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Bilmar Angelis de Almeida FerreiraMestre em Gesto do
Conhecimento e Tecnologia da Informao (Universidade Catlica de
Braslia), Ps-Graduado em em
Gesto de Segurana Pblica (Academia de Polcia Militar de Braslia)
e em Direito Pblico (Instituto Processus); Especialista
em Anlise e Projeto de Sistemas e Tecnologia da Informao,
Graduado pelo Curso de Formao de Oficiais (CFO) (Academia
de Polcia Militar de Braslia) e Bacharel em Direito (Instituto
Processus). Atua como Oficial da PMDF e como docente de ensino
superior na Universidade Catlica de Braslia e no Instituto
Superior de Cincias Policiais (ISCP).
[email protected]
Andr Di Lauro RigueiraPs-graduado em Anlise Criminal pela
Universidade Catlica de Braslia, ps-graduado em Segurana Pblica
Policiais pela
Academia de Polcia Militar de Braslia. Bacharel em Administrao
de Empresas pela Universidade de Braslia e graduado pelo
Curso de Formao de Oficiais da Academia de Polcia Militar de
Braslia. Atua profissionalmente como Oficial da Polcia Militar
do Distrito Federal.
[email protected]
Os indicadores-chave de desempenho como aliados da anlise
criminal
Resumo
A anlise criminal, apesar de bastante difundida em vrios pases e
ter uma histria que ultrapassa os 170 anos, somente
agora comea a ser difundida e utilizada no Brasil. Como uma
matria que encontra enorme apelo, por se tratar-se de
questo que afeta o cotidiano das pessoas, o tema ganha a cada
dia mais fora, principalmente junto s instituies policiais
que j assumiram o compromisso de atender sociedade com
excelncia. Dentro desta tica, a busca por maximizar os
resultados torna-se uma constante e, neste cenrio, surgem os
indicadores de desempenho como um mecanismo de
monitoramento de resultados e de melhoria de gesto. A despeito
de seu enfoque meramente gerencial, o presente artigo
procura mostrar de que forma esses indicadores, e principalmente
as ferramentas e tcnicas utilizadas para prover esse
monitoramento, podem se associar atividade de anlise criminal,
potencializando seus resultados, especialmente no
aspecto preventivo, contribuindo assim para a reduo da
criminalidade.
Palavras-ChaveAnlise criminal; Indicadores de desempenho;
Criminalidade; Aplicao da lei.
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A segurana pblica, no Brasil, vive no tlimiar de muitas crises,
vrias delas resultantes de problemas estruturais, outras
fa-bricadas pela mdia que acaba corrompendo a opinio pblica,
atribuindo s polcias mazelas da sociedade e do prprio sistema,
quando, medida que a criminalidade aumenta e, con-sequentemente, a
sensao de segurana dimi-nui, o Estado, por intermdio de seus
diversos aparelhos, no consegue controlar e conter os problemas
relacionados segurana pblica.
Observa-se, neste contexto, uma organiza-o gradual do crime, com
aumento exponen-cial dos ndices de criminalidade, diretamente
proporcional ao grau de desorganizao do Estado, que mal consegue
manter um fluxo de comunicao interdisciplinar e multidire-cional,
quando se fala na integrao das foras policiais do Estado.
O cenrio atual nos remete a muitas cer-tezas e algumas
incertezas. fato que, mesmo diante de tantos problemas, os rgos de
segu-rana pblica, mesmo que de maneira isolada e se valendo de
esforos descomunais, tentam, na medida do possvel, dar uma resposta
so-ciedade, ainda que agindo praticamente o tem-po todo de maneira
reativa.
A iminncia de alteraes radicais na es-trutura atual do sistema
de segurana pblica brinda-nos com discursos de oportunidade,
tais como os da unificao das polcias, da desmilitarizao, da
criao do ciclo comple-to, entre outros, criando uma instabilidade
no cenrio, o que no muito favorvel, uma vez que acaba por gerar uma
inrcia nos movimen-tos e aes, enquanto se espera a definio do
cenrio futuro.
Ao mesmo tempo, a sociedade tambm se organiza e exige uma ao dos
rgos de segu-rana pblica, pois, na era do conhecimento, a informao
circula a uma velocidade inima-ginvel, pressionando o sistema a
agir, mesmo este no tendo mtodos.
Combater a criminalidade por meio da preveno, mais do que uma
obrigao cons-titucional, o maior desafio que as instituies
policiais enfrentam no dia-a-dia. Acompanhar a evoluo do fenmeno
criminoso e trabalhar os recursos humanos, materiais e de
intelign-cia policial tem sido o desafio enfrentado por todas
aquelas instituies policiais que primam pela segurana pblica e pelo
mister de fazer com que a sociedade sinta-se segura.
Para tanto, no basta simplesmente saturar uma rea de homens e
recursos para conseguir alcanar estes objetivos. Em tempos em que a
exploso demogrfica caminha em um ritmo muito maior do que o poder
pblico pode acompanhar em termos de infraestrutura b-sica do Estado
para suprir as necessidades da
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populao, a consequncia invariavelmente o surgimento de um
indicador perverso que o aumento da criminalidade.
Neste sentido, deve-se questionar quais so as alternativas para
a conteno da esca-lada criminosa e a recuperao do status quo. Ao
mesmo tempo, preciso estudar a maneira pela qual o Estado pode
trabalhar para reduzir os ndices criminais e efetivamente ter
condi-es de trabalhar de maneira preventiva, em vez de reativa,
majoritariamente presente em situaes dessa natureza.
Partindo-se da premissa de que no pos-svel gerenciar aquilo que
no se mede, o de-senvolvimento de uma poltica de gesto de
organizaes de segurana pblica baseada em indicadores pode permitir
uma avaliao e um desenvolvimento respaldados pelo mtodo cientfico
para proporcionar a melhoria dos sistemas de modo continuado.
Neste artigo, parte-se da hiptese de que os indicadores-chave de
desempenho para anlise criminal so ferramentas que efetiva-mente
auxiliam o profissional de segurana pblica a perceber fenmenos que
interferem no sucesso da atividade policial, e que podem contribuir
no aspecto preditivo de alguns ti-pos de eventos criminosos, para,
ento, tentar avaliar a importncia e os benefcios que tais recursos
podem representar como auxiliares ao processo de diminuio da
criminalidade e efetividade do servio policial, a partir do emprego
adequado de recursos humanos e materiais, objetivos estes buscados
incessan-temente pelos rgos de segurana pblica do mundo
inteiro.
O desenvolvimento do tema justifica-se pelo fato deste ser um
recurso valioso do qual as ins-tituies de segurana podem se valer
quando da busca pela excelncia e na consecuo de tais objetivos.
Analisar padres, identificar locais, horrios, pessoas e condies
propensas ao en-volvimento com aes criminosas se traduzem em uso da
informao como ferramenta im-portantssima no processo de
entendimento do fenmeno criminoso e, consequentemente, na sua
preveno. Entretanto, outras variveis, pre-sentes no dia-a-dia das
instituies, podem con-tribuir e at mesmo aumentar a taxa de sucesso
do processo de anlise criminal, resultando na efetiva reduo dos
ndices criminais.
A utilizao de indicadores-chave de de-sempenho na rea de
segurana pblica no Brasil, assim como a prpria anlise criminal,
tema relativamente novo. Utilizam-se muito estatsticas e sries
histricas que apenas afir-mam que determinado crime aumentou ou
diminuiu, todavia, a consolidao de dados demorada e apenas indica o
fluxo do crime, no provendo o acompanhamento do fenme-no como um
todo, com a tentativa de identifi-car os atores deficitrios do
sistema.
O presente trabalho identifica quais so os indicadores de
desempenho vlidos e teis para a anlise criminal. Para tanto,
pretende--se: levantar a importncia de indicadores de desempenho
nas organizaes; enumerar os benefcios que o seu uso pode
representar para as organizaes; inferir a viabilidade de uso de
indicadores para a anlise criminal; e distin-guir em que momento do
processo de anlise criminal os indicadores-chave de desempenho
podem ser utilizados.
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Para alcanar tais objetivos, foi desenvolvi-da pesquisa
aplicada, dirigida soluo de pro-blemas especficos, de natureza
utilitria e com finalidade imediata, sendo tambm considera-da
pesquisa exploratria, j que se trata de uma primeira aproximao com
o tema e tem por finalidade conhecer os fatos e fenmenos
rela-cionados ao assunto, a partir de levantamento documental e
bibliogrfico.
A partir da reviso de conceitos e teorias acerca do tema,
pretende-se dar sustentao argumentao, seguindo uma linha de
racio-cnio que partir do correlacionamento para subsidiar concluses
derivativas, podendo culminar em proposta de ao para utilizao e
mesmo adoo de indicadores-chave de de-sempenho como ferramenta
essencial no pro-cesso de anlise criminal.
Anlise criminalO combate criminalidade um tema
sempre atual e, mais do que isso, uma preo-cupao das polcias e
dos governos e um cla-mor da sociedade. A criminalidade surge como
consequncia perversa da prpria ineficincia do Estado, que no
consegue prover condies sustentveis para as necessidades bsicas de
seu povo: infraestrutura, educao, sade, desen-volvimento econmico
sustentvel e gerao de emprego e renda so algumas das variveis
sociais que acabam por potencializar o aumen-to da
criminalidade.
Passou o tempo em que combater a crimina-lidade era saturar uma
rea com policiamento, colocar policiais fardados andando pelas
ruas, e viaturas patrulhando determinada regio. A sociedade evoluiu
e cresceu em demasia para
que este tipo de ao, realizada aleatoriamente, seja, por si s,
suficiente. neste sentido que a anlise criminal surge como
alternativa tcnica no sentido de reduzir os ndices criminais, com
base no cientificismo e na busca pela eficincia, empregando de
forma coerente os recursos hu-manos e materiais.
A anlise criminal uma atividade praticada muito antes de
tornar-se uma profisso. Segun-do a Fundacion Paz Ciudadana (2010,
p. 30), algumas das funes mais essenciais da anlise criminal, como
identificar lugares de alto risco (hot spots1) para realizar
patrulhas extras, j eram realizadas no passado. Na era moderna, a
Pol-cia Metropolitana de Londres, a primeira fora policial moderna,
utilizou tcnicas de anlise criminal durante o sculo XIX. No incio
de 1840, detetives identificaram pela primeira vez padres de crime
e, na segunda metade do scu-lo XIX, surgiu o conceito de modus
operandi,2 na Polcia Metropolitana de Londres.
Em primeira instncia, define-se anlise criminal, segundo o
Ministrio Pblico de So Paulo (SO PAULO, s.d.), como um conjun-to de
tcnicas e procedimentos cuja finalidade processar informaes
relevantes para a pre-veno ou a represso ao crime.
Para Miranda (2008), anlise criminal entendida como um conjunto
de processos sistemticos direcionados para o provimento de informao
oportuna e pertinente sobre os padres do crime e suas correlaes de
tendn-cias, ou seja, trata-se da aplicao da cincia na anlise de
fenmenos que surgem diante de ns e que devemos explic-los
(UNIVERSI-DADE CATLICA DE BRASLIA, 2010).
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De acordo com a Massachusetts Associa-tion of Crime Analysts
(2005), a anlise cri-minal depende de uma cuidadosa comparao do
crime atual com o crime passado. Atravs deste mtodo, o analista
detecta padres e ten-dncias. Para esta associao, anlise criminal
uma disciplina de anlise de segurana pblica, que fornece informaes
de suporte para as mis-ses da aplicao da lei ou agncias de justia
criminal, que envolve:
t o estudo de incidentes criminais;t a identificao de padres de
criminali-dade, tendncias do crime e os problemas de
criminalidade;t a anlise desses padres, tendncias e problemas;t a
divulgao de informaes para uma agncia de polcia para que a agncia
possa desenvolver tticas e estratgias para resolver os padres,
tendncias e problemas.
J para a International Association of Cri-me Analysts (2011),
anlise criminal ao mesmo tempo uma profisso, quanto um con-junto de
tcnicas. Os profissionais que fazem a anlise criminal e as tcnicas
utilizadas ajudam os departamentos de polcia a se tornarem mais
eficazes, atravs de uma melhor informao.
Souza (2005) assevera que com a utiliza-o da anlise criminal
possvel identificar, avaliar e acompanhar sistematicamente o
fe-nmeno da criminalidade de massa, algo hoje prevalente, no s no
Brasil, mas tambm em vrios outros pases do mundo.
Nesta linha, identificam-se vrias verten-tes da anlise criminal,
que se diferenciam de acordo com o produto final, o pblico a quem
interessa a informao e as medidas que de-
vero ser tomadas aps a produo desta in-formao. Assim, possvel
classificar anlise criminal nos seguintes ramos:
t Anlise Criminal Ttica: O estudo de in-cidentes criminais
recentes e a atividade cri-minal potencial a fim de identificar
padres criminais, conduzir investigaes, identificar suspeitos e
esclarecer casos. (BOBA, 2009 apud UNIVERSIDADE CATLICA DE BRASLIA,
2010).t Anlise Criminal Estratgica: O estudo dos problemas de crime
e outras questes relacionadas segurana pblica para deter-minar
padro de atividades de longo prazo (tendncias), bem como para
avaliar os pro-cedimentos e a responsividade das organi-zaes de
segurana pblica (BOBA, 2009 apud UNIVERSIDADE CATLICA DE BRASLIA,
2010).t Anlise de Operaes: O estudo ana-ltico dos servios prestados
pela orga-nizao de segurana pblica, realizado para prover aos
comandantes e gestores policiais uma base cientfica para a to-mada
de deciso ou ao que possibilite a melhoria da alocao de recursos e
da qualidade das operaes. (GOTTLIEB, 1998 apud UNIVERSIDADE
CATLI-CA DE BRASLIA, 2010).t Anlise Criminal Administrativa: A
apre-sentao dos resultados de um estudo ou pes-quisa sobre crime,
baseados em preocupaes legais, polticas e prticas, para informar
di-ferentes pblicos sobre o que lhes interessar sobre o crime e
desordem. (BOBA, 2009 apud UNIVERSIDADE CATLICA DE BRASLIA, 2010).t
Anlise Criminal Investigativa: O pro-cesso investigativo que
identifica as princi-
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pais caractersticas de personalidade e com-portamento de um
criminoso, baseado nos crimes que ele (ou ela) tenha cometido
(GOTTLIEB, 1998 apud UNIVERSIDA-DE CATLICA DE BRASLIA, 2010).t
Anlise de Inteligncia: Coleta, avalia-o, anlise, integrao e
disseminao sis-temticas de informao sobre criminosos, especialmente
em relao s suas associa-es e sua identificao com grupos e
ati-vidades criminosas de natureza organizada (GOTTLIEB, 1998 apud
UNIVERSIDA-DE CATLICA DE BRASLIA, 2010).
Bruce (2005) apresenta uma segmentao interessante, que desmembra
em nveis os di-
versos tipos de anlise criminal, separando as anlises
investigativa e de inteligncia das de-mais, colocando-as em um nvel
acima, con-forme mostra a Figura 1.
Para Bruce (2005), as anlises de intelign-cia e investigativa no
pertencem ao ramo da anlise criminal, especificamente, mas
juntam--se a ela para formar o conjunto de anlises utilizadas no
processo de aplicao da lei. Esta classificao interessante do ponto
de vista do tipo de informao que ser produzida e para quem essa
informao ser til, condensando sob uma classificao as tcnicas que
possuem formas de desenvolvimento, em alguma medi-da,
semelhantes.
Figura 1 - Estrutura da anlise criminal
Fonte: Bruce (2005).
Anlise para Aplicao da Lei
Anlise Investigativa
Anlise Ttica
Anlise Estratgica
Anlise Administrativa
Anlise de Operaes
Anlise Criminal
Anlise de Inteligncia
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Indicadores de desempenhoMuito se fala em medir desempenho,
prin-
cipalmente na iniciativa privada que precisa, a todo momento,
dar uma resposta aos empre-srios, acionistas e gestores acerca do
desem-penho. Deste modo, surgiram os indicadores de desempenho,
ferramentas utilizadas por or-ganizaes de toda natureza
especialmente as da iniciativa privada, na busca de melhorar sua
eficincia, seus processos e consequentemente seus resultados.
De acordo com o Programa Nacional de Gesto Pblica e
Desburocratizao (Gesp-blica), indicador o dado que representa ou
quantifica um insumo, um resultado, uma ca-racterstica ou
desempenho de um processo, de um servio, de um produto ou da
organizao (BRASIL, 2009).
Rozados (2005, p. 62) define indicador como uma ferramenta de
mensurao, utili-zada para levantar aspectos quantitativos e/ou
qualitativos de um dado fenmeno, com vistas avaliao e a subsidiar a
tomada de deciso, ou seja, basicamente, um indicador de desem-penho
funciona empregando um valor de refe-rncia, ou de partida, com o
apontamento da tendncia esperada, seja esta de aumento, de diminuio
ou de estabilidade.
Takashina e Flores (apud LIMA, 2004) afirmam que os indicadores
so essenciais ao planejamento, possibilitando o estabelecimen-to de
metas quantificadas e o seu desdobra-mento na organizao, bem como
ao controle dos processos das organizaes, uma vez que os resultados
apresentados por meio dos indica-dores so fundamentais para anlise
crtica do
desempenho da organizao, tomada de deci-ses e
re-planejamento.
Lima (2004) assinala que os indicadores desempenham papel
fundamental, pois os In-dicadores esto intimamente ligados ao
con-ceito da qualidade centrada no cliente. Eles devem ser gerados
a partir das necessidades e expectativas dos clientes, traduzidas
atravs das caractersticas da Qualidade do produto ou servio, sejam
elas tangveis ou no.
Gerao de indicadoresPara desenvolver esta atividade de
monito-
ramento, no basta simplesmente criar indi-cadores e resolver
medi-los. Existe uma gran-de diferena entre bons e maus
indicadores; aqueles que efetivamente traro informaes
significativas e permitiro aos gestores acom-panhar os processos e
adotar as medidas ne-cessrias para corrigi-los, quando preciso.
fundamental que a definio dos indicadores esteja alinhada com a
estratgia da empresa, contribuindo para que ela consiga atingir
seus objetivos, com base na misso e na viso da empresa.
Takashina e Flores (apud LIMA, 2004) apontam os seguintes
critrios para a gerao de bons indicadores:
t seletividade ou importncia com o obje-tivo de captar um
requisito-chave do produto ou do processo;t simplicidade e clareza
para que haja uma fcil compreenso, para a consequente aplicao nos
diversos nveis da organizao, numa linguagem acessvel;t abrangncia
objetivando ser suficien-temente representativa, inclusive em
termos estatsticos, do produto ou do processo a que
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se refere; devendo priorizar indicadores repre-sentativos de
situao ou contexto global;t rastreabilidade e acessibilidade para
per-mitir o registro e a adequada manuteno e disponibilidade dos
dados, resultados e me-mrias de clculo, incluindo os responsveis
envolvidos, sendo, neste caso, essencial a pesquisa dos fatores que
afetam o indicador (os dados podem ser armazenados em meio
eletrnico, relatrios e outros); t comparabilidade permitindo a
facilida-de para realizar comparao com referenciais apropriados,
tais como o melhor concorrente, a mdia do ramo e o referencial de
excelncia; t estabilidade e rapidez de disponibilidade pois o
indicador precisa ser perene e gerado com base em processamentos
padronizados, incorporados s atividades do processador, permitindo
fazer uma previso do resultado, quando o processo est sob controle;
t baixo custo de obteno utilizando uni-dades adimensionais ou
dimensionais sim-ples, tais como percentagem, unidades de tempo e
outros.
O conceito de indicador mostra a flexibili-dade para medir
diversos tipos de fenmenos e, portanto, um indicador pode ser
qualitativo e quantitativo. Definir corretamente o indica-dor de
desempenho a ser utilizado pela orga-nizao o primeiro passo para
compreender tanto o seu significado para a instituio como a
amplitude de sua aplicao. Para Rosa e Scar-tezini (apud SILVA;
CARMO, 2008):
indicador de desempenho pode ser definido como uma forma de
representao quantifi-cvel das caractersticas de um processo ou de
um produto/servio. So utilizados pelas organizaes para controlar e
melhorar a
qualidade e o desempenho ao logo do tem-po. Pode ser definido
ainda como a relao entre variveis representativas de um proces-so
que permitem o seu gerenciamento. Os indicadores tm como objetivo
dimensionar o comportamento de um processo, inclusive como seus
resultados.
Uma das diferenas entre indicadores de qualidade e de desempenho
est na forma de se fazer sua medio, que subjetiva, para o
pri-meiro, e objetiva, para o segundo. Independen-temente do tipo
de indicador que se pretende utilizar, essencial que se tenha uma
viso sist-mica, integrada, de todos os processos que esto
envolvidos, para que a implementao reflita a lgica da estratgica,
permitindo que os indica-dores sejam efetivamente utilizados no
processo de tomada de deciso, incorporando as prticas de gesto em
todos os seus nveis.
Como afirmam Silva e Carmo (2008, p. 20), a utilizao de
indicadores cientficos essencial para o gerenciamento de qualquer
negcio. O seu uso reduz a subjetividade em qualquer tipo de
avaliao, no gerando d-vidas sobre a eficcia das aes
operacionais.
O Ministrio do Planejamento, Oramen-to e Gesto instituiu em
2005, por intermdio do Decreto n 5.378, o Programa Nacional de
Gesto Pblica e Desburocratizao (Ges-pblica), com a finalidade de
contribuir para a melhoria da qualidade dos servios pblicos
prestados aos cidados e para o aumento da competitividade do
pas.
Neste programa, um dos pontos-chave justamente a elaborao de
indicadores
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de desempenho, que serviro para acompa-nhar a evoluo e o
desenvolvimento das polticas de desburocratizao e de melho-ria da
gesto.
Assim, as diretrizes do programa, no que diz respeito elaborao
de indicadores de de-sempenho. apresenta-se como uma alternativa
interessante para nortear a construo de indi-cadores de forma
geral, j que traz um roteiro de dez passos bsicos que devem ser
seguidos, demonstrados na Figura 2.
A partir dos conceitos apresentados, pode-
-se assumir que os indicadores so, conforme proposta do prprio
Programa Gespblica, instrumentos de gesto essenciais nas
ativida-des de monitoramento e avaliao das organi-zaes, assim como
de seus projetos, progra-mas e polticas, pois permitem acompanhar o
alcance das metas e identificar avanos, me-lhorias de qualidade,
correo de problemas, necessidades de mudana, etc.
Deste modo, pode-se dizer que os indica-dores possuem,
minimamente, duas funes bsicas: a primeira descrever por meio da
ge-rao de informaes o estado real dos aconte-
Figura 2 - Etapas de medio e os dez passos para a construo de
indicadores
Fonte: Brasil (2009).
Comunicao
Mensurao
Anlise dos dados
Passo 1 - Identificao do nvel, dimenso, subdimenso e objetos de
mensurao
Passo 2 - Estabelecimento de indicadores de desempenho
Passo 3 - Anlise e Validao Intermediria dos Indicadores com as
partes envolvidas
Passo 4 - Construo de frmulas, mtricas e estabelecimento de
metas
Passo 5 - Definio de responsveis
Passo 6 - Gerao de sistema de coleta de dados
Passo 7 - Ponderao e Validao dos indicadores com as partes
envolvidas
Passo 8 - Mensurao de resultados
Passo 9 - Anlise e interpretao dos indicadores
Passo 10 - Comunicao dos resultados
Coleta deinformaes
Como mensurar?
O que mensurar?
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cimentos e o seu comportamento; a segunda de carter valorativo,
que consiste em analisar as informaes presentes com base nas
anterio-res de forma a realizar proposies valorativas.
Balanced scorecard (BSC)Desenvolvido pelos professores da
Harvard
Business School, Robert Kaplan e David Nor-ton, como uma
metodologia de medio e ges-to de desempenho, o BSC uma ferramenta
de gerenciamento que ajuda as organizaes a traduzir suas estratgias
em ao. Segundo Ka-plan e Norton (1996), O BSC traduz a mis-so e
estratgia da organizao em uma lista
compreensiva de medidas que prov a estrutu-ra para a mtrica
estratgica e a administrao do sistema.
De acordo com o Business Intelligence Centre (s.d.), scorecard
uma medida de de-sempenho do negcio, mais usada em nvel de alta
gerncia para identificar o desempenho dos negcios, por meio de
indicadores.
Um dos aspectos mais inspiradores do dese-nho do BSC o das suas
quatro perspectivas: do consumidor; dos processos internos;
financeira; e do crescimento e da aprendizagem (Figura 3).
Figura 3 - Quatro Perspectivas do BSC
Fonte: Kaplan e Norton (1996).
VisoEstratgica
FinanceiroPara sermos
bem sucedidos financeiramente,
como deveramos ser vistos pelos nossos
acionistas?
Processos InternosPara satisfazermos nossos clientes, em que
processos de
negcios devemos alancar a excelncia?
ClientesPara alanarmos nossa viso, como
deveramos ser vistos pelos nossos clientes?
Aprendizado e Crescimento
Para alanarmos nossa viso, como
sustentaremos nossa capacidade de mudar
e melhorar?
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Segundo a SoftExpert (s.d.), muitas em-presas tm identificado os
benefcios do BSC tais como:
t melhora a comunicao, tanto interna quanto externa;t d maior
nfase na estratgia e nos resul-tados da organizao;t proporciona
feedback estratgico e aprendizado; t integra o planejamento
estratgico com a gesto; t conduz a execuo da estratgia; t esclarece
a estratgia e a operacionaliza;t identifica e alinha as iniciativas
estratgicas;t relaciona oramento com a estratgia; t conduz revises
peridicas do desempe-nho estratgico para aprendizado e
aprimo-ramento estratgico;t reduz a grande quantidade de informao
dos processos da empresa, focando em infor-maes essenciais.
Assim, o BSC pode ser considerado um sistema de gesto que usado
extensivamen-te nas empresas e indstrias, no governo e em
instituies sem fins lucrativos de todo o mundo para alinhar as
atividades do negcio viso e estratgia da organizao, melhorar a
comunicao interna e externa e monitorar o desempenho da organizao
conforme as me-tas estratgicas determinadas.
Key performance indicators (KPI)Alguns autores no fazem distino
entre
BSC e key performance indicators, ou em portu-gus
indicadores-chave de desempenho.
Para o Business Intelligence Centre (s.d.), o KPI mede o
desempenho do negcio. E este
seria parte integrante da tcnica de BSC, usada para medir o
sucesso em cada uma das reas do negcio a partir de uma mtrica
predefinda, com metas e ndices ideais a serem atingidos.
Os indicadores so medidas selecionadas para prover visibilidade
de desempenho do ne-gcio e permitir que os tomadores de deciso ajam
com o objetivo de conduzir os negcios para o rumo das metas a serem
alcanadas, funcionando como um termmetro das ativi-dades e do
desempenho dos negcios.
Em resumo, pode-se dizer que no se h dvidas de que tanto o BSC
como os KPI, ou indicadores-chave de desempenho, so ferra-mentas
importantes para mensurar o desem-penho financeiro e de processos
das empresas.
Painis de controle (dashboards)Outro recurso bastante utilizado
para mo-
nitorar o desempenho so os painis de con-trole ou dashboards,
que permitem especialistas operacionais e supervisores monitorar e
agir sobre eventos quando eles ocorrem, pois mos-tram dados
detalhados no exato momento que os usurios precisam v-los,
geralmente com frequncia diria ou mais de uma vez durante o dia,
apresentando de forma visual o desem-penho, a partir de grficos,
tabelas e outros ti-pos de painis de controle. Eckerson (2011),
classifica os dashboards em trs tipos:
t operacionais so usados para con-trolar a atividade operacional
e fazer com que processos continuem dentro dos limites predefinidos
de produtivida-des, qualidade e eficincia. Tipicamen-te, o pessoal
da ponta usa os dashboards operacionais para monitorar eventos
do
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negcio medida que eles acontecem (a cada minuto, hora ou dia), a
partir do exame da transao de dados do ncleo do sistema e agindo
imediatamente para abordar as condies de exceo;t tticos monitoram e
gerenciam pro-cessos departamentais e projetos. Executivos usam
dashboards tticos para rever e fazer benchmark na performance de
grupos parcei-ros por meio da empresa, enquanto gerentes utilizam
para monitorar e otimizar processos; t estratgicos monitoram a
execuo de objetivos estratgicos e frequentemente so implementados
usando a metodologia do BSC. Executivos usam dashboards
estrat-gicos para comunicar a estratgia e rever a
performance nas reunies estratgicas men-sais, ou revises
operacionais.
Em resumo, os dashboards nada mais so do que aplicaes grficas
que permitem a exposio de in-dicadores de maneira mais visual e de
entendimento mais rpido, o que se traduz em um recurso
inte-ressante, principalmente, nas situaes em que uma interveno
rpida requerida e no h tempo para fazer a anlise de tabelas e
resultados.
A Figura 5 apresenta um exemplo de dash-board utilizado pela
Polcia Militar do Distrito Federal em seu Centro de Controle
Operacio-nal, para medir o desempenho de recursos em sua atividade
finalstica.
Figura 4 EFigura 4 - Mapeamento de usurios para os
dashboards
Fonte: Eckerson (2011).
Funcionalidade Usurios
ExecutivosMonitoramento
Detalhamento Operadores
Anlise Gerentes | Analistas
DashboardEstratgico
DashboardTtico
DashboardOperacional
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Indicadores para anlise criminalA anlise criminal lida o tempo
todo com o
tratamento de dados. Dependendo do tipo de anlise criminal que
se realiza, o resultado pode ser imediato e, consequentemente, a
necessi-dade de visualizar essa informao de maneira exata e sem
precisar da interpretao de gran-des volumes de dados faz com que a
gerao de indicadores de desempenho e a utilizao de dashboards, ou
painis de controle, tornem-se uma alternativa atraente para se
imprimir um ritmo fluido de trabalho e criar uma dinmica de
disseminao da informao.
Neste sentido, se tais ferramentas se apre-sentam como um
diferencial para que em-presas dos mais diversos ramos de
atividade
tenham capacidade de monitorar seu desem-penho e apontar rumos a
serem tomados, por que no utilizar tais tcnicas e ferramentas no
processo de anlise criminal, agregando infor-maes de desempenho
referentes atividade policial como fator a ser includo na anlise
das ocorrncias e tendncias criminosas?
Esta argumentao toma fora quando se considera a teoria do crime
e observa-se, no triangulo do crime, um vis que aponta para a falha
de um ou mais atores/recursos envolvidos como sendo o motivador
para a ocorrncia de um evento criminoso.
Recapitulando, a teoria do triangulo do cri-me afirma que:
Figura 5 - Exemplo de painel de controle (dashboard)
Fonte: Polcia Militar do Distrito Federal.
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[...] o tringulo externo, representa a idia de que existem
certos tipos de controle cuja presena ou ausncia poder produzir
opor-tunidade ou no para a ocorrncia de crimes. Os cuidadores ou
controladores so aque-les indivduos cuja ao, e por sua relao com o
ofensor/criminoso, tm condies de exercer algum controle sobre ele.
Dentre os potenciais cuidadores/controladores esto: pais,
professores, cnjuge, funcionrios do sistema de justia criminal
encarregados de fiscalizao de liberdade condicional.
J os administradores/responsveis so in-divduos que detm
responsabilidade de admi-nistrao e cuidados sobre o local de
potencial ocorrncia de eventos criminosos. Dentre es-ses esto os
sndicos de edifcios, os adminis-tradores de shoppings, os
administradores de locais de alta concentrao de pblico como estaes
rodovirias, por exemplo. O ltimo componente, vigilante/guardio,
aquele cuja ausncia (por presena ou monitoramento ati-vo) oferece
oportunidade para a ocorrncia de evento criminoso. (CLARK & ECK
apud CA-TOLICA, 2005).
O uso de indicadores-chave de desempe-nho pode ser um grande
aliado no processo de anlise criminal, j que permite organizao
identificar falhas e vulnerabilidades de gesto que acabam por
influenciar diretamente na capacidade preventiva da fora policial,
dando abertura para que o crime ocorra.
Da mesma forma que a anlise criminal olha para elementos como
condies climti-cas, fases da lua, perodos/dias de pagamento, alm de
outros fatores que de alguma manei-
ra podem se relacionar com o aumento ou diminuio da incidncia
criminal, o que su-gerimos que indicadores de gesto passem a fazer
parte deste pool de elementos a serem analisados, pois refletem
diretamente no nvel da capacidade operativa do prprio processo de
policiamento preventivo e de policiamento orientado ao
problema.
Deste modo, os indicadores podem ser di-vididos em trs
categorias, que sero descritas a seguir, juntamente com sugestes de
compo-sio e mtrica.
Indicadores bsicos Classificam-se como bsicos alguns indi-
cadores demogrficos e sociais, que, de forma geral, serviro de
base para a composio dos demais indicadores, incluindo os de anlise
criminal. Tais indicadores no so medidos pelas organizaes
policiais, mas sim acom-panhados, servindo de base para a anlise de
outras questes.
Para esta classificao os principais indica-dores a serem
considerados so:
t ndice de Desenvolvimento Humano (IDH) considerado o indicador
socioecon-mico mais amplo e mais completo porque leva em conta trs
aspectos: a expectativa de vida, o grau de escolaridade e a renda
per capita;t taxa de crescimento real ou efetivo a diferena entre a
taxa de natalidade e a taxa de mortalidade, bem como a diferena
entre a imigrao e a emigrao. No caso do Distri-to Federal, esta
taxa deve ser considerada para cada uma das cidades satlites e
tambm para as cidades do entorno do Distrito Federal;t grau de
urbanizao indica a proporo
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da populao total que reside em reas urba-nas, segundo a diviso
poltico-administra-tiva estabelecida pelas administraes regio-nais,
tendo como um dos objetivos subsidiar processos de planejamento,
gesto e avaliao de polticas pblicas, para adequao e fun-cionamento
da rede de servios sociais e da infraestrutura urbana;t populao
total indica a populao to-tal, bem como sua distribuio por regies;
no caso do Distrito Federal, mostra a distribuio por cidades
satlites. Este ndice serve como referncia para se ter uma base para
a distribui-o do efetivo policial, considerando a reco-mendao da
Organizao das Naes Unidas (ONU), que indica como ideal a existncia
de um policial para cada 450 habitantes.
Indicadores diretosOs indicadores diretos so aqueles que di-
zem respeito diretamente atividade policial e normalmente j
medidos e acompanhados no dia-a-dia da anlise criminal, avaliando o
de-sempenho operacional, bem como a situao da criminalidade.
Nesta classificao, os principais indica-dores so:
t tempo mdio de resposta calcula o tem-po mdio entre o
acionamento, via rdio, pela central de operaes e a chegada ao local
da ocorrncia;t nmero de furtos em residncia por 1.000 residncias
identifica as taxas de furto em residncias por regio/localidade;t
taxa de homicdios por 100.000 habitantes mede a quantidade de
homicdios por regio;t nmero de crimes por 100.000 habitantes avalia
de forma geral a quantidade de
crimes. Sugere-se a utilizao da lista dos principais tipos de
crimes, com base no Relatrio Padro de Crime, do Federal Bureau of
Investigation (FBI), que define os oito principais delitos, sendo
quatro violentos (leso corporal, estupro, homicdio e roubo) e
quatro contra a propriedade (incndio, furto, arrombamento e furto
de veculo) como base para a medio;t taxa de vitimizao por lares
elaborada a partir da pesquisa de vitimizao, tem por objetivo
ajudar a segurana pblica, forne-cendo dados mais realistas sobre a
crimina-lidade e a violncia. Trata-se de instrumento importante do
planejamento estratgico da polcia, indicando tipos de crime e reas,
bem como pessoas mais expostas;t ndice de recuperao de armas por
dia verifica o percentual de armas recuperadas, por regio;t prises
efetuadas por tipo de crime con-tabiliza a quantidade de prises
realizadas para cada tipo de crime.
Indicadores indiretosA novidade, ento, est nos indicadores
in-
diretos que no esto diretamente ligados par-te operacional, mas
relacionam-se aos processos de gesto, seja esta administrativa ou
do prprio negcio, passando pelas polticas institucionais e pelo
relacionamento com a comunidade.
Estes indicadores podem ter um papel muito importante no sentido
de mostrar falhas do processo a tempo de serem cor-rigidas de
maneira eficaz, contribuindo, assim, para o desenvolvimento do
trabalho de preveno, mote principal das foras po-
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liciais, que deveriam trabalhar no s para combater o crime, mas
para fazer que ele no chegue a ocorrer.
Assim apresentam-se alguns indicadores que representam
importante papel neste pro-cesso de melhoria da gesto e da prpria
ativi-dade-fim da polcia:
t percepo de segurana da sociedade identificada a partir de
pesquisa (survey), tem por objetivo medir a confiana que a
socieda-de tem acerca da eficincia da polcia;t ndice de emprego do
efetivo operacional a finalidade deste indicador demonstrar a
maneira como a polcia tem empregado o efetivo, ao mesmo tempo
identificando in-chao da atividade-meio, com a consequente reduo da
fora efetivamente empregada no policiamento ordinrio. Este
instrumento, apesar de ser um indicador de gesto, diz res-peito a
um dos principais pontos abordados no triangulo do crime;t ndice de
indisponibilidade de viaturas da mesma forma que o anterior, este
indica-dor de gesto tambm permite medir o nvel da atividade
policial, a partir da percepo da quantidade de viaturas disponveis
para reali-zar o patrulhamento e consequentemente o trabalho
preventivo; t participao em reunies comunitrias a integrao entre
polcia e comunidade algo que apresenta resultados muito positivos,
alm de oportunizar o desenvolvimento de uma poltica vinculada
anlise criminal ad-ministrativa e, com isso, passar informaes de
extrema importncia para a comunidade local, no sentido de serem
adotadas medidas preventivas e ao mesmo tempo coletar infor-maes
necessrias prpria anlise criminal.
O monitoramento da quantidade das reu-nies com a participao da
polcia permite indicar uma eventual necessidade de maior integrao
entre a polcia e a comunidade;t absentesmo identificar a
indisponibili-dade de policiais para o trabalho, bem como
diagnosticar os motivos de tais indisponibili-dades, agrega-se ao
ndice de emprego do efe-tivo operacional, oportunizando, com isso,
manter nveis aceitveis e, de preferncia, ter noo de emprego do
efetivo;t aes sociais desenvolvidas pela polcia so inegveis os
benefcios que as aes sociais desenvolvidas pelas polcias
representam para a integrao com a comunidade e, conse-quentemente,
para a reduo do crime, em especial aqueles praticados por jovens,
que so muitas vezes tirados das ruas e atendi-dos por tais
programas sociais. Acompanhar a evoluo deste indicador tem por
objetivo priorizar aes e at mesmo investimentos nas atividades
preventivas, nesse caso por in-termdio de aes sociais.
ConclusoO assunto extremamente complexo, alm
de extenso, e no se esgota somente com as eventuais respostas
aos questionamentos feitos neste trabalho, que apenas uma pequena
par-te de toda uma poltica social e gerencial que deve ser adotada
pelo Estado, alm de aes complexas a serem realizadas em diversos
n-veis de governo e em suas organizaes.
A diminuio da criminalidade ser sem-pre um objetivo a ser
buscado pelos rgos de segurana pblica do mundo inteiro. Ainda que
no se consiga, efetivamente, diminuir tais ndices, pelo menos a
manuteno de ndices
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aceitveis algo que estar sempre em pauta.
O estudo de indicadores-chave de desem-penho como consolidadores
de tais atributos e como mtrica palpvel para a visualizao da situao
apresenta-se como uma excelente fer-ramenta de trabalho, que pode
se traduzir em um virtual ganho de produtividade e de efici-ncia na
atividade de preveno, pois, como diz o jargo, no se pode gerenciar
aquilo que no se mede.
importante considerar que a definio de indicadores de
desempenho, sejam estes es-tratgicos ou operacionais, e sua medio
tm que estar alinhadas com a estratgia da orga-nizao, pois, se no
se sabe onde quer chegar, se no existem metas a serem alcanadas,
qual seria ento o objetivo de se medir algo? Neste sentido a
estratgia de ao fundamental para que se tenham parmetros definidos
de onde se quer chegar.
Existem inmeras tecnologias que, agregadas, criam interessantes
e complexas alternativas para se alcanar este objetivo. Vrias
organizaes policiais e mesmo en-tidades civis no exterior j vm
adotando tais recursos e tm conseguido resultados substanciais na
reduo da criminalidade a partir das aes preventivas e orientadas
aos problemas.
Todavia, importante ter em mente que os painis de controles
(dashboards) ou mes-mo o BSC no tomaram decises sozinhos. Ao
contrrio, estes mecanismos apenas ajudam o gestor e, neste caso, o
gestor de segurana pblica a perceber como anda o desempe-
nho organizacional, seja este no aspecto dos resultados
operacionais, tticos ou estratgi-cos, emitindo alertas quando a
execuo e os resultados obtidos no correspondem ao que foi
planejado.
A anlise criminal, por si s, j um grande avano no que diz
respeito a aumentar a efi-cincia do Estado, e porque no dizer dos
r-gos envolvidos com a aplicao da lei, j que, a partir de suas
atividades, busca antever aes criminosas, com base em padres e
tendncias, e com isso alocar de maneira coordenada e ra-cional os
recursos humanos e materiais de que dispe, com o objetivo de
maximizar seus re-sultados a partir da preveno.
Apesar de ser uma atividade relativamente nova no Brasil, a
anlise criminal tem em suas tcnicas e mtodos comprovada eficcia em
pases que j se renderam necessidade de dar uma resposta altura das
investidas criminosas e principalmente para a sociedade, de uma
ma-neira mais tcnica, planejada e eficiente.
Neste artigo, procurou-se ir um pouco alm das j conhecidas
potencialidades da anlise cri-minal em agir como tcnica e recurso
poderoso para o combate ao crime, por intermdio da preveno, mas
mais do que isto, utilizar tcni-cas modernas de mensurao do
desempenho, a partir do emprego de indicadores de desem-penho do
processo de gesto e mesmo dos re-cursos operacionais, como sendo um
poderoso aliado da anlise criminal na tarefa de identificar
vulnerabilidades que permitam o acontecimen-to de eventos
criminosos, oportunizando as for-as policiais a agirem em tempo
hbil para que tais eventos no venham a ocorrer.
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preciso deixar claro que a complementari-dade dos indicadores
poder permitir ao gestor uma viso abrangente do ponto de vista
geren-cial dos recursos, ao mesmo tempo que se podem analisar
alguns dos resultados que interferem e influenciam diretamente no
processo decisrio.
A ideia principal da proposio foi demons-trar que mecanismos,
recursos e ferramentas j consagrados no ambiente privado, como
me-canismos de controle e de gesto, podem ser grandes aliados e
agregar elevado valor ao pro-
cesso de gesto e operao da segurana pbli-ca no mbito de suas
instituies policiais.
Obviamente, a teoria proposta necessita de comprovao cientfica,
a partir de rigorosa an-lise de dados e informaes, apesar de o
modelo, por si s, indicar como sendo uma vantagem competitiva a
custos extremamente baixos, po-dendo contribuir para a melhoria dos
resultados apresentados e, principalmente, auxiliar como provedor
de informaes complementares a todo o processo de anlise
criminal.
1. Livremente traduzidos como pontos quentes, ou locais de maior
concentrao de determinadas ocorrncias registradas nos
sistemas de informaes de segurana pblica.
2. Modo de operao dos que cometem delitos.
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Rev. bras. segur. pblica | So Paulo v. 7, n. 2, 68-88 Ago/Set
2013
Os indicadores-chave de desempenho como aliados da anlise
criminal
Bilmar Angelis de Almeida Ferreira e Andr Di Lauro Rigueira
Los indicadores clave de rendimiento como aliados del
anlisis criminal
El anlisis criminal, a pesar de estar muy difundido en
varios
pases del mundo y de tener una historia de ms de 170
aos, tan solo se empieza a difundir y utilizar ahora en
Brasil.
Como materia que encuentra enorme apelo, por tratarse
de algo que afecta al cotidiano de la gente, el tema cobra
cada da ms fuerza, principalmente en las instituciones
policiales que ya asumieron el compromiso de atender a la
sociedad con excelencia. Dentro de esta ptica, la bsqueda
por maximizar los resultados se convierte en una constante,
y en este escenario surgen los indicadores de rendimiento
como un mecanismo de monitoreo de resultados y de
mejora de gestin. Pese a su enfoque meramente gerencial,
el presente artculo intenta mostrar de qu forma esos
indicadores, y principalmente las herramientas y tcnicas
utilizadas para proveer ese monitoreo, pueden asociarse a la
actividad de anlisis criminal, potencializando sus
resultados,
principalmente en el aspecto preventivo, contribuyendo de
este modo a la reduccin de la criminalidad.
Palabras clave: Anlisis criminal; Indicadores de
rendimiento; Criminalidad; Aplicacin de la ley.
ResumenKey Performance Indicators as allies in Criminal
Analysis
Although criminal analysis has been adapted by several
countries and has existed for over 170 years, it is only now
beginning to become widespread and be used more widely
in Brazil. It is an absorbing topic in that it addresses an
issue
that affects peoples everyday lives, and it is gaining
strength
constantlyabove all in police institutions that have adopted
a
commitment to serving society with excellence. In this
context
the attempt to maximize results is a constant, and
performance
indicators arise in this scenario as a mechanism for
monitoring
results and enhancing management. Despite having an
exclusively managerial focus, the present article aims to
show
how these indicatorsabove all the tools and techniques used
to enable monitoringcan be associated with the activity of
criminal analysis, boosting its results, above all
preventively,
thus helping reduce crime rates.
Keywords: Criminal Analysis; Performance Indicators; Crime;
Law enforcement.
Abstract
Data de recebimento: 05/10/2012
Data de aprovao: 11/06/2013