Top Banner
Conduta na Hipertensão Arterial Sistêmica Jorge Hornos
46

Conduta na Hipertensão Arterial Sistêmica Jorge Hornos.

Apr 07, 2016

Download

Documents

Welcome message from author
This document is posted to help you gain knowledge. Please leave a comment to let me know what you think about it! Share it to your friends and learn new things together.
Transcript
Page 1: Conduta na Hipertensão Arterial Sistêmica Jorge Hornos.

Conduta na Hipertensão Arterial Sistêmica

Jorge Hornos

Page 2: Conduta na Hipertensão Arterial Sistêmica Jorge Hornos.

Hipertensão Arterial Sistêmica

Definição (JNC VI):

Pressão Arterial (PA):

PAS 140 e/ou PAD 90mmHg.

Considerados os sons K1 e K5.

Page 3: Conduta na Hipertensão Arterial Sistêmica Jorge Hornos.

Classificação da PA para AdultosJNC VI

PA PAS (mmHg) PAD (mmHg)

Ótimo <120 <80Normal <130 <85Normal Alto 120-139 80-89Estágio 1 140-159 90-99Estágio 2 160-179 100-109Estágio 3 180 110

Page 4: Conduta na Hipertensão Arterial Sistêmica Jorge Hornos.

Classificação da PA para AdultosJNC VII

PA PAS (mmHg) PAD (mmHg)

Normal <120 <80Pré-Hipert. 120-139 80-89Estágio 1 140-159 90-99Estágio 2 160 100

Page 5: Conduta na Hipertensão Arterial Sistêmica Jorge Hornos.

Varon J, Critical Care, October 2003

PA>169/109 mmHg= Crise Hipertensiva.Em gestante, tal achado reveste-se de

importância maior.

Portanto, em qualquer dos casos o tratamento deve ser imediato com queda lenta da PA.

Page 6: Conduta na Hipertensão Arterial Sistêmica Jorge Hornos.
Page 7: Conduta na Hipertensão Arterial Sistêmica Jorge Hornos.

Hipertensão Arterial Crônica na Gestação

PA elevada antes da gestação.

PA elevada antes da 20ªsemana, pelo menos em 2 ocasiões.

Hipertensão Gestacional que não retorna ao normal 12 semanas após o parto.

NHBPEPWGRHBPP- 2000.

Page 8: Conduta na Hipertensão Arterial Sistêmica Jorge Hornos.

Pré-Eclâmpsia Superajuntada à Hipertensão Arterial Crônica

Diagnóstico muito provável: PA elevada/sem proteinúria (antes da

20ªsemana)= surgimento de proteinúria. PA elevada/proteinúria (antes da

20ªsemana)= Repentino aumento da proteinúria; Repentino aumento da PA que vinha bem controlada; Sinais pré- monitórios; Trombocitopenia; TGO/TGP.

Page 9: Conduta na Hipertensão Arterial Sistêmica Jorge Hornos.

Hipertensão Arterial Sistêmica na Gestação

Pré–Eclâmpsia- 5% de todas as gestações.

Hipertensão Arterial Crônica (HAC)- 1-5% de todas as gestações.

Pré-Eclâmpsia Superajuntada- 20-25% das gestações com HAC.

Hypertension in Pregnancy, Paul Gibson, Univ. of Calgary, June 2006.

Page 10: Conduta na Hipertensão Arterial Sistêmica Jorge Hornos.

Hipertensão Arterial Sistêmica na Gestação

Hipertensão Arterial Essencial- 90-95%.Hipertensão Arterial Secundária: Feocromocitoma, LES, Obesidade,

Diabetes Mellitus, Estenose da Artéria Renal, Doença Renal, Trombofilias, Alterações Endócrinas,

Coartação da Aorta, Aldosteronismo Pri- mário (aldosteronoma),...

Page 11: Conduta na Hipertensão Arterial Sistêmica Jorge Hornos.

Hipertensão Arterial Sistêmica na Gestação

HAC leve:

PA menor do que estágio 3 do JNC VI.Função renal preservada.Maioria das hipertensas.PE Superajuntada menos freqüente.

Page 12: Conduta na Hipertensão Arterial Sistêmica Jorge Hornos.

Hipertensão Arterial Sistêmica na Gestação

HAC severa:

PA a partir do estágio 3 do JNC VI.Lesões em órgãos-alvo.Hipertensão de mais longa duração.PE superajuntada mais freqüente.Maior número de complicações.

(Circulation, 2007; Sibai, 2002).

Page 13: Conduta na Hipertensão Arterial Sistêmica Jorge Hornos.

Tratamento

Objetivo Principal:

Proteger a mãe do aumento extremo da PA, de suas complicações e permitir a continuação da gestação, crescimento fetal e maturação (ASSHP, 2004).

Page 14: Conduta na Hipertensão Arterial Sistêmica Jorge Hornos.

Aconselhamento Pré-Concepcional

Severidade da Hipertensão.Etiologia.Duração.Doenças concomitantes.Lesões em órgãos-alvo.Uso de medicamentos anti-hipertensivose sua eficácia.

Page 15: Conduta na Hipertensão Arterial Sistêmica Jorge Hornos.

Aconselhamento Pré-Concepcional

Proteinúria precoce na gestação= efeitos adversos perinatais.

Creatinina >1,4 mg/dl na concepção= risco aumentado de perda fetal e deterioração da função renal (Sibai,1998; Johnson, 2004).

Lesões em órgão-alvo (rim) e PA sem controle (expressão da gravidade da HAC) levam a prognósticos sombrios.

Orientar mudanças de hábitos e desaconselhar gestação em casos graves.

Page 16: Conduta na Hipertensão Arterial Sistêmica Jorge Hornos.

Consultas Pré-Natais Primeira consulta precoce: determinação correta da idade gestacional; gravidade da HAC no 1º trimestre. Reconsultas*: início: quinzenais; 32ª semana em diante: semanais. *conforme cada caso pode ocorrer variações para mais ou menos.

Page 17: Conduta na Hipertensão Arterial Sistêmica Jorge Hornos.

ExamesHemograma+Plaquetas.EQU+Urocultura. Creatinina+Ácido Úrico.TGO+TGP+Eletrólitos+Glicemias.Proteinúria+Creatininúria de Amostra.Proteinúria de 24 horas (opcional).ECG de repouso.Raio-X de tórax- (HAC graveou de longa duração).Repetir trimestralmente.

Page 18: Conduta na Hipertensão Arterial Sistêmica Jorge Hornos.

ExamesExames para investigação de causas

secundárias de HAC.

Ecografias: Primeiro trimestre; Segundo trimestre; 28ª-32ª semana: associar ao doppler. (repetir em conformidade com a gravidade do caso/avaliar cresci- mento fetal/ mês).

Page 19: Conduta na Hipertensão Arterial Sistêmica Jorge Hornos.

Avaliação Fetal

Movimentação Fetal Diária- usar amplamente na gestação (24ªsemana).

Monitorização Fetal- semanas finais, CIUR, casos graves viáveis.

Perfil Biofísico Fetal/Dopplerfluxometria.

NHBPEPWGHBPP 2000; University of Arkansas for Medical Sciences, 2003;

ASSHP, 2004.

Page 20: Conduta na Hipertensão Arterial Sistêmica Jorge Hornos.

HAC leve- Tratamento Escolha um limite para começar o

tratamento: >90, >100 mmHg de PAD. Manter PAS= 110-140/ PAD= 80-90

mmHg. Internar se: PAS >160/PAD >100

mmHg; ou com proteinúria; ou sinais pré-monitórios de Pré-Eclâmpsia (ASSHP,2004).

Page 21: Conduta na Hipertensão Arterial Sistêmica Jorge Hornos.

HAC leve- Tratamento

Candidatas a suspensão dos anti- hipertensivos.

(Sibai, 1990). Tratamento medicamentoso: não interfere

nas complicações (Rey, 1994); evita a exacerbação da PA (protege a mãe)- sabe-se que se pior a PA, piores resultados; permite a continuação da gestação (ASSHP, 2004).

Page 22: Conduta na Hipertensão Arterial Sistêmica Jorge Hornos.

HAC leve- Tratamento Interrupção da Gestação: HAC grave, Pré-Eclâmpsia, CIUR ao

redor da 37ª semana em diante. Sofrimento Fetal, Oligodrâmnios, DPP e

Condições Maternas Desfavoráveis. Aguardar até o termo se não ocorrer

complicações. Maioria- bons resultados maternos e

fetais.

Page 23: Conduta na Hipertensão Arterial Sistêmica Jorge Hornos.
Page 24: Conduta na Hipertensão Arterial Sistêmica Jorge Hornos.
Page 25: Conduta na Hipertensão Arterial Sistêmica Jorge Hornos.

HAC Leve

AAS em dose baixa em pacientes de alto risco previniria o surgimento de Pré-Eclâmpsia, necessitando-se tratar 18 (13-30) pacientes.

Duley, British Medical Journal, Feb 2006. ?

Page 26: Conduta na Hipertensão Arterial Sistêmica Jorge Hornos.

HAC Grave Risco aumentado para complicações maternas

e perinatais (paralelas à gravidade do órgão-alvo atingido):

Pré-Eclâmpsia Superajuntada que determina maior prevalência DPP (3%); e

recém-nascidos mais prematuros, com mais hemorragia intra-ventricular, mais internações na UTI neonatal e uma maior mortalidade fetal (pior com proteinúria inicial).

Sibai, 1998; August,1999.

Page 27: Conduta na Hipertensão Arterial Sistêmica Jorge Hornos.

HAC Grave Insuficiência Renal (> 1,4 mg/dl de

creatinina), Diabetes Mellitus (classe R/F), Doenças do Colágeno, Cardiomiopatia, ou Coartação da Aorta devem ser avisadas da possibilidade de efeitos adversos da gestação antes da concepção.

Page 28: Conduta na Hipertensão Arterial Sistêmica Jorge Hornos.

HAC Grave Internação na primeira visita pré-natal para

avaliar estado da paciente , instituir medicações (uma ou mais drogas anti-hipertensivas), suspender outras (Atenolol, inibidores da ECA).

Consultas interdisciplinares. Lesões ausentes- manter PA= 140-150/90-

100 mmHg. Lesões presentes com Hipertensão Leve-

manter PA abaixo de 140/90 mmHg.

Page 29: Conduta na Hipertensão Arterial Sistêmica Jorge Hornos.

HAC Grave Interrupção da Gestação: Depende das condições maternas e

fetais que, por vezes, são indicações compulsórias (Sofrimento Fetal, Oligodrâmnios, DPP e Condições Maternas Desfavoráveis).

Pré-Eclâmpsia, Hipertensão de Difícil Controle, CIUR- 34ª semana.

Condições Maternas e Fetais Estáveis- aguardar até a 36ª-37ª semana com maturidade fetal confirmada.

Page 30: Conduta na Hipertensão Arterial Sistêmica Jorge Hornos.
Page 31: Conduta na Hipertensão Arterial Sistêmica Jorge Hornos.
Page 32: Conduta na Hipertensão Arterial Sistêmica Jorge Hornos.
Page 33: Conduta na Hipertensão Arterial Sistêmica Jorge Hornos.
Page 34: Conduta na Hipertensão Arterial Sistêmica Jorge Hornos.

Estudo de Vigil-De Gracia

Hipertensão Crônica Grave é doença de alto risco:

Partos Prematuros: 59,7%; Cesarianas: 71,4%; PE Superajuntada: 78%; DPP: 8,4%; e Mortalidade Perinatal: 115/1000.

Page 35: Conduta na Hipertensão Arterial Sistêmica Jorge Hornos.
Page 36: Conduta na Hipertensão Arterial Sistêmica Jorge Hornos.
Page 37: Conduta na Hipertensão Arterial Sistêmica Jorge Hornos.
Page 38: Conduta na Hipertensão Arterial Sistêmica Jorge Hornos.
Page 39: Conduta na Hipertensão Arterial Sistêmica Jorge Hornos.
Page 40: Conduta na Hipertensão Arterial Sistêmica Jorge Hornos.

Seleção de Drogas Anti-Hipertensivas

Page 41: Conduta na Hipertensão Arterial Sistêmica Jorge Hornos.
Page 42: Conduta na Hipertensão Arterial Sistêmica Jorge Hornos.

Metildopa Agonista 2-adrenérgico de ação

central, metabolizado em -metilnorepinefrina, levando à diminuição da RVS.

Aumento das enzimas hepáticas em 5% das pacientes, raramente determina hepatite.

É a melhor das drogas na gestação. Única com “follow-up” dos recém

nascidos por 7,5 anos.

Page 43: Conduta na Hipertensão Arterial Sistêmica Jorge Hornos.
Page 44: Conduta na Hipertensão Arterial Sistêmica Jorge Hornos.

Crise Hipertensiva Magee em 2003 comparou Hidralazina

com Nifedipina e Labetalol quanto à sua eficiência e efeitos colaterais:

Hidralazina teve mais hipotensão materna; mais cesáreas; mais DDP; mais oligúria; mais alterações na FCF; e, mais baixos índices de Apgar no 1’. Disto a autora depreendeu que Hidralazina não deve manter-se como primeira linha no tratamento da crise hipertensiva.

Page 45: Conduta na Hipertensão Arterial Sistêmica Jorge Hornos.

Tratamento no Puerpério Alerta para complicações puerperais (48

h): Edema Pulmonar, Encefalopatia

Hipertensiva e Insuficiência Renal (Pré-Eclâmpsia, DPP ou Lesões em Órgão-

Alvo). Usar na Crise Hipertensiva: Labetalol, Hidralazina, Nifedipina e Diuréticos.

Page 46: Conduta na Hipertensão Arterial Sistêmica Jorge Hornos.

Tratamento no Puerpério Período de 7-14 dias de instabilidade da PA. Momento de reinserir droga prévia à gestação. Todas as drogas encontram-se no leite (algumas

mais: atenolol, metoprolol). Diuréticos são seguros, apesar da possibilidade

de diminuirem o leite. Inibidores da ECA seriam evitados pelos seus

efeitos sobre a função renal neonatal (NHBPEPWGHBPP, 2000), porém a Associação Americana de Pediatria os considera compatíveis com a amamentação.