1. INTRODUOInterdisciplinaridade na cincia e na educao. No campo
do ensino, constitui condio para a melhoria da qualidade, uma vez
que orienta a formao global do homem. Essa formao integral ocorre
na medida em que os educadores estabelecem o dilogo entre suas
disciplinas, eliminando barreiras artificialmente postas entre os
conhecimentos produzidos e promovem a integrao entre o conhecimento
e a realidade concreta, as expresses da vida, que sempre dizem
respeito a todas as reas do conhecimento (FAZENDA, 1994).A proposta
de investigao da pesquisa pauta-se sobre a questo interdisciplinar
que a parceria do professor de Educao Fsica pode propiciar, no
contexto das instituies de Educao de infncia. Interdisciplinaridade
que tem como princpio norteador atitude de abertura do ser s novas
prticas, logo a novas aes e participaes. A interdisciplinaridade no
prope a eliminao da disciplinaridade, mas a questiona e a re-l em
um contexto mais amplo. Desvela que o conhecimento no resulta de um
simples contemplar, nem apenas de um refletir; mas de um agir, de
um analisar o que criado de uma atitude.Sendo assim, acreditamos
que o professor de educao fsica pode e deve apoiar-se na
especificidade pedaggica da educao fsica, como rea de conhecimento
que trata das prticas corporais de movimento, para estabelecer
parcerias em projetos coletivos de ensino, para assumir dentro do
processo de educao para a criana e com a criana, uma atitude
interdisciplinar. O Ensino de Cincias por meio dos Jogos
diversifica-se em funo das relaes sociais, da forma de se
expressar, das capacidades e da maneira de ser de cada um,
incentivando prtica do movimento por toda a vida do ser humano;
relacionando-se intrinsecamente as funes motora, afetiva e
cognitiva. Segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN,
2004), cabe ao professor de Educao Fsica conhecer, dominar,
produzir, selecionar e avaliar os efeitos da aplicao de diferentes
tcnicas e metodologias para a produo e interveno nos campos da
preveno, promoo e proteo da sade, podendo destacar temas relativos
a diversos eixos transversais, dentre os quais: gnero, sexualidade,
alimentao, hbitos saudveis, obesidade, desvios posturais, etc.
Desta forma, torna-se um agente interdisciplinar na Educao
Infantil, proporcionando uma aprendizagem simplificada, atravs da
vivncia ldica, descontrada, criativa e alegre.Da mesma forma
objetiva-se proporcionar s crianas situaes que permitam o ensino e
o aprendizado de cincias por meio do jogo salientando a importncia
do profissional de Educao Fsica na promoo da qualidade de vida
desta populao, pretende-se, tambm, evidenciar que o Ensino de
Cincias utilizando o jogo como ferramenta metodolgica pode ser uma
prtica que facilita a compreenso do mundo, influenciando sobre o
crescimento integral da criana desde a Educao Infantil.Diante do
exposto, o objetivo geral dessa pesquisa valorizar os Jogos e
Brincadeiras nas aulas Educao Fsica como Ferramenta no processo de
Ensino Interdisciplinar de cincias; e tm como objetivos especficos
descrever a percepo dos professores quanto ao mtodo utilizado;
constatar a concepo de alguns profissionais sobre as aulas de
Educao Fsica para a realizao de um trabalho interdisciplinar;
comprovar que a Educao Fsica trabalha tambm o lado cognitivo, onde
os jogos e brincadeiras podem ser utilizados como auxilio na
aprendizagem de outras disciplinas.Essa pesquisa tem como
justificativa o que vemos na educao o cada um por si, ou seja, cada
professor pensa apenas na sua disciplina e no consegue ou no quer
agir interdisciplinarmente com os contedos das outras disciplinas,
privando assim os alunos de adquirirem um conhecimento maior. A
forma desconectada como so abordados os conhecimentos desde o
ensino fundamental, passando pelo ensino mdio e chegando ao ensino
superior, faz com que os futuros profissionais da educao sejam
meros repassadores de contedo. Assim torna-se necessrio buscar
alternativas pedaggicas e curriculares que venham a melhorar o
Ensino de Cincias e da Educao Fsica, lanando mo da
interdisciplinaridade como ferramenta que busca conectar os
diferentes saberes das disciplinas na escola e no trabalho. Os PCN
apontam a interdisciplinaridade como uma estratgia a ser utilizada
nos projetos poltico-pedaggicos das escolas de ensino fundamental e
mdio. Para isso, instituram-se tambm a transversalidade e os eixos
temticos como estratgias articuladoras entre as diversas reas do
saber. Assim, a Educao Fsica e as Cincias, deveriam lanar mo dessas
ferramentas na tentativa de tornarem-se mais integradas, bem como
oportunizarem o exerccio da cidadania para o aluno. Ao interagir
com outras disciplinas, dentre elas, as Cincias, a Educao Fsica
poderia se valer dos chamados eixos temticos que abarcam aspectos
da vida como sade, tica, cultura, pluralidade racial, sexualidade e
outros. A aprendizagem da Cincias na Educao Infantil, trabalhada
com a Educao Fsica, deve ser significativa, ou seja, deve assumir
que aprender possui um carter dinmico, direcionado para os alunos
ampliarem cada vez mais suas participaes nas atividades de ensino
aprendizagem (SOUZA,1995). Podese pensar numa nova metodologia para
o Ensino das Cincias, levando em conta a importncia de discutir
sobre as brincadeiras para experimentar, transformar, reinventar,
inverter, surpreender, renovar e desestabilizar, o que pressupe as
aulas abertas na Educao Fsica Escolar.
2. JUSTIFICATIVAMuitos pesquisadores da rea j apontam que o
Ensino de Cincias deve iniciar na EI, porque nesse perodo da vida
que o ser humano est bastante interessado em explorar e descobrir
fatos do dia-a-dia, e as crianas podem ir alm da observao e descrio
dos fatos. O impacto do Ensino de Cincias sobre a qualidade da
educao se deve ao fato de que ele envolve um exerccio extremamente
importante de raciocnio, que desperta na criana seu esprito
criativo, seu interesse, melhorando a aprendizagem de todas as
disciplinas. Por isso, se a criana se familiariza com as cincias
desde cedo, assim mais chances ela tem de se desenvolver neste
campo e em outros.Atravs dos jogos e brincadeiras, a criana
aprende, exercita suas habilidades, percebem fascinada, coisas
novas, repete sem parar o que gosta, exploram e pesquisam o que h
de novo ao seu redor. Estudos mostram que crianas que brincam
bastante sero adultos mais ajustados e preparados para a vida.
brincando que se descobre como enfrentar situaes de medo, dor,
angstia, alegria ou ansiedade. Brincar e importante para o
desenvolvimento cognitivo, para o desenvolvimento da linguagem e
para a socializao.De acordo com FRIEDMANN (1992) Os jogos e
brincadeiras tm impacto prprio, e constituem, ao mesmo tempo, meios
para brincar e veculo da inteligncia e da atividade ldica.
incorreto dizer que a brincadeira uma atividade sem propsito, nela
a criana livre para determinar suas prprias aes e est liberdade
ilusria, pois suas aes esto subordinadas ao significado dos objetos
e a situao de criao imaginria considerada um meio do
desenvolvimento do pensamento abstrato (VYGOTSKY, 2001). So inmeros
os benefcios do jogo no desenvolvimento integral da criana, sem a
brincadeira (ldico) fica tedioso o processo de aprendizagem.A
prtica de qualquer atividade fsica demanda alteraes e adaptaes no
organismo de quem a pratica, por exemplo, sudorese, elevao da
frequncia cardaca, hiperventilao, resistncia muscular, mobilidade
articular, mobilizao generalizada do aparelho locomotor para
correr, saltar, dentre outros. As aulas de Educao Fsica possuem
essas caractersticas, uma vez que, constitui-se alm das aulas
tericas, de aulas prticas que se configuram como atividades fsicas
orientadas pelos professores.Com a realizao deste estudo, ser
possvel apresentar alternativas metodolgicas para prtica pedaggica
do educador, na insero do jogo como um meio de aprendizagem de
Cincias, contribuindo para o desenvolvimento desta populao.
3. OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL:Valorizar a Interdisciplinaridade nas aulas
Educao Fsica por meio de Jogos e Brincadeiras como Ferramenta no
processo de Ensino Aprendizagem em cincias.
OBJETIVOS ESPECFICOS:
Identificar a relao entre Educao Fsica e Cincias como contedo
escolar. Descrever a concepo dos Professores quanto aos mtodos
interdisciplinar utilizados. Avaliar os mtodos utilizados como
auxilio na aprendizagem da disciplina de Cincias.
4. REVISO DE LITERATURA
Ensino de Cincias.
A histria da Cincia um inesgotvel campo de pesquisa e pode ser
estudada sob diferentes perspectivas. O estudioso pode ater-se
evoluo das teorias nas diferentes reas do conhecimento, ou
dedicar-se aos paradigmas que orientam a atividade cientfica,
relacionando-os ao sistema social vigente, ressaltando os aspectos
da relao entre a Cincia e a Religio que influenciaram a produo
cientfica e o desenvolvimento social (KOSMINSKY, 1960). Com o
Renascimento surgem novas formas de ver a vida, ocasionando uma
crise social que culmina com a contestao das velhas tradies e o
rompimento da cincia com a religio. O homem descobre que capaz de
decidir por si, sente-se livre e coloca-se na posio de centro do
Universo, buscando objetividade nas suas experincias. O mundo deixa
de ser sagrado para tornar-se num objeto de uso para o prprio
homem, embora a crena em Deus permanecesse.Segundo KOSMINSKY
(1960), a Cincia, encontrava-se nessa poca sob forte influncia da
Igreja Catlica, e a Igreja, temendo perder sua autoridade, reprimia
toda idia que poderia traar novos caminhos para a cincia, impedindo
seu livre desenvolvimento. Durante toda essa poca a Igreja foi o
maior obstculo para o progresso do conhecimento cientfico. HEER
(1968) relata sobre a origem das
universidades,ondeascinciasnaturaiscomearam
mostrarem-seindependentes, ainda que, num papel particularmente
ambguo. Pois, a Igreja contrariava qualquer tentativa de descoberta
dos segredos da natureza invaso ilegal do ventre sagrado da Grande
Me.Para HEER (1968), teve uma colaborao muito importante ao ter
relacionado os princpios bsicos de todo o conhecimento, de modo a
possibilitar que todos os problemas, toda a cincia, toda a f fossem
decifradas. Por essa idia, foram criadas bases para que mais tarde
Eistein e Heisenberg desenvolvessem suas frmulas universais que
forneceram ao homem as chaves matemticas para o problema da matria,
da luz, da energia e das leis fundamentais do cosmos (HEER,1968,
p.325). Dentro desses mesmos princpios desenvolvidos por Lull,
encontra-se a busca por uma linguagem cientfica universal, de modo
que todos os homens pudessem se entender; o que para ele,
propiciaria a paz universal. HEER (1968) o considera um gnio
universal e ousado por anteceder as ideias de problemas do
futuro.Nos planejamentos escolares, principalmente no que tange aos
objetivos de cada disciplina ou rea de estudo, so usuais expresses
relacionadas ideia de tornar os alunos mais ativos ou criativos, no
entanto, pais e professores, formadores de opinio pblica, vm
insistindo na excessiva passividade e at na alienao de jovens e
adolescentes. Dificilmente so promovidas discusses que levam em
conta a finalidade de ser criativo, a quem esta contribuio vai
beneficiar, ou no que esta criatividade vai desencadear (ANGOTTI e
AUTH, 2001). A fundamentao e a concepo terica que a maioria dos
estudantes aprendeu, baseadas na Cincia Clssica e Moderna,
privilegiam em demasia uma determinada concepo de sociedade. A nova
era na questo comportamental iniciada com o advento da Cincia
Moderna - com o mecanismo, as idealizaes, a praticidade e a
explorao da natureza, influenciou significativamente a configurao
dos valores to difundidos na sociedade nos ltimos sculos (ANGOTTI e
AUTH, 2001).A crise no Ensino das Cincias d-se pela forma com que
as disciplinas so apresentadas e dispostas aos alunos, dando a
impresso de que se quer obrig-los a ver o mundo com os olhos de
cientistas. Embora isto seja um dos problemas do Ensino de Cincias,
enfatizamos aqui (como j descrito acima) que o academicismo
excessivo que impregna os currculos tambm uma das causas principais
da alienao ou desinteresse pelas cincias (brevemente, os estudantes
so obrigados a saber toda qumica, biologia, fsica e matemtica pelos
olhos dos estudiosos em cincias). Sendo mais especfico, os
estudantes tm que saber tudo o que as cincias acumularam nos ltimos
3 a 4 sculos. Assim, embora guiado ou imposto por acadmicos que no
sabem o que so as cincias, voltamos ao ponto onde se quer que os
estudantes vejam o mundo com os olhos dos cientistas, mas modulados
ou alterados pelos olhos dos professores de cincias. Enquanto o que
teria sentido para eles seria um ensino de cincias que ajudasse a
compreender o mundo deles.
O Ensino de Cincias no Brasil As caractersticas do ensino, de
forma geral, refletem o momento poltico, econmico e cultural de uma
sociedade. Tal fato nitidamente percebido quando se faz uma breve
anlise histrica do ensino de Cincias no Brasil e no mundo.
Mundialmente, o desenvolvimento do ensino de Cincias sempre esteve
vinculado aos aspectos poltico-econmicos da poca. Pases com longa
tradio cientfica, como Inglaterra, Frana, Alemanha e Itlia,
definiram cada um, com suas prioridades e inclinaes, o que e como
se deve ensinar Cincias, do nvel elementar ao superior (DELIZOICOV
& ANGOTTI, 1992). No Brasil, o ensino de Cincias foi
introduzido no currculo do Ensino Bsico como condio para a formao
do cidado e para atender s necessidades do desenvolvimento
tecnolgico do pas (MELO, 2000). Nas dcadas de 1950 e 1960, o ensino
de Cincias refletiu a situao do mundo ocidental aps a Segunda
Guerra Mundial. A industrializao e o desenvolvimento tecnolgico e
cientfico que vinham ocorrendo no puderam deixar de provocar
choques no currculo. a fase da realizao dos grandes projetos, em
que h uma preocupao com a elaborao de bons materiais e a adequao
das escolas com toda a estrutura possvel, inclusive com
laboratrios. As escolas foram transformadas em verdadeiros clones
de laboratrios, a atividade de ensinar e manipular o laboratrio no
eram do professor, mas de um expert devidamente preparado para esse
fim (KRALSICHIK, 2000; MELO, 2000). Nesse perodo, houve a
substituio da estrutura agro-comercial por uma nova estrutura
societria urbano-industrial decorrente do desenvolvimento
cientfico-tecnolgico. Abriu-se, assim, espao para um ensino de
Cincias pautado na valorizao da participao do estudante no processo
de aprendizagem do mtodo cientfico, por meio de atividades prticas
de laboratrio, objetivando a formao de futuros cientistas. Tambm, o
novo cenrio social provocou mudanas significativas no currculo de
Cincias e na educao de base no Brasil, a partir do momento em que
passou a considerar a formao do trabalhador como uma pea importante
para atender exigncia crescente do desenvolvimento
cientfico-tecnolgico. Criou-se, assim, um distanciamento entre o
que era ensinado em Cincias e o conhecimento necessrio produo
cientfica e ao desenvolvimento da tecnologia (SANTOS, 2006). De
fato, com a imposio da ditadura militar em 1964, o papel da escola
modificou-se, deixando de enfatizar a cidadania para buscar a
formao do trabalhador, considerado agora pea importante para o
desenvolvimento econmico. Deste modo, as disciplinas ligadas formao
do trabalhador passaram a fazer parte do currculo, o que determinou
a fragmentao das matrias cientficas sem que houvesse um
correspondente benefcio na formao do profissional (KRALSICHIK,
2000). Posteriormente, o desenvolvimento de recursos tecnolgicos e
didticos quase autnomos e a focalizao do professor como gerente dos
recursos e fonte de motivao da aprendizagem dos estudantes nas
dcadas de 1960 e 1970 obscureceram de certa forma a importncia do
conhecimento cientfico do docente em favor de habilidades de
organizao. Neste perodo o Banco Mundial financiou a realizao de
alguns projetos didticos considerados " prova de professor". Nestes
projetos, a qualidade do contedo ensinado deveria ser garantida
pelo material distribudo aos estudantes e a coordenao das
atividades didticas ficaria a cargo de monitores preparados
mediante cursos de treinamento especfico, sem a necessidade de uma
longa formao na disciplina especfica (VILLANI & PACCA,1997). As
licenciaturas de curta durao, em que o contedo especfico bastante
restrito para dar lugar aos contedos de carter pedaggico, podem ser
consideradas a verso brasileira dessa viso (VILLANI & PACCA,
1997). Por volta da dcada de 1970, em razo das necessidades geradas
pelo desenvolvimento tecnolgico do pas, o ensino de Cincias, alm de
visar formao de cientistas, passa a incorporar mais um objetivo:
permitir a vivncia do mtodo cientfico como necessrio formao do
cidado, buscando elaborar um currculo de Cincias que pudesse
integrar Cincia, Tecnologia e Sociedade (CTS). Comeava-se, assim, a
se pensar na democratizao do ensino destinado ao homem comum que
tinha que conviver com o produto da Cincia, da Tecnologia, e do
qual se requeria conhecimento, no apenas como especialista, mas
tambm como futuro poltico, profissional liberal, cidado, enfim.
Sendo capaz de discutir e refletir acerca das implicaes sociais do
desenvolvimento cientfico e da neutralidade da Cincia (DELIZOICOV
& ANGOTTI, 1992). Na dcada de 1980, tendncia reproduzida nos
anos seguintes, a ateno volta-se ao processo de construo do
conhecimento cientfico pelo estudante. A partir do surgimento de
diferentes correntes construtivistas, comeou a haver uma circulao
de pequenos projetos, centrados na escola e no professor (VILLANI
& PACCA, 1997). Alm disso, diante da necessidade de atender aos
movimentos educacionais progressistas da poca, e garantir a todos o
acesso ao conhecimento exigido pelo novo modelo societrio, o
direito educao de base, estendido aos jovens e adultos, assegurado
pela Constituio Federal Brasileira de 1988. Na atualidade, seguindo
a tendncia da educao de uma forma geral, as atenes do ensino de
Cincias Naturais tm como base a idia de cidadania e a formao de
professores com novos perfis profissionais. Ainda assim, apesar da
preocupao com o desenvolvimento pleno do indivduo, o tema cidadania
no foi incorporado por grande parte dos docentes que atuam nas mais
diversas disciplinas. Foi no contexto da formao do cidado, do homem
comum e do trabalhador, que a Constituio Federal Brasileira de
1988, atendendo aos movimentos educacionais progressistas da poca,
instituiu, pela primeira vez no plano legal, o direito ao Ensino
Fundamental, inclusive aos que a ele no tiveram acesso na idade
prpria, incluindo, os jovens e adultos. O atual momento nos mostra
uma quase que total inrcia do Ensino de Cincias, quanto aos cursos
de formao de cientistas e de cursos tecnolgicos que usam o contedo
de cincias, referindo-se ao Ensino de Cincias em geral, so
divididos em duas correntes aparentes: a academicista e a
integradora. A academicista v as Cincias como algo que s tem valor
dentro de si mesmo. A ideia cientfica se justifica por si s, isto ,
o cientista aquele que domina muito do puro saber cientfico e que
no precisa buscar motivos para sua aplicabilidade (HOLTON, 1979),
como exemplos, poderamos citar: na qumica, o balanceamento de
equaes de reaes hipotticas; na biologia, o estudo da terminologia
relacionada formao dos gametas femininos nas angiospermas; na
fsica, o estudo da reflexo da luz em diferentes espelhos. A partir
desta viso, poder-se-ia ento questionar os especialistas e
professores de cincias acerca da importncia e aplicabilidade destes
conhecimentos. Na prtica esta abordagem pode estar afastando os
estudantes das cincias. A segunda corrente coloca o Ensino de
Cincias como algo que poderia tentar integrar o sujeito ao mundo
com uma viso diferenciada, com aspectos relativos ao ambiente
(HOLTON, 1979), isto , como a atividade humana tem degradado o meio
ambiente, trazendo possveis implicaes decorrentes desta degradao:
Abordar biologia, qumica e fsica, por exemplo, dentro do fenmeno de
fixao de carbono durante a fotossntese, isto , luz vira
rvore=madeira, via reaes qumicas. Na biologia da sade, poderia se
estudar a relao entre os organismos e como eles interagem. Por
exemplo, o estudo dos vrus, bactrias, protozorios, vermes, etc e a
relao do mesmo com o ambiente fsico, qumico e biolgico. Esta
segunda corrente emergente esbarra na falta de flexibilidade do
comportamento humano tradicional. Isto , somos educados para
repetir um sistema e, na prtica, no conseguimos nos afastar deste.
Assim, quando se deveria trabalhar no sentido de formar pessoas
mais desprendidas do formalismo acadmico e com maior capacidade de
se adaptar a novas situaes, trabalha-se no sentido de se manter a
excluso academicista do Ensino de Cincias e das outras disciplinas.
Neste contexto, na prtica escolar atual, as disciplinas esto
estanques e incomunicveis, cada uma tem o seu saber e estes no se
misturam. Persiste ainda a dificuldade da concretizao de qualquer
tentativa de conversa entre a biologia, a qumica e a fsica (citando
apenas as Cincias Naturais). Alm disso, os professores dos
diferentes nveis de ensino (fundamental, mdio e superior) podem ser
ainda considerados meros transmissores de conhecimentos advindos de
livrostexto, onde a abertura e a flexibilidade para conhecer e
praticar novas abordagens esbarram no temor pela exposio da
fraqueza dos saberes individuais. Ensino de Educao Fsica SOARES
(2007) afirma, em seus estudos acerca da histria da Educao Fsica,
que o sculo XIX especialmente importante para o entendimento da
Educao Fsica, uma vez que neste sculo que se elaboram conceitos
bsicos sobre o corpo e sobre sua utilizao como fora de trabalho.
Neste contexto, relata que a Educao Fsica encarna e expressa os
gestos automatizados, disciplinados, e se faz protagonista de um
corpo saudvel: torna-se receita e remdio para curar os homens de
sua letargia, indolncia, preguia, imoralidade, e, desse modo, passa
a integrar o discurso mdico, pedaggico e familiar. Nas primeiras
dcadas do sculo XIX, a economia europia encontra-se em plena
expanso. A necessidade de um grande contingente de mo-de-obra se
faz presente para atuar em diferentes setores da produo, em
diferentes ramos do capital inerentes diviso do trabalho que, a
cada momento, fragmenta-se mais e mais (SOARES, 2007). Assim, o
discurso das classes no poder ser aquele que afirmar a necessidade
de garantir s classes mais pobres no somente a sade, mas tambm uma
educao higinica e, atravs dela, a formao de hbitos morais. neste
discurso que incorpora a Educao Fsica e a percebe como um dos
instrumentos capazes de promover uma assepsia social, de viabilizar
esta educao higinica e de moralizar os hbitos. Entretanto,
CASTELLANI FILHO (1988) diz que a histria da Educao Fsica no
Brasil, em muitos momentos, se confunde com a dos militares. De
fato, cita vrios exemplos, como: A criao da Escola Militar pela
Carta Rgia de 04 de dezembro de 1810, com o nome de Academia Real
Militar, dois anos aps a chegada da famlia real ao Brasil; a
introduo da Ginstica Alem, no ano de 1860, atravs da nomeao do
alferes do Estado Maior de segunda classe, Pedro Guilhermino Meyer,
alemo, para a funo de contramestre de Ginstica da Escola Militar;
assim como a fundao, pela misso militar francesa, no ano de 1907,
daquilo que foi o embrio da Escola de Educao Fsica da Fora Policial
de So Paulo o mais antigo estabelecimento especializado de todo o
pas -; a portaria do Ministrio da Guerra, de 10 de janeiro de 1922,
criando o Centro Militar de Educao Fsica, cujo objetivo enunciado
em seu artigo primeiro era o de dirigir, coordenar e difundir o
novo mtodo de Educao Fsica e suas aplicaes desportivas Centro esse
que s passou a existir, de fato, alguns anos mais tarde, quando do
funcionamento do curso provisrio de Educao Fsica somados a muitos
outros fatos, como por exemplo a marcante presena dos militares da
formao dos primeiros professores civis de Educao Fsica em nosso
meio. Para BRACHT (1996), na Educao Fsica, as teorias da construo
do conhecimento, como as teorias da aprendizagem, com raras excees,
so desencarnadas - o intelecto que aprende, ou ento, depois de uma
fase de dependncia, a inteligncia finalmente se liberta do corpo.
Inclusive, as teorias sobre a aprendizagem motora so em parte
cognitivistas. Dentro deste contexto, o nascimento da Educao Fsica
se deu, por um lado, para cumprir a funo de melhorar a construo de
corpos saudveis, afim de, melhorar o processo produtivo na viso
poltica nacionalista e de outro, legitimado pelo conhecimento
mdico-cientfico, pelas vantagens da interveno da Educao Fsica no
corpo saudvel. De acordo com COLETIVO DE AUTORES (1992), a
influncia do esporte no sistema educacional to forte que no o
esporte da escola, mas sim o esporte na escola. O esporte , para
essa fase, o objetivo e o contedo da Educao Fsica escolar e
estabelece uma nova relao passando de professor-instrutor para
professor-treinador. nesse perodo que, em funo da necessidade da
melhoria do rendimento do aluno-atleta, h um aumento no nmero de
pesquisas e de publicaes relacionadas fisiologia do exerccio,
biomecnica e teoria do treinamento. nesse momento que a Educao
Fsica passa por um perodo de valorizao dos conhecimentos produzidos
pela cincia. Todavia at o momento, pouco tem sido feito em termos
de implementao dessas ideias na prtica da Educao Fsica, embora haja
um esforo neste sentido. RESENDE (1994), adepto desta abordagem,
afirma que ... os que defendem os pressupostos da perspectiva
dialtica ou histrico crtico ainda no deram contribuies relevantes
no sentido da elaborao didtico-pedaggica, de modo a subsidiar a
prtica educativa. Isto , a essncia do sistema educacional no tem
mudado ao longo de vrias dcadas. Uma das principais obras j
publicadas dentro da perspectiva crtico emancipatria no escopo da
Educao Fsica de autoria do Professor Elenor Kunz e intitulada
Transformao Didtico-pedaggica do Esporte inspirada, especialmente,
nos pressupostos da teoria crtica da escola de Frankfurt. Nesse
livro, o autor busca apresentar uma reflexo sobre as possibilidades
de ensinar os esportes pela sua transformao didtico-pedaggica, de
tal modo que a Educao contribua para a reflexo crtica e
emancipatria das crianas e jovens. O ensino na concepo
crtico-emancipatria deve ser um ensino de libertao de falsas
iluses, de falsos interesses e desejos, criados e construdos nos
alunos pela viso de mundo que se apresentam a partir do
conhecimento. O ensino escolar necessita, desta forma, basear-se
numa concepo crtica, onde no pode existir nenhuma atividade
culturalmente produzida pelo homem que no seja corporal (KUNZ,
1994). KUNZ (1994), entende que o COLETIVO DE AUTORES (1992), prope
a mesma classificao tradicional do esporte; por exemplo, no
atletismo apresenta a diviso da modalidade em elementos de correr,
saltar e arremessar lanar. Em suma, nas palavras do autor ... em
termos de uma metodologia de ao para instrumentalizar o
profissional da prtica... defronta-se mais uma vez com esta nova
falta de transparncia metodolgica para o ensino da Educao Fsica
numa perspectiva crtica... (KUNZ, 1994, p.21). Como j foi dito
acima, KUNZ (1994), defende o ensino crtico, pois a partir dele que
os alunos passam a compreender a estrutura autoritria dos processos
institucionalizados da sociedade e que formam as falsas convices,
interesses e desejos. Assim, a tarefa da Educao crtica promover
condies para que estas estruturas autoritrias sejam suspensas, e o
ensino encaminha no sentido de uma emancipao, possibilitada pelo
uso da linguagem. A linguagem tem papel importante no agir
comunicativo e funciona como uma forma de expresso de entendimentos
do mundo social, para que todos possam participar em todas as
instncias de deciso, na formulao de interesses e preferncias e agir
de acordo com as situaes e condies do grupo em que se est inserido
e do trabalho no esforo de conhecer, desenvolver e apropriar-se da
cultura. DALIO (1995) entende que o professor de Educao Fsica est
inserido num contexto cultural repleto de representaes sobre o
mundo, o corpo e a escola, e que a prtica transformadora s seria
possvel a partir da compreenso do universo de significados do
professor de Educao Fsica. Na prtica escolar observa-se uma
discusso mais acadmica e menos pessoal, o que possibilitou um
dilogo maior entre os profissionais, acabando por conduzir alguns
dos seus membros a refletirem sobre a Educao Fsica na escola dentro
de uma perspectiva biolgica, na tentativa de superao dos modelos
higinicos e eugnicos, to presentes na construo histrica da rea.
Assim, NAHAS (1997), GUEDES & GUEDES (1996), para citar alguns,
passam a advogar em prol de uma Educao Fsica escolar dentro da
matriz biolgica, embora no tenham se afastado das temticas da sade
e da qualidade de vida. GUEDES & GUEDES (1996) ressaltam que
uma das principais preocupaes da comunidade cientfica nas reas da
Educao Fsica e da sade pblica levantar alternativas que possam
auxiliar na tentativa de reverter elevada incidncia de distrbios
orgnicos associados falta de atividade fsica. Assim, pode-se
especular que ainda atual a viso puramente biolgica da Educao
Fsica, isto , a Educao Fisica no serve para formar um sujeito
crtico, mas sim para format-lo dentro de um padro de sade (e
beleza), embora no possamos negar a importncia da atividade fsica
como instrumento para promover a sade (GUEDES & GUEDES, 1996;
NAHAS, 1997). Todavia, a sua existncia na escola, dada a
esporacidade, no se justifica dentro desta perspectiva promotora de
sade, portanto, poderamos afirmar que tanto a Educao Fsica como as
demais disciplinas, visam atender no a formao do sujeito, mas sim
aspectos academicistas tradicionais, descontextualizados e fora da
realidade da maioria dos estudantes. Isto , a academia
(universidade) consegue impor (ou de fato intenciona
conscientemente) durante a formao de seus egressos aspectos
abstratos (conteudistas) e aspectos subliminares da manuteno da
estrutura social.A interdisciplinaridade entre Educao Fsica e as
Cincias na escola A abordagem contida nos PCN (1998) ecltica e
aponta no sentido de abarcar as diferentes possibilidades da Educao
Fsica na escola, ou seja, sade, o lazer e a reflexo crtica dos
problemas envolvidos na cultura corporal de movimento. Para isso,
deveria lanar mo da necessidade da reflexo dos grandes problemas da
sociedade brasileira (temas transversais) ligados cultura corporal
de movimento e observao das dimenses atitudinais e conceituais,
para alm do fazer (dimenso procedimental). A incluso destas
dimenses significaria que as aulas de Educao Fsica deveriam deixar
de ter um enfoque apenas ligado ao aprender a fazer, mas deveriam
incluir uma interveno planejada do professor quanto ao conhecimento
que est por trs do fazer, alm dos valores e atitudes envolvidos nas
prticas da cultura corporal de movimento. Muito se tem falado sobre
a contribuio da interdisciplinaridade na cincia e na educao. No
campo do ensino, constitui condio para a melhoria da qualidade, uma
vez que orienta a formao global do homem. Essa formao integral
ocorre na medida em que os educadores estabelecem o dilogo entre
suas disciplinas, eliminando barreiras artificialmente postas entre
os conhecimentos produzidos e promovem a integrao entre o
conhecimento e a realidade concreta, as expresses da vida, que
sempre dizem respeito a todas as reas do conhecimento (FAZENDA,
1991). Assim, a escola ter diversos caminhos a trilhar, propondo um
conjunto de aes didticas que levem as crianas a desenvolverem noes
e conceitos matemticos privilegiando a percepo de cada um por
inteiro. Nessa perspectiva, valoriza-se o ensino que v o aluno como
um ser prprio, que possui vontades, sentimentos e que, sobretudo
est inserida em contextos culturais diferenciados e por isso
necessita de possibilidades diferentes para desenvolver as
competncias cognitivas. neste sentido que a interdisciplinaridade
com a Educao Fsica se faz importante (LEITE, 1996) De fato, o
planejar do professor deve ser flexvel e aberto s novas
interferncias, novas perguntas para sincronizar o caminhar do
ensino com o da aprendizagem. Muitos so os verbos que se somam,
quando se fala na palavra brincar. Podese pensar numa nova
metodologia para o ensino da Matemtica (cincias), levando em conta
a importncia de discutir sobre as brincadeiras para experimentar,
transformar, reinventar, inverter, surpreender, renovar e
desestabilizar, o que pressupe as aulas abertas na Educao Fsica
Escolar (LEITE, 1996). No esporte a criana est em constante contato
com a matemtica, seja para contar pontos, dividir tempos, ler
tabelas, construir grficos, estudar linhas de marcao das quadras e
tambm com cincias ao conhecer seu prprio corpo, suas partes e o
funcionamento do seu organismo de um modo geral. A Escola deveria
fazer um levantamento dos conhecimentos que a criana traz de sua
experincia, procurando a todo o momento desenvolver e acompanhar o
processo que vai se estabelecendo, buscando e usando uma linguagem
matemtica com a criana atravs da Educao Fsica (FAZENDA, 1979). A
criana precisar estabelecer relaes, solucionar problemas e fazer
reflexes para desenvolver noes cada vez mais complexas. Assim, a
Escola ter diversos caminhos a trilhar, propondo um conjunto de aes
didticas que levem as crianas a desenvolverem noes e conceitos
matemticos privilegiando a percepo de cada um por inteiro. Nessa
perspectiva, valoriza-se o ensino que v a criana como um ser
prprio, que possui vontades, sentimentos e que, sobretudo, est
inserida em contextos culturais diferenciados e por isso necessita
de possibilidades diferentes para desenvolver as competncias
cognitivas (MOURA,1992). neste sentido que a interdisciplinaridade
com a Educao Fsica se faz importante. A aprendizagem da Matemtica e
das Cincias na Educao Infantil, trabalhada com a Educao Fsica, deve
ser significativa, ou seja, deve assumir que aprender possui um
carter dinmico, direcionado para os alunos ampliarem cada vez mais
suas participaes nas atividades de ensino aprendizagem (SOUZA,
1995). Podese pensar numa nova metodologia para o Ensino das
Cincias, levando em conta a importncia de discutir sobre as
brincadeiras para experimentar, transformar, reinventar, inverter,
surpreender, renovar e desestabilizar, o que pressupe as aulas
abertas na Educao Fsica Escolar. Para WALLON (1989) antes do
aparecimento da fala a criana se comunica com o ambiente atravs de
uma linguagem corporal e utiliza o corpo como ferramenta para se
expressar. PIAGET(2000) tambm fez algumas referncias sobre o estudo
do corpo e a aprendizagem e estudou amplamente as inter-relaes
entre a motricidade e a percepo. Ele reala a importncia dos
aspectos corporais na formao da imagem mental e na representao
imaginria. O prprio desenvolvimento da noo do espao est envolvido
em atividades que propiciem movimento para a criana. A criana
enquanto brinca pode ser incentivada a realizar contagens, comparao
de quantidades identifica algarismos, adiciona pontos, percebe
intervalos numricos, isto , inicia a aprendizagem dos contedos
relacionados ao desenvolvimento cognitivo aritmtico. nesse sentido
que a interdisciplinaridade de outras disciplinas com a Educao
Fsica poderia se fazer importante. O pensamento interdisciplinar na
Educao Fsica, sugere relacionar a aprendizagem escolar das Cincias
com o processo de desenvolvimento motor da criana. Nesse sentido, o
papel da Educao Fsica, poderia adquirir a funo de instrumento
facilitador do ensino, quando na prtica, demonstraria o significado
concreto e a aplicabilidade dos contedos adquiridos em sala de aula
na teoria (RIBAS, 2007). Isto , sem perder o papel de promover a
corporeidade e sem comprometer sua individualidade como ferramenta
formadora de cidados, a prtica escolar da educao fsica poderia ser
facilmente integrada ao ensino de biologia, qumica e fsica,
principalmente por proporcionar o movimento do corpo como objeto de
estudo. Porm, os discursos so altamente defendidos por todos e
aplicados por uma pequena parte de professores, que permanecem
atrelados repetio e mesmice das suas aulas, sendo apenas um
repassador de informaes. Na Educao Fsica e nas Cincias o
movimentar-se humano poderia ser entendido como uma forma de
comunicao com o mundo. A proposta apontaria para a tematizao dos
elementos da cultura do movimento, de forma a desenvolver nos
alunos a capacidade de analisar e agir criticamente nesta esfera,
no campo de ensino, constituiria condio para a melhoria da
qualidade de vida, uma vez que orientaria a formao global do
homem.
Educao Fsica Escolar
De acordo com Buczek (2009), durante muito tempo, as aulas de
Educao Fsica foram vistas como o momento para o lazer ou de
trabalhar o corpo, desenvolvendo suas funes fsicas, reforando uma
concepo dicotmica de corpo e mente. Atualmente a Educao Fsica
considerada, legalmente como disciplina integrante do projeto
pedaggico da escola, observada a lei de diretrizes e bases
promulgada em 20 de dezembro de 1996. Essa lei coloca a Educao
Fsica no mesmo patamar de importncia que as outras disciplinas no
contexto escolar. A Educao Fsica como componente curricular esta no
bloco de Linguagens, cdigos e suas tecnologias (FINCK, 2011).A
vivencia da prtica da Educao Fsica oportuniza o desenvolvimento no
s de habilidades, mas de competncias importantes para uma melhor
convivncia em grupo, como a capacidade de compartilhar, trocar,
ouvir e aprender uns com os outros (FINCK, 2011).Apesar de as
crianas entrarem na escola com uma grande carga de conhecimento, de
habilidades, produzidas pelo seu cotidiano, na escola que a
aprendizagem organizada, ali onde so organizadas as condies
especificas para a transmisso e assimilao de conhecimentos e
habilidades. Esta organizao intencional, planejada e sistemtica das
finalidades e condies da aprendizagem escolar tarefa especifica do
ensino (MELO, 2008) A escola tem o dever de proporcionar ao aluno
desde sua entrada na escola maneiras de aperfeioar sua parte
motora. Betti, apud Finck (2011), afirma que no basta o aluno
aprender a correr, jogar ou saber fazer inmeros exerccios, sem que
entenda o porqu dessa prtica e quais os benefcios que vai obter com
essa vivncia. O indivduo um ser de carncias e est em constante
aprendizado. E tratando-se do aprendizado da corporeidade, ele s
ocorre em condies ambientais favorveis ao seu desenvolvimento. O
papel da escola e do professor criar um ambiente acolhedor e propor
situaes aos seus alunos, para que possam tambm explorar e
desenvolver sua corporeidade.
Educao Fsica no Ensino Fundamental
Ao falar sobre a Educao Fsica Escolar, deve-se entender que as
aulas devem contribuir para melhoria da autoestima das crianas,
para a formao do carter e da cidadania alm de propiciar o
desenvolvimento das habilidadesfsico motoras inerentes faixa etria
compreendida do 1 ao 5 ano do Ensino Fundamental. Para tal fim, o
Sistema Educacional deve dispor de profissionais competentes,
hbeis, comprometidos e acima de tudo, que respeitem as fases de
maturao da cada criana. E a escola como umcentro de estudo,
conhecimento e saber, tornando-se um ambiente pleno de exerccio da
cidadania contribuindo para a formao do indivduo, pois o seu
objetivo colaborar na formao de pessoas para que possam ser crticos
e participativos na sociedade. A Educao Fsica no pode ser apenas um
corpo estranho neste processo, e nem algo mecnico e tcnico como foi
na dcada de 1980 em que buscava suprir as angstias de toda uma nao
no esporte, ou mesmo ser apenas um componente curricular no
contexto escolar desprovido de sentido, fundamentada apenas no
discurso da legalidade. As polticas pblicas para o desenvolvimento
do desporto nacional esto direcionadas para a formao de atletas de
alto rendimento, contrariando a viso pedaggica da Educao Fsica
Escolar, que proporcionar vivncias cotidianas na construo de valore
e conceitos da cultura corporal de movimento. Deve-se fazer uma
anlise sobre esses procedimentos em que as abordagens crticas da
Educao Fsica, fundamentadas no desenvolvimento da cultura corporal,
preconizam as danas, lutas, ginsticas, jogos e esporte como
manifestaes que devem ser desenvolvidas no mbito da Educao Fsica
Escolar.Segundo versa a Lei de Diretrizes e Bases da Educao
Nacional LEI 9394/96 (BRASIL, 1996) A Educao Fsica, integrada
proposta pedaggica da escola um componente curricular obrigatrio na
Educao Bsica, ajustando-se s faixas etrias e s condies da populao
escolar. Com isto buscam-se meios para o desenvolvimento de uma
proposta pedaggica fundamentada na LDB, nos Parmetros Curriculares
Nacionais e no Referencial Curricular Nacional, que atuando nas
sries iniciais do Ensino Fundamental, afirmam cada vez mais a
importncia de se oferecer este componente curricular, desenvolvendo
de forma integral os aspectos cognitivos, motor e scioafetivo do
educando. Com isto buscam-se meios para o desenvolvimento de uma
proposta pedaggica fundamentada na LDB, nos Parmetros Curriculares
Nacionais e no Referencial Curricular Nacional, que atuando nas
sries iniciais do Ensino Fundamental, afirmam cada vez mais a
importncia de se oferecer este componente curricular, desenvolvendo
de forma integral os aspectos cognitivos, motor e scioafetivo do
educando.Sob o ponto de vista constitucional, o acesso educao um
direito do cidado e um dever do Estado, logo a Educao Fsica como
parte integrante do currculo escolar, tambm se torna um direito de
todos aqueles que usufruem da escola, do mesmo modo que as demais
disciplinas da Base Nacional Comum da Educao Bsica. No entanto, a
realidade nos mostra que esse processo no ocorre conforme o
esperado, pois apesar da legislao nacional incluir a Educao Fsica
no currculo escolar portanto dentro da escola o componente
curricular ainda se encontra fora de muitas instituies de ensino. A
maioria dos alunos no consegue participar ativamente de uma aula de
Educao Fsica, e os motivos podem ser os mais diversos e vo desde a
falta de espao, a falta de matria, a falta de habilidade motora do
aluno, a falta de interesse do aluno e fundamentalmente, a falta de
preparo adequado do professor para exercer o seu trabalho.
PCN para o Ensino Fundamental O Ministrio da Educao e do
Desporto, atravs da Secretaria de Ensino Fundamental, inspirado no
modelo educacional espanhol, mobilizou a partir de 1994 um grupo de
pesquisadores e professores no sentido de elaborar os PCN. Em 1997,
foram lanados os documentos referentes aos 1 e 2 ciclos (1 a 4
sries do Ensino Fundamental) e no ano de 1998 os relativos aos 3 e
4 ciclos (5 a 8 sries), incluindo um documento especfico para a rea
da Educao Fsica (BRASIL, 1998). Em 1999, foram publicados os PCN do
Ensino Mdio por uma equipe diferente daquela que comps a do Ensino
Fundamental, e a superviso ficou sob a responsabilidade da
Secretaria de Educao Mdia e Tecnolgica, do Ministrio da Educao e do
Desporto (BRASIL, 1999). Os elaboradores dos PCN de 5 a 8 sries,
publicados em 1998, foram os professores Marcelo Jabu e Caio Costa.
De acordo com o grupo que organizou os (PCN, 1998), estes
documentos tm como funo primordial subsidiar a elaborao ou a verso
curricular dos estados e municpios, dialogando com as propostas e
experincias j existentes, incentivando a discusso pedaggica interna
s escolas e a elaborao de projetos educativos, assim como servir de
material de reflexo para a prtica dos professores. Quanto primeira
considerao (princpio da incluso), a proposta destaca uma Educao
Fsica na escola dirigida a todos os alunos, sem discriminao.
Ressalta, tambm, a importncia da articulao entre aprender a fazer,
a saber, por que est fazendo e como relacionar-se neste fazer,
explicitando as dimenses dos contedos procedimental, conceitual e
atitudinal, respectivamente. Alm disso, prope um relacionamento das
atividades da Educao Fsica com os grandes problemas da sociedade
brasileira, sem, no entanto, perder de vista o seu papel de
integrar o cidado na esfera da cultura corporal, atravs do que
denominam de temas transversais. Assim, a Educao e a Educao Fsica
requerem que questes sociais emergentes sejam includas e
problematizadas no cotidiano da escola buscando um tratamento
didtico que contemple sua complexidade e sua dinmica, no sentido de
contribuir com a aprendizagem, a reflexo e a formao do cidado
crtico. Todavia, como exposto acima tanto as prticas escolares
dentro da Educao Fsica (e da maioria das disciplinas) esto longe de
promoverem a formao crtica dos estudantes. No ano de 1996, os PCN
para o ensino de Cincias Naturais de 5 a 8 sries do Ensino
Fundamental (PCN, 1996) elegeram como um dos objetivos da
disciplina a compreenso da cidadania como prtica coletiva dos
direitos e deveres polticos, civis e sociais, conforme o destaque:
O estudante no s cidado do futuro, mas j cidado hoje, e, nesse
sentido, conhecer cincias ampliar a sua possibilidade presente de
participao social e desenvolvimento mental, para assim viabilizar
sua capacidade plena de exerccio da cidadania. Entretanto, ainda
que o sistema brasileiro de ensino tenha aberto espao para debates
no que se refere educao para a cidadania, pouco se tem discutido
sobre como tratar o tema em disciplinas especficas como Cincias
Naturais. Essa constatao, aliada s exigncias da sociedade
contempornea em relao ao desenvolvimento da Cincia, seus resultados
e suas aplicaes tecnolgicas, remete necessidade de um ensino de
Cincias Naturais voltado para o exerccio do senso crtico, visando
ao desenvolvimento de uma percepo aguada a respeito dos impactos
sociais, culturais e ambientais, decorrentes dos avanos cientficos
e tecnolgicos. Tal abordagem meta recomendada pela LDB para o
ensino da rea de Cincias na Escola Fundamental. tambm nesse sentido
que os PCN da disciplina sugerem a articulao entre os quatro blocos
temticos: Ambiente, Ser Humano e Sade, Recursos Tecnolgicos e, por
fim, Terra e Universo. Como sugere o documento, o tratamento dos
contedos deve favorecer a construo de uma viso de mundo, que se
apresenta como um todo formado por elementos inter-relacionados.
Conforme SANTOS (2006) estes so alguns aspectos que podem nortear a
escolha dos contedos a constituir uma proposta pedaggica na rea das
Cincias, afinada com as demandas sociais da atualidade. Entretanto,
salienta o autor ser essencial repensar a metodologia de trabalho,
de modo a deslocar o estudante da condio passiva e dependente cujas
principais atividades so a repetio e a cpia, para a condio de
sujeito atuante nas aprendizagens realizadas, por meio do uso de
estratgias de ensino que exijam dele a busca de informaes, a
elaborao prpria e a permanente reconstruo do conhecimento.
Multidisciplinaridade
A multidisciplinaridade a viso menos compartilhada de todas as 3
vises. Para este, um elemento pode ser estudado por disciplinas
diferentes ao mesmo tempo, contudo, no ocorrer uma sobreposio dos
seus saberes no estudo do elemento analisado. Segundo Almeida Filho
(BRACHT,1996) a idia mais correta para esta viso seria a da
justaposio das disciplinas cada uma cooperando dentro do seu saber
para o estudo do elemento em questo. Nesta, cada professor cooperar
com o estudo dentro da sua prpria tica; um estudo sob diversos
ngulos, mas sem existir um rompimento entre as fronteiras das
disciplinas.Como um processo inicial rumo tentativa de um
pensamento horizontalizado entre as disciplinas, a
multidisciplinaridade institui o inicio do fim da especializao do
contedo. Para (FOLLARI 1995) a grande dificuldade nesta linha de
trabalho se encontra na difcil localizao da "via de interarticulao"
entre as diferentes cincias. importante lembrar que cada uma delas
possui uma linguagem prpria e conceitos particulares que precisam
ser traduzidos entre as linguagens.Transdisciplinaridade
A transdisciplinaridade foi primeiramente proposta por Piaget em
1970 (PIAGET, 2000) h muitos anos, contudo, s recentemente que esta
proposta tem sido analisada e pontualmente estudada para
implementao como processo de ensino/aprendizado.Para a
transdisciplinaridade as fronteiras das disciplinas so praticamente
inexistentes. H uma sobreposio tal que impossvel identificar onde
um comea e onde ela termina."a transdisciplinaridade como uma forma
de ser, saber e abordar, atravessando as fronteiras epistemolgicas
de cada cincia, praticando o dilogo dos saberes sem perder de vista
a diversidade e a preservao da vida no planeta, construindo um
texto contextualizado e personalizado de leitura de fenminos".
(FOLLARI, 1995)A importncia deste novo mtodo de analise das
problemticas sob a tica da transdisciplinaridade pode ser
constatada atravs da recomendao instituda pela UNESCO em sua
conferncia mundial para o ensino Superior.(FOLLARI, 1995) formula a
frase: "A transdisciplinaridade diz respeito ao que se encontra
entre as disciplinas, atravs das disciplinas e para alm de toda
adisciplina". A esta ultima colocao entende-se "zona do espiritual
e/ou sagrado".
Interdisciplinaridade
A interdisciplinaridade, segundo Saviani (FOLLARI, 1995)
indispensvel para a implantao de uma processo inteligente de
construo do currculo de sala de aula informal, realstico e
integrado. Atravs da interdisciplinaridade o conhecimento passa de
algo setorizado para um conhecimento integrado onde as disciplinas
cientficas interagem entre si.(FOLLARI, 1995) afirma que a
interdisciplinaridade a forma correta de se superar a fragmentao do
saber instituda no currculo formal. Atravs desta viso ocorrem
interaes recprocas entre as disciplinas. Estas geram a troca de
dados, resultados, informaes e mtodos.Esta perspectiva transcende a
justaposio das disciplinas, na verdade um "processo de
co-participao, reciprocidade, mutualidade, dilogo que caracterizam
no somente as disciplinas, mas todos os envolvidos no processo
educativo"(idem).
Conceito de Interdisciplinaridade
Pode-se verificar que no Brasil, o conceito de
interdisciplinaridade, chegou, inicialmente, atravs do estudo da
obra de Georfes Gusdorfe, posteriormente, de Piaget. O primeiro
autor que influenciou o pensamento foi Japiassu no campo da
epistemologia e Ivani Fazenda no campo da educao.Ao conceituar o
termo Interdisciplinaridade, no se possui ainda um sentido nico e
estvel, trata-se de um conceito que varia, no somente no nome, mas
tambm no seu significado. Entender o vocbulo Interdisciplinaridade
foi e ainda muito discutido, pois existem vrias definies para ela,
depende do ponto de vista e da vivncia de cada um, da experincia
educacional, que particular. Para JAPIASSU (1976, p.74): A
interdisciplinaridade caracteriza-se pela intensidade das trocas
entre os especialistas e pelo grau de interao real das disciplinas
no interior de um mesmo projeto de pesquisa.Essa temtica
compreendida como uma forma de trabalhar em sala de aula, no qual
se prope um tema com abordagens em diferentes disciplinas.
compreender, entender as partes de ligao entre as diferentes reas
de conhecimento, unindo-se para transpor algo inovador, abrir
sabedorias, resgatar possibilidades e ultrapassar o pensar
fragmentado. a busca constante de investigao, na tentativa de
superao do saber.Ainda que a noo do termo interdisciplinaridade no
se configure como um sentido unvoco e preciso, em vista do conjunto
de enfoques que ela recebe, mesmo que no possamos generalizar uma
concepo de interdisciplinaridade, o certo que h uma compreenso
comum, por parte dos seus diversos tericos, na necessidade de relao
de sentidos e significados na busca do conhecimento, objetivando
uma percepo de saberes em conjunto.Com base nesses preceitos um dos
principais movimentos que pode-se observar atualmente a necessidade
de conceituar e diferenciar inter de multi, pluri e
transdisciplinaridade. Hoje, percebe-se o conceito de
interdisciplinaridade como polissmico, pois a atitude
interdisciplinar depende da histria vivida, das concepes
apropriadas e das possibilidades de olhar por diferentes
perspectivas uma mesma questo. Como foi visto anteriormente, a
preocupao interdisciplinar no um fenmeno recente. Na atualidade, na
rea da educao se revelou to importante repensarmos a produo dos
saberes na prtica e na teoria, levando-se em conta as suas
implicaes mtuas, seus valores, seus fins e motivaes para a vida
humana. importante enfatizar que a interdisciplinaridade supe um
eixo integrador com as disciplinas de um currculo, para que os
alunos aprendam a olhar o mesmo objeto sob perspectivas diferentes.
A importncia da interdisciplinaridade aponta para a construo de uma
escola participativa e decisiva na formao do sujeito social. O seu
objetivo tornou-se a experimentao da vivncia de uma realidade
global, que se insere nas experincias cotidianas do aluno e do
professor.Tendo em vista essas reflexes a interdisciplinaridade se
realiza como uma forma de ver e sentir o mundo, de estar no mundo,
de perceber, de entenderas mltiplas implicaes que se realizam, ao
analisar um acontecimento, um aspecto da natureza, isto , os
fenmenos na dimenso social, natural ou cultural. ser capaz de ver e
entender o mundo de forma holstica, em sua rede infinita de relaes,
em sua complexidade.
A importncia da interdisciplinaridade no conhecimento
escolar
Entre os princpios pedaggicos que estruturam as reas de
conhecimento destaca-se como principal, a interdisciplinaridade.
Para observncia da interdisciplinaridade preciso entender que as
disciplinas escolares resultam de recortes e selees arbitrrios,
historicamente constitudos, expresses de interesses e relaes de
poder que ressaltam, ocultam ou negam saberes (Parmetros
Curriculares Nacionais - Ensino Mdio. Braslia: MEC, 2002, pg.
88).Na perspectiva escolar, a interdisciplinaridade no tem a
pretenso de criar novas disciplinas ou saberes, mas de utilizar os
conhecimentos de vrias disciplinas para resolver um problema ou
compreender um determinado fenmeno sob diferentes pontos de vista.
A interdisciplinaridade tem uma funo instrumental. Trata-se de
recorrer a um saber diretamente til e utilizvel para resolver s
questes e aos problemas sociais contemporneos (Parmetros
Curriculares Nacionais - Ensino Mdio. Braslia: MEC, 2002,p. 34).A
interdisciplinaridade serve como um principal complemento no
conhecimento escolar transmitindo como uma nova dinmica na
metodologia aplicada. Esse conceito fica mais claro quando se
considera realmente de que todo conhecimento mantm um dilogo
permanente com outros conhecimentos que pode ser de questionamento,
de confirmao e de aplicao. Segundo os Parmetros Curriculares.No
mundo atual, moderno e informativo o professor j no mais o provedor
de conhecimento, agora ele atua como mediador da aprendizagem. Deve
provocar e questionar o aluno, levando-o ao sucesso de suas
pesquisas e consequentemente suas respostas desejadas.A escola
compreende professor e aluno, envolvidos emocionalmente, a essa
juno s surgir aprendizagem se o professor lanar desafios e o aluno
ser capaz de enfrent-los.GUEDES (1996) ressaltam que as escolas so
ambientes ideais para o ensino de uma conduta social de qualidade.
O professor encontra no ambiente escolar um campo frtil, no s para
o ensino-aprendizagem de habilidades acadmicas, mas tambm um espao
de interao mtua que o possibilita levar o aluno a crescer,
respeitar-se e respeitar os outros. O professor tem em suas mos a
possibilidade de elaborarem objetivos e procedimentos que tenham
por meta melhorar ou promover a competncia social e as relaes
interpessoais dos alunos.No mundo atual, moderno e informativo o
professor j no mais o provedor de conhecimento, agora ele atua como
mediador da aprendizagem. Deve provocar e questionar o aluno,
levando-o ao sucesso de suas pesquisas e consequentemente suas
respostas desejadas.A escola compreende professor e aluno,
envolvidos emocionalmente, a essa juno s surgir aprendizagem se o
professor lanar desafios e o aluno ser capaz de enfrent-los.GUEDES
(1996) ressaltam que as escolas so ambientes ideais para o ensino
de uma conduta social de qualidade. O professor encontra no
ambiente escolar um campo frtil, no s para o ensino-aprendizagem de
habilidades acadmicas, mas tambm um espao de interao mtua que o
possibilita levar o aluno a crescer, respeitar-se e respeitar os
outros. O professor tem em suas mos a possibilidade de elaborarem
objetivos e procedimentos que tenham por meta melhorar ou promover
a competncia social e as relaes interpessoais dos alunos.O
professor dever ser capaz de inovar, variar suas tcnicas de
ensinar, buscar qualidade e no se deter em quantidades de contedos,
ter bom relacionamento com as crianas, e alm do mais ser amigo. O
professor deve ensinar seus alunos para conviverem em sociedade,
valorizar sempre as questes sociais como dignidade, carter, bondade
e honestidade.Do ponto de vista cognitivo (SANTOM, 1998 consideram
que cabe ao professor o papel de orientao e ajuda com o objetivo de
possibilitar aos alunos a aprendizagem de determinados contedos. O
professor desempenha papel fundamental na organizao de atividades e
na formulao de situaes que propiciem aos alunos oportunidades de
aprendizagem de forma significativa. Do ponto de vista afetivo,
estes autores consideram que o professor representa confiana para o
aluno, poder social, intelectual e um modelo (possvel) a seguir,
alm da consequente motivao do desejo de saber. Ressaltam, ainda,
que a importncia da qualidade do vnculo afetivo entre o professor e
seus alunos exerce grande influncia sobre o relacionamento que
crianas e jovens estabelecem entre si. A interdisciplinaridade
acontece naturalmente se houver sensibilidade para o contexto, mas
sua prtica e sistematizao demandam trabalho didtico de um ou mais
professores. Por falta de tempo, interesse ou preparo, o exerccio
docente na maioria das vezes ignora a interveno de outras
disciplinas na realidade ou fato que est trabalhando com os
alunos.H inmeras formas de realizar atividades ou trabalhos
interdisciplinares. Muitos professores do ensino fundamental
trabalham de modo interdisciplinar. Mesmo o professor
disciplinarista pode realizar a interdisciplinaridade de um
professor s, identificando e fazendo relaes entre o contedo de sua
disciplina e o de outras, existentes no currculo ou no. Numa mesma
rea de conhecimento as possibilidades de abordagem interdisciplinar
so ainda mais amplas, seja pelo fato de um professor assumir mais
de uma disciplina da rea, seja pela proximidade entre elas que
permite estabelecer conexes entre os contedos.Por mais que os
professores possam contribuir para que a aprendizagem se realize
ser o prprio aluno que dever ser capaz de elaborar os prprios
contedos de aprendizagem. Ele o agente transformador que vai
modificar enriquecer e construir novos mtodos de interpretao de
conhecimentos. O aluno ser sempre um agente da aprendizagem, sempre
se atualizando e sendo orientados pelo professor dever buscar
sempre, fazendo leitura extraclasse, pesquisando, aprofundando e
melhorando seus conhecimentos.A construo do conhecimento sobre os
contedos escolares so influenciado pelo meio ambiente, pelos meios
de comunicao, professores e colegas. O professor deve lanar
problemas atuais, alm dos tradicionais, explorar mais como usar
smbolos, ideias, imagens que reflitam a realidade.Cabe ao professor
tornar suas experincias bem sucedidas para que haja mudanas de
comportamento, o aluno por si s constri suas relaes consigo mesmo
sendo capaz de aprender.Tudo que se aprende e se ensina na sala de
aula, so inevitavelmente transmitidos aos pais e ao ambiente
familiar, pois so esses fatores que interferem na aprendizagem dos
alunos dia a dia.Quando so captados, estudados, discutidos e
avaliados, tais contedos causam mudanas significativas no dilogo,
tanto no cotidiano escolar como na comunidade e na famlia, pois os
alunos transmitem seus conhecimentos adquiridos na escola de
maneira prazerosa e positiva.
A ligao das Cincias Naturais com a interdisciplinaridade
Nos ltimos anos, o ensino de Cincias Naturais , assim como de
outras reas do conhecimento, vem sendo marcado por uma dicotomia
que constitui um desafio para os educadores.O objetivo fundamental
do ensino de cincias passou a ser o de dar condies para o aluno
identificar problemas a partir das observaes sobre um fato,
levantar hipteses, testadas, refut-las e abandon-las quando fosse o
caso, trabalhando de forma para se virar sozinho. O aluno deveria
ser capaz de redescobrir o j conhecido pela cincia, apropriando-se
de sua forma de trabalho, compreendida ento como o mtodo cientfico:
uma sequencia rgida de etapas preestabelecidas. (Parmetros
Curriculares Nacionais: Cincias Naturais / Secretaria de Educao
Fundamental. Braslia: MEC, 1997, p. 20).Baseadas em repeties e
memorizaes as limitaes tpicas ao ensino tradicional, confirmam a
maneira linear e fragmentada de organizao do conhecimento no
currculo escolar. Mesmo que aprovados em provas, muitas vezes so
precrios os significados atribudos, descaracterizando o ensino das
cincias como uma rea que se preocupa com aspectos diversos da vida,
com o desenvolvimento de uma viso crtica sobre o homem em seu meio
natural e cultural e sobre seu papel no mundo em transformao
(SANTOM, 1998,p. 55).Segundo os Parmetros Curriculares Nacionais, o
conhecimento o resultado de um processo de modificao, construo e
reorganizao utilizado pelos alunos para assimilar e interpretar os
contedos escolares. O que o aluno pode aprender em determinado
momento da escolaridade depende das possibilidades delineadas pelas
formas de pensamento em que dispe naquela fase do desenvolvimento,
dos conhecimentos que j construiu anteriormente e do ensino que
recebe.No ensino, a interdisciplinaridade no pode ser uma juno de
contedos, nem uma juno de mtodos, muito menos a juno de disciplinas
(FAZENDA, 1993, p. 64). Ela implica num novo pensar e agir, numa
postura que privilegia a abertura para uma vivncia interativa
mediada por conhecimentos diversificados. Busca-se superar a
linearidade do currculo escolar, reorganizando-os de forma a
superar a tendncia de um mero seguimento da lista pronta por srie.
nesse sentido que se busca instruir a nova pratica curricular,
produzindo uma nova ambincia social na qual os conhecimentos das
cincias venham a fazer parte de novas formas de interlocuo,
interpretao e ao, valorizando relaes com o dia-a-dia fora da
escola. Dilogo e questionamento sustentados pelo compartilhamento
de saberes sistematicamente enriquecidos de novos discursos,
olhares e vozes enriquecem as novas formas de pensamento e ao
articuladas numa perspectiva transformadora de culturas
diversificadas. (FAZENDA, 1991). A interdisciplinaridade uma ponte
para o melhor entendimento das disciplinas entre si. importante
porque abrange temas e contedos permitindo dessa forma recursos
ampliados e dinmicos, onde as aprendizagens so entendidas. Conceber
o processo de aprendizagem como propriedade do sujeito implica
valorizar o papel determinante da interao com o meio social e,
parcialmente, com a escola. Situaes escolares de ensino e
aprendizagem so situaes comunicativas, nas quais os alunos e
professores coparticipam ambos com um influencia decisiva para o
xito do processo.O plano de trabalho do professor no deve ser
elaborado individualmente. Deve ser o resultado da construo
coletiva pela equipe de professores, e principalmente pelo aluno,
nada pode o substituir na tarefa de modificar, enriquecer e
construir novos e mais potentes instrumentos de ao e interpretao de
determinada rea do conhecimento.
A interdisciplinaridade entre Educao Fsica e as Cincias na
escola
A abordagem contida nos PCN (1998) ecltica e aponta no sentido
de abarcar as diferentes possibilidades da Educao Fsica na escola,
ou seja, a sade, o lazer e a reflexo crtica dos problemas
envolvidos na cultura corporal de movimento. Para isso, deveria
lanar mo da necessidade da reflexo dos grandes problemas da
sociedade brasileira (temas transversais) ligados cultura corporal
de movimento e observao das dimenses atitudinais e conceituais,
para alm do fazer (dimenso procedimental). A incluso destas
dimenses significaria que as aulas de Educao Fsica deveriam deixar
de ter um enfoque apenas ligado ao aprender a fazer, mas deveriam
incluir uma interveno planejada do professor quanto ao conhecimento
que est por trs do fazer, alm dos valores e atitudes envolvidos nas
prticas da cultura corporal de movimento. Muito se tem falado sobre
a contribuio da interdisciplinaridade na cincia e na educao. No
campo do ensino, constitui condio para a melhoria da qualidade, uma
vez que orienta a formao global do homem. Essa formao integral
ocorre na medida em que os educadores estabelecem o dilogo entre
suas disciplinas, eliminando barreiras artificialmente postas entre
os conhecimentos produzidos e promovem a integrao entre o
conhecimento e a realidade concreta, as expresses da vida, que
sempre dizem respeito a todas as reas do conhecimento (FAZENDA,
1991). Assim, a escola ter diversos caminhos a trilhar, propondo um
conjunto de aes didticas que levem as crianas a desenvolverem noes
e conceitos matemticos privilegiando a percepo de cada um por
inteiro. Nessa perspectiva, valoriza-se o ensino que v o aluno como
um ser prprio, que possui vontades, sentimentos e que, sobretudo
est inserida em contextos culturais diferenciados e por isso
necessita de possibilidades diferentes para desenvolver as
competncias cognitivas. neste sentido que a interdisciplinaridade
com a Educao Fsica se faz importante (LEITE, 1996) De fato, o
planejar do professor deve ser flexvel e aberto s novas
interferncias, novas perguntas para sincronizar o caminhar do
ensino com o da aprendizagem. Muitos so os verbos que se somam,
quando se fala na palavra brincar. Podese pensar numa nova
metodologia para o ensino da Matemtica (cincias), levando em conta
a importncia de discutir sobre as brincadeiras para experimentar,
transformar, reinventar, inverter, surpreender, renovar e
desestabilizar, o que pressupe as aulas abertas na Educao Fsica
Escolar (FAZENDA, 1991). No esporte a criana est em constante
contato com a matemtica, seja para contar pontos, dividir tempos,
ler tabelas, construir grficos, estudar linhas de marcao das
quadras e tambm com cincias ao conhecer seu prprio corpo, suas
partes e o funcionamento do seu organismo de um modo geral. A
Escola deveria fazer um levantamento dos conhecimentos que a criana
traz de sua experincia, procurando a todo o momento desenvolver e
acompanhar o processo que vai se estabelecendo, buscando e usando
uma linguagem matemtica com a criana atravs da Educao Fsica
(FAZENDA, 1991). A criana precisar estabelecer relaes, solucionar
problemas e fazer reflexes para desenvolver noes cada vez mais
complexas. Assim, a Escola ter diversos caminhos a trilhar,
propondo um conjunto de aes didticas que levem as crianas a
desenvolverem noes e conceitos matemticos privilegiando a percepo
de cada um por inteiro. Nessa perspectiva, valoriza-se o ensino que
v a criana como um ser prprio, que possui vontades, sentimentos e
que, sobretudo, est inserida em contextos culturais diferenciados e
por isso necessita de possibilidades diferentes para desenvolver as
competncias cognitivas (MOURA, 1992). neste sentido que a
interdisciplinaridade com a Educao Fsica se faz importante. A
aprendizagem da Matemtica e das Cincias na Educao Infantil,
trabalhada com a Educao Fsica, deve ser significativa, ou seja,
deve assumir que aprender possui um carter dinmico, direcionado
para os alunos ampliarem cada vez mais suas participaes nas
atividades de ensino aprendizagem (SOUZA, 1995). Podese pensar numa
nova metodologia para o Ensino das Cincias, levando em conta a
importncia de discutir sobre as brincadeiras para experimentar,
transformar, reinventar, inverter, surpreender, renovar e
desestabilizar, o que pressupe as aulas abertas na Educao Fsica
Escolar. Para WALLON (1989) antes do aparecimento da fala a criana
se comunica com o ambiente atravs de uma linguagem corporal e
utiliza o corpo como ferramenta para se expressar. PIAGET (2000)
tambm fez algumas referncias sobre o estudo do corpo e a
aprendizagem e estudou amplamente as inter-relaes entre a
motricidade e a percepo. Ele reala a importncia dos aspectos
corporais na formao da imagem mental e na representao imaginria. O
prprio desenvolvimento da noo do espao est envolvido em atividades
que propiciem movimento para a criana. A criana enquanto brinca
pode ser incentivada a realizar contagens, comparao de quantidades
identifica algarismos, adiciona pontos, percebe intervalos
numricos, isto , inicia a aprendizagem dos contedos relacionados ao
desenvolvimento cognitivo aritmtico. nesse sentido que a
interdisciplinaridade de outras disciplinas com a Educao Fsica
poderia se fazer importante. O pensamento interdisciplinar na
Educao Fsica, sugere relacionar a aprendizagem escolar das Cincias
com o processo de desenvolvimento motor da criana. Nesse sentido, o
papel da Educao Fsica, poderia adquirir a funo de instrumento
facilitador do ensino, quando na prtica, demonstraria o significado
concreto e a aplicabilidade dos contedos adquiridos em sala de aula
na teoria (RIBAS, 2007). Isto , sem perder o papel de promover a
corporeidade e sem comprometer sua individualidade como ferramenta
formadora de cidados, a prtica escolar da educao fsica poderia ser
facilmente integrada ao ensino de biologia, qumica e fsica,
principalmente por proporcionar o movimento do corpo como objeto de
estudo. Porm, os discursos so altamente defendidos por todos e
aplicados por uma pequena parte de professores, que permanecem
atrelados repetio e mesmice das suas aulas, sendo apenas um
repassador de informaes. Na Educao Fsica e nas Cincias o
movimentar-se humano poderia ser entendido como uma forma de
comunicao com o mundo. A proposta apontaria para a tematizao dos
elementos da cultura do movimento, de forma a desenvolver nos
alunos a capacidade de analisar e agir criticamente nesta esfera,
no campo de ensino, constituiria condio para a melhoria da
qualidade de vida, uma vez que orientaria a formao global do
homem.
5. METODOLOGIA
O estudo realizado foi do tipo Pesquisao . A pesquisa foi feita
na Escola Estadual Ribeiro da Cunha, localizada na Rua Silva Ramos
Ferreira, 215 Centro. Conta com 20 dependncias funcionando nos 2
turnos oferecendo Ensino Fundamental nos dois turno. Perodo de
realizao foi Agosto a novembro de 2014. A amostra foi composta por
35 alunos do 6o ano da Escola Estadual Ribeiro da Cunha, sendo 12
do sexo masculino e 23 do sexo feminino, na faixa etria de 10 a 12
anos o instrumento de Pesquisa foi um questionrio fechado com trs
perguntas, os professores respondero um questionrio com objetivo
averiguar a concepo dos professores do Ensino Fundamental sobre a
Educao Fsica no processo interdisciplinar que foi analisado
estatisticamente. O problema foi: As aulas de Educao Fsica podem
complementar as aulas de Cincias Naturais com atividades prticas
para a internalizao e reforo de aprendizagem do contedo?
Etapas da Metodologia
1 etapa (aplicao do questionrio) pblico alvo: 2 estagirios
(sendo um de Educao Fsica e um de sala) e 2 professores (sendo um
de Educao Fsica e um de sala). 2 etapa (execuo das atividades
interdisciplinares) pblico alvo: 35 alunos do Ensino fundamental
(6srie) 12 meninas e 23 meninos. Perfil dos alunos: Nvel scio
econmico: classe mdia baixa, Faixa etria: 10 a 12 anos, Nvel de
repetncia: 3 aluno, Dificuldade de aprendizagem: 5 srie-
cincias
Procedimentos Metodolgicos:
Na 1 etapa da pesquisa foi realizada a aplicao do questionrio
aos professores que teve como objetivo averiguar a concepo dos
professores do Ensino Fundamental sobre a Educao Fsica no processo
Interdisciplinar para o ensino e aprendizagem do contedo de
cincias.As perguntas do questionrio foram as seguintes: 1 - Voc
acredita que exista relao entre as disciplinas de Educao Fsica e a
de Cincias nos contedos, ministrados na escola? Sim ou no.2 - Na
sua concepo como educador, as aulas de Educao fsica podem ser uma
ferramenta metodolgica para o reforo do ensino de cincias no ensino
Fundamental?3 - As aulas de Educao Fsica podem contribuir na
aprendizagem dos alunos com dificuldades e cincias?Na etapa
seguinte foi proposto aos professores a iniciar no 4 bimestre um
trabalho interdisciplinar entre a Educao Fsica O professor (a) de
Cincias e Educao Fsica foi contado previamente e apresentada
proposta do presente estudo, aceito por ambos, a dinmica das aulas
foi: O professor de Cincias ministrar o contedo e a aula
subsequente de Educao Fsica abordar o tema de maneira prtica. Ambos
utilizaro o eixo temtico do 5 ano: Corpo Humano e Sade, sendo
dentro deste eixo escolhido os seguintes contedos: Sistema
Cardiovascular, Sistema Muscular e Sistema Locomotor.
SISTEMA CARDIOVASCULAR
O Sistema circular ou cardiovascular responsvel pelo transporte
de substncias como, por exemplo, gases, nutrientes, hormnios e
excretas nitrogenadas. Nos animais vertebrados esse sistema possui
um rgo central (o corao), situado na poro ventral do organismo. Nos
seres humanosesse rgo encontra-se alojado no interior da cavidade
torcica, atrs do osso esterno, entre os pulmes e superior ao
diafragma. Associado ao corao, tambm integrando esse sistema,
existe uma difusa rede de vasos sanguneos que transportam o sangue
(sistema vascular sanguneo) e a linfa (sistema vascular linftico),
sendo formada pelas artrias, as veias, as arterolas e os capilares.
Portanto, um sistema fechado no qual o fluido circula dentro de
vasos.- As artrias, conduzindo sangue do corao em direo aos demais
rgos e tecidos do corpo. - As veias, efetuando o transporte
inverso, reconduzindo o sangue captado dos tecidos e rgos at o
corao; - As arterolas, pequenos vasosque se ramificam das artrias,
irradiando-se pelo organismo; - E os capilares (ductos de pequeno
calibre), so ramificaes que partem tanto das arterolas quanto das
veias com dimetro delgado. - E a disposio e a conformao das
cavidades que formam o corao, visto que o sistema circulatrio pode
ser: Simples quando o sangue passa apenas uma vez pelo corao (um
ciclo) Dupla quando o sangue passa duas vezes pelo corao (dois
ciclos / um arterial e o outro venoso); Completo quando o sangue
arterial no se mistura com o venoso;Incompleto quando o sangue
arterial se mistura com o venoso..
O Corao e a circulao Humana.
O trio direito recebe as veias cavas (superior e inferior), por
onde o sangue venoso chega ao corao, passando pela vlvula tricspide
(contrao / sstole atrial) em direo ao ventrculo direito, o qual
encaminha o sangue pobre em oxignio para o pulmo (sstole
ventricular) atravs das artrias pulmonares. No pulmo, o sangue
oxigenado (hematose), retornando ao corao por meio das veias
pulmonares, as quais se comunicam com o trio esquerdo, passando o
sangue pela vlvula bicspide ou mitral (sstole atrial), chegando ao
ventrculo esquerdo e deste sendo distribudo (sstole ventricular)
para os tecidos e rgos atravs da artria aorta.
SISTEMA MUSCULAR
O sistema muscular formado pelo conjunto de msculos do nosso
corpo. Existem cerca de 600 msculos no corpo humano; juntos eles
representam de 40 a 50% do peso total de uma pessoa. Os msculos so
capazes de se contrair e de se relaxar, gerando movimentos que nos
permitem andar, correr, saltar, nadar, escrever, impulsionar o
alimento ao longo do tubo digestrio, promover a circulao do sangue
no organismo, urinar, defecar, piscar os olhos, rir, respirar...A
nossa capacidade de locomoo depende da ao conjunta de ossos,
articulaes emsculo sob a regulao do sistema nervoso.
Tipos de msculos
No corpo humano, existem msculos grandes, como os da coxa, e
msculos pequenos, como certos msculos da face. Eles podem ser
arredondados (os orbiculares dos olhos, por exemplo); planos (os do
crnio, entre outros); ou fusiformes (como os do brao).Mas, de
maneira geral, podemos reconhecer trs tipos demsculono corpo
humano: Msculo no estriado (msculo liso); Msculo estriado
esqueltico; Msculo estriado cardaco.Os msculos no estriados tm
contrao lenta e involuntria, isto , os movimentos por eles gerados
ocorrem independentemente da nossa vontade.Esses msculos so
responsveis, por exemplo, pela ereo dos plos na pele (arrepio) e
pelos movimentos de rgos como o esfago, o estmago, o intestino, as
veias e as artrias, ou seja, msculos associados aos movimentos
peristlticos e ao fluxo de sangue no organismo.Osmsculos estriados
esquelticosfixam-se aos ossos geralmente por meio de cordes
fibrosos, chamadostendes. Possuem contrao vigorosa e voluntria,
isto , seus movimentos obedecem a nossa vontade. Exemplos: os
msculos das pernas, dos ps, dos braos e das mos. Omsculo estriado
cardaco o miocrdio, o msculo do corao, que promove os batimentos
cardacos. Sua contrao vigorosa e involuntria.
O trabalho muscular
Uma das principais propriedades dos msculos a capacidade de se
contrair; acontratilidade; ela que torna possveis os movimentos.No
caso dos msculos estriados esquelticos, os ossos atuam como
alavancas e permitem a efetivao do movimento. s vezes, o movimento
possvel graas ao trabalho antagnico de dois msculos. Por exemplo:
quando voc dobra um brao, o bceps braquial se contrai, diminui no
comprimento e aumenta na espessura. Ao mesmo tempo, o trceps
braquial relaxa. Ao esticar o brao, a situao se inverte: o bceps
braquial relaxa, voltando ao tamanho normal, e o trceps braquial se
contraem.
SISTEMA LOCOMOTOR
Os msculos esto envolvidos em todo e qualquer tipo de movimento
que o organismo pode realizar. Metade dopeso corporalprovm deles.
So rgos que podem ser de trs tipos: liso, estriado cardaco e
estriado esqueltico.O msculo liso encontrado na parede de rgos
ocos, e apresenta contrao involuntria. o nico tipo de msculo
presente nos animais invertebrados.O msculo estriado cardaco
constitui o miocrdio (msculo do corao) e apresenta contrao
involuntria.O msculo estriado esqueltico constitui a maior parte do
nosso organismo. Os msculos dessa categoria so responsveis pelas
contraes e movimentos voluntrios do corpo. Podem ter seu volume e
tamanho aumentados comexerccios fsicos. Esses msculos ligam-se aos
ossos por meio de tendes. Quando um msculo se movimenta, ele se
contrai e puxa o osso ao qual est ligado, mas para que ocorra o
movimento, o outro msculo tambm precisa se contrair para o lado
contrrio.O sistema esqueltico formado por um conjunto de ossos que
podem ser de vrios tipos (longos, chatos, curtos e irregulares).
Alm da sustentao do corpo, os ossos tambm produzem clulas do sangue
e servem como reserva de clcio. Ligados aos msculos por meio de
tendes, realizam movimentos responsveis pela locomoo.Na unio dos
ossos existem cartilagens, que so responsveis por no deixarem que
ocorra atrito e eventual desgaste sseo. Do esqueleto fazem parte
tambm os ligamentos. Eles so encontrados nas articulaes e se
prendem firmemente nos tecidos sseos. s vezes pode ocorrer ruptura
desses ligamentos, em casos mais graves a interveno cirrgica pode
ser necessria.
Aulas Praticas.
Sistema Cardiovascular
Primeiramente os alunos fizeram 5 minutos de alongamento, e foi
solicitado que eles fiquem em pares e auscultem uns aos outros
colocando um copo plstico sobre o peito do parceiro. Cada aluno
relatou o que escutou e em seguida foram divididos em dois grupos:
um correu uma volta e outro correu duas voltas na quadra, dessa
forma, cada dupla auscultou o colega e souberam a diferena de como
o corao se comporta.Como segunda atividade, foi realizados dois
circuitos e os alunos foram divididos em dois grupos. Cada grupo
realizou todo o trajeto indicado em menos tempo, sendo solicitado
previamente que eles observem como eles reagiro quanto ao suor,
cansao e temperatura do corpo. Aps a atividade foi explicado aos
alunos interao entre a atividade com o contedo que eles aprenderam
na aula de Cincias.
Sistema Muscular
Primeiramente os alunos fizeram 5 minutos de alongamento e em
seguida foi solicitado para que eles fizessem dois testes de salto:
salto vertical e salto horizontal, nos quais mostram a capacidade
do msculo em contrair-se e gerar fora.Com a mesma finalidade da
brincadeira anterior, utilizando vrias bolas com dimetros
diferentes e pesos diferentes, foi solicitado que eles arremessem e
depois chutem.Outra atividade foi brincadeira cabo de guerra, onde
os alunos foram divididos em vrios grupos com nmeros de alunos
diferentes, assim eles souberam que a quantidade de alunos quando
realizada a brincadeira faz a diferena, assim como a quantidade de
msculos envolvidos nos movimentos do corpo em geral.
Sistema LocomotorPrimeiramente os alunos fizeram 10 minutos de
alongamento, durante o alongamento foi mostrado pra eles importncia
da interao entre as articulaes, os msculos e tendes.Ao terminar a
primeira atividade foi realizado um circuito com, saltos,
arremessos, corridas, deslocamento com troca de direo, a fim de
apresentar aos alunos a capacidade do nosso corpo de se locomover e
realizar movimentos diversos.Como complemento os alunos puderam
realizar algum jogo da preferncia deles, como futebol e queimada,
para observarem a importncia do aparelho locomotor no esporte.
6. RESULTADOS
Respostas do questionrio dos Professores.
Metade dos professores de Educao Fsica e todos os professores de
Cincias responderam que h relao entre as suas respectivas
disciplinas.
Figura 1. Resposta dos professores para a pergunta: Voc acredita
que exista relao entre as disciplinas de Educao Fsica e a de
Cincias nos contedos, ministrados na escola?
Todos os professores de Educao Fsica e Cincias responderam que
as aulas de Educao fsica complementar as aulas cincias no ensino
fundamental.
Figura 2. Resposta dos professores para pergunta: Na sua concepo
como educador, as aulas de Educao fsica podem ser uma ferramenta
metodolgica para o reforo do ensino de cincias no ensino
Fundamental?
Todos os professores de Educao Fsica e Cincias responderam que
as aulas de Educao fsica podem auxiliar na assimilao de contedos
das aulas de cincias.
Figura 3. Resposta dos professores para a pergunta: As aulas de
Educao Fsica podem contribuir na aprendizagem dos alunos com
dificuldades e cincias?
Analise das Notas Bimestrais dos Alunos: Antes e Ps o Trabalho
Interdisciplinar.
As atividades interdisciplinares foram realizadas com: duas
turmas de 5 do Ensino Fundamental. Sendo 5A (Trabalhou-se a
Interdisciplinaridade) e o 5 B (Turma Comparativa). A disciplina
trabalhada juntamente com a Educao Fsica foi Cincias. As notas
foram comparadas no 3 bimestre (sem a ao interdisciplinar) e no 4
bimestre (com atuao interdisciplinar), tendo como resultado os
seguintes dados:Figura 4. Comparao das medias do 3 e 4 Bimestre na
disciplina de Cincias.
7. DISCURSO DOS RESULTADOS
A Princpio, na 1 etapa, houve aplicao dos questionrios aos
professores e a partir da anlise dos mesmos chegou-se aos seguintes
resultados: Os professores de uma forma geral reconhecem a
importncia da Educao Fsica no mbito Escolar. No momento de
justificar essa importncia, a maioria afirma que as aulas de Educao
Fsica so importantes, pois, desenvolve capacidades motoras atravs
da aplicao de jogos, apenas dois professores entre os doze
participantes da pesquisa, justificaram a incluso da
Interdisciplinaridade nas aulas de Educao Fsica como uma forma de
desenvolver no s o lado motor, mas tambm contribuir na aprendizagem
dos alunos. Na execuo da 2 etapa percebeu-se a motivao e a melhoria
na aprendizagem dos alunos, atravs de muitos fatores dentre eles as
atividades Interdisciplinares previamente planejadas e
desenvolvidas durante as aulas de Educao Fsica, fato esse
comprovado com a anlise das notas bimestrais antes e aps essa
pesquisa, que mostram um aumento significativo na mdia das notas de
dos alunos nas reas de conhecimento exploradas durante a
pesquisa.
8. CONSIDERAOES FINAIS
Dentro do exposto a princpio nesse estudo, de que a Educao Fsica
Escolar vem afirmando seu papel dentro da rea educacional, devido
presena de Prtica Pedaggicas comprometidas com a transmisso e
produo de conhecimentos. Ao executar essa pesquisa pude obter a
certeza de que a Educao Fsica Escolar promove inmeros benefcios
para o desenvolvimento dos alunos, mas preciso ir alm do bvio e
utilizar mtodos contagiantes, motivadores realmente comprometidos
com os aspectos educacionais, fazendo valer assim o seu verdadeiro
papel enquanto disciplina escolar. Pode-se concluir ao realizar
essa pesquisa que a interdisciplinaridade um mtodo que pode ser
utilizado para direcionar e valorizar a Educao Fsica na escola como
ferramenta para trabalhar a disciplina de Cincias, pois,
possibilita realizar Prticas Pedaggicas comprometidas com o
processo educacional, pois, possibilitam a construo de
conhecimentos que proporcionam aprendizagens motoras e cognitivas
aos educandos. A cada dia durante a realizao dessa pesquisa,
sentia-me gratificada pelo trabalho que estava desenvolvendo
naquela escola, quando via durante minhas aulas a alegria expressa
no olhar, a disposio e a vontade de aprender de cada aluno. A
recompensa maior que tive foi quando iniciei o processo de comparao
da notas Bimestrais dos alunos, onde foi possvel constatar
resultados positivos, na turma participante da pesquisa,
confirmando assim a importncia da Educao Fsica para aprendizagem.
Uma outra realizao obtida foi quando as professoras de Cincias,
vieram me agradecer pelo trabalho Interdisciplinar desenvolvido,
acredito que isso foi um reconhecimento, um novo olhar para Educao
Fsica Escolar. Essa pesquisa serve para comprovar a importncia da
Educao Fsica no mbito Escolar e sugerir aos profissionais dessa rea
a execuo de uma Prtica Interdisciplinar que participa efetivamente
no processo educacional, pois, possibilita a ligao da Educao Fsica
com os contedos ministrados em sala de aula, porm sem deixar de
promover o desenvolvimento das aptides fsicas dos alunos.
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