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Fibras Alimentares no Tratamento da Obesidade Nut. Juliana Tolêdo Esp. em Nutrição em Saúde Pública Esp. em Atividade Física e suas Bases Nutricionais
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Fibras Alimentares no Tratamento da Obesidade - XVIII CBN SP-2014

Jun 02, 2015

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Ju Tolêdo

Palestra ministrada no XVIII Congresso Brasileiro de Nutrologia, sobre "Fibras alimentares no tratamento da obesidade".
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Page 1: Fibras Alimentares no Tratamento da Obesidade - XVIII CBN SP-2014

Fibras Alimentares no Tratamento da

Obesidade

Nut. Juliana Tolêdo

Esp. em Nutrição em Saúde Pública

Esp. em Atividade Física e suas Bases Nutricionais

Page 2: Fibras Alimentares no Tratamento da Obesidade - XVIII CBN SP-2014

http://bit.ly/AulasDaJuToledo

Page 3: Fibras Alimentares no Tratamento da Obesidade - XVIII CBN SP-2014

Fibra alimentar ou Fibra dietética

• Polímeros de carboidratos resistentes

à ação das enzimas digestivas humanas

• Exceção: lignina – polímero de

fenilpropano

• Diferencial: não digestão e não

absorção pelo TGI

BERNAUD, 2013

Page 4: Fibras Alimentares no Tratamento da Obesidade - XVIII CBN SP-2014

Classificação - origem

• Celulose, hemicelulose, gomas, mucilagens e pectinas

Polissacarídeos não amido (PNA)

• Frutanos

Oligossacarídeos

• Amido resistente e maltodextrina resistente

Carboidratos análogos

BERNAUD, 2013

Page 5: Fibras Alimentares no Tratamento da Obesidade - XVIII CBN SP-2014

Classificação - origem

Lignina

• Compostos fenólicos, proteína de parede celular, oxalatos, fitatos, ceras, cutina, suberina

Substâncias associadas aos PNA

• Quitina, quitosana, colágeno e condroitina

Fibras de origem não vegetal

BERNAUD, 2013

Page 6: Fibras Alimentares no Tratamento da Obesidade - XVIII CBN SP-2014

Classificação - origem

BERNAUD, 2013, adaptado por PAIVA, A.K. F e FARIA, J. T., 2014

Page 7: Fibras Alimentares no Tratamento da Obesidade - XVIII CBN SP-2014

Classificação - solubilidade Solúveis

• Solúveis em água

• Fermentáveis pela microbiota do cólon

• Pectina, gomas, inulina e hemiceluloses

Insolúveis

• Insolúveis em água

• Fermentação no cólon limitada

• Lignina, celulose e hemiceluloses

BERNAUD, 2013

Page 8: Fibras Alimentares no Tratamento da Obesidade - XVIII CBN SP-2014

Ações das fibras

BERNAUD, 2013

Locais

Page 9: Fibras Alimentares no Tratamento da Obesidade - XVIII CBN SP-2014

Fibras solúveis - ações locais

BERNAUD, 2013

• No estômago: saciedade

• No intestino: melhora da viscosidade das fezes

Absorção de água e formação

de géis

Page 10: Fibras Alimentares no Tratamento da Obesidade - XVIII CBN SP-2014

Fibras solúveis - ações locais

BERNAUD, 2013

AGCC

Substratos para as células colônicas

Reestabelecimento da permeabilidade - minerais e água

Redução do pH intracelular e luminal

Fermentação pela microbiota

Produção de gases: H2, NH3, CH4 e CO2

Produção de AGCC: acetato, propionato e butirato

Page 11: Fibras Alimentares no Tratamento da Obesidade - XVIII CBN SP-2014

Fibras solúveis - ações locais

BERNAUD, 2013

Ação prebiótica

Aumento da microbiota

Aumento do volume fecal

Inibição da proliferação de patógenos

Inibição da formação de toxinas

Page 12: Fibras Alimentares no Tratamento da Obesidade - XVIII CBN SP-2014

Fibras insolúveis – ações locais

Absorvem água

Retardam esvaziamento gástrico

Promovem aumento do bolo fecal

Aceleram o trânsito intestinal

Reduzem superfície de contato e absorção de carboidratos, toxinas e sais biliares

BERNAUD, 2013

Page 13: Fibras Alimentares no Tratamento da Obesidade - XVIII CBN SP-2014

Fibras e doenças crônicas

• Emagrecimento

• Controle glicêmico

• Controle da lipêmico

• Controle insulinêmico

COSTA, 2010; BERNAUD, 2013

Page 14: Fibras Alimentares no Tratamento da Obesidade - XVIII CBN SP-2014

Fibras e obesidade

• Promover saciedade por mastigação

– ingestão mais lenta de alimentos

– menores níveis de grelina

– maior salivação

• Reduzir a absorção de lipídeos e carboidratos no intestino

• Reduzir o índice glicêmico(IG) e a carga glicêmica (CG) das refeições

• Substituir alimentos de alta densidade energética

COSTA, 2010; BERNAUD, 2013

Page 15: Fibras Alimentares no Tratamento da Obesidade - XVIII CBN SP-2014

Obesidade - estudos

16 estudos clínicos

randomizados - suplementação

de fibras

Perda média em 4 semanas:

Placebo: 1,7 Kg

Intervenção: 3,0 Kg

Perda média em 8 semanas:

Placebo: 2,4 kg

Intervenção: 4,9 kg

COSTA, 2010; BERNAUD, 2013

Page 16: Fibras Alimentares no Tratamento da Obesidade - XVIII CBN SP-2014

Obesidade - estudos

• A maioria dos estudos foi

feita com fibras insolúveis.

• Fibras solúveis reduziram

mais o apetite e a ingestão

energética que as insolúveis

COSTA, 2010; BERNAUD, 2013

Page 17: Fibras Alimentares no Tratamento da Obesidade - XVIII CBN SP-2014

Fibras e DCV - estudos

Os FR para DCV hipertensão, DM, obesidade,

aterosclerose e dislipidemias são menos frequentes

em pessoas com maior consumo de fibras

BERNAUD, 2013

Page 18: Fibras Alimentares no Tratamento da Obesidade - XVIII CBN SP-2014

DCV – estudos epidemiológicos

Ingestão aumentada fibras

de grãos integrais, farelos,

frutas e hortaliças

menores prevalências de

DAC, AVC, doença vascular

periférica

BERNAUD, 2013

Page 19: Fibras Alimentares no Tratamento da Obesidade - XVIII CBN SP-2014

DCV – coorte com 10 estudos prospectivos

Cada incremento de 10 g/dia de fibra total ingerida

BERNAUD, 2013

redução de 14% no risco

relativo para todos os

eventos coronarianos

27% para morte

decorrente desses

eventos

Page 20: Fibras Alimentares no Tratamento da Obesidade - XVIII CBN SP-2014

Fibras e HA - estudos

• Estudos observacionais: relação inversa entre ingestão

de fibras e níveis de pressão arterial

• Metanálise com 25 ensaios clínicos randomizados:

– Alguns: ↓ PAD, mas não da PAS

– Em um subgrupo de estudos com pacientes

hipertensos: ↓ PAD e PAS

BERNAUD, 2013

Page 21: Fibras Alimentares no Tratamento da Obesidade - XVIII CBN SP-2014

DASH - frutas, vegetais e alimentos ricos em fibras

Grupo estudado

• Redução dos níveis de

pressão arterial em

indivíduos com DM tipo 2

Grupo controle

• Nenhuma alteração

BERNAUD, 2013

Page 22: Fibras Alimentares no Tratamento da Obesidade - XVIII CBN SP-2014

Fibras e dislipidemias - metanálise

2 a 10 g de fibra solúvel/ dia

• ↓ 1,73 mg/dL colesterol total/g

de fibra ingerida

• ↓ 2,21 mg/dL LDL-colesterol

total/g de fibra ingerida

• TG e HDL-colesterol não foram

modificados

Estudos geralmente são feitos com

fibras solúveis.

BERNAUD, 2013

Page 23: Fibras Alimentares no Tratamento da Obesidade - XVIII CBN SP-2014

Fibras e dislipidemias – ensaios clínicos

Psyllium por 6 meses

• ↓ quase 7% LDL-c

Goma guar de 12 a até 24 meses

• ↓ de LDL-c – 16% em 12 meses

– 25% em 24 meses

BERNAUD, 2013

Page 24: Fibras Alimentares no Tratamento da Obesidade - XVIII CBN SP-2014

Fibras e DM – estudos

Estudo observacional de caráter transversal

(n= 175)

maior prevalência de SM no grupo com refeições de:

– maior IG

– menor ingestão de fibras

BERNAUD, 2013

Page 25: Fibras Alimentares no Tratamento da Obesidade - XVIII CBN SP-2014

Fibras e DM – estudo

Metanálise com 15 ensaios clínicos randomizados:

aumento na ingestão de fibras na dieta usual

– redução média de 15,32 mg/dL na glicose sérica

de jejum no grupo intervenção

– níveis de hemoglobina glicada não significativos

BERNAUD, 2013

Page 26: Fibras Alimentares no Tratamento da Obesidade - XVIII CBN SP-2014

Índice glicêmico - estudos

Alto IG

• ↑concentrações

plasmáticas de TG

• ↓ concentrações

plasmáticas de HDL-c

• ↓ sensibilidade periférica

à insulina

Baixo IG e CG: < risco de

• DM tipo 2

• DCV

• alguns tipos de ca

FOSTER-POWELL, K., HOLT, S.H., BRAND-MILLER, J.C. 2002; COSTA, 2010

Page 27: Fibras Alimentares no Tratamento da Obesidade - XVIII CBN SP-2014

Fibras e IG

• ↓ IG das refeições

• ↓ resposta glicêmica

• ↓ concentrações de insulina

pós-prandial

FOSTER-POWELL, K., HOLT, S.H., BRAND-MILLER, J.C. 2002; COSTA, 2010

Page 28: Fibras Alimentares no Tratamento da Obesidade - XVIII CBN SP-2014

Fibras e DM

• O consumo de fibra solúvel parece reduzir a resposta

glicêmica pós-prandial após as refeições ricas em

carboidratos

– Formação de géis

– ↓ esvaziamento gástrico

– ↓ absorção de macronutrientes

BERNAUD, 2013

Page 29: Fibras Alimentares no Tratamento da Obesidade - XVIII CBN SP-2014

Fibras e DM – estudo

• Estudo prospectivo com 3.704

participantes associou à

redução de risco de DM 2:

– maior quantidade de vegetais

– maior variedade de frutas e

vegetais

BERNAUD, 2013

Page 30: Fibras Alimentares no Tratamento da Obesidade - XVIII CBN SP-2014

Fibras e DM – estudos

• Estudos prospectivos: consumo de fibra insolúvel de

cereais e grãos integrais está consistentemente

associado ao risco reduzido de DM tipo 2

• Metanálise (328.212 indivíduos): associação entre

redução de risco de DM tipos 2 e ingestão de fibras

– frutas e hortaliças

– fibras de cereais integrais

BERNAUD, 2013

Page 31: Fibras Alimentares no Tratamento da Obesidade - XVIII CBN SP-2014

Fontes dietéticas

• A maioria dos alimentos que contêm fibras é constituída

de um terço de fibras solúveis e dois terços de insolúveis.

• Pectina: parte branca da laranja e do maracujá

• Amido resistente: banana verde

• Celulose: farelos e cascas

• Suplementos alimentares

BERNAUD, 2013

Page 32: Fibras Alimentares no Tratamento da Obesidade - XVIII CBN SP-2014

Recomendação (RDI) de fibras (g/dia)

Faixa etária Masculino Feminino

1 - 3 19

4 - 8 25

9 - 13 31 26

14 - 18 38 26

19 - 50 38 25

> 50 30 21

Gestantes --- 28

Lactantes --- 29

RDI, 2002/2005

Page 33: Fibras Alimentares no Tratamento da Obesidade - XVIII CBN SP-2014

Teor de fibra nos alimentos

NEPA-UNICAMP, 2011; MENDEZ, et al, 2004

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Cuidados!

• Fibras insolúveis x Doenças carenciais

biodisponibilidade de minerais

• Doenças intestinais inflamatórias trânsito intestinal

e ação mecânica

• Pacientes bariátricos flatulência, saciedade,

densidade nutricional

• Aumentar a ingestão hídrica

Page 35: Fibras Alimentares no Tratamento da Obesidade - XVIII CBN SP-2014

Recomendações finais • Promover reeducação nutricional através da

apresentação de novas opções ao paciente

• Indicar uma variabilidade de alimentos fontes de

fibras e fitoquímicos

• Facilitar a vida do paciente

• Auxiliá-lo na descoberta do prazer com a

alimentação saudável

• Suplementar, se necessário, de acordo com a

ingestão habitual ou dieta

Page 36: Fibras Alimentares no Tratamento da Obesidade - XVIII CBN SP-2014

Bibliografia consultada • BASSO, C.; SILVA, L.P.; BENDER, A.B.B.; SILVEIRA, F. Elevação dos níveis de amido resistente: efeito sobre a glicemia e

na aceitabilidade do alimento, Revista do Instituto Adolfo Lutz, São Paulo, v. 70, n.3, p. 276-282, 2011.

• BERNAUD, F.S.R.; RODRIGUES, T.C. Fibra alimentar – Ingestão adequada e efeitos sobre a saúde do metabolismo. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia e Metabologia, São Paulo, v. 57, n. 6, p. 397-405, 2013.

• BONAZZI, C.L.; VALENÇA, M.C.T.; BONONI, T.C.S.; NAVARRO, F. A intervenção nutricional no pré e pós operatório da cirurgia bariátrica, Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento, São Paulo, v. 1, n. 5, p. 59-69, 2007.

• COSTA, L.D.; VALEZI, A.C.; MATSUO, T.; DICHI, I.; DICHI, J.B. Repercussão da perda de peso sobre parâmetros nutricionais e metabólicos de pacientes obesos após um ano de gastroplastia e Y-de-Roux. Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, Rio de Janeiro, v. 37, n. 2, p. 96-101, 2010.

• FOSTER-POWELL, K.; HOLT, S.H.; BRAND-MILLER, J.C. International table of glycemic index and glycemic load values, The American Jounal of Clinical Nutrition, Bethesda, v. 76, n.1, p. 5-56, 2002.

• LEITE, S.; ARRUDA, S.; LINS, R.; FARIA, O.P. Nutrição e cirurgia bariátrica, Revista Brasileira de Nutrição Clínica, São Paulo, v. 18, n. 4, p. 183-189, 2003.

• MENDEZ, Maria Heidi Marques, et al. Tabela de composição de alimentos: amiláceos, cereais e derivados, frutas, hortaliças, leguminosas, nozes e oleaginosas. 2a. reimpressão. Niterói: EdUFF, 2004.

• NEPA-UNICAMP. Tabela Brasileira De Composição De Alimentos. Campinas: Nepa-Unicamp, 2011.

• RICCARDI, G.; RIVELLESE, A.A. Dietary treatment of the metabolic syndrome: the optimal diet. Journal of Nutrition, Bethesda, v. 83, n.1, 2000.

• RUBIO, M.A.; MORENO, C. Implicaciones nutricionales de la cirurgía bariátrica sobre el tracto gastrointestinal, Nutrición Hospitalaria, v. 22, n. 2, p. 124-134, 2007.

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