Top Banner

of 79

Conteúdo Disciplina Pidt

Feb 20, 2018

Download

Documents

Welcome message from author
This document is posted to help you gain knowledge. Please leave a comment to let me know what you think about it! Share it to your friends and learn new things together.
Transcript
  • 7/24/2019 Contedo Disciplina Pidt

    1/79

    O PERODO INTERTESTAMENTAL E OS DOISTESTAMENTOS

    Professor-conteudista: Eurpedes Pereira de BritoProfessor-tutor: Eurpedes Pereira de Brito

    1

    1. APRESENTAO

    Vindo, porm, a plenitude dos tempos, Deus enviou o seu filho, nascido sobos homens, nascido sob a lei. (Gl. 4.4).

    A disciplina O Perodo Intertestamental e dos dois Testamentosrefere-se a umestudo introdutrio deste perodo rico e marcante, que comea com o final do AntigoTestamento e termina com o incio do Novo Testamento. O perodo Intertestamentrioabrange os quatrocentos anos entre o livro de Malaquias e o de Mateus (BAXTER,1985, p. 11), tambm chamado de quatrocentos anos de silncio, visto da ausncia doexerccio da profecia e de escritos inspirados. O estudo prope uma anlise dos ltimosfatos histricos envolvendo tanto o exlio de Israel pelo Imprio Assrio, bem como doexlio de Jud pelo Imprio Babilnico; entra no Perodo Intertestamental, e nos leva

    naturalmente para a entrada do Perodo do Novo Testamento. Verificam-se os aspectospolticos, religiosos, filosficos, culturais e sociais do povo de Israel e dos povos queestiveram presentes, principalmente no perodo intertestamental e do incio do NovoTestamento. De forma especial, busca-se compreender o mundo em que o cristianismolanou suas razes. Quando abrimos o texto de Mateus, ns encontramos um mundo noqual se encontra o povo de Deus, totalmente novo, como observa Ironside (1988 p. 6):O Velho Testamento se encerra com o povo de Deus restaurado sua terra, masdebaixo do domnio romano, e ainda mais, com um vice-rei edomita exercendo a

    jurisdio sobre parte dopas.

    2. EMENTA

    Estudo histrico e analtico do perodo Interbblico e sua relao com o Antigo eNovo Testamento. Anlise histrica: poltica, social e religiosa.

    3. META

    Refletir sobre a importncia do estudo do Perodo Interbblico e sua relao com

    o Antigo e o Novo Testamento.

  • 7/24/2019 Contedo Disciplina Pidt

    2/79

    O PERODO INTERTESTAMENTAL E OS DOISTESTAMENTOS

    Professor-conteudista: Eurpedes Pereira de BritoProfessor-tutor: Eurpedes Pereira de Brito

    2

    4. OBJETIVOS

    Esperamos que no final dessa disciplina voc seja capaz de:

    1. Compreender e demonstrar a importncia do estudo do Perodo Intertestamental.

    2. Identificar o contedo do estudo do Perodo Intetestamental.

    3. Aplicar os aspectos estudados anlise hermenutica e exegtica das Escrituras.

    4. Explicar os principais assuntos polticos, religiosos, filosficos, sociais e culturaisque abrangem este perodo e os que esto interligados.

    5. ESTRUTURA DA DISCIPLINA

    A reflexo histrico-teolgica sobre o perodo interbblico e sua relao com oAntigo e Novo Testamento, ser desenvolvida em dois mdulos com duas unidades aserem desenvolvidas em cinco semanas cada. Dessa forma, o curso ser desenvolvidoem dez semanas, como segue:

    MDULO I HISTRIA DE ISRAEL: ASPECTOS POLTICOS DOS EXLIOSAO PERODO ROMANO

    Unidade I Os exlios de Israel e Jud e o perodo grego

    Aula 1: Os exlios de Israel e Jud e o retorno terra prometida no perodo persa

    Aula 2: O perodo grego

    Aula 3: Os perodos egpcio e srio

    Unidade II Os perodos macabeu e romano

    Aula 4: O perodo macabeu

    Aula 5: O perodo romano

  • 7/24/2019 Contedo Disciplina Pidt

    3/79

    O PERODO INTERTESTAMENTAL E OS DOISTESTAMENTOS

    Professor-conteudista: Eurpedes Pereira de BritoProfessor-tutor: Eurpedes Pereira de Brito

    3

    MDULO II HISTRIA DE ISRAEL: RELIGIO, FILOSOFIA E VIDASECULAR

    Unidade I Os aspectos religiosos e filosficos do Perodo Intertestamental e doNovo Testamento

    Aula 6: A religio e a filosofia dos gregos e romanos

    Aula 7: A sinagoga, o templo e a teologia do judasmo

    Aula 8: A literatura e os grupos do judasmo.

    Unidade II O aspecto secular do Perodo Intertestamental e do Novo Testamento

    Aula 9: Idioma, transporte, comrcio, comunicao e moradia

    Aula 10: Alimentao, vesturio, classes sociais e famlia

  • 7/24/2019 Contedo Disciplina Pidt

    4/79

    O PERODO INTERTESTAMENTAL E OS DOISTESTAMENTOS

    Professor-conteudista: Eurpedes Pereira de BritoProfessor-tutor: Eurpedes Pereira de Brito

    4

    MDULO I HISTRIA DE ISRAEL: ASPECTOS POLTICOS DO EXLIOAO PERODO ROMANO

    APRESENTAO

    Neste mdulo vamos analisar a histria do domnio poltico e militar sobre Israel

    desde o exlio do reino norte imposto pelo Imprio Assrio at o incio domnio romano

    no perodo do Novo Testamento. Abrangendo parte do perodo do Antigo Testamento,

    passaremos pelo domnio greco-macednio, o domnio egpcio e o domnio srio, at a

    independncia experimentada sob os Macabeus, e chegarmos ao perodo romano, tudo

    isso no perodo interbblico, e incio do perodo do Novo Testamento.

    META

    Refletir sobre os aspectos polticos que dominaram Israel desde o perodo dos

    exlios at o perodo do domnio romano.

    OBJETIVOS

    Analisar os aspectos histricos do exlio do reino do norte (Israel) e do reinodo sul (Jud) e as transformaes polticas e culturais sobre o povo de Deus.

    Verificar a histria de Alexandre Magno, a formao do Imprio Grego, e as

    grandes influncias do helenismo no mundo.

    Estudar a histria e a influncia do domnio egpcio e srio sobre os judeus no

    perodo intertestamental.

    Analisar a independncia dos judeus no perodo intertestamental.

    Estudar o perodo romano e as influncias sobre o Novo Testamento.

  • 7/24/2019 Contedo Disciplina Pidt

    5/79

    O PERODO INTERTESTAMENTAL E OS DOISTESTAMENTOS

    Professor-conteudista: Eurpedes Pereira de BritoProfessor-tutor: Eurpedes Pereira de Brito

    5

    Este mdulo est dividido em 2 (duas) unidades, subdivididas em 5 (cinco) aulasque correspondem a 5 (cinco) semanas, como segue:

    Unidade I Os exlios de Israel e de Jud e o perodo grego

    Aula 1: Os exlios de Israel e Jud e o retorno terra prometida no perodo persa

    Aula 2: O perodo grego

    Aula 3: Os perodos egpcio e srio

    Unidade II Os perodos hasmoneu e romano

    Aula 4: O perodo hasmoneu

    Aula 5:O perodo romano

  • 7/24/2019 Contedo Disciplina Pidt

    6/79

    O PERODO INTERTESTAMENTAL E OS DOISTESTAMENTOS

    Professor-conteudista: Eurpedes Pereira de BritoProfessor-tutor: Eurpedes Pereira de Brito

    6

    UNIDADE I OS EXLIOS DE ISRAEL E DE JUD NO PERODO GREGO

    Aula 1Os exlios de Israel e de Jud e o retorno terra prometida

    META

    Refletir sobre os dois grandes exlios do Antigo Testamentocausas econsequncias.

    OBJETIVOS

    Conhecer a histria do exlio de Israel (reino do norte)

    Conhecer a histria da o exlio de Jud (reino do Sul)

    Verificar o retorno terra prometida.

    PARA INCIO DE CONVERSA

    Ol! Esta a nossa primeira aula do curso Perodo Intertestamental e os dois

    Testamentos. Como voc j observou na apresentao do curso, pretendemos fazer uma

    reflexo e anlise do domnio poltico-cultural em relao ao povo de Israel, nesta que

    uma das mais importantes partes histricas do povo de Deus, como uma contribuio

    introdutria e analtica aos estudos da Bblia.

    Esta pesquisa tambm pretende contribuir de forma significativa para a

    compreenso e apreciao plena das muitas cenas e incidentes sobre os quais o Novo

    Testamento ergue a cortina.

    COM A PALAVRA, QUEM ENTENDE DO ASSUNTO

    Nas palavras de Tenney (2000, p. 18):

    O mundo em que nasceu o cristianismo, era um mundo de grandemaleabilidade e eminentemente cosmopolita. Representava ele o patrimnio

  • 7/24/2019 Contedo Disciplina Pidt

    7/79

    O PERODO INTERTESTAMENTAL E OS DOISTESTAMENTOS

    Professor-conteudista: Eurpedes Pereira de BritoProfessor-tutor: Eurpedes Pereira de Brito

    7

    de trs grandes raas: a oriental, a grega e a romana. Praticamente as trs sehaviam fundido numa s, porm cada qual entrando com sua contribuioespecial. A oriental entrara com seu vasto quinho de filosofia e religio.Esta herana encontrou-a o cristianismo profundamente arraigada nocorao de ambos os mundos judaico e gentio mas operante ainda navida da poca. O mundo que o cristianismo enfrentou foi evidentemente ummundo grego porque a cultura grega permeara-o em toda a sua extenso,sendo a lngua grega veculo de uso quase universal, a ponto de Pauloescrever em grega a carta aos romanos igreja situada em pleno coraodas raas latinas.

    Nesta primeira unidade vamos verificar principalmente o aspecto poltico que

    dominou o povo de Deus e grande parte do mundo da poca relacionada ao Perodo

    Intertestamental e os dois testamentos, principalmente nos aspectos que afetaram, tanto

    a parcela compreendida como o reino do norte (Israel), quanto outra parcela

    compreendida como reino do sul (Jud).

    1. O reino do Norte (Israel) e o exlio Assrio

    O reino do Norte compreendia as dez tribos de Israel que, aps a diviso do

    reino davdico, ficou com a possesso da parte norte do reino de Israel. Esta parte

    justamente ficou conhecida, nesse perodo, como Israel, e a outra parte, a do sul, como

    Jud. O registro da diviso do reino nas escrituras afirma: Assim, Israel se mantm

    rebelado contra a casa de Davi, at ao dia de hoje (1 Rs 12.19). Jeroboo, que foi oprimeiro rei de Israel, edificou a cidade de Siqum, onde passou a morar. J a histria

    da importante cidade de Samaria comea no reinado de Onri, de Israel, o qual comeou

    a reinar em Tirza e posteriormente edificou a cidade de Samaria. De Semer comprou

    ele o monte de Samaria por dois talentos de prata e o fortificou; cidade que edificou

    sobre o monte, chamou-lhe Samaria, nome oriundo de Semer, dono do monte (1 Rs

    16.25). Samaria, portanto, passou a ser a importante capital do reino do norte.

  • 7/24/2019 Contedo Disciplina Pidt

    8/79

    O PERODO INTERTESTAMENTAL E OS DOISTESTAMENTOS

    Professor-conteudista: Eurpedes Pereira de BritoProfessor-tutor: Eurpedes Pereira de Brito

    8

    Por causa da rebeldia dos reis de Israel, em 722 a.C. Deus permitiu o exlio

    assrio (1 Rs 17.6-18). Este foi um tempo de grande tristeza e lamento para esta poro

    do povo de Deus.

    PARA SABER MAIS

    Veja o vdeo: Quarta 10 - A Civilizao Assria 11Abr2012. O vdeo faz parte das aulasministradas pela Igreja Batista Central de Teixeira de Freitas. Veja o vdeo reflita e vamoscontinuar nossa aula. O endereo eletrnico do vdeo :http://www.youtube.com/watch?v=4uW4CYALEXU.

    O reino do norte teve durao de aproximadamente 200 anos; no ano de 722 a.C.,o rei da Assria, Sargo II conquistou a Samaria. (TOGNINI, 2009, p. 10)

    TIRE SUA DVIDA

    Sria ou Assria? No confundir o pas Sria que teve como capital a cidade de Damasco, queteve tambm uma importante parte na histria, com o Imprio Assrio, que levou cativo Israelem 722 a.C., e que tinha por capital a cidade de Nnive.

    Os assrios viviam na antiga Mesopotmia, regio compreendida entre os rios

    Tigre e Eufrates, e Nnive era a sua capital. A expanso do Imprio Assrio abrange o

    perodo de 1700 a 610 a.C., ou seja, mais de mil anos. Eles eram guerreiros experientes

    e expandiram o seu Imprio. Em 1240 a.C, conquistaram a Babilnia, e a partir da

    comearam a alargar as fronteiras do seu Imprio at atingirem o Egito, no norte da

    frica. O perodo de maior glria e prosperidade foi experimentado durante o reinado

    de Assurbanipal (at 630 a.C.). Eles cobravam pesados impostos dos povos vencidos, o

    que os levava a revoltarem-se continuamente. No reinado de Assurbanipal, os

    babilnios se libertaram e, em 626 a.C. capturaram Ninive.

    1.1. Os exilados

    http://www.youtube.com/watch?v=4uW4CYALEXUhttp://www.youtube.com/watch?v=4uW4CYALEXU
  • 7/24/2019 Contedo Disciplina Pidt

    9/79

    O PERODO INTERTESTAMENTAL E OS DOISTESTAMENTOS

    Professor-conteudista: Eurpedes Pereira de BritoProfessor-tutor: Eurpedes Pereira de Brito

    9

    Os filhos de Israel foram levados cativos para a Assria e habitavam em Hala, junto

    ao rio Habor e ao rio Goz, e tambm nas cidades dos medos. (1 Rs 17.6). Gente da

    Mesopotmia e da Sria foi trazida para a Samaria e se misturaram com os que ainda ali

    ficaram. Por isso que os judeus eram inimigos dos samaritanos, pois os julgavam

    pagos.

    COM A PALAVRA, QUEM ENTENDE DO ASSUNTO

    Tognini, em relao ao tipo de domino dos assrios, observa que:

    Traziam gente de diversas partes e as ajuntavam numa cidade, enquanto opovo daquela cidade era removido para outro luar, perdendo assim a suaorigem e sepultando suas mais nobres tradies e perdendo o que lhes era

    precioso e digno. Os israelenses quase que se perderam por causa dessesistema assrio. O povo todo, ou grande parte das dez tribos foi absorvido

    pelas naes orientais. (2009, p. 10).

    O escritor do livro de 1 Reis registra que assim, foi Israel transportado da sua

    terra para a Assria, onde permanece at ao dia de hoje.No h registro de uma volta

    considervel de membros das tribos do norte terra natal.

    1.2. A histria da capital de Israel: Os samaritanos do perodo exlico e ps-exlico

    No texto de 2 Rs 17.29, observa-se que um samaritano, antes do exlio, era umindivduo pertencente ao antigo reino do norte de Israel. No perodo posterior do exlio

    imposto pela Babilnia ao reino do sul (Jud) e posteriormente at aos dias de Jesus,

    samaritano era um indivduo natural do distrito de Samaria na Palestina central, (Lc

    17.11). Quando Sargo II, do Imprio Assrio, tomou Samaria, levou para o cativeiro

    27.280 de seus habitantes, deixando ainda alguns israelitas no pas. Sabendo que eles

    conservavam o esprito de rebelio, planejou um meio de os desnacionalizar,

    estabelecendo ali colnias de habitantes da Babilnia, de Emate (2 Rs 17.24), e daArbia. Estes elementos estrangeiros levaram consigo a sua idolatria. A populao

  • 7/24/2019 Contedo Disciplina Pidt

    10/79

    O PERODO INTERTESTAMENTAL E OS DOISTESTAMENTOS

    Professor-conteudista: Eurpedes Pereira de BritoProfessor-tutor: Eurpedes Pereira de Brito

    10

    deixada em Samaria era insuficiente para o cultivo das terras, interrompido pelas

    guerras, de modo que as feras comearam a invadir as povoaes e a se multiplicarem

    espantosamente, servindo na mo de Deus de azorrague para aquele povo. Os lees

    mataram alguns dos novos colonizadores. Estes atriburam o fato a um castigo do deus

    da terra que no sabiam como apaziguar, e neste sentido pediram instrues ao rei da

    Assria, que lhes mandou um sacerdote dos que havia entre os israelitas levados para ocativeiro. Este foi residir em Betel e comeou a instruir o povo nas doutrinas de Jeov,

    porm, no conseguiu que os gentios abandonassem a idolatria de seus antepassados.

    Levantaram imagens de seus deuses nos lugares altos de Israel combinando a idolatria

    com o culto de Jeov (2 Rs 17.25-33). Este regime hbrido de adorao permaneceu at

    a queda de Jerusalm (2 Rs 34-41). Asor-Had continuou a poltica de seu av Sargom

    (Ed 4.2), e o grande e glorioso Asenafar, que talvez seja Assurbanipal, completou a obra

    de seus antecessores, acrescentando populao existente mais gente vinda de El e de

    outros lugares, (Ed 9; 10).

    2. O Reino do Sul e o Exlio Babilnico

    Nabucodonosor invadiu a Judia e tomou Jerusalm em 597 a.C.. Naquele

    momento apenas o rei Joaquim juntamente com a corte e os principais do povo formam

    levados cativos. Matanias, tio do rei Joaquim, foi colocado no trono sob o domniobabilnico, tendo o seu nome mudado para Zedequias (2 Rs 24.10-17).. De 597 a 586

    a.C., a Judia sofreu um tempo de opresso como reino tributrio da Babilnia.

    PARA SABER MAIS

    Segundo Tenney (1995, p. 49, 50),

    Zedequias ficou obrigado por juramento a servir o rei da Babilnia; mas eramuito forte a tentao de entender-se com o Egito, especialmente por setratar de um to grande interesse: a independncia. As opinies diferiam at

  • 7/24/2019 Contedo Disciplina Pidt

    11/79

    O PERODO INTERTESTAMENTAL E OS DOISTESTAMENTOS

    Professor-conteudista: Eurpedes Pereira de BritoProfessor-tutor: Eurpedes Pereira de Brito

    11

    nos crculos profticos, Ananias, filho de Azur, declarava repetidamente queDeus quebraria o jugo da Babilnia e que dentro de dois anos, a partir de sua

    predio seriam postos no seu lugar os vasos de ouro que Nabucodonosortinha levado do templo (Jr 28.1-4). Jeremias, por sua vez, acusava Ananiasde falsidade e profetizou que o aperto da Babilnia no seria aliviado.

    Em 590, o Egito tentou dominar a prpria Babilnia, sentindo que havia um

    defensor. Zedequias acreditou que essa era sua oportunidade para a revolta.Nabucodonosor ps cerco a Jerusalm em 588. Em 586, os Babilnios abriram brechas

    nas muralhas de Jerusalm e a cidade foi tomada. Assim, em 586 a.C. ocorreu o

    cativeiro babilnico definitivo, imposto ao reino do sul. Zedequias, que tentou fugir,

    teve seus olhos vazados, o templo foi incendiado, juntamente com o palcio real e as

    manses dos nobres. Os muros de Jerusalm foram destrudos e a populao deportada.

    Isso foi por volta de 200 anos antes do perodo intertestamental. (Jr 39. 4-10). Na

    Babilnia ficaram em colnias especiais (Ez 3.15; Ed 2.59).

    PARA SABER MAIS

    Baxter (1985, p. 13) informa:

    Considerado externa e politicamente, o curso variado da pequena naojudaica na Palestina, simplesmente reflete a histria dos diferentes impriosmundiais e outros grandes poderes que tiveram sucessivamente o domnioda Palestina, com excesso de uma breve conjuntura, a saber, a revolta dosmacabes, quando durante um curto perodo houve de novo um governoindependente.

    As pessoas que estavam no exlio usufruram de boas condies de vida na

    maior parte do tempo. Mesmo aps a autorizao de retorno para Jerusalm por parte

    dos persas, muitos preferiram permanecer no exlio. Documentos mostram nomes de

    alguns judeus que, aps alguns anos de exlio, tornaramse importantes comerciantes.

    A situao no era to severa para os judeus exilados, ainda que enfrentassem

    dificuldades, humilhaes, e constrangimento religioso com a f provada. Mas issoocorreu em momentos especficos, no sendo uma constante na vida deles.

  • 7/24/2019 Contedo Disciplina Pidt

    12/79

    O PERODO INTERTESTAMENTAL E OS DOISTESTAMENTOS

    Professor-conteudista: Eurpedes Pereira de BritoProfessor-tutor: Eurpedes Pereira de Brito

    12

    PARA APROFUNDAR NO ASSUNTO:

    Veja o vdeo: Os HebreusParte 2/2. O vdeo faz parte da srie: Grandes Civilizaes. Veja ovdeo reflita e vamos continuar nossa aula. O vdeo anteriormente citado pode ser encontrado eassistido diretamente no seguinte endereo eletrnicohttp://www.youtube.com/watch?v=1yANbk6y454&playnext=1&list=PL20DACD9B42D54E9E&feature=results_main.

    Portanto, verifica-se que os exilados gozavam de certa liberdade, podiamconstruir suas prprias casas, dedicar-se agricultura, educar seus filhos, ganhar o seu

    sustento de maneira justa e casar seus filhos (Jr 29.5ss). Este um dado importante, pois

    podemos verificar a boa mo de Deus permitindo-lhes preservar toda a sua identidade

    como povo do Senhor.

    2.1. A conscincia do povo no exlio

    Muitos exilados esperavam voltar para terra prometida. s vezes essa esperana

    era to grande que acreditavam em falsas promessas feitas por profetas imaturos de que

    isso aconteceria muito rpido, o que Jeremias teve que confrontar, trazendo de Deus a

    revelao de que o tempo se cumpriria, mas que levaria bem mais tempo do que no

    comeo acreditavam. A esperana deles estava firmada na revelao trazida pelos

    profetas que, apesar de todas as condenaes contra a nao, continuavam a assegurar a

    todos que a inteno do Senhor era a restaurao final de seu povo na terra prometida.

    Os profetas traziam palavras de juzo, mas tambm confortavam o povo com

    palavras de esperana da parte do Senhor. O profeta Osias, que teve um mistrio to

    difcil, mostrando a infidelidade de Israel e as consequncias sofridas, trouxe tambm a

    revelao do grande amor de Deus por seu povo. Os profetas Ams e Isaias, tambm

    ressaltaram os juzos do Senhor e sua misericrdia. O profeta Jeremias trouxe a

    promessa de uma nova aliana. O profeta Ezequiel, da mesma forma, trouxe grandes

  • 7/24/2019 Contedo Disciplina Pidt

    13/79

    O PERODO INTERTESTAMENTAL E OS DOISTESTAMENTOS

    Professor-conteudista: Eurpedes Pereira de BritoProfessor-tutor: Eurpedes Pereira de Brito

    13

    exortaes e predies sobre os juzos do Senhor, mas tambm revelou que haveria um

    novo povo de Deus e um novo templo, no qual novamente o Senhor iria habitar.

    3. O Imprio Medo-persa, a volta de uma parte do povo para a Palestina e o incio

    da construo do novo templo

    Em 539 a.C. o Imprio da Babilnia derrotado por Ciro da Prsia. Ciro lanou

    um edito no ano 538 a.C., ordenando a reconstruo do santurio de Jerusalm e a

    devoluo do inventrio do templo, que havia sido apreendido por Nabucodonosor. Os

    exilados ento puderam voltar para sua ptria. Para Reicke (1996, p. 11) o texto

    massortico afirma que Ciro, depois da conquista da Babilnia no ano 539 a.C. livrou

    os judeus do cativeiro da Babilnia, e com isso possibilitou uma nova organizao do

    judasmo, que, diga-se de passagem, perdurou at o ano 70 d.C. O primeiro grupo,cerca de 50 mil pessoas, voltou a Jerusalm sob a liderana de Zorobabel, que comeou

    a reconstruo do templo. Vinte e um anos mais tarde, depois de muitos obstculos, a

    construo do novo templo foi completada em 515 a C.

    3.2. Esdras e a restaurao da Lei e do Ritual

    Esdras se juntou aos que voltaram a Jerusalm com um grupo de 2000 pessoas.Esdras foi o escriba que restaurou a Lei e o ritual no templo.

    COM A PALAVRA, QUEM ENTENDE DO ASSUNTO

    De acordo com Reick (1996, p. 1),

    Esdras deve ter chegado a Jerusalm com alguns seguidores, no stimo anode Assuero, como escrivo, isto , notrio e relator para defender o direitosagrado dos judeus. Uma vez que o Cronista o coloca claramente antes de

    Neemias e este ltimo pode ter surgido somente sob o reinado de ArtaxerxesI (465-425), para o cronista o stimo ano de Assuero e o ano 459, de

  • 7/24/2019 Contedo Disciplina Pidt

    14/79

    O PERODO INTERTESTAMENTAL E OS DOISTESTAMENTOS

    Professor-conteudista: Eurpedes Pereira de BritoProfessor-tutor: Eurpedes Pereira de Brito

    14

    acordo com nossas contas.

    Esdras um personagem de grande importncia nesse cenrio, aquele que foi o

    renovador do culto judaico e da Lei. Foi considerado no judasmo como o doutor da lei

    mais reconhecido.

    3.3. Neemias e a reconstruo dos muros e do Estado judaico

    Neemias veio depois de Esdras. Depois de saber o estado ainda to difcil no

    qual se encontravam seus irmos em Jerusalm, Neemias conseguiu do rei Artaxerxes I

    (465-424) autorizao para reorganizar a situao da Judia. Neemias, portanto, provido

    de poderes reais se dirigiu para Jerusalm como Governador de Jud(Ne 5.14).

    Neemias tinha a rdua misso de fortificar e reconstruir a cidade. A sua

    nomeao como governador de Jud tinha um significado muito relevante. A regio de

    Jerusalm, como antigo reino, fora elevado agora categoria de provncia autnoma.

    Isso causou muito rancor a Sambal, pois ele dominava, a partir de Samaria, toda aquela

    regio, e por isso que ele aparece tentando por tudo impedir os planos de Neemias.

    Portanto, a reconstruo do muro no teve somente carter de fortificao, mas tambm

    consequncias polticas. Jerusalm se tornara capital de uma provncia.

    COM A PALAVRA, QUEM ENTENDE DO ASSUNTO

    Metzger observa:

    Desde o incio de seu encargo, Neemias deparou com a inimizade deSambal, governador de Samaria cuja provncia Jud ento pertencera.Com a constituio de Jud como provncia autnoma, a circunscrio deSambal havia sido restrita. Sambal havia encontrado apoio dogovernador da Transjordnia, Tobias que tambm se sentia ameaado como surgimento de uma provncia que seria sua vizinha prxima. (METZGER,1984, p. 137).

  • 7/24/2019 Contedo Disciplina Pidt

    15/79

    O PERODO INTERTESTAMENTAL E OS DOISTESTAMENTOS

    Professor-conteudista: Eurpedes Pereira de BritoProfessor-tutor: Eurpedes Pereira de Brito

    15

    Contudo, importante registrar que grande parte dos judeus e parte dos

    membros que pertencia ao Reino do Norte, no voltara para a terra.

    PARA SABER MAIS

    Veja o vdeo: Dispora juda, produzido por Ana Mara Prieto Hernndez. O vdeo sobre adispora judaica; e foi produzido com fins didticos para para Sec'21 a partir de un programa

    para Telesecundaria. Veja o vdeo e reflita sobre este importante tema para a continuao danossa aula. O endereo eletrnico do vdeo :http://www.youtube.com/watch?v=DtgAFSdsul4.

    PARA SABER MAIS

    A diferena do tratamento dos assrios e dos babilnicos

    Um aspecto importante dentre tantos outros a se observar, o da maneira diferente queos Assrios agiam com os povos cativos. Como nos narra a histria, eles destruam as naespossudas, levavam cativos para outros lugares os povos dominados, deixando apenas umapequena quantidade de pessoas pobres na terra, e traziam outros povos para habitarem nasterras dominadas. Havia uma intencionalidade de destruir a identidade do povo dominado, oque se observa de forma diferente no domnio imposto pelos babilnios, que permitiram osjudeus preservarem toda a sua cultura no exlio, exceto em momentos especficos nos quaisforam provados terrivelmente diante das tentativas de que eles adorassem os dolos dos povos.

    SINTESE DA AULA

    Nessa aula voc estudou sobre:

    1. A histria do exlio de Israel (reino do norte)

    2. A histria do exlio de Jud (reino do sul)

    3. O retorno terra prometida com a reconstruo do templo, o retorno observncia da

    lei, e a reconstruo de Jerusalm.

  • 7/24/2019 Contedo Disciplina Pidt

    16/79

    O PERODO INTERTESTAMENTAL E OS DOISTESTAMENTOS

    Professor-conteudista: Eurpedes Pereira de BritoProfessor-tutor: Eurpedes Pereira de Brito

    16

    Aula 2O perodo grego

    META

    Refletir sobre o perodo do domnio Grego sobre o mundo e de forma

    especfica sobre a Palestina.

    OBJETIVOS

    Estudar a vida de Alexandre Magno

    Analisar o que foi o helenismo

    Compreender o domnio e a influncia da cultura grega no mundo.

    Verificar a contribuio da cultura grega para a futura divulgao do

    evangelho.

    PARA INCIO DE CONVERSA

    Ol pessoal! O que passamos a ver a partir desse momento est relacionado ao

    Perodo Intertestamental prpriamente dito. Esse perodo foi chamado tambm de

    Quatrocentos anos de silncio (de Malaquias a Mateus). Este termo, inclusive, usado

    como ttulo da obra do Prof. Ironside, Quatrocentos Anos de Silncio: de Malaquias a

    Mateus. O mundo jamais seria o mesmo aps as conquistas de Alexandre Magno,

    chamado tambm de Alexandre, o Grande. A cultura grega, denominada de cultura

    helnica, passa a ter um domnio to extenso e forte que pode ser visto na cultura

    mundial de forma muito forte at os dias de hoje, principalmente nos aspectos

    filosficos que norteiam a sociedade. Mesmo nos dias do grande Imprio Romano, a

    cultura helnica continuava a dominar as multides. A filosofia, a religio e as artes

  • 7/24/2019 Contedo Disciplina Pidt

    17/79

    O PERODO INTERTESTAMENTAL E OS DOISTESTAMENTOS

    Professor-conteudista: Eurpedes Pereira de BritoProfessor-tutor: Eurpedes Pereira de Brito

    17

    estavam impregnadas pela cultura helnica, inclusive, a lngua mais falada no grande

    Imprio Romano nos dias de Jesus no era o latim, e sim o grego.

    Alexandre Magno era filho do imperador Fellipe II da Macednia. Nasceu em

    356 a .C, na regio de Pella na Babilnia. Sua educao foi recebida de Aristteles, de

    quem reecebeu toda influncia da cultura grega. Apresentou sua vocao para governar

    desde muito sedo e, j aos 16 anos de idade, ajudava o pai nas tarefas administrativas doimprio macednico. Por volta de seus 22 anos, teve que assumir o trono, diante do

    assassinato de seu pai.

    O pai de Alexandre, Felipe II, durante o seu reinado j havia conquistado

    algumas cidades da Grcia, mas foi durante o reinado de Alexandre que o domnio

    macednio se ampliou sob as cidades gregas. Em 333 a .C, conquistou a Prsia de Dario

    III, utilizando um exrcito formado por trinta mil soldados muito bem preparados.

    Transferiu para a Babilnia toda a corte, passando a comandar o imprio desta regio.Logo em seguida, partiu para conquistar a Sria e a Fencia.

    Dando continuidade s conquistas, os macednicos dominaram a regio de Gaza

    e o Egito. Nesta regio aplicou uma conquista amigvel e diplomtica, pois os egpcios

    no resistiram com violncia ao exrcito macednico. Em contrapartida, Alexandre

    respeitou a cultura e deu liberdade de culto aos egpcios. Fundou no Egito a importante

    cidade de Alexandria, com a construo do monumental Farol de Alexandria (uma das

    sete maravilhas do mundo).

    Seu exrcito recusou prosseguir quando numa longa viagem tentaram conquistar

    a ndia, uma vez que os combatentes estavam exaustos, e decidiram voltar para a

    Babilnia. H duas verses para sua morte: a de que ele teria contrado uma forte febre

    e falecido; e a outra que ele teria sido ferido nas batalhas e morto. O fato que ele

    morreu muito com 33 anos de idade, ou seja, ainda muito jovem.

  • 7/24/2019 Contedo Disciplina Pidt

    18/79

    O PERODO INTERTESTAMENTAL E OS DOISTESTAMENTOS

    Professor-conteudista: Eurpedes Pereira de BritoProfessor-tutor: Eurpedes Pereira de Brito

    18

    PARA SABER MAIS

    Veja o vdeo: A Grcia Antiga - Parte 2/2. O vdeo faz parte da srie Grandes civilizaes.Veja o vdeo reflita e vamos continuar nossa aula. O vdeo pode ser encontrado no endereoeletrnico: http://www.youtube.com/watch?v=y7pBYr6lY2A

    A vida de Alexandre Magno foi de grande importncia para o mundo. Alm das

    questes polticas e militares, possivelmente o ponto principal de sua grande influncia

    tenha sido o cultural, pois ele foi o responsvel por divulgar a lngua e a cultura gregas

    pelas regies conquistadas. A fuso da cultura oriental com a grega originou a cultura

    helnica, que influencia o mundo at os dias atuais. O idioma grego tornou-se a lngua

    franca e dominava at a Roma dos dias do Novo Testamento. O grego era a lngua

    comumente usada tanto no comrcio como na diplomacia. Da influncia do helenismo

    no se livraram nem mesmo os judeus ps-exlicos, visto da aparente pacificao e

    domnio dos gregos sobre os judeus. (GUNDRY, 1999, p. 3).

    COM A PALAVRA, QUEM ENTENDE DO ASSUNTO

    Flvio Josefo registra que quando Alexandre o Grande, marchou contra Jerusalm ele estavadisposto destruir a cidade, pois os tinha como inimigos:

    Quando este ilustre conquistador tomou esta ltima cidade, ele avanou paraJerusalm e o gro-sacrificador Jado, que bem conhecia sua clera contraele, vendo-se com todo o povo em to grande perigo, recorreu a Deus,ordenou oraes pblicas para implorar o seu auxlio e ofereceu-lhesacrifcios. Deus lhe apareceu em sonhos na noite seguinte e disse-lhe quefizesse espalhar flores pela cidade, mandar abrir todas as portas e irrevestido de seus hbitos pontificiais, com todos os santificadores, tambmassim revestidos e todos os demais vestidos de branco, ao encontro deAlexandre, sem nada temer do soberano, porque ele os protegeria. Jadocomunicou com grande alegria a todo o povo a revelao que tivera e todosse prepararam para esperar a vinda do rei. Quando se soube que ele j estava

    perto, o gro-sacrificador, acompanhado pelos outros sacrificadores e portodo o povo, foi ao seu encontro, com essa to santa e to diferente dasoutras naes, at o lugar denominado que em grego significa mirante,

    porque l se podem ver a cidade de Jerusalm e o templo. [...] O soberanoapenas viu aquela grande multido de homens vestidos de branco, ossacrificadores revestidos com seus paramentos de linho e o gro sacrificadorcom seu fode, de cor azul adornado de outro sobre a qual estava escrito onome de Deus, aproximou-se sozinho dele, adorou aquele augusto nome e

  • 7/24/2019 Contedo Disciplina Pidt

    19/79

    O PERODO INTERTESTAMENTAL E OS DOISTESTAMENTOS

    Professor-conteudista: Eurpedes Pereira de BritoProfessor-tutor: Eurpedes Pereira de Brito

    19

    saudou o gro-sacrificador, ao qual ningum ainda havia saudado.(JOSEFO, 2000, p. 273, 274)

    Bom! Para encurtar, resumimos a histria registrada por Josefo, segundo a qual

    Alexandre, que reconheceu em Jado o cumprimento de um sonho, no s poupou

    Jerusalm e ofereceu sacrifcio a Jeov, mas tambm ouviu a leitura das profecias de

    Daniel referentes queda do imprio persa por meio de um rei da Grcia. Desde entoele tratou os judeus com marcada preferncia, concedendo-lhes plenos direitos de

    cidadania com os gregos em sua nova cidade, Alexandria, e em outras cidades.

    A atitude de Alexandre trouxe paz entre os judeus e os gregos. Infelizmente essa

    paz acabou gerando tendncias pr-gregas no meio do povo de Deus. A difuso da

    lngua e civilizao gregas feita por Alexandre, trouxe repercusses a longo prazo no

    esprito helenista que se desenvolveu entre os judeus e afetou grandemente sua

    perspectiva cultural no decorrer da histria.Alexandre faleceu muito novo, apenas com 33 anos (323 A C). Com isso o seu

    grande imprio foi divido por seus principais generais: Ptolomeu ficou com o Egito e a

    Sria Meridional; Seleuco exigiu a maior parte do territrio da Sria Setentrional e, para

    o oeste, atravs da sia Menor, incluindo a Frgia; Lismaco obteve a Trcia e a parte

    ocidental da sia Menor; e Cassandro dominou a Macednia e a Grcia.

    As duas que so mais importantes no desenvolvimento histrico do perodo

    interbblico e do Novo Testamento so: a poro dos Ptolomeus e a dos Selucidas.

    SNTESE DA AULA:

    Nessa aula voc estudou sobre:

    1. Alexandre Magno, tambm conhecido como Alexandre o Grande, o fundador do Imprio e dacultura grega.

    2. O helenismo como a cultura que dominou o mundo.

    3. A contribuio da cultura grega para a futura divulgao do evangelho.

  • 7/24/2019 Contedo Disciplina Pidt

    20/79

    O PERODO INTERTESTAMENTAL E OS DOISTESTAMENTOS

    Professor-conteudista: Eurpedes Pereira de BritoProfessor-tutor: Eurpedes Pereira de Brito

    20

    Sala 3O perodo Egpcio e Srio

    META

    Refletir sobre o perodo dos domnios Egpcio e Srio na Palestina

    OBJETIVOS

    Verificar as influncias do domnio Egpcio na Palestina.

    Verificar as influncias do domnio Srio na Palestina.

    Analisar a tentativa de destruio do judasmo por Antoco Epifnio.

    PARA INCIO DE CONVERSA

    Ol turma! Vimos na ltima aula como a cultura helnica dominou o mundo por

    meio do imprio de Alexandre Magno, que morreu muito novo, deixando o seu imprio

    nas mos de seus quatro generais, que vieram por sua feita a dividi-lo. As partes do

    imprio que afetaram a histria do povo judeu foram a dos Ptolomeus e dos Selucidas.

    Fato importante a se destacar que, ainda que passemos a chamar de perodos egpcio e

    srio, essas regies estavam influenciadas pelos generais e domnio grego, o que poderia

    ainda ser chamado de perodo grego, pois o helenismo domina tanto numa regio como

    na outra. E aqui comea o Perodo Intertestamental propriamente dito, com o Imprio

    Grego e sua grande influncia sobre o mundo.

    PARA SABER MAIS

    Veja o vdeo: 400 Anos [Four Hundred Years] Vdeo vencedor do eXchange Festival 2011.

    Fala sobre o perodo intertestamentrio (entre o velho e novo testamento) que durou por voltade 400 anos e chamado por alguns de quatrocentos anos de silncio. Veja o vdeo reflita e

  • 7/24/2019 Contedo Disciplina Pidt

    21/79

    O PERODO INTERTESTAMENTAL E OS DOISTESTAMENTOS

    Professor-conteudista: Eurpedes Pereira de BritoProfessor-tutor: Eurpedes Pereira de Brito

    21

    vamos continuar nossa aula. O vdeo pode ser encontrado no endereo eletrnico:http://www.youtube.com/watch?v=KsQ9nda2LT0

    1. Governo dos ptolomeus (tambm chamado de perodo Egpcio)

    A parte do Imprio Grego que ficou com o general Ptolomeu centralizava-se no

    Egito, tendo Alexandria por capital. Conforme Gundry (2008, p. 31) a dinastiagovernante naquela fatia do imprio veio a ser conhecida como os Ptolomeus.

    Clepatra, que morreu no ano 30 a C., foi o ltimo membro da dinastia dos Ptolomeus.

    Premida entre o Egito e a Sria, a Palestina tornou-se vtima das rivalidades

    entre os Ptolomeus e os Selucidas. A princpio os Ptolomeus dominaram a Palestina

    por cento e vinte e dois anos (320-198 A C). Os judeus gozaram de boas condies

    gerais durante esse perodo. De acordo com uma antiga tradio foi sob Ptolomeu

    Filadelfo (285-246 a.C.) que setenta e dois eruditos judeus comearam a traduo doAntigo Testamento hebraico para o grego, verso essa que se chamou Septuaginta.

    No comeo foi feita a traduo das pores restantes do Antigo Testamento. A

    obra foi realizada no Egito, aparentemente em benefcio de judeus que compreendiam o

    grego melhor que o hebraico e, contrariamente tradio, provavelmente foi efetuada

    por judeus egpcios, e no por judeus palestinos. O numeral romano LXX (pois setenta

    o nmero redondo mais prximo de setenta e dois) tornou-se o smbolo comum dessa

    verso do Antigo Testamento.

    2. O governo dos selucidas (tambm chamado de perodo Srio)

    Tendo por capital a cidade de Antioquia, os selucidas dominaram a regio da

    Sria e procuravam constantemente dominar o Egito. Os judeus, por seu territrio estar

    estratgicamente entre estes dois reinos, alguns dentre a casa ali reinante receberam o

    apodo de Seleuco, mas diversos outros foram chamados Antoco. Os romanos

    dominaram completamente a Sria e, em 64 a.C. chegou ao fim o imprio selucida.

    http://www.youtube.com/watch?v=KsQ9nda2LT0http://www.youtube.com/watch?v=KsQ9nda2LT0
  • 7/24/2019 Contedo Disciplina Pidt

    22/79

    O PERODO INTERTESTAMENTAL E OS DOISTESTAMENTOS

    Professor-conteudista: Eurpedes Pereira de BritoProfessor-tutor: Eurpedes Pereira de Brito

    22

    2.1. Dois pontos importantes a serem notados

    Primeiro: nessa poca a Palestina dividiu-se em cinco provncias, as quais

    encontramos nos tempos do Novo Testamento, a saber: Judia, Samaria, Galilia,

    Peria, Traconites (algumas vezes as trs primeiras so chamadas coletivamente de

    Judia).

    Segundo: este perodo srio foi o mais trgico da era intertestamentria para os

    judeus na ptria (BAXTER, 1985, p. 17).

    As tentativas dos Selucidas para conquistar a Palestina, quer por invaso quer

    por alianas matrimoniais, deram em fracasso, at que Antoco III derrotou o Egito em

    198 A C. Surgiu nessa ocasio, na Judia, um partido com ideias gregas, tentando uma

    transformao radical na cultura judaica pela imposio da cultura helnica. O prprio

    rei substituiu ao sumo sacerdote judeu Onias III pelo irmo deste, Jasom, helenizante, oqual planejava transformar Jerusalm em uma cidade grega.

    PARA APROFUNDAR NO ASSUNTO

    Gundry observou em sua pesquisa que:

    Foi erigido um ginsio com uma pista de corridas adjacente. Ali rapazesjudeus se exercitavam despidos, moda grega, para ultraje dos judeuspiedosos. As competies de corredores eram inauguradas com invocaesfeitas s divindades pags, e at sacerdotes judeus chegaram a participar detais acontecimentos. O processo de helenizao inclua ainda: a frequnciaaos teatros gregos, a adoo de vestes do estilo grego, a cirurgia que visava remoo das marcas da circunciso, e a mudana de nomes hebreus porgregos. Os judeus que se opunham paganizao de sua cultura eramchamados Hasidim, os piedosos, o que a grosso modo equivale a puritanos.(GUNDRY, 1999, p. 5 ).

    Antoco Epifnio acabou por substituir a Jasom, embora tenha sido escolhido

    por ele mesmo para o sumo sacerdcio, por Menelau, outro judeu helenizante, pelo que

    tudo parece, apenas porque Menelau oferecera a Antoco um tributo mais elevado. Os

  • 7/24/2019 Contedo Disciplina Pidt

    23/79

    O PERODO INTERTESTAMENTAL E OS DOISTESTAMENTOS

    Professor-conteudista: Eurpedes Pereira de BritoProfessor-tutor: Eurpedes Pereira de Brito

    23

    judeus piedosos ficaram irados com a situao, visto que Menelau talvez nem fosse de

    famlia sacerdotal. Jasom, o sumo sacerdote, que havia sido substitudo por Epifneo,

    recebeu notcias falsas de que Antoco fora morto no Egito. Jasom retirou de Menelau o

    controle da cidade para si mesmo. O amargurado Antoco, espicaado pela derrota

    psicolgica que sofrera s mos dos romanos, interpretou a atitude de Jasom com uma

    revolta, e enviou seus soldados para punirem os rebeldes e reintegrarem Menelau noofcio sumo sacerdotal. Baxter (1985, p. 18) observa que Antoco Epifneo

    Descarregou seu dio em forma de uma terrrvel devastao em 170 a.C. Jerusalm foi

    saqueada, os muros derrubados. Nesse processo, saquearam e profanaram o templo de

    Jerusalm e passaram ao fio da espada a muitos de seus habitantes tratando o povo com

    terrvel crueldade.

    Enviou, ento, seu general, um grande exrcito, declarando o judasmo ilegal e

    impuseram o paganismo fora, como um meio de consolidar o seu imprio e de

    refazer o seu tesouro. Saquearam Jerusalm, derrubaram suas casas e muralhas e

    incendiaram a cidade. Vares judeus foram mortos em bom nmero, e mulheres e

    crianas foram escravizadas. (GUNDRY, 1999, p. 8). Proibiram a circunciso, observar

    o sbado, celebrar as festividades judaicas ou possuir cpias do Antigo Testamento.

    Muitos manuscritos do Antigo Testamento foram destrudos. Os sacrifcios pagos,

    principalmente sacrficios de porcos tornaram-se compulsrios, tal como os cortejos em

    honra a Dionsio (ou Baco), o deus grego do vinho. (JOSEFO, 2000, p. 287).

    Mandou tambm construir um altar no templo e oferecia sacrifcios de porcos no

    templo, e os que lhe desobedeciam eram mortos cruelmente. Tambm uma esttua de

    Epifnio foi erigida no templo. Animais execrados pelos preceitos mosaicos foram

    sacrificados sobre o altar. At mesmo a prostituio sagradapassou a ser praticada no

    recinto sagrado. (GUNDRY 1999, p. 9).

    SNTESE DA AULA

  • 7/24/2019 Contedo Disciplina Pidt

    24/79

    O PERODO INTERTESTAMENTAL E OS DOISTESTAMENTOS

    Professor-conteudista: Eurpedes Pereira de BritoProfessor-tutor: Eurpedes Pereira de Brito

    24

    Nessa aula voc estudou sobre:

    1. As influncias do domnio egpcio na Palestina, perodo de certa paz na Palestina,

    Traduo do Antigo Testamento do Hebrico para o Gregoa Septuaginta.

    2. As influncias do domnio srio na Palestina, perodo de grande turbulncia para os

    judeus.

    3. A tentativa de destruio do judasmo por Antoco Epifnio.

  • 7/24/2019 Contedo Disciplina Pidt

    25/79

    O PERODO INTERTESTAMENTAL E OS DOISTESTAMENTOS

    Professor-conteudista: Eurpedes Pereira de BritoProfessor-tutor: Eurpedes Pereira de Brito

    25

    UNIDADE IIOS PERODOS HASMONEU E ROMANO

    Aula 4O perodo Hasmoneu

    META

    Refletir sobre o perodo do domnio hasmoneano sobre a Palestina.

    OBJETIVOS

    Analisar a revolta de Matatias e seus filhos.

    Verificar o tempo de independncia sob os hasmoneanos.

    PARA INCIO DE CONVERSA

    Ol turma! Este um dos momentos histricos considerados como de grande

    importncia na histria do povo judeu. No fora a revolta do sacerdote Matatias com

    seus filhos, no sabemos o que teria sobrado da cultura judaica diante das terrveis

    pretenses de Antioco Epifnio IV, governante da Sria. A independncia dos judeus

    nesse perodo celebrada ainda hoje entre os judeus espalhados pelo mundo.

    1. A resistncia hasmoneana

    No suportando mais a opresso de Antioco Epifneo, Matatias que era um

    sacerdote, e seus filhos, encabearam uma revolta que trouxe a libertao dos judeus

    naqueles dias.

  • 7/24/2019 Contedo Disciplina Pidt

    26/79

    O PERODO INTERTESTAMENTAL E OS DOISTESTAMENTOS

    Professor-conteudista: Eurpedes Pereira de BritoProfessor-tutor: Eurpedes Pereira de Brito

    26

    COM A PALAVRA, QUEM ENTENDE DO ASSUNTO

    Gundry afirma que:A resistncia judaica fez-se sentir prontamente. Na aldeia de Modim, umagente real de Antoco instou com um j idoso sacerdote, de nome Matatias,a que desse exemplo aos habitantes da aldeia oferecendo um sacrifcio

    pago. Matatias se recusou a tal. E quando um outro judeu deu um passo frente em anuncia, Matatias tirou-lhe a vida, matou o agente real, demoliu oaltar e fugiu para a regio montanhosa na companhia de cinco de seus filhos

    e de outros simpatizantes. E foi assim que teve incio a Revolta dosMacabeus, em 167 A C, sob a liderana da famlia de Matatias,coletivamente chamados de Hasmoneanos, por causa de Hasmon, bisav deMatatias, ou de Macabeus, devido ao apelido Macabeu (Martelo),conferido a Judas, um dos filhos de Matatias. Judas Macabeu encabeou umcampanha de guerrilhas de extraordinrio sucesso, at que os judeus seviram capazes de derrotar os srios em campo de batalha regular. (163 A C).(GUNDRY, 1999, p. 10).

    2. Perodo de independncia

    Assim, Matatias e seus filhos conseguiram recuperar o domnio da Palestina,

    aps a expulso das tropas srias de Jerusalm.

    PARA SABER MAIS

    Veja o vdeo: Hanukkah - A festa das luzes. O vdeo apresenta a festa das luzes dos judeusque se chama hannukah. Esta festa importante do calendrio Judaico est ligada ao marcohistrico da libertao de Israel nos dias dos Hasmoneus. Saiba mais assistindo esse video,produzido em parceria com o blog alegriaesantidade.blogspot.com. O vdeo pode ser

    encontrado no endereo eletrnico: http://www.youtube.com/watch?v=YsQ797k5MFk

    Judas Macabeu foi morto em batalha (160 A C), e seus irmos, Jnatas e

    posteriormente, Simo, sucederam-no na liderana. Jnatas comeou a reconstruir as

    muralhas danificadas e os edifcios de Jerusalm. Assumiu, igualmente, o ofcio sumo

    sacerdotal. Simo conseguiu o reconhecimento da independncia judaica da parte de

    Demtrio II, um dos que competia pela coroa dos Selucidas, tendo renovado um

    tratado com Roma que originalmente fora firmado por Judas. Segundo Ironside (1988,

    p. 78) por um curto prazo, a terra gozou de descanso e properidade sob a sbia

  • 7/24/2019 Contedo Disciplina Pidt

    27/79

    O PERODO INTERTESTAMENTAL E OS DOISTESTAMENTOS

    Professor-conteudista: Eurpedes Pereira de BritoProfessor-tutor: Eurpedes Pereira de Brito

    27

    liderana de Simo. As cidades foram reconstrudas, os campos, e as artes pacficas

    mais uma vez avanaram.Simo foi proclamado em assemblia publica como o grande

    sumo sacerdote, comandante e lder dos judeus. Ele passou a reunir oficialmente em sua

    pessoa a liderana religiosa, militar e poltica do estado judeu.

    PARA APROFUNDAR NO ASSUNTOSegundo Gundry,

    A histria subsequente da dinastia hasmoneana. (142-37 A C) consiste deum relato de contendas internas, derivadas da ambio pelo poder. Os

    propsitos polticos e as intrigas dos Hasmoneanos alienaram muitos dosHasidim, de inclinaes religiosas, os quais vieram a ser mais tarde osfariseus e os essnios, semelhantes queles que produziram os Papiros doMar Morto, estabelecidos em Qumran. Os partidrios aristocrticos, de

    pendores polticos, do sacerdcio hasmoneano, vieram a ser os saduceus.(GUNDRY, 1999, p. 10).

    Finalmente, porm, o general romano Pompeu subjugou a Palestina (63 A C).

    Durante o perodo do Novo Testamento, a Palestina estava dominada, portanto pelo

    poderio romano.

    SNTESE DA AULA

    Nessa aula voc estudou sobre:1. A revolta de matatias e seus filhos.

    2. O tempo de independncia sob os hasmoneanos.

  • 7/24/2019 Contedo Disciplina Pidt

    28/79

    O PERODO INTERTESTAMENTAL E OS DOISTESTAMENTOS

    Professor-conteudista: Eurpedes Pereira de BritoProfessor-tutor: Eurpedes Pereira de Brito

    28

    Aula 5O perodo Romano

    META

    Refletir sobre o domnio romano sobre a palestina;

    OBJETIVOS

    Analisar a expanso romana e a influncia no mundo.

    Estudar sobre os imperadores romanos.

    Verificar os aspectos polticos do imprio romano.

    Analisar a histria da dinastia herodiana.

    PARA INCIO DE CONVERSA

    1. A expanso romana

    Desde o sculo VIII a.C., j se apontava no cenrio mundial a cidade de Roma, e

    no sculo V a.C. Aps dois sculos de guerras com a cidade rival de Cartago, na frica

    do Norte, Roma foi vitoriosa (146 a.C). Com as grandes conquistas de Pompeu, Jlio

    Cezar e seu sobrinho Otvio, Roma cresceu de forma surpreendente. Otvio mais tarde

    veio a ser conhecido como Augusto, aps derrotar as foras de Antnio e Clepatra, na

    batalha naval de cio, na Grcia, em 31 a.C., tornando-se ento o primeiro imperador

    Romano. Nesse tempo o domnio romano j se estendia por uma imensa faixa

    geogrfica mundial.

    PARA SABER MAIS

  • 7/24/2019 Contedo Disciplina Pidt

    29/79

    O PERODO INTERTESTAMENTAL E OS DOISTESTAMENTOS

    Professor-conteudista: Eurpedes Pereira de BritoProfessor-tutor: Eurpedes Pereira de Brito

    29

    Veja o vdeo: Imprio Romano (Parte 1 de 2) Publicado pelo canladasvideoaula, o vdeo fazparte da srie Grandes Civilizaes. Episdio da srie Grandes Civilizaes, que conta demaneira didtica a histria de povos importantes para a evoluo da humanidade. Veja o vdeo,reflita e vamos continuar nossa aula. O endereo eletrnico do vdeo :http://www.youtube.com/watch?v=zQ4GM6Iy-4I.

    A conquista de Jerusalm por Pompeu encerrou o perodo de independncia dos

    judeus. Nesse perodo a Judia, ento, passou a ser uma provnvia romana. Pompeu

    tirou do sumo sacerdote Joo Hircano completamente seus poderes reais, retendo apenas

    a funo sacerdotal. O sumo sacerdote Joo Hircano foi o ltimo da linhagem de sumo

    sacerdotes hasmoneus e macabeus. Antpater, o idumeu, foi nomeado procurador da

    Judia e passou a governar a regio em 47 a.C., ainda que com muito desgosto dos

    judeus. (BAXTER, 1985, p. 22,23).

    Depois do perodo de expanso territorial, veio o perodo chamado de Pax

    Romana, visto que no havia nesse tempo qualquer resistncia considervel ao imprio.Os judeus, no entanto, procuraram sua independncia mediante grandes revoltas, que os

    romanos esmagaram nos anos de 70 e 135 d. C. Jerusalm foi destruda e os judeus

    dispersos pelo mundo. Para o cristianismo, contudo, essa unidade prevalente e a

    estabilidade poltica do mundo civilizado sob a hegemonia de Roma facilitaram a

    propagao do evangelho.

    2. Imperadores romanos

    Veja o quadro apresentado por Gundry (1999, p. 11) dos imperadores romanos e

    seu domnio, alistados com as datas de seus respectivos governos, e o vnculo com as

    narraes encontradas na Bblia:

    Augusto (27 A C - 14 D C), sob quem ocorreram o nascimento de Jesus, o recenseamento

    ligado ao Seu nascimento, e os primrdios do culto ao imperador; Tibrio (14-37 DC), sobquem Jesus efetuou o Seu ministrio pblico e foi morto;

  • 7/24/2019 Contedo Disciplina Pidt

    30/79

    O PERODO INTERTESTAMENTAL E OS DOISTESTAMENTOS

    Professor-conteudista: Eurpedes Pereira de BritoProfessor-tutor: Eurpedes Pereira de Brito

    30

    Calgula (37-41 DC), que exigiu que se lhe prestasse culto e ordenou que sua esttua fossecolocado no templo de Jerusalm, mas veio a falecer antes que sua ordem fosse cumprida;

    Cludio (41-54 DC), que expulsou de Roma os residentes judeus, entre os quais estavamquila e Priscila, por motivo de distrbios civis;

    Nero (54-68 DC),que perseguiu os cristos, embora provavelmente somente nas cercanias deRoma, e sob quem Pedro e Paulo foram martirizados;

    Vespasiano (69-79 DC),o qual, quando ainda general romano comeou a esmagar uma revolta

    dos judeus, tornou-se imperador e deixou o restante da tarefa ao encargo de seu filho, Tito,numa campanha que atingiu seu clmax com a destruio de Jerusalm e seu templo, em 70DC.;

    Domiciano (81-96 DC), cuja perseguio contra a Igreja provavelmente serviu de pano-de-fundo para a escrita do Apocalipse, como encorajamento para os cristos oprimidos.

    3. Aspectos polticos na Palestina sob o Imprio Romano

    3.1. A assendncia edomita

    Como j vimos, Antpater, um idumeu, (os idumeus eram descendentes de Esa),

    havia subido ao poder contando com o favor dos romanos. Antipater angariou o favor

    de Czar durante sua expedio contra os do Ponto e os da Capadcia e, em troca, o

    ditator lhe concedeu o direito de cidado livre em Roma, e o designou procurador da

    Judia. No incio Antipater teve apoio de Joo Hircano no Sacerdcio de Jerusalm.

    Considerando a si mesmo em idade avanada para os encargos que lhe demandavamcomo procurar, nomeou Herodes para assumir o cargo. (IRONSIDE, 1988, p. 100).

    Posteriormente Roma aprovou o ofcio real de Herodes, filho de Antipas, o qual

    veio a se casar com Mariamne (hasmonea, neta de Hircano). Na tentativa de agradar os

    judeus tambm nomeou o irmo de Mariamne, Arstbulo, como sumo sacerdote.

    Herodes foi forado a obter o controle da Palestina mediante o poder das armas,

    mas tambm procurou agradar os judeus com um grande embelezamento de Jerusalm e

    reformas explendorosas no templo dos judeus. O templo de Jerusalm foi decorado commrmore branco e pedras preciosas. Mas sua crueldade era notvel.

  • 7/24/2019 Contedo Disciplina Pidt

    31/79

    O PERODO INTERTESTAMENTAL E OS DOISTESTAMENTOS

    Professor-conteudista: Eurpedes Pereira de BritoProfessor-tutor: Eurpedes Pereira de Brito

    31

    COM A PALAVRA, QUEM ENTENDE DO ASSUNTO:

    Grundy observa que:

    Tendo por antepassados os idumeus (descendentes de Esa), por isso mesmono era visto com bons olhos pelos judeus. Herodes era individuo astuto,invejoso e cruel; assassinou a duas de suas prprias esposas e pelo menos a

    trs de seus prprios filhos. Foi ele quem ordenou a matana dos infantes deBelm, em consonncia com a narrativa da natividade por Mateus. De certafeita Augusto disse que era melhor ser um porco de Herodes que um filhoseu (jogo de palavras, porquanto no grego as palavras que significam porcoe filho so muito parecidas). (GUNDRY, 2008, p. 40).

    Herodes no seu governo exercia seu controle sobre o povo por polcia secreta,

    toque de recolher e pesados impostos. Para amenisar a situao como poltico astuto,

    tambm distribua cereal gratuito em perodos de fome e apoiava a liberdade do povo

    em suas festas.

    Os filhos de Herodes, aps a morte de seu pai, passaram a governar pores

    separadas da Palestina. Veja o quadro que Gundry (1999, p.15) nos apresenta da

    dinastia herodiana:

    A dinastia herodiana

    Arquelau:tornou-se etnarca da Judia, Samaria e Idumia;Herodes Filipe:tetrarca da Ituria, Traconites, Gaulanites, Auranitres e Batania;

    Herodes Antipas:tetrarca da Galilia e Peria. Joo Batista repreendeu a Antipas por haver-sedivorciado de sua esposa para casar-se com Herodias, esposa de seu meio-irmo. QuandoHerodias induziu sua filha danarina a que pedisse a cabea de Joo Batista, Antipas acedeu horrenda solicitao (Mc 617-29 - Mt 14: 13-32). Jesus chamou a Herodes Antipas de essaraposa(Lc 13:32), e mais tarde teve de enfrentar o juzo deste em tribunal (Lc 23: 7-12).

    Herodes Agripa I:neto de Herodes o Grande, executou o apstolo Tiago, filho de Zebedeu, etambm encarcerou a Pedro (Atos 12).

    Herodes Agripa II: bisneto de Herodes o Grande, ouviu Paulo em sua auto-defesa (At 25,

    26).]

  • 7/24/2019 Contedo Disciplina Pidt

    32/79

    O PERODO INTERTESTAMENTAL E OS DOISTESTAMENTOS

    Professor-conteudista: Eurpedes Pereira de BritoProfessor-tutor: Eurpedes Pereira de Brito

    32

    PARA SABER MAIS

    Veja o vdeo: Imprio Romano (Parte 2 de 2) Publicado pelo canladasvideoaula, o vdeo fazparte da srie Grandes Civilizaes. Episdio da srie Grandes Civilizaes, que conta demaneira didtica a histria de povos importantes para a evoluo da humanidade. Veja o vdeo,reflita e vamos continuar nossa aula. O endereo eletrnico do vdeo :http://www.youtube.com/watch?v=FSFX5PCgcAI.

    3.2. Governadores romanos na Palestina

    Herodes Arquelau, que reinava na Judia, em Samaria e na Idumia, foi um

    pssimo governador. Seus desmandos provocaram sua remoo do ofcio e seu

    banimento por ordens de Augusto, em 6 d.C. Gundry (1999, p. 16) obseva que esses

    mesmos desmandos tinham sido a causa pela qual Jos, Maria e Jesus, ao regressarem

    do Egito, tiveram de estabelecer-se em Nazar da Galilia, ao invs de faze-lo emBelm da Judeia (Mt 2:21-23).

    O Imperador passou a colocar governadores vinculados diretamente com roma

    no territrio. Pncio Pilatos foi o juiz de Jesus. Os governadores Flix e Festo ouviram a

    exposio do caso de Paulo (Atos 23-26). E quando o governador Floro pilhou o tesouro

    do templo, isso foi o estopim da revolta dos judeus em 66-73 DC.

    Esses governadores romanos, bem como os filhos de Herodes, permitiam o

    sacerdcio judaico e o Sindrio (Tribunal dos Judeus) controlar boa parte das questeslocais que afetavam a vida do povo.

    SNTESE DA AULA

    Nessa aula voc estudou sobre:

    1. A expanso romana e a influncia no mundo.

    2. Os imperadores romanos.

    3. Os aspectos polticos do imprio romano.4. A histria da dinastia herodiana e seu domnio sobre a palestina.

    http://www.youtube.com/watch?v=FSFX5PCgcAIhttp://www.youtube.com/watch?v=FSFX5PCgcAI
  • 7/24/2019 Contedo Disciplina Pidt

    33/79

    O PERODO INTERTESTAMENTAL E OS DOISTESTAMENTOS

    Professor-conteudista: Eurpedes Pereira de BritoProfessor-tutor: Eurpedes Pereira de Brito

    33

    MDULO II - RELIGIO, FILOSOFIA E VIDA SECULAR DO PERODOINTERTESTAMENTAL E DO NOVO TESTAMENTO

    APRESENTAO

    Neste Mdulo voc ter contato com conhecimento sobre a religio, a filosofia ea vida secular no perodo que estamos estudando. So informaes valiosas para voc,como estudante da Bblia, porque faz parte do pano de fundo que ajudar voc acompreender, especialmente, o Novo Testamneto.

    META

    Refletir sobre os aspectos religiosos, filosficos e seculares que influenciarama vida de Israel e o povo da terra, desde o perodo dos exlios at o perodoRomano.

    OBJETIVOS

    Analisar os aspectos religiosos do perodo intertestamental e do NovoTestamento desde suas origens nos exlios at o perodo romano.

    Analisar os aspectos filosficos do perodo intertestamental.

    Verificar os aspectos seculares que envolviam a vida das pessoas no perodo

    interbblico e perodo romano.

  • 7/24/2019 Contedo Disciplina Pidt

    34/79

    O PERODO INTERTESTAMENTAL E OS DOISTESTAMENTOS

    Professor-conteudista: Eurpedes Pereira de BritoProfessor-tutor: Eurpedes Pereira de Brito

    34

    Este mdulo est dividido em 2 (duas) unidades, subdivididas em 5 (cinco) aulasque correspondem a 5 (cinco) semanas, como segue:

    Unidade I O Aspecto religioso e filosfico do perodo intertestamental e do Novo

    Testamento

    Aula 6: A Religio e a filosofia dos gregos e romanos

    Aula 7: A sinagoga, o templo e a teologia do Judasmo

    Aula 8: A literaturae os grupos do Judasmo

    Unidade II O Aspecto secular do perodo intertestamental e do Novo Testamento

    Aula 9: Idioma, transporte, comrcio, comunicao e moradia

    Aula 10: Alimentao, vesturio, classes sociais e famlia.

  • 7/24/2019 Contedo Disciplina Pidt

    35/79

    O PERODO INTERTESTAMENTAL E OS DOISTESTAMENTOS

    Professor-conteudista: Eurpedes Pereira de BritoProfessor-tutor: Eurpedes Pereira de Brito

    35

    UNIDADE I O ASPECTO RELIGIOSO E FILOSFICO

    Aula 6: A religio e a filosofia dos gregos e romanos

    META

    Refletir sobre o estado religioso e filosfico do perodo intertestamental e doNovo Testamento.

    OBJETIVOS

    Analisar a histria da mitologia grega e as religies de mistrio.

    Compreender a religio oficial no imprio romano.

    Verificar o culto ao imperador.

    Compreender os aspectos filosficos que dominaram a histria.

    PARA INCIO DE CONVERSA

    Vamos falar da religio dos tempos intertestamentrios? Esse um dos itens

    mais importantes para que voc compreenda o mundo no qual Jesus chegou, viveu e,

    especialmente, pregou.

    1. A religio

    1.1. Mitologia grega e as religies

    Os vrios deuses dos gregos, apesar de serem vistos como imortais, possuam

    caractersticas de comportamentos e atitudes semelhantes aos seres humanos. Maldade,

    bondade, egosmo, fraqueza, fora, vingana e outras caractersticas estavam presentes

  • 7/24/2019 Contedo Disciplina Pidt

    36/79

    O PERODO INTERTESTAMENTAL E OS DOISTESTAMENTOS

    Professor-conteudista: Eurpedes Pereira de BritoProfessor-tutor: Eurpedes Pereira de Brito

    36

    nos deuses, segundo os gregos antigos. Eles acreditavam que as divindades habitavam o

    topo do Monte Olimpo, de onde decidiam a vida dos mortais.

    As entidades diversas representavam foras da natureza ou sentimentos

    humanos. Poseidon, por exemplo, era o representante dos mares e Afrodite a deusa da

    beleza corporal e do amor. A mitologia grega era passada de forma oral de pai para filho

    e, muitas vezes, servia para explicar fenmenos da natureza ou passar conselhos devida. Ao invadir e dominar a Grcia, os romanos absorveram o panteo grego,

    modificando apenas os nomes dos deuses.

    Considerado a divindade suprema do panteo grego, Zeus era filho de Cronos.

    Cronos era canibal e devorava os seus prprios filhos conforme iam nascendo.

    PARA APROFUNDAR NO ASSUNTO

    Gundry observa que:

    A me de Zeus salvou ao seu infante ao entregar a Cronos uma pedraenvolta em cobertores infantis, para que a engolisse. Ao atingir a idadeadulta. Zeus derrubou seu pai e dividiu os domnios daquele com seus doisirmos. Poseidom, que passou governar os mares e Hades, que se tornousenhor do mundo inferior. O prprio Zeus ps-se a governar os cus. Osdeuses tinham acesso terra, vindos de sua capital, o monte Olimpo, naGrcia. De acordo com a mitologia Zeus era forado a abafar ocasionaisrebelies da parte dos deuses, os quais exibiam pendores perfeitamentehumanos de paixes e concupiscncias, de amor e cimes, de ira e dio. Defato os deuses seriam superiores aos homens somente quanto ao poderr, inteligncia e imortalidade mas por certo no quanto imoralidade.

    (GUNDRY, 1999, p. 37).

    Veja a relao de outras divindades da mitologia grega e suas principais

    caractersticas:

    1.1.1. Afroditeamor.

    1.1.2. Aresguerra.

    1.1.3. Hades - mundo dos mortos e do subterrneo.

  • 7/24/2019 Contedo Disciplina Pidt

    37/79

    O PERODO INTERTESTAMENTAL E OS DOISTESTAMENTOS

    Professor-conteudista: Eurpedes Pereira de BritoProfessor-tutor: Eurpedes Pereira de Brito

    37

    1.1.4. Hera - protetora das mulheres, do casamento e do nascimento.

    1.1.5. Poseidon - mares e oceanos.

    1.1.6. Eros - amor, paixo.

    1.1.7. Hstialar.

    1.1.8. Apolo - luz do Sol, poesia, msica, artes, beleza masculina.

    1.1.9. rtemis - caa, castidade, animais selvagens e luz.

    1.1.10. Demter - colheita, agricultura.

    1.1.11. Dionsio - festas, vinho e prazer.

    1.1.12. Hermes - mensageiro dos deuses, protetor dos comerciantes, dos

    viajantes e dos diplomatas.

    1.1.13. Hefesto - metais, metalurgia, fogo.1.1.14. Cronotempo.

    1.1.15. Gaia - planeta Terra.

    A confuso tica e a instabilidade das emoes dos deuses gregos confundiam o

    povo, provocando um vazio existencial.

    1.2. A religio no perodo romano

    Os romanos adotaram os deuses e a mitologia dos gregos, havendo um

    verdadeiro sincretismo religioso. Dessa forma, pode-se verificar que os deuses romanos

    eram identificagdos com os gregos, Jpiter com Zeus, Vnus com Afrodite, e assim por

    diante. (GUNDRY, 1999).

    1.3. O culto ao imperador

  • 7/24/2019 Contedo Disciplina Pidt

    38/79

    O PERODO INTERTESTAMENTAL E OS DOISTESTAMENTOS

    Professor-conteudista: Eurpedes Pereira de BritoProfessor-tutor: Eurpedes Pereira de Brito

    38

    O culto ao imperador nasceu da influncia de prticas j estabelecidas entre

    alguns reinos. Tenney (1998, pg. 96) observa que os reinos helenistas dos Selucidas e

    dos Ptolomeus tinham durante muitos anos, elevado os seus monarcas posio de

    divindade e tinham-lhes aplicado ttulos tais como Senhor (kyrios), Salvador (Soter), ou

    divindade Manifesta (Epipahanes). Alm dessa influncia trazia consigo a inteno deestabelecer poder aos imperadores e de manter a estabilidade do Imprio. As funes

    excecutivas sob o comando de apenas um homem era sem igual na histria.

    COM A PALAVRA, QUEM ENTENDE DO ASSUNTO

    Gundry afirma que:

    Seguindo a prtica desde h muito firmada de atribuir atributos divinos aos

    governantes, o senado romano lanou a ideia do culto ao imperador, aodeificar, aps a morte, a Augusto e a subsequentes imperadores queporventura tivessem servido bem como tais. Elementos leais e entusiastasdas provncias orientais algumas vezes antecipavam essa deificao ps-morte. Os imperadores do primeiro sculo que reivindicaram a divindade

    para si mesmos, enquanto ainda viviam - Calgula, Nero e Domiciano - noforam honrados com tal distino quando morreram. O insano Calgula (37-41 D C) ordenara que uma esttua sua fosse levantada no templo deJerusalm, a fim de ser adorada. Afortunadamente, tal medida foi adiada

    pelo mais sensato embaixador srio, porquanto os judeus sem dvida ter-se-iam revoltado. Nesse nterim, Calgula foi assassinado. Domiciano (81-96DC) foi o primeiro a tomar providncias srias e generalizadas para forar aadorao de sua pessoa. A recusa dos cristos em participarem desta

    adorao, provocou a intensificao nas perseguies. (GUNDRY, 1999, p.38,39).

    1.4. Religies misteriosas

    Alm da mitologia e do culto ao imperador, cresciam no meio do povo greco-

    romano as religies misteriosas, seja por tendncias misticas misteriosas ou pela

    insatisfao do povo em relao aos aspectos religiosos oficiais. As religies de mistrio

  • 7/24/2019 Contedo Disciplina Pidt

    39/79

    O PERODO INTERTESTAMENTAL E OS DOISTESTAMENTOS

    Professor-conteudista: Eurpedes Pereira de BritoProfessor-tutor: Eurpedes Pereira de Brito

    39

    traziam uma proposta de contato imediato com a divindade e experincias advindas

    desse tipo de prtica religiosa.

    COM A PALAVRA, QUEM ENTENDE DO ASSUNTO

    Tenney observa que:

    Eram, na maior parte, de origem oriental, posto que os mistrios. Eleusinosestivessem a ser celebrados na Grcia desde havia muito tempo. O culto deCble, a Grande Me, veio da sia; o de Isis e Osris ou Serpio, do Egito; oMitrasmo teve origem na Prsia. Embora todos diferissem uns dos outros naorigem e nos pormenores, todos eram iguais em certas caractersticas gerais.Todos tinham o seu centro num deus que tinha morrido e ressuscitado. Cadaum deles tinham um ritual de frmulas e purificaes, de smbolos e dasrepresentaes dramticas secretas da experincia do deus, por meio dosquais o iniciado era levado a essa experincia, e assim era presumvelmenteum candidato imortalidade. [] As religies-mistrio traziam o desejo deimortalidade pessoal e de igualdadade social. Apresentavam uma sada emoo em mistrio religioso, como a religio do estado fazia algumasvezes, e tornava a experincia religiosa fortemente pessoal. Nada nos dito

    delas diretamente no Novo Testamento, mas julga-se que Paulo pode terusado o seu vocabulrio em ocasies apropriadas, e que o culto de anjosmencionado em Cl 2.18,19 reflexo de uma tentativa de fuso de algumculto filosfico ecltico com o cristianismo em Colossos. (1998, p. 98).

    Dentre alguns aspectos dos seus ritos secretos e outras cerimnias particulares,

    observam-se as lavagens cerimoniais, a asperso de sangue, refeies sacramentais,

    intoxicao alcolica, frenesi emocional e um impressionante fausto. Por meio das

    cerimnias e dos ritos, prometia-se uma verdadeira unio mstica com os deuses aos que

    procuravam suas prticas.

    Como as crenas dessas religies misterioras posteriores se tornaram um tanto

    paralelas s crenas crists, alguns crticos afirmaram que houve uma considervel

    influncia sobre as crenas crists no primeiro sculo. Conforme Gundry (2008, p. 78),

    o mais provvel que as religies misteriosas que tenham tomado poremprstimo certas ideias do cristianismo, e no vice-versa, mormente selevarmos em conta que os pagos eram notveis assimiladores, ao passo queos primitivos cristos eram exclusivistas.

  • 7/24/2019 Contedo Disciplina Pidt

    40/79

    O PERODO INTERTESTAMENTAL E OS DOISTESTAMENTOS

    Professor-conteudista: Eurpedes Pereira de BritoProfessor-tutor: Eurpedes Pereira de Brito

    40

    Dentre outros aspectos, deve-se lembrar de que os primeiros cristos eram

    judeus. A formao do cristianismo se deu num contexto judaico, ainda que em meio ao

    mundo grego e romano. Portanto, teria sido difcil a mudana de partes to importantes

    da f por influncia das religies misteriosas.

    PARA APROFUNDAR NO ASSUNTO

    Veja o texto A Relao entre as Religies de Mistrio e o Cristianismo. O texto parte doartigo do Pr. Claudionor Silva Bezerra, que est no seu blog, cujo endereo eletrnico :http://pastorclaudionor.blogspot.com.br/2007/03/as-religies-de-mistrio-e-emergncia-do_01.html:

    A leitura do material histrico que restou dessas religies impressiona emcertas semelhanas bsicas com o cristianismo. Pode se perceber nessasreligies planos de redeno como no cristianismo; elas enfatizam a vontadee a responsabilidade humana, o uso da vontade para obedecer e executar osmandamentos da divindade; elas do grande valor f religiosa nesta vida;

    elas falam na descida ao hades, na libertao do hades, e no vo para aglria eterna; exceto no caso do mitrasmo, homens e mulheres podiamtornar-se membros, com um destino celestial idntico, mesmo que no mundoos privilgios entre homens e mulheres diferissem.

    3.1 A insero do cristianismo em Roma

    evidente luz dos textos neotestamentrios bblicos que, em seusprimrdios mais antigos, a igreja romana teria sido, provalvemente, iniciadano (exceto indiretamente) por algum apstolo, mas pela plebe composta de

    judeus e proslitos que haviam testemunhado o evento de Pentecostes em

    Jerusalm e haviam, mais tarde, regressado aos seus lares em Roma. preciso enfatizar que esses leigos eram judeus ou, em alguns casos,tinham, em determinada poca, se convertido a religio judaica. Por essarazo a comunicao epistolar do apstolo Paulo aos romanos revela ocarter judaico que aquela igreja possuia.

    Um outro fator de destaque era o carter informal que possua as igrejascrists do primeiro e segundo sculo, eram inexistentes os edifcioseclesisticos no sentido em que os imaginamos hoje. Sobre isso afirmaHendriksen: As famlias faziam os cultos em seus prprios lares. De taiscultos participariam membros da famlia, provavelmente pai, me, filho, svezes outros parentes prximos e servos. Se a casa era bastante ampla para

    acomodar outros, ento eram convidados.Estando incluido no contexto religioso e diante das semelhanas j

    http://pastorclaudionor.blogspot.com.br/2007/03/as-religies-de-mistrio-e-emergncia-do_01.htmlhttp://pastorclaudionor.blogspot.com.br/2007/03/as-religies-de-mistrio-e-emergncia-do_01.htmlhttp://pastorclaudionor.blogspot.com.br/2007/03/as-religies-de-mistrio-e-emergncia-do_01.htmlhttp://pastorclaudionor.blogspot.com.br/2007/03/as-religies-de-mistrio-e-emergncia-do_01.html
  • 7/24/2019 Contedo Disciplina Pidt

    41/79

    O PERODO INTERTESTAMENTAL E OS DOISTESTAMENTOS

    Professor-conteudista: Eurpedes Pereira de BritoProfessor-tutor: Eurpedes Pereira de Brito

    41

    mencionadas, alguns estudiosos esto divididos a respeito da influncia queo cristianismo na sua nascente recebeu das religies e cultos de mistrios.

    3.2 A Teoria dos Emprstimos

    Muitos estudiosos admitem que em algum grau houveram emprstimos dasreligies de mistrio para o cristianismo. Dentre esses, Bousset afirma queas lavagens cerimoniais dessas religies de mistrio eram precursoras do

    batismo cristo e que a refeio sagrada era precursora da Ceia do Senhor,alm do que o conceito do deus que morre e ressuscita influenciou asdoutrinas crists a respeito de Cristo.[5]

    Paul Tillich afirma ainda que os deuses das religies de mistrioinfluenciaram bastante o culto e a teologia crist.

    Ao ser iniciada num determinado mistrio, como mais tarde eram os cristos

    iniciados nas congregaes poe estgios, a pessoa passava a participar nodeus mistrio e em suas experincias. Em Romanos 6, Paulo descreve essasexperincias em relao a Jesus em termos de participao na sua morte eressurreio.

    Todavia outros estudiosos admitem que lgico supormos que ocristianismo, ao crescer no meio ambiente formado pelas religies demistrio tenham frequentemente elaborado seus prprios sistemas contra o

    pano de fundo dos Mistrios e das formas de pensamento que eram comunsa ambos. A similaridade entre a terminologia dos antigos escritos cristos edos Mistrios evidenciam que houve um confronto real entre essascomunidades e um emprstimo apenas de termos. Wand chega mesmo aafirmar:

    O Cristianismo derrotou os mistrios em seu prprio campo. Ele tinha avantagem de estar baseado no em um mito, mas numa pessoa histrica. Ao

    admitir certas similaridades esses estudiosos no admitem que houvequalquer emprstimo substancial das Religies de Mistrio para ocristianismo. Champlin chega a afirmar que essas chegaram at a contribuir

    para a expanso do cristianismo. ... (1) O trabalho missionrio foi facilitado:A Igreja crist, ao avanar para regies onde predominava o paganismo,encontrou aderentes das religies misteriosas. Uma certa semelhana demaneira de pensar, quanto a certas reas importantes, naturalmente teriamexercido efeito na preparao do caminho para a passagem da nova f [...](2) A nfase sobre a necessidade de disciplina e de experincia religiosa:Embora, com frequncia, aqueles sistemas religiosos misteriosos abusassemdessa questo, foi uma nfase positiva.]

    3.3 A Teoria da Originalidade

  • 7/24/2019 Contedo Disciplina Pidt

    42/79

    O PERODO INTERTESTAMENTAL E OS DOISTESTAMENTOS

    Professor-conteudista: Eurpedes Pereira de BritoProfessor-tutor: Eurpedes Pereira de Brito

    42

    Padovani, de forma brilhante, descreve a relao do cristianismo com essasreligies afirmando que o problema do cristianismo no foi o de justificar-secomo religio, com o seu contedo arcano e prodigioso, em que facilmentese podia crer. O problema era justificar-se como religio em face de outrasmuitas e variadas religies e sistemas filosficos-religiosos da poca, que seapresentavam com fins idnticos e caracteres anlogos aos do cristianismo.

    Nesse particular Pandovani representa uma mentalidade que no se preocupaem encontrar emprstimos na relao entre o cristianismo e as religies demistrio, mas insere o cristianismo na multiplicidade dos cultos da poca eque, se apresenta original e rejeita qualquer compromisso com os sistemasreligiosos da poca.

    O cristianismo, cnscio da sua originalidade e intransigente como a verdade,rejeita semelhante soluo e qualquer compromisso com as doutrinasreligiosas e sistemas polticos da poca.

    3.4 Uma posio alternativa

    Essa posio rejeita qualquer emprstimo que o cristianismo tenha feito dedoutrinas, cerimnias ou cdigos de tica das religies de mistrio emRoma. Todavia admite que o cristianismo no uma religio puramenteoriginal. Dessa maneira admite que se houve algum emprstimo esse oriundo do judasmo.

    Elementos como a Ceia crist remonta a cerimnia da pscoa realizada pelosjudeus, o rito do batismo era uma prtica corriqueira dos essnios (seitajudaica), como atesta os manuscritos do mar morto, bem como ascerimnios de purificao do judasmo. A morte de Cristo vista como amorte de um cordeiro, prtica diria no templo em Jerusalm. A ressurreioera um evento do Antigo Testamento exclusivo de Jav.

    Todavia o contato que o cristianismo teve fora dos crculos judaicos forou-lhe a empregar termos inteligveis e j usados naquele perodo, como porexemplo o logosgrego sendo descrito como o perodo da pr-existncia deCristo. E referindo-se as religies de mistrio, o termo mysteri no seencontra no Antigo Testamento, sendo portanto utilizado no NovoTestamento para, quase sempre, representar o projeto de redeno pregado

    por Jesus aos homens e mulheres.

    As Religies de Mistrio assim como o cristianismo primitivo constituemfios do grande tapete que foi a sociedade romana. A investigaomicrocspica desses fios somente nos far discernir como mais propriedadea complexidade de Roma e o que deixou como legado, a despeito das

  • 7/24/2019 Contedo Disciplina Pidt

    43/79

    O PERODO INTERTESTAMENTAL E OS DOISTESTAMENTOS

    Professor-conteudista: Eurpedes Pereira de BritoProfessor-tutor: Eurpedes Pereira de Brito

    43

    descontinuidades e rupturas os vestgios ainda permeiam a sociedadeocidental.

    Gundry (1999, p. 41) observa que as supersties estavam firmemente

    entrincheiradas nas mentes da maioria do povo do imprio romano. Utilizavam-se de

    frmulas mgicas, consultas de horscopos e orculos, augrios ou predies sobre o

    futuro, mediante a observao do voo dos pssaros, os movimentos do azeite sobre agua, as circunvolues do fgado e o uso de exorcistas profissionais (peritos na arte de

    expulsar demnios) - todas essas prticas supersticiosas, alm de muitas outras, faziam

    parte integrante da vida diria.

    2. A Filosofia

    2.1. Platonismo

    Plato foi amigo e discpulo de Socrates. Viveu em Atenas e tornou-se um dos

    mais conhecidos filsofos gregos.

    COM A PALAVRA, QUEM ENTENDE DO ASSUNTO

    Tenney afirma que:

    O mundo pensava que ele constitudo por um nmero infinito de coisas

    particulares, cada uma das quais uma cpia mais ou menos imperfeitaduma ideia real. Por exemplo, h muitas espcies de cadeiras, mas nenhumadelas poderia ser a cadeira de que toas as outras so derivadas. A cadeirareal de que a madeira uma cpia. O mundo real, pois o mundo das ideias,de que o mundo material apedfnas uma sombra. Estas ideias soorganizadas num sistema, no topo do qual est a ideia do Bem. Plato parecenunca ter personalizado a ideia do Bem, nem tampouco identificado com oDemiurgo, ou o Criador, que formou o mundo material. Ele considerou asideias como tendo existncia objetiva; de fato, eram elas a nica existnciareal, de que o presente mundo um fraco e imperfeito reflexo. Tal conceitodo mundo leva inevitavelmente ao dualismo. Se o mundo real o reinoinvisvel das ideias, e se o mutvel cosmos em que vive o homem somentetransitrio, a sua busca ser a fuga do irreal para o real. A reflexo, ameditao e at o ascetismo abriro caminho para a libertao.Conhecimento salvao; pecado ignorncia. Procurando o Supremo

  • 7/24/2019 Contedo Disciplina Pidt

    44/79

    O PERODO INTERTESTAMENTAL E OS DOISTESTAMENTOS

    Professor-conteudista: Eurpedes Pereira de BritoProfessor-tutor: Eurpedes Pereira de Brito

    44

    Bem, o Fim, a Suprema Ideia, assim se liberta o homem a si prprio domundo material escravizador e pode elevar-se at a compreenso do mundoreal. ( 1998, p. 102, 103).

    Plotino (Egito 204 269 d. C.) foi alm do dualismo platnico pelo seu ensino

    de que a obteno da vida espiritual no seria atingida pelo esforo intelectual, mas por

    uma absoro do Infinito.

    Lucas registra que Paulo teve um confronto direto com pessoas que assumiam

    algumas dessas filosofias. Os epicureus e os esticos contendiam duramente com ele

    quando pregava sobre Cristo e a ressurreio. (Atos 17. 18).

    2.2. Epicurismo

    O Epicurismo vem do nome de seu fundador, Epicuro, que fundou uma escola

    filosfica em 306 a. C. Epicuro defendia que a busca e o encontro com os prazeres (nonecessariamente de ordem sensual) seria o sumo bem da vida. Era essencialmente

    antirreligioso e defendia que o mundo foi criado pelo acaso. Nos dias de Jesus e de

    Paulo, o epicurismo, agora com nfase sensual e pag, dominava o imprio romano.

    Como observa Tenney, (1998, p. 105) O Epicurismo no advogava a libertinagem, mas

    no proporcionava resistncia ao egosmo.

    2.3. EstoicismoZeno foi seu fundador (340-265 a. C.). O mais alto bem a conformidade com

    a razo. O sentimento pessoal sem importncia ou at prejudicial, visto que tende a

    perturbar a soluo racional dos problemas humanos. O perfeito autodomnio

    inamovvel a consideraes sentimentais era o objetivo do estico. Para, eles no era

    possvel nenhum relacionamento pessoal com Deus. A ideia de relaes pessoais com a

    razo universal ou com o processo csmico havia de parecer quase to inconsequente

    como o mostrar afeio para com a lei da atrao universal. Qualquer compreenso darealidade de Deus no envolvia qualquer perspectiva relacional.

  • 7/24/2019 Contedo Disciplina Pidt

    45/79

    O PERODO INTERTESTAMENTAL E OS DOISTESTAMENTOS

    Professor-conteudista: Eurpedes Pereira de BritoProfessor-tutor: Eurpedes Pereira de Brito

    45

    2.4. Cinismo

    Seus adeptos procuravam abolir os desejos, despresavam todos os padres e convenes

    e tornavam-se completamente individualistas e crticos da sociedade. Tenney (1998, p. 108)

    registra a crtica que Scrates fez a Antstenes, fundador da escola cnica: Posso ver o teu

    orgulho pelos buracos do teu manto.

    2.5. Ceticismo

    Relativistas, abandonaram toda esperana de qualquer coisa em termos

    absolutos, sucumbiam ante a dvida e a conformidade para com os costumes

    prevalescentes.

    2.6. Gnosticismo

    O termo deriva do grego gnosis (conhecimento). Prometia-se salvao pelo

    conhecimento. O problema religioso no consistia da culpa humana, para a qual

    preciso que se proveja perdo, mas consistia muito mais da ignorncia humana, para a

    qual era mister prover conhecimento. Segundo Tinney (1998, p. 103), Deus, diziam os

    Gnsticos, demasiado grande e demasiado santo para ter criado o mundo material com

    toda a sua baixeza e corrupo. Para o gnosticismo, na verdade, a suprema Divindade

    procederia a uma srie de sucessivas emanaes, cada uma delas um pouco inferior

    anterior de que provinha, at que, finalmente, viria a ltima dessas emanaes.

    Gundry (1999, p. 41) informa-nos que

    o contraste dualista concebido por Plato entre o mundo invisvel das idias eo mundo visvel da matria, formava o substrato do gnosticismo do primeirosculo de nossa era, e segundo o qual a matria era equiparada ao mal, ao

    passo que o esprito seria equivalente ao bem.

    Dessa perspectiva veio a viso de dois modos opostos de conduta:

    1. O ascetismo: a supresso do desejo do corpoa matria m.

  • 7/24/2019 Contedo Disciplina Pidt

    46/79

    O PERODO INTERTESTAMENTAL E OS DOISTESTAMENTOS

    Professor-conteudista: Eurpedes Pereira de BritoProfessor-tutor: Eurpedes Pereira de Brito

    46

    2 A libertinagem e o sensualismo: a indulgncia quanto s paixes fsicas, por

    causa da irrealidade e inconsequncias da matria.

    A ideia e o conceito da ressurreio eram inconcebveis, pois de alguma forma

    trazia a possibilidade do retorno matria, portanto abominvel, mas a imortalidade do

    Esprito era desejvel, pois levaria libertao da matria eternamente. Por meio do

    conhecimento e de doutrinas secretas poderia-se chegar desejada imortalidade.

    SNTESE DA AULA

    Nessa aula voc estudou sobre:

    1. A histria da mitologia grega e as religies de mistrio.

    2. A religio oficial no imprio romano.

    3. Verificar o culto ao imperador.

    4. Os aspectos filosficos que dominaram a histria.

  • 7/24/2019 Contedo Disciplina Pidt

    47/79

    O PERODO INTERTESTAMENTAL E OS DOISTESTAMENTOS

    Professor-conteudista: Eurpedes Pereira de BritoProfessor-tutor: Eurpedes Pereira de Brito

    47

    Aula 7: A sinagoga, o templo e a teologia do judasmo

    META

    Refletir sobre a sinagoga, o Templo e a teologia do judasmo.

    OBJETIVOS

    Compreender o judaismo em seus vrios aspectos.

    Analisar a teologia do judaismo e sua influncia no perodo intertestamental eno perodo romano.

    Verificar a esperana messinica na teologia judaica.

    PARA INCIO DE CONVERSA

    Pessoa, vamos conhecer o Judaismo? Precisamos reconhecer primeiramente que

    a rigor, a cultura do povo de Deus no perodo do Antigo Testamento, antes do exlio, era

    uma cultura israelita. O judasmo como cultura, surge no tempo do exlio. Ainda que

    tenha havido a separao entre os dois reinos, e o reino do Sul fosse tambm chamado

    de Jud, a cultura que os envolvia era a cultura israelita. O judasmo como cultura uma

    criao do exlio, sendo que o termo judeu aparece na histria no tempo da

    Restaurao. A respeito do termo judeu, diz Josefo: Este o nome por que foram

    chamados depois que subiram da Babilnia. (Ant. 11.5). O Povo ocupou sua antiga

    terra prometida, mas o judasmo desenvolveu-se como coisa nova no velho solo. A

    cultura judaica nasce no exlio na preservao da tradio do povo de Israel pelos filhos

    de Israel ligados a Jud, visto que, em sua maioria, os que subiram da Babilnia durante

    a Restaurao perteciam tribo de Juda. (4 - origem e desenvolvimento do judasmo p.

  • 7/24/2019 Contedo Disciplina Pidt

    48/79

    O PERODO INTERTESTAMENTAL E OS DOISTESTAMENTOS

    Professor-conteudista: Eurpedes Pereira de BritoProfessor-tutor: Eurpedes Pereira de Brito

    48

    55). No entanto, importante observar que os termos judeus e judasmo tm mais

    que um significado meramente tribal. Simbolizam um tipo distintivo de vida. Os

    hebreus da tribo de Jud (e parte da tribo de Benjamim) levados ao cativeiro, sofreram

    uma mudana real naqueles setenta anos. Em suas privaes no exlio, viram pesar

    sobre eles a mo punitiva de Iav por causa da desobedincia Lei, e se arrependeram

    de corao. Alm disso, apenas os mais devotos foram os que voltaram sob a proteode Ciro, e empreenderam a reconstruo da nao santa. Os descendentes de Israel que

    subiram da Babilnia, portanto, sentiam agora outro respeito Lei e s tradies dos

    antepassados, desgosto para com a idolatria e o que era gentio e, em consequncia, eram

    muito mais ardorosos e exclusivistas em sua lealdade racial.

    Os princpios e tipo de vida do judeu no exlio e ps-exlio, constituram o

    judasmo. Vejamos alguns aspectos importantes da cultura judaica:

    1. As sinagogas

    A perda do templo no comeo do exlio babilnico e a ausncia da celebrao do

    culto com os rituais e sacrifcios, ocasionaram um estudo aprofundado e uma

    observncia da lei (a Tor) do Antigo Testamento. Como observa Nelson (1991, p. 17)

    Na Babilnia, a instruo religiosa foi prosseguida pelos sacerdotes e levitas, numa

    tentativa de conservar o conhecimento de Jeov vivo. Para que isso ocorresse era

    necessrio um local, o que acabou conduzindo ao estabelecimento das sinagogas como

    instituio. Sinagoga um termo grego que significa reunir juntos. motivo de debate

    se as sinagogas tiveram origem durante o exlio, durante o tempo em que o povo foi

    restaurado do exlio ou j no perodo intertestamentrio.

    Portanto, a sinagoga era um local primeiramente de adorao, estudo e

    observncia da lei, e no inclua a oferta de sacrifcios. Segundo Gundry, havia os

    seguintes elementos no culto tpico das sinagogas:

  • 7/24/2019 Contedo Disciplina Pidt

    49/79

    O PERODO INTERTESTAMENTAL E OS DOISTESTAMENTOS

    Professor-conteudista: Eurpedes Pereira de BritoProfessor-tutor: Eurpedes Pereira de Brito

    49

    a) Recitaes responsivas do Shem (o texto ureo do judasmo) e doShemoneh Esreh (srie de louvores a Deus); b) Orao, canto dos salmos,le