CONCURSO PÚBLICO DE CONCEÇÃO PARA ELABORAÇÃO DO PROJETO DO CENTRO DE EDUCAÇÃO E CULTURA DE QUARTEIRA 1-3 I. O CECQ (COMO GESTO URBANO) A proposta define-se num eixo estrutural Este/Oeste que posiciona os edifícios autonomamente na área de intervenção, amplificando os usos na relação com o Parque Urbano. O CONCEITO Não acreditamos na palavra “conceito” e, sobretudo neste projecto, defendemos a ideia de “processo”. Essencialmente porque a primeira preocupação é responder às especificidades do programa, garantindo a autonomia dos edifícios e a eficiência do complexo. A proposta tem como objectivo essa preocupação, num permanente equilíbrio entre desenho e imagem. A clareza da proposta é uma obrigatoriedade e, portanto, pode- se ler o projecto como uma mão com 4 dedos (volumes) que se articulam entre si. Esta mão reforça a ligação com o Parque Urbano. O “complexo pavilhonar” proposto vive dessa intenção e do contraste de um gesto sensual, de uma curva (do Foyer) perante a racionalidade dos volumes. DIÁLOGO E CONTRADIÇÕES Dentro da grande racionalidade dos edifícios e do programa incluso, há uma linha definidora da posição do complexo no terreno que avança desde a Av. de Ceuta, posiciona a Escola de Dança, liberta-se na forma curva definidora do Foyer - que também é uma praça -, desagua na administração e coloca em perspectiva a futura biblioteca. Este gesto traz o Parque Urbano para si, contribuindo para a dinâmica de relações, de usos e de apropriações, gerando fluxos alternativos e vividos. Esta linha desenha uma forma livre, inclusiva e coloca todo o complexo em diálogo mas em contradição perante a ortogonalidade dos volumes propostos. Um aparente momento de tensão que apela à leitura emotiva da proposta. Tudo se reflecte no seu interior num conjunto de opções variáveis que explora cirurgicamente os momentos que cada edifício deve conter em si e na sua relação com os próximos definindo, contudo, uma atmosfera comum. II. A LINHA (DE CONTEXTUALIZAÇÃO) A sensualidade da linha provoca diálogos entre os volumes que compõem o complexo CECQ e contradições entre a sua liberdade e a rigidez das ortogonalidades. III. A PEÇA (IDENTIDADE DO ESPAÇO INTERIOR) São exploradas cirurgicamente as identidades que cada edifício deve conter em si e na sua relação com os próximos, definindo, contudo, uma atmosfera comum. IV. ENFIAMENTOS (ENQUADRAMENTOS VISUAIS) A composição propõe quadros plenos de arestas, ângulos, planos, superfícies... Vindo da av. de Ceuta, a Norte, embatemos na plasticidade da sucessão dos volumes. V. DIMENSÃO DO AUTOMÓVEL (APROXIMAÇÃO URBANA) A aproximação ao edifício pelas suas frentes urbanas é um tema proposto, definido na sua escala, na sua presença, na sua regularidade e num jogo de cheios/vazios que propõe o acesso ao complexo e ao Parque Urbano. VI. ESCOLA DO PEÃO (DESCOBERTA DO CECQ) Pelo olhar do peão (a Oeste, pela av. de Ceuta) o momento de descoberta das arestas do edifício e o seu jogo volumetrico. FOYER ACESSO À SALA PRINCIPAL
3
Embed
CONCURSO PÚBLICO DE CONCEÇÃO PARA ELABORAÇÃO DO …encomenda.oasrs.org/media/2019/12/3o-premio-1.pdf · 27.45 m2 E04. Gabinete 02 22.05 m2 E05. Sala de Reuniões 23.40 m2 E06.
This document is posted to help you gain knowledge. Please leave a comment to let me know what you think about it! Share it to your friends and learn new things together.
Transcript
CONCURSO PÚBLICO DE CONCEÇÃO PARA ELABORAÇÃO DO PROJETO DO CENTRO DE EDUCAÇÃO E CULTURA DE QUARTEIRA 1-3
I. O CECQ (COMO GESTO URBANO)
A proposta define-se num eixo estrutural Este/Oeste que posiciona os edifícios autonomamente na área de intervenção, amplificando os usos na relação com o Parque Urbano.
O CONCEITO
Não acreditamos na palavra “conceito” e, sobretudo neste projecto, defendemos a ideia de “processo”. Essencialmente porque a primeira
preocupação é responder às especificidades do programa, garantindo a autonomia dos edifícios e a eficiência do complexo. A proposta tem como
objectivo essa preocupação, num permanente equilíbrio entre desenho e imagem. A clareza da proposta é uma obrigatoriedade e, portanto, pode-
se ler o projecto como uma mão com 4 dedos (volumes) que se articulam entre si. Esta mão reforça a ligação com o Parque Urbano. O “complexo
pavilhonar” proposto vive dessa intenção e do contraste de um gesto sensual, de uma curva (do Foyer) perante a racionalidade dos volumes.
DIÁLOGO E CONTRADIÇÕES
Dentro da grande racionalidade dos edifícios e do programa incluso, há uma linha definidora da posição do complexo no terreno que avança
desde a Av. de Ceuta, posiciona a Escola de Dança, liberta-se na forma curva definidora do Foyer - que também é uma praça -, desagua na
administração e coloca em perspectiva a futura biblioteca. Este gesto traz o Parque Urbano para si, contribuindo para a dinâmica de relações, de
usos e de apropriações, gerando fluxos alternativos e vividos.
Esta linha desenha uma forma livre, inclusiva e coloca todo o complexo em diálogo mas em contradição perante a ortogonalidade dos volumes
propostos. Um aparente momento de tensão que apela à leitura emotiva da proposta. Tudo se reflecte no seu interior num conjunto de opções
variáveis que explora cirurgicamente os momentos que cada edifício deve conter em si e na sua relação com os próximos definindo, contudo,
uma atmosfera comum.
II. A LINHA (DE CONTEXTUALIZAÇÃO)
A sensualidade da linha provoca diálogos entre os volumes que compõem o complexo CECQ e contradições entre a sua liberdade e a rigidez das ortogonalidades.
III. A PEÇA (IDENTIDADE DO ESPAÇO INTERIOR)
São exploradas cirurgicamente as identidades que cada edifício deve conter em si e na sua relação com os próximos, definindo, contudo, uma atmosfera comum.
IV. ENFIAMENTOS (ENQUADRAMENTOS VISUAIS)
A composição propõe quadros plenos de arestas, ângulos, planos, superfícies... Vindo da av. de Ceuta, a Norte, embatemos na plasticidade da sucessão dos volumes.
V. DIMENSÃO DO AUTOMÓVEL (APROXIMAÇÃO URBANA)
A aproximação ao edifício pelas suas frentes urbanas é um tema proposto, definido na sua escala, na sua presença, na sua regularidade e num jogo de cheios/vazios que propõe o acesso ao complexo e ao Parque Urbano.
VI. ESCOLA DO PEÃO (DESCOBERTA DO CECQ)
Pelo olhar do peão (a Oeste, pela av. de Ceuta) o momento de descoberta das arestas do edifício e o seu jogo volumetrico.
FOYER ACESSO À SALA PRINCIPAL
CONCURSO PÚBLICO DE CONCEÇÃO PARA ELABORAÇÃO DO PROJETO DO CENTRO DE EDUCAÇÃO E CULTURA DE QUARTEIRA 2-3
0,00 m
3,30 m
15,00 m
24,00 m
CORTE LONGITUDINAL B-BB - ESC. 1/500
6,80 m
0,00 m
15,00 m
24,00 m
CORTE TRANSVERSAL A-AA - ESC. 1/500
PLANTA PISO -1, ESTACIONAMENTO - ESC. 1/500
B01. Arrumo técnico e Oficina técnica 114.00 m2 B02. Sub-Palco 292.60 m2 B03. Fosso de orquestra 80.00 m2 B04. Camarins
III e IV 100.00 m2 (50.00 m2/un.) B05. Camarins V VI VII e VIII 54.60 m2 (13.65 m2/un.) B06. Camarins I e II 35.00 m2 B07. Copa
27.45 m2 E04. Gabinete 02 22.05 m2 E05. Sala de Reuniões 23.40 m2 E06. Sala de Produção Técnica 25.20 m2 E07. Serviço de Mediação e Projeto Educativo 25.20m2 E08. Sala de Comunicação 25.20 m2
0 2 4m
PLANTA PISO 1, PRAÇA - ESC. 1/500
A01. Hall 30.00 m2 A02. Salas trabalho 40.50 m2 (20.25 m2/un.) A03. Gabinetes trabalho professores 24.60 m2 (12.30 m2/
un.) A04. Sala alunos 35.70 m2 A05. Arrumos 22.45 m2 A06. Sala reuniões 24.15 m2 A07. Gabinete técnico 31.55 m2 A08. IS
PROPOSTA: Funcionando em articulação com o café-concerto, a sua posição atrai o público para o lado sul do edifício. Volumetricamente, a Escola de Dança é mais baixa do que a Sala Principal e a Black-Box e, assim, faz a transição entre a escala humana das habitações unifamiliares confrontantes e a escala urbana dos grandes volumes e das vias que envolvem o terreno. Desenha-se uma circulação interna que liga a Escola tanto ao placo da Sala Principal como ao da Black-Box. EXTENSÃO: A estrutura racional da organização interior (com todo o programa ao longo de um eixo/corredor) facilita a ampliação que se prevê para poente numa terceira fase.
BLACK BOX
SALA ESTÚDIO: À Sala Estúdio correspondem as áreas de palco e plateia rebatível exigidas. A localização deste volume à face da rua permite que seja utilizado juntamente com 1/3 do foyer, podendo estar encerradas todas as restantes funções do edifício. RESIDÊNCIAS: A Residência organiza-se em 3 pisos na fachada nascente deste volume, assegurando por isso uma relação dos artistas residentes simultâneamente com a Sala Estúdio e com o Parque Verde Público. O Centro de Residências tem também uma entrada independente pelo “Foyer Aberto à cidade”, no primeiro piso.
SALA PRINCIPAL
AUDITÓRIO: A sala de espectáculos tem configuração clássica e capacidade para 499 espectadores sentados, em cumprimento dos termos de referência. O sub-palco posiciona-se por baixo do palco, ligado aos camarins, a todas as áreas de apoio à Sala Principal e ao circuito privado de artistas que liga num eixo transversal a Escola de Dança, a Sala Principal e a Black-Box.ACESSOS VERTICAIS: O acesso aos lugares superiores e às galerias faz-se através de um jogo de escadas que potencia percursos dinâmicos e evidencia a verticalidade deste espaço de acesso, em articulação e contraste com a horizontalidade do Foyer.
PLANTA DE IMPLANTAÇÃO - ESC. 1/1000
A. ESCOLA DE DANÇA, A1.EXPANSÃO B. SALA PRINCIPAL C. BLACK-BOX, RESIDÊNCIAS D. FOYER E. ADMINISTRAÇÃO, BLIBIOTECA (FASE DE EXPANSÃO) F. PARQUE URBANO G. ESTACIONAMENTO EXTERIOR
0 10 20m
A
B
D
FG
F
EC
A1
AV. PAPA FRANCISCO
AV. DE C
EUTA
FOYER
Este espaço é o coração da proposta. Podendo os volumes gozar de autonomia, o Foyer é o elemento de ligação que dá unidade ao projecto. A loja/livraria e o café-concerto estão integrados neste espaço mas propositadamente localizados em lados opostos: sendo duas peças de funcionamento permanente que atraem público, favorecem percursos de atravessamento e asseguram que o foyer seja um espaço vivido, mesmo que as salas de espectáculo não estejam em uso.
ADMINISTRAÇÃO
PROPOSTA: A área administrativa do CECQ articula-se com o foyer através da bilheteira e da loja/livraria. A projecção deste volume no piso do estacionamento enfatiza a ideia de autonomia dos volumes uma vez que os funcionários poderão estacionar nesta área e aceder directamente à área de trabalho (por uma caixa de escadas dedicada) sem necessidade de passar pelo Foyer.EXTENSÃO - BIBLIOTECA: A área administrativa constitui um embasamento para a futura biblioteca que aí será construída numa 2ª fase, em quatro pisos (15m), em uma relação proporcional com a Black-Box e desenhando a frente da Rua Papa Francisco.
ESTACIONAMENTO
PROPOSTA CAVE: Conta com 136 lugares em 3.807,00m2 e estrutura-se em torno de uma core áreas técnicas e de apoio à Sala Principal. 5 caixas de acesso vertical, posicionadas estrategicamente, garantem não só o acesso aos pisos superiores como o suporte estrutural do edifício. Apesar de se entender que a proposta a concurso merece uma área de estacionamento maior do que a sugerida nos termos de referência, no caderno A3 mostra-se como esta poderá ser reduzida para os 3.000,00m2, cumprindo o pedido do programa.PARQUE EXTERIOR: O parqure de estacionamento exterior está integrado no layout das circulações viárias e cumpre o exigido regulamentar, contando com 14 lugares para automóveis e 1 lugar para autocarros.