Eugênio sem cabeça - perse.com.br fileDesejo uma enorme retribuição para as pessoas que me ... entre os sistemas políticos conservadores e o ataque constante do movimento comunista.

Eugênio sem cabeça

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Agradecimentos, Um novo desafio me coloca novamente diante de todos os meus queridos leitores. Apresento-lhes uma nova história com vários outros sabores e agora com um fantástico personagem que por inúmeras vezes pude ter o enorme prazer de ouvir suas palavras. Desta maneira, fiz desta obra literária uma pequena e singular descrição de sua grandiosa jornada aqui nesta primeira parte publicada para todos vocês leitores. Eventualmente não poderia deixar de agradecer a todos vocês que me ajudam e me incentivam a continuar neste caminho que me proporciona um grande prazer na minha vida! Desejo uma enorme retribuição para as pessoas que me trouxeram elogios e as críticas valorizando mais ainda o trabalho que tenho produzido nestes últimos anos e que pretendo manter dentro da minha limitada capacidade de escrever pequenas histórias para todos. Tenho um profundo agradecimento para com meus familiares, amigos, pessoas próximas que me acompanham e acreditam neste caminho que tenho trilhado e que pretendo permanecer. Desejo a todos uma ótima leitura! Obrigado!


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Sumário

Prólogo . 4 Capítulo um

O Chacoalho .6 Meu par de sapatos .15 A morte de Padre Antonio .19 Meu amigo Cervantes .24 Meu cão meu amigo .28

O novo missionário .32 Capítulo dois A Separação .38

Um novo Horizonte .44 A viagem .46

Capítulo três As meninas do bairro .53 Desprovido de riquezas .58 Capítulo quatro Meu 1º Automóvel foi uma “Kombi” .60

A ditadura de 1964 .63 Meu novo emprego .66 Pequenas alegrias .69 Capítulo cinco Aliança matrimonial .72

Seu sagrado teto .75 A Copa do Mundo 1970 .78 Os anos de ouro... .80

Epílogo - O retorno para terra do Sol .89


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Prólogo “Por quê? Eu? Eugênio, sem cabeça?” De todas as gerações que já passaram pela história deste imenso país, creio que as mais importantes situam-se entre os períodos de Getúlio Vargas e o Golpe de 1964. Assim um novo desafio me coloca novamente diante de todos os meus queridos leitores. Apresento-lhes uma nova história com vários outros sabores e agora com um fantástico personagem que representa a grandeza do homem que deixa sua terra de origem na busca de novos desafios. Desta maneira, fiz desta pequena obra literária uma singular descrição de sua grandiosa jornada aqui nesta primeira parte publicada para todos vocês leitores. Eugênio é um personagem criado pelo Autor deste livro que trás aos seus leitores uma nova e emocionante história que traduz todos os conflitos, alegrias, tristezas, costumes, fé e religião, além das influências políticas de sua época jovem vividas na região nordeste do Brasil. O personagem nos revela vários acontecimentos do passado que a vida deixou marcada em suas memórias e que aos poucos revelam uma história muito comum de milhões de brasileiros que optam pelo seu próprio Êxodo, migrando de sua terra natal para outras cidades em busca da felicidade e do sucesso material. A história também trás alguns acontecimentos da época que movimentavam a cultura local e as influências políticas no Brasil e no mundo faz associação de lugares e pessoas que estavam naquele momento em suas batalhas individuais e que se relacionam com a própria existência do personagem. São períodos que marcam a história da República Velha e os conflitos contínuos entre os sistemas políticos conservadores e o ataque constante do movimento comunista.


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Momentos vividos pelo personagem que tratam se sua vida no dia-a-dia em plena “Terra do Sol”, lugar conhecido por todos com o nosso nordeste brasileiro amplamente citado em nossa literatura nacional e que demonstra ao público suas origens e raízes e quanto o povo sofrido destas regiões se lançam na sua própria defesa mediante inúmeras circunstâncias. Eugênio fala de sua vida desde a infância e suas aventuras já em idade juvenil, mas com as responsabilidades de um varão de família, que lhe é atribuído instantaneamente pelos laços familiares e sua obstinada forma de pensar e agir com qualquer situação que a vida lhe mostra em vários momentos. O personagem dessa história mesmo sem qualquer conhecimento vive também sob esse conflito que determina sua vida e a de centenas de milhares de brasileiros que ficam alheios aos processos liderados por esses grupos que levam o Brasil ao constante estágio de país subdesenvolvido mesmo em alguns momentos tendo liderado áreas importantes da economia mundial. Embora no âmbito do personagem a demonstração destes conflitos internos da sua própria vida assemelha-se aos do mundo externo e leva o leitor no campo da imaginação e associação de suas próprias idéias e o impacto do mundo em sua volta no comportamento e andamento da vida. Esse é de fato o testemunho vivo da migração de brasileiros que ao longo de suas próprias vidas, mesmo sem saber por que, enfrentavam o imenso deslocamento de áreas e o desconhecido. Situações pitorescas da vida individual e os efeitos do coletivo e suas influências boas e ruins que trilham a vida de cada um durante sua existência e os fatores determinantes de mudanças e enfrentamentos, decepções, alegrias, tristezas, relacionamentos de amizade e a busca constante pela vida digna em cada instante de sua vida.


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O chacoalho Não tenho precisamente o momento deste nascimento, mas os registros nos mostram uma data em meados de do ano de 1936. Uma noite quente como não poderia deixar de ser nesta terra que Deus haveria de tê-la construído sob o mais completo ponto de contato do Sol com nosso planeta, se já ouvi dizer de outras que são tão quentes como tal, obviamente, um pedacinho ficou aqui para nós... Nascia então aquele que na hierarquia de toda a família já possuía sua terceira gestação de Maria, pequeno, mas ligeiro homem que ali Deus havia concebido mais uma alma na terra do Sol, e que ao longo do tempo seria mais um filho de José, e deste, o pouco ou quem sabe diminuto conhecimento estaria herdando já muito jovem... As histórias que decorrem ao longo do tempo são tão verdadeiras quanto o próprio estado de coisas que essa região se declara a todos que dela deram origem e com muito sacrifício sobreviveram aos desmandos da natureza, essa tal natureza que pode ser hostil e venenosa como um veneno de uma serpente, mas também que trás a nós o mesmo cheiro natura das flores que destoam o momento sublime da primavera renovando tudo e todas as almas. Não havia berço muito menos qualquer riqueza que poderia presentear o próprio nascimento não sendo o bastante a própria riqueza da vida que ali se já levantava pelas obras de Deus nosso senhor! Essa época então se houvesse poucos nem talvez pudessem imaginar que muitos no futuro breve servirão apenas de cobaias para o efeito do abortismo maldade que fez crescer no século seguinte! Falaremos mais adiante deste assunto! Neste momento o crescimento eminente da 2ª Grande Guerra com ascensão do Nazismo colocava todos de prontidão pelo mundo, não parecia ser muito fácil ter que nascer justamente numa época em que o reino das sombras pairava sob a humanidade!


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No Brasil com o Governo Republicano de Getúlio Vargas, considerado por muitos um fascista admirador das tendências nazistas, sua aproximação deveria ser evitada a qualquer custo pelos povos que observavam no Brasil um país ainda sem uma destinação e orientação daquilo que se mostrava ao mundo! Nem mesmo o futebol, tão popular esporte ainda não era algo que pudesse colocar o país em qualquer evidência mundial! Éramos ainda uma recém República de misturados e selvagens que corriam pelas terras de Norte a Sul, evitando sua invasão, mas que se ao mesmo tempo pudessem dela tirar sua existência e tomá-la, pois não teriam qualquer pudor em fazê-lo! Eugênio me dizia que logo quando apeava de sua cama bem cedinho sem mesmo a luz do magnífico Sol ainda estivesse apontado pelo pequeno feixe que se formava na janela de seu quarto onde ele e seus irmãos passavam seu descanso para o corpo dia após dia, ele corria para não ser pego pela peia de seu pai, mesmo assim, com essa tamanha brutalidade nos moldes de hoje seria obviamente levado a cárcere, logo cedo, corria ver seus bichos e tirar o leite da primeira vaca que se encaixava pelo cocho até garantir o sustento daquele dia para todos da família! Definitivamente somos diferentes em diferentes situações, pois seus irmãos embebidos pelo sono da manhã sucumbiam perante o couro e a chibata do pai, o carrasco de todas às manhas de todos os dias nos primeiros 16 anos de sua jornada nesse universo! Aqueles dias eram quentes e não tinha como se defender de nada a não ser pelos pequenos esconderijos que se formavam nas montanhas de comida guardada ao longo das últimas temporadas, sempre quando essas foram abençoadas pelo senhor nosso Deus, pois muitas, e isso só sabem quem viveu nessas regiões áridas sabiam que em tempos em tempos alguns anos certamente não serviriam para nenhuma florada pelo tamanho do castigo que o elemento maior desse Universo fazia acontecer, o Sol, era escaldante e judiava dos pobres coitados, nenhum homem, mulher ou criança escapavam dessa fúria silenciosa!


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Por muitas vezes em que conservamos e proseamos nesse tempo, Eugênio me dizia de suas lembranças e como eram os momentos de felicidade e ao mesmo tempo de suas responsabilidades....Sempre admirava seu Pai, coisa que hoje parece que os tempos e as tendências “comunistas” apagaram do comportamento da sociedade, então, quando ele aparecia dizia ser um homem alto e com aquele olhar da virtude e o segredo de todas as histórias do mundo em um único suspiro, a conversa não era de muitas palavras às obrigações sempre prevaleciam em função de qualquer outra conversa de conforto e amizade! Nessa terra desgraçada pelo Sol, que terra abençoada que assim mesmo resistia aos desmandos da natureza nada era fácil e poucos sobreviviam com a virtude da vida! Era comum escutar que fulano enterrava seus filhos àqueles que dali não resistia aos confrontos diários com todas às dificuldades do solo! Embora o Brasil já daquela época mostrasse ao mundo sua verdadeira tendência, ou seja, um país apenas de prosperidade do campo, e sabemos que isso realmente tem têm sido a nossa única sobrevivência e acúmulo de riqueza e prosperidade, mesmo com todos os movimentos “Comunistas” elevando-se acima da desigualdade natural que o próprio campo e a terra intrínsecos de sua natureza vão manter de pé os mais valentes homens deste lugar e eles abastados ou não e mesmo sem que saibam empurrar o Brasil para o futuro com suas plantações e sua colheita tão sofrida, havia no ar um movimento assíncrono provocado pelas outras trincheiras da vida e por sinal com o mesmo senso de expansão e domínio que até seu terrível início provocaram duas das maiores atrocidades da humanidade! A Espanha passava por uma turbulência e os movimentos separatistas provocavam tendências das mais diversas, tanto os “comunistas” bem como os “fascistas” empunhavam-se às armas para lados alinhados e outrora se enfrentavam pelas esquinas de Madrid, o que não seria diferentes nas demais cidades vizinhas, no entanto, simultaneamente o “Nazismo” determinava uma nova


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aliança e obviamente não tínhamos uma certeza em que pé tudo poderia acabar! Portugal, nossa terra amada, pois dela trouxeram a maioria destes que aqui se arriscaram em suas empreitadas para livrar-se de pesados impostos e até mesmo do cárcere, também não era deixada de lado pelos movimentos e seus líderes com suas ideologias saídas do movimento “marxista” e outros não, por sinal, influenciavam nossas lideranças pelo fato de ter em si a pátria amada como provável refúgio daqueles dias que se alinhavam e que estavam por vir no movimento “nazista”. As batalhas começaram e o avanço de “Hitler” preocupa o Ocidente, já tão jovem e mergulhado no apoio aos antigos conquistadores e patriarcas saxões, inevitavelmente à distância protegia todo nosso continente Americano, embora com alguns países sem dizer ou sem qualquer avaliação daquilo que se tornou o maior holocausto humano dos últimos tempos provocado por outra força que não pelos próprios comunistas que haveriam de construir ao longo dos demais anos no pós guerra! Sem saber em tempos eram aqueles e como eram às cenas do verdadeiro horror humano, onde uns matavam-se aos outros e sem qualquer prudência podemos até dizer que se devoravam, a guerra parecia apenas uma nova “brincadeira” que poucos tinham pequenas informações devido ao fato de não haver à comunicação, quando não, pequenos rumores dos dias que se passavam no antigo continente! A vida no campo era então envolvida apenas pelo chocalho das vacas e que trazia além do sustento os sinais de uma vida vivida dentro de um espaço sem conexão ao mundo, um verdadeiro labirinto temporal onde Eugênio descreveu seus momentos mais felizes através de um simples ecoar de um som que para todos nós não tem ou sequer faz sentido algum! Entretanto, na história, esses seis anos foram cercados dos mais temidos rugidos de canhões e metralhadoras que decepavam os


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soldados que corriam por todos os territórios hora vencendo outra vez vencidos e assim alguns milhões foram ceifados pela total insanidade humana que permanece até hoje desenhada e inserida na mente coletiva de todos os humanos! O Comunismo já então se pregava com todas às forças sob o território brasileiro, e um desses movimentos talvez o mais organizado nasce na alma de Luis Carlos Prestes, conhecido como o “Cavaleiro da Esperança”, esse planejava todas articulações comunistas no Brasil, chega até mesmo à formar um pelotão de 1500 homens e inicia um movimento rebelde no Rio Grande do Sul, percorrendo milhares de quilômetros pela região sul até a plena exaustão de todo seu pelotão que sucumbi com a vida de mais de sua metade! Esse é obstinado homem comunista que se desloca em 1928 para Bolívia e em seguida para URSS, com objetivo claro de aprofundar-se nas idéias de Marx e Lenin, os malditos, assim por eu denominados agora! Retorna de forma clandestina ao Brasil em 1934, onde está convicto em liderar uma Revolução armada no Brasil que havia sido decidido em Moscou todo seu plano terrorista. Faz tudo para ampliar seu poder no Brasil e com ajuda da ANL tirar do Poder o vigente e conhecido ditador fascista Getúlio Vargas. Finalmente em 1936 esse comunista é preso perdendo sua patente permanecendo preso por quase 10 anos. Ao fim do Estado Novo fundado por Vargas coincidentemente com o próprio término da 2ª Grande Guerra, é anistiado e eleito Senador no período de 1946 à 1948. Lidera então a bancada comunista composta nada menos por Jorge Amado, Carlos Maringuella, João Amazonas e Claudinei Silva. Talvez por um golpe de sorte e não de estado como a história nos foi dita, até mesmo uma ato de salvação o movimento político intitulado de Estado Novo fundado por Getúlio Vargas em 1937 que resiste até meados 1945, consegui amputar temporariamente


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o movimento comunista que se articulava através do plano chamado Cohen dentro da Intentona Comunista daquela época. Mesmo sob o manto de uma ditadura governista em mãos de Getúlio Vargas, o movimento comunista permanece inalterado, apenas sob uma questão de tempo ressurgiria novamente no âmbito nacional. Mas com afirma em suas escritas Aristóteles atribui aos Exércitos o papel de vigilante da Democracia, assim, o ditador Getúlio Vargas é deposto para instauração da Democracia e novamente colocar o Brasil sob domínio de uma Constituinte outorgada pelo povo através do Congresso Nacional. Não poderia ser diferente a história nos mostra que os ditadores não duram tanto tempo como podemos desejar ou não! Eu gênio então passado todo esse período da história brasileira em sua época de nascimento não poderia imaginar o quanto já os movimentos de Direita e Esquerda estavam inseridos na vida nacional, mas como todo cidadão pequeno nascido no interior das terras quentes e ensolaradas do nordeste do Brasil, fez sua vida na dificuldade e no aprendizado e destreza de lidar com seus animais entre anos de engorda e outros de pura moléstia das secas. Certa vez contava-me Eugênio que adorava passar às tardes do inverno, período onde o calor intenso do nordeste se abranda um pouco e às chuvas chegam com mais freqüência quando a natureza abre seu leque de bondade para os mais sofridos, dizia ele que ao largar espontaneamente toda a responsabilidade de cuidar de seus animais, de fato, de seu pai, saiu o dia inteiro para pelejar com seus amigos uma joguinho de futebol naquelas terras mais amenas que ficavam próximas aos leitos dos rios que começavam através das chuvas voltar à encher, mas que serviam para aprumar a bola no chão e também ajudava no momento dos intervalos dos jogos pois corriam beber água corrente do rio que ali mesmo se afrontava no veio das terras quentes mas que salvaria a vida de centenas de animais no pasto e certamente da população ali que captava da terra sem intervenção direta do Estado seus benefícios, já de certa maneira o “Capitalismo” se


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mantém presente e atuante sem que ao menos saberiam dizer o que poderia ser isso ? No entanto, a liberdade e sem dúvida, ajuda de Deus lhe traziam seu poderoso sustento. Naquele dia, nele ficou marcado para sempre, pois ao voltar aos seus animais e de ter sob a mira de sua própria responsabilidade a vida de sua família, sim, pois ele sendo o terceiro na hierarquia por sua destreza já era o responsável por cuidar de tudo, de frente, viu seu pai apeando uma vara curta e sem dúvidas seria a ferramenta mais cruel para enfrentar naquele momento! Fez correr para dentro da caatinga e esconder por uma noite inteira sem dar um gemido! Época em que os filhos respeitam os pais apenas com um único olhar e um suspiro de autoridade que saiam como chama vermelha de suas ventas! Dias e dias sem passavam e o tempo só era visto quando no crescer de nossas pernas e cabelos, Eugênio sem saber do que acontecia ao redor deste mundo que já cruel lhe ensinará que a vida é um desafio constante e que de nada chegaria a ti senão pela força da divindade que certamente acolhia à todos em suas pequenas missões neste universo desconhecido de todos, das estações às mais esperadas eram outono e inverno que lhes traziam quando da beleza e benéfica natureza um pouco mais de fartura num lugar de chão árido e com o sol cobrindo todos sem perdão! Essas épocas eram marcadas pelas festas que organizadas com pessoas vizinhas e outros que de longe vinham montados em seus jumentos e éguas também cavalos aos montes para festejar a queima de fogos e àquelas fogueiras vertiginosas onde somente o povo do nordeste sabe desenvolver festa que não tinha fim! As festas eram dos poucos momentos onde talvez Aristóteles coloque em suas escritas o momento divino da felicidade da sociedade, são destes poucos momentos que a humanidade persevera na luta dia-a-dia suas batalhas ao longo de toda sua existência, não de agora que sabemos e às provas aos montes são vistas pela história os momentos de festas e religiosidade, exceto quando as mesmas eram com intenção de tontear o inimigo com bebidas fortes e dominá-lo para conquista de terras...


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As paixões evidentemente eram como às novas flores que brotavam suas maravilhas de todas as origens e cores, também do homem se assistia ao mesmo movimento, por sorte, isso ainda que pouco seja percebido nos atuais momentos, é uma esperança da continuação do que existe de mais lindo e amoroso entre os casais em todas as épocas de vida e aquilo que mantinha acesa a vida em lugares tão distintos e distantes, a natureza é algo realmente que possui uma fórmula exata que desqualifica qualquer um que possa tentar entende-la completamente, e digo, jamais será desvendado senão for pela mão de Deus, essa coloca à frente de todos e de todos os desejos da paixão e do amor involuntário e entre a mais bela espécie criada, falo, de todas às mulheres! As festas também serviam de teste entre os casais e obviamente sem qualquer semelhança, uma disputa saudável de domínio e do charmoso e mais do que maravilhoso cheiro das mulheres que ali se enfeitavam todas para disputar um novo macho! Eugênio dizia ser um bom negociador no amor embora lhe faltasse o perfil de um grande e forte montador, a ele foi concedido à destreza da fala e da boa prosa, nossa, seria incrível toda àquela situação nas noites quentes e outras mais amenas, mas que garantiam uma festa que pequena fosse ao formato da abundância econômica, mas na grandeza dos amores e das luzes que clareavam todas as noites com a queima dos rojões e fogueiras que de léguas eram vistas na imensidão das noites e luares do nordeste! Vários anos se passaram e o mundo sofrido com o trauma das 2ª Grande Guerra, parece mergulhar na década de ouro da humanidade, os anos cinqüenta, e um desses imbróglios da tecnologia inicia-se justamente em 1952 com a chegada do mais incrível produto jamais criado pelo homem, exceto pela própria bomba atômica, a televisão invade os lares de milhões de americanos e porque não a dos brasileiros, certamente, o cinema já naquela época ganhava mais um canal de admiradores, e isso permitiu nosso grande Eugênio, caminhar mais longe daquele vilarejo que o tempo começava a cicatrizá-lo em suas memórias de criança e adolescência trazendo em suas costas e ombros a


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responsabilidade prematura de levar não somente sua mãe, mas todos os seus outros pequenos irmãos que migravam do interior nordestino para capital, são esses pequenos “Êxodos” que criam oportunidades em nossas vidas, é largamente citado no Livro de Deus, me parece que é um processo que não se acaba como a própria filosofia dita por Nietzsche, que os ciclos se renovam por inúmeras vezes e os iguais se repetem e se repetem! “Quando nascemos ao mesmo tempo pouco imaginamos onde estamos e não sabemos para qual propósito nosso destino nos colocou neste ou em qualquer outro lugar deste mundo, é inerente da história de cada um, uma associação de seus lugares e dos acontecimentos que um dia se tornaram essenciais para seu amplo conhecimento.”


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Meu par de sapato Eugênio me dizia em suas histórias que só foi se der conta de que andou descalço boa parte de sua infância ao perceber que seus pés viviam machucados pelas pedras e muitas vezes pelos espinhos deixados no pasto pelo rebanho que mastigava os cactos em épocas de grande estiagem e assim os espinhos ficam em torno das plantações mais baixas sem que alguém pudesse observá-los e inevitavelmente muitas crianças ao entorno dessas plantações que viviam livres naquela terra quente ao sol pisavam e cortavam seus pés com uma agulha. Eram tempos difíceis e os irmãos mais velhos que ganhavam vestimentas de seus pais somente podiam tê-las em épocas de grandes doações vindas de outros lugares ou pelas mãos daquelas que tinham enorme habilidade de coser e que praticavam essa magnífica arte através do couro dos animais sacrificados, era esse um dos benefícios, entretanto, essas vestimentas eram em sua maioria destinadas aos que estavam na lida ajudando seus pais e que precisavam se proteger de traiçoeiras situações da mata, de fato, uma conseqüente e inevitável seleção natural. Isso comprova que Eugênio até os seus sete e oito anos pouco sabia o que era vestir um calçado tão pouco um bom calçado de couro fabricado na indústria. A escola sem dúvida trouxe essa experiência para ele, pois também era um lugar que além da missão de educar aqueles pequeninos habitantes daquele lugar distante por vezes acolhia os filhos de todos os cidadãos que batalhavam incansavelmente na terra para colher dela seu sustento, e como sabemos, ali não era um lugar para fracos, a terra do Sol nascente, era sem dúvidas um lugar que massacrava o seu povo constantemente e por todo o tempo que ali qualquer se mantinha vivendo. Assim, sua infância pobre em certos momentos era recompensada por pessoas que carregavam em sua alma a benevolência da gratidão e da divisão de “Pães e Peixes”, como Jesus Cristo várias vezes sacramentou em sua passagem aqui na terra que seu Pai criou. Os dias eram intensos na vida de Eugênio, seus irmãos e seus poucos vizinhos, trabalhar na terra era a única esperança do

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