Referncia modular
FRANGO DE CORTEIntegrao Produtor/ IndstriaUma renda bimensal
estvel e a produo de composto orgnico na propriedade
Srgio Luiz Carneiro Antnio Carlos Ulbrich Toms Falkowski Adenir
de Carvalho Dmas Soares Jnior Rafael Fuentes Llanillo
Agosto / 2004
1
ApresentaoEsse material foi elaborado com base no acompanhamento
de propriedades rurais nas regies de Londrina, de Apucarana e de
Maring, nas recomendaes tcnicas das indstrias abatedoras de aves e
na reviso de literatura sobre o assunto. O objetivo central
apresentar as referncias tcnicas e econmicas para auxiliar,
principalmente, os tcnicos da rea agropecuria nas orientaes bsicas
aos produtores rurais interessados em investir na atividade Frango
de Corte Integrado com a Indstria. Denomina-se de Referncia Modular
a descrio de uma atividade que, geralmente, compe um sistema de
produo mais abrangente. Trata-se de um mtodo de divulgao dos
resultados das Redes.
As Obrigaes da Indstria e do Produtor RuralNesse negcio, cabe a
indstria integradora os custos da assistncia tcnica, do
fornecimento e do transporte dos pintainhos e da rao, dos
medicamentos e do transporte das aves da granja at o abatedouro. O
produtor rural integrado arca com os custos da construo do barraco
e da aquisio dos equipamentos, da mo-de-obra, da energia para
iluminao, aquecimento e ventilao do avirio e da cama para forrar a
granja.
um investimento que exige: Responsvel tcnico para as etapas de
elaboraes dos projetos de instalao e de manejo do avirio, de execuo
e de assistncia tcnica. A disponibilidade de recursos financeiros
para o investimento inicial; O interesse da indstria na integrao; O
acesso propriedade em qualquer poca do ano; Ter mo-de-obra com
dedicao permanente na propriedade; gua de boa qualidade e energia
eltrica.
2
Os Investimentos IniciaisA atividade exige um alto investimento
financeiro inicial, pois necessria a construo de um barraco grande
com, no mnimo, 1.000 m. Os maiores custos sero com as madeiras, as
telhas, os tijolos, as telas e a mo-de-obra. Alm disto, preciso
adquirir os equipamentos, tais como: os comedouros, os bebedouros,
os ventiladores e os aquecedores. Em resumo, os principais custos
agrupados para iniciar a atividade com um avirio de 1.200 m (rea
recomendada) so: Construo do avirio.................R$
32.000,00........US$10.547,00 Aquisio dos equipamentos..... R$
24.000,00.........US$ 7.905,00
Total............................................R$
56.000,00.....US$ 18.452,00Valores em agosto/2004; dlar comercial:
R$ 3,03
Pode haver uma grande variao, para mais ou para menos, no custo
inicial de implantao decorrente da disponibilidade de materiais na
propriedade, do uso de mo-de-obra prpria, da economia na compra de
materiais, entre outros. Em mdia, os custos totais de implantao do
avirio tm variado de R$ 3,20 a R$ 4,00 por cabea alojada
(julho/2004). O sistema de abastecimento de rao e de gua pode ser
automatizado, porm, necessria uma anlise cuidadosa da viabilidade
econmica desse investimento.
Automatizao: comedouros......................R$ 18.000,00
(14.000 aves) bebedouros.......................R$ 10.000,00
total....................................R$ 28.000,00A automatizao
do avirio pode ser feita de forma parcial ou total, ou seja,
somente do sistema de abastecimento de rao ou somente do
abastecimento de gua. Entre um e outro, prefervel investir na
automatizao dos comedouros, pois o que mais consome mo-deobra.Posio
do avirio N O S L Dimenses para um avirio de 1.200 m 120 m x 10 m =
1.200 m ( p-direito : 3,4 m ) 100m x 12 m = 1.200 m 60m x 10 m =
600 m ( fazer 2 barraces) necessrio prever um espao de 8 m para
transito de caminhes na lateral do avirio. (abastecimento de
rao).
3
Oramento: Um Caso ConcretoAs Redes de Referncias da Regio de
Maring acompanharam a construo de 4 barraces de 500 m, com as
seguintes caractersticas: 10 metros de largura e 50 metros de
comprimento, p-direito com 3 metros de altura, cobertura de telha
de amianto, piso de cho batido, cortina em 100% e estufa em 50% da
rea, bebedouros pendulares, sistema de nebulizao e ventiladores. A
tabela abaixo apresenta a relao dos materiais utilizados e os
custos dos quatro avirios totalizados. Os preos, que eram de agosto
de 2000, foram corrigidos para o ms de julho de 2004 (IGP-DI).
Data: julho/2004Descrio Preparo do terreno Terraplanagem Sub
Total Ps Direito Postes Eucalipto Verde ext. Postes Eucalipto Verde
int. Sub Total Cobertura Telhas de Amianto Capas de Barro Vigamento
Ripo sustentao de telhas Mo Francesas Prego Prego com arruelas de
borrachas Sub Total Laterais do Barraco Tela de Galinheiro Tbuas
Olto e Beiral Sub Total Mureta Lateral Areia Lavada Cimento Cal
Lajotas Sub Total Piso e Caladas Laterais Areia Lavada Pedra n. 2
em 1 dos Barraces Cimento Sub Total Instalao Hidrulica Cano PVC
Conexes PVC Cola PVC tubo 90 gr Conjunto Moto Bomba Caixa dgua 500
lt Lixa n. 100 Registro de Gaveta de Bomba Sub Total Instalao
Eltrica Fio 2x2,5 mm Fio 10 mm Unidade Quantidade
Dlar comercial: R$3,00Valor total (R$) H/M 50 51,60 2.580,00
2.580,00 Custo por m (R$/m) 1,29 1,29 Custo em % (%) 2,39 2,39
Custo total (US$) 860,00 860,00
unid unid
200,00 90,0
7,74 9,46
1.548,00 851,40 2.399,40
0,77 0,43 1,20
1,43 0,79 2,22
516,00 283,80 799,80
pe pe m m m kg kg
3920 492,8 1.276,8 1.792,0 336,0 30,0 18,0
5,85 1,20 3,10 0,86 1,55 3,27 4,99
22.924,16 593,33 3.952,97 1.541,12 520,13 98,04 89,78
29.719,54
11,46 0,30 1,98 0,77 0,26 0,05 0,04 14,86
21,19 0,55 3,65 1,42 0,48 0,09 0,08 27,47
7.641,39 197,78 1.317,66 513,71 173,38 32,68 29,93 9.906,51
m m
792,0 768,0
4,30 1,38
3.405,60 1.056,77 4.462,37 44,72 75,68 7,57 619,20 747,17
1,70 0,53 2,23 0,02 0,04 0,00 0,31 0,37
3,15 0,98 4,13 0,04 0,07 0,01 0,57 0,69
1.135,20 352,26 1.487,46 14,91 25,23 2,52 206,40 249,06
m sc sc Milheiro
1,0 4,0 2,0 4,0
44,72 18,92 3,78 154,80
m m sc
44,72 37,84 18,92
Barra un un un un un un un
150,0 80,0 12,0 2,0 4,0 12,0 4,0 1,0
7,22 0,52 3,10 309,60 137,60 0,86 13,42 430,00
1.083,60 41,28 37,15 619,20 550,40 10,32 53,66 430,00 2.825,62
476,78 1.224,64
0,54 0,02 0,02 0,31 0,28 0,01 0,03 0,22 1,41 0,24 0,61
1,00 0,04 0,03 0,57 0,51 0,01 0,05 0,40 2,61 0,44 1,13
361,20 13,76 12,38 206,40 183,47 3,44 17,89 143,33 941,87 158,93
408,21
m m
440,0 800,0
1,08 1,53
4
Soquetes Lmpadas 127v X 60W Disjuntor de 15 A Rede de Energia
Eltrica de Alta Sub Total Sistema de Nebulizao Bicos Nebulizadores
Sub Total Cortina Externa Filme Plsticos 164,0x3,10x 0,30B Cabo de
Ao Cano de Ferro5/8 Corda 6mm Pimentes de Cermica Presilhas
Catracas p/ levantar a cortina Catracas de Cerca Arame n 12 Sub
Total Cortina Interna e Forro Filme Plstico cortina externa bar
Filme Plstico Forro Arame n. 12 Catraca de Cerca Gancho Pito
Borrachas c/ arruelas Corda 3,5 mm Prego Especial c/ grampo Alapo
para respiro c/ tnel Sub Total Sistema de Aquecimento Chapas de
Eucatex 2,40 x 0,60 Aquecedores gs/infrav. C/2 queim. Sub Total
Silos e Comedouros Silo, fundo cnico, 6,6 ton. Comedouro Tub.
Infantil, cap. 5kg c/ane Comedouro Tub. Adulto, cap. 20kg c/ane
SubTotal Bebedouros Bebedouros Infantis Bebedouros Tubular Adulto
Sub Total Outros Equipamentos Carrinhos 3 rodas p/ tranp. rao
Concha p/ abastecimento de rao Rastelo Removedor c/ 5 hastes
Pulverizador costal 20 Caixa Plstica 200 Sub -total Mo-de-obra
Administrativa Construo do barraco Construo de piso Acerto do piso
Instalao eltrica Instalao hidrulica Instalao das cortinas externa
Instalaes de cortinas internas e forro Instalao do sistema de
nebulizao Instalao do silo Sub-total TOTAL
unid unid unid unid
100,0 100,0 8,0 1,0
1,72 2,24 11,87 5.160,00
172,00 223,60 94,94 5.160,00 7.351,97 701,76 701,76
0,09 0,11 0,05 2,58 3,68 0,35 0,35
0,16 0,21 0,09 4,77 6,80 0,65 0,65
57,33 74,53 31,65 1.720,00 2.450,66 233,92 233,92
un
170,0
4,13
m m barra kg un un un un m
1.000,00 800,0 100,0 20,0 200,0 200,0 16,0 32,0 2.000,00
1,60 1,38 8,24 17,20 2,75 0,88 21,50 1,72 0,15
1.599,60 1.100,80 823,88 344,00 550,40 175,44 344,00 55,04
309,60 5.302,76
0,80 0,55 0,41 0,17 0,28 0,09 0,17 0,03 0,15 2,65
1,48 1,02 0,76 0,32 0,51 0,16 0,32 0,05 0,29 4,90
533,20 366,93 274,63 114,67 183,47 58,48 114,67 18,35 103,20
1.767,59
m m m un un un kg kg un
1.500,00 2.000,00 2.000,00 50,0 600,00 600,00 10,0 20,0
1,29 1,29 0,15 1,72 0,17 0,14 18,92 6,02 60,20
1.935,00 2.580,00 309,60 86,00 103,20 82,56 189,20 120,40 60,20
5.466,16
0,97 1,29 0,15 0,04 0,05 0,04 0,09 0,06 0,03 2,73
1,79 2,39 0,29 0,08 0,10 0,08 0,17 0,11 5,00
645,00 860,00 103,20 28,67 34,40 27,52 63,07 40,13 20,07
1.822,05
un un
144,0 48,0
8,94 103,20
1.287,94 4.953,60 6.241,54
0,64 2,48 3,12
1,19 4,58 6,68
429,31 1.651,20 2.080,51
un un un
4,0 260,0 600,00
2.752,00 7,57 14,36
11.008,00 1.967,68 8.617,20 21.592,88
5,50 0,98 4,31 10,80
10,18 1,82 7,97 19,96
3.669,33 655,89 2.872,40 7.197,63
un
240,0 240,0
3,44 13,24
825,60 3.178,56 4.004,16
0,41 1,59 2,00
0,76 2,94 3,70
275,20 1.059,52 1.334,72
un un un un un
1,0 1,0 1,0 1,0
430,00 19,61 73,10 154,80 77,40
430,00 0,00 73,10 154,80 77,40 735,30
0,22 0,00 0,04 0,08 0,04 0,37
0,40 0,07 0,14 0,07 0,68
143,33 0,00 24,37 51,60 25,80 245,10
D/h m m D/h h/h h/h Empreita m Empreita Empreita
40 120,0
34,40 34,40 2,24 17,20 21,50 34,40 275,20 0,69 206,40
1.376,00 4.128,00
0,69 2,06
1,27 3,82
458,67 1.376,00
4,0
344,00
1.376,00 6.880,00 101.010,61
0,69 3,44 50,51
1,27 6,36 100,00
458,67 2.293,33 33.670,20
5
O Uso de Mo-de-obraO grfico abaixo apresenta a demanda anual de
mo-de-obra (dirias) observada nas Redes de Referncias.40 35 30 25
Dirias 20 15 10 5 01 ms 1 Lote 2ms 1 ms 2 Lote 2ms 1 ms 3 Lote 2ms
1 ms 4 Lote 2ms 1 ms 5 Lote 2ms 1 ms 6 Lote 2ms
Mo-de-obra DisponvelContratada Familiar
O carregamento dos frangos e a limpeza do barraco aps a retirada
dos frangos so as atividades que, na maioria dos casos, demandaram
a contratao de mo-de-obra, principalmente por que necessitam
ocorrer em um curto espao de tempo. necessrio ter, no mnimo, 01
pessoa na propriedade com dedicao permanente para atender a demanda
de mo-de-obra na atividade (50 a 55 dirias por lote), alm de
contratar cerca de 15 diarista por lote.
Um bom manejo para obter melhor preoO desenvolvimento da
parceria, conhecida como integrao o pagamento pela engorda da fase
de pintainho ao frango adulto, este ciclo dura, em mdia, 45 dias.
Os itens analisados para a remunerao do produtor, so: o ndice de
mortalidade, a taxa de converso, a ocorrncia de doenas e a inspeo
aps o abate. Assim, a remunerao para o produtor, nesta parceria,
depende do bom manejo do avirio.
Avaliao de desempenho tcnicoTodos os lotes contm uma ficha de
acompanhamento, onde so anotados tudo aquilo que acontece do incio
ao final de cada ciclo. Essas anotaes permitem saber se um lote de
frangos produziu adequadamente. Um mtodo em uso o ndice de
Eficincia de Produo, o IEP.
IEP = (gmd x viabilidade) x 100 Converso alimentar
gmd (ganho mdio dirio) = peso mdio (kg) idade mdia (dia)
viabilidade = percentual de frangos vivos no final do lote Converso
alimentar = rao consumida (kg) frangos produzidos (kg)
6
Parmetro de anlise do resultado (IEP)< 200 200 - 220 Pssimo
Ruim 220-230 Regular 230-240 Bom 240-250 timo > 250
Excelente
Segundo o manual de manejo de frango de corte da empresa Frango
Seva, o resultado do IEP de cada lote depende, basicamente, de
quatro fatores principais: gentica, nutrio, sanidade e manejo. O
bom manejo do avirio responsvel por 70% do sucesso na pontuao do
IEP. No entanto, problemas como a falta de energia eltrica em
determinados perodos ou a ocorrncia de donas de difcil controle
podero reduzir a viabilidade do lote, consequentemente, o IEP.
Nesses casos, o preo pago pela indstria ser muito menor e o
produtor arcar com o prejuzo. Para dimensionar melhor essa diferena
basta saber que o preo pago pela industria tem variado de R$ 0,20 a
R$ 0,26 (julho/2004) por cabea, de acordo com o IEP.
Qual o potencial de desempenho tcnico?Conforme referncias
apresentadas pela Frango Seva (Comercio de Aves Sudoeste Ltda), em
lotes mistos, verificam-se os seguintes ndices de resultados
possveis:
viabilidade aos 49 dias..................................96,5%
mortalidade na primeira semana....................0,5 % ganho mdio
de peso (dirio).................51 gramas converso
alimentar.........................................1,95 peso mdio
aos 49 dias......................2.500 gramas
A Cama de FrangoAlm da engorda dos frangos, tem-se ainda a
produo da cama de frango, um composto orgnico (cepilho + esterco de
frango) que produzido aps cada criada. Normalmente, a cama retirada
a cada 2 lotes, porm, algumas integradoras permitem at 3 criadas em
uma mesma cama. Uma ave alojada produz, em mdia, 1,5 kg do composto
orgnico. O destino da cama de frango pode ser: A utilizao na
propriedade como adubo orgnico (cesso interna); A venda, como uma
opo a mais de receita na explorao;
7
O uso na alimentao animal (recentemente foi proibido por
problemas sanitrios);
Composio qumica da Cama de FrangoResultados de anlises qumicas
feitas em amostras de cama de frango na Regio de Londrina:Amostras
1 2 3 4 Mdia em % N 20,00 18,00 26,60 16,30 20,23 2 g/kg (matria
seca) P K Ca Mg S-SO4 16,70 31,30 22,80 7,50 4,70 10,70 18,10 19,60
5,40 4,40 13,60 26,30 23,60 5,07 4,85 13,60 18,10 27,40 6,70 4,40
13,65 23,45 23,35 6,17 4,59 1,36 2,34 2,33 0,62 0,46
Fonte: Redes de Referncias/Londrina
Preo recebido pela Cama de FrangoNo caso da venda da cama de
frango, os preos de comercializao observados, so: (R$/tonelada):
Mnimo: 45,00 Mdio: 55,00 Mximo: 65,00
8
Os Resultados EconmicosNa anlise econmica da atividade
consideram-se as seguintes condies: rea do barraco: 1.200 m Nmero
de lotes/ano: 6 Produo: 80.000 cabeas / ano Produo: 120 toneladas
de cama de frango / anoValor total (R$)17.600,00 6.600,00 24.200,00
6.200,00 4.100,00 10.300,00
DescrioRenda Bruta Frango 80.000 cabeas. Cama de frango 120
toneladas Total Custo Total Custo varivel Custo fixo Total
Renda
Valor por lote (R$)2.934,00 1.100,00 4.033,00 1.033,00 693,00
1.726,00
Valor por ave (R$)0,22 0,08 0,30 0,08 0,05 0,13
%73 27 100 62 38 100 100 74 58
Renda Bruta 24.200,00 4.167,00 0,30 Margem bruta 18.000,00
3.00,00 0,22 Lucro 13.900,00 2.316,00 0,17 vendas dos frangos (R$
0,22/cabea) e da cama (R$ 55,00/tonelada) no foi considerado a
mo-de-obra familiar foi considerado apenas a depreciao do barraco e
dos equipamentos
Receita Bimensal Lquida: R$ 2.316,00Verificou-se que, na mdia, a
remunerao lquida do produtor foi de R$ 2.316,00 por lote.
Observou-se em propriedades com sistemas de produo de gros e de
frango de corte, que essa renda garantiu as despesas familiares
durante perodos de frustraes de safras agrcolas.
Preo recebido pelo frangoO preo recebido pelo produtor por cabea
em 2002/2003 observado nas Redes de Referncias na Regio de Londrina
variou entre R$ 0,18 e R$ 0,26, com a mdia de R$ 0,22. Esses preos
so estipulados pela indstria de acordo com os resultados obtidos
pelo mtodo do ndice de Eficincia de Produo.
9
Contudo, trata-se de uma atividade comercial e os preos
recebidos pelos produtores dependem, ainda, do comportamento do
mercado. Em 2000, cerca de 80 % da produo total foi comercializada
no mercado interno.
Os Custos VariveisOs principais itens que compem os custos
variveis e o que representam em porcentagem so: Cama de frango /
cepilho (com o transporte).............................20 % Gs
............................................................................................50
% Energia
eltrica............................................................................5
% Diaristas (mo-de-obra
contratada)............................................15 %
INSS............................................................................................
6 %
Outros..........................................................................................
4 %
Os avicultores esto substituindo o uso dos aquecedores a gs por
aquecedores a lenha, reduzindo assim o custo varivel de produo.
Esses valores se alteram, de lote para lote, devido s variaes
climticas e dos preos dos insumos pagos pelos produtores. No foi
considerado o custo da mo-de-obra familiar. A remunerao da famlia
ser a renda lquida total obtida.
Os Custos FixosPara o clculo da depreciao do barraco e dos
equipamentos adotou-se, como critrio, vidas teis mdias de 25 anos
para o barraco e 10 anos para os equipamentos. O valor residual,
aps a vida til, igual a zero. No foram considerados, na anlise
econmica, os custos de oportunidade, da mo-de-obra familiar e de
seguro.
A anlise do investimentoObteve-se um fluxo de caixa com os
seguintes valores: Investimento inicial: R$ 56.000,00 Custo varivel
anual: R$ 6.300,00 Custo fixo anual: R$ 3.680,00 Remunerao da
mo-de-obra: R$ 200,00/mes Receita bruta anual: R$ 20.680,00 Perodo
de anlise: 10 anos Valor residual do barraco (com 10 anos de vida):
R$ 14.000,00 Valor residual dos equipamentos (10 anos de vida):
zero
10
A Taxa Interna de Retorno (TIR) e o Tempo de Retorno (TR),
foram:
TIR = 16 % ao ano
TR = 6 anos
Anlise de SensibilidadeValores mdios considerados: Barraco de
1.200 m, produo de 80.000 cabeas/ano e preo do frango de R$
0,22/cabea.
VariveisPreo do frango Produo de frango Custos totais + 20 % -
20 % + 20% -20% +20% -20%
TIR (%)21 10 21 10 11 19
TR (ano)5 7 5 7 7 5
Lucro (R$)+ 2.816,00 - 2.304,00 + 2.816,00 - 2.304,00 - 1.996,00
+ 1.663,00
Limitaes, Dificuldades e Riscos do AgronegcioEntre as exigncias
j apresentadas no incio desse material, ressalta-se o alto custo
inicial do empreendimento. Alm disso, a indstria pode limitar
(cerca de 60 km) distncia da granja at o abatedouro para efetuar o
contrato de integrao com o produtor. A avicultura de corte uma
atividade que precisa ser analisada junto com o sistema de produo
da propriedade, avaliando principalmente os impactos na ocupao da
mo-de-obra e no fluxo de caixa a curto, a mdio e em longo prazo,
antes de sua implantao. As margens de lucro so pequenas, assim, a
atividade no tolera muito erro na conduo do avirio, os imprevistos
e as recomendaes tcnicas dissociadas da anlise econmica. A taxa
interna de retorno observada foi 16% ao ano, em condies de
normalidade. Assim, para investir nessa atividade, indispensvel a
anlise de investimento feita por um profissional competente e
isento, levando em considerao a realidade do produtor interessado O
custo elevado para fazer o seguro do barraco outro fator limitante
observado. No se verificou nos acompanhamentos das Redes a
cobertura de seguro nesta atividade, o que pe em risco o capital
investido se ocorrer algum fato incontrolvel, tais como, ventania,
raio, e, principalmente, chuva de granizo. Observou-se que o tipo
de telhado utilizado (telhas de amianto com espessura inadequada),
em alguns avirios, facilmente danificado com chuvas de granizo.
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Caso ocorra a instabilidade financeira da indstria que faz o
contrato de integrao, isto poder refletir negativamente na
continuidade do negcio, na dificuldade que o agricultor ter para
receber o pagamento de aves j recolhidas pela indstria, enfim,
comprometer o empreendimento. Felizmente, esta hiptese no comum
acontecer neste setor, mas, por precauo, o contratante deve
examinar o contrato de integrao com muito cuidado para no ser
surpreendido em situaes como esta. Cresce cada vez mais a exigncia
por um produto ecologicamente correto, criaes com animais menos
estressados, entre outras. As indstrias devero contemplar a
utilizao de parmetros tcnicos mais rigorosos para melhorar o bem
estar das aves alojadas e evitar as barreiras comerciais impostas,
principalmente, pelo mercado externo. Verificou-se em uma
propriedade a morte de centenas de aves devido queda de energia
eltrica por mais de 2 horas consecutivas. A impossibilidade de
manter os ventiladores funcionando num dia quente, quando as aves
esto com mais de 35 dias de idade, pode causar srios prejuzos para
o produtor. A soluo preventiva: adquirir um gerador de energia
eltrica. Em um lote acompanhado observou-se, tambm, a ocorrncia de
uma doena de difcil controle, causada por vrus, na fase final de
produo, o que reduziu em cerca de 50% os resultados econmicos
esperados, pois a morte de aves foi progressiva e rpida. Por fim,
constatou-se que vrios produtores esto reclamando da
inflexibilidade na programao dos lotes e a falta de transparncia no
processo que resulta na definio dos valores pagos pelas aves
produzidas, por parte das indstrias que fazem a integrao. Margens
de Progresso e Perspectivas para o Futuro Dentro da porteira Como
foi apresentado na anlise de sensibilidade, um possvel aumento na
produo de frango e a reduo no custo de produo, ambos na ordem de
20%, podero resultar em ganhos lquidos superiores a 45 %, desde que
o preo do frango permanea estvel. As indstrias adotam padres de
eficincia de alto nvel, os quais, so exigidos do produtor rural.
Contudo, a qualidade e a eficincia so remuneradas, premiando os
bons resultados alcanados. Outra possibilidade que merece ateno e
estudo detalhado automatizar o fornecimento de gua e de alimento
para as aves. Tratase de um investimento elevado, mas reduz
significativamente a exigncia de mo-de-obra na conduo do
avirio.
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Fora da porteira Com a tendncia da populao mundial de consumir
menos carne vermelha e mais carne branca, verifica-se o aumento da
demanda pela carne de aves. A produo paranaense de frango de corte
cresceu 12 % , em 2001. O fato do Estado do Paran ser um dos
maiores produtores nacionais de milho e de soja contribui para o
crescimento da avicultura. A industrializao para exportao de frango
em cortes nobres e de alimentos pr-cozidos poder receber estmulos
de programas de desenvolvimento agro-industrial nos prximos
anos.
Indstrias nas Regies de Apucarana, Londrina e MaringDMARAPONGAS
AGOSTO COMAVES BIG FRANGO ARAPONGAS PR ARAPONGAS PR LONDRINA PR
ROLNDIA PR COROAVES CANO PELOSO IGUARAU MARING - PR MARING - PR
MARING - PR MARING - PR
FRANGO GRANJEIRO- ROLNDIA PR AVEBOM JAGUAPIT PR JAGUAPIT -
PR
JAGUAFRANGOS -
Literatura ConsultadaFRANGO SEVA. Comercio de Aves Sudoeste
Ltda. Manual de Manejo Frango de Corte. MIRANDA, A. R. Avicultura
SEAB/DERAL, 2001. p. 1-40. Prognstico Paran 2001. 2002. Curitiba:
EDIO
GOVERNO DO PARAN. Almanaque AMPLIADA. Curitiba: 2002. p. 76.
COMAVES. Voc Pode Fazer Parte da Famlia Comaves - Sistema de
Produo Integrada de frango de Corte.
Redes de Referncias para Agricultura Familiar