenas nos levaria a um nível similar ao verificado em dezembro de
2013, o que é pouco.
Em resumo: Segundo técnicos, nós vamos levar um bom tempo até que consigamos sair desta situação,
principalmente porque continuamos a utilizar a água das represas que compõem o Sistema. Modelos matemáticos
apontam para um prazo ao redor de cinco anos
para recuperação, podendo até mesmo ser
maior.
Isso vai depender de como o clima vai se
comportar nos próximos anos. Um prazo menor,
embora factível, é improvável diante do nível
atual e do histórico de recarga do Sistema.
Há outros fatos que merecem a nossa atenção. O
sistema de abastecimento de água da Região
Metropolitana de São Paulo (RMSP) vem
trabalhando muito próximo ao seu limite
operacional nos últimos dez anos. Isso o torna
mais vulnerável a eventos climáticos como
elevação da temperatura (com aumento de consumo) ou secas mais prolongadas.
Essa situação mostra que a recomposição das represas que abastecem a RMSP vai apenas nos levar de volta a um
cenário que não afasta a possibilidade de novas crises. É fundamental rediscutir a questão da água, dentro de uma
perspectiva de governança de uma região que busque o protagonismo de soluções inteligentes e sustentáveis.
As obras propostas pelo governo do Estado
terão o mérito de apenas mitigar parcialmente
esse problema, sem resolvê-lo de uma maneira
mais permanente. E elas serão concluídas
dentro de três ou quatro anos. O que fazer
então?
É necessário que o Estado mostre os cenários
com os quais está trabalhando e as medidas
propostas para cada um deles. Isso é
fundamental para uma administração
estratégica do abastecimento de água da região
metropolitana e para conscientizar a
população.
Negar que o Sistema Cantareira pode atingir o nível zero (sem água disponível para captação) é incentivar as pessoas
a não pouparem o suficiente. É preciso difundir o uso adequado de fontes alternativas desse recurso, como a água
de reuso, captação de água da chuva, práticas de redução de consumo e uso de água subterrânea.
Há soluções disponíveis e a boa notícia é que, usando racionalmente, não precisaremos abrir mão da nossa
qualidade de vida. A alternativa é a escassez, isso sim um problema que afetará todos e repercutirá na nossa
qualidade de vida e na manutenção das atividades econômicas da região.
Carta da Terra – Princípios
“Aceitar que, com o direito de possuir, administrar e usar os recursos naturais, vem o dever de prevenir os danos ao meio ambiente e de proteger os direitos das