Grupo VIII Ana Pereira Diana Costa Isabel Amorim Joana Ribeiro Márcia Souto Vítor Fernandes Da Clínica à Biologia Molecular II
Grupo VIIIAna Pereira Diana Costa Isabel Amorim Joana Ribeiro
Márcia Souto Vítor Fernandes
Da Clínica à Biologia Molecular II
IgG4
Representa menos de 5% das IgG totais em pessoas saudáveis sendo a subclasse menos
abundante.
Ao contrário das IgG1, IgG2 e IgG3, a concentração da IgG4 varia de forma acentuada
(100x) entre pessoas saudáveis; no entanto, para cada indivíduo esta
concentração é geralmente estável.
Embora os domínios constantes das cadeias pesadas da IgG4 tenham mais de
95% de homologia com as das outras subclasses de IgG, as variações dos
aminoácidos dentro do segundo domínio constante levam a uma ligação fraca
ou insignificante ao C1q e aos receptores Fc.
Assim, em teoria, a IgG4 não activa a via clássica do complemento de forma
eficaz, tendo um papel limitado na activação imune.
A IgG4 forma facilmente ligações dissulfureto dentro das cadeias pesadas na sua
região charneira, porque, em contraste com as outras subclasses de IgG, as ligações
de dissulfureto entre as cadeias pesadas da molécula de IgG4 são instáveis.
Na IgG4 a presença do resíduo de serina aumenta a flexibilidade da região
charneira, tornando mais fácil a redução das pontes dissulfureto
intercadeias, e o estabelecimento dessas ligações intra – cadeia.
Em algumas circunstâncias, as IgG4 têm actividade factor reumatóide e podem ligar-se
à porção Fc de outros anticorpos IgG, particularmente outras moléculas IgG4.
Em contraste com o factor reumatóide clássico, que se liga por meio dos domínios
variáveis, essa interacção entre IgG4 e IgG ocorre entre domínios constantes de Fc.
Isto permite uma característica única da IgG4: a sua reacção de permuta de metade
do anticorpo, que pode contribuir para a actividade anti-inflamatória da molécula.
A interacção entre domínios constantes da porção Fc de moléculas IgG4 será um
estado intermediário da reacção de permuta.
Os anticorpos IgG4 tem um baixo potencial teórico para despoletar a actividade
imunológica. Além disso, podem deslocar antigénios da ligação com anticorpos IgG1 ou
IgE com afinidades similares, diminuindo a sua colaboração para a actividade
inflamatória.
Os anticorpos IgG4 em circulação não conseguem formar complexos imunes com o
antigénio, tal como ocorre com as outras subclasses de IgG.
Características patológicas da Doença relacionada com a IgG4
Biópsia Histopatologia
Fundamental para o diagnóstico da
Doença relacionada com a IgG4
• Denso infiltrado linfoplasmocitário;
• Flebite obliterante;
• Infiltrado eosinofílico ligeiro a
moderado;
• Glândulas: infiltrado periductal;
• A lesão inflamatória forma uma
tumefacção que destrói o órgão.
Principais Características
Todas as subclasses de imunoglobulinas estão presentes
Predomínio de IgG4
Linfócitos B estão organizados em
centros germinativos
Infiltrado inflamatório
Linfócitos T estão distribuídos de
forma difusa na zona da lesão
A análise semi-quantitativa de IgG4 ajuda a distinguir a
doença relacionada com IgG4
de outras patologias
Uma razão entre plasmócitos IgG4 e plasmócitos IgG, superior a 50%, e mais de 30 células IgG4 + por campo de grande ampliação
muito sugestivas do diagnóstico
A presença de células plasmáticas contendo
IgG4 é necessária, mas não suficiente, para o
diagnóstico!!
A Doença relacionada com a IgG4 é mais difícil de
diagnosticar numa fase tardia devido ao aumento da fibrose
e diminuição das células plasmáticas presentes nos órgãos.
IgG4 noutras doenças
Embora IgG4 seja considerada anti-inflamatória está envolvida nalgumas doenças imunomediadas:
• Pênfigo vulgar/ foliaceus: IgG4 anti desmogleína;• Glomerulonefrite membranosa idiopática: IgG4 anti receptor
dos podócitos;• Púrpura trombótica trombocitopénica: anti-metaloproteínase.
A doença relacionada com IgG4 é clínica, patológica e serologicamente
diferente destas.
Factores de Risco Genético
Factores ligados ao
HLA
População Japonesa: HLA DRB1*0405 e DQB1*0401
População Coreana: HLA - DQβ1-57 sem ácido aspártico
Factores não ligados
ao HLA
TNFα
Linfócitos T citotóxicos associados
ao Ag4
Porção FC do receptor-like3
Auto-imunidade e agentes infeciosos são potenciais desencadeadores imunológicos da Doença Relacionadas com IgG4.
Potenciais Mecanismos de Iniciação
Agentes Infecciosos
• segmentos homólogos destas moléculas contêm um motivo de
ligação à molécula HLA DRB1*0405
1 - Anidrase carbónica II humana;
2 - Anidrase carbónica α da Helicobacter Pylori
• Um estudo mostrou que a maioria dos pacientes com pancreatite auto-imune têm anticorpos contra a proteína de ligação ao plasminogénio da H.pylori. Anticorpos contra este componentes da bactéria podem comportar-se como auto-anticorpos por meio de mimetismo molecular em pessoas predispostas geneticamente.
1 - Proteína de ligação ao plasminogénio da H.pylori 2 - Componente n-recognin 2 da proteína ubiquitina ligase E3 (expressa nas células acinares pancreáticas)
Hom
olo
gia
Auto-imunidade
Na Doença Relacionada com a IgG4 a autoimunidade é fortemente apontada como sendo o estimulo imunológico inicial para a resposta imune Th2.
Anidrase carbónicaLactoferrinaInibidor da tripsina pancreáticaTripsinogénio
Ductos PancreáticosDuctos BiliaresDuctos da glândulas SalivaresOutros órgãos exócrinos
Manifestações Sistémicas da Doença
relacionada com a IgG4
Auto-Antigénios Órgãos IgG4
Auto-anticorpos
Células Th2 e reacção imune reguladora
Muitos linfócitos que expressam IL4 ou IL10 foram identificados nos órgãos afectados, por hibridação in situ.
Células Th2 e reacção imune reguladora
Células T – helper do tipo 2 (Th2), produtoras de IL - 4 e IL - 13, estimulam a produção de IgE e de IgG4.
A produção de IgG4 é induzida preferencialmente na presença de uma resposta imunitária Th2 dominante, caracterizada pela activação de células T reguladoras, que produzem IL - 10. Esta indução selectiva da IgG4 é referida como uma resposta Th2 modificada.
Activação de Células Reguladoras
Permite
Diferenciar esta doença das condições auto-imunes
clássicas (em que a função das células T reguladoras está comprometida)
↑ expressão de mRNA - FOXP3 nos tecidos
afectados
É demonstrada
TGFβ
Progressão na Fibrose
Sobrexpresso nesta doença
Papel das IgG4
Existem duas possíveis explicações para o aumento de IgG4:
– os anticorpos podem comportar-se como imunoglobulinas destruidoras de tecido.
– o excesso de IgG4 pode ser uma simples sobre-expressão em resposta a estímulos inflamatórios primários não conhecidos.
A principal questão nesta doença está relacionada com a troca do braço-Fab. A alta percentagem
de IgG4 que se tornam bi-especificas faria com que estes anticorpos não fossem capazes de uma
resposta imune destruidora de tecidos. Contudo, alta percentagem de anticorpos IgG4 mantém a
monoespecificidade o que torna suficiente o seu potencial de inflamação e destruição.
anticorpos IgG4 são resposta a um estímulo inflamatório.
Auto anticorpos
Doença relacionada com IgG4
X
Doença específica de IgG4
Epidemiologia
• Ocorre mais frequentemente em homens (62-83%)
• Idades superiores a 50 anos
• Aproximadamente 90% têm envolvimento renal e
retroperitoneal.
• A sua prevalência é subestimada
Características clínicas
• Frequentemente apresentação subclínica
• Sem sintomas constitucionais nem elevação PCR
• Diagnóstico ocasional
• Pode apresentar-se com envolvimento de um único órgão durante muitos anos
• Com envolvimento conhecido ou subclínico de outros órgãos (ex.: 30% dos indivíduos com Pancreatite auto-imune têm nefrite tubulointersticial)
• Como doença multi-orgânica no momento do diagnóstico
• Minoria com melhoria espontânea e resolução das manifestações
Achados comuns:
• Tumefacções
• Doenças alérgicas:• Atopia
• Eczema
• Asma (>40% com asma brônquica ou sinusite crónica)
• Aneurisma/dissecção aorta
• Lesões ósseas destrutivas
Aumento bilateral das glândulas submandibulares
Aumento bilateral das glândulas parótidas Proptose do olho esquerdo por aumento da
glândula lacrimal
Aumento difuso pâncreas (pancreatite autoimune) e área irregular renal
(nefrite tubulo intersticial)
Imagiologia
• Os achados imagiológicos variam consideravelmente, sobretudo no pulmão
e no rim. Geralmente são muito inespecíficos, não permitindo
a distinção com doença neoplásica;
• No pâncreas, a presença de um halo peripancreático e o estreitamento
difuso do ducto pancreático correspondem, respectivamente, a
processo fibroinflamatório que se estende ao tecido adiposo peripancreático
e a inflamação periductal não oclusiva.
• A nível arterial, observa-se espessamento homogéneo da parede,
decorrente de esclerose inflamatória da adventícia.
Serologia
• A maioria dos pacientes apresenta níveis elevados de IgG4 no soro, mas os valores variam amplamente.
• Cerca de 30% têm valores normais, apesar dos achados histopatológicos e imunohistoquímicos característicos.
Tratamento
• Quando há envolvimento de órgãos vitais, é necessário tratamento agressivo,
pois a doença pode levar a disfunção/falência orgânica.
• Nem todas as manifestações da doença requerem tratamento imediato.
É o caso da linfadenopatia associada ao IgG4, que frequentemente é
assintomática, podendo ter um curso indolente durante décadas.
• Não existe correlação estreita entre a extensão da doença
e a necessidade de tratamento.
• Alguns pacientes com doença severa acometendo vários sistemas de órgãos
podem não precisar de tratamento sistémico; outros, com doença em órgão
único, necessitam de tratamento urgente.
• Os corticóides são geralmente a terapêutica de 1ªlinha, mas as recidivas são frequentes.
• Imunossupressores (azatioprina, micofenolato mofetil e metotrexato) são usados frequentemente para manter a remissão – nunca testados em
ensaios clínicos.
• Na doença refractária ou recorrente, o Rituximab induz um declínio acentuado das concentrações de IgG4 (apesar das outras classes de IgG se
manterem estáveis) e melhoria clínica em semanas.
• O determinante major da ausência de resposta ao tratamento (corticóides e Rituximab) é o grau de fibrose nos órgãos envolvidos.
Conclusões
• A doença relacionada com o IgG4 é uma condição clínica recentemente reconhecida
que envolve vários órgãos, e que até 2003 eram encaradas como doenças restritas
a um dado órgão.
• Nessa data passou a ser encarada como uma doença sistémica, na qual se observa
que, adicionalmente à lesão major existiam lesões adicionais noutros órgãos.
• Independentemente do órgão atingido, as características histopatológicas
são similares.
• A verdadeira relação entre características histopatológicas, concentração de IgG4 no soro e
infiltrados de células plasmáticas nos tecidos ainda está por esclarecer.
Patologias que durante muitos anos foram consideradas como atingindo
apenas um orgão são hoje consideradas como pertencendo a
este quadro patológico
Harrison's 18th Riedel's thyroiditis
Is a rare disorder that typically occurs in middle-aged women. It presents with an insidious, painless goiter with local symptoms due to compression of the esophagus, trachea, neck veins, or recurrent laryngeal nerves. Dense fibrosis disrupts normal gland architecture and can extend outside the thyroid capsule. Despite these extensive histologic changes, thyroid dysfunction is uncommon. The goiter is hard, nontender, often asymmetric, and fixed, leading to suspicion of a malignancy. Diagnosis requires open biopsy as FNA biopsy is usually inadequate. Treatment is directed to surgical relief of compressive symptoms. Tamoxifen may also be beneficial. There is an association between Riedel's thyroiditis and idiopathic fibrosis at other sites (retroperitoneum, mediastinum, biliary tree, lung, and orbit).
Limitações
• Várias espécies bacterianas induzem a produção de IgG4 através
da imunidade inata.
• As reacções imunológicas entre pacientes podem ser semelhantes
mesmo tendo factores causais diferentes.
• Do que é exposto no artigo, não é perceptível se a presença da
IgG4 nos tecidos é responsável pelos achados histopatológicos ou
se resulta da sua sobreexpressão em resposta a um estímulo
inflamatório primário desconhecido.