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VI Diretriz Brasileira de Hipertensão HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA Acadêmicos Sexto ano Medicina Uniderp 2014 Profª: Elaine Richards
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HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA (VI Diretriz Brasileira de Hipertensão)

May 15, 2017

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Page 1: HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA (VI Diretriz Brasileira de Hipertensão)

VI Diretriz Brasileira de Hipertensão

HIPERTENSÃO ARTERIAL

SISTÊMICA

Acadêmicos Sexto ano

Medicina Uniderp 2014

Profª: Elaine Richards

Page 2: HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA (VI Diretriz Brasileira de Hipertensão)

CONCEITO: O QUE É A PRESSÃO ARTERIAL?

PA = DÉBITO CARDÍACO (VS x FC) x RESISTÊNCIA PERIFÉRICA

INTRODUÇÃO

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INTRODUÇÃO

Page 4: HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA (VI Diretriz Brasileira de Hipertensão)

QUEM PODE INTERFERIR NA PA?

INTRODUÇÃO

Page 5: HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA (VI Diretriz Brasileira de Hipertensão)

É uma doença crônica... não transmissível... de natureza

multifatorial, assintomática... (na grande maioria dos casos)...

que compromete fundamentalmente o equilíbrio dos sistemas

vasodilatadores e vasoconstritores,... levando a um aumento da

tensão sanguínea nos vasos,... capaz de comprometer a

irrigação tecidual... e provocar danos aos órgãos por eles

irrigados.”

CONTROLE/ TRIAGEM/ TRATAMENTO/ LESÃO EM

ORGÃOS ALVO/ PREVENÇÃO

CONCEITO

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• Principal fator de risco modificável, apresenta entretanto altas prevalências e baixo controle;

• A DCV aumenta progressivamente com elevação da PA a partir de 115/75mmHg de forma

linear, contínua e independente;

• COMO PODE SER MODIFICADO?

• Fatores de risco:

► IDADE: Forma direta e linear, corte importante a partir dos 65 anos.

► GÊNERO/ETNIA: Homens x mulheres; Brancos x Não-brancos; Miscigenação.

► EXCESSO DE PESO E OBESIDADE

► INGESTÃO DE SAL

► INGESTÃO DE ÁLCOOL

► SEDENTARISMO

► FATORES SOCIOECONÔMICOS

► GENÉTICA

INTRODUÇÃO

Page 7: HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA (VI Diretriz Brasileira de Hipertensão)

• Diagnosticada por: níveis elevados e sustentados da PA;

• MEDIDA DA PA:

Aferir em toda avaliação, por qualquer especialidade, em crianças, após os

três anos de idade, pelo menos anualmente.

DIAGNÓSTICO E CLASSIFICAÇÃO

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Medida da PA no consultório:

PRIMEIRA CONSULTA – Braços direito e esquerdo (considerar maior

medida);

CONSULTAS SUBSEQUENTES – Devem ser realizadas ao menos três

medidas.

POSIÇÃO ADEQUADA = SENTADA

Medidas nas posições ortostática e supina: TODOS, na primeira avaliação;

IDOSOS, DIABÉTICOS, PORT. DISAUTONOMIAS; ALCOOLISTAS, EM

USO DE MEDICAÇÃO ANTI-HIPERTENSIVA, em todas as avaliações.

Outras formas:

AMPA, MRPA, MAPA.

DIAGNÓSTICO E CLASSIFICAÇÃO

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Page 10: HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA (VI Diretriz Brasileira de Hipertensão)

DIAGNÓSTICO E CLASSIFICAÇÃO

Page 11: HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA (VI Diretriz Brasileira de Hipertensão)

ANAMNESE

• Tratamento prévio e duração do mesmo;

• Fatores de risco;

• Indícios de HAS secundária;

• Indícios de LOA;

• Aspectos econômicos e hábitos de vida;

• Consumo pregresso ou atual de medicamentos.

EXAME FÍSICO

• Medida da PA e Frequência cardíaca;

• Avaliação de obesidade visceral;

• Buscar LOA;

• Buscar sinais sugestivos de HAS secundária;

AVALIAÇÃO CLÍNICA E

LABORATORIAL

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EXAME FÍSICO:

• Medidas do peso e altura para cálculo do IMC

• Fácies

• Pescoço

• Palpar tireoide

• Fundo de olho (HAS 3, DM, ou LOA)

• Estase venosa

• Palpação e ausculta das carótidas.

• Exame do Precórdio

• Ictus, 3ª e 4ª bulhas, Hiperfonese de B2 e sopros

AVALIAÇÃO CLÍNICA E

LABORATORIAL

Page 13: HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA (VI Diretriz Brasileira de Hipertensão)

AVALIAÇÃO LABORATORIAL BÁSICA:

• Como é básica, a mesma é indicada para TODOS os pacientes hipertensos, elementos indicativos de DCV, pacientes com 2 ou mais fatores de risco, ou acima de 40 anos de idade com DM;

• Tem como objetivo buscar lesões clínicas ou subclínicas de órgãos alvo, além de obter melhor estratificação do risco cardiovascular.

• EXAMES:

• Urina I;

• Potássio plasmático;

• Cr plasmática e estimativa de Clearnce de creatinina;

• Glicemia de jejum;

• Perfil lipídico (CT, LDL, HDL, TG);

• Ácido úrico plasmático;

• ECG convencional.

AVALIAÇÃO CLÍNICA E

LABORATORIAL

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AVALIAÇÃO CLÍNICA E

LABORATORIAL

Page 15: HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA (VI Diretriz Brasileira de Hipertensão)

AVALIAÇÃO CLÍNICA E

LABORATORIAL

4. Glicemia

5. Colesterol Total

6. ECG de repouso

4. Proteinúria de 24 horas

5. Hematócrito e hemoglobina

6. Cálcio

7. TSH

BÁSICA

1. Exame de urina: bioquímica e sedimento

2. Creatinina

3. Potássio

Complementar – CARDIOVASCULAR

1. Monitorização ambulatorial da PA (MAPA)

2. Ecocardiograma

3. Radiografia de tórax

4. Teste de esforço (paciente com risco

coronariano)

Complementar – BIOQUÍMICA

1. HDL-C (sempre que o Colesterol Total e a

glicemia estiverem elevados)

2. Triglicérides

3. Ácido úrico

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ESTRATIFICAÇÃO DO RISCO

CARDIOVASCULAR GLOBAL

Page 17: HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA (VI Diretriz Brasileira de Hipertensão)

ESTRATIFICAÇÃO DO RISCO

CARDIOVASCULAR GLOBAL

Page 18: HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA (VI Diretriz Brasileira de Hipertensão)

• Deve ser baseada na presença de fatores de risco, LOA, DCV estabelecida

e não apenas no nível da PA.

• UTILIZAR ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO GLOBAL.

DECISÃO TERAPÊUTICA E METAS

MEV

Normal/ Limítrofe,

SEM: DM, ICC, IR

Hipertensão Leve

SEM LOA

MEV +

Medicamentos

Hipertensão leve com

múltiplos fat. de risco

HAS moderada a

grave

Page 19: HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA (VI Diretriz Brasileira de Hipertensão)

METAS ESPECIAIS

• HAS Isolada – Meta dependerá do risco cardiovascular: Sem fat. de risco adicional: 140mmHg e com risco cardiovascular alto ou muito alto: 130mmHg.

• Hipertrofia Ventricular Esquerda – Obter controle rigoroso da PA sistólica: 130mmHg;

• Síndrome Metabólica: Abordagem de acordo com risco cardiovascular;

• Diabéticos: Meta de 130/80mmHg, sendo que: PA entre 130-139 e 80-89 pode-se tentar MEV por 3 meses, nos demais iniciar medicamentos imediatamente;

• DAP: Como é considerada LOA, o paciente possui desta forma alto risco cardiovascular, devendo assim seguir tal meta.

DECISÃO TERAPÊUTICA E METAS

Page 20: HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA (VI Diretriz Brasileira de Hipertensão)

ABORDAGEM MULTIPROFISSIONAL • Redução do peso corpóreo

• Redução da ingestão de sódio

• Maior ingestão de alimentos ricos em K+

• Redução consumo bebidas alcoólicas

• Exercícios físicos isotônicos regulares

• Abolir o tabagismo

• Diminuir ingestão de colesterol e gorduras saturadas

TRATAMENTO NÃO

MEDICAMENTOSO

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Page 22: HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA (VI Diretriz Brasileira de Hipertensão)

PRINCÍPIOS GERAIS

• Eficaz por via oral

• Ser bem tolerado

• Se possível tomada única diária

• Iniciar-se com menores doses efetivas e aumentá-las gradativamente e/ou associar outra classe farmacológica

• Quanto maior a dose, maiores as probabilidades de surgirem efeitos indesejáveis

• Mínimo de 4 semanas para o aumento da dose e/ou a associação de medicamento de outra classe, salvo em situações especiais

• Esclarecer ao paciente sobre a doença, efeitos colaterais dos medicamentos, planificação e objetivos terapêuticos

• Considerar suas condições socioeconômicas

TRATAMENTO

Page 23: HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA (VI Diretriz Brasileira de Hipertensão)

TRATAMENTO

Page 24: HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA (VI Diretriz Brasileira de Hipertensão)

TRATAMENTO

Tiazídicos:

Hidroclorotiazida

Clortalidona

Dose:

12,5 – 25 mg (1 x dia )

Ação:

Depleção de volume

Reduzir RVP

Efeitos Indesejáveis

Aumento dos Triglicerídeos

Intolerância a glicose

Disfunção sexual

Hiperuricemia

Hipopotassemia

DIURÉTICOS

Page 25: HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA (VI Diretriz Brasileira de Hipertensão)

TRATAMENTO

Ação Central

Alfametildopa

250 – 1500 mg / dia

Clonidina

0,1 – 0,6 mg / dia

Tomadas diárias: 2

Mecanismo de ação

Atuam nos receptores pré-

sinápticos do SNC, reduzindo a

descarga simpática.

Efeitos

Indesejáveis

Sedação, boca seca, fadiga,

sonolência, hipotensão

ortostática, impotência,

disfunção hepática,

anemia hemolítica e

hipertensão rebote.

INIBIDORES

ADRENÉRGICOS

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TRATAMENTO INIBIDORES

ADRENÉRGICOS

Betabloqueadores

Propranolol

40 – 240 mg / 2 à 3 x dia

Atenolol

25 – 100 mg / 2 x ao dia

Ação

Diminuição das catecolaminas

Reduz a secreção de renina

Diminuição da RVP

Efeitos

indesejáveis

Broncoespasmo

Bradicardia

Pesadelos

Disfunção sexual

Depressão miocárdica

Depressão psíquica

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TRATAMENTO ANTAGONISTAS

CANAIS DE CÁLCIO

Anlodipina

2,5 – 10 mg /1 x aodia

Ação:

Redução da RVP por

diminuição da

concentração de Ca++

nas células musculares

lisas vasculares

Efeitos

Indesejáveis

Cefaléia

Tontura

Rubor facial

Edema periférico

Hipertrofia

gengival

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TRATAMENTO

Captopril

25 – 150 mg

2 a 3 vezes ao dia

Enalapril

5 – 40 mg

1 a 2 x ao dia

Ação:

Inibe a enzima conversora, bloqueando a transformação

de Angiotensina I em II. Aumenta a produção de

bradicinina

Efeitos Indesejáveis

Tosse seca

Alterações do paladar

Edema angioneurótico

INIBIDOES DA

ECA

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TRATAMENTO

ANTAGOSNISTAS

RECEPTOR AGT II

Losartan

50 – 100 mg ( 1 x dia)

Valsartan

80 – 160 mg ( 1 x dia )

Ação:

Antagonizam a ação da angiotensina II,

bloqueando especificamente os

seus receptores.

Efeitos Indesejáveis

Tontura

Reação cutânea- “rash”

Page 30: HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA (VI Diretriz Brasileira de Hipertensão)

TRATAMENTO

Page 31: HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA (VI Diretriz Brasileira de Hipertensão)

Diretor de uma multinacional, 42 anos, por recomendação expressa da própria

empresa procura consulta médica para fazer um “check-up”. Refere jornada

diária de 20 horas diárias, inclusive aos fins de semana. Como distração,

pratica golfe quinzenalmente. Relata que um de seus colegas do clube, que é

ortopedista, por diversas vezes aferiu sua PA, informando-o sobre as medidas,

que persistiam sempre dentro da faixa da normalidade. Como o hábito

alimentar, o executivo evita frituras e bebida alcoólica, embora seja um

declarado fã de culinária italiana. Nega tabagismo e utilização de drogas

ilícitas. Pai falecido de IAM aos 88 anos. Ao exame físico mostra-se ansioso,

eupneico, FC: 88, média da PA: 150/94mmHg (MSE sentado). Circunferência

abdominal: 90cm; Peso: 70Kg; altura: 1,60; ACV e AR sem alterações.

Abdome flácido, dificuldade na palpação de pulsos pediosos bilateralmente.

Exames complementares: ECG: ritmo sinusal, bloqueio de ramo direito de

primeiro grau. Glicemia de jejum 118mg/dl, ureia: 30mg/dl; Cr: 1,1mg/dl;

CT: 192mg/dl, HDL: 42mg/dl, triglicérides: 250mg/dl.

CASO CLÍNICO

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Diretor de uma multinacional, 42 anos, por recomendação expressa da própria

empresa procura consulta médica para fazer um “check-up”. Refere jornada

diária de 20 horas diárias, inclusive aos fins de semana. Como distração,

pratica golfe quinzenalmente. Relata que um de seus colegas do clube, que é

ortopedista, por diversas vezes aferiu sua PA, informando-o sobre as medidas,

que persistiam sempre dentro da faixa da normalidade. Como o hábito

alimentar, o executivo evita frituras e bebida alcoólica, embora seja um

declarado fã de culinária italiana. Nega tabagismo e utilização de drogas

ilícitas. Pai falecido de IAM aos 88 anos. Ao exame físico mostra-se ansioso,

eupneico, FC: 88, média da PA: 150/94mmHg (MSE sentado). Circunferência

abdominal: 90cm; Peso: 70Kg; altura: 1,60; ACV e AR sem alterações.

Abdome flácido, dificuldade na palpação de pulsos pediosos bilateralmente.

Exames complementares: ECG: ritmo sinusal, bloqueio de ramo direito de

primeiro grau. Glicemia de jejum 118mg/dl, ureia: 30mg/dl; Cr: 1,1mg/dl;

CT: 192mg/dl, HDL: 42mg/dl, triglicérides: 250mg/dl.

CASO CLÍNICO

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• Este paciente é hipertenso?

• Como confirmar/descartar o diagnóstico?

• Quais são as comorbidades desse paciente?

• E as lesões em órgãos-alvo?

• Ele possui condições clínicas associadas?

• Defina a PA alvo para este paciente.

• Qual é a melhor conduta inicial para ele? Porque?

CASO CLÍNICO

Page 34: HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA (VI Diretriz Brasileira de Hipertensão)

1. Junqueira, L.C. & Carneiro, J. Histologia Básica. 10 ed. Rio de Janeiro:

Guanabara Koogan, 2004.

2. VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão.Arq Bras Cardiol 2010; 95(1

supl.1):

3. GUYTON, A.C.; HALL, J.E. Tratado de Fisiologia Médica. 11ª ed. Rio

de Janeiro, Elsevier Ed., 2006.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS