UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS CROMO NA ALIMENTAÇÃO DE FRANGOS DE CORTE Autora: Luciana Maria Garcia de Souza da Silva Orientadora: Profª Drª Alice Eiko Murakami “Dissertação apresentada como parte das exigências para obtenção do título de MESTRE EM ZOOTECNIA, no Programa de Pós-Graduação em Zootecnia da Universidade Estadual de Maringá – Área de concentração Produção Animal”. MARINGÁ Estado do Paraná Março – 2007
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CROMO NA ALIMENTAÇÃO DE FRANGOS DE CORTE · Ao Profº Drº Elias Nunes Martins, pela orientação nas análises estatísticas, amizade e paciência, Muito Obrigada! ... Aos meus
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
CROMO NA ALIMENTAÇÃO DE FRANGOS DE CORTE
Autora: Luciana Maria Garcia de Souza da Silva Orientadora: Profª Drª Alice Eiko Murakami
“Dissertação apresentada como parte das exigências para obtenção do título de MESTRE EM ZOOTECNIA, no Programa de Pós-Graduação em Zootecnia da Universidade Estadual de Maringá – Área de concentração Produção Animal”.
MARINGÁ Estado do Paraná
Março – 2007
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
USO DE CROMO NA ALIMENTAÇÃO DE FRANGOS DE CORTE
Autora: Luciana Maria Garcia de Souza da Silva Orientadora: Profª Drª Alice Eiko Murakami
“Dissertação apresentada como parte das exigências para obtenção do título de MESTRE EM ZOOTECNIA, no Programa de Pós-Graduação em Zootecnia da Universidade Estadual de Maringá – Área de concentração Produção Animal”.
MARINGÁ Estado do Paraná
Março – 2007
“Para tudo há um tempo, para cada coisa há um momento debaixo dos
céus:
Tempo para nascer, e tempo para morrer;
Tempo para plantar, e tempo para arrancar o que foi plantado;
Tempo para matar, e tempo para sarar;
Tempo para demolir, e tempo para construir;
Tempo para chorar, e tempo para dançar;
Tempo para atirar pedras, e tempo para ajuntá-las;
Tempo para dar abraços, e tempo para apartar-se;
Tempo para procurar, e tempo para perder;
Tempo para guardar, e tempo para jogar fora;
Tempo para rasgar, e tempo para costurar;
Tempo para falar, e tempo para falar;
Tempo para amar, e tempo para odiar;
Tempo para a guerra, e tempo para a paz.”
Eclesiastes (3, 1-8)
Á
minha mãe Vera Lucia Apª Garcia de Souza por todo amor, carinho, incentivo, cumplicidade, dedicação e exemplo de vida.
Ao meu pai João Gusman de Souza pelo carinho, exemplo de luta e perseverança, força e todo amor. Ao meu marido Waldir Pereira da Silva Junior pela compreensão durante minhas ausências, companheirismo, amor e incentivo
DEDICO
AGRADECIMENTOS
A Deus pelo dom da vida. Aos meus irmãos Sara Raquel Garcia de Souza e Jonatah Jacó Garcia de Souza, pelo
carinho, companheirismo, amizade e paciência a mim dispensadas, Muito obrigada
por tudo!
A Profª Drª Alice Eiko Murakami, pela orientação, amizade, profissionalismo,
incentivo e pelos ensinamentos durante toda a minha trajetória, minha eterna
gratidão.
À Universidade Estadual de Maringá (UEM) e a Fazenda Experimental de Iguatemi
(FEI), pelos ensinamentos e oportunidade de realização deste trabalho.
Ao Profº Drº Elias Nunes Martins, pela orientação nas análises estatísticas, amizade e
paciência, Muito Obrigada!
Ao Profº Drº Makoto Matsushita, pela oportunidade de realização de minhas
análises.
Aos professores do Programa de Pós-graduação em Zootecnia, em especial Profº Dr.
Antônio Cláudio Furlan, Prof. Dr. Cláudio Scapinello, Prof. Dr. Ivan Moreira, Prof.
Dr. Clóves Jobim, Profª Drª Claudete Regina Alcalde, pela amizade e ensinamentos
durante o curso.
As companheiras de estrada Josinete e Marina, pela paciência, amizade e
principalmente por toda ajuda e atenção a mim dispensadas.
Aos funcionários, companheiros de estrada, do setor de avicultura, em especial Célio
Passolongo, pela constante ajuda nos trabalhos a campo, meu “braço direito”; e ao
Sr. Pedro e Valentim, por todo auxílio e paciência na realização dos trabalhos.
Às funcionarias do LANA, Cleuza e Creuza, pelo auxilio nas análises laboratoriais,
principalmente o “extrato eterno”.
Às “irmãs” Jovanir Inês Muller Fernandes, Elis Regina de Morais Garcia e Suelen,
por todos os momentos de alegrias e tristezas, sangues e penas e todo apoio, muito
obrigada!!
À minha “amiga-irmã” Márcia, pela eterna amizade, companheirismo, cumplicidade
que mesmo longe se fez tão presente na minha vida, em todos os momentos, minha
eterna gratidão.
Aos meus amigos Ana Paula Silva Ton e Luis Daniel Giusti Bruno, pela amizade e
ouvido grande para me ouvir sempre que eu precisei e por estarem sempre de braços
abertos para me ajudar, Obrigada por vocês.
Aos amigos, Eliany e Rafael, pela amizade e auxilio na realização deste e muitos
outros trabalhos, Muito obrigada!!
Aos amigos e companheiros de caminhada, Fábio, Elkin, Alexandra, Letícia, Priscilla
“Quisko”, Emília, Carol Conti, Ana Carolinda, Fabiana, Karina, Luciane, Andréia
Froes, pela amizade e companheirismo.
A todos que direta ou indiretamente, contribuíram para a realização deste trabalho.
BIOGRAFIA DO AUTOR
LUCIANA MARIA GARCIA DE SOUZA DA SILVA, filha de João Gusman de Souza e Vera Lúcia Aparecida Garcia de Souza, nasceu em Maringá, Paraná, no dia 18 de maio de 1981.
Em maio de 2005, concluiu o curso de Zootecnia pela Universidade Estadual
de Maringá. No dia 03 de março de 2006, adquiriu o título de Mestre em Zootecnia, área
de concentração Produção Animal, pela Universidade Estadual de Maringá, realizando estudos na área de Nutrição de Aves.
ÍNDICE
Página LISTA DE TABELAS.........................................................................................
LISTA DE FIGURAS..........................................................................................
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II – Influência do cromo sobre o desempenho, rendimento de carcaça, qualidade
da carne, colesterol do peito e lípides no plasma sangüíneo de frangos de corte
RESUMO – O objetivo desse trabalho foi avaliar o efeito da suplementação
dietética de cromo sobre o desempenho, rendimento de carcaça, qualidade de carne e
o teor de colesterol presente no peito e parâmetros bioquímicos do sangue em
frangos de corte. O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente
casualizado com cinco níveis de tripicolinato de cromo a 0,4%, como fonte do
mineral orgânico cromo (0, 150, 300, 450 e 600 µg/kg de cromo) e seis repetições
com 50 aves por unidade experimental. Os níveis de tripicolinato de cromo foram
utilizados durante todo o período experimental (1 a 42 dias de idade). A utilização do
tripicolinato de Cromo não apresentou efeito (P≥0,05) sobre o desempenho dos
frangos de corte em nenhuma fase de criação. Não houve efeito (P≥0,05) dos níveis
de cromo sobre o rendimento de carcaça e pH do peito dos frangos de corte aos 42
dias de idade. A carne do peito dos frangos alimentados com cromo foi avaliada
quanto à matéria seca, proteína bruta e extrato etéreo. Apenas a porcentagem de
extrato etéreo foi influenciada de forma quadrática (P<0,05), indicando que com o
nível de 262,5 µg/kg de cromo diminuiu a porcentagem de extrato etéreo em 7,03%
quando este foi comparado com o grupo controle. A suplementação de cromo nas
dietas de frangos de corte, não influenciou (P>0,05) o teor de colesterol total na
carne do peito. Verificou-se efeito (P<0,05) dos tratamentos apenas sobre o HDL aos
14 dias de idade e sobre o VLDL e os triglicérides aos 21 dias de idade os quais
foram influenciados de forma quadrática (P<0,05) pela suplementação de cromo na
dieta de frangos de corte. Pode-se concluir que o cromo não influenciou o
desempenho, rendimento de carcaça e qualidade de carne e colesterol e parâmetros
bioquímicos do sangue dos frangos de corte.
Palavras-chave: desempenho, rendimento de carcaça, lípides, colesterol na carne
II – Chromium influence on performance, yields carcass, meat quality, breast
cholesterol and bood plasma lipids of broiler chickens
ABSTRACT - The aim of this work was to evaluate the effect of dietary
chromium supplementation on performance, carcass yield, meat quality, chest
cholesterol and blood biochemical parameters of broiler chickens. The experimental
design adopted was a completely randomized with five levels chromium tripicolinate
levels at 0.4% as source of organic mineral chromium (0, 150, 300, 450 and 600
µg/kg of chromium) and six replications with 50 broilers per experimental unit. The
chromium tripicolinate levels were used during the whole experimental period (1 to
42 days of age). The chromium tripicolinate use did not affect (P≥0.05) broilers
performance in any rearing period. The supplementation did not show effects
(P≥0.05) on carcass yield and chest pH at 42 days of age. Chest meat of broilers fed
with chromium was evaluated for dry matter, crude protein and ethereal extract. Only
the ethereal extract percentage was influenced in a quadratic way (P<0.05) indicating
that the chromium level of 262.5 µg/kg decreased the ethereal extract percentage in
7.03% when compared with control group. The chromium supplementation on
broiler chickens diets did not influence (P>0.05) the total cholesterol level on chest
meat. It was observed experimental treatments effect (P<0.05) only on HDL at 14
days of age and on VLDL and triglycerides at 21 days of age, which was influenced
in a quadratic way (P<0.05) by chromium supplementation. It was concluded that
supplementation did not influence performance, carcass yield, meat quality,
cholesterol and blood biochemical parameters of broiler chickens.
A produção e o consumo mundial de carne de frangos de corte têm
apresentado um crescimento considerável nos últimos anos. Segundo o relatório
anual da ABEF (2007), a produção de frangos no Brasil em 2006 foi de 9,336
milhões de toneladas, um desempenho bem acima da média mundial e que manteve o
país como o terceiro maior produtor. Além disso, com uma participação de 43% nas
exportações, o Brasil assumiu o posto de maior exportador de carne de frango, bem
como a posição de país com maior crescimento em vendas nos últimos anos.
Esse aumento tem ocorrido principalmente devido ao preço acessível dessa
carne a todas as classes sociais, a imagem de produto mais saudável, a maior
eficiência de produção, facilitada pelo seu curto ciclo produtivo, à ausência de
restrições culturais e adaptabilidade ao consumidor (Benício, 2000).
A adaptabilidade ao consumidor é um fator que tem contribuído muito para
aceitação da carne de frango, pois está relacionada à praticidade e facilidade de
preparo que seus cortes comerciais e produtos processados têm oferecido. Com
aumento da comercialização de cortes desossados e do preparo de produtos
processados, o tamanho dos filés de peito e da perna de frangos de corte tem
recebido atenção especial das indústrias.
Os frangos de corte têm se mostrado cada vez mais precoces e com elevado
ganho de peso, por outro lado, tem se observado um aumento de gordura na carcaça,
principalmente na região abdominal. A composição da carcaça e o rendimento de
carne são dependentes de vários fatores, tais como, nutrição, manejo e condições de
ambiente.
A qualidade de carne de frangos está relacionada com o teor de gordura
presente na carcaça, sendo que a síntese de gordura é bem mais dispendiosa do que a
do tecido muscular. Os meios utilizados para reduzir a gordura na carcaça de frangos
são o melhoramento genético, níveis de fontes de energia e proteína presentes na
dieta, e a utilização de alguns suplementos e aditivos. Entre os suplementos, tem se
dado grande destaque ao cromo trivalente (Cr+3), que é reconhecido com o um
elemento traço essencial exigido no metabolismo dos carboidratos, proteínas,
lipídeos e como componente ativo do fator de tolerância à glicose (GTF) (Mertz,
1992).
Em aves, a suplementação dietética de cromo orgânico (Cr+3) resulta em
melhora da velocidade de crescimento, eficiência alimentar, rendimento de carne e
qualidade de carcaça com reduzida quantidade de gordura (Gursoy, 2000).
O cromo é reconhecido atualmente como um elemento traço essencial no
metabolismo de carboidratos e lipídeos, sendo que sua função está relacionada com o
mecanismo de ação da insulina (Vicent, 2000). Contudo, por agir estimulando a
sensibilidade à insulina, o cromo pode influenciar também no metabolismo protéico,
promovendo maior estímulo da captação de aminoácidos e, conseqüentemente,
aumentando a síntese protéica (Clarkson, 1997).
Lien et al., (1999) trabalhando com suplementação de frangos de corte com 0,
800, 1600 e 3200 µg Cr/kg de dieta, verificaram que 1600 µg Cr/kg proporcionou
melhor consumo e melhor ganho de peso e que aves suplementadas com 1600 e 3200
µg Cr/kg apresentaram menores níveis de glicose sangüínea. A suplementação com
cromo, independente do nível, proporcionou um maior nível de HDL e menor nível
de LDL e VLDL. Suplementando dietas de perus com 0, 1 e 3 mg Cr/kg, na forma de
nicotinato de cromo, Chen et al., (2001) observaram que 1 mg Cr/kg aumentou o
ganho de peso e consumo de ração entre 9 e 18 semanas de idade, porém, com o
nível mais alto não se observou melhora em relação ao tratamento controle. Para
rendimento de peito, obteve-se o maior rendimento com a suplementação de 1 mg
Cr/kg e menor rendimento com 3 mg Cr/kg. Para o rendimento de coxa, observou-se
que independentemente do nível utilizado, a suplementação de cromo proporcionou
melhora no rendimento.
Sahin et al., (2002), utilizando níveis de picolinato de cromo 0, 200, 400, 800
e 1200 µg Cr/kg para se determinar os efeitos sobre o desempenho, características de
carcaça e metabólitos sorológicos em frangos de corte sobre stress calórico,
concluíram que, com o nível de 1200 µg Cr/kg, houve melhora do peso das aves,
consumo de ração, características de carcaça e conversão alimentar. Quanto às
análises bioquímicas sorológicas, as concentrações de corticosterona, glicose e
colesterol diminuíram, porém a proteína sérica aumentou. Avaliando o efeito
separado e/ou combinado da suplementação de picolinato de cromo (400 mg/kg), e
ácido ascórbico (250 mg/kg), em ambientes com temperaturas elevadas (32ºC), Sahin
et al. (2003) observaram que houve melhora do ganho de peso e conversão
alimentar, quando separados ou combinados. Desta mesma forma, a suplementação
do cromo e vitamina C resultaram em aumento de insulina sérica, T3
(triiodotironina) e T4 (tiroxina) e diminuição das concentrações de corticosterona,
glicose, colesterol e menadiona (indicador da peroxidação lipídica). Na avaliação de
carcaça, houve acréscimo quanto aos rendimentos de carcaça e peso do fígado,
coração, pâncreas e moela. Os autores concluíram que o cromo e a vitamina C
tiveram efeitos similares, e quando estes foram combinados, houve uma melhora
efetiva na prevenção do stress calórico.
Króliczewska et al., (2005) avaliando o efeito da suplementação do cromo
levedura (300 e 500 µg Cr/kg) sobre o crescimento e características de carcaça em
frangos de corte, verificaram que a suplementação de 500 µg Cr/kg houve um
aumento no peso corporal, ganho de peso e conversão alimentar, quando comparado
com a dieta basal e com 300 µg Cr/kg. O uso do cromo levedura na alimentação de
frangos causou uma diminuição dos níveis e teor de colesterol na carne. Foram
observadas grandes diferenças no músculo do peito das aves alimentadas com 500 µg
Cr/kg, onde o conteúdo de colesterol diminuiu aproximadamente 19%. Não houve
diferenças para a matéria seca, proteína e características organolépticas dos músculos
do peito e perna.
O cromo atua ainda como antioxidante, além de ser essencial para a ativação
de certas enzimas e estabilização de proteínas e ácidos nucléicos (Linder, 1991).
Rosebrough & Steele (1981) observaram um aumento da enzima glicogênio
sintetase, em aves alimentadas com dietas suplementadas com cromo, sugerindo que
está atua na síntese de glicogênio, aumentando a glicogênese a partir da glicose e
acelerando o transporte desta. Este micromineral pode acelerar a lipogênese a partir
da glicose e armazenar os lipídios no fígado e tecido adiposo (Rosebrough & Steele,
1981), além de proporcionar redução de lipídios, colesterol total e lipoproteína de
baixa densidade (LDL) e aumentar as lipoproteínas de alta densidade (HDL) no
sangue (Press et al., 1990). A principal forma cujos lipídios absorvidos são
transportados em aves, é a VLDL (very low density lipoprotein).
Em trabalho com codornas, Yildiz et al. (2004), verificaram que as
concentrações séricas de glicose e colesterol diminuíram, enquanto que, as
concentrações de proteína total e insulina aumentaram linearmente conforme os
níveis de cromo foram aumentando (0, 250, 500, 750 e 1000 ppb de Cr picolinato).
Króliczewska et al. (2004), trabalhando com a suplementação de 300 e 500 µg/kg de
cromo em ração de frangos de corte, sobre o desempenho, colesterol total, HDL,
LDL, triglicérides, glicose, proteína total e concentração de cromo no sangue,
verificaram que com o nível de 500 µg/kg de cromo houve um decréscimo dos níveis
de colesterol total, LDL, triglicérides e glicose e um aumento do HDL, ou seja, do
“bom colesterol”, além de melhorar também o peso corporal, ganho de peso e
eficiência alimentar, concluindo que a suplementação de cromo, particularmente o
nível de 500 µg/kg de Cr, influencia no metabolismo de carboidratos e lipídios de
frangos de corte.
Objetivos
O presente trabalho teve como objetivo avaliar o efeito da suplementação
dietética de cromo sobre o desempenho, rendimento de carcaça, qualidade de carne e
o teor de colesterol presente no peito e parâmetros bioquímicos do sangue.
Material e Métodos
O experimento foi conduzido no setor de avicultura da Fazenda Experimental
de Iguatemi da Universidade Estadual de Maringá, sob aprovação do Comitê de Ética
em Experimentação Animal – CEEA/UEM (Registro Nº047/2006).
Foram utilizados 1.500 pintos de corte machos de um dia de idade (peso
médio de 45,07g), da linhagem Cobb – Vantress®. As aves foram alojadas em um
galpão convencional de 30m de comprimento e 8m de largura, com cobertura de
telha francesa e lanternim, piso de concreto e paredes laterais de alvenaria com 40
cm de altura, sendo o restante da parede completa com tela de arame até o telhado,
providos de cortinas móveis. O galpão foi dividido em 30 boxes de 6,3 m2 cada com
capacidade para 50 aves.
Na fase inicial foram utilizados comedouros infantis e bebedouros do tipo
copo de pressão até o quinto dia de idade, sendo os comedouros substituídos
gradativamente pelos comedouros tubulares e bebedouros automáticos do tipo
pendular. Em cada boxe foram utilizados um círculo de proteção e uma campânula
como fonte de aquecimento para os pintinhos. Água e ração foram fornecidas à
vontade em um programa de alimentação dividido em duas fases, sendo a inicial do
1º aos 21 dias de idade, e a de crescimento, dos 22 a 42 dias de idade.
O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado com
cinco níveis de tripicolinato de cromo a 0,4%, como fonte do mineral orgânico
cromo (0, 150, 300, 450 e 600 µg/kg de cromo) e seis repetições com 50 aves por
unidade experimental. Os níveis de tripicolinato de cromo foram utilizados durante
todo o período experimental (1 a 41 dias de idade). As rações experimentais foram
formuladas à base de milho e farelo de soja de modo a atender as exigências
nutricionais para as fases: inicial (1-21 dias de idade) e de crescimento (22-42 dias de
idade), de acordo com as recomendações de Rostagno et al. (2005). A composição
percentual e calculada das rações experimentais encontram-se nas Tabelas 1 e 2.
As aves e as rações foram devidamente pesadas aos 1, 7, 14, 21 e 41 dias de
idade, para avaliação do desempenho das aves (consumo de ração, ganho de peso e
conversão alimentar). A mortalidade, bem como as sobras de ração, foram
devidamente registradas para a determinação do real consumo de ração pelas aves.
A cama utilizada foi de palha de arroz (1º uso). As aves foram vacinadas no
incubatório contra a Doença de Marek, sendo que após o alojamento, as mesmas não
receberam nenhuma vacina. Foi utilizado um programa de luz contínua durante os
primeiros 10 dias e o restante do período experimental com 23 horas de luz/dia. As
temperaturas médias dentro do galpão foram de: máxima de 30 ºC e mínima de 23 ºC
e umidade relativa média de 74%. O percentual de mortalidade registrado durante
todo o período experimental foi de 3,06%.
Para o rendimento de carcaça e seus respectivos cortes, aos 42 dias de idade,
duas aves por unidade experimental, escolhidas ao acaso, foram submetidas ao jejum
alimentar por 6 horas e abatidas através de atordoamento por choque elétrico (220W)
e posterior sangria.
Tabela 1 – Composição percentual e calculada das rações experimentais (1 a 21dias). Table 1 – Percentual and calculated compositions of experimental diets (1-21 days)
Níveis de Cromo (µg/kg de Ração) Chromium levels (µg/kg of diets)
2Mistura mineral (Conteúdo por kg de premix): Ferro 10.000,00 mg; Cobre 16.000,00 mg; Iodo 2.400,00 mg; Zinco 100.000,00 mg; Manganês 140.000,00 mg; Selênio 400,00 mg; Veículo q.s.p. 1.000,00g.
2Mineral supplement (Content per kg of premix): Iron 10,000,00 mg; Cupper 16,000,00 mg; Iodine 2,400,00 mg; Zinc 100,000,00 mg; Manganese 140,000,00 mg; Selenium 400,00 mg; Vehicle q.s.p. 1,000,00g.
3Cromo (mineral orgânico – tripicolinato de cromo 0,04%, MCASSAB) 3Chromium (organic mineral – Chromium tripicolinate 0,4%, MCASSAB)
Para o cálculo do rendimento de carcaça foi considerado o peso da carcaça
eviscerada, sem os pés, cabeça e gordura abdominal, em relação ao peso vivo das
aves que foram pesadas individualmente antes do abate. As aves foram identificadas
através de anilhas numeradas colocadas na asa. Para o rendimento dos cortes nobres,
foi considerado o rendimento do peito inteiro com pele e ossos e pernas (coxa e
sobrecoxa com ossos e pele), que foi calculado em relação ao peso da carcaça
eviscerada, após a retirada, estes permaneceram em uma câmara fria a uma
temperatura de 3ºC durante 24 horas, para posterior análise.
A gordura abdominal presente ao redor da cloaca, da bolsa cloacal, moela,
proventrículo e dos músculos abdominais adjacentes foi retirada conforme descrito
por Smith (1993). Em seguida, foi pesada e também calculada em relação ao peso da
carcaça eviscerada.
A determinação do pH foi realizada diretamente no filé do peito de duas aves
por unidade experimental, utilizadas para o rendimento de carcaça, com auxílio de
um pHmetro TECNAL® 24h post mortem. O ponto de incisão do eletrodo foi a parte
cranial ventral do filé conforme descrito por Boulianne & King (1995).
Aos 7, 14, 21 e 41 dias de idade foram coletados sangue de duas aves/ unidade
experimental, na veia braquial, para realização do lipidograma total no soro dessas
aves, segundo o Kit comercial Labtest®.
Para a extração e quantificação de colesterol na carne do peito de frango, os
peitos retirados no rendimento de carcaça, dois peitos por unidade experimental,
foram moídos e uma amostra foi submetida ao método da saponificação direta,
descrito por Al Hasani et al. (1993).
Foram determinados a matéria seca, proteína bruta e extrato etéreo das
amostras de peitos, conforme metodologia descrita por Silva & Queiroz (2004).
Os dados obtidos de cada parâmetro foram desdobrados em polinômios
ortogonais de forma a permitir a análise de variância e regressão de acordo com suas
distribuições, utilizando o programa estatístico SAEG® .
O modelo estatístico adotado foi:
Yi = µ + Ti + eij
Onde:
Yi = valor observado das variáveis estudadas;
µ = média geral de todas as observações;
Ti = efeito do nível i de cromo, i = (0, 150, 300, 450 e 600 µg Cr/kg);
eij = erro experimental.
Resultados e Discussão
Os resultados médios dos parâmetros de desempenho encontram-se na Tabela
3. A utilização do tripicolinato de Cromo não apresentou efeito (P≥0,05) sobre o
desempenho dos frangos de corte em nenhuma fase de criação. Resultados
semelhantes foram verificados por Oba (2004), que suplementou dietas de frangos de
corte com 0, 400, 800 e 1.200 µg Cr/kg, na forma de cromo complexado a levedura e
Chen et al. (2001), que suplementaram dietas de perus com cromo nicotinato, nos
níveis de 0, 1 e 3 mg/kg. Ambos não verificaram efeitos do cromo sobre o peso das
aves, consumo de ração e conversão alimentar.
Motozono et al. (1998), também verificou que a adição de cromo picolinato a
dieta de frangos de corte de 0, 200 e 400 ppb não afetou o desempenho dessas aves,
concordando com Lee et al. (2003).
Tabela 3 – Valores médios dos parâmetros de desempenho (PF – peso final; GP – ganho de peso; CR – consumo de ração; CA – conversão alimentar) e percentual de mortalidade dos frangos de corte de 1 a 41 dias de idade. Table 3 – Performance parameters means (final weight; body weight gain; feed intake; feed:gain ratio) and mortality percentage of broiler chickens reared until 41 days.. Período (dias) Period (days)
PF (g) Final weight (g)
GP (g) Weight gain (g)
CR (g/ave) Feed intake
(g/bird)
CA (g/g) Feed:gain
(g/g)
Mortalidade (%)
Mortality (%)
1 a 7 CV (%)
196,69±0,94 2,394
151,63±0,95 3,084
154,32±0,58 1,929
1,018±0,005 2,777 0,8
1 a 14 CV (%)
552,56±1,89 1,831
507,49±1,88 1,954
369,17±2,91 4,501
0,727±0,004 3,685 1,00
1 a 21 CV (%)
1035,70±4,09 2,162
990,63±4,09 2,264
1039,41±8,64 4,845
1,049±0,008 4,680 1,80
1 a 41 CV (%)
2760,71±12,22 2,485
2715,65±12,352,534
4171,56±15,162,111
1,536±0,008 3,093 3,06
P≥0,05
Os valores médios obtidos para o rendimento de carcaça dos frangos de corte
aos 42 dias de idade, encontram-se na Tabela 4. Com base nos resultados
encontrados, pode-se observar que não houve efeito (P≥0,05) dos diferentes níveis de
suplementação sobre esta característica. Da mesma forma, Anandhi et al. (2006) não
verificaram efeito da inclusão de cromo sobre o rendimento de carcaça, peso e
porcentagem de coração, fígado e moela, rendimento de cortes e porcentagem de
gordura abdominal.
Tabela 4 – Valores médios dos parâmetros de rendimento de carcaça de frangos de corte alimentados com dietas contendo cromo (PESO – peso ave; PE – peso eviscerado; %PEITO – porcentagem de peito; %COXA – porcentagem de coxa; %GORD – porcentagem de gordura abdominal; REND% – rendimento de carcaça) aos 42 dias de idade. Table 4 – Means values of carcass yield parameters of broiler chickens fed with diets containing chromium supplementation (body weight; eviscerated body weight; breast percentage; thigh percentage; abdominal fat percentage; carcass yield) 42 days of age.
Após um intervalo de 24 horas post mortem, as amostras dos peitos das aves
submetidas aos diferentes tratamentos foram avaliadas para determinação do pH, o
qual não mostrou qualquer alteração em função dos tratamentos. Os valores obtidos
de pH estão dentro da faixa considerada normal, ou seja, acima de 5,7 e abaixo de
6,2 , segundo Kijowski & Niewiarowicz (1978), o pH de 5,7 obtido após 15 minutos
é o período de tempo em que ocorre PSE em carnes de frangos, no presente estudo, o
pH médio do músculo do peito foi de 6,0.
Os valores médios dos teores de matéria seca, proteína bruta, extrato etéreo e
colesterol total da carne de peito de frangos estão apresentados na Tabela 5. Apenas a
porcentagem de extrato etéreo foi influenciada de forma quadrática (P<0,05),
indicando que com o nível de 292,5 µg/kg de cromo diminuiu a porcentagem de
extrato etéreo em 7,03% quando este foi comparado com o grupo controle. O extrato
etéreo indica o teor de gordura presente nos alimentos, assim pode-se verificar que o
nível de 292,5 µg/kg de cromo foi eficiente na redução da gordura da carne do peito
de frangos de corte (Figura 1 e Tabela 5). Segundo Vicent (2000), o cromo é um
elemento traço essencial no metabolismo carboidratos e lipídios, por agir
estimulando a sensibilidade das células à insulina, a qual promove o transporte dos
carboidratos para o interior das células, aciona a atividade das enzimas celulares que
facilitam a síntese protéica e acelera o catabolismo dos ácidos graxos.
3
3,5
4
4,5
5
5,5
6
0 150 300 450 600
Níveis de Cromo (µg/kg)
% e
xtra
to e
tére
o
292,5
Figura 01 – Porcentagem de extrato etéreo na carne do peito de frangos de corte aos 41 dias de idade alimentados com dietas suplementadas com cromo. Y = 4,36707 – 0,00561242X + 0,0000128627X2, R2 = 0,16 Figure 01 – Ether extract (%) in the chicken breast with 41 days of age fed with diets containing chromium supplementation.. Y = 4.36707 – 0.00561242X + 0.0000128627X2, R2 = 0.16
A diminuição do teor de gordura na carne do peito do frango torna essa carne
mais saudável. Essa diminuição pode atender a necessidade de um consumidor mais
exigente, uma vez que a busca por alimentos mais saudáveis, tem aumentado
consideravelmente nos últimos tempos, a fim de possibilitar uma melhor qualidade
de vida.
Tabela 5 – Valores médios obtidos para Matéria seca (%MS), Proteína bruta (PB) e Extrato etéreo (%EE) de carne de peito de frangos de corte alimentados com dietas contendo cromo de 1 a 42 dias de idade. Table 5 – Means values obtained for dry matter, crude protein and ether extract of meat breast o broiler chickens fed with diets containing chromium supplementation in the period of 1-42 days of age
Os valores médios de colesterol total, HDL, LDL, VLDL e triglicérides, estão
apresentados na Tabela 7. Verificou-se efeito (P<0,05) dos tratamentos apenas sobre
o HDL aos 14 dias de idade e sobre o VLDL e os triglicérides aos 21 dias de idade os
quais foram influenciados de forma quadrática (P<0,05) pela suplementação de
cromo na dieta de frangos de corte (Figuras 2, 3 e 4). Aos 14 dias de idade, pode-se
verificar um aumento (P<0,05) dos níveis de HDL no soro de frangos de corte,
quando estes foram alimentados com rações contendo níveis a partir de 292,5 µg
Cr/kg. Aos 21 dias de idade verifica-se um menor valor (P<0,05) dos níveis de
VLDL com o nível de 360,3 µg Cr/kg, onde o valor obtido é de 8,74 mg/dL de soro,
já para os níveis de triglicérides o menor valor foi obtido com 289,2 µg Cr/kg o qual
foi de 44,79 mg/dL de soro
Segundo Press et al. (1990), o cromo proporciona redução de lipídios,
colesterol total e lipoproteína de baixa densidade (LDL) e aumenta as lipoproteínas
de alta densidade (HDL) no sangue. Isso provavelmente ocorre porque o cromo
parece agir inibindo a enzima hidroximetilglutaril-CoA redutase, a qual é
responsável pela síntese do colesterol, diminuindo assim a concentração plasmática
deste no organismo.
Tabela 7 – Valores de colesterol total, HDL, LDL, VLDL e triglicérides no soro de frangos de corte alimentados com dietas suplementadas com cromo. Table 7 – Values of total cholesterol, HDL, LDL, VLDL and triglycerides in the broiler chickens serum fed with diets containing chromium supplementation. Níveis
Resultados semelhantes foram encontrados por Króliczewska et al., (2004),
que ao suplementarem a dieta de frangos de corte com níveis de 0, 300 e 500 µg
Cr/kg, verificaram que a suplementação de cromo diminuiu os parâmetros
sorológicos de colesterol total, LDL, triglicérides e concentrações de glicose e
aumentou os níveis de HDL. Lien et al., (2001) também trabalhando com a
suplementação de frangos de corte com 1600 e 3200 µg Cr/kg, verificaram a
diminuição de glicose, VLDL e LDL e aumento de triglicérides e HDL. Uyanik et al.
(2002) suplementaram a dieta de galinhas de postura com 20 ppm de cromo e
verificaram que não houve redução significativa dos níveis sorológicos de colesterol
total, porém os níveis de triglicérides reduziram. Por outro lado, Sands & Smith
(2002), utilizando picolinato de cromo e manganês proteinado na dieta de frangos de
corte, não verificaram efeito dos níveis de cromo utilizados sobre as concentrações
sorológicas de ácidos graxos não esterificados, triglicerídes, HDL e colesterol total,
porém os níveis de ácidos graxos não esterificados tenderam a uma diminuição. Kim
et al. (1995) relataram aumento do HDL, decréscimo do colesterol total (CHOL) e
uma elevada relação HDL:CHOL em frangos suplementados com dietas contendo
picolinato de cromo.
85
87
89
91
93
95
97
99
0 150 300 450 600
Níveis de Cromo (µg/kg)
Nív
eis d
e H
DL
(mg/
dL)
292,5
Figura 02 – Níveis sorológicos de HDL de frangos de corte aos 14 dias de idade alimentados com dietas suplementadas com cromo. Y = 98,5429 – 0,0560163X + 0,0000957679X2, R2 = 0,14 Figure 02 – Levels of serum HDL for broiler chickens at 14 days of age fed with diets containing chromium supplementation. Y = 98.5429 – 0.0560163X + 0.0000957679X2, R2 = 0.14
5
7
9
11
13
15
0 150 300 450 600
Níveis de Cromo (µg/kg)
Nív
eis
de V
LD
L (m
g/dL
)
360,3
Figura 03 – Níveis sorológicos de VLDL de frangos de corte aos 21 dias de idade alimentados com dietas suplementadas com cromo.Y = 14,2267 – 0,0304224X + 0,0000422226X2, R2 = 0,18 Figure 03 – Levels of serum VLDL for broiler chickens with 21 days of age fed with diets containing chromium supplementation. Y = 14.2267 – 0.0304224X + 0.0000422226X2, R2 = 0.18
40
45
50
55
60
65
70
75
0 150 300 450 600
Níveis de Cromo (µg/kg)
Nív
eis d
e Tr
iglic
eríd
es (m
g/dL
)
289,2
Figura 04 – Níveis sorológicos de triglicérides de frangos de corte aos 21 dias de idade alimentados com dietas suplementadas com cromo. Y = 71,133 – 0,152112X + 0,000211113X2, R2 = 0,18 Figure 04 – Levels of serum triglycerides for broiler chickens at 21 days of age fed with diets containing chromium supplementation. Y = 14.2267 – 0.0304224X + 0.0000422226X2, R2 = 0.18
. O cromo interfere no metabolismo das gorduras, de modo que diminui os
níveis de colesterol LDL e aumenta os níveis de HDL, reduzindo o risco de doenças
cardíacas. Assim no presente estudo apesar da diminuição dos níveis de VLDL e
triglicérides aos 21 dias e um aumento do HDL aos 14 dias, este não se manteve até a
idade de abate, o que seria o desejável.
Conclusões
O cromo não influenciou o desempenho, rendimento de carcaça e qualidade
de carne e colesterol e parâmetros bioquímicos do sangue dos frangos de corte.
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