Top Banner
CENTRO UNIVERSITÁRIO MARIA MILZA BACHARELADO EM ENFERMAGEM DOMINICK ROCHA DE AGUIAR INFECÇÃO PELO SARS COV 2 NO PERÍODO GRAVÍDICO SOB A ÓTICA DE GESTANTES GOVERNADOR MANGABEIRA-BA 2021
63

ENFERMAGEM - DOMINICK ROCHA DE AGUIAR.pdf

Mar 08, 2023

Download

Documents

Khang Minh
Welcome message from author
This document is posted to help you gain knowledge. Please leave a comment to let me know what you think about it! Share it to your friends and learn new things together.
Transcript
Page 1: ENFERMAGEM - DOMINICK ROCHA DE AGUIAR.pdf

0

CENTRO UNIVERSITÁRIO MARIA MILZA

BACHARELADO EM ENFERMAGEM

DOMINICK ROCHA DE AGUIAR

INFECÇÃO PELO SARS COV 2 NO PERÍODO GRAVÍDICO SOB A ÓTICA DE GESTANTES

GOVERNADOR MANGABEIRA-BA 2021

Page 2: ENFERMAGEM - DOMINICK ROCHA DE AGUIAR.pdf

1

DOMINICK ROCHA DE AGUIAR

INFECÇÃO PELO SARS COV 2 NO PERÍODO GRAVÍDICO SOB A ÓTICA DE GESTANTES

Monografia apresentada no Centro Universitário Maria Milza no Curso de Bacharelado em Enfermagem, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Enfermagem Prof.ª Ma. Rafaela Fonseca Lopes Orientadora

GOVERNADOR MANGABEIRA-BA

2021

Page 3: ENFERMAGEM - DOMINICK ROCHA DE AGUIAR.pdf

2

Ficha catalográfica elaborada pela Faculdade Maria Milza, com os dados fornecidos pelo(a) autor(a)

Bibliotecárias responsáveis pela estrutura de catalogação na publicação: Marise Nascimento Flores Moreira - CRB-5/1289 / Priscila dos Santos Dias - CRB-5/1824

Aguiar, Dominick Rocha de A282i

Infecção pelo SARS COV 2 no período gravídico sob a ótica de gestantes / Dominick Rocha de Aguiar. - Governador Mangabeira - BA , 2021.

62 f.

Orientadora: Rafaela Fonseca Lopes.

Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Enfermagem) - Faculdade Maria Milza, 2021 .

1. Pré-Natal. 2. Gestante. 3. Sars-Cov-2 - Aspecto Clínico. I. Lopes, Rafaela Fonseca, II. Título.

CDD 618.2

Page 4: ENFERMAGEM - DOMINICK ROCHA DE AGUIAR.pdf

3

Ao meu pai, Xarles Aguiar e meus Avós,

Felizaldo Tobias e Maria Nilza Aguiar.

Page 5: ENFERMAGEM - DOMINICK ROCHA DE AGUIAR.pdf

4

AGRADECIMENTOS

A Deus, pelo zelo, pelo dom da vida e por ser a razão de tudo que sou e

tenho conquistado durante minha caminhada, sem a Sua Graça eu não chegaria até

aqui.

Ao meu pai, Xarles, sua esposa Viviane, meus irmãos, Jennifer e Lázaro,

assim como, meus avós, Felizaldo e Maria Nilza, sou grata pelo amor, dedicação,

cuidado e por serem meus referenciais e os primeiros a acreditarem e investirem em

cada sonho meu, está distante de vocês todo esse tempo foi difícil, mas também um

combustível de encorajamento até este desfecho.

Aos meus tios Dioene e Daiana, que com sua família me receberam em sua

casa durante esses cinco anos da graduação, minha eterna gratidão.

À minha Professora Orientadora, Maª Rafaela Fonseca Lopes, pelo apoio,

compreensão e suporte durante a elaboração da monografia, bem como pela

inspiração como exemplo de profissional e ser humano, pela motivação durante este

processo, onde muitas vezes enxergou um potencial em mim que aos meus olhos

eram imperceptíveis.

Aos meus irmãos em Cristo e amigos da Igreja Batista Nova Betel, em

especial Jessica Mello, Meire Fiuza, Nadhab Vidal, Raiane Vidal, Rayanne Felizardo,

Vinicius Vieira e Vitória Barreto, agradeço pelas orações, conselhos e por terem

agregado minha vida e a tornado mais leve durante este processo, os levarei para

sempre em meu coração.

Sou grata as minhas colegas de graduação, Thiffany, Crislane, Leticia e

Gabrielly pelos aprendizados compartilhados e companheirismo durantes esses

cinco anos árduos de graduação, as levo comigo por toda minha história.

Page 6: ENFERMAGEM - DOMINICK ROCHA DE AGUIAR.pdf

5

“Se a minha alma teme, o amanhã e o

coração não vê, o Teu cuidado. Se eu não

consigo ouvir, a Tua voz, ainda assim

confiarei.”

- Dell Cordeiro

Page 7: ENFERMAGEM - DOMINICK ROCHA DE AGUIAR.pdf

6

RESUMO

O novo coronavírus vem causando grandes impactos danosos na saúde pública e para população, dentre o grupo de risco encontra-se mulheres gravidas que devido às mudanças fisiológicas geradas na gestação tornam-se mais susceptíveis a infecção e seus agravos. Neste sentido, o presente estudo contemplou no objetivo geral: analisar a percepção de gestantes acerca da infecção pelo Sars CoV 2 no período gravídico-puerperal e como objetivos específicos: conhecer o perfil sociodemográfico das gestantes, investigar o conhecimento prévio de gestantes em relação ao Sars CoV 2 e elencar as medidas preventivas a infecção pelo Sars CoV 2 adotadas pelas gestantes. Desta forma foi utilizado o método de estudo de abordagem qualitativo e natureza descritiva, realizado em um Município do Recôncavo da Bahia, com a participação de 6 gestantes a partir do terceiro trimestre gestacional. Para coleta de dados, foram realizadas entrevistas semiestruturadas, respeitando os critérios éticos, por meio de chamadas telefônicas, com a utilização de ambientes virtuais para a interação em áudio e vídeo com as participantes. Os dados foram organizados e transcritos de forma sistemática e analisados a partir da técnica de análise de conteúdo segundo Minayo, em que se fez: pré-exploração do material e de leituras flutuantes, além de inferência na análise de conteúdo. Os resultados apontaram que dentro do perfil sociodemográfico existe a prevalência de mulheres que se auto declaram pardas, não foram encontrados aspectos de vulnerabilidade como gravidez de risco relacionada à idade, baixa escolaridade, desocupação e ausência paterna. No tocante ao conhecimento acerca das práticas de prevenção, notou-se que as mulheres desta pesquisa possuem conhecimento razoável, todas praticaram o distanciamento social, relatam apenas sintomas clássicos da doença e praticam apenas cuidados básicos de higienização. Foi evidenciado que todas as participantes foram vacinadas, sendo que quatro delas aguardam a segunda dose da Astrazeneca após o 45º dia após o parto. No que concerne aos impactos e reflexos na vida dessas mulheres, foi evidenciado reflexos negativos de caráter econômico, todavia, notou-se que o principal impacto gerado foi de aspecto psíquico, seja pelo isolamento social ou pelos relatos de medo e angústia, devido ao risco de contaminação e apreensão pela possibilidade da transmissão vertical e parto prematuro. Logo, foi considerado um alto risco do desenvolvimento de transtornos psíquicos durante a gestação no período pandêmico. Diante da realidade vivenciada, através desta pesquisa foi possível notar algumas das fragilidades das gestantes neste cenário pandêmico e a necessidade de mudanças nas estratégias dos serviços das Unidade Básicas de Saúde, que foque em medidas preventivas para a saúde psíquica das gestantes durante as consultas de pré-natal e na qualificação dos profissionais acerca dos protocolos de segurança na vida da mulher gravida durante a pandemia ocasionada pelo Sars Cov 2.

Palavras chave: Gestante. Sars-Cov-2. Cuidados. Pré-Natal.

Page 8: ENFERMAGEM - DOMINICK ROCHA DE AGUIAR.pdf

7

ABSTRACT

The new coronavirus has been causing great harmful impacts on public health and

for the population, among the risk group are pregnant women who, due to

physiological changes generated during pregnancy, become more susceptible to

infection and its health problems. In this sense, the present study contemplated the

general objective: to analyze the perception of pregnant women about the SARS

CoV 2 infection in the pregnancy-puerperal period and as specific objectives: to know

the sociodemographic profile of pregnant women, to investigate the prior knowledge

of pregnant women in relation to SARS CoV 2 and list the measures to prevent

infection by Sars CoV 2 adopted by pregnant women. Thus, the study method of

qualitative approach and descriptive nature was used, carried out in a municipality in

the Recôncavo da Bahia, with the participation of 6 pregnant women from the third

gestational trimester. For data collection, semi-structured interviews were conducted,

respecting ethical criteria, through telephone calls, using virtual environments for

audio and video interaction with the participants. Data were organized and

transcribed in a systematic way and analyzed using the technique of content analysis

according to Minayo, which included: pre-exploitation of material and floating

readings, in addition to inference in content analysis. The results showed that within

the sociodemographic profile there is a prevalence of women who declare

themselves to be brown, with no aspects of vulnerability such as risky pregnancy

related to age, low education, unemployment and paternal absence. With regard to

knowledge about prevention practices, it was noted that the women in this study

have reasonable knowledge, all practiced social distancing, reported only classic

symptoms of the disease and practiced only basic hygiene care. It was shown that all

participants were vaccinated, with four of them waiting for the second dose of

Astrazeneca after the 45th day after delivery. Regarding the impacts and reflexes on

the lives of these women, negative economic reflexes were evidenced, however, it

was noted that the main impact generated was of a psychic aspect, either by social

isolation or by reports of fear and anguish, due to the risk of contamination and

apprehension due to the possibility of vertical transmission and premature birth.

Therefore, it was considered a high risk of developing mental disorders during

pregnancy in the pandemic period. Given the reality experienced, through this

research, it was possible to note some of the weaknesses of pregnant women in this

pandemic scenario and the need for changes in the strategies of the services of the

Basic Health Units, which focus on preventive measures for the mental health of

pregnant women during pre consultations. -natal care and in the qualification of

professionals about safety protocols in the life of pregnant women during the

pandemic caused by Sars Cov 2.

Keywords: Pregnant woman. SARS-CoV-2. Care. Prenatal.

Page 9: ENFERMAGEM - DOMINICK ROCHA DE AGUIAR.pdf

8

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

COE - Operações de Emergências em Saúde Pública

COVID-19 - Coronavirus Disease 19.

FIOCRUZ - Fundação Oswaldo Cruz.

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

G – Gestante.

MS – Ministério da Saúde.

OMS - Organização Mundial de Saúde.

OPAS - Organização Pan-Americana da Saúde.

SARS-COV-2 - Severe Acute Respiratory Syndrome-Coronavírurs.

SRAG - Síndrome Respiratória Aguda Grave.

SUS - Sistema Único de Saúde.

TCLE - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

UNIMAM – Centro Universitário Maria Milza.

Page 10: ENFERMAGEM - DOMINICK ROCHA DE AGUIAR.pdf

9

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 10

2 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................ 12

2.1 SARS-COV-2 E SEUS ASPECTOS CLINICOS .............................................. 12

2.2. REPERCUSSÕES DA PANDEMIA NA VIDA DA MULHER NO PERÍODO

GRAVÍDICO ......................................................................................................... 14

2.3 ASSISTÊNCIA PRESTADA A MULHER PRÉ-NATAL DURANTE PERIODO

PANDEMICO ........................................................................................................ 16

3 METODOLOGIA ................................................................................................... 19

3.1 TIPO DE ESTUDO .......................................................................................... 19

3.2 LOCAL DO ESTUDO ...................................................................................... 20

3.3 PARTICIPANTES DO ESTUDO ..................................................................... 21

3.4 PROCEDIMENTOS E INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS ............... 21

3.5 ASPECTOS ÉTICOS ...................................................................................... 22

3.6 TÉCNICA DE ANÁLISE DE DADOS ............................................................... 23

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................ 24

4.1 PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO DAS GESTANTES ..................................... 24

4.2 CONHECIMENTO E MEDIDAS PREVENTIVAS DAS GESTANTES EM

RELAÇÃO AO SARS COV 2 ................................................................................ 27

4.3 IMPACTOS DA PANDEMIA NO PERÍODO GESTACIONAL .......................... 31

CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 38

REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 41

APÊNDICES ............................................................................................................ 48

APÊNDICE (A): TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ........ 48

APÊNDICE B- INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS ................................... 54

ANEXOS .................................................................................................................. 56

ANEXO A – OFÍCIO PARA SOLICITAÇÃO DE AUTORIZAÇÃO DA PESQUISA

NA INSTITUIÇÃO COPARTICIPANTE ................................................................. 56

ANEXO B – DECLARAÇÃO DE ANUÊNCIA ........................................................ 57

ANEXO C – PARECER DE APROVAÇÃO CONSUBSTANCIADA DO CEP ........ 58

ANEXO D – FOLHA DE ROSTO PARA PESQUISA ENVOLVENDO SERES

HUMANOS ........................................................................................................... 62

Page 11: ENFERMAGEM - DOMINICK ROCHA DE AGUIAR.pdf

10

1 INTRODUÇÃO

Atualmente, países do mundo inteiro vivenciam um momento pandemico

ocasionada pela Severe Acute Respiratory Syndrome-Coronavírurs (SARS-CoV-2),

também conhecido popularmente como covid-19, doença que afeta principalmente o

sistema respiratório humano. Este vírus foi identificado na cidade de Wuhan, na

China, que sucedeu milhares de infecções e incalculáveis mortes, considerado uma

emergência no setor da Saúde Pública de caráter internacional (BRASIL, 2020a).

No dia 22 de janeiro de 2020, chega ao Brasil o novo coronavírus e para

evitar grandes danos e um congestionamento nos serviços de saúde, o Centro de

Operações de Emergências em Saúde Pública (COE) foi acionado para junto com o

Ministério da Saúde (MS) estabelecer estratégias e ações apropriadas para o

enfrentamento da pandemia (BRASIL, 2020a; BRASIL, 2020b).

Os principais sinais clínicos evidenciados pelo vírus são semelhantes a

sintomas gripais, como tosse, febre, coriza nasal e faringite, no entanto estudos

apontam que além de afetar o trato respiratório, indivíduos que possuem doenças no

sistema cardiovascular obtiveram um aumento nas enzimas cardíacas, atingindo

uma sobrecarga nos pavilhões cardíacos gerando arritmias severas e outras

deteriorações no sistema vascular (KOC et al., 2021).

É evidente que indivíduos de todas as idades são infectados pelo novo

coronavírus, no entanto idosos e jovens com doenças preexistentes podem evoluir

para o estado grave da doença, sendo assim, classificados como Grupo de Risco.

Todavia, pesquisas mostram que idosos dominam os dados de mortalidade pelo

vírus, principalmente os que possuem diabetes, hipertensão e doenças pulmonares

e apesar da mortalidade ser menor em pacientes mais jovens, seu internamento leva

a ocupação de leitos e uso dos recursos de saúde (BORGES; CRESPO, 2020).

O ministério da saúde inclui mulheres que se encontram no período gravídico-

puerperal e recém-nascidos, no grupo de risco para SARS-CoV2 (BRASIL, 2020c;

MASCARENHAS et al., 2020), em razão das mudanças fisiológicas ou efeitos

decorrentes da própria gestação que podem predispor ao quadro crítico do vírus,

logo o foco inicial são as mulheres em gestação de alto risco, apresentando por

exemplo hipertensão, diabetes e obesidade (BRASIL, 2020d).

Page 12: ENFERMAGEM - DOMINICK ROCHA DE AGUIAR.pdf

11

O percentual dos casos de infecção em mulheres grávidas e recém-nascidos

apresenta-se inferior quando comparado a infectados em geral, no entanto

gestantes de alto risco podem evoluir para a forma grave da doença, além disso, os

neonatos por possuírem uma imaturidade imunológica podem apresentar uma

predisposição maior para a infecção pelo novo coronavírus (MASCARENHAS et al.,

2020).

A transmissão em puérperas e parturientes, podem ocorrer semelhantemente

a contaminação da população em geral, similarmente para os recém-nascidos, no

entanto, estudos apontam uma pequena carga viral em 1% de sintomáticos,

apontando possibilidade para transmissão vertical por via transplacentária, no

momento do nascimento (BRASIL, 2020d; WIERSINGA et al., 2020).

A amamentação também tem sido apontada como um dos recursos para a

contaminação, dado que foi identificado o RNA viral no leite materno, porém sem

capacidade de replicação. A Organização Mundial de Saúde (OMS) preconiza o

aleitamento materno, visto que seu consumo supera o baixo risco da transmissão

vertical (WIERSINGA et al., 2020).

Atualmente, existem estudos limitados sobre o acometimento da SARS CoV 2

em parturientes, puérperas e recém-nascidos, motivo que intensifica a necessidade

do planejamento com estratégias profiláticas na assistência humanizada e

qualificada durante o parto, o nascimento e no período puerperal, cenário este, que

levou a motivação do presente estudo.

Baseando-se no que foi explanado anteriormente, indaga-se qual a percepção

das gestantes sobre o risco da infecção pelo Sars CoV 2 no período gravídico?

Na tentativa de sanar este questionamento, o presente estudo tem como

objetivo geral: analisar a percepção de gestantes acerca da infecção pelo Sars CoV

2 no período gravídico. E como objetivos específicos contemplarão: conhecer o perfil

sociodemográfico das gestantes; investigar o conhecimento das gestantes em

relação ao Sars CoV 2; elencar as medidas preventivas a infecção pelo Sars CoV 2

adotadas pelas gestantes e os impactos da pandemia no período gravídico.

Está pesquisa possui relevância, pois através dela pode-se obter a

percepção do objeto, permitindo uma nova condução dos profissionais de saúde

durante o acompanhamento nas consultas de Pré-Natal, melhorando a qualidade de

vida e saúde de gestantes e seu filho.

Page 13: ENFERMAGEM - DOMINICK ROCHA DE AGUIAR.pdf

12

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 SARS-COV-2 E SEUS ASPECTOS CLINICOS

Os Coronavírus consistem em uma grande família de vírus, Coronaviridae,

são denominados assim devido a composição do seu perfil genético, que possui

espículas proteicas que se assemelham a uma coroa. Em 1937 foi identificado os

primeiros coronavírus humanos. Em 2019 foi identificado o novo agente desta

família, SARS-CoV-2, que compreende em seu material genético características do

coronavírus da SARS descoberto em 2003 (BRASIL, 2020e).

SARS-CoV-2 detém 79,5% de DNA da SARS-CoV, indicando também uma

linhagem com o vírus Rhinolophus, advindo dos morcegos. Seu tempo de incubação

para afecção dura em torno de 5,2 dias, com potencial de duração de até 14 dias e

sua letalidade associada à idade avançada e indivíduos com morbidades,

classificados como Grupo de Risco. Além disso, pode-se perceber que o novo

Coronavírus possui uma velocidade e veracidade de disseminação superior a outros

vírus da mesma espécie, contando que um infectado possui poder de infecção sobre

até três novos indivíduos sadios (GALLASCH et al., 2020).

Diante dos riscos a saúde que este vírus pode causar, os indivíduos

portadores patologias preexistes, como por exemplo, a diabetes mellitus,

hipertensão, obesidade ou outras comorbidades os torna mais susceptível ao estado

critico da Covid-19, dentro deste grupo de riscos, encontram-se idosos e as

gestantes. Estudos apontam que apesar da predisposição ao adoecimento das

gestantes pelo coronavírus, os indivíduos que acabam sendo mais comprometidos

são os idosos (BORGES, 2020)

O meio mais comum para a contaminação do SARS-CoV-2 advém da

exposição a gotículas e secreções expelidas das vias aéreas dos contaminados,

mas pode ser transmitido também por outros fluidos corporais ou objetos e

superfícies que estiveram em contato com os infectados, por este motivo

recomenda-se que servidores do serviço de saúde utilizem equipamentos de

proteção individual para que impeçam o contato direto com os pacientes, como a

utilização de máscara cirúrgica, luvas de procedimento, avental impermeável de

mangas compridas e óculos de proteção ou protetor facial (BRASIL, 2020f).

Page 14: ENFERMAGEM - DOMINICK ROCHA DE AGUIAR.pdf

13

As manifestações clínicas do coronavírus variam entre sintomas semelhantes

a um quadro gripal com febre, congestionamento nasal, coriza, faringite, dispneia,

mialgia, ageusia ou evoluir para complicações como a Síndrome Respiratória Aguda

Grave, apresentada comumente no grupo de risco, ou seja, em idosos e indivíduos

com comorbidades, com distúrbios no sistema ventilatório e alterações

cardiovasculares (BRASIL, 2020a).

Segundo o Ministério da Saúde, aproximadamente 80% dos indivíduos

infectados podem apresentar infecções assintomáticas ou oligossintomáticas, e

cerca de 20% necessita de intervenção hospitalar por manifestarem problemas no

sistema respiratório, considerando que 5% desse grupo possuem potencial para

intervenção do suporte ventilatório, com relação a gestação, mulheres infectadas

possuem potencial para o desenvolvimento da forma grave da Covid-19 ou

disfunções obstétricas resultantes da infecção pelo vírus (BRASIL, 2020c).

Com relação ao tratamento para a doença, cientistas ainda embarcam em

pesquisas que venham combater o vírus. Em 2020 começaram os avanços no

desenvolvimento de vacinas contra o Sars Cov 2, neste mesmo ano algumas foram

autorizadas para uso emergencial, no entanto, apesar dos resultados mostrarem

grande potencialidade de imunização, entende-se que a vacinação sobretudo é para

amenizar sintomas e prevenir o estado mais critico que a Covid-19 pode causar, por

este motivo, os cuidados básicos de prevenção como o uso de mascaras,

higienização das mãos e isolamento social precisam ser respeitados (CASTRO,

2020).

Em 18 de janeiro de 2021 iniciou-se a Campanha Nacional de Vacina contra a

Covid-19, em torno de 6 milhões de doses do laboratório Sinovac/Butantan. Mais

tarde o MS distribuiu cerca de 129 milhões de doses, sendo elas 63.7 milhões da

AstraZeneca/Fiocruz, 53,1 milhões da Sinovac/Butantan, 10,6 milhões da

Pfizer/Wyeth e 1,5 milhão da Janssen, com a perspectiva de vacinação em mais de

67,5 milhões de indivíduos com a primeira dose (BRASIL, 2021a).

Até então, as gestantes apesar de serem identificadas como grupo de risco, a

vacinação só devia ser realizada após avaliação médica, entretanto, a Portaria nº 10,

de 03 de março de 2021, considerou os riscos e benefícios, visto que gestantes e

puérperas estão susceptíveis a desenvolver as manifestações graves do novo

coronavírus, além do panorama epidemiológico que demonstra uma elevada

mortalidade materna pelo Sars Cov 2 e os riscos de parto prematuro e óbito fetal.

Page 15: ENFERMAGEM - DOMINICK ROCHA DE AGUIAR.pdf

14

Nesta perspectiva, gestantes e puérperas até o 45º após o nascimento, devem ser

imunizadas com vacinas que não apresentem em sua formulação vetor viral

(BRASIL, 2021b).

A Astrazeneca foi suspensa para vacinação em gestante, no entanto,

gestantes que foram vacinadas no início da campanha devem receber a segunda

dose 45 dias após o parto, cabe aos profissionais tranquiliza-las e informar sobre a

baixa taxa de risco e ser encaminhada para um acompanhamento de rotina. A

Pfizer, duas doses com intervalo de doze semanas, além disso a decisão para a

vacinação deve ser em compartilhamento com a equipe médica (BRASIL, 2021c).

Sinovac, é indicado, com administração de duas doses, com intervalo de 14 a

28 dias, no entanto, essa decisão deve ser tomada juntamente com o médico, após

serem vacinadas essas mulheres devem ser acompanhadas de perto, logo, qualquer

efeito adverso após a vacinação com a gestante ou após o nascimento da criança

no período de até seis meses após o nascimento devem ser notificados (BRASIL,

2021c).

2.2. REPERCUSSÕES DA PANDEMIA NA VIDA DA MULHER NO PERÍODO

GRAVÍDICO

No Brasil, estudos apontam que entre 1º de janeiro a 1º de agosto, gestantes

ocuparam 0,9% dos internamentos associados à Síndrome Respiratória Aguda

(SRAG), correspondente a 5.174 de mulheres grávidas, dentre elas 2.256 foram

diagnosticadas com SARS-CoV-2. A mortalidade ocorreu em sua maioria em

mulheres com faixa etária de 30 a 39 anos, totalizando mais de 56% de mortes

durante o terceiro trimestre gestacional e mais de 33% no segundo trimestre. O

Nordeste possui o maior número de casos e óbitos dentro deste período, comparado

a outras regiões do País, evidenciando 744 casos e 52 óbitos (OPAS, 2020).

No dia 06 de julho de 2021, a nota técnica Nº 2/2021 (BRASIL, 2021a), traz

dentro de sua atualização os seguintes dados:

Em 2021, até a semana epidemiológica 23, foram notificados 11.363 casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) em gestantes e puérperas no Brasil, dos quais 7.303 (64%) foram confirmados para covid-19, isso corresponde a uma incidência estimada de 455,8 casos de SRAG e 292,9

Page 16: ENFERMAGEM - DOMINICK ROCHA DE AGUIAR.pdf

15

casos de SRAG com confirmação para covid-19 a cada 100.000 gestantes. No mesmo período, foram notificados 1.066 óbitos por SRAG em gestantes e puérperas, sendo 991 confirmados para covid-19, o que corresponde a uma incidência de 42,8 óbitos por SRAG e 39,7 óbitos por covid-19

confirmado a cada 100.000 gestantes.

Além dos danos à saúde física da mulher em consequência da Covid-19,

estudos apontam que mulheres positivadas para Covid-19 são submetidas

frequentemente a partos cesáreos, além de manifestarem complicações no pós

parto, como hipoxemia, hipertermia e internamentos posteriores, quando

comparadas com demais gestantes (BENTLIN et al., 2020).

O novo coronavírus vem ocasionando impactos danosos para a sociedade,

transcendendo as repercussões no âmbito da epidemiologia e da biomedicina. As

implicações provocadas chegam a afetar regiões sem registros de focos de

contaminação. Essas implicações chegam a atingir a sociedade em seus setores

culturais, sociais, políticos e econômico dos indivíduos (BRASIL, 2020h).

Pensando no controle e preservação da saúde medidas de prevenção foram

adotados mundialmente, o isolamento ou distanciamento social foi a estratégia ouro

neste combate, que tem como objetivo retardar a velocidade de contaminação,

dessa forma evitando o aumento do fluxo de casos, sem que comprometa os leitos

dos hospitais. Um estudo realizado em 27 unidades federativas do Brasil, que teve

como objetivo identificar a relação do isolamento social e o numero de novas

infecções pelo coronavírus, demonstrou que quanto mais indivíduos praticam o

isolamento o número de casos diminui (SILVA et al., 2020).

Os reflexos negativos gerados pelo vírus partem desde alterações fisiológicas

a patológicas, não podendo necessariamente está associado a infecção da SARS-

CoV-2. O isolamento social determinado como uma das ferramentas de defesa

contra a contaminação pode interferir gravemente no período gestacional,

provocando o sedentarismo, sobrepeso, predisposição a diabetes mellitus,

dislipidemia e aumento nos níveis pressóricos. Essas intercorrências devem ser

vistas com atenção, pois podem propiciar alto risco gestacional (LIMA, 2020).

Além das implicações físicas no decorrer do desenvolvimento fetal, a mulher

passa por mudanças fisiológicas, como as alterações no sistema hormonal, que

possui grande potencial para interferir no humor da gestante. De forma que,

associados ao distanciamento social podem potencializar a propensão aos

transtornos psicossociais, afetando o emocional da gestante que pode passar a ter

Page 17: ENFERMAGEM - DOMINICK ROCHA DE AGUIAR.pdf

16

comportamentos depressivos, estresse, ansiedade, medo e pânico (ALMEIDA et al.,

2020).

Para Guerini et al. (2021), as mudanças fisiológicas geradas na gestação

tornam a mãe mais susceptível a infecções, tais mudanças podem originar à hipoxia

em virtude do aumento do gasto de oxigênio, ascensão do diafragma e as alterações

no espaço transversal da região torácica, além disso, as mudanças que afetam a

compensação e expansão dos lóbulos pulmonares podem gerar o acumulo de

secreções no trato respiratório.

Além disso, a escassez de estudos científicos sobre o novo coronavírus e a

falta de ciência da sociedade em geral sobre os agravantes originados pelo Covid-

19, podem ser propulsores para o adoecimento psíquico. Com relação às gestantes,

durante o período de isolamento, se veem obrigadas a se afastarem dos familiares e

amigos, que a ofertam apoio e suporte durante a gestação, a carência dessa

assistência pode beneficiar as crises psíquicas em um momento frágil da mulher

(ALMEIDA et al., 2020).

2.3 ASSISTÊNCIA PRESTADA A MULHER PRÉ-NATAL DURANTE PERIODO

PANDEMICO

O início da gestação é marcado pelo primeiro acompanhamento à mulher, o

pré-natal, que deve oferecer a mulher acolhimento, assistência humanizada,

garantia do cumprimento dos direitos e a classificação de risco que podem prevenir

e reduzir a morbimortalidade materna fetal (BRIGAGÃO et al., 2020).

O pré-natal é uma ferramenta utilizada para prevenir e identificar

precocemente doenças que possam interferir na saúde materna e fetal, com objetivo

de promover um crescimento saudável para o feto. Diante do cenário atual, percebe-

se que a captação dessas mulheres logo no início da gestação proporciona a equipe

a realização de intervenções preventivas, promovendo ações educativas a fim de

amenizar a propagação do vírus, durante as consultas de pré-natal (MISQUITA et

al., 2020).

Apesar da escassez sobre estudos que apontem para uma comprovação a

susceptibilidade de mulheres grávidas possuírem a forma grave do novo

coronavírus, as autoridades em saúde as caracterizam como grupo de risco,

Page 18: ENFERMAGEM - DOMINICK ROCHA DE AGUIAR.pdf

17

determinando cuidados que devem ser dotados pelas gestantes e pelas instituições

que ofertam serviço para esse público (BRASIL, 2020a; BRASIL, 2020h).

As consultas de pré-natal seguem as recomendações do Ministério da Saúde,

sendo no mínimo seis consultas para paciente de baixo risco, o comparecimento da

gestante deve ser orientado pela equipe multiprofissional acerca dos cuidados

preventivos. É recomendado a equipe da Rede Básica, orientar as gestantes

sintomáticas a realizarem o isolamento social durante quatorze dias após o início

dos sintomas e estabelecer estratégias que otimizem as consultas presenciais,

administrando as vacinas do Calendário Vacinal da Gestante, de modo que reduza o

fluxo de visitas a unidade (BRASIL, 2020i).

No momento atual, onde o setor de saúde passa por uma crise, negligenciar a

atenção realizada no Pré-natal pode significar danos para saúde de mulheres e

crianças, com isso a nota técnica nº 03 de 01/04/2020 orienta a permanência das

consultas de pré-natal, devido à importância para a inspeção e assistência, pois

através dele pode-se obter a redução de agravos e do congestionamento do setor

da saúde (BRIGAGÃO et al., 2020).

A Resolução SS N. 28 elaborada em 17 de março de 2020 recomenda que

gestantes sintomáticas sejam separadas em local reservado, evitando o contato com

outras gestantes (BRASIL, 2020j). Além disso, a gestão e os profissionais devem

otimizar o tempo de permanência dessas mulheres na unidade, evitando novas

contaminações e assegurar que gestantes diagnosticadas com o vírus ou com

suspeita de infecção compreenderam as recomendações para afastamento social e

a respeito do aparecimento de possíveis sintomas secundários (BRASIL, 2020h).

Para pacientes com sintomas respiradores, direciona-se que a equipe da

atenção primária oriente os pacientes sobre os cuidados que serão realizados, ao

uso de máscara cirúrgica e isolamento imediato no setor, a gestante deve passar

pela avaliação da equipe de enfermagem e encaminhada para consulta médica

(BRASIL, 2020h).

Após o recebimento do resultado do exame com positividade para SARS-

CoV-2, a paciente deve ser encaminhada para unidade hospitalar de referência, com

o acompanhamento do transporte sanitário. Em casos de negatividade, a paciente

deve ser avaliada como suspeita de síndrome gripal, devendo ser orientada ao

cumprimento de quarentena e aos cuidados em casa, pacientes sintomáticas devem

aguardar 10 dias após o início dos sintomas, acrescentando mais 3 dias sem

Page 19: ENFERMAGEM - DOMINICK ROCHA DE AGUIAR.pdf

18

manifestar qualquer sinal clinico característico, para assintomáticas o isolamento

deve ser feito durante 10 dias após a confirmação do diagnóstico (BRASIL, 2020h).

Logo, compete a atenção básica a responsabilidade de se atentar ao quadro

clinico dessa mulher através do monitoramento e prestar as orientações necessárias

durante o período de quarentena, nesse sentido a rede de apoio para essas

mulheres podem utilizar estratégias que amenizem os riscos de contaminação, como

por exemplo o teleatendimento (BRASIL, 2020j).

Dentro do contexto pandêmico, gestantes podem se deparar com resistências

no cumprimento de seus desejos para o parto, no entanto, a Lei nº 8.080, de 19 de

setembro de 1990, continua em vigor, assegurando essa mulher sobre o direito de

acompanhante de sua escolha, pois a presença e apoio de uma pessoa de sua

confiança traz a sensação de bem-estar, conforto e segurança, todavia, o/a

acompanhante não pode apresentar quadro gripal. Portanto ressalta-se que durante

as consultas de pré-natal os profissionais devem trazer informações que blindem

essas mulheres através do conhecimento no que concerne seus direitos (SOUZA, et

al., 2020).

Com relação ao momento do parto, durante a pandemia ocasionada pelo Sars

CoV 2 surgiram recomendações para dentro do ambiente hospitalar, em todas as

circunstâncias deve ser ofertando a parturiente máscara cirúrgica, aquelas com

suspeita ou com confirmação de contaminação, devem ser dirigidas a um local

reservado, com a equipe em uso de EPI adequado. O local de isolamento deve se

possível, fornecer banheiro privativo e espaço suficiente para atuação da equipe, os

profissionais devem estar atentos e dispostos a sanarem dúvidas e anseio dessa

mulher, como o receio de contaminação durante o parto (BRASIL, 2020j).

Durante o trabalho de parto a equipe pode oferecer métodos não

farmacológicos para o alívio da dor, estimulando o progresso fisiológico do trabalho

de parto. A monitoração da ausculta cardíaca fetal deverá ser feita regularmente ou

através da monitorização contínua. O diagnóstico para Covid-19 não deve interferir

na escolha para via de parto, e sim ser levado em consideração às condições

clínicas da gestante (BRIGAGÃO et al., 2020).

O Ministério da Saúde orienta através da Nota Técnica nº 07/2020, que mãe e

filho podem permanecer juntos até a alta hospitalar, com exceção das situações de

agravamento. A instituição deve orientar a mulher sobre cuidados higiênicos, como a

utilização de máscara cirúrgica e domínio sobre a retirada da mesma, higienização

Page 20: ENFERMAGEM - DOMINICK ROCHA DE AGUIAR.pdf

19

das mãos, etiqueta ao tossir, certificando-se que essa mulher mantenha no mínimo

um metro de distanciamento do leito (BRASIL, 2020l).

Os cuidados ao recém-nascido, como a vacinação, os testes de triagem

neonatal são fundamentais e não devem ser dispensados. Recém-nascidos estáveis

com mães positivadas não é recomendado a realização do teste. Os profissionais

devem orientar as mães acerca dos cuidados, como higienização das mãos, uso de

máscara durante a amamentação, higienização da mama, e em casos de

surgimento de sintomas ou anormalidade dirigir-se a unidade (BRASIL, 2020j).

A amamentação durante os seis primeiros meses de vida é extremamente

importante para a criança e para mãe, através dela crianças passam a obter

nutrientes, células imunológicas, além de proporcionar o vínculo entre mãe e filho e

estimular a produção do hormônio progesterona que possui efeito contraceptivo nos

primeiros meses do nascimento. Apesar de estudos demostrarem uma pequena

quantidade de RNA do vírus no leite materno, o qual não possui capacidade

reprodutiva, o Ministério da Saúde recomenda a permanência da amamentação,

tendo em vista o risco benefício que o leite materno traz para a criança nos primeiros

meses de vida, potencializando sua defesa imunológica, passada de mãe para filho

(BRASIL, 2020a).

No que tange ao período gestacional, assim como o momento do parto e

puerpério, o pré-natal deve ser considerado como principal ferramenta para proteger

e prevenir a vida materna-fetal, à vista disso devem ser encorajadas a aderência nas

consultas, para que sejam instruídas com informações fidedignas durante este

momento atípico vivenciado (GUERINI et all. 2021).

3 METODOLOGIA

3.1 TIPO DE ESTUDO

Page 21: ENFERMAGEM - DOMINICK ROCHA DE AGUIAR.pdf

20

A escolha do referencial teórico metodológico se deu devido às características

do objeto de estudo da investigação. Assim, foi realizada uma pesquisa de tipo

descritiva com abordagem qualitativa. Neste sentido, a escolha pela metodologia

descritiva procedeu-se a sua capacidade de análise minuciosa dos dados

encontrados, sejam de aspectos individuais ou grupais (TONETTO ent al., 2014),

tendo em vista identificar e retratar a percepção de mulheres em período gravídico-

puerperal acerca da infecção ocasionada pelo vírus Sars CoV 2.

Além disso, foi utilizada a análise qualitativa, que viabilizou examinar de

maneira intensiva e minuciosa os microprocessos contidos nos elementos coletados

dentro dos relatos de cada participante, sejam de aspectos individuais ou coletivos

ou até mesmo o contexto social que este está inserido, além de ter contribuído para

a interpretação do pesquisador acerca das informações constatadas (MARTINS,

2004). Logo, notou-se que o uso desta abordagem teve como objetivo fazer com que

o autor detivesse empatia pelo entrevistado, na tentativa de entender o indivíduo de

acordo com a sua singularidade.

3.2 LOCAL DO ESTUDO

A pesquisa foi realizada em um município do Recôncavo da Bahia, esse

município tem segundo a estimativa do censo do Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística (IBGE), uma população de 17.409 habitantes, com uma área de

117,2km². Está localizado às margens da rodovia BR 101 (IBGE, 2020).

Segundo informações colhidas na Secretaria Municipal de Saúde, o município

conta com 12 dispositivos de saúde vinculados ao SUS sendo eles 01 Centro de

Apoio Psicossocial (CAPS), 01 Núcleo de Apoio a Saúde da Família (NASF), 01

Centro Médico de Especialidades, 01 Centro de Reabilitação, 01 Centro COVID, 01

Laboratório de Prótese Dentária (recentemente implantado); 01 Hospital Municipal,

01 Base do SAMU, 08 Unidades de Saúde da Família e 03 Unidades Satélites. No

que se refere às unidades de saúde, 02 estão localizadas na zona urbana e 06 na

zona rural, as 3 Unidades Satélites estão localizadas na zona rural.

O cenário da pesquisa conduziu-se em uma Unidade de Saúde da Família

localizada na Zona Urbana, possuindo o total de 5.158 cidadãos em sua área dentre

estes 4.108 cidadãos ativos, sendo 1.848 pacientes do sexo masculino e 2.260 do

Page 22: ENFERMAGEM - DOMINICK ROCHA DE AGUIAR.pdf

21

sexo feminino. A escolha dessa unidade deu-se em virtude ao grande número de

gestantes cadastradas e seu fluxo de atendimento, correspondendo no total de 27

gestantes. Estes dados foram disponibilizados pela Secretaria Municipal de Saúde,

através do acesso ao Portal e-Sus Ab.

3.3 PARTICIPANTES DO ESTUDO

A população do presente estudo foi composta por mulheres que estiveram

no período gestacional durante a pandemia ocasionada pelo Sars Cov 2 e

encontravam-se cadastradas na Unidade Básica de Saúde selecionada. A escolha

dos participantes se deu por meio do método de saturação de dados, pois, devido a

quantidade e perfil das participantes, entendeu-se que poderia suceder a repetição

de respostas.

De acordo com Nascimento et al. (2018), essa técnica trata-se de um

processo de filtração quando os elementos coletados se redizem, entende-se então,

que os elementos colhidos são suficientes para o entendimento, consequentemente

este método suspende a coleta de dados quando não surgem novas informações.

Os critérios de inclusão das participantes serão: gestante que se encontram

no terceiro trimestre gestacional e gestantes que estiverem cadastradas e com pré-

natal acompanhado na unidade escolhida. Como critérios de exclusão serão

excluídas gestantes menores de 18 anos e gestantes com incapacidade cognitiva.

3.4 PROCEDIMENTOS E INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS

Devido ao momento vivenciado, seguindo as recomendações do Ministério

da Saúde, que orienta o afastamento social, as entrevistas foram realizadas

virtualmente, o que possibilitou a privacidade e segurança das entrevistadas, para

quê desta forma a presente pesquisa não trouxesse nenhuma ameaça física ou

psicológica para a participante no decorrer e posteriormente ao estudo.

Nesse sentido, a interação com as gestantes aconteceu por via telefonia

através da solicitação do contato telefônico das participantes à Secretaria Municipal

Page 23: ENFERMAGEM - DOMINICK ROCHA DE AGUIAR.pdf

22

de Saúde (SMS) e à Enfermeira Coordenadora da Unidade de Saúde da Família que

foi realizada a pesquisa.

Inicialmente foi realizado contato telefônico com as participantes do estudo,

com o intuito de explanar acerca dos objetivos e a importância desta pesquisa, bem

como enfatizar a garantia do sigilo e do anonimato e convidada a participar dela.

Assim, as gestantes tiveram acesso ao TCLE (APÊNDICE A) e após leitura na

íntegra e aceitado participar da pesquisa, foi realizado agendamento da entrevista

online.

Após concluir essa primeira etapa, a pesquisadora entrou em contato

novamente, para realização da segunda etapa que se deu através de entrevista

semiestruturada de forma remota, por chamada telefônica, com a utilização de

ambientes virtuais para a interação em áudio, através de ambiente privativo onde a

entrevistadora e entrevistada vivenciaram segura e privacidade, onde não houveram

interrupções, com duração de 8 a 10 minutos.

A entrevista dispôs de um roteiro composto por 20 questões que foram

divididas em dois blocos dos quais o primeiro buscou identificar os dados

sociodemográficos das gestantes e o segundo foi composto por perguntas que

nortearam o estudo de forma a analisar a percepção das mesmas acerca da

infecção pelo Sars CoV 2 no período gravídico-puerperal (APÊNDICE B).

Dentre as 27 gestantes que frequentavam a unidade para realização das

consultas de Pré-Natal apenas 11 encontravam-se no terceiro trimestre gestacional,

dentre elas, 2 recusaram-se a participar, 3 não atenderam as ligações e 6

concordaram em participar da pesquisa.

Para garantir a fidedignidade das informações que foram colhidas, utilizou-se

o bloco de anotações e a gravação de toda a entrevista, através de aplicativo para

gravação de voz presente nos smartphones, das entrevistadas que permitiram a

gravação.

3.5 ASPECTOS ÉTICOS

Foi solicitado um ofício para Coordenação do Curso de Bacharelado de

Enfermagem da Faculdade Maria Milza (FAMAM) para ser encaminhado à

Secretaria de Saúde do município a qual participará do estudo, requerendo a

Page 24: ENFERMAGEM - DOMINICK ROCHA DE AGUIAR.pdf

23

autorização para a pesquisa ser realizada. Em seguida, ocorreu o cadastramento do

projeto na Plataforma Brasil para que seja encaminhado ao Comitê de Ética e

Pesquisa, para análise dos aspectos que envolvem pesquisa com seres humanos

descritos na Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde; respeitando

também a Resolução 580/18 referente às especificidades éticas das pesquisas de

interesse estratégico para o Sistema Único de Saúde.

Após a liberação do comitê, foram apresentadas as participantes do estudo os

objetivos da pesquisa e passaram a estar cientes e assim conhecer a proposta da

investigação, sequentemente foi necessário à assinatura dos participantes ao Termo

de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE em duas vias, sendo que um ficou

com a entrevistado e a outra com o entrevistador. Para garantir o anonimato das

participantes, cada mulher recebeu um código, sendo chamadas de G1, G2, G3, G4,

G5 e G6 assegurando a privacidade de sua identidade, havendo assim total sigilo da

sua identificação.

3.6 TÉCNICA DE ANÁLISE DE DADOS

O recurso utilizado para realização do diagnóstico do material coletado, foi por

meio da técnica elaborada por Maria Cecília de Souza Minayo. A utilização dessas

técnicas viabilizou de forma sistemática a reprodução das falas do entrevistado e a

motivação inerente do participante, assim como as conclusões obtidas através das

coletas (CAVALCANTE et al., 2014).

O método desenvolvido por Minayo (2007) é estruturado em três etapas,

sendo a primeira: Pré-análise dos conteúdos, que corresponde ao aprofundamento

direto do pesquisador aos dados obtidos, estudando, organizando e estruturando as

hipóteses e objetivos. A segunda etapa, refere-se à exploração que possibilita ao

pesquisador estruturar e organizar categoricamente sua coleta. Na terceira e última

etapa, Minayo traz o tratamento dos resultados e sua interpretação, que transpassa

a pré-análise e a exploração das categorias, relacionado aos objetivos pré-textuais

estabelecidos anteriormente.

Page 25: ENFERMAGEM - DOMINICK ROCHA DE AGUIAR.pdf

24

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Buscando atingir os objetivos desta pesquisa, neste capitulo encontram-se os

resultados e discussões da análise dos dados coletados através dos instrumentos

metodológicos que foram apresentados anteriormente.

As entrevistas foram guiadas através do questionário semi-estruturado

apresentado às seis gestantes, as entrevistas foram separadas em dois momentos,

sendo o primeiro com cinco perguntas que buscavam identificar a caracterização do

perfil sociodemográfico e o segundo contendo quinze perguntas norteadoras que

buscavam entender as percepções acerca da infecção pelo Sars CoV 2 no período

gravídico-puerperal.

Com base nisso, este tópico será discorrido em três sessões, sendo elas: na

primeira o perfil sociodemográfico das gestantes; no segundo será retratado o

conhecimento prévio em relação ao Sars Cov 2 e na terceira quais os impactos da

pandemia no período gravídico-puerperal.

4.1 PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO DAS GESTANTES

Neste primeiro bloco discutiremos acerca das possíveis interferências que

podem ocorrer no que concerne a percepção das gestantes sobre o Sars Cov 2

conforme as características e perfil sociodemográfico das participantes. Durante as

entrevistas foram feitas perguntas que buscaram identificar idade, raça/cor, nível de

escolaridade, profissão e o estado civil das participantes.

Este estudo contou com a participação de seis gestantes de uma Unidade de

Saúde da Família do um município do Recôncavo Baiano, que se encontravam no

terceiro trimestre gestacional, com faixa etária entre 21 a 33 anos, cinco delas se

consideram pardas e uma negra, apenas encontra-se realizando o ensino superior e

a maioria possui ensino médio completo.

No quadro 01 a seguir evidencia a característica do perfil sociodemográfico

das integrantes, sendo elas identificadas como gestantes por meio da letra “G” e

uma numeração sequenciada, a utilização deste método se deu na tentativa de

preservar o anonimato e a ética profissional desta pesquisa.

Page 26: ENFERMAGEM - DOMINICK ROCHA DE AGUIAR.pdf

25

Quadro 01: Perfil sociodemográfico das gestantes de um município do Recôncavo

da Bahia, ano 2021.

GESTANTES IDADE RAÇA/COR ESCOLARIDADE PROFISSÃO ESTADO

CIVIL

G 01

25

anos

Parda

Ensino Médio

completo

Téc. De

Enfermagem

União

Estável

G 02

21

anos

Preta

Ensino Médio

completo

Professora do

EJA (Educação de

Jovens e Adultos)

União

Estável

G 03

33

anos

Parda

Ensino Médio

completo

Atendente de

Caixa eletrônico

Casada

G 04

26

anos

Parda

Ensino Superior

incompleto

Recepcionista

União

Estável

G 05

30 anos

Parda

Ensino Médio

completo

Manicure

União

Estável

G 06

32

anos

Parda

Ensino Médio

completo

Dona de

Casa

Casada

Fonte: Dados da pesquisa, 2021.

Observando o quadro 1, nota-se que a faixa etária das gestantes encontra-se

balanceada, entre os 21 aos 26 anos, seguida pela faixa etária dos 30 aos 33 anos.

Pôde-se observar que dentro desse grupo a faixa etária dessas mulheres variam

entre si, podendo não ser levada em consideração suas idades como fatores de

risco, além disso, esta amostra contém somente gestantes que vivenciam o terceiro

trimestre gestacional.

De acordo com o Manual Técnico de Gestação de Alto Risco, menores de 15

anos apresentam condições sociodemográficas desfavoráveis, todavia, a

adolescência não é considerada como fator de risco para o desenvolvimento fetal,

no entanto, a imaturidade emocional pode gerar durante a gravidez o risco

psicossocial, correlacionando a rejeição da criança e não adesão ao pré-natal

(BRASIL, 2012).

Page 27: ENFERMAGEM - DOMINICK ROCHA DE AGUIAR.pdf

26

Segundo Santos et al. (2009), a idade materna possui relação com as

características e mudanças biológicas que ocorrem durante a vida da mulher,

podendo acarretar problemas no transcurso da gestação, desta forma, mulheres que

se são classificadas com gravidez tardia com idade acima de 35 anos pode

apresentar predisposição para riscos adversos como, hipertensão gestacional,

diabetes gestacional, aborto espontâneo, parto prematuro e mortalidade materno-

fetal.

Buscando conhecer o perfil racial das entrevistadas, foi identificado que a

minoria das gestantes se auto declaravam preta, somente uma declarou-se preta e

as outras cinco declararam-se pardas. No que compreende os estudos que

relacionam a experiencia da gestação e a raça/cor das gestantes poucas pesquisas

foram encontradas, segundo Theme (2016) indivíduos negros, indígenas e pardos

acabam sendo menos favorecidos no âmbito da saúde quando comparados com

pessoas brancas.

Corroborando com os resultados encontrados, uma pesquisa realizada por

Leal et al. (2017), evidenciou em sua subamostra de 9.006 mulheres, que 1.804

eram pretas e 7.202 eram pardas, além disso, a pesquisa demonstrou que era mais

recorrente entre as gestantes pretas o pré-natal ocorrer inapropriadamente, com

ausência da orientação acerca do início do trabalho de parto, além de não

possuírem vinculação com a maternidade.

De acordo com os dados encontrados acerca do nível de escolaridade das

participantes, cinco mulheres responderam que possuem ensino médio completo e

uma com ensino superior incompleto, tal dado pode ser considerando positivo,

contrastando com a medida da educação no Brasil que possui alto índice de evasão.

Segundo Dantas et al. (2021), ter acesso à educação reflete de forma

positiva, uma vez que o grau de instrução que o indivíduo possui está associado ao

encorajamento a busca aos serviços de saúde, além de possuírem conhecimento

total ou parcial dos seus direitos estatutários. Logo, o crescimento da escolaridade

entre as mulheres é uma das ferramentas que as tornam mais influenciadas a irem

de encontro às atividades de saúde no período gestacional, consequentemente essa

ação favorece o combate ao óbito fetal e mortalidade materna.

O Ministério da Saúde em parceria com o Instituto Israelita Albert Einstein

destaca que a baixa escolaridade é apontada como coeficiente de risco obstétrico

intermediário (<5 anos de estudo), chamando a atenção dos profissionais de saúde

Page 28: ENFERMAGEM - DOMINICK ROCHA DE AGUIAR.pdf

27

para averiguação do nível de compreensão das gestantes durante as consultas de

pré-natal, uma vez que os baixos níveis de escolaridade podem interferir no

entendimento das informações mencionadas durante os atendimentos (BRASIL,

2019).

No entanto, o índice de baixa escolaridade não se aplica nesta pesquisa, pois

verificou-se que todas as entrevistadas possuem ensino médio completo, este fato

pode ter influência nos dados referentes a profissão, pois a maioria das participantes

declaram dispor de uma profissão e tão somente uma ser dona de casa.

Com relação ao estado civil das participantes pode-se observar que ambas

possuem parceiros, das quais respectivamente duas são casadas e quatro vivem em

união estável. O contexto pandêmico pode provocar na mulher sentimentos de

medo, tristeza e ansiedade e a presença do companheiro pode ser considerada

como acalento para essas mulheres, ofertando confiança e tranquilidade no decorrer

desse ciclo.

Brasil (2016), discorre que a participação do parceiro de forma ativa durante a

gestação constitui um aspecto importante no período gravídico promovendo

conforto, segurança e o bem-estar biopsicossocial materno-fetal durante a gestação

e no período puerperal.

Em síntese, os aspectos sociodemográficos das gestantes do terceiro

trimestre gestacional entrevistadas neste estudo, revelaram que dentro das

categorias selecionadas a que mais difere e possui uma maior prevalência é a

raça/cor, pois apenas uma mulher se declarou preta, as demais condições não

apresentam grandes dessemelhanças que possam gerar fragilidades durante o

período gravídico-puerperal, sequer em sua percepção ao Sars Cov 2. Portanto,

aspectos de vulnerabilidade como gravidez de risco relacionada a idade, baixa

escolaridade, desocupação e ausência paterna não foram constatados nesta

pesquisa.

4.2 CONHECIMENTO E MEDIDAS PREVENTIVAS DAS GESTANTES EM

RELAÇÃO AO SARS COV 2

Esta categoria discorre a respeito do conhecimento sobre os meios de

contaminação e conhecimento prévio dos sintomas clínicos característicos do Sars

Page 29: ENFERMAGEM - DOMINICK ROCHA DE AGUIAR.pdf

28

Cov 2 e as medidas preventivas adotadas pelas gestantes durante o período

gestacional dentro do contexto pandêmico vivenciado.

Com relação ao novo coronavírus, estudos apontam que sua carga viral

possui alta potencialidade de disseminação, além disso a taxa de letalidade é

bastante significativa quando comparada com outros surtos causados por vírus da

mesma família do Sars Cov 2. A sua transmissão advém por meio do contato direto

com gotículas suspensas no ar ou no contato com superfícies contaminadas (DEL;

MALANI, 2019).

Buscando conhecer o nível de informações no que diz respeito aos meios de

contaminação, pode-se observar nas falas a seguir a percepção das gestantes

acerca desse conhecimento:

[...] é por gotículas ou superfícies contaminadas, pois ele é um vírus de alta contaminação, né!? Então a gente tem que ter toda essa cautela (G1).

Pelas gotículas da pessoa contaminada (G2 e G6).

A contaminação é através do contato, né? Com as pessoas doente ou do local infectado (G3).

Refletindo acerca das falas dessas mulheres, pode-se observar que ambas

possuem um conhecimento razoável com relação aos meios de contaminação.

De acordo com Oliveira et al. (2015), o grau de conhecimento da população,

como por exemplo, informações relacionadas aos meios saudáveis de estilo de vida,

adesão aos serviços de saúde e compreensão de normas sanitárias podem

influenciar de modo direto no processo da saúde-doença, isso significa que a falta

ou precariedade de acesso a esses meios são capazes de acarretar

expressivamente a saúde dos indivíduos.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) com objetivo de reduzir o risco de

propagação do vírus preconiza que a população de forma geral adote as medidas de

contenção, tais como: higienização das mãos regularmente, em especial ao entrar

em contato com outras pessoas ou ao tocar objetos; manter distanciamento de

indivíduos que sofrem de doenças do trato respiratório; uso de máscara; isolamento

de indivíduos suspeitos ou confirmados e o distanciamento social que se refere

especialmente às que são classificadas como grupo de risco (OMS, 2020).

Em relação aos meios de prevenção indicados pela OMS, podemos verificar

que todas as gestantes desta pesquisa praticaram o distanciamento social e saiam

Page 30: ENFERMAGEM - DOMINICK ROCHA DE AGUIAR.pdf

29

somente em situações necessárias como por exemplo para as consultas de pré-

natal.

A respeito das praticas de higienização podemos observar nas falas a seguir

as principais praticas executadas pelas gestantes:

[...] por exemplo sempre que eu saio até mesmo para as consultas no posto quando eu volto eu higienizo tudo e as compras de mercado e sempre estou de máscara (G1).

[...] lavagem das mãos e o uso do álcool em gel (G2 e G4).

[...] eu uso a máscara sempre faço a limpeza dos alimentos, das compras, eu sempre tenho cuidado em higienizar com álcool (G3).

[...] eu sempre tô lavando as mãos, uso máscara e o álcool e as coisas que chegam de fora eu lavo com água e sabão (G6).

Verificou-se que todas as gestantes praticam algum meio de higienização,

entretanto, duas das gestantes não referiram realizar limpeza de objetos ou dos

alimentos advindos do meio externo, portanto, pode-se vê que existe uma alta

possibilidade de risco de contaminação por superfícies infectadas, uma vez que

essas mulheres agem com negligencia ou por não possuírem conhecimento acerca

da importância da higienização desses itens.

Um momento estratégico para que seja feita a orientação acerca dos

cuidados de higienização dos alimentos ou objetos, é durante as consultas de pré-

natal, mas para que isso aconteça é necessário que as equipes de saúde, em

especial a equipe de enfermagem que as acompanham durante toda a gestação,

busquem táticas que tragam sensibilidade e consciência sobre a importância desses

cuidados.

Um estudo longitudinal realizado por Batista et al. (2020), com a participação

de 6.146 indivíduos com multimorbidade, demonstrou que mais de 98%

higienizavam as mãos e mais de 96% utilizavam a máscara ao saírem de casa,

estas foram as práticas mais utilizados para prevenção. Infelizmente, observou-se

uma carência de estudos originais que focassem nessa temática de higienização e

cuidados preventivos voltados para a realidade das gestantes.

Os dados da pesquisa citada anteriormente, demostra que apesar do perfil de

sua amostra não ser de gestantes, quando comparado com os hábitos das

participantes desta pesquisa, nota-se uma semelhança entre ambas, pois todas as

Page 31: ENFERMAGEM - DOMINICK ROCHA DE AGUIAR.pdf

30

gestantes fazem uso de máscara ao sair de casa e higienizar as mãos, seja com

água e sabão ou com o álcool em gel.

Outro ponto importante que esta pesquisa buscou identificar foi o nível de

conhecimento das gestantes sobre as manifestações clinicas da doença, observou-

se que todas possuem uma percepção significativa, como pode ser observado nas

falas:

É como uma gripe, tosse, espirro, falta de ar, febre... e tem as pessoas que estão contaminas e não tem sintomas (G2).

Conheço, tosse, febre, dor de cabeça, basicamente isso e perda do paladar (G4).

É a falta de ar, os sintomas de gripe, tem também a perda do paladar e cheiro, acho que os principais são esses (G6).

De acordo com Pimentel et al. 2020, pacientes confirmados com Covid-19 em

sua maioria apresentam sintomas leves ou são assintomáticos, 17% dos casos

manifestam a forma grave da doença e 2,5% sofrem óbito. Os principais sintomas

são: dor de cabeça e muscular, febre, corrimento nasal, cansaço, anosmia, ageusia

e em casos graves pode levar a insuficiência respiratória aguda grave ou outras

infecções no trato respiratório.

Dentro desse cenário, os órgãos mundiais buscavam meios para a prevenção

da doença, a ciência correu contra o tempo em busca de vacinas que combatessem

ou amenizassem os dados gerados pelo Sars Cov 2. E como prioridade para a

vacinação encontram-se os indivíduos com comorbidade, idosos e gestantes.

Grandes dúvidas acerca da eficácia da vacinação sugiram em grande parte

da população, mas sabe-se que os cientistas necessitavam está avante em seus

estudos e não agiriam com imprudência nesta luta. Vale lembrar que no que se

refere a Covid-19 ainda é vigente, por isso podem surgir novas descobertas e

mudanças de protocolo.

Em relação a vacinação das gestantes desta pesquisa, 4 receberam a

primeira dose da AstraZeneca e aguardam a segunda dose após o 45º de pós-parto,

1 foi vacinada com duas doses antes da gestação e 1 recebeu uma dose da

AstraZeneca e posteriormente uma dose da Pfizer. Podemos observar os relatos a

seguir:

Page 32: ENFERMAGEM - DOMINICK ROCHA DE AGUIAR.pdf

31

[...] tomei a AstraZeneca, só uma dose e vou tomar a segunda depois eu fui orientada a tomar só depois que o neném nascesse, depois de 45 dias (G2, G3, G5 e G6).

Tomei duas doses, inclusive foi algo que me deixou muito preocupada porque umas pessoas dizem que podia, outras que não, mas acabei tomando a AstraZeneca e depois foi proibida e acabei tomando a segunda dose com a Pfizer, mas fiquei com medo (G4).

Podemos notar uma preocupação em relação a administração da vacina e

possíveis dados a saúde das gestantes, uma vez que circulam informações

inconclusivas e Fake News. Como falado anteriormente, nesse momento atípico

muitas mudanças podem ocorrer, como por exemplo a suspensão da vacina

AstraZeneca em gestantes, devido a uma reação adversa que causou a Síndrome

de Trombose com Trombocitopenia em uma gestante no Rio de Janeiro-Brasil.

Com referência as vacinas, segundo a nota técnica Nº 2/2021, a vacinação

das gestantes e de puérperas até 45 dias após o parto, deve ser feita com

imunológicos que não tenham em sua composição vetor viral, como a Sinovac e a

Pfizer (Brasil, 2021a).

Neste sentido, reforça-se a necessidade de explanação acerca do assunto,

para que gestantes não sejam amedrontadas e apresentem resistência para

vacinação, por isso é de suma importância que haja uma atualização constante dos

protocolos de segurança para profissionais, para que esses possam estar orientando

a população, sanando as dúvidas e dissociando as Fake News das novas

atualizações e recomendações.

Nessa perspectiva, identifica-se que para as gestantes o meio mais seguro de

acesso a informações fidedignas com referência aos pontos importantes

relacionados à Covid-19 e suas atualizações está ligado diretamente aos

profissionais de saúde, que diante deste panorama necessitam estabelecer

estratégias educativas que as sensibilizem e as estimulem a aderir as medidas

estabelecidas pelos principais órgãos de saúde, além disso sanar duvidas e

ressignificar informações falsas relacionadas ao novo Coronavírus.

4.3 IMPACTOS DA PANDEMIA NO PERÍODO GESTACIONAL

Page 33: ENFERMAGEM - DOMINICK ROCHA DE AGUIAR.pdf

32

Nessa categoria será discorrido acerca dos possíveis efeitos e mudanças na

vida e rotina das gestantes durante o período da pandemia ocasionada pelo Sars

Cov 2. Os achados foram baseados nas respostas apresentadas pelas participantes

durante as entrevistas e analisados cuidadosamente. O questionário aplicado para

coleta de dados foi semi-estruturado isso possibilitou que durante as entrevistas a

entrevistadora pudesse capitar outras informações para além do questionamento em

si.

Sabe-se que durante a pandemia medidas preventivas tiveram que ser

adotadas pelos órgãos nacionais, os quais buscavam prevenir os impactos à saúde

da população, como medidas de restrição, isolamento social e lockdown. No dia 12

de maio de 2021 foi sancionada pelo Presidente da República, a Lei nº 14.151 que

dispõe o afastamento de mulheres gravidas de suas atividades de trabalho no

decurso de emergência de saúde pública decorrente ao novo coronavírus (BRASIL,

2021).

De acordo com as informações colhidas nas falas das participantes pode-se

observar que a Lei nº 14.151 foi empregue, garantindo o afastamento sem que

sofressem prejuízo em sua remuneração, podendo exercer sua função remotamente

ou em outra forma de trabalho a distância, como pode ser observado nos relatos

abaixo:

Estou trabalhando no home office, no monitoramento por telefone, por conta da gestação tive que ser afastada do meu antigo cargo (G1).

Eu tô de licença, por conta da pandemia, saiu uma lei que garante o afastamento pra mulheres gravidas não ficarem expostas no trabalho (G3).

Fica claro no que concerne a Lei nº 14.151, as participantes possuem

conhecimento sobre sua existência e aplicabilidade em sua função trabalhista, no

entanto a efetivação e elaboração desta Lei se deu a partir do ano de 2021, logo,

mulheres que estiveram gravidas durante o período entre 2019 a meados de 2021

não foram beneficiadas por este direito.

Além disso, algumas das entrevistadas relataram desvinculação autônoma

dos seus empregos, como pode ser observado nas falas abaixo:

Não estou trabalhando, antes da pandemia estava, mas tive que me afastar por medo de me contaminar (G4).

Page 34: ENFERMAGEM - DOMINICK ROCHA DE AGUIAR.pdf

33

Eu acabei saindo do trabalho no início da gravidez o que foi ruim aqui pra casa, com um salário a menos meu esposo teve que ficar com toda despesa da casa (G5).

Percebe-se uma fragilidade quando G5 relata que devido ao desemprego,

ocorreu redução em sua renda familiar, gerando um impacto econômico na vida

dessas mulheres uma vez que não se sentem seguras e expressam medo como

relatado por G3.

Uma pesquisa executada em uma maternidade em Ribeirão Preto-Brasil, com

a participação de 122 puérperas que se encontravam empregadas no período

gestacional, detectou que 52,5% continuaram com suas atividades trabalhistas,

sendo 45,3% correspondente a atuação informal, o impactante é que os dados

encontrados mostraram que a gestação foi determinante para a demissão de 79,3%

das mulheres desta pesquisa (GODOY et al., 2011).

É de fundamental importância que os profissionais de saúde da Rede Básica

usufruam o espaço da consulta de pré-natal para esclarecer essas mulheres no que

concerne aos seus direitos trabalhistas, além disso instrui-las a quem recorrer caso

esses direitos não sejam efetuados.

De acordo com Bezerra et al. (2020), a pandemia originada pelo Sars Cov 2

pode ser vista como um agente desestabilizador na economia mundial,

principalmente no Brasil, consequentemente estatísticas revelam uma elevação

significativa nos números de demissões durante a pandemia.

Na tentativa de encontrar estudos que correlacionassem a esse dado,

verificou-se uma carência direcionada para pesquisas atuais que abordem o

desemprego durante a gestação, tema que expressa grande pertinência em razão

ao atual cenário vivenciado no Brasil.

Outro questionamento levantado durante as entrevistas foi acerca da

frequência e adesão às consultas de pré-natal, dados que podem ser observados no

quadro 02 e nas falas seguintes:

A gente fica com receio, mas não era algo que me impedia de ir para as consultas (G1).

Não deixei de ir porque é algo importante, é melhor eu ir do que não ter o acompanhamento, fazer os exames que pedem, tenho que ir na verdade, mesmo com medo (G6).

Page 35: ENFERMAGEM - DOMINICK ROCHA DE AGUIAR.pdf

34

Os resultados são positivos, pois, apesar de existirem barreiras e receio ao

sair de casa, as participantes desta pesquisa demonstraram saber sobre a

importância da adesão as consultas de pré-natal e sua efetividade para a vida e

saúde. Neste sentido a Rede Cegonha criada em 2011 pelo MS, tem como objetivo

garantir os direitos das gestantes e conter a morbimortalidade materna-infantil, por

meio do acolhimento integral e de qualidade durante a gestação, parto e puerpério

(COREN-GO, 2013).

Logo, refletindo sobre a pandemia, as unidades de saúde da Estratégia de

Saúde da Família devem inserir essas mulheres em momentos educativos, através

de reuniões virtuais, para que desta forma as gestantes consigam manter um vínculo

com os serviços de saúde e com a unidade. Além disso, realizar busca ativa das

gestantes faltantes, esta atitude pode gerar o sentimento de importância e validade

ao serem assistidas, podendo então reatar o vínculo com a instituição de saúde. É

indicado que para o pré-natal ser considerável qualificado deve conter consultas

mensais no primeiro trimestre, quinzenais no segundo trimestre e semanais durante

o terceiro trimestre (BRASIL, 2013).

QUADRO 02: Número de consultas de pré-natal realizadas durante pandemia

ocasionada pelo novo Coronavírus.

GESTANTES IDADE GESTACIONAL Nº DE CONSULTAS DE PRÉ-NATAL REALIZADAS

G1 31 semanas e 4 dias 06

G2 36 semanas 06

G3 34 semanas 05

G4 34 semanas 10

G5 39 semanas e 4 dias 10

G6 38 semanas e 6 dias 09

Fonte: Dados da pesquisa, 2021.

Sabe-se que as gestantes se encontram incluídas no grupo de risco devido as

mudanças fisiológicas e imunológicas que ocorrem no decorrer da gestação

aumentam a suscetibilidade à infecção pelo novo Coronavírus, no entanto, os

números de contaminação e agraços são inferiores quando comparado a indivíduos

que possuem comorbidade.

Com relação a infecção pelo Sars Cov 2, uma gestante deste estudo acabou

sendo contaminada duas vezes durante a gestação, com relatos de sintomas leves.

Page 36: ENFERMAGEM - DOMINICK ROCHA DE AGUIAR.pdf

35

Um estudo realizado por Guerini et al. (2021), com a contribuição de uma gestante

do terceiro trimestre gestacional, contribui com os achados desta pesquisa, pois a

participante infectada apresentou apenas sintomas semelhantes a um quadro gripal,

com tosse seca e ageusia, o parto cesáreo ocorreu com 38 semanas e 4 dias, sem

intercorrências, com recém-nascido demonstrando boa vitalidade.

Almeida (2020), discorre que além das diversas mudanças fisiológicas no

corpo da mulher durante a gestação, o sistema hormonal também sofre alterações e

isso pode ocasionar mudanças de humor ou desencadear transtornos psíquicos,

como ansiedade e medo, devido a essa vulnerabilidade fatores externos podem

contribuir para o adoecimento ou surgimento desses sintomas.

No decorrer das entrevistas pode ser observado que todas as mulheres que

integram a presente pesquisa relataram alterações de humor quando perguntado

quais os sentimentos com relação ao risco contaminação pelo novo coronavírus,

como pode ser constatado nas falas abaixo:

É um momento de verdadeira angustia, a gente fica inseguro, com medo de ter um parto pré-maturo, o medo de afetar minha gravidez e minha vida, mas eu procuro trabalhar meu psicológico, porque caso contrário fico com meu humor alterado (G1).

Ah, eu fico com muito medo, eu não penso nem em mim, eu penso no meu bebê que é indefeso, tenho medo de me contaminar e afetar a vida dele (G2).

É um sentimento de tristeza, um sofrimento, se tem algo que descreva é o sentimento de tristeza, infelizmente nesse mundo que a gente vive ninguém tá escape, né!? Fico pensando nisso quase o tempo todo, tenho medo de sair e acabar pegando o vírus (G5).

Eu ainda tenho medo, fico imaginando se alguém pode vim aqui sem saber e acabar me contaminando, é um sentimento de aflição, pensar que pode afetar a saúde do meu bebê, é muito ruim, mas espero que passe logo (G6).

Mediante aos relatos acima foi possível perceber alterações psíquicas que

são expressadas através das palavras medo, angustia, sofrimento, aflição e

insegurança, estes mostraram estarem vinculados principalmente para preocupação

a saúde da criança. Segundo Gradvohl et al. (2014), no período gestacional as

variações hormonais somadas a maternidade potencializam os instintos de proteção

e preocupação pelos filhos.

Apesar de não serem encontrados estudos que associem diretamente a

Covid-19 com essas alterações psíquicas, devemos considerar os depoimentos das

Page 37: ENFERMAGEM - DOMINICK ROCHA DE AGUIAR.pdf

36

gestantes desta pesquisa, pois, nota-se que para essas mulheres estarem inseridas

neste cenário pandêmico estando gravida, existe a possibilidade de ser

desenvolvido sentimentos que levam a alterações do sistema nervoso, somatizando

com os próprios anseios que a gestação traz.

De acordo com dados encontrados por Silva B et al. (2020), o adoecimento

psíquico decorre de sintomas depressivos e episódios de ansiedade no estágio

gravídico e puerperal, no Brasil é estimado que isso ocorra entre 26% e 40%.

Corroborando com os autores supracitados, um estudo realizado por Silva G et al.

(2020), 49,3% das gestantes mostraram alto risco de evoluir transtornos de

ansiedade e 19,5% riscos moderados de depressão.

Além disso, as participantes demonstraram preocupação, ao dizerem que a

contaminação poderia afetar sua gestação. Na literatura não se encontram dados

que comprovem a existência de transmissão transplacentária, no entanto defronta-

se casos recentes que sugerem que a infecção vertical seja capaz de intercorrer. No

entanto, não se sabe a gravidade e o significado para os recém nascidos

(FEBRASGO, 2020).

Logo, cabe a equipe que acompanha essas mulheres as orientarem. Vale

ressaltar que o Ministério da Saúde preconiza o aleitamento materno, pois, através

dele possíveis agravos a vida do recém-nascido podem ser evitados ou amenizados,

por isso, além de tranquilizarem as mães é necessário esclarecer as possibilidades

e realizar o plano de parto com antecipação, em especial para aquelas que se

encontrarem positivados com o vírus.

Outro fator evidenciado neste estudo contribui para o adoecimento mental das

gestantes foi o isolamento social, utilizado como uma das ferramentas fundamentais

para atenuação nos números de casos, no entanto, essa medida trouxe

consequências significativas para o cotidiano da população de gestantes. Essa

constatação é emergida por meio dos depoimentos seguintes:

Eu me afastei do trabalho, evito ir em mercados ou sair sem necessidade. O impacto foi que assim, o período gestacional a gente quer todo mundo perto, os amigos, as famílias e ficar isolado de todo mundo não é fácil (G1).

Estou praticando o isolamento e é difícil, muito complicado, meu psicológico ficou muito abalado, com medo, eu só saio mesmo para as consultas de pré-natal e só (G2).

Ficar isolada foi uma sensação horrível, é uma coisa que não desejo pra ninguém, é muito horrível, ter que ficar longe de todos, não poder receber as pessoas, é complicado (G5).

Page 38: ENFERMAGEM - DOMINICK ROCHA DE AGUIAR.pdf

37

Nota-se que apesar do isolamento ser importante para a população em geral

e principalmente para aqueles inseridos no grupo de risco como as gestantes é de

suma relevância e inquestionável, toda via, o que pode ser observado é que para

essas mulheres que se encontram em um momento fragilizado, o afastamento de

seus familiares e amigos, além da mudança radical em sua rotina trouxe consigo o

sentimento de solidão.

A gestação é um período visto muitas vezes como um momento para receber

afeto, atenção e carinho e poder partilhar com as pessoas da sua convivência todas

as fases desse ciclo, no entanto a pandemia impossibilitou essa vinculação afetiva

entre as pessoas.

Os achados desta pesquisa são concordantes com um estudo realizado por

Estrela et al. (2020), que identifica o isolamento social como contribuinte para um

esgotamento psicológico das gestantes, atribuindo o surgimento de sintomas de

ansiedade, fragilidade e depressão. Segundo Farias et al. (2020), as medidas de

prevenção à saúde necessitam ser mais sistematizadas durante os atendimentos,

para que dessa forma a saúde das gestantes sejam protegidas organicamente,

evitando os impactos psíquicos resultante do isolamento social.

Para Gomes et al. (2021), o uso de psicotrópicos analogados á sessões

terapêuticas são ferramentas para o manejo de gestantes que apresentem

alterações psicológicas durante a pandemia, além disso, a divulgação de

informações divulgadas necessita ser compreensível de forma que evite dúvidas

acerca da Covid-19 e evitando um consumo mental desnecessário da população em

geral.

Logo, profissionais de saúde devem se atentar a sinais de alteração psíquicas

manifestadas pelas gestantes durante as consultas ou visitas domiciliares.

Nesse contexto, nota-se uma urgência para reformulação de estratégias

durante os atendimentos, na tentativa de amenizar os impactos da doença na vida

materna-fetal, como: sugerir a pratica de chamadas de vídeo com familiares,

indicações de literatura que as façam distanciarem dos pensamentos negativos e

encaminhamento para acompanhamento com psicólogo.

Além disso, durante as consultas de pré-natal, é importante que a equipe de

saúde da Rede Básica adote medidas educativas, com temáticas contundentes, de

linguagem simples, compreensível e esclarecedora para reduzir os impactos mentais

e evitar falsas informações que podem agravar o estado metal dessas mulheres.

Page 39: ENFERMAGEM - DOMINICK ROCHA DE AGUIAR.pdf

38

Tais medidas podem ser por exemplo o teleatendimento, que possibilita aos

profissionais de saúde um contato direto com essas mulheres durante o isolamento

social ao qual são submetidas.

Caetano et al. (2020), reforça acerca da eficácia do teleatendimento quando

diz:

A telessaúde oferece capacidades para triagem, cuidado e tratamento remotos, auxilia o monitoramento, vigilância, detecção e prevenção, e para a mitigação dos impactos aos cuidados de saúde indiretamente relacionados a COVID-19 (CAETANO et al. 2020).

Nesta categoria foi possível observar que existem impactos significativos na

vida das gestantes entrevistadas, de caráter psíquico e econômico, sendo os

principais sentimentos identificados, medo e angustia, provocados durante a

pandemia da Covid-19, logo é possível constatar que este fato pode ser encarado

como um problema de saúde pública e necessita de ações amenizadoras.

Ao analisar os estudos que colaboraram na discursão, percebe-se que

existem poucas pesquisas que correlacionem a vida da gestante e sua saúde mental

durante este cenário, além disso o Sars Cov 2 ainda é um vírus estudado, pois não

existe um fechamento conclusivo acerca dos seus possíveis dados a saúde, por isso

protocolos de segura podem sofrer ajustes a qualquer momento, sendo assim o

Governo deveria investir em pesquisas para que a ciência avance e consiga dados

fidedignos que possam combater este vírus.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao final desta pesquisa, podemos considerar que a pandemia ocasionada

pelo Sars Cov 2 é um problema de saúde pública, causando agravos para os

setores mundiais. Países do mundo todo lutam contra os impactos que este vírus

causou, danos para além do setor da saúde, pois sua infecção trouxe interferência

também nos setores econômico e social. Além disso, a maioria dos indivíduos

infectados são assintomáticos, dificultando os epidemiologistas a encontrarem dados

fidedignos de infectados e facilitando a proliferação de contaminação.

Page 40: ENFERMAGEM - DOMINICK ROCHA DE AGUIAR.pdf

39

Sabemos que a causa mais grave da doença é o estado desenvolvido no

organismo do indivíduo que pode evoluir para SRAG, no entanto não podemos

ignorar outros problemas que o vírus causa.Diante ao exposto, notou-se a

importância desta pesquisa, pois, através dela foi possível identificar pontos

significativos referente a percepção das gestantes acerca do novo coronavírus e

seus impactos na vida dessas mulheres, logo, este estudo pode possibilitar aos

profissionais de saúde uma visão holística através dos achados que aqui foram

encontrados, além de viabilizar mudanças e aprimoramento nos atendimentos frente

ao cenário epidêmico vivenciado.

Ao concluirmos esta pesquisa, que buscou identificar os reflexos da pandemia

da Covid-19 na vida das gestantes, consideramos que apesar de sua amostra conter

apenas seis participantes, foi possível identificar impactos significativos na vida

dessas mulheres com potencial de danos à saúde materna-fetal. Todavia, deve ser

considerado que esta pesquisa apresenta apenas alguns aspectos relativos, pois

sabemos que o nível da gravidade ocasionada pelo Sars Cov 2 ainda é

desconhecida, pois ainda são poucos os estudos que investigam essa temática.

Apesar da escassez de estudos que dificultaram a discussão dos dados

encontrados, consideramos que os objetivos propostos neste trabalho foram

alcançados, juntamente com o questionamento que norteou esta pesquisa, ainda

assim verifica-se a necessidade de dados de outras pesquisas que consolidasse os

achados desta.

Um dos objetivos deste estudo foi identificar o perfil sociodemográfico das

gestantes, ao realizar a análise sobre os discursos das entrevistadas, foi possível

constatar que não existem fatores de risco que correlacionem a perfil

sociodemográfico com a gestação.

No tocante ao conhecimento acerca das práticas de prevenção, notou-se que

as mulheres desta pesquisa possuem conhecimento razoável, todavia, nos traz a

reflexão sobre a necessidade de ampliação das orientações durante as consultas de

pré-natal, que muitas vezes focam no estado doença e negligência informações

simples mais que podem evitar danos à saúde da mulher.

Um dos principais meios para evitar um colapso na saúde mundial é

intermédio das vacinas, com relação a vacinação contra a Covid-19 em gestantes

consideramos que o fato da circulação de fake news influenciam de forma negativa

na adesão dessas mulheres e que mais uma vez fica a responsabilidade dos

Page 41: ENFERMAGEM - DOMINICK ROCHA DE AGUIAR.pdf

40

profissionais de saúde, buscar desmistificar e sanar as dúvidas durante as consultas

de pré-natal, além disso, que o próprio Ministério da Saúde certificar-se que esses

profissionais recebam as atualizações constantemente.

No que concerne aos impactos e reflexos na vida dessas mulheres, foi

evidenciado reflexos negativos de caráter econômico, pois ao saírem do trabalho

houve uma redução na renda familiar de duas entrevistadas, todavia, sabemos que

em 2021 foi sancionada a Lei nº 14.151, que garante o afastamento das gestantes

sem gerar prejuízo em sua remuneração, logo, evidenciamos que essas mulheres

não foram informadas sobre seus direitos legais.

Todavia, notou-se um alto risco do desenvolvimento de transtornos psíquicos

durante a gestação durante a pandemia. Diante da realidade vivenciada, através

desta pesquisa foi possível notar algumas das fragilidades das gestantes neste

cenário pandêmico e traz para as Unidade Básicas de Saúde, uma perspectiva que

enfoque em medidas preventivas para a saúde psíquica das gestantes durante as

consultas de pré-natal.

Além disso, através desta pesquisa os profissionais podem ser motivados a

estabelecer novas estratégias para as consultas, como o teleatendimento, assim

como, ações educativas, sanando dúvidas para além da maternidade e gestação,

contribuindo para o conhecimento da mulher acerca do novo coronavírus. Esta

atitude traz para a gestante autonomia, autoconhecimento e empoderamento.

Todavia, considera-se ainda muitos desafios dentro desta temática, uma vez

que existe a necessidade de investimento por parte dos Órgãos Públicos de Saúde

em pesquisas, atualização e capacitação para os profissionais, gerando

sensibilidade para com as gestantes que necessitam serem assistidas conforme

suas peculiaridades e necessidades, uma vez que as mesmas se encontram dentro

do grupo de risco da Covid-19.

Por conseguinte, levando em consideração que a saúde de gestantes durante

a pandemia ocasionada pelo Sars Cov 2 é um problema de saúde pública, este

estudo apresentou grandes dificuldade durante sua construção devido a carência de

pesquisas que contribuíssem para seus dados, além das mudanças frequentes de

protocolo por se tratar de um assunto atual, todavia, apesar das dificuldades

encontradas, considera-se de grande relevância seus achados para subsidiar futuras

discussões e elaborações de melhorias para a saúde e bem estar das gestantes.

Page 42: ENFERMAGEM - DOMINICK ROCHA DE AGUIAR.pdf

41

REFERÊNCIAS

Almeida, Milene de Oliveira, Portugal, Thainá Magalhães e Assis, Thais Josy Castro Freire dePregnant women and COVID-19: isolation as a physical and psychic impact factor. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil [online]. 2020, v. 20, n. 2, pp. 599-602. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1806-93042020000200015. Acesso em: 30 de jan 2021.

Batista, Sandro Rodrigues et al. Comportamentos de protecão contra COVID-19 entre adultos e idosos brasileiros que vivem com multimorbidade: iniciativa ELSI-COVID-19. Cadernos de Saúde Pública [online]. 2020, v. 36, n. Suppl 3 [Acessado 29 Novembro 2021] , e00196120. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/0102-311X00196120>.

Page 43: ENFERMAGEM - DOMINICK ROCHA DE AGUIAR.pdf

42

Bentlin, M. R., de Almeida, M. F. B., Marba, S. T. M., Guinsburg, R., Rebello, C. M., de Siqueira Caldas, J. P., ... & do Nascimento, S. D. CORONAVÍRUS E RECÉM-NASCIDO: O QUE SE SABE ATÉ O MOMENTO? Versão 3. Disponível em: https://www.spsp.org.br/PDF/SPSP-DC%20Neonatologia-Covid-vers%C3%A3o3-25.09.2020.pdf. Acesso em: 03 de mar 2021.

BEZERRA, Anselmo et al. Fatores associados ao comportamento da população durante o isolamento social na pandemia de COVID-19. Disponível em: <http://www.cienciaesaudecoletiva.com.br/artigos/fatores-associados-ao-comportamento-dapopulacao-durante-o-isolamento-social-na-pandemia-de-covid19/17551?id=17551>. Acesso em: 17 abr. 2020.

Borges, Gabriel Mendes e Crespo, Claudio DutraAspectos demográficos e socioeconômicos dos adultos brasileiros e a COVID-19: uma análise dos grupos de risco a partir da Pesquisa Nacional de Saúde, 2013. Cadernos de Saúde Pública [online]. 2020, v. 36, n. 10 [Acessado 10 Dezembro 2021] , e00141020. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/0102-311X00141020>. Epub 26 Out 2020.

BORGES, Gabriel Mendes; CRESPO, Claudio Dutra. Aspectos demográficos e socioeconômicos dos adultos brasileiros e a COVID-19: uma análise dos grupos de risco a partir da Pesquisa Nacional de Saúde, 2013. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro , v. 36, n. 10, e00141020, 2020 . Disponivel em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2020001005011&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 27 de jan 2021.

BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Portaria nº 10, de 3 de março de 2021. Acesso em: 02 de dezembro de 2021b.

BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à COVID-19 Gabinete. Nota técnica nº 2/2021-SECOVID/GAB/SECOVID/MS. Acesso em: 02 de dezembro de 2021a.

BRASIL. Centro de Operações de Emergências em Saúde Publica. Secretaria de Estado da Saúde. Plano de Contingência do Estado de São Paulo para Infecção Humana pelo novo Coronavírus – 2019 – nCoV, Brasilia/DF, 2020b.

BRASIL. Coordenadoria de Gestão Orçamentária e Financeira. Resolução SS – 28/20, São Paulo, 2020j.

BRASIL. Fiocruz. Fundação Oswaldo Cruz. Plano de Contingência da Fiocruz diante da pandemia da doença pelo SARS-Cov-2 (Covid-12). Versão 1.4, 2020e. Disponível em: https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/40335/15/plano_de_contigencia_covid19_fiocruzv1.4.pdf. Acesso em: 03 de nov 2020.

BRASIL. Fiocruz. Impactos sociais, econômicos, culturais e políticos da pandemia, Rio de Janeiro, 2020g. Disponível em < https://portal.fiocruz.br/impactos-

Page 44: ENFERMAGEM - DOMINICK ROCHA DE AGUIAR.pdf

43

sociais-economicos-culturais-e-politicos-da-pandemia > acesso em: 03 de abril de 2021.

BRASIL. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Resolução Nº466/2012. Brasilia, 2012.

BRASIL. Ministério da Saúde. Gestação de alto risco: manual técnico. In: Estratégias. 5 ed. Brasília, DF, 2012.

BRASIL. Ministério da Saúde. Guia do pré-natal do parceiro para profissionais de saúde. 1 ed. Brasilia, DF, 2016.

BRASIL. Ministério da Saúde. Nota Informativa Nº 13/2020. Manual de Recomendações para a Assistência À Gestante e Puérpera frente à Pandemia de Covid-19, Brasilia, 2020d.

BRASIL. Ministério da Saúde. O que é Covid-19, Brasília, 2020c. Disponível em <

https://coronavirus.saude.gov.br/sobre-a-doenca#o-que-e-covid > Acesso em 03 de

abril de 2021.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de

Atenção Básica. Atenção ao pré-natal de baixo risco / Ministério da Saúde.

Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. – 1. ed. Brasília:

Editora do Ministério da Saúde, 2013.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Especializada à Saúde.

Protocolo de Manejo Clínico da Covid-19 na Atenção Especializada, Brasília,

2020a.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde.

Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Nota Técnica Nº 1/2021 –

DAPES/SAPS/MS. Recomendações referentes à administração de vacinas Covid-19

em gestantes, puérperas e lactantes, incluindo os esclarecimentos que devem ser

fornecidos para tomada de decisão. 15 mar. 2021c.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Recomendações de proteção aos trabalhadores dos serviços de saúde no atendimento de COVID-19 e outras síndromes gripais, Brasília, 2020f.

BRASIL. Ministério da Saúde. Nota técnica para organização da rede de atenção à saúde com foco na atenção primária à saúde e na atenção ambulatorial especializada – saúde da mulher na gestação, parto e puerpério. / Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein. São Paulo: Hospital Israelita Albert Einstein: Ministério da Saúde, 2019. Disponivel em: https://atencaobasica.saude.rs.gov.br/upload/arquivos/202001/03091259-nt-gestante-planificasus.pdf. Acesso em 27 out 2021.

Page 45: ENFERMAGEM - DOMINICK ROCHA DE AGUIAR.pdf

44

BRASIL. Secretaria de Estado da Saúde. Departamento de ações em saúde. Seção da saúde da mulher. Nota Técnica 02/2020. ORIENTAÇÕES TÉCNICAS PARA AS MATERNIDADES EM PERÍODO DA COVID-19. Rio Grande do Sul, 2020l.

BRASIL. Secretaria de Estado da Saúde. Nota Técnica Nº 03. Manejo Do Ciclo Gravídico Puerperal E Lactação – COVID 19. São Paulo, 2020h.

BRASIL. Secretaria de Saúde. Nota Técnica Nº 7/2020, Goiás, 2020i.

BRIGAGÃO, Jacqueline et all. Boletim 2 Covid-19: Recomendações e estratégias

para o enfrentamento da covid-19 durante a gestação, o parto, o pós-parto e nos

cuidados com o recém-nascido. Disponivel em: http://www5.each.usp.br/wp-

content/uploads/2020/04/BOLETIM-3_versao-final.pdf. Acesso em 17 out 2020.

CAETANO, Rosângela et al. Desafios e oportunidades para telessaúde em

tempos da pandemia pela COVID-19: uma reflexão sobre os espaços e iniciativas

no contexto brasileiro. Cadernos de Saúde Pública [online]. 2020, v. 36, n. 5

[Acessado 4 Dezembro 2021] , e00088920. Disponível em:

<https://doi.org/10.1590/0102-311X00088920>.

CASTRO, Rosana. Vacinas contra a Covid-19: o fim da pandemia?. Physis: Revista de Saúde Coletiva [online]. v. 31, n. 01, 2020. [Acessado 10 Dezembro 2021] , e310100. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0103-73312021310100>.

CAVALCANTE, Ricardo Bezerra; CALIXTO, Pedro; PINHEIRO, Marta Macedo Kerr. Análise de conteúdo: considerações gerais, relações com a pergunta de pesquisa, possibilidades e limitações do método. Informação & Sociedade: Estudos, v. 24, n. 1, p. 13-18, 2014. Disponivel em: https://www.researchgate.net/profile/Ricaro-Cavalcante/publication/286677588_General_considerations_relations_with_the_research_question_possibilities_and_limitations_of_the_method/links/5c193798a6fdccfc70572c73/General-considerations-relations-with-the-research-question-possibilities-and-limitations-of-the-method.pdf. Acesso em: 13 mar 2021.

DANTAS, Marianny Nayara Paiva et al. Fatores associados ao acesso precário aos serviços de saúde no Brasil. Revista Brasileira de Epidemiologia [online]. 2021, v. 24 [Acessado 3 Novembro 2021] , e210004. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/1980-549720210004>. Acesso em 18 de novembro de 2021.

DE GODOY, Maria Beatriz et al. Situação trabalhista da mulher no ciclo grávido-puerperal. Investir. educ. enferm , Medellín, v. 29, n. 1, pág. 47-53, março de 2011. Disponível em: <http://www.scielo.org.co/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S012053072011000100006&lng=en&nrm=iso>. acesso em 19 de novembro de 2021.

DEL RIO C, Malani PN. 2019 Novo Coronavírus - Informações Importantes para Médicos. JAMA. 2020; 323 (11): 1039–1040. doi: 10.1001 / jama.2020. Disponivel

Page 46: ENFERMAGEM - DOMINICK ROCHA DE AGUIAR.pdf

45

em: https://jamanetwork.com/journals/jama/fullarticle/2760782. Acesso em: 29 de novembro de 21.

ESTRELA, F. M., Silva, K. K. A., Cruz, M. A., & Gomes, N. P. (2020). Gestantes no contexto da pandemia da COVID-19: reflexões e desafios. Physis: Revista de Saúde Coletiva, 30(2), e300216.

FARIAS, L. M. S., Oliveira, A. L. A. V., Albuquerque, C. E. A., Silva, I. E. O., Vieira,

M. M. F., & Santos, N. R. (2020). Gestação e cuidados: atenção à saúde psíquica da

mulher em tempos de COVID-19.Saúde em Foco: Doenças Emergentes e

Reemergentes, 1(1), 194-203.

FEBRASGO. Federação Brasileira de Associações de Ginecologia e Obstetrícia.

Protocolo de atendimento no parto, puerpério e abortamento durante a pandemia da

Covid-19.2020: Disponível em: https://www.febrasgo.org.br/pt/covid19/item/1028-

protocolo-de-atendimento-no-parto-puerperio-e-abortamento-durante-a-pandemia-

da-covid-19.

GALLASCH, Cristiane Helena et al. Prevenção relacionada à exposição ocupacional

do profissional de saúde no cenário de COVID-19. Revista Enfermagem UERJ,

[S.l.], v. 28, p. e49596, abr. 2020. ISSN 0104-3552. Disponível em: https://www.e-

publicacoes.uerj.br/index.php/enfermagemuerj/article/view/49596. Acesso em: 19

mar 2021.

GOIAS. Protocolo de Enfermagem na Atenção Primária à Saúde no Estado de Goiás

/ organizadores Claci Fátima Weirich Rosso et al. Goiânia: Conselho Regional de

Enfermagem de Goiás. 2014.

GOMES, L. A. S., Paiva, I. M., Bemfica, M. P. V., Morais, F. M. L., Oliveira, M. C. L., Machado, M. M., Faria, S. V., Botelho, W. C. M., & Souza Filho, G. R. (2021). Depressão gestacional e o impacto da pandemia pela COVID-19: relato de caso. Revista eletrônica Acervo Saúde, 13(3), 1-6.

GRADVOHL, S. M. O.; OSIS, M. J. D.; MAKUCH, M.Y. Maternidade e formas de maternagem desde a idade média à atualidade. Pensando fam., v. 18, n.1, p. 55-62, 2014. Disponivel em:http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-494X2014000100006&ln g=pt&nrm=iso>. Acesso em: 18 de novembro de 2021.

GUERINI IS, Righi MG, Damo RT, Sabino RM. Diagnóstico de Covid-19 em Gestante de 31 Semanas e Trasmissão de Anticorpos para Neonato. Rev. Méd. Paraná, Curitiba, 2021;79(1):63-65. Disponivel em: https://www.amp.org.br/site/arquivos/revistasarquivos/revista-medica-do-parana-volume-79-n-1-janeiro-junho-2021_1625669497.pdf. Acesso em 11 mar 2021.

IBGE. Instituto Brasileiro De Geografia E Estatística- IBGE. 2020. Disponível In:. https://www.ibge.gov.br/cidades-e-estados/ba/sapeacu.html. Acesso em: 13 mai. de 2021.

Page 47: ENFERMAGEM - DOMINICK ROCHA DE AGUIAR.pdf

46

KOC, Mevlut et al. A Gravidade da Doença Afeta os Parâmetros de Repolarização Ventricular em Pacientes com COVID-19. Arq. Bras. Cardiol., São Paulo , v. 115, n. 5, p. 907-913, Nov. 2020. Disponível em:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0066782X2020001300907&lng=en&nrm=iso. Acesso em 19 mai 2021.

LEAL, Maria do Carmo et al. A cor da dor: iniquidades raciais na atenção pré-natal e ao parto no Brasil. Cadernos de Saúde Pública [online]. 2017, v. 33, n.1, e00078816. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/0102-311X00078816>. Acesso em 31 out 2021.

LIMA, ROSSANO CABRALDistanciamento e isolamento sociais pela Covid-19 no Brasil: impactos na saúde mental. Physis: Revista de Saúde Coletiva [online]. v. 30, n. 02 e300214. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0103-73312020300214>. Acesso em: 05 nov 2020.

MARTINS, Heloisa Helena T. de Souza. Metodologia qualitativa de pesquisa. Educ. Pesqui. , São Paulo, v. 30, n. 2, pág. 289-300, agosto de 2004. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-97022004000200007&lng=en&nrm=iso>. acesso em 07 de maio de 2021. https://doi.org/10.1590/S1517-97022004000200007.

MASCARENHAS, Victor Hugo Alves et al. Care recommendations for parturient and postpartum women and newborns during the COVID-19 pandemic: a scoping review* * This article refers to the call “COVID-19 in the Global Health Context”. . Revista Latino-Americana de Enfermagem [online]. 2020, v. 28, e3359. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1518-8345.4596.3359. Acesso em: 19 fev 2021.

MINAYO, M.C.S. O Desafio do Conhecimento: Pesquisa Qualitativa em Saúde. 10. ed. São Paulo: HUCITEC, 2007. 406 p. Disponivel em: https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/crt-1255. Acesso em: 07 de mai 2020.

NASCIMENTO, Luciana de Cassia Nunes et al . Saturação teórica em pesquisa qualitativa: relato de experiência na entrevista com escolares. Rev. Bras. Enferm., Brasília, v. 71, n. 1, p. 228-233, Feb. 2018. Disponivel em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S003471672018000100228&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 07 mai 2021.

OLIVEIRA, Yanik Carla Araújo de et al. Conhecimento e fonte de informações de pessoas surdas sobre saúde e doença. Interface - Comunicação, Saúde, Educação [online]. 2015, v. 19, n. 54 [Acessado 29 Novembro 2021] , pp. 549-560. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/1807-57622014.0265>.

OPAS. Organização Pan-Americana da Saúde. Atualização epidemiológica:

COVID-19 durante a gestação, 13 de agosto de 2020. Disponivel em:

https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/phr2-52779 > Acesso em 30 mar

2021.

Page 48: ENFERMAGEM - DOMINICK ROCHA DE AGUIAR.pdf

47

OMS. Organização Mundial de Saúde (OMS). Principais mensagens e ações para

prevenção e controle do COVID-19. 2020. Acesso em: 29 de novembro de 2021.

Disponivel em: https://bit.ly/3mwCIAM.

PIMENTEL, Renata Macedo Martins et al . A disseminação da covid-19: um papel expectante e preventivo na saúde global. J. Hum. Growth Dev., São Paulo , v. 30, n. 1, p. 135-140, abr. 2020 . Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-12822020000100017&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 03 dez. 2021.

SANTOS, G. H. N. MARTINS, M. G., SOUSA, M. S., & BATALHA, S. J. C. Impacto da idade materna sobre os resultados perinatais e via de parto. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia [online]. 2009, v. 31, n. 7, pp. 326-334. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0100-72032009000700002>. Acessado em 1 Nov 2021.

SHATILLA MISQUITA, M. .; GOMES DA SILVA, P. .; DE ABREU BRAZ, G. .; DE ALMEIDA GOMES SOUSA, A. B. .; FONTELE CATUNDA MELO, D. .; NELLIE DE PAULA MELO, F. . Atendimento de gestantes na atenção primária a saúde pela enfermagem durante a pandemia do SARS-COV-2 . Nursing (São Paulo), [S. l.], v. 23, n. 269, p. 4723-4730, 2020. DOI: 10.36489/nursing.2020v23i269p4723-4730. Disponível em: http://www.revistas.mpmcomunicacao.com.br/index.php/revistanursing/article/view/971. Acesso em: 19 maio. 2021.

SILVA, B. P., & Neves, P. A. R. (2020). Saúde Mental Materna em tempos de pandemia do COVID-19. South American jornal of basic education, technical and technological, 7(2).

SILVA, G. F. P., Santos, S. V., Nascimento, J. W. A., Santana, F. S., Medeiros, J. S., & Jesus, S. B. (2020). Risco de depressão e ansiedade em gestantes na atenção primária. Nursing, 23(271).

SILVA. F.C. et al. Isolamento social e a velocidade de casos de covid-19: medida de prevenção da transmissão. Rev. Gaúcha Enferm. 42 (spe). 2021. Disponível em <https://www.scielo.br/j/rgenf/a/7HqgzsgVYgHHgrP9fPqdyhm/?lang=pt&format=html>. Acesso em 05 mar. 2021.

SOUZA, Kleyde Ventura de et al. Direitos humanos das mulheres no parto frente à pandemia de covid-19: o que fazer da enfermagem obstétrica. Cogitare Enfermagem, [S.l.], v. 25, may 2020. ISSN 2176-9133. Disponível em: https://revistas.ufpr.br/cogitare/article/view/73148>. Acesso em: 07 apr. 2021.

THEME Filha MM, AYERS S, DA GAMA SG, LEAL MC. Factors associated with postpartum depressive symptomatology in Brazil: The Birth in Brazil National Research Study, 2011/2012. J Affect Disord 2016; 194:159-67. Disponivel em: https://doi.org/10.1016/j.jad.2016.01.020.

Page 49: ENFERMAGEM - DOMINICK ROCHA DE AGUIAR.pdf

48

TONETTO, Leandro Miletto; BRUST-RENCK, Priscila Goergen; STEIN, Lilian Milnitsky. Perspectivas metodológicas na pesquisa sobre o comportamento do consumo. Psicol. cienc. prof. , Brasília, v. 34, n. 1, pág. 180-195, março de 2014. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98932014000100013&lng=en&nrm=iso>.acesso em 07 de maio de 2021

WIERSINGA WJ, Rhodes A, Cheng AC, Peacock SJ, Prescott HC. Fisiopatologia, Transmissão, Diagnóstico e Tratamento da Doença do Coronavírus 2019 (COVID-19) : Uma Revisão. JAMA. 2020; 324 (8): 782–793. doi: 10.1001 / jama.2020.12839 Disponível em: https://jamanetwork.com/journals/jama/article-abstract/2768391. Acesso em: 15 set 2020.

APÊNDICES

APÊNDICE (A): TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Título do Estudo: INFECÇÃO PELO SARS COV 2 NO PERÍODO GRAVÍDICO-PUERPERAL SOB A ÓTICA DE GESTANTES

Pesquisador Responsável: Rafaela Fonseca Lopes.

A (o) Senhora (o) está sendo convidada a participar de uma pesquisa. Por favor, leia este

Page 50: ENFERMAGEM - DOMINICK ROCHA DE AGUIAR.pdf

49

documento com bastante atenção antes de assiná-lo. Caso haja alguma palavra ou frase que a senhora não consiga entender, converse com o pesquisador responsável pelo estudo ou com um membro da equipe desta pesquisa para esclarecê-los. A proposta deste Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) é explicar tudo sobre o estudo e solicitar a sua permissão para participar do mesmo. Este documento será emitido e assinado em duas vias: uma para o pesquisador, e outra para a senhora (o). Observação: Caso o participante não tenha condições de ler e/ou compreender este TCLE, o mesmo poderá ser assinado e datado por seu responsável.

Objetivo do Estudo Os objetivos do estudo são: Objetivo geral: analisar a percepção de gestantes acerca da infecção pelo Sars CoV 2 no período gravídico-puerperal. Objetivos específicos: conhecer o perfil sociodemográfico das gestantes, investigar o conhecimento prévio de gestantes em relação ao Sars CoV 2 e elencar as medidas preventivas a infecção pelo Sars CoV 2 adotadas pelas gestantes.

Duração do Estudo

A duração total do estudo é de aproximadamente quatro meses.

A sua participação no estudo será de aproximadamente 20 a 30 minutos, tempo suficiente

para a realização da entrevista de forma remota.

Descrição do Estudo

Este estudo será realizado em um município do Recôncavo da Bahia, de forma remota (à distância).

A Senhora foi escolhida a participar do estudo por ser gestante e estar no terceiro trimestre gestacional.

A Senhora não poderá participar do estudo caso não tenha idade maior de 18 anos e se estiver com condições psíquico-cognitivas alteradas, antes ou durante a gestação.

Procedimento do Estudo

Após entender e concordar em participar da pesquisa, será realizada uma entrevista por

meio de chamada telefônica, utilizando ambientes virtuais para a interação em áudio e

vídeo, com espaço privativo para que a entrevistadora e entrevistada sintam-se protegidas

e confortáveis, com finalidade de analisar a percepção de gestantes acerca da infecção

pelo Sars CoV 2 no período gravídico-puerperal. Suas respostas possibilitarão que este

estudo alcance seus resultados, que serão arrematados no mês de novembro do ano de

2021, e a senhora poderá ter acesso a este entrando em contato com o responsável pela

pesquisa através dos meios disponibilizados. Para garantir a fidedignidade das informações

que serão colhidas, iremos gravar toda a entrevista, através de aplicativo para gravação de

voz presente nos smartphones.

Page 51: ENFERMAGEM - DOMINICK ROCHA DE AGUIAR.pdf

50

Riscos Potenciais, Efeitos Colaterais e Desconforto

Considerando que "toda pesquisa com seres humanos envolve riscos em tipos e gradações

variados", apresenta-se como risco de participação na pesquisa, à probabilidade de

suceder algum constrangimento, visto que serão abordadas questões de sua história e

experiência pessoal. Para minimizar tal risco, lhe convido a falar apenas aquilo em que se

sente confortável.

Benefícios para o participante

Os possíveis benefícios para a sociedade, será conhecer as perspectivas a respeito da infecção pelo Sars CoV 2 no período gravídico-puerperal pela ótica da gestante.

Compensação

Você não receberá nenhuma compensação para participar desta pesquisa e também não

terá nenhuma despesa adicional. Caso tenha alguma despesa, embora não esteja previsto,

em decorrência da participação, a(o) senhora(o) será ressarcida(o).

Participação Voluntária/Desistência do Estudo

Sua participação neste estudo é totalmente voluntária, ou seja, somente participa se quiser.

Após assinar a declaração de consentimento, a(o) senhora(o) terá total liberdade de retirá-

lo a qualquer momento e deixar de participar do estudo, se assim o desejar, sem quaisquer

prejuízos.

Novas Informações

Quaisquer novas informações que possam afetar a sua segurança ou influenciar na sua

decisão de continuar a participação no estudo serão fornecidas para a(o) senhora(o) por

escrito. Se decidir continuar neste estudo, a(o) senhora(o) terá que assinar o novo

(revisado) Termo de Consentimento Livre Esclarecido juntamente com os pesquisadores

para documentar seu conhecimento sobre as novas informações.

Em Caso de Danos Relacionados à Pesquisa

Em caso de danos materiais ou imateriais decorrentes da participação na pesquisa

previstos ou não, a (o) senhora(o) terá direito a assistência conforme o caso, sempre e

enquanto necessário, bem como às indenizações legalmente estabelecidas.

Utilização de Registros Médicos e Confidencialidade

Todas as informações colhidas e os dados serão analisados em caráter estritamente científico, mantendo-se a confidencialidade (segredo) da(o) senhora(o) a todo o momento, ou seja, os dados que possam te identificar não serão divulgados, a menos que seja exigido por lei.

Os registros médicos que trazem a sua identificação e esse termo de consentimento devidamente assinado poderão ser inspecionados por agências reguladoras e pelo CEP.

Os resultados desta pesquisa poderão ser apresentados em reuniões ou publicações,

Page 52: ENFERMAGEM - DOMINICK ROCHA DE AGUIAR.pdf

51

contudo, sua identidade não será revelada.

Quem Devo Entrar em Contato em Caso de Dúvida

Em qualquer etapa do estudo a (o) senhora (o) terá acesso aos profissionais responsáveis

pela pesquisa para esclarecimento de eventuais dúvidas. Os responsáveis pelo estudo

nesta instituição são Rafaela Fonseca Lopes e Dominick Rocha de Aguiar que poderão ser

encontrados no junto ao Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos, pelo telefone

(75-98898-3458) localizada na Rodovia BR, 101, Km 215- Zona Rural, Sungaia.

Governador Mangabeira. O estudo foi avaliado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da

Faculdade Maria Milza. Caso queira obter informações, ou registrar qualquer reclamação, o

endereço e telefone do CEP/FAMAM são: Rodovia BR-101, Km215, FAMAM, Pavilhão I,

1º andar. Governador Mangabeira-BA, telefone: (75) 98810-6488, horário de

funcionamento: segunda à sexta-feira 8-12h e 13-17h.

Page 53: ENFERMAGEM - DOMINICK ROCHA DE AGUIAR.pdf

52

DECLARAÇÃO DE CONSENTIMENTO

Concordo em participar do estudo intitulado INFECÇÃO PELO SARS COV 2 NO PERÍODO GRAVÍDICO-PUERPERAL SOB A ÓTICA DE GESTANTES, sob a coordenação de Rafaela Fonseca Lopes.

Li e entendi o documento de consentimento e o objetivo do estudo, bem como seus

possíveis benefícios e riscos. Tive oportunidade de perguntar sobre o estudo e todas as

minhas dúvidas foram esclarecidas. Entendo que estou livre para decidir não participar da

pesquisa. Entendo que ao assinar esse documento, não estou abdicando de nenhum de

meus direitos legais.

Eu autorizo gravação/filmagem da entrevista:

( ) Sim ( ) Não

Nome do Participante da Pesquisa (em Letra de Forma)

Data

Assinatura ou registro de digital do Participante da

Pesquisa

Nome do Representante Legal do Participante da

Pesquisa em Letra de Forma (quando aplicável)

Data

Assinatura do Representante Legal do Participante da

Pesquisa (quando aplicável)

Page 54: ENFERMAGEM - DOMINICK ROCHA DE AGUIAR.pdf

53

Dominick Rocha de Aguiar

Pesquisador que obteve o Consentimento

Data

Rafaela Fonseca Lopes

Pesquisador Responsável

Data

Page 55: ENFERMAGEM - DOMINICK ROCHA DE AGUIAR.pdf

54

APÊNDICE B- INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS

INFECÇÃO PELO SARS COV 2 NO PERÍODO GRAVÍDICO-PUERPERAL SOB A ÓTICA DE GESTANTES

Caracterização do perfil sociodemográfico dos participantes da equipe

Data:____________________________ Código:____________________

1- Idade: _________________________

2- Raça/Cor: Preto ( ) Pardo ( ) Branco ( ) Amarelo ( ) Indígena ( )

3- Escolaridade: Ensino Fundamental( ) Ensino Médio Incompleto( ) Ensino Médio

Completo( ) Ensino Superior Incompleto( ) Ensino Superior Completo( )

4- Profissão:_________________________________________________________

5- Estado civil: Solteira ( ) Casada ( ) União Estável

Perguntas Norteadoras do Estudo

6- Qual sua idade gestacional?

7- Quantas consultas de pré-natal foram feitas até a sua idade gestacional atual?

8- Deixou de comparecer as consultas de pré-natal por medo da infecção pelo Sars

Cov 2?

9- Quantas pessoas vivem em sua casa?

10- Atualmente você está trabalhando? Se sim, o trabalho é fora de casa?

11- Perdeu emprego durante o período de pandemia?

12- Você sabe quem é o vírus Sars Cov 2?

13- Você sabe o meio de contaminação do vírus Sars Cov 2?

14- Você conhece os principais sintomas da doença corona? Quais?

15- Você fez/faz alguma pratica de higiene de prevenção contra o Sars Cov 2?

Quais?

Page 56: ENFERMAGEM - DOMINICK ROCHA DE AGUIAR.pdf

55

16- Você pratica ou praticou o isolamento social durante a pandemia? Se não, por

que não pratica ou praticou o isolamento? Se sim, qual o impacto do isolamento

em sua rotina?

17- Suas vacinas encontram-se em dia?

18- Você foi vacinada contra o Sars Cov 2? Se sim, quantas doses?

19- Você foi infectada pelo vírus durante a gestação? Se sim, como foi sua

experiencia durante a fase da doença?

20- Poderia descrever seus sentimentos em relação ao risco de contaminação pelo

Sars Cov 2?

Page 57: ENFERMAGEM - DOMINICK ROCHA DE AGUIAR.pdf

56

ANEXOS

ANEXO A – OFÍCIO PARA SOLICITAÇÃO DE AUTORIZAÇÃO DA PESQUISA NA

INSTITUIÇÃO COPARTICIPANTE

Page 58: ENFERMAGEM - DOMINICK ROCHA DE AGUIAR.pdf

57

ANEXO B – DECLARAÇÃO DE ANUÊNCIA

Page 59: ENFERMAGEM - DOMINICK ROCHA DE AGUIAR.pdf

58

ANEXO C – PARECER DE APROVAÇÃO CONSUBSTANCIADA DO CEP

Page 60: ENFERMAGEM - DOMINICK ROCHA DE AGUIAR.pdf

59

Page 61: ENFERMAGEM - DOMINICK ROCHA DE AGUIAR.pdf

60

Page 62: ENFERMAGEM - DOMINICK ROCHA DE AGUIAR.pdf

61

Page 63: ENFERMAGEM - DOMINICK ROCHA DE AGUIAR.pdf

62

ANEXO D – FOLHA DE ROSTO PARA PESQUISA ENVOLVENDO SERES

HUMANOS