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SegurançaNúmerosE

M

Evolução dos principais indicadores de criminalidade

e atividade policial no estado do Rio de Janeiro de

2003 a 2020

2020

ElaboraçãoLouise Rolim

Cláudio CastroGovernador em exercício

José Luís Zamith Secretário de Estado de Planejamento e Gestão

Marcela OrtizDiretora-Presidente do Instituto de Segurança Pública

ElaboraçãoLouise Rolim

Revisão TécnicaVanessa Campagnac

Projeto Gráfico e DiagramaçãoBruno Simonin

EquipeAloísio Alves SantanaAloísio Geraldo Sabino LopesAndré Luis Ribeiro de SouzaBruno Massaro PeixotoCaio Marcelo M. de AlmeidaCarlos Augusto Caneli MacielCristiana Duda de MenezesDiego Soares Gimenes da SilvaEdson Claudio Montenegro HabibElisângela OliveiraEmmanuel CaldasErick LaraFernanda MessinaGustavo MatheusJanaína Paiva

Jonas Pacheco Jorge Luiz Monteiro dos SantosJosé Augusto da Conceição PereiraJosé Renato Biral BelarminoKarina de Miranda KellyLeonardo D’ Andrea ValeLivia Benevides FloretLuciana Moura Martins CostaLuciano de Lima GonçalvesLuiz Henrique LavinasMarcelo HaddadMarcio DuarteMarcio Santos PintoNadine Melloni NeumannNathalia da Costa Santos

Assessoria de ComunicaçãoKarina NascimentoSuzane Lima

ColaboraçãoBárbara Caballero de Andrade

Segurança Pública em Números 2020

© 2021 by Instituto de Segurança PúblicaDireitos de publicação reservados ao Instituto de Segurança Pública.

Priscila Marques CarvalhoRicardo do Bonfim PantojaRosângela FelicianoRosângela SodréRudá Brandão Azambuja NetoThiago FalheirosValéria Estevam da GraçaVanessa Cristine CunhaVanessa de Amorim CortesVanessa FerreiraVictor Chagas MatosWagner José DuarteWilmar Peixoto

Sumário

1Apresentação

Pág. 04

2Crimes contra a vida

Pág. 06

3Crimes e o impacto da

pandemia da Covid-19

Pág. 09

4Crimes contra o

patrimônio

Pág. 13

5Atividade policial

Pág. 17

4

A pandemia causada pela Covid-19 afetou diretamente não somente o dia a dia de todos os brasileiros, mas de todo o mundo. Muitas vidas mudaram, muitas vidas se foram. Tivemos que nos reinventar diariamente, em todos os aspectos. Privamo-nos do toque, do abraço, do calor humano em um ato de cuidado e respeito com nós mesmos e com o próximo. O uso de máscaras, a limpeza constante das mãos e o distanciamento social tornaram-se os protagonistas de nossas rotinas.

Para se evitar a propagação do vírus, o governo do Rio de Janeiro decretou isolamento social, no dia 13 de março de 2020, em uma tentativa de reduzir a aglomeração de pessoas e, portanto, a contaminação em massa pela Covid-19. A restrição social e as diversas medidas preventivas implementadas pelos municípios no decorrer do ano refletiram tanto nas relações sociais e no comportamento individual das pessoas como nos registros de ocorrência realizados nas delegacias e nos indicadores de criminalidade do estado.

Diante do exposto, o presente documento traz uma análise dos principais indicadores de criminalidade e de atividade policial do estado do Rio de Janeiro, desde 2003 até 2020. Além das séries históricas anuais, também são apresentadas as séries mensais. É importante ressaltar que a comparação do ano de 2020 com os anos anteriores, assim como sua interpretação, foram prejudicadas pelo impacto causado pelas medidas de distanciamento social, que contribuíram para a redução de certos crimes, como aqueles contra o patrimônio, e para a mudança de padrões nas dinâmicas de outros crimes, como estelionato em ambiente virtual. Além disso, não podemos desconsiderar a queda do número de ocorrências referentes à violência contra a mulher, tendo em vista que tais quedas não representam uma redução da violência perpetrada e sofrida em si, mas, sim, podem ser reflexos da subnotificação amplificada pelo período de isolamento social.

Os indicadores aqui estudados estão divididos em três grandes grupos: crimes contra a vida, cri-mes contra o patrimônio e atividade policial. Ainda, esta edição conta com uma seção referente aos cri-mes mais impactados pela pandemia da Covid-19, como os crimes de trânsito e de estelionato, além de crimes contra a mulher.

Os dados aqui disponibilizados são provenien-tes dos registros de ocorrência da Secretaria de Estado de Polícia Civil do Rio de Janeiro, forneci-dos pelo Departamento Geral de Tecnologia da Informação e Telecomunicações da Polícia Civil (DGTIT/SEPOL). Nas informações sobre armas apreendidas, assim como nas de vitimização po-licial, há dados provenientes também da Secreta-ria de Estado de Polícia Militar do Rio de Janeiro (SEPM).

Evolução dos principais indicadores de criminalidade e atividade policial no estado do Rio de Janeiro de 2003 a 2020

Apresentação

5

Principais resultados:

• O indicador Letalidade Violenta –correspondente à soma das vítimas de homicídio doloso, morte por intervenção de agente do Estado, roubo seguido de morte (latrocínio) e lesão corporal seguida de morte – apresentou queda de 17,9% em relação a2019.

• O ano de 2020 apresentou os menoresvalores de homicídio doloso (3.544) e de latrocínio(87)desdeoiníciodasériehistóricaem 1991.

• As mortes por intervenção de agente doEstado atingiram o menor patamar dos últimos três anos da série histórica, com redução de 31,4%emrelaçãoa2019.

• 2020 foi o ano em que menos policiaismorreram, desde o início da série histórica em 1998.

• Os indicadores Roubo de Rua e Roubo deVeículo sofreram constantes reduções em decorrência do início do período de isolamento social da pandemia da Covid-19.

• Os principais crimes contra o patrimônio(Roubo de Rua, Roubo de Veículo e Roubo de Carga) atingiram o menor patamar dos últimos sete anos.

• O indicador Roubo de Carga apresentouqueda de 33,1% em comparação ao anoanterior.

• A atividade policial também apresentouqueda em relação aos anos anteriores.

• O número de armas de fogo (pistola,revólver, fuzil, metralhadora, etc.) apreendidas foi o menor de toda a série histórica, desde o ano 2003.

6

Crimes contra a vida

OindicadorLetalidadeViolenta–correspondenteàsomadasvítimasdehomicídiodoloso,morteporintervençãodeagentedoEstado,rouboseguidodemorte(latrocínio)elesãocorporalseguidademorte–totalizou4.907vítimasem2020eapresentouquedade17,9%emrelaçãoa2019.Oanode2020apresentouosmenoresvaloresdehomicídiodoloso(3.544)elatrocínio(87)desdeoiníciodasériehistóricaem1991.Jovens negros3 do sexo masculino representaram a maioria das vítimas de Letalidade Violenta em 2020. Houve78feminicídios(jáincluídosnototaldehomicídiosdolosos)em2020,contra85em2019.

3 - Conjunto de pessoas pretas e pardas, de acordo com a metodologia utilizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Letalidade Violenta

Perfil da vítima

526502 500 501

409

297320 326

303

426 414368

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Letalidadeviolenta:4.907vítimas

Homicídio doloso: 3.544 vítimas

Latrocínio:87vítimas

Série histórica mensal

5,1%

32,5%

21,9%

6,9%2,9%

30,7%

0a17anos 18 a 29 anos 30 a 45 anos 46 a 59 anos 60 anos ou mais

Sem informação

Fonte: Elaborado pelo ISP com base em informações da Secretaria de Estado de Polícia Civil.

526502 500 501

409

297320 326

303

426 414368


526502 500 501

409

297320 326

303

426 414368


5,0%

7,8%

87,2%

Sem informação

Feminino

Masculino

6,0%

4,0%

Masculino 90,0%

?

46,4%

20,2%Brancos

Pretos 22,4%

8

109

56

2

7

12

7

5

8 8


Pardos

Sem informação11,0%

20192020

526502 500 501

409

297320 326

303

429 416378


358

326

374

312

273259 257 261

239

277

325

283

7

Morte por intervenção de agente do Estado

Em 2020, foram observadas 56 mortes de policiais militares e nove de policiais civis. Foi o ano com menor número de mortes de policiais no total. As principais circunstâncias da morte se dividem em Letalidade Violenta (44 mortes), acidente (14) e suicídio (7). Foram 19 mortos em serviço e 46vítimas enquanto estavam em folga. Não foram contabilizadas aqui as mortes por causa natural, as mortes causadas pela Covid-19 ou as mortes ocorridas fora do estado do Rio de Janeiro.

Vitimização policial

Vítimas de morte por intervenção de agente do Estado – estado do Rio de Janeiro – 2003 a 2020


Número de policiais mortos e feridos

56 policiais militaresmortos

8 policiais civis feridos

547 policiais militares feridos

9 policiais civis mortos

1.195

983

1.098 1.063

1.330

1.1371.048

855

523419 416

584645

925

1.127

1.534

1.814

1.245

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Nú

me

ro d

e v

ítim

as

No ano de 20203 , as mortes por intervenção de agente do Estado atingiram o menor patamar dos últimostrêsanosdasériehistórica,com1.245vítimas,umareduçãode31,4%emrelaçãoa2019.

3 - Ressalta-se aqui a decisão instituída em junho de 2020, sobre a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 635, validada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que proibiu operações policiais no Rio de Janeiro durante a pandemia da Covid-19.

8

Circunstâncias das mortes

Homicídio Latrocínio Acidente Suicídio Indeterminado

2019 2020

31* 37**

*15 em serviço

**14 em serviço

2019 2020

10 7

2019 2020

19 14

2019 2020

6 7

2019 2020

1 0

Série histórica anual

Elaborado pelo ISP com base em informações da Secretaria de Estado de Polícia Civil e da Secretaria de Estado de Polícia Militar.

?

27 32 23 27 36 50 50 33 29 32 26 31 20 12 18 20 18 25 40 35 32 22 19

112 110133

110131

139 141130 133 119

100 9894

81 88 88 82 72

92 9679

45 46

1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Policiais mortos em folga

Policiais mortos em serviço

247 270 236 315 375500

397 359 338 325 286 280 247 201 212356 374 355 411 456

364 351248

276345 374

454 419365

369 130 368326

271 284267

224306

277 266 266291

302315 372

307

1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Policiais feridos em folga

Policiais feridos em serviço

9

Crimes e o impacto da pandemia da Covid-19

Violência contra a mulher

Com o início do período de isolamento social, a residência passou a ter um protagonismo excepcional na vida das pessoas. Enquanto para uns o ambiente residencial é o lugar de acolhimento e proteção, para muitos outros indivíduos esta não é a realidade, principalmente se tratando de mulheres em situação de violência doméstica e familiar. Sabe-se que, no ano de 2019, aproximadamente 60% das vítimas de violênciacontra a mulher sofreram crimes dentro de uma residência4. Esta realidade não é muito diferente do que foi observado nos anos anteriores da série histórica. Dessa forma, o período de isolamento social mostrou-se como um grande risco na vida de muitas mulheres, pois, além de passarem mais tempo em suas casas, também passaram mais tempo em um mesmo ambiente com seu agressor.

Nesta seção, são apresentadas algumas das estatísticas de crimes contra mulheres registrados durante o ano de 2020. Ao analisarmos os anos de 2020 e 2019, é possível notar que o número de registros sofreu impacto pela pandemia, totalizando menos vítimas no ano de 2020 para os delitos de feminicídio, tentativa de feminicídio, lesão corporal dolosa e estupro. Conforme já apresentado no pioneiro produto lançado pelo ISP no início da pandemia da Covid-19, o Monitor da Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher no Período de Isolamento Social5, é preciso ter muito cuidado ao analisar os dados apresentados, tendo em vista que os registros de ocorrência relacionados aos crimes dessa natureza sofreram impacto das medidas de distanciamento social, tanto pelo receio das vítimas se deslocarem até uma delegacia e ter uma exposição ao vírus como também pelo contato contínuo e o controle do autor sobre a vítima, podendo haver subnotificação, principalmente para os crimes de lesão corporal dolosa e estupro.

Em 2020, os crimes de feminicídio e de tentativa de feminicídio apresentaram menos vítimas do que em 2019, atingindo os valores de 78 e 270vítimas, respectivamente. Foram sete vítimas a

menos de feminicídios, enquanto para tentativas de feminicídio foram menos 64 vítimas, o que representouumareduçãode19,2%emrelaçãoaoano de 2019.

Vítimas de feminicídio – estado do Rio de Janeiro – 2019 e 2020


Vítimas de tentativa de feminicídio – estado do Rio de Janeiro – 2019 e 2020


4 - Dossiê Mulher 2020. Disponível em: <http://arquivos.pro-derj.rj.gov.br/isp_imagens/uploads/DossieMulher2020.pdf>. Último acesso em 2 de março de 2021.

5 - Disponível em: <http://www.ispvisualizacao.rj.gov.br/moni-tor>. Último acesso em 2 de março de 2021.

5

3

9 9

7

5 5

6

7

9

13

76 6

5

3

6

9

8

4

6

4

11

10

0

2

4

6

8

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12

14


Nú

mer

o d

e ví

tim

as

2019

2020

Início do período de isolamento social

38

25

42

14

20

24

21

34

22

2829

37

29

36

26

1518

2017

20

27

23

20

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45


Nú

mer

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e ví

tim

as

2019

2020


10

Em 2020, 4.086 mulheres foram vítimas de estupro, 601 (12,8%) a menos do que no ano de2019. A partir da série histórica mensal do delito, é possível observar uma grande redução no número de vítimas durante os meses de janeiro a junho de 2020. Os valores voltaram a aumentar no mês de junho e apresentaram estabilidade durante os meses de agosto a dezembro, quando o número de vítimas passou a atingir o mesmo patamar do ano de 2019. Apesar de o crime de estupro apresentar uma redução significativa de um ano para o outro, foi possível identificar que, em contrapartida, o percentual desses crimes que ocorreram no âmbito residencial aumentou de 2019 para 2020. Observamos que 75,6% dasvítimas que conseguiram realizar um registro de ocorrência relataram terem sido vitimadas dentro de uma residência, enquanto em 2019 esse percentualchegoua70,8%.

O mesmo também pode ser observado para o crime de lesão corporal dolosa. No ano de 2020, 63,9% das vítimas registraram terem sidovitimadas em residência, enquanto em 2019 esse percentualfoide60,8%.Taispercentuaisreforçama preocupação não somente com a subnotificação dos crimes, mas também com a vulnerabilidade em que se encontram essas mulheres e com as dificuldades por elas encontradas para denunciar a violência sofrida. Quando olhamos mensalmente os números de vítimas desse crime, é possível observar uma forte queda durante os meses de março a julho do ano de 2020. Assim como o crime de estupro, a lesão corporal dolosa começou a alcançar estabilidade durante os meses de agosto a dezembro, quando seus valores voltaram a se aproximar do patamar atingido antes do isolamento social. No total, foram registradas 41.366 mulheres vítimas de lesão corporal dolosa durante o ano de 2019, já em 2020 esse número reduziupara33.371vítimas, istoé,19,3%amenosdo que no ano anterior.

Vítimas de estupro – estado do Rio de Janeiro – 2019 e 2020


Vítimas de lesão corporal dolosa – estado do Rio de Janeiro – 2019 e 2020


398 392 398423

395

354336 387

413

453

373

365

341

375

302

214 222

319330

412 422

381

396

372

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500


Nú

mer

o d

e ví

tim

as

2019

2020


4.333

3.796

3.117 3.0243.135

3.5853.515

3.552

2.750

1.686

2.694

3.023 3.075 3.157

0

500

1.000

1.500

2.000

2.500

3.000

3.500

4.000

4.500

5.000


Nú

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2019

2020


11

Crimes de estelionato em ambiente virtual

Um delito que aparentou ter sofrido forte impacto no período de isolamento social foi o crime de estelionato, principalmente os cometidos pela internet, ou seja, em ambiente virtual. Em 2020, o número decasosdeestelionatocresceu17,7%emrelaçãoaoanode2019,apresentandoaumentoprincipalmenteapartir do mês de maio. Ocorreram 41.253 casos durante o ano de 2019 e 48.552 em 2020. Quando é analisado olocalemqueocrimeseconcretizou,foiobservadoumaumentode198,1%decasosemambientevirtualnoanode2020quandocomparadoaoanode2019–ouseja,onúmerodecrimesfoitrêsvezesmaior.Aopasso que o estelionato em ambiente virtual representou 9,2% do total de casos de estelionato do anode2019,em2020essepercentualchegoua23,2%.Paramelhorvisualizarmos,enquantonoanode2019foramregistrados3.786casos,em2020amodalidadevirtualdocrimedeestelionatoatingiu11.285casos,sendo os meses de maio, junho e julho os mais altos, com 1.143, 1.548 e 1.616 casos, respectivamente.

Casos de estelionato – estado do Rio de Janeiro – 2019 e 2020


Casos de estelionato em ambiente virtual – estado do Rio de Janeiro – 2019 e 2020


0

200

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1.400

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2019

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4.000

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7.000


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2020


12

Vítimas de homicídio culposo – estado do Rio de Janeiro – 2019 e 2020


Vítimas de lesão corporal culposa – estado do Rio de Janeiro – 2019 e 2020


De forma geral, pode-se ver que os acidentes de trânsito passaram a ter redução a partir do mês de março. Os homicídios culposos mantiveram-se estáveis, em um patamar mais baixo do que o esperado, até o mês de maio, voltando a aumentar a partir do mês de junho, chegando a valores superiores até mesmo ao ano de 2019, nos meses de julho e setembro, e iniciando assim uma tendência de aumento até o mês de dezembro. Foram registradas 1.882 vítimas fatais de acidentes de trânsito no ano de 2020, 4,9%amenosdoquenoanoanterior.

Já no que diz respeito às lesões corporais culposas de trânsito, foi constatada uma expressiva e constante redução no número de vítimas de trânsito não fatais até o mês de maio, quando voltaram a subir, porém ainda com um número reduzido de vítimas. Somente a partir do mês de julho que os números começaram aseaproximardosvaloresregistradosanteriormenteaoperíododeisolamento.Foramregistradas17.381vítimasnãofataisdetrânsitoem2020,umavariaçãonegativade37,1%emrelaçãoaoanode2019.

Tanto a redução de acidentes de trânsito apresentada até o meado do ano de 2020 como o aumento registrado após isso podem ser reflexo do isolamento social. No primeiro cenário, no qual os cidadãos estavam mais atentos às medidas de distanciamento social e mantendo-se em suas residências, havia menos veículos e pedestres circulando nas ruas. Já no segundo momento, com a redução do isolamento social no estado, as pessoas começaram a voltar às ruas, aumentando, portanto, o número de acidentes novamente.

Crimes contra o patrimônio

Crimes de trânsito

Os acidentes de trânsito apresentam-se como um problema vivenciado cotidianamente pela população, vitimizando milhares de pessoas a cada mês. Desde que o isolamento social foi decretado pelo governo do estado do Rio de Janeiro, pode-se observar quedas significativas no número de vítimas fatais e, principalmente, de vítimas não fatais para todo o estado.

0

50

100

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200

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Nú

mer

o d

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2019

2020Início do período de isolamento social

0

500

1.000

1.500

2.000

2.500

3.000


Nú

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tim

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2019

2020


13

Crimes contra o patrimônio

Roubo de Carga

Em 2020, ocorreram 4.985 casos de Roubo de Carga,umareduçãode33,1%emrelaçãoaoanoanterior. Foi o menor valor observado nos últimos sete anos, apresentando patamares mais baixos do que o esperado durante quase todo o ano de 2020.

Casos de Roubo de Carga – estado do Rio de Janeiro – 2019 e 2020


Casos de Roubo de Carga – estado do Rio de Janeiro – 2003 a 2020


740

638

710 691

467521

609577

365

455

544

323 331

459

0

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200

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400

500

600

700

800

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov DezN

úm

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2019

2020


4.0734.622 4.472

2.6503.073

3.534

7.225

10.599

7.456

4.985

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4.000

6.000

8.000

10.000

12.000

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Nú

mer

o d

e ca

sos

14

Roubo de Rua e Roubo de Veículo durante o período de isolamento social no

estado do Rio de Janeiro

Ao se analisar a série histórica mensal do ano de 2020, tanto para Roubo de Rua como para Roubo de Veículo, observa-se que o comportamento de ambas as séries é bastante similar, apresentando brusca redução dos casos a partir do mês de fevereiro e, posteriormente, também no mês de março. Inicia-se assim uma tendência de queda que perdurou até o mês maio, atingindo valores aquém do esperado. A partir do mês de junho, os valores começaram a apresentar uma tendência de aumento e, posteriormente, no mês de julho, voltaram a se aproximar dos patamares apresentados antes do início do período de isolamento social. Apesar dos aumentos identificados nos meses de junho e julho para os dois crimes em questão, os valores do ano de 2020, ainda assim, mostraram-se bem abaixo dos patamares identificados tanto no ano de 2019 como nos meses iniciais de 2020, anteriores à pandemia da Covid-19 (janeiro e fevereiro).

Nível de isolamento social – estado do Rio de Janeiro e regiões – 2020


Para melhor entender as reduções constatadas no parágrafo anterior, o ISP realizou um estudo6 no qual buscou-se analisar possíveis correlações entre o nível de isolamento social praticado nas diferentes regiões do estado do Rio de Janeiro e os crimes contra o patrimônio ocorridos.

Para identificar o isolamento social praticado, foram utilizados dados do histórico de localização dos usuários do Google, que indicavam quando os mesmos estivessem em suas casas. A partir de tal informação, foi medida a variação do número de usuários em

6 - Crimes contra o patrimônio durante o período de isolamento social no estado do Rio de Janeiro. Disponível em: <http://arquivos.

proderj.rj.gov.br/isp_imagens/uploads/ISP_EstudoIsolamento.pdf>. Último acesso em março de 2021.

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Estado do Rio de JaneiroCapitalBaixada FluminenseGrande NiteróiInterior

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5

10

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20

25

jan-20 fev-20 mar-20 abr-20 mai-20 jun-20 jul-20 ago-20 set-20 out-20 nov-20 dez-20

Estado do Rio de Janeiro

Capital

Baixada Fluminense

Grande Niterói

Interior

casa no decorrer dos meses, tendo o mês de janeiro de 2020 (data anterior ao início da pandemia no Brasil) como referência para o cálculo do nível de isolamento.

A partir do estudo citado, foi possível inferir a existência de uma forte correlação entre o indicador utilizado e os crimes de Roubo de Rua e Roubo de Veículo. Tal correlação não foi identificada para Roubo de Carga, por sua vez. Pode-se entender, portanto, que a redução inicial dos crimes ocorreu em decorrência do início do isolamento social no mês de março de 2020, possivelmente por ter menos pessoas nas ruas, dificultando a oportunidade de ocorrer o crime, ou pela existência de possível subnotificação dos roubos ocorridos durante o período em questão.

Posteriormente, durante os meses de junho a dezembro, nota-se um afrouxamento das medidas de restrição social, resultando na redução do nível de isolamento social, juntamente com o aumento de patamar dos crimes de Roubo de Rua e de Veículo.

15

Roubo de Rua*

Em2020,ocorreram71.954casosdeRoubodeRua, uma redução de 40,3% em relação ao anoanterior. Foi o menor valor observado nos últimos cinco anos.

*O indicador Roubo de Rua é composto pela soma dos casos de roubo de aparelho celular, roubo a transeunte e roubo em coletivo.

Casos de Roubo de Rua – estado do Rio de Janeiro – 2019 e 2020


Casos de Roubo de Rua – estado do Rio de Janeiro – 2003 a 2020


O aumento observado no número de crimes pode ser decorrente tanto da maior circulação de pessoas nas ruas como também da busca dos cidadãos para realizarem registros de ocorrências referentes aos crimes ocorridos nos meses anteriores. Apesar disso, destaca-se que, até o mês de dezembro, o nível de isolamento social ainda se encontrava superior ao registrado no período anterior à pandemia, assim como os crimes também apresentaram valores bem abaixo do patamar registrado antes do início do isolamento social.

36.669

52.338

77.337

88.495

66.53572.256

85.280

125.646120.471

71.954

0

20.000

40.000

60.000

80.000

100.000

120.000

140.000

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Nú

mer

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sos

11.19611.892

11.384

10.070

8.8578.570

7.9359.563

6.925

3.813

6.0395.468 5.771 5.526

0

2.000

4.000

6.000

8.000

10.000

12.000

14.000

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set OutNovDez

Núm

ero

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asos

2019

2020


16

Roubo de Veículo

Em 2020, ocorreram 25.425 casos de Roubo de Veículo,umareduçãode36,0%emrelaçãoaoanoanterior. Foi o menor valor dos últimos oito anos.

Casos de Roubo de Veículo – estado do Rio de Janeiro – 2019 e 2020


Casos de Roubo de Veículo – estado do Rio de Janeiro – 2003 a 2020


3.785 3.7753.649

3.197

2.6132.979 3.118

3.246

2.449

1.5861.817 1.742

2.0822.300

0

500

1.000

1.500

2.000

2.500

3.000

3.500

4.000

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set OutNov Dez

Nú

mer

o d

e ca

sos

2019

2020


33.531 32.690 31.490

25.036

18.773

28.00231.035

54.366

39.749

25.425

0

10.000

20.000

30.000

40.000

50.000

60.000

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Nú

mer

o d

e ca

sos

17

Atividade policial

Apreensão de armas

Em 2020 foram apreendidas 6.440 armas de fogo pelas polícias. Dentre essas armas, encontram-se revólveres, pistolas, espingardas, metralhadoras, fuzis e outras categorias. Foi o menor número de armas de fogo apreendidas de toda a série histórica, desde 20037. No que se refere aos fuzis, durante o ano de 2020, foramapreendidas284unidades,oquerepresentouumaquedade48,4%emrelaçãoa2019.Foiomenornúmero de fuzis apreendidos dos últimos seis anos.

Número de armas de fogo apreendidas – estado do Rio de Janeiro – 2003 a 2020


15.615 15.121 14.87613.312

11.0629.533 8.914

7.601 7.435 7.3678.101 8.649 8.956 9.010 8.706 8.721 8.423

6.440

0

2.000

4.000

6.000

8.000

10.000

12.000

14.000

16.000

18.000

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Nú

mer

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pre

end

ida

s

Número de fuzis apreendidos – estado do Rio de Janeiro – 2007 a 2020


214183

210257 260 246 256

279

344369

499 493

550

284

0

100

200

300

400

500

600

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Nú

mer

o d

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zis

ap

reen

did

os

7-Ressalta-seaquiadecisãoinstituídaemjunhode2020,sobreaArguiçãodeDescumprimentodePreceitoFundamental(ADPF)635, validada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que proibiu operações policiais no Rio de Janeiro durante a pandemia da Covid-19.

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Apreensão de drogas

Oanode2020apresentou20.790registrosdeapreensãodedrogas,umareduçãode8,6%emrelaçãoaoanode2019.Destesregistros,49,5%foramapreensõesligadasatráficodedrogas,42,4%foramapreensõesporporteoupossededrogas,e8,1%foramapreensõessemautor.

Número de apreensões de drogas - estado do Rio de Janeiro - 2003 a 2020


Prisões e apreensões em flagrante

O número de autos de prisão em flagrante em 2020 apresentou redução em relação aos últimos anos, totalizando 31.162 prisões no ano, significando uma queda de 11,5% em relação ao ano de 2019. Já onúmero de autos de apreensão de adolescente por prática de ato infracional manteve a tendência de quedaobservadanosúltimosseisanos,totalizando4.583apreensõesem2020,24,3%amenosdoqueem 2019.

Número de autos de prisão em flagrante – estado do Rio de Janeiro – 2006 a 2020


15.598

21.149

25.738

35.274 35.745 35.219

31.162

0

5.000

10.000

15.000

20.000

25.000

30.000

35.000

40.000

2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Nú

mer

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gra

nte

Em 2020, 31,2% dos autos de prisão emflagrante foram por tráfico de drogas

13.35012.007 11.761 11.087

9.945 9.43710.990

12.54515.273

18.690

23.227

26.93328.089

25.016

21.312 21.62622.749

20.790

0

5.000

10.000

15.000

20.000

25.000

30.000

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Nú

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rog

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19

Número de autos de apreensão de adolescente por prática de ato infracional – estado do Rio de Janeiro – 2006 a 2020


3.6553.896

5.770

11.358

10.101

6.056

4.583

0

2.000

4.000

6.000

8.000

10.000

12.000

2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Nú

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Em 2020, 51,8% dos autos de apreensãoforam por tráfico de drogas

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