Histria e Geografia de Portugal
Histria e Geografia de Portugal 5 Ano
A Pennsula Ibrica na Europa e no MundoAs representaes da
Terra
O Globo Terrestre a representao da Terra que mais se aproxima da
realidade
Os mapas so representaes da Terra numa superfcie plana. Ao mapa
que representa toda a Terra chamamos Planisfrio.
Linhas Imaginrias:Para melhor estudar a Terra criaram uma rede
de linhas e pontos imaginrios sobre os mapas e globos
terrestres.Equador: uma linha imaginria situada a igual distncia
dos plos que divide a terra em duas partes iguais hemisfrios.
A superfcie da Terra pode ainda ser dividida por um conjunto de
outras linhas imaginrias:
Paralelos: todas as linhas paralelas linha do Equador;
Meridianos: todas as linhas que so perpendiculares linha do
Equador.
Principais elementos para a compreenso de um mapa: Ttulo:
informa o que est representado no mapa; normalmente aparece na
legenda da figura; Orientao: indica a direo do Norte aparece o
desenho de uma seta ou rosa-dos-ventos; Legenda: d informaes quanto
ao significado dos sinais ou cores usado no mapa; Escala: indica o
nmero de vezes que a realidade foi reduzida. Pode ser de dois
tipos: Numrica: 1:3000 significa que um centmetro no mapa
corresponde a 3000 centmetros na realidade; Grfica: significa que
um espao no mapa igual a este segmento de recta corresponde, na
realidade a 150 km.
Pontos Cardeais: Norte, Sul, Este e Oeste;Pontos Colaterais:
Nordeste, Noroeste, Sudeste e Sudoeste.Este indica o lugar onde o
sol nasce: nascente, levante ou oriente;Oeste indica o lugar onde o
sol se pe: poente ou ocidente.Continentes e OceanosO planeta terra
conhecido pelo planeta azul: cerca de 71% da sua superfcie ocupada
por gua e apenas 29% ocupado por terra.Continentes: Europa: do qual
faz parte Portugal sia: a este da Europa frica: a sul da Europa
Amrica: a oeste da Europa Ocenia: a sudoeste da Europa Antrtida: a
maior massa compacta de gelo, no Plo SulOcupam uma pequena parte da
superfcie terrestre. As maiores reas continentais esto no hemisfrio
Norte.
Oceanos: Atlntico: banha trs continentes Europa, frica e a
Amrica; ndico: banha a costa oriental da frica e a costa sul da
sia; Pacfico: banha a costa oeste da Amrica e a sia; Glacial rtico:
Plo Norte Glacial Antrtico: cerca a Antrtida.Comunicam todos entre
si e ocupam a maior parte da superfcie terrestre.
Continente: grande extenso de terraOceano: enorme massa de gua
salgadansula ou ilha: parte da superfcie terrestre rodeada de gua
por todos os ladosCosta: rea de contacto entre a terra e o
marIstmo: faixa de terra em que uma pennsula se une a um
continente
Importncia da posio da Pennsula IbricaFormas e limitesPennsula:
poro de terra rodeada de mar por todos os lados menos por um,
chamado istmo.Principais pennsulas europeias: Ibrica Balcnica
EscandinviaA Pennsula Ibrica tem a forma de um polgono e uma linha
de costa pouco recortada, o que lhe d um aspeto compacto.
Limites Naturais: Oceano atlntico Norte, Oeste e Sul Mar
mediterrneo Sul e a Este Cadeia montanhosa dos Pirenus -
nordeste
A Pennsula Ibrica localiza-se no extremo sudoeste da Europa,
entre o oceano atlntico e o mar mediterrneo.Verificamos que: a
parte da Europa que se encontra mais perto de frica, separa-se
deste continente apenas por um estreito martimo estreito de
Gibraltar; Grande parte da sua linha de costa banhada pelo oceano
atlntico. Este oceano faz a ponte de ligao entre os trs continentes
Europa, frica e Amrica.
Caractersticas naturais da Pennsula IbricaRelevo e principais
riosA superfcie da Terra, vista do espao, parece lisa, mas na
realidade apresenta irregularidades em forma de elevaes de terreno,
reas deprimidas ou vales e profundos fundos marinhos
relevoPrincipais formas de relevo: Montanha (2): grande elevao de
terreno com mais de 1000 metros de altitude; Planalto (4): plano +
alto; uma elevao de terreno que plano no seu cume entre os 200 e
1000 metros de altitude; Plancie (1): grandes extenses de terreno,
geralmente plana, nunca ultrapassando os 200 metros de altitude;
Vale (3): terreno entre duas reas mais elevadas.
Uma das formas de representar o relevo e as respetivas altitudes
num mapa atravs de cores num mapa hipsomtrico: Verde: representa as
baixas altitudes plancies Amarelo: representa os relevos de mdia
altitude Castanho e castanho escuro: representam relevos de grande
altitude planaltos e montanhas Branco: representa as montanhas e
cordilheiras mais altas onde existem neves perptuasRelevo na
Pennsula Ibrica: Montanhas: Cordilheira Cantbrica e os Pirenus, a
Norte Cordilheira Central e Cordilheira Ibrica, no centro
Cordilheira Btica, no sul Planaltos: Meseta Ibrica, que domina todo
o centro da pennsula Plancies: Plancie do Tejo/Sado Plancie do
Guadalquivir Plancie do Ebro
Principais rios peninsulares:Os principais rios da Pennsula
Ibrica desaguam: no oceano atlntico Douro, Tejo (maior com 1160 km
de extenso), Guadiana e Guadalquivir no mar mediterrneo Ebro e
Jcar
Clima e vegetao naturalElementos principais para caracterizar o
estado do tempo (estado da atmosfera num determinado momento e
lugar): temperatura: aquecimento ou arrefecimento do ar; depende
dos raios solares e mede-se em graus atravs de um termmetro
precipitao: queda de chuva mas tambm de neve ou granizo. medida por
um pluvimetro, em litros por metro quadrado. Vento: ar em
movimento. A intensidade do vento medida num anemmetro.A repetio ao
longo de vrios anos do mesmo tipo de estados do tempo permite-nos
determinar o clima (sucesso habitual de estados do tempo
caractersticos) de uma regio.Clima da Pennsula IbricaAs zonas mais
quentes do planeta situam-se prximas do equador e as zonas mais
frias prximas dos plos.A Pennsula Ibrica situa-se numa zona
climtica temperada, mas, dentro dela prpria, existem climas com
diferenas entre si. Temperado martimo: Norte e Noroeste com
temperaturas amenas, devido influncia da proximidade ao oceano, e
chuva ao longo do ano, sobretudo no inverno. Temperado mediterrneo:
Sul veres quentes e invernos mais suaves, sofre a influncia dos
ventos secos vindos do Norte de frica. Temperado continental:
Interior com invernos frios (chega a nevar nas regies mais altas) e
veres quentes. O clima seco chove pouco.
Vegetao NaturalA vegetao natural de uma regio a que nasce sem
interveno do ser humano, encontra-se relacionada com o clima e o
relevo dessa regio.Apesar de quase no existir, devido poluio,
incndios, pela interveno do homem, ainda podemos distinguir duas
grandes reas: Ibria Hmida Norte e Noroeste - regio chuvosa e hmida,
da a vegetao ser bastante verdejante, constituda principalmente por
florestas de folha caduca, como o carvalho e o castanheiro Ibria
Seca Sul e Interior - regio seca, constituda por florestas de folha
persistente, como o sobreiro, o pinheiro manso e o loureiro.
Os recursos naturais e a fixao humanaAo longo dos tempos, a
Terra sofreu grandes alteraes climticas: houve perodos muito frios
e que parte da Terra estava coberta de gelo.As primeiras
comunidades recolectorasAs primeiras comunidades de seres humanos
que habitaram a Pennsula Ibrica viviam em grupos, para melhor se
defenderem dos animais ferozes e do frio. Recolhiam da natureza
todo o seu sustento. Por isso so chamadas comunidades
recolectoras.Eram nmadas no permaneciam muito tempo no mesmo local;
quando os alimentos comeavam a rarear, procuravam outros locais
para garantir a sobrevivncia.AlimentaoUma parte dos alimentos era
obtida atravs da caa e da pesca. Os animais de grande porte ursos,
mamutes, veados tinham que ser caados em grupo. Usavam flechas e
lanas feitas de pedra e, para pescarem usavam arpes feitos de
osso.A pele e a carne dos animais caados eram cortados com machados
de pedra e bifaces afiados.Tambm se alimentavam de frutos e de
algumas razes de rvores.Habitao e vesturioViviam em grutas, em
cabanas feitas de madeira ou tendas montadas com ossos e peles de
animais. Essas peles eram tambm utilizadas no vesturio para se
protegerem do frio. J conheciam o fogo, que usavam para se
aquecerem, cozinharem os alimentos e afugentarem os animais
ferozes.Manifestaes artsticas: a arte rupestreOs homens e mulheres
recolectores gravavam e pintavam animais e cenas de caa nas paredes
das grutas e nas rochas ao ar livre. A essas gravuras e pinturas
chamamos arte rupestre - feita na pedra. Os vales do Douro, Ca,
Tejo e Sado so considerados dos mais importantes locais de fixao
humana deste perodo.
Comunidades Agro-Pastoris
Alteraes climticasO clima alterou-se: a Terra comeou a aquecer,
o gelo derreteu, formaram-se os grandes lagos e a vegetao, a fauna
e o modo de vida das comunidades humanas alterou-se
profundamente.Alguns animais de grande porte mamutes extinguiram-se
e surgiram animais mais pequenos: javalis, lobos, coelhos.A prtica
da agricultura e a domesticao de animais permitiram que as
comunidades deixassem de ser exclusivamente recolectoras e caadoras
e passaram a ser agro-pastoris.De nmadas a sedentriosCom a
actividade agrcola, as comunidades deixaram de ser nmadas e
passaram a sedentrias. Fabricou novos utenslios como a enxada, o
arado e a foice.Surgiram outras actividades e com elas novos
instrumentos e tcnicas: Cestaria cestos; Olaria/cermica objectos em
barro; Tecelagem tecidos fabricados em teares.As sementeiras de
cereais permitiram o aparecimento e consumo de po e a criao de gado
proporcionou o consumo de leite.As casas deixaram de ser um local
de habitao temporrio e passaram a ser fixas, construdas com pedras
e cobertas de colmo e giestas.Surgiram monumentos dedicados ao
culto dos mortos e ao culto da fertilidade. Anta ou Dlmen (culto
dos mortos) = monumentos meglitos.
Como agricultor e sedentrio, o Homem estava muito dependente da
Natureza. Com efeito, a chuva, o sol e o vento podem ser benficos
ou destruir as culturas. Comeou ento a adorar essas foras da
Natureza, prestando-lhes culto e oferecendo-lhes animais e
produtos.
A Pennsula Ibrica local de encontro entre povosComo tens vindo a
estudar, a Pennsula Ibrica foi habitada desde tempos muito
recuados. Vrios povos, originrios de outras regies, a chegaram e
provocaram alteraes s no modo de viver dos seus habitantes. Entre
eles podemos destacar dois grandes grupos: os Iberos e os
Celtas.
Os Celtas
Provenientes da Europa Central, chegaram depois dos Iberos.
Fixaram-se no Noroeste, na zona costeira atlntica. Eram altos,
louros e de pele clara. J trabalhavam o ferro, o que lhes permitia
possuir armas e instrumentos agrcolas mais fortes e duradouros do
que os dos Iberos.
Adoravam vrios deuses: o deus da guerra; o deus da montanha e
outros deuses ligados s fontes, rios, frutos ou animais.
Os Povos Peninsulares
A Pennsula Ibrica era habitada por um conjunto de povos que
viviam em pequenos povoados e pequenas comunidades, geralmente
dispersas entre si. Viviam da recoleco de frutos silvestres e de
alguns vegetais; tambm comiam carne e exploravam os recursos da
floresta.
Povos aguerridos, instalaram-se no alto dos montes para melhor
organizar a sua defesa. Alguns destes castros e citnias eram ainda
rodeados por fortificaes e muralhas de pedra com fosso exterior.O
seu interior era construdo por casas de pedra circulares e
ovaladas; os materiais utilizados nessas construes, nomeadamente
pedra, mostra-nos que esses povoados j eram encarados como habitaes
permanentes.
Contactos com povos do Mediterrneo
As riquezas da Pennsula Ibrica em metais; sobretudo:
PrataCobreatraram povos mais evoludos vindos do Mar Mediterrneo.
EstanhoOuro
B) Fencios - A) Gregos - C) Cartagineses
Estes povos que no possuam metais, ofereciam em troca destes,
produtos das suas indstrias: cermica, objectos de adorno, vidros,
tecidos. Estabeleceram relaes comerciais com a Pennsula Ibrica.
Estes povos so:
1 Fencios: vinham da Fencia, localizada nos actuais Lbano e
Sria; a sua principal actividade econmica era o comrcio.
Transportavam nos seus barcos objectos de metal, ouas, tecidos
coloridos e jias que trocavam com outros povos.Legaram-nos tambm o
seu alfabeto;
2 Gregos: Os gregos foram desde sempre bons marinheiros;
comerciavam objectos de adorno, de cermica e tambm tecidos. Um dos
seus maiores contributos foi a introduo do uso da moeda nas trocas
comerciais.
3 Cartagineses: eram originrios de uma cidade do Norte de frica
chamada Cartago. Fabricavam tecidos e objectos de vidro. Um dos
costumes mais importantes que nos legaram foi a conservao dos
alimentos atravs do sal.
A conquista romana e a resistncia dos povos ibricos
Formao do Imprio RomanoSo um povo originrio de Roma, cidade da
Pennsula Itlica.No sculo VII a.C., comearam por dominar as terras
volta de Roma e pouco a pouco conseguiram conquistar toda a
Pennsula Itlica. Procuraram ento expandir o seu domnio a outros
territrios, cada vez mais distantes.Ento, os Romanos apoiaram-se
num grande exrcito, cujas unidades especiais de combate eram as
legies cada legio tinha seis mil soldados: legionrios.Mar
Mediterrneo, o nosso marOs Romanos chamavam ao mar mediterrneo
nosso mar porque conquistaram todas as terras sua volta.Nenhum
outro povo podia a navegar ou fazer comrcio sem a sua
autorizao.Assim, construram um grande imprio (territrio muito
vasto, habitado por vrios povos e dominado pelo mais forte desses
povos) que foi governado durante muitos anos por imperadores e cuja
capital era Roma. Dele fazia parte a Pennsula Ibrica.Conquista da
Pennsula IbricaOs Romanos chegaram Pennsula Ibrica no ano 218 a.C.
mas, a conquista no foi fcil: s dominaram toda a Pennsula aps 168
anos de lutas.Os Romanos sentiram-se atrados: Localizao geogrfica
da Pennsula Ibrica permitia controlar a navegao e o comrcio entre o
oceano atlntico e o mar mediterrneo e um fcil acesso ao norte de
frica; Pelas riquezas da Pennsula: prata, cobre, ferro
A Pennsula Ibrica pr-romanaLusitanosDos povos que habitavam a
Pennsula Ibrica, aqueles que mais se destacavam pela sua coragem e
oposio ao domnio romano foram os lusitanos. Habitavam na regio da
Lusitnia: entre o rio Douro e Tejo; Organizavam-se em grupos ou
tribos que viviam em pequenas povoaes, construdas no cimo dos
montes para melhor se protegerem de possveis ataques.
"O seu principal alimento a carne de cabra... Nas trs quartas
partes do ano o nico alimento na montanha so as glandes de carvalho
que, secas, quebradas e pisadas, servem para fazer po. Uma espcie
de cerveja feita com cevada bebida vulgar, enquanto o vinho raro.
Comem sentados - para isto h bancos de pedra, dispostos em roda das
paredes e em que os convivas tomam lugar segundo a idade e a posio.
A comida circula de mo em mo... Nas terras interiores s se conhece
o comrcio de troca, ou ento cortam-se lminas de prata em bocadinhos
que se do em pagamento do que se compra."
Viviam em casas redondas feitas de pedra e cobertas de colmo ou
giestas; Eram pastores usavam l para fabricar vesturio os homens
vetiam geralmente de preto e as mulheres usavam cor Homens e
mulheres usavam cabelos compridos, mas os homens prendiam-no quando
lutavam; Os guerreiros utilizavam um pequeno escudo redondo que
traziam pendurado ao pescoo, para poderem combater com as duas
mos.
Resistncia dos Lusitanos aos RomanosForam guerreiros audazes e
ferozes pelas armadilhas e emboscadas que preparavam aos
inimigos.Viriato Chefe dos Lusitanos durante 9 anos; Foi
assassinado por trs dos seus soldados, enquanto dormia, a mando dos
romanos
A Viriato sucedeu Sertrio antigo soldado romano; tambm foi
assassinado.As lutas entre Lusitanos e Romanos s acabou no sc. I
a.C.. ento, toda a Pennsula Ibrica fazia parte do Imprio
Romano.
A Pennsula Ibrica RomanizadaRomanizaoInfluncia que os Romanos
exerceram sobre os territrios e povos dominados.Meios de RomanizaoA
Romanizao foi exercida atravs de vrios meios: Leis ou Direito
Romano era aplicado em todo o Imprio Lngua: o Latim tornou-se a
lngua oficial de todo o imprio, facilitando a comunicao entre os
povos; Rede de estradas: construram uma extensa rede de estradas ou
vias. Esta tinha vrias finalidades: Facilitar o transporte de
mercadorias e pessoas; Tinha fins polticos e militares permitia a
circulao das legies, do correio imperial Criao de indstrias:
olaria, tecelagem, salga de peixe Explorao de minas;
Desenvolvimento da agricultura introduo do azeite, vinho, cereais e
do comrcioEdifciosRoma foi o modelo de cidade copiado por todas as
cidades do Imprio.Na Pennsula Ibrica, tal como no resto do Imprio
construram-se vrios tipos de edifcios romanos: Arcas do triunfo e
colunas comemoravam os feitos e as vitrias dos imperadores; Templos
e altares em honra dos deuses romanos e dos imperadores; Termas
banhos pblicos com tanques de gua quente e fria; Pontes facilitavam
a circulao; Aquedutos transportavam gua desde as nascentes dos rios
at s cidades; Teatros representavam-se vrios estilos de peas;
Anfiteatros local de espectculos
Tcnicas de construo Romana Pavimentos das casas decorados com
mosaicos; Pinturas nas paredes; Telha de cobertura; Jardins
interiores; Repuxos; Colunas
A vida urbana no sculo XVI Lisboa quinhentistaO crescimento da
cidadeLisboa ocupa uma posio estratgica privilegiada: a sua posio,
pro da foz do Tejo, faz com que seja um importante ponto de
passagem, a nvel das vias de comunicao.No incio do sc. XVI, Lisboa
j tinha crescido muito: a cidade espraiava-se pelas vrias colinas e
abria-se para o Tejo. Destacavam-se dois espaos abertos que
correspondiam aos principais centros cvicos da cidade: O Rossio O
Terreiro do Pao praa nobre da cidade, sua volta encontravam-se
todos os servios importantes de apoio ao comrcio e navegao
martima.
A populaoEm meados do sc. XVI a populao de Lisboa era j cerca de
100 000 habitantes. Esta cidade atraa as pessoas: Entrada de muitos
mercadores estrangeiros que imigravam para Lisboa; Entrada de
milhares de escravos trazidos pelos mercadores; Migraes internas:
muitas famlias do campo abandonaram as suas terras na esperana de
encontrar uma vida melhor nesta cidade; Milhares de portugueses
emigravam para frica, sia e Amrica, com o objectivo de povoar,
cultivar, defender ou comerciar nas novas terras descobertas.
O movimento do porto e o comrcio martimoNo sc. XVI, o esturio do
Tejo estava sempre cheio de navios que carregavam e descarregavam
as mercadorias.Lisboa, era considerada a rainha do Oceano ligava
frica, sia, Amrica e a Europa num circuito martimo.O comrcio
martimo portugus era monoplio do rei D. Manuel I.O comrcio com o
Oriente era o mais lucrativo.Casa da ndia: fazia o controlo e a
administrao do comrcio com o Oriente: assinavam contratos
comerciais, faziam-se pagamentos e fixavam-se os preos dos
produtos. Esta casa era dirigida por um feitor, nomeado pelo rei.Os
contrastes da vida quotidianaA Rua Nova dos Mercadores era a maior
e mais bela; era a rua preferida dos burgueses (mercadores,
banqueiros) que, enriquecidos com o comrcio, viviam com grande
luxo. As suas casas eram forradas com tecidos caros e, tinham um
grande nmero de escravos.L, viviam muitos estrangeiros flamengos,
italianos, franceses, espanhis que se tinham fixado em Lisboa.Mas,
a maioria do povo vivia pobremente. O intenso comrcio martimo em
Lisboa fez com que se desenvolvesse a construo naval, a cordoaria,
a tanoaria e o fabrico de biscoito.Era na Rua das Naus que
funcionava o principal estaleiro naval do reino. Mas o emprego no
chegava para todos. Muita gente que tinha sado dos campos, via-se
obrigado a viver de esmola. Tambm derivado entrada de escravos, o
desemprego aumentava.1551 de entre os 100 000 habitantes de Lisboa,
perto de 10 000 eram escravos. A estes estava reservado o trabalho
mais pesado e menos higinico.
O luxo da Corte de D. ManuelO reinado de D. Manuel decorreu no
perodo em que os produtos de frica e da ndia trouxeram grande
riqueza ao reino. Este rei transformou a sua corte numa das mais
luxuosas da Europa. D. Manuel gostava de dar grandes festas com
muitas iguarias; eram acompanhadas de msica e de representaes
teatrais. O rei e os seus convidados vinham ricamente vestidos:
sedas, veludos, pedras preciosas.Quando D. Manuel se deslocava
pelas ruas de Lisboa, era sempre anunciado pelo cortejo; eram
autnticos espectculos onde no faltavam elefantes, rinocerontes,
cavalos, uma ona domesticada, criados de todas as raas e todos
ricamente vestidos. E, a fechar o cortejo, o prprio rei.O rei
portugus protegia as artes: na sua corte eram frequentes as sesses
de poesia, os espectculos de teatro e msica.Gil Vicente foi um dos
maiores crticos dessa altura; criticava principalmente a vida
luxuosa da nobreza.
A nova imagem do mundoA troca de hbitos e costumesCom a deslocao
das pessoas tudo se troca, tudo se experimenta: quem viaja, traz e
leva no s produtos para comercializar, mas tambm livros, ideias,
curiosidades e at plantas e
animais.TrazidosDefricaTrazidosDasiaTrazidosDaAmrica
MalaguetaBatata-doceMeloMelanciaCafPimentaCanelaNoz-moscadaChSojaLaranja
doceCocoBananaCajuMilhoBatataCacauTomateFeijoTabacoAnans
Os descobrimentos portugueses contriburam para o encontro de
povos e culturas diferentes, permitindo uma troca de formas de
vida, conhecimentos, costumes e tcnicas. Movimento de mercadorias
raras Movimento de pessoas de vrias raas e continentes Animais e
plantas exticasTudo isto contribuiu para que os portugueses
tivessem uma nova imagem do mundo.
Literatura e a CinciaSo desta poca inmeros relatos de viagens,
com descrio de povos, costumes, naufrgios: Carta de Pro Vaz de
Caminha a D. Manuel contando a chegada ao Brasil Peregrinao de
Ferno Mendes conta-nos as suas viagens pelo OrienteLus de Cames a
sua obra fortemente marcada pelas suas viagens. Nos Lusadas Cames
conta em verso a histria de Portugal at D. Joo III, mas o tema mais
importante a viagem de Vasco da Gama ndia.Com os descobrimentos
desenvolveram-se muitas cincias: Geografia Cartografia Astronomia
Matemtica Zoologia Botnica MedicinaA arte ManuelinaTambm a arte
sofreu influncias da expanso portuguesa: Arquitectura: Torre de
Belm e o Mosteiro dos JernimosA decorao manuelina utiliza elementos
inspirados nos descobrimentos conchas, cordas, plantas exticas,
redes, bias.Aparecem tambm as esferas armilares e a Cruz de
Cristo.
A Morte de D. Sebastio e a sucesso ao Trono
D. Joo III morreu sucedeu-lhe o seu neto, D. Sebastio (tinha
apenas 3 anos). Durante a menoridade deste, ficou a governar D.
Catarina (av) e depois o Cardeal D. Henrique.D. Sebastio assumiu o
controlo do reino com 14 anos. Resolveu organizar uma expedio
militar ao Norte de frica.1578 partiu para Marrocos com 17 000
homensEsta expedio foi um fracasso: os portugueses so vencidos
pelos muulmanos na Batalha de Alccer Quibir. D. Sebastio morreu
nesta batalha e com ele 7000 homens. Os restantes soldados foram
feitos prisioneiros.
Pretendentes ao TronoD. Sebastio morreu solteiro e sem filhos.
Sucedeu-lhe no trono o cardeal D. Henrique mas, este j era muito
velho.1580 morre o cardeal sem sucessor. Alguns dos netos de D.
Manuel apresentam-se como principais pretendentes ao trono
portugus. D. Filipe II, rei de Espanha D. Antnio Prior do Crato D.
Catarina, duquesa de BraganaA populao portuguesa dividiu-se: Povo
apoiava D. Antnio pois no queria que o reino perdesse a sua
independncia; Nobreza, Burguesia e Alto Clero apoiavam D. Filipe
pois, esperavam conseguir privilgios e riqueza;D. Antnio quando
soube que D. Filipe se preparava para invadir Portugal, organizou
resistncia. O seu pequeno e mal preparado exrcito ops-se entrada
dos espanhis em Lisboa, mas foi derrotado em Alcntara.
O domnio Filipino e os levantamentos populares1581 Filipe II de
Espanha foi aclamado rei de Portugal nas Cortes de Tomar. Neste
cortes, o novo monarca fez vrias promessas: Manter a moeda, a lngua
e os costumes portugueses; Entregar a portugueses todos os cargos
de governo e de administrao; O comrcio da ndia, da frica e do
Brasil continuar a ser feito por portugueses.Iniciou-se um perodo
de 60 anos em que Portugal esteve unido politicamente Espanha (teve
o mesmo rei) domnio Filipino: Filipe II, Filipe III e Filipe IV.As
promessas feitas nas Cortes de Tomar, no foram cumpridas por Filipe
III e Filipe IV estes dois reis tomaram decises que prejudicaram a
populao portuguesa e Portugal.Como Espanha estava em guerra com
Inglaterra, Frana e Holanda, Portugal viu-se arrastado para guerras
que no eram suas.Fomos obrigados: Combater nos exrcitos espanhis;
Ceder peas de artilharia; Pagar pesados impostos para manter as
despesas de guerra.Para alm de tudo isto, os nossos territrios em
frica, na sia e na Amrica eram atacados e ocupados pelos inimigos
de Espanha.Foi o povo quem comeou a manifestar-se contra o domnio
espanhol. Foi assim que se deu o Motim das Maarocas, desordens em
Santarm e em Setbal e a Revolta do Manuelino, em vora. Esta ltima
espalhou-se pelo Alentejo e Algarve o que obrigou os exrcitos
espanhis a intervir pela fora.
A revolta do 1 de Dezembro de 1640 e a Guerra da RestauraoAo
descontentamento do povo, associou-se o da nobreza e da burguesia.
Nobreza no tinha acesso aos altos cargos e era obrigada a
participar na guerra; Burguesia viu diminuir os lucros comerciais
com a concorrncia de Holandeses, Franceses e Ingleses.Tudo isto,
fez nascer um clima de revolta. A nobreza comeou a conspirar e a
preparar a revolta.1 de Dezembro de 1640 alguns nobres vo ao Pao da
Ribeira, matam o secretrio de Estado D. Miguel de Vasconcelos e
prendem a duquesa de Mntua, que era a representante do rei de
Espanha em Portugal.A aclamao de D. Joo IVNas Cortes de Lisboa o
clero, a nobreza e o povo aclamaram rei de Portugal D. Joo, duque
de Bragana foi restaurada a independncia de Portugal.Perodo de 28
anos, durante o qual os portugueses vo procurar garantir a sua
independncia, chamamos Restaurao.Guerra da RestauraoComo os
espanhis andavam em guerra com a Frana e a Catalunha, os
Portugueses tiveram tempo para se preparar para a guerra:
Organizaram um exrcito permanente; Fortificaram as zonas de
fronteira; Procuraram apoio de alguns pases acordos e tratados de
aliana; Desenvolveram a indstria de armas e artilharia.1659 J
depois da morte de D. Joo IV, os ataques espanhis comearam as ser
mais organizados. durante o reinado de D. Afonso VI que se travam
as grandes batalhas Ameixial, Castelo Rodrigo, Linhas de vora e
Montes Claros.As guerras da restaurao s terminaram em 1668
assinatura do Tratado de Paz entre Portugal e Espanha. Nesta altura
o rei de Portugal era D. Pedro II.
Durante as guerras da restaurao, o Reino necessitava do apoio de
outras naes. Embora Portugal conseguisse realizar tratados de
aliana com a Frana e a Inglaterra, nunca conseguiu com a Holanda.Os
Holandeses tinham-se apoderado de vrios domnios portugueses na
ndia, na frica e no Brasil vimo-nos obrigados a entrar em guerra
com eles para reconquistar Angola e para os expulsar do Brasil.1648
Reconquista-se Angola; e travam-se importantes batalhas contra os
Holandeses no Brasil, o qual acabam por abandonar definitivamente
em 1654.
Fim do 5 AnoPgina 13