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ESTUDO DE CASO: RESPONSABILIDADE SOCIAL E
SUSTENTABILIDADE NA UFF
Área temática: Ética e Responsabilidade Social
Nelma Cezario
[email protected]
Maria Alice Costa
[email protected]
Resumo: A presente pesquisa tem como foco o mapeamento das ações
de responsabilidade social e sustentabilidade,
desenvolvidas nas Pró-Reitorias, da Universidade Federal
Fluminense em Niterói (UFF), a partir de 2000. Para tanto,
é traçado um panorama geral sobre a questão da Responsabilidade
Social na atualidade e as novas formas de gestão
social que estão surgindo no País. O papel que as universidades
públicas exercem no contexto nacional serviu de base
para a condução desse estudo de caso, na medida em que mostra a
articulação e coordenação das ações sociais e
sustentáveis na UFF. Para avaliar este quadro na universidade,
foi realizada uma pesquisa qualitativa, por meio de
estudo de caso, para a reflexão e a análise de novas
possibilidades no desenvolvimento de iniciativas nas áreas de
responsabilidade social e sustentabilidade. Espera-se que os
resultados deste estudo sirvam para alertar aos gestores
da UFF da necessidade de criação de uma política de gestão
socioambiental e socialmente responsável, como forma de
proporcionar a expansão contínua e para o fortalecimento das
atividades de responsabilidade social e sustentabilidade
que vêm sendo realizadas.
Palavras-chaves: Responsabilidade Social, Sustentabilidade, UFF,
Universidade Federal
Fluminense, Universidade Pública.
ISSN 1984-9354
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INTRODUÇÃO
Recentemente, em particular, a partir dos anos noventa, as
preocupações com as ações sociais
ganharam destaque no cenário internacional. As organizações e as
empresas começam a investir em
projetos e em iniciativas sociais para divulgar uma imagem
socialmente responsável.
A discussão de temas dessa natureza está sendo acompanhada pela
inserção de novos
indivíduos, sujeitos, grupos e movimentos sociais que vivenciam
essa realidade cotidiana na
universidade, trazendo-a para dentro dos “muros institucionais”
e provocando rupturas com a reiterada
fratura entre a academia e o “mundo real”.
Nesse contexto, emerge a discussão da importância de se
estimular nas instituições de ensino
superior o desenvolvimento de ações de responsabilidade social e
sustentabilidade, como forma de
aproximação do mundo acadêmico com a sociedade civil.
Contudo, na medida em que as universidades são instituições de
fundamental importância de
um país, pretendesse com este trabalho intensificar e analisar
como são realizadas as ações de
Responsabilidade Social e Sustentabilidade na UFF, a partir de
2003. No Brasil, de acordo com a Lei
10.861, que institui o Sistema de Avaliação Superior (SINAES),
dentre os objetivos das instituições de
ensino superior, está a promoção da Responsabilidade Social.
Portanto, o objetivo geral desta pesquisa é de analisar as
principais iniciativas na área de
Responsabilidade Social e Sustentabilidade, realizadas no campi
da UFF, Niterói - RJ, a partir de
projetos desenvolvidos pelas Pró-Reitorias. Para alcançarmos o
objetivo geral desta pesquisa, foram
definidos os seguintes objetivos específicos:
- Identificar as iniciativas de Responsabilidade Social e
Sustentabilidade que existem nas Pró-
Reitorias da UFF, a partir de 2003;
- Entrevistar os principais responsáveis e/ou membros executores
dos projetos sociais
desenvolvidos na UFF;
- Entrevistar alunos de graduação e funcionários de nível médio
do quadro permanente da UFF,
sobre os projetos desenvolvidos da área de responsabilidade
social e sustentabilidade.
A delimitação da análise do presente trabalho está situada na
concentração dos projetos nas
áreas de responsabilidade social e sustentabilidade, realizados
a partir de 2003, nos campi da UFF, na
cidade de Niterói-RJ, desenvolvidas em suas Pró-Reitorias, que
são órgãos executivos da Universidade
Federal Fluminense.
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Pode-se observar inúmeras iniciativas socioambientais
desenvolvidas nas universidades
públicas brasileiras direcionadas para a questão da
sustentabilidade, além da diversidade de vários
cursos de pós-graduação sendo ministrados no tema da
responsabilidade social e sustentabilidade
ambiental.
Assim, esse trabalho torna-se de suma importância para as
universidades públicas no Brasil,
para a comunidade acadêmica e para a sociedade, na medida em que
dá início a um processo de
mapeamento das ações de responsabilidade social e
sustentabilidade, desenvolvidas nas Pró-Reitorias
da UFF, no intuito de fornecer uma melhor visibilidade das ações
que comunidade da UFF está
desenvolvendo nesse campo.
Quanto a estruturação deste trabalho, inicialmente, a
fundamentação teórica traz reflexões
sobre a responsabilidade social e a sustentabilidade nas
universidades públicas no Brasil, apresentando
questões principais conceitos em torno do eixo principal do
trabalho. Além disso, relata dados sobre o
campo de estudo deste artigo, a Universidade Federal
Fluminense.
Posteriormente, tem-se a metodologia, que está estruturada por
meio de um estudo de caso, da
delimitação do universo da pesquisa e sobre a coleta e o
tratamento de dados, com aplicação da
entrevista com estudantes e funcionários da instituição alvo de
estudo deste artigo. Destrinchando-se
nas considerações finais, dando desfecho a esta pesquisa.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA:
A responsabilidade social e a sustentabilidade nas universidades
públicas no Brasil
Existe um relativo consenso de que a responsabilidade social é
uma forma de gestão integrada,
ética e transparente dos negócios e atividades e, que existe uma
importância fundamental no
estabelecimento de relações mais próximas das organizações com
todas as suas partes envolvidas:
governos, comunidades, meio ambiente, fornecedores,
consumidores, clientes internos e externos e
usuários.
Uma organização socialmente responsável é aquela capaz de
promover os direitos humanos e a
cidadania, respeitando a diversidade humana e cultural. Ela não
permite a discriminação, o trabalho
degradante, o trabalho infantil e escravo e contribui para o
desenvolvimento sustentável e para a
redução da desigualdade social em uma dada realidade.
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Segundo Zarpelon (2006), a sociedade conclama que é cada vez
mais importante as instituições
terem consciência de que elas são parte integrante do mundo e
não consumidoras do mundo. O
reconhecimento de que os recursos naturais são finitos, que a
humanidade depende destes para
sobreviver e que a conservação da diversidade biológica serve
para o próprio crescimento e
desenvolvimento sustentável tem cada vez mais ocupado espaço nos
debates atuais.
É necessário um esforço concentrado, no qual os governos
desempenhem um papel
fundamental, como indutores de mudanças para o estabelecimento
de um novo modelo de
desenvolvimento, compatível com os limites do Planeta (Guia de
Compras Públicas Sustentáveis da
Administração Federal, 2010).
Diante disso, no Brasil, as compras públicas sustentáveis são
iniciativas que se enquadram em
ações voltadas para a sustentabilidade. Com essa orientação, o
poder de compra dos governos pode
influenciar os mercados e contribuir para a consolidação de
atividades produtivas que favoreçam o
desenvolvimento sustentável, agindo diretamente sobre o cerne da
questão: produção e consumo.
(Guia de Compras Públicas Sustentáveis da Administração Federal,
2010).
Em suma, o desenvolvimento sustentável está fundamentado no
desejo de satisfazer as
necessidades humanas presentes, sem comprometer a possibilidade
das próximas gerações também de
satisfazerem suas necessidades. A visão de sustentabilidade
evoluiu e agregou ao conceito de gestão
ambiental, a busca de soluções para problemas sociais, pratica
de responsabilidade social.
Considera-se fundamental que organizações públicas e privadas
incorporem as questões
ambientais em suas estratégias corporativas por meio de práticas
e procedimentos em favor do
desenvolvimento sustentável. Essa nova tendência, que surgiu a
partir dos problemas ambientais
provocados pelo atual modelo de desenvolvimento econômico, vem
exigindo dos países e
organizações novas posturas, seja na maneira de operar seus
negócios, seja no interior das
organizações (SANTOS, 2011).
Diante da questão relacionada à responsabilidade social, seja
ela teórica e conceitual ou nas
suas práticas, a abordagem da forma de atuação das Instituições
de Ensino Superior (IES) assume certo
grau de complexidade (CALDERON, 2005). O compromisso social,
após ter sido usado durante
muitas décadas como bandeira de setores universitários enquanto
categoria e princípio ético do fazer
universitário, hoje, a emergente responsabilidade social vem
sendo deixado de lado no campo
acadêmico.
Responsabilidade Social Universitária (RSU) não é um assunto
recente. Em 1962, na cidade de
Montevideo foi realizado um Congresso Internacional, intitulado
a Responsabilidade Social das
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Universidades. Já naquela época, a Responsabilidade Social
Universitária tratava dos deveres que a
universidade tem com a sociedade que a financia.
A responsabilidade social universitária destaca-se a partir da
expansão ideológica do Terceiro
Setor em sua interface com o setor empresarial. Trata-se de uma
ferramenta importante para refletir a
gestão universitária e principalmente sobre o papel da
Universidade na Sociedade contemporânea
(CALDERÓN, 2006).
Em teoria, toda universidade é uma instituição que tem objetivo
produzir e transmitir novos
conhecimentos por meio do ensino, da pesquisa e da extensão.
Contudo, na prática, a construção de
vínculos entre a universidade e a sociedade, a consolidação do
compromisso social da universidade e a
reflexão ética sobre a dimensão social do ensino e da pesquisa
têm sido uma atribuição quase que
exclusiva de projetos de extensão universitária.
A aplicação de soluções de problemas sociais dentro da
universidade implica em uma mudança
de comportamento na visão dos alunos e da comunidade. Dessa
forma a instituição estará
transformando práticas adversas ou prejudiciais em algo que seja
produtivo e trabalhando de acordo
com as legilações existentes no Brasil.
Nesse contexto, as universidades públicas tem o papel
fundamental de indicar novos
referenciais ao se comprometer com essa questão. Devem atuar no
ensino, pesquisa e extensão na
busca de soluções para este problema da sociedade, uma vez que
herdam as mesmas dificuldades dos
diversos setores da administração pública referentes à sua
operação. Importa também a mesma
necessidade de infraestrutura básica que contemple inclusive, um
saneamento efetivo dos resíduos
gerados, possibilitando a comparação dos campi universitários à
núcleos urbanos (DANTE, 2011).
Sendo assim, cabem as universidades o papel de estimular o
diálogo entre o seu público interno
e propor novas formas de interação com a sociedade. Estas devem
buscar ainda o desenvolvimento de
projetos criativos e solidários capazes de minimizar impactos
ambientais através da construção
coletiva, do diálogo entre a comunidade acadêmica e a
sociedade.
Através da prática constante dessas iniciativas a universidade
estará conciliando eficiência
administrativa com compromisso social e; portanto, poderá
atender ao compromisso de ser uma
universidade socialmente responsável.
Considera-se importante que os projetos político-pedagógicos
universitários estejam em
sintonia com as novas mudanças globais, criando ações que sejam
capazes de auxiliar no processo de
formação dos estudantes para o exercício da cidadania. De forma
ampla, essa cidadania compreende os
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mais diversos aspectos da vida em sociedade: político, social,
ambiental, ideológico, valorativo e de
atitudes.
Ainda no que se refere ao projeto político-pedagógico, ele pode
ser inicialmente entendido
como um processo de mudança e de antecipação do futuro, ao
estabelecer princípios, diretrizes e
propostas de ação para melhor organizar, sistematizar e
significar as atividades desenvolvidas na
universidade (PADILHA, 2003, p.13).
Na visão de Vallaeys (2006), a Responsabilidade Social
Universitária exige uma maior
integração dos setores da instituição, para promover projetos
sociais e sustentáveis que respeitem os
princípios da ética e da equidade, com vistas à produção e
transmissão de saberes responsável e à
formação de profissionais cidadãos igualmente responsáveis.
Finalmente, podemos dizer que o importante é equalizar o papel
das universidades como sendo
laboratório de ideias para buscar frequentemente soluções para
os mais diversos problemas da
sociedade, em consonância com a legislação brasileira pertinente
aa questões de responsabilidade
social e sustentabilidade.
A Trajetória Histórica da Universidade Federal Fluminense
A Universidade Federal Fluminense (UFF) é uma instituição
pública de ensino superior, com
sede na cidade de Niterói, no Estado do Rio de Janeiro,
Brasil.
Criada em 18 de dezembro de 1960, pela Lei nº 3.848, com o nome
de Universidade Federal do
Estado do Rio de Janeiro (UFERJ), congregou diversas faculdades
federais, particulares e escolas de
ensino estaduais existentes na cidade de Niterói. No dia 05 de
dezembro de 1961, através da Lei nº
4.831, a Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro passou
a denominar-se Universidade
Federal Fluminense.
A partir da década de 1970, a UFF iniciou o seu processo de
interiorização o que contribuiu
para que a UFF seja uma das universidades federais mais
interiorizadas do país e pioneira nesse
processo. Atualmente, no interior do estado, a UFF conta com
unidades em Rio das Ostras, Volta
Redonda, Macaé e Campos dos Goitacazes.
Em 52 anos de vida, a UFF tornou-se uma universidade de grande
porte, com atividades de
ensino, pesquisa e extensão em quase todas as áreas do
conhecimento. Conta com 129 cursos de
graduação presencial. Além disso, possue 3 cursos de graduação à
distância, 83 cursos de mestrado e
49 cursos de doutorado. No seu quadro funcional possui 2960
docentes, sendo 2074 doutores e 717
http://pt.wikipedia.org/wiki/Maca%C3%A9http://pt.wikipedia.org/wiki/Campos_dos_Goitacazes
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mestres; 4695 servidores técnico-administrativos, 49.363 alunos
de graduação e 4.166 de pós-
graduação stricto sensu, e cerca de 16.260 de pós-graduação lato
sensu (dados 2011).
Após adesão ao REUNI (Programa de Apoio a Planos de
Reestruturação e Expansão das
Universidades Federais do MEC, iniciado em 2008), a UFF ampliou
de modo expressivo sua
infraestrutura, seus equipamentos e mobiliários, suas bolsas
acadêmicas e sociais e seus recursos
humanos. Como resultado deste processo, hoje, a UFF, possui a
maior entrada anual de estudantes
entre as universidades federais do país. Estima-se que, ao final
dos próximos cinco anos, a UFF será a
maior universidade federal do país em número de estudantes de
graduação (PDI /UFF, 2013-2017).
A presença de seus cursos e atividades de pesquisa e extensão,
nos últimos anos, vem mudando
de forma positiva os municípios, integrando a comunidade e
participando do desenvolvimento da
sociedade, o que faz com que a UFF venha se destacando cada vez
mais no cenário nacional.
O PDI afirma a importância da formulação de projetos que atendam
as novas demandas e que
integrem de forma direta a comunidade acadêmica com a sociedade,
ne medida em que dará mais
visibilidade da UFF no cenário nacional e internacional.
Ao analisarmos as mais diferentes ações realizadas na
universidade nas áreas de pesquisa,
ensino e extensão, verificamos que essas ações ampliam a sua
atividade de ensino “além muros”,
contribuindo assim para a formação de estudantes-cidadãos com
competência técnica, vivência social,
solidária e integrada ao meio ambiente.
Para construir esse novo caminho, pautado não só em formar um
aluno tecnicamente preparado
para o mercado de trabalho, mas também formar um aluno-cidadão
imbuído de valores éticos e sociais,
a UFF acredita que é preciso romper barreiras morais e
financeiras através do exercício diário da
criatividade e improviso no desenvolvimento de seus
projetos.
Diante deste contexto, verifica-se que a Universidade Federal
Fluminense vem dando passos
largos no que diz respeito ao envolvimento da comunidade
acadêmica com projetos nas áreas
socioambientais.
A Articulação e Coordenação Executiva das Ações Sociais da
UFF
As Pró-Reitorias são unidades administrativas ligadas
diretamente ao Gabinete do Reitor, que
tem como função manter os procedimentos administrativos
correntes da instituição, sendo
responsáveis por implantar o plano de gestão de cada reitor
eleito.
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Devem estar interligadas para atender as demandas dos diversos
laboratórios, núcleos, setores,
departamentos e unidades administrativas da instituição.
Na Universidade Federal Fluminense as Pró-Reitorias são
distribuídas em sete áreas:
Administração; Assuntos Estudantis; Extensão; Gestão de Pessoas;
Graduação; Planejamento e
Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação. Abaixo, apresentaremos as
Pró-Reitorias da UFF, de acordo com
o PDI, 2013-2017:
Pró-Reitoria de Administração – PROAD: Atua no desenvolvimento
de atividades de
transporte, segurança e logística, coordenação de compras de
material e contratos, de administração
financeira e de protocolo, bem como será responsável pelas
licitações, através do planejamento,
orientação, supervisão, coordenação, administração e execução
das referidas atividades.
Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis – PROAES: tem a finalidade
de desenvolver políticas de
apoio estudantil por meio de ações que promovam a melhoria do
desempenho acadêmico, contribuindo
para a formação profissional e cidadã de todos os estudantes da
UFF.
Pró-Reitoria de Extensão – PROEX: Articula e coordena as
atividades de extensão de diversos
setores da UFF, através de programas, projetos, prestação de
serviços, atividades culturais, cursos,
eventos, em todas as suas áreas de atuação.
Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas – PROGEP: Atua no
desenvolvimento de atividades de
coordenação de pessoal, capacitação e qualificação, lotação e
movimentação de pessoal, coordenação
de atenção integral à saúde e qualidade de vida, segurança no
trabalho e saúde ocupacional, controle de
pagamentos de pessoal, registros, direitos e vantagens, admissão
e cadastro de pessoal.
Pró-Reitoria de Graduação – PROGRAD: Desenvolve políticas de
graduação dos alunos por
meio de ações que promovam a melhoria do desempenho acadêmico,
contribuindo dessa forma para a
formação profissional de todos os estudantes da UFF.
Pró-Reitoria de Planejamento – PROPLAN: Assessora o planejamento
da política global da
UFF, através da análise técnica da universidade e de assessoria
na formulação de diretrizes e metas
para o seu desenvolvimento. Coordena a elaboração e consolidação
das propostas do orçamento da
instituição, assessorando as demais unidades no âmbito de sua
competência.
Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação – PROPPI:
Propõe, divulga, implanta,
propõe e desenvolve a política de Pesquisa e Pós-Graduação
Stricto e Lato Sensu, aprovada pelos
Conselhos Superiores competentes. Elabora, viabiliza e coordena
programas de bolsas de iniciação
científica; promove a captação de recursos junto aos órgãos
públicos e privados, para o
desenvolvimento ou implantação das atividades de pesquisa e
pós-graduação.
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METODOLOGIA
A metodologia do presente trabalho consiste em um estudo de
caso, realizado por meio de
pesquisa descritiva, exploratória e qualitativa. O propósito
metodológico está voltado para
compreender o universo da comunidade acadêmica da Universidade
Federal Fluminense, com relação
aos projetos e iniciativas socioambientais desenvolvidos por
ela.
Esta investigação caracterizou-se como transversal, contemplando
uma abordagem qualitativa
uma vez que, segundo Richardson (1999), este modo de pesquisa
consiste em uma tentativa de
compreensão detalhada dos significados e características
situacionais apresentadas.
A pesquisa qualitativa responde a questões muito particulares.
Ela se preocupa com um nível
de realidade que não pode ser quantificado (MINAYO, 1994).
Possuem características
multimetodológicas e pode utilizar um número variado de métodos
e instrumentos de coleta de dados.
Entre os mais aplicados, estão a entrevista (individual e
grupal), a análise de documentos e a
observação participante (MAZZOTTI e GEWANDSZNAJDER, 1998).
Este artigo baseia-se na pesquisa qualitativa de busca de dados.
Tal abordagem privilegia um
melhor entendimento do tema apresentado, facilitando também a
compreensão de como esses dados
foram obtidos.
O universo do presente trabalho é a Universidade Federal
Fluminense, situada em Niterói, na
Região Metropolitana do Rio de Janeiro.
Ao analisarmos os projetos que estão sendo desenvolvidos na sede
da UFF, verificamos que a
maioria dos projetos está ligada a alguma Pró-Reitoria.
Entretanto, observamos também a existência que várias ações
pulverizadas, que partem de
iniciativas individuais desenvolvidas a partir do esforço
pessoal de funcionários e professores, nem
sempre ligadas às Pró-Reitorias.
Atendendo aos critérios de elegibilidade do estudo, a coleta de
dados ocorreu nos campi da
Instituição, por meio da utilização de entrevistas com alunos,
funcionários e professores. Essas
entrevistas foram realizadas no decorrer de seis meses, com
alunos dos mais diversos cursos de
graduação da Universidade, funcionários de nível médio,
prestadores de serviços vinculados à
Instituição e coordenadores de projetos. Vale destacar que a
pesquisa documental foi facilitada, na
medida em que o pesquisador por ser funcionária do quadro
permanente da UFF, pode organizar as
informações que se encontram dispersas, atribuindo uma nova
importância como fonte de consulta.
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A maioria das informações referente à Universidade Federal
Fluminense foram extraídas do
Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI 2013-2017), dos
sites institucionais das Pró-Reitorias; e,
dos projetos existentes na universidade, além da consulta de
revistas específicas, folders e material
documental fornecido pelos coordenadores das mais diversas
atividades.
As informações teóricas que referendam este artigo foram obtidas
através de livros, periódicos,
legislações, teses, dissertações e sites de relevância que se
encontram disponíveis para consulta com o
intuito de validar a questão central do trabalho.
A observação participante permitiu a reafirmação de fatos
cotidianos na universidade, facilitada
pela vivência de situações específicas por parte da autora.
(QUEIROZ et al,1997)
Essa observação foi facilitada, conforme mencionado acima, pelo
fato da autora possuir um
envolvimento direto com a instituição, desde 1985, fazendo parte
do quadro técnico-administrativo há
vinte e oito anos. É importante mencionar que, há vinte anos a
autora trabalha com a coordenação e
execução de projetos acadêmicos, científicos, sociais e
esportivos junto à comunidade acadêmica.
Portanto, podemos dizer que a coleta de dados nesta pesquisa
envolveu desde as entrevistas
com o que a comunidade acadêmica da UFF, a avaliação de
documentos e a observação participante
que serviu para conhecer melhor as práticas de RSE e
sustentabilidade desenvolvidas na universidade.
ESTUDO DE CASO: RESPONSABILIDADE SOCIAL E SUSTENTABILIDADE
NA UFF
Atualmente a UFF desenvolve ações com compromisso socioambiental
em praticamente todos
os seus campi. Apresentamos abaixo algumas das principais
iniciativas, realizadas nas Pró-Reitorias,
com relação às práticas de RSE e sustentabilidade:
A Pró-Reitoria de Administração (PROAD): em entrevistas
realizadas nesta Pró-Reitoria,
identificamos algumas práticas de responsabilidade social e
sustentabilidade:
- No Setor de licitação: A UFF pretende implementar, a partir de
2014, o processo de licitação
verde que prioriza a compra de produtos “ecologicamente
corretos”. Os produtos deverão atender aos
critérios de sustentabilidade, como facilidade para reciclagem,
vida útil mais longa, geração de menos
resíduos em sua utilização e menor consumo de matéria-prima e
energia.
- Na Gráfica Universitária: Presta serviços gráficos aos
diversos setores da UFF. Verificou-se
que, desde 2005, faz a coleta seletiva de sobras de papel
provenientes de todo o material gráfico
produzido. Esse processo é feito pelos próprios funcionários da
gráfica, de uma maneira artesanal.
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Após a colocação do material gráfico na máquina de corte, as
sobras de papel são separadas por cores
e acondicionadas em local reservado. Uma vez por semana esse
material é compactado, na própria
Universidade e levado para a COOPCLIN, que é uma Cooperativa que
recebe papéis para reciclagem e
que faz parte da Companhia de Limpeza de Niterói (CLIN). O papel
é pesado e o pagamento pela
mercadoria é realizado. Com o dinheiro arrecadado são realizadas
pequenas compras de uso diário
para consumo interno dos funcionários, tais como: sabão para
banheiros, café, copos descartáveis etc.
A Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (PROAES): ela realiza
alguns programas de suporte
ao aluno, tais como: Bolsas de assistência estudantil,
Restaurante Universitário, Moradias estudantis;
Pró-Aluno, Acolhimento Estudantil, Sensibiliza UFF
(PROAES,2013).
Fazem parte da estrutura da PROAES a Coordenação de Apoio
Social, a Coordenação de
Apoio Acadêmico e a Coordenação de Gestão de Moradia e
Restaurante Universitário, que colocam
em prática estratégias para minimizar os efeitos das
desigualdades sociais e regionais na permanência e
conclusão dos estudos, através de seus programas e projetos:
Apoio social, Promoção de saúde,
Concessão de bolsas, Apoio acadêmico, Gestão de moradia,
Restaurante universitário, Acessibilidade
e inclusão.
Na área do Serviço Social e Saúde do estudante, as Divisões da
CAS desenvolvem os seguintes
programas: Auxílio Alimentação para Estudantes das Unidades Fora
da Sede, Auxílio Moradia,
Auxílio Saúde, Apoio ao Estudante Estrangeiro, Apoio Transporte,
Apoio aos Estudantes Ingressantes,
Alimentação (Restaurante Universitário), Bolsa Apoio ao
Estudante com Deficiência, Cadastro de
Moradia, Mobilidade Internacional - DRI/PROAES.
Na PROAES alguns projetos e/ou programas podem ser destacados
com relação à preocupação
com o bem estar do aluno e da comunidade:
Vida de Estudante - Em busca de uma universidade saudável: seu
principal objetivo é ampliar o
comprometimento e a corresponsabilidade entre a gestão da saúde
do estudante e a universidade
pública, com vista a transformar modos de atenção e de promoção
de saúde do estudante, uma vez que
a produção da mesma torna-se indissociável da produção de
subjetividades mais ativas, críticas,
envolvidas e solidárias.
Programa SENSIBILIZA UFF: O Sensibiliza UFF é um programa que
tem por objetivo
fomentar a implantação e consolidação de políticas inclusivas
para alunos, professores e funcionários
técnico-administrativos com deficiência (PROGRAMA SENSIBILIZA
UFF, 2014). De acordo com os
direitos previstos na Convenção Internacional das Pessoas com
Deficiência (PCDs), na Constituição
Brasileira, nos Decretos da Presidência da República e em
Portaria do MEC, a UFF passa a cumprir o
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seu papel social, dando as pessoas portadoras de deficiência
dignidade, condições básicas de acesso à
educação, mobilidade, utilização de equipamentos e instalações
adequadas na universidade.
Diversos projetos de acessibilidade estão em andamento em toda a
univerisdade com a
finalidade de facilitar a integração e circulação das pessoas
com deficiência, permitindo o acesso aos
ambientes de uso coletivo. Obedecendo as exigências de
legislação ambiental, sustentabilidade, de
acordo com as normas e decretos (NBR9050, da ABNT sobre
Acessibilidade a Edificações Mobiliário,
Espaços e equipamentos urbanos e o Decreto nº. 5296/ 04,) a
Superintendência de Arquitetura e
Engenharia – SAEN vem adotando diversas práticas no sentido de
garantir a acessibilidade nos campi
através da construção de caminhos acessíveis que permitem o
percurso entre as edificações e da
reforma das edificações antigas.
Restaurante Universitário: A UFF de Niterói dispõe de cinco
locais onde são oferecidas
refeições de baixo custo, para todos os vinculados à
Universidade (RESTAURANTE UFF, 2014). O
cardápio é elaborado por nutricionistas do próprio restaurante e
é atualizado mensalmente, de acordo
com a disponibilidade de ingredientes e aceitação dos comensais.
Algumas iniciativas para minimizar
o impacto ambiental estão sendo implementadas no Restaurante
Universitário, tais como: Coleta de
óleo de cozinha, Distribuição de canecas para os usuários do RU,
Campanha “Não ao desperdício”.
Moradia Estudantil: Atualmente a UFF conta com a Moradia
Estudantil nas cidades de Niterói
e de Rio das Ostras, proporcionando aos estudantes condições de
sua permanência nos cursos de
graduação presencial na universidade, atendendo, portanto, ao
Decreto n.7.234 de 19 de Julho de 2010,
que dispõe sobre o Programa Nacional de Assistência Estudantil –
PNAES.
Na Pró-Reitoria de Extensão (PROEX): Tem como filosofia o
compromisso social da
instituição como forma de inserção nas ações de promoção e
garantia dos valores democráticos de
igualdade, desenvolvimento social e inclusão (PRÓ-REITORIA DE
EXTENSÃO DA UFF, 2014). Em
2013, segundo relatório apresentado em seu site na internet
promoveu 73 curso, apoiou 485
projetos/programas e realizou 50 eventos nas mais diversas
aéreas temáticas: comunicação, cultura,
direitos humanos e justiça, educação, meio ambiente, tecnologia
e produção e trabalho. Dos mais
diversos programas, desenvolvidos nas áreas social e ambiental
podemos destacar:
Programa Ações Sustentáveis na UFF: Em 2011, com o apoio da
comunidade acadêmica foi
lançado o Programa Ações Sustentáveis que tem por objetivo
estimular e formar uma cultura
organizacional favorável ao desenvolvimento sustentável das
atividades da UFF. Para isso utiliza a
educação ambiental como instrumento para elevar o nível de
conhecimento da comunidade, além de
motivar sua participação voluntaria nas ações temáticas
ambientais da Universidade. A coleta de
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resíduos gerados em eventos e o reaproveitamento de todo
material utilizado nas atividades cotidianas
da universidade é o foco do Programa.
Na Pró-Reitoria de Graduação (PROGRAD): A partir de uma gestão
participativa, que
congrega o Colegiado das Licenciaturas e os coordenadores dos
diferentes cursos e projetos, a
PROGRAD estabelece objetivos e metas, buscando a excelência
acadêmica na UFF, formando
profissionais qualificados (PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO,
2014).
Projeto Trote Cultural UFF: É uma alternativa para o trote
tradicional aplicado aos alunos
recém-chegados à UFF. O evento acontece na primeira semana de
aulas de cada semestre. Criado em
2001, a UFF assumiu oficialmente uma ação para mudar o perfil do
trote universitário e implantou o
projeto Trote Cultural UFF com o objetivo de receber os novos
estudantes, diminuir a violência
universitária e inseri-los no cenário acadêmico, através da
realização de atividades socioculturais,
educacionais e voluntárias que estimulam a prática da cidadania,
do respeito à vida e do meio
ambiente. É ideal para apresentar aos calouros à universidade e
sua estrutura de funcionamento, as
principais instalações e serviços disponíveis, os diretórios
estudantis e algumas das atividades de
extensão promovidas pela comunidade universitária. O aluno que
se envolve em ações sociais gera
uma mobilização positiva para o mundo acadêmico e para a
sociedade, enquanto que a universidade,
ao estimular tais iniciativas, investe em capital humano e
social. O projeto transformou-se em um forte
elemento de integração e comunicação dos estudantes com a
universidade e a comunidade. Ideias
criativas geram campanhas de: educação e preservação do meio
ambiente; escovação e aplicação de
flúor em escolas da rede pública; coletas de agasalhos, de
alimentos, de livros; doação de sangue;
gincanas socioculturais e debates com temas de interesse
nacional e internacional. Este projeto é
reconhecido nacionalmente pela suas ações, devido a isso,
participou de diversos prêmios desde 2003,
como: Dois prêmios da Fundação Educar/D´Paschoal (livro Trote da
Cidadania2005); Prêmio Trote da
Cidadania; Certificado pela United Volunteer (Dia Global do
Voluntariado Jovem); 2° lugar no Prêmio
Trote da Cidadania, e Prêmio Trote da Cidadania (3
melhores).
Na Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação (PROPPi):
tem-se a Prefeitura
Universitária (PREUNI): Atua no desenvolvimento de atividades de
manutenção de bens moveis e
imóveis, gerencia de meio ambiente e administração patrimonial,
bem como o gerenciamento do uso
dos espaços dos Campi universitários. Ela desenvolve diversos
projetos de preservação ambiental e
sustentabilidade, como, por exemplo:
- A partir de 2009, a UFF em parceria com a Ampla promove em o
descarte correto de
lâmpadas fluorescentes utilizadas nos Campi da UFF, o processo
de descarte é realizado por
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funcionários de uma empresa contratada pela Ampla, nas
instalações da UFF, e consiste na colocação
das lâmpadas em um triturador e posterior colocação dentro de um
tambor no qual vidro e mercúrio
são separados. A partir daí essas substâncias são destinadas
para a reciclagem com a produção de
novas lâmpadas (UFF, 2014).
- Em 2012, implantou a coleta seletiva nos “campi” da
universidade e o recolhimento de
baterias, pilhas, cartuchos de impressoras e componentes
eletroeletrônicos, como capacitores, diodos,
mouses, transistores, entre outros. Esse material é destinado à
Cooperativa Popular Amigos do Meio
Ambiente (COOPAMA), sociedade civil habilitada, licenciada pela
Prefeitura do Rio de Janeiro que
atua com reciclagem, com destaque para o "e-lixo" - resíduos
eletrônicos (UFF, 2014).
- Lançamento de Edital de Doação de Bens Inservíveis, que
destina equipamentos e mobiliários
a entidades sociais, cooperativas de reciclagem, sociedades de
economia mista e empresas públicas
(UFF, 2014).
Com essas práticas adotadas pela Prefeitura da UFF a sociedade
civil e iniciativa privada
poderão colaborar, sugerir e estabelecer parcerias para uma
gestão coeficiente e cooperativa, nos
termos da Lei n° 12.305/201 (Política Nacional de Resíduos
Sólidos).
Uma Breve Percepção sobre as Iniciativas Sociais da UFF
Após entrevistas realizadas com estudantes, professores,
coordenadores de projetos,
funcionários pudemos compreender a percepção da comunidade
acadêmica em relação às questões
socioambientais e os projetos desenvolvidos na UFF, nas áreas de
responsabilidade social e
sustentabilidade. A seguir, apresentamos um resumo:
Com relação aos estudantes:
1) A maioria incentiva ações de proteção ao meio ambiente e de
caráter social,
realizados pela UFF;
2) Alguns estudantes mobilizam outros colegas na realização de
projetos e
movimentos para defesa do meio ambiente, consumo consciente,
reciclagem, reutilização do
lixo e projetos assistenciais, quando apoiados por suas
coordenações de curso ou pelas Pró-
Reitorias. Essas ações são pontuais e acontecem no início de
cada período letivo onde realizam
a recepção de calouros;
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3) Raramente, ficam envolvidos voluntariamente, em projetos de
natureza
socioambiental por mais de 1 ano;
4) Muitos alunos acreditam que a prática de ações e projetos
socioambientais da
Universidade é importante para a sua formação;
5) A maioria desconhece os programas/projetos que existem na UFF
de apoio ao
discente, tais como bolsas assistenciais, bolsas acadêmicas,
programas de mobilidade, de
intercâmbio entre outros;
6) Poucos ouviram falar em projetos que a UFF desenvolve na área
de reciclagem
de materiais, redução do lixo e/ou reutilização dos
produtos;
7) Muitos ouviram falar de projetos que a UFF desenvolve na área
de extensão e
apoio as comunidades de baixa renda e as minorias;
8) A maioria doa alunos incentivaria e apoiaria projetos de
caráter socioambiental
desenvolvidos, dentro da sua Universidade, e;
9) Muitos Acreditam que o desenvolvimento de projetos pode vir a
beneficiar a
comunidade acadêmica e a sociedade na prática constante de ações
socioambientais dentro da
universidade valorizam a imagem da UFF no cenário nacional e
internacional.
Com Relação aos Coordenadores de Projetos:
1. Acessibilidade: a UFF está bem comprometida com o tema e vem
cumprindo as
normas de acessibilidade exigidas em Lei. Está ainda, adquirindo
materiais para facilitar o
aprendizado e adaptando suas instalações a nova realidade do
estudante com necessidades
especiais. Essa mudança de mentalidade só aconteceu após a
criação do NAIS (Núcleo de
Assistência e Inclusão Social) coordena atualmente as várias
iniciativas isoladas que eram
realizadas na UFF.
Segundo entrevista com a servidora aposentada Lucília Maria
Moreira Machado a UFF está
comprometida com vários outros projetos que incluam o tema
Deficiência nos diversos cursos, na área
de ensino, pesquisa e extensão, bem como, em todos os espaços,
ambientes, materiais, ações e
processos desenvolvidos na universidade; assessoria junto aos
diversos setores da universidade,
incluindo pró-reitorias, superintendências e demais órgãos,
buscando a implantação do tema em seus
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planos de trabalho; apoio às atividades de ensino, pesquisa e
extensão, desenvolvidas pelo corpo
docente/ comunidade acadêmica. Exemplos: Projeto Café no Escuro
e Tecnologias Assistivas; Escola
de Inclusão; Projeto de Natação, adaptada para crianças com
deficiência; e, outros.
2. Moradia Estudantil - a universidade ainda está no início do
processo de
construção da quantidade ideal de leitos necessários para
atender à crescente demanda. Mas
observa-se que houve a preocupação, na hora de sua construção,
com as questões ambientais:
colocação de lixeiras adequadas para a coleta seletiva do lixo;
preocupação com uma
iluminação “ecologicamente correta” (todas as instalações
possuem lâmpadas de LED e o
posicionamento dos quartos foi feito de modo a aproveitar ao
máximo a luz do sol); aquisição
de máquina para compactação do lixo orgânico; parceria com os
alunos de graduação dos
cursos de Engenharia de Recursos Hídricos e Meio Ambiente e de
Engenharia Agrícola e
Ambiental no desenvolvimento de campanhas socialmente
responsáveis.
3. Restaurante Universitário – A partir da criação da PROAES, o
RU passa a
fazer parte de sua estrutura. Algumas mudanças importantes foram
feitas tais como: mudanças
no sistema de distribuição, passando de porcionado para
self-service; criação de campanhas
contra o desperdício de alimentos; campanha de redução da
utilização de copos plásticos, entre
outras. Segundo a coordenadora do RU é necessário que muitas
ações sejam implantadas nos
RUs existentes na UFF mas isso só será possível se houver a
implantação de uma política de
responsabilidade social e sustentabilidade na Universidade.
4. Projeto Trote Cultural - segundo a coordenadora do projeto,
este é de
fundamental importância para a formação dos estudantes na medida
que aproxima os calouros
do cotidiano universitário através da prática de ações de
caráter sociocutural junto a
comunidade.
5. Projeto Vida de Estudante – segundo a coordenadora do projeto
este vai suprir
uma necessidade da academia que é a de proporcionar melhores
condições para seu público
discente, na mediada em que terão a sua disposição um espaço
acolhedor com serviços de
saúde, de psicologia, de medicina alternativa entre outros.
6. Licitação Verde - Ao entrevistarmos os responsáveis pelo
setor de compras das
Pró-Reitorias, pudemos observar que o fator principal para a não
implantação efetiva do
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processo de Licitação Verde na universidade reside nos
“problemas burocráticos” enfrentados
na Universidade. Contudo, tais problemas não foram explicados
pelos entrevistados.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Inúmeras foram as mudanças ocorridas no cenário nacional, a
partir dos anos noventa. O
processo e redemocratização do Brasil, a Reforma do Estado, a
abertura econômica, o aumento de
investimentos no setor produtivo e as pressões internacionais
sobre um novo modelo de
desenvolvimento, fizeram emergir a importância dos conceitos de
Responsabilidade Social e
Sustentabilidade, no Brasil.
Somente mais tarde, a partir dos anos 2000, que começamos a ver
iniciativas incipientes do
mundo universitário, em resposta às pressões legislativas que
começaram a surgir no Brasil, nos anos
noventa. Desta forma, algumas universidades passaram a
acompanhar a realidade do País, no que
tange às inovações sociais e tecnológicas, na tentativa de
adequar-se ao novo cenário de
desenvolvimento econômico e social das comunidades. Para tanto,
acreditamos ser necessário um
esforço coletivo para desenvolver uma cultura política interna,
com relação a importância da realização
de ações sustentáveis dentro das universidades; além de, criar
políticas para geri-las. Surgiram
políticas nas universidades públicas, que passaram a visualizar
outras necessidades, que vão além da
formação acadêmica per se.
É importante ressaltar que a atividade-fim das universidades é a
Educação e, portanto, viu-se
que a Educação vai além das salas de aula. Foi preciso que as
propostas pedagógicas levassem em
consideração a formação de profissionais-cidadãos, o
desenvolvimento científico e tecnológico, sendo
estes norteados por uma visão do contexto social
contemporâneo.
Contudo, apesar de presenciamos, cada vez mais, o
desenvolvimento de atividades nas áreas de
Responsabilidade Social e de Sustentabilidade na Universidade
Federal Fluminense (UFF), verificou-
se que estas, ainda, são feitas de modo isolado e/ou
individualizado.
A partir das entrevistas realizadas com alguns coordenadores de
projetos, com os estudantes e
funcionários, existe uma demanda crescente na universidade e na
comunidade ao seu entorno pela
realização contínua de projetos desta natureza. Além disso,
vimos na UFF a criação de cursos de pós-
graduação voltados para a preocupação com o meio-ambiente, a
sustentabilidade e a responsabilidade
social, principalmente, a partir do início do Terceiro
Milênio.
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Apesar de essas iniciativas ocorrerem de modo pulverizado de
diversos setores e unidades da
UFF, pudemos visualizar a preocupação com a interação da
comunidade acadêmica com a sociedade.
Essa preocupação muitas vezes aparece de forma caritativa e
outras, mais recente, de forma mais
formal, científica e estratégica.
Desta forma, vimos que ainda se faz necessário reunir esforços
para propormos medidas
eficazes e capazes de ampliar e disseminar dentro da comunidade
acadêmica uma cultura da
responsabilidade social e da sustentabilidade mais sólida e
efetiva.
Como alternativa a resolução deste GAP, ou seja, entre aquilo
que é necessário e o que ocorre
na UFF, este trabalho propõe a criação de um Órgão, ligado ao
Gabinete do Reitor, responsável pela
centralização de todas as informações de ações e projetos de
Responsabilidade Social e
Sustentabilidade, realizados na UFF.
A priori, sugerimos que seja elaborada uma Política de Gestão
Socioambiental e de
Responsabilidade Social, que esta faça parte dos objetivos
estratégicos contidos no Plano de
Desenvolvimento Institucional da UFF, com a colaboração de toda
a comunidade acadêmica e a
comunidade ao seu entorno. Desta forma, acreditamos que poderá
ser criada uma sinergia e uma
cultura que fortaleça esses princípios e se tornem efetivos.
Importa ressaltamos que, não basta a UFF
ministrar inúmeros cursos sobre responsabilidade social e
sustentabilidade econômica, ambiental e
social, se não começarmos a trabalhar esses valores de dentro da
própria universidade.
Assim, a UFF estará contribuindo efetivamente à sociedade, por
meio de uma Educação não
apenas retórica, mas de ações de responsabilidade social e
sustentabilidade vivenciada em seu
cotidiano diário, por meio das práticas concretas promovidas,
fortalecidas e gerenciadas com o seu
capital intelectual, que hoje, é de alto grau de competência.
Portanto, acreditamos que urge reunirmos
esforços, competências e habilidades gerenciais para promovermos
e tornamos a UFF em uma
universidade socialmente responsável e sustentável.
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