“ COMO DESPOLUIRMOS O RIO TIETÊ ?” Informativo Mensal - Volume 30 A PERGUNTA CONTINUA... CONSEGUIREMOS DESPOLUIR O RIO TIETÊ? Entendemos que a revitalização do Tietê é possível e para apresentar uma referência, voltamos a destacar a revitalização de um rio de Seul, na Coréia do Sul, mudou a paisagem a tal ponto que as imagens de antes e depois parecem falsas. Rio Cheonggyecheon, em Seul, na Coréia do Sul. Após ser recuperado pela prefeitura Quem vê a água limpa descendo pelo rio Cheonggyecheon, em Seul, na Coréia do Sul e pode usufruir das áreas verdes que tornaram o centro de cidade mais agradável, não imagina que, até o início da década passada, aquela era apenas mais uma zona urbana degradada, a exemplo de tantas outras pelo mundo afora. Para garantir a recuperação ambiental, a prefeitura local tomou decisões radicais, incluindo a demolição de um viaduto que cobria esse canal urbano totalmente poluído. Cerca de 620 mil toneladas de concreto foram ao chão e investimentos de US$ 380 milhões tornaram realidade o que parecia impossível: assegurar a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos a partir da paisagem restaurada. A recuperação do rio Cheonggyecheon é considerada uma referência mundial em humanização de cidades, não só pela despoluição das águas, mas pela construção de parques lineares que devolveram o contato das margens aos moradores, cidade que é a sétima maior do mundo em número de habitantes? Tem 10,3 milhões de pessoas. A VOZ DO TIETÊ Desde 2005 o Instituto Navega São Paulo tem o objetivo de atrair a atenção da população para o rio Tietê a partir do seu trecho mais degradado que é a região metropolitana de São Paulo. Conseguimos atingir nosso proposito por meio das navegações monitoradas na embarcação Almirante do Lago, entre as pontes dos Remédios e das Bandeiras. Agora nossa proposta com este informativo mensal é atrair sua atenção, levando até você informações sobre o nosso Tietê para que juntos identifiquemos o que fazer para revitalizar tão precioso patrimônio ambiental.
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“ COMO DESPOLUIRMOS O RIO TIETÊ ?”
Informativo Mensal - Volume 30
A PERGUNTA CONTINUA... CONSEGUIREMOS
DESPOLUIR O RIO TIETÊ?
Entendemos que a revitalização do Tietê é possível e para apresentar
uma referência, voltamos a destacar a revitalização de um rio de Seul, na
Coréia do Sul, mudou a paisagem a tal ponto que as imagens de antes e
depois parecem falsas.
Rio Cheonggyecheon, em Seul, na Coréia do Sul. Após ser recuperado pela prefeitura
Quem vê a água limpa descendo pelo rio Cheonggyecheon, em Seul, na
Coréia do Sul e pode usufruir das áreas verdes que tornaram o centro de
cidade mais agradável, não imagina que, até o início da década passada,
aquela era apenas mais uma zona urbana degradada, a exemplo de
tantas outras pelo mundo afora.
Para garantir a recuperação ambiental, a prefeitura local tomou decisões
radicais, incluindo a demolição de um viaduto que cobria esse canal
urbano totalmente poluído. Cerca de 620 mil toneladas de concreto
foram ao chão e investimentos de US$ 380 milhões tornaram realidade o
que parecia impossível: assegurar a melhoria da qualidade de vida dos
cidadãos a partir da paisagem restaurada.
A recuperação do rio Cheonggyecheon é considerada uma referência
mundial em humanização de cidades, não só pela despoluição das águas,
mas pela construção de parques lineares que devolveram o contato das
margens aos moradores, cidade que é a sétima maior do mundo em
número de habitantes? Tem 10,3 milhões de pessoas.
A VOZ DO TIETÊ
Desde 2005 o Instituto Navega
São Paulo tem o objetivo de
atrair a atenção da população
para o rio Tietê a partir do seu
trecho mais degradado que é a
região metropolitana de São
Paulo. Conseguimos atingir
nosso proposito por meio das
navegações monitoradas na
embarcação Almirante do Lago,
entre as pontes dos Remédios e
das Bandeiras. Agora nossa
proposta com este informativo
mensal é atrair sua atenção,
levando até você informações
sobre o nosso Tietê para que
juntos identifiquemos o que
fazer para revitalizar tão
precioso patrimônio ambiental.
DIA DO TIETÊ 22.09.2011 – PTE. DAS BANDEIRAS
O concreto do viaduto derrubado foi
reciclado, e as obras de recuperação, iniciadas
em meados de 2003. Três anos depois, parte
do canal de 80 metros de largura foi aberto
ao público e em menos de 4 anos, o projeto
foi concluído, com a entrega aos moradores
de áreas verdes que totalizam 400 hectares,
distribuídas ao longo de oito quilômetros de
extensão.
Para facilitar o acesso ao local, além da
construção de novas pontes, o sistema de
transporte coletivo foi ampliado, o que
significou uma redução no número de
veículos nos arredores. As interferências
urbanísticas e as obras de melhoria ambiental fizeram a temperatura na área do canal cair em média 3,6°C em
relação a outras regiões da cidade.
O projeto entregou aos moradores da
região áreas verdes que totalizam 400
hectares.
O arquiteto urbanista Clodualdo Pinheiro
Júnior, diretor de Desenvolvimento da
empresa municipal Urbanização de
Curitiba (URBS), visitou Seul e ficou
impressionado com a experiência de
recuperação do rio Cheonggyecheon.
Nos dias mais quentes, as pessoas
molham os pés na água.
É um belo exemplo de melhoria da
qualidade de vida da população, diz
o arquiteto. Ele conta que para
realizar o projeto e demolir o
viaduto, por onde passavam
aproximadamente 160 mil
automóveis por dia, a prefeitura de
Seul enfrentou resistências,
sobretudo de comerciantes, que
foram realocados. Símbolo da
expansão urbana e da busca por
soluções para dar conta do
incremento do tráfego no centro da
cidade, aquela estrutura de concreto, com seis pistas de alta velocidade, havia coberto totalmente o antigo canal
onde as mulheres lavavam roupas havia mais de 50 anos.
A polêmica obra da prefeitura de Seul começou em 1999. O atual presidente da Coréia do Sul, Lee Myung Bak,
prefeito naquela época, foi o responsável pela mobilização para despoluir o canal, demolir o viaduto e criar os
parques lineares. Para tocar a empreitada foi chamado o urbanista Kee Yeon Hwang, que, após várias consultas à
população, desenvolveu o projeto de recuperação ambiental e urbanística. A equipe dele também passou mais de
seis meses investigando alternativas para melhorar o tráfego.
De acordo com especialistas, o poder público local optou por construir um semi-anel viário para desviar o tráfego da
área do antigo viaduto. A cidade agora respira mais e o pedestre pode vê-la melhor. Para os urbanistas, Seul
conseguiu uma proeza que parece impossível para outras metrópoles mundiais, entre as quais São Paulo.
No caso da capital paulista, criando um paralelo, temos o Minhocão, viaduto que, além de interferir negativamente
na paisagem, concentra degradação social e ambiental no seu entorno, problema que consideramos desafiador
quando se pensa na sustentabilidade das cidades. Entendemos que ao elaborar um projeto, o urbanista tem que
pensar em questões que transcendem os limites da arquitetura. Isso inclui os problemas sociais que uma obra pode
evidenciar no longo prazo.
INSPIRAÇÃO CURITIBANA
Seul, como Barcelona, na Espanha, é um exemplo de metrópole cujo espaço urbano foi fortemente requalificado
para sediar os Jogos Olímpicos. A recuperação do rio no centro da cidade é continuidade do processo de outras
grandes reformas estruturais que ficaram como legado da Olimpíada de 1988. As preocupações com o crescimento
do tráfego de veículos, no entanto, têm levado os gestores coreanos a buscar experiências inovadoras ao redor do
mundo a de Curitiba é uma delas.
Na capital sul-coreana, por onde circulam 2,8
milhões de automóveis, o sistema de ônibus
transporta 25% dos passageiros da cidade,
enquanto o metrô faz 35% dos deslocamentos.
Seul se inspirou no nosso projeto de vias
segregadas. Essas pistas, exclusivas para ônibus,
começaram a tomar forma em 1974 e
transformaram Curitiba em referência de cidade
que melhorou a infraestrutura viária para dar
vazão ao transporte de massa.
A paisagem urbana preservada, ou revitalizada, é parte da qualidade de vida nas cidades. É por isso que, ao pensar
em ampliar as soluções de transporte urbano, Curitiba está construindo o metrô aproveitando canaletas criadas para
as vias segregadas. Escavando apenas sete metros e sem necessidade de desapropriar imóveis, estima-se que os
custos das obras devem cair 50%, além de o impacto ambiental ser menor. As áreas superficiais, destinadas ao
projeto, serão equipadas com parques lineares e outros espaços verdes, inspirados na experiência de Seul.
O grande desafio de Seul ainda é despoluir o rio
Han, principal curso d`água da metrópole. O
projeto exigi ações de longo prazo, tal qual ocorre
em outras megacidades, como São Paulo. O
trabalho já começou com a recuperação das
margens. Eles têm mais de mil tipos de efluentes
que terão de ser identificados para o processo de
descontaminação.
As primeiras intervenções já permitem o acesso da população à área próxima ao rio e atraem novos investimentos
em áreas degradadas do entorno. Em todo o mundo, os especialistas buscam a humanização das cidades, agregando
aspectos culturais, ambientais, sociais, entre outros, como valores indispensáveis à melhoria da qualidade de vida.
COMPLEXO TIETÊ
No caso de São Paulo, com um programa complexo como a despoluição do rio Tietê, um dos grandes desafios, na
opinião dos urbanistas, é fazer com que a população se aproxime dos espaços cortados pelo rio. Como fazer isso em
áreas adensadas ao longo das marginais Pinheiros e Tietê? A cidade precisa de humanização, e os rios têm papel
fundamental nesse processo.
Entendemos que ainda temos grandes
problemas sociais a resolver, o que
torna complexos projetos de grande
porte como é o caso da despoluição
do Tietê.
Os recursos e a gestão destinados ao
projeto de despoluição, foram
insuficientes para, no período de 2009
a 2015, coletar 90% e tratar 80% do
esgoto doméstico produzido na região
metropolitana de São Paulo, onde se
concentram 20 milhões de habitantes.
O Rio Tietê demonstra que o projeto
Tietê, em São Paulo, alcançou
resultados positivos, pois, entre 1991
e 1992, a mancha crítica de poluição causada pelo lançamento de esgoto sem tratamento no Tietê chegava a Barra
Bonita, a cerca de 300 km da capital.
Ela foi reduzida a 160 km e alcança os municípios de Pirapora e Salto, que é um absurdo, mas acreditamos que
cientificamente o Tietê não tem piorado. Esse é o tipo de iniciativa que tem resultado a longo prazo. A recuperação
do Tâmisa [rio que corta Londres], por exemplo, levou mais de 100 anos, mas não se compara as tecnologias atuais.
No Oriente, apesar de menos complexo, o problema foi solucionado rapidamente. É torcer para que tais soluções
inspire as tomadas de decisões por aqui.
Carta da Terra – Princípios
Avançar o estudo da sustentabilidade ecológica e promover a troca aberta e a ampla aplicação do conhecimento adquirido.
Apoiar a cooperação científica e técnica internacional relacionada a sustentabilidade, com especial atenção às necessidades das nações em