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Projeto ALFATEC: Formação Continuada de Docentes Alfabetizadores Mediada pelas Tecnologias da informação e da Informação Curso UPCA: Uso Pedagógico do Computador na Alfabetização
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Concepcao de alfabetizacao

Nov 18, 2014

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Page 1: Concepcao de alfabetizacao

Projeto ALFATEC:

Formação Continuada de Docentes Alfabetizadores Mediada pelas

Tecnologias da informação e da Informação

Curso UPCA:

Uso Pedagógico do Computador na Alfabetização

Page 2: Concepcao de alfabetizacao

Texto elaborado por Angela Freire Página 2

Sistemas de Escrita

SISTEMAS DE ESCRITA PICTOGRÁFICOS / IDEOGRÁFICOS

ESCRITAS PICTOGRÁFICAS são escritas que significam as IDÉIAS por meio de cenas figuradas ou simbólicas; ou seja, através do "EPICTOGRAMA": desenho figurativo e estilizado (uma figura para cada objeto) que funciona como um signo (símbolo) da escrita, não transcrevendo nem tendo relação explícita com a língua oral, e por isso mesmo, considerado um sistema incompleto.

ESCRITAS IDEOGRÁFICAS são aquelas nas quais os GRAFEMAS são os IDEOGRAMAS representando conceitos ou idéias, mais que uma palavra específica.

Escreve-se a partir dos SIGNIFICADOS, das IDÉIAS.

IDEIAS

SONS

Com apenas um sinal gráfico representa-se uma palavra inteira

que nos dá uma idéia completa

Estes tipos de escrita não são capazes de expressar todo o conteúdo comunicativo de uma língua. Não há uma única maneira de lê-las, porque não há correspondência de um para um entre símbolo e língua. Em alguns casos de escritas ideográficas, apenas o autor do texto pode dizer com alguma certeza, e pode-se dizer que elas são interpretadas, mais do que lidas.

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Texto elaborado por Angela Freire Página 3

SISTEMAS DE ESCRITA FONOGRÁFICA

São aqueles que representam a linguagem, partindo dos seus sons.

Representam os sons da fala, a série de sons que emitimos quando

falamos.

Escreve-se a partir dos SONS das palavras.

IDÉIAS

SONS

Tipos de ESCRITA FONOGRÁFICA:

1. ESCRITA SILÁBICA: escreve-se um símbolo para cada sílaba. Representa

silabicamente a pauta sonora.

BO @ CA # DE & MA % LO $

BOLO = @$ BOCA = @# CAMA = #% MACA = %#

Exemplo: escrita egípcia, escrita etíope.

2. ESCRITA CONSONANTAL: representa as palavras através da escrita de

sons consonantais.

B @ C # D & M % L $

BOLO = @$ BOCA = @# CAMA = #% MACA = %#

Exemplo: línguas semíticas.

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Texto elaborado por Angela Freire Página 4

3. ESCRITA FONÉTICA / ALFABÉTICA: representa os sons da fala,

exatamente conforme elas foram presenciadas.

BALDE – baudi, baude, baldi, bardi, baudji....

Exemplo: o português.

4. ESCRITA ALFABÉTICA ORTOGRÁFICA: não representa os sons da fala,

anula a variação linguística, pois as palavras de uma língua são escritas de

uma única forma, independentemente de quantas pronúncias diferentes

possam estar ligadas a ela. A escolha de qual seja a forma ortográfica de

cada palavra é, em geral, ortográfica.

Exemplo: BALDE – balde

Pictograma Placa de Barro com escrita Escrita hieroglífica em pergaminho

Peixe cuneiforme dos sumérios (Egito Antigo)

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Texto elaborado por Angela Freire Página 5

Concepções de Alfabetização: Os Métodos

Os MÉTODOS TRADICIONAIS DE ALFABETIZAÇÃO são um conjunto de princípios teórico-

procedimentais que organizam o trabalho pedagógico em torno da alfabetização,

centrado na transmissão de conhecimentos, numa sequência predeterminada e fixa que

enfatiza a memorização e a repetição de fonemas, letras, sílabas, palavras e frases,

tomando a língua como um código a ser decifrado.

Até os anos 80, aparecem três métodos diferentes de alfabetização para orientar os

professores, são eles:

O primeiro, os chamados MÉTODOS SINTÉTICOS, partem da síntese, das partes

para o todo, do simples para o complexo, das unidades menores (fonemas, letras,

sílabas) para unidades maiores (palavras, frases, texto), baseando no processo de

composição.

O segundo, denominados MÉTODOS ANALÍTICOS, partem da análise, do todo para

as partes, do complexo para o simples, das unidades maiores (palavras, frases,

texto) para as unidades menores (fonemas, letras, sílabas) privilegiando o

processo de decomposição.

O terceiro, nominado de MÉTODO MISTO, que privilegiaria os processos de síntese

e análise.

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Texto elaborado por Angela Freire Página 6

Pressupostos dos MÉTODOS SINTÉTICOS e ANALÍTICOS:

Base Teórica: empirismo-associacionista de aprendizagem, calcados no modelo de

“estímulo-resposta”.

Foco: como ensinar.

Modelo de Ensino: apoiam-se na fixação como processo cognitivo. Visão

adultocêntrica sobre o que é fácil / difícil na hora de sequenciar unidades.

Estudantes: considerados “tabulas rasas”, “folha em branco” ou “CD/DVD vazio”,

que ao entrar para escola, não conhecem nada e não têm experiência sobre a

língua, aprendem passivamente recebendo, memorizando, repetindo e associando

informações sobre fonemas, letras, silabas, palavras e frases dadas pelo professor

ou pelo livro didático (cartilhas).

Professor: aquele que tudo sabe e que detém o conhecimento sobre a língua.

Concepção de Aprendizagem: por memorização, fixação.

Concepção de Alfabetização: sistematização do “B + A = BA”, isto é, aquisição de

um código fundado meramente na relação entre fonemas e grafemas.

Concepção da Língua: um código a ser decifrado e codificado.

Prática Alfabetizadora: predomínio da memorização da grafia correta de

palavras, cópias e ditados descontextualizados, leitura descontextualizada,

desprovida de significado para os estudantes, uma vez que a linguagem é

geralmente trabalhada distanciada do seu uso real e de sua função principal, a

interação entre as pessoas (função comunicativa real).

Page 7: Concepcao de alfabetizacao

Texto elaborado por Angela Freire Página 7

Ênfase: nos aspectos gráficos e psicomotores como requisitos para prontidão da

alfabetização, isto é, bom traçado, boa coordenação motora e boa discriminação

visual e auditiva.

Os MÉTODOS SINTÉTICOS subdividem-se em:

MÉTODO ALFABÉTICO OU DE SOLETRAÇÃO:

- Foi o primeiro método empregado universalmente na aprendizagem da leitura, é utilizado desde o ano 68 a.C, em Roma e na Grécia antiga.

- Ponto de partida: as LETRAS.

MÉTODO FÔNICO:

- Introduzido por Valentin Ickelsammer no século XVI.

- Ponto de partida: os FONEMAS.

- Lógica: primeiro deve conhecer os fonemas e, em seguida, combiná-los formando sílabas, palavras e frases.

- O Método da Abelhinha, Casinha Feliz e Consciência Fonológica.

MÉTODO SILÁBICO:

- Introduzido por Samuel de Heinicke no século XVIII.

- Ponto de partida: a sílaba.

- Lógica: as sílabas constituem as palavras, estas em frases, até chegar em pequenos textos.

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Texto elaborado por Angela Freire Página 8

Os MÉTODOS ANALÍTICOS subdividem-se em:

PALAVRAÇÃO

- Ponto de partida: é a palavra.

- Lógica: inicia-se com a palavra-chave e chega-se às sílabas, fonemas e letras que a constituem.

Em seguida, apresenta-se ao alfabetizando uma lista de palavra na qual ele terá que reconhecer a palavra-chave; depois, uma outra palavra-chave, que será comparada à primeira.

IDEOVISUAL, IDEOGRÁFICO OU DE PALAVRAS-TIPO

- Criado por Decroly, em 1936.

- Lógica: parte de uma motivação (desenho, história, verso, etc.) e apresenta a palavra ligada ao desenho. Este processo evoluiu para a palavração e palavras progressivas.

SENTENCIAÇÃO

- Liderado por Randovilliers, em 1768.

- Ponto de partida: é a frase.

- Lógica: parte da frase ou sentença para chegar as palavras, fonemas e sílabas.

CONTO OU HISTORIETA

- Criado pela Educadora Margarida Mc Closkey no século XX.

- É uma decorrência natural do método da sentenciação.

- Ponto de partida: é a história.

- Lógica: as sentenças são as partes de um todo maior, mais interessante e significativo.

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Texto elaborado por Angela Freire Página 9

Concepção de Alfabetização: Psicogênese da Lingua Escrita

Níveis de Escrita Linha de Evolução da Escrita

1. Distinção entre o modo de representação icônico e não icônico.

2. Construção da forma de diferenciação: controle progressivo das variações sobre os eixos qualitativo e quantitativo.

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Texto elaborado por Angela Freire Página 10

3. Fonetização da escrita: inicia no silábico e culmina no alfabético.

Pré-silábico Silábico Silábico-alfabético Alfabético

_____|____|____|____|____|_____|_____________|______________ P1 P2 | S1 S2 | | Período sem Período de Fonetização da Escrita Fonetização

Pré-silábica, sem variações quantitativas ou qualitativas dentro da

palavra e entre as palavras. O aluno diferencia desenhos (que não podem

ser lidos) de “escritos” (que podem ser lidos), mesmo que sejam

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Texto elaborado por Angela Freire Página 11

compostos por grafismos, símbolos ou letras. A leitura que realiza do

escrito é sempre global, com o dedo deslizando por todo o registro

escrito.

Pré-silábica com exigência mínima de letras ou símbolos, com variação

de caracteres dentro da palavra, mas não entre as palavras. A leitura do

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Texto elaborado por Angela Freire Página 12

escrito é sempre global, com o dedo deslizando por todo o registro

escrito.

Pré-silábica com exigência mínima de letras ou símbolos, com variação

de caracteres dentro da palavra e entre as palavras (variação qualitativa

intrafigural e interfigural). Neste nível, o aluno considera que coisas

diferentes devem ser escritas de forma diferente. A leitura do escrito

continua global, com o dedo deslizando por todo o registro escrito.

Nível Pré-Silábico CARACTERÍSTICAS

• Não estabelece vínculo entre a fala e a escrita.

• Representa coisas e usa desenhos, garatujas para escrever;

• Supõe que a escrita representa o nome dos objetos e não os objetos; coisas grandes

(nomes grandes), coisa pequenas (nomes pequenos);

• Usa letras do próprio nome ou letras e números na mesma palavra;

• Só ela sabe o que quis escrever.

Page 13: Concepcao de alfabetizacao

Texto elaborado por Angela Freire Página 13

DESAFIO:

Qual é o significado dos sinais escritos?

ATIVIDADES:

• Criação de um ambiente rico de materiais e de atos de leitura e escrita.

Revistas, jornais, cartazes, livros, jogos, rótulos, embalagens, textos do professor, dos

alunos, músicas, parlendas, poesias (tudo com significado e sentido – do contexto do

aluno).

• O aluno toma contato com todas as letras, com todo tipo de texto e com qualquer

palavra, desde que seja significativa para ele.

O nome é o que tem muito significado, destaque a letra inicial, com fichas, crachás e

alfabeto móvel.

• Iniciar o trabalho com o nome da criança.

Jogos – bingo de letras/memória de letras/dominó/baralho de nomes/ pescaria de

nomes ou letras/formar nomes ou a letra inicial com alfabeto móvel Manipulação intensa

com o alfabeto móvel.

• Trabalhar a memorização global de algumas palavras, incluindo os nomes dos alunos.

Caixa com palavras e nomes.

• Promover atividades que visem fazer a vinculação do objeto ou figura com a palavra

escrita.

Fichas com os desenhos e fichas com os nomes das figuras/ memória.

• Propor aos alunos análises não silábicas de palavras: letras iniciais e finais, número de

letras, ordem das letras na palavra.

Classificação de palavras ou nomes que se parecem, as que começam com a mesma

letra, as que possuem o mesmo número de letras, letra final, palavras grandes e

pequenas.

• Propor análise da forma e posição das letras e dos numerais.

• Introduzir aspectos sonoros das iniciais das palavras significativas.

Leitura de poesias, quadrinhas, parlendas, músicas.

• Propiciar aos alunos vivenciar situações que os levem a compreensão das diversas

funções da escrita.

O sentido dos gêneros discursivos...

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Texto elaborado por Angela Freire Página 14

• Propor atividades que possibilitem aos alunos fazer a distinção entre letras e números,

texto e desenho.

• Promover vinculação do discurso oral com o texto escrito.

Notícias, propagandas, cartas, histórias e bilhetes.

• Fazer distinção entre imagem e texto.

Placas de sinalização, histórias, cartazes.

• Atividades de manifestação oral e escrita.

Brincadeiras de rimas, adivinhações, telefone sem fio, jornal falado.

• Estimular a escrita espontânea segundo as suas hipóteses da escrita.

Autoditado...

Page 15: Concepcao de alfabetizacao

Texto elaborado por Angela Freire Página 15

Silábica sem valor sonoro convencional. Cada letra ou símbolo

corresponde a uma sílaba falada, mas o que se escreve ainda não tem

correspondência com o som convencional daquela sílaba. A leitura é

silabada.

Silábica com valor sonoro convencional. Cada letra corresponde a uma

sílaba falada e o que se escreve tem correspondência com o som

convencional daquela sílaba, em geral representada pela vogal, mas não

exclusivamente. A leitura é silabada.

Nível Silábico SILÁBICO SEM VALOR SONORO

CARACTERÍSTICAS

• Começa a ter consciência de que existe alguma relação entre a pronúncia e a escrita.

Page 16: Concepcao de alfabetizacao

Texto elaborado por Angela Freire Página 16

• Só demonstra estabilidade ao escrever seu nome ou palavras que teve oportunidade e

interesse de gravar.

• Conserva as hipóteses da quantidade mínima e da variedade de caracteres.

• O aluno tenta corresponder um fonema para cada grafema (o som da fala a cada letra

escrita), mas a utilização dos símbolos gráficos é aleatória e nem sempre a

representação dos fonemas corresponde à escrita convencional.

DESAFIO:

Como resolver a hipótese de que a escrita se vincula com a pronúncia das partes da

palavra?

IMPORTANTE...

• Quando se tornam silábicas, as crianças colocam por terra algumas memorizações

globais e passam a associar uma letra para cada sílaba, negando seu prévio

conhecimento global da palavra: começam a vincular a escrita com a pronúncia.

• Percebem que não é possível ler as palavras que escreveu e que também não é

possível ler as escritas convencionais porque possuem excesso de letras.

• É a impossibilidade de ler o que está escrito que força a criança a entrar no nível

posterior.

SILÁBICO COM VALOR SONORO

CARACTERÍSTICAS

• Já supõe que a escrita representa a fala;

• Tenta fonetizar a escrita e dar valor sonoro às letras;

• Pode ter adquirido, ou não, a compreensão do valor sonoro convencional das letras;

• Já supõe que a menor unidade da língua seja a sílaba;

• Supõe que para cada sílaba oral corresponde uma letra ou um sinal;

• Em frases, pode escrever uma letra para cada palavra;

• Compreende que a escrita representa o som da fala;

• Combina só vogais ou só consoantes. Por exemplo, AO para gato ou ML para mola e

mula;

• Passa a fazer uma leitura termo a termo (não global).

Page 17: Concepcao de alfabetizacao

Texto elaborado por Angela Freire Página 17

DESAFIO:

• Como compatibilizar, na escrita ou na leitura das palavras monossílabas e dissílabas, a

idéia de quantidade mínima e de variedade de caracteres, se ela supõe que as palavras

podem ser escritas com uma ou com duas letras?

• Ao ler as palavras que escreveu, o que fazer com as letras que sobraram no meio das

palavras ou no final?

• Se coisas diferentes devem ser escritas de maneira diferente, como organizar as letras

na palavra?

ATIVIDADES

• Ao identificar os alunos silábicos com valor e sem valor sonoro, agrupe-os em dupla;

• Análise sonora sobre as iniciais dos nomes próprios e palavras significativas;

• Desmembramento oral dos nomes e das palavras em sílabas;

• Pronuncia pausada das palavras para que os alunos identifiquem a quantidade de

sílabas e a análise da questão sonora;

• Classificação das palavras com o mesmo número de sílabas e que iniciam com a mesma

letra;

• Completar palavras, com alfabeto móvel ou com a escrita das letras;

• Gravuras e letras iniciais;

• Gravuras e palavras;

• Dicionário ilustrado;

• Trabalho com rimas, músicas, sons iniciais e sons finais das palavras;

• Ditados;

• Trabalho com letras – Ordenação do alfabeto \ Jogo de esconder as letras e montar os

grupos para descobrir.

• Alfabeto móvel todos os dias;

• Lista de palavras significativas;

• Número de palavras na frase, número de letras nas palavras.

Page 18: Concepcao de alfabetizacao

Texto elaborado por Angela Freire Página 18

Silábico-alfabética. Este nível marca a transição do aluno da hipótese

silábica para a hipótese alfabética. Ora ela escreve atribuindo a cada

sílaba uma letra, ora representando as unidades sonoras menores, os

fonemas.

NÍVEL SILÁBICO-ALFABÉTICO CARACTERÍSTICAS

• Inicia a superação da hipótese silábica;

• Reconhece o som das letras;

• Estabelece uma vinculação mais coerente entre leitura e escrita;

• A criança se concentra na sílaba para escrever;

• Surge a adequação do escrito ao sonoro;

• As unidades linguísticas (palavras, letras, sílabas) são tratadas como categorias

estáveis (antes não tinham nenhuma relação entre si)

Page 19: Concepcao de alfabetizacao

Texto elaborado por Angela Freire Página 19

• Presença da oralidade (escreve do jeito que fala, com isso surgem os problemas

relativos à ortografia);

• Leitura sem imagem e com imagem;

• Compreende que cada um dos caracteres da escrita (letras) corresponde a valores

sonoros menores que a sílaba.

DESAFIO:

• Como separar palavras ao escrever, quando elas não são separadas na fala?

• Como tornar a escrita socializável, possível de ser lida por outras pessoas?

ATIVIDADES

• É de muita importância trabalhar simultaneamente as letras, sílabas, palavras e

textos;

• Constituição de palavras com sílabas e alfabeto móvel;

• Adivinhações de palavras por meio de pistas dadas pelo professor;

• Carta enigma;

• Distinção de uma só sílaba na palavra;

• Produção de textos por intermédio de situações promovidas no cotidiano escolar;

• Reescrita dos textos;

• Leituras globais e parciais de palavras e textos;

• Reconhecimento de sílabas, palavras e frases nos textos;

• Separar frases em palavras;

• Montar frases com fichas de palavras;

• Produzir histórias em quadrinhos.

Page 20: Concepcao de alfabetizacao

Texto elaborado por Angela Freire Página 20

Alfabética. Neste estágio, o aluno já compreendeu o sistema de escrita,

entendendo que cada um dos caracteres da palavra corresponde a um

valor sonoro menor do que a sílaba. Agora, falta-lhe dominar as

convenções ortográficas.

Nível Alfabético CARACTERÍSTICAS:

• Compreende que a escrita tem uma função social: a comunicação;

• Compreende o modo de construção do código da escrita.

• Compreende que cada um dos caracteres da escrita corresponde a valores menores

que a sílaba;

• Conhece o valor sonoro de todas as letras ou de quase todas;

• Pode ainda não separar todas as palavras nas frases;

• Omite letras quando mistura as hipóteses alfabética e silábica;

• Não tem problemas de escrita no que se refere a conceito;

• Não é ortográfica nem léxica.

DESAFIO:

• Como aprender as convenções da língua?

ATIVIDADES

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Texto elaborado por Angela Freire Página 21

• Produção de textos coletivos e individuais;

• Reescrita de contos, histórias e situações vivenciadas;

• Registro diário dos acontecimentos, seja num diário ou num caderno de bordo

(estimular ao máximo a criança a escrever todos os dias, mas com motivos para isso);

• Caderno de produções de textos ou montar um livro, propiciar dia de autógrafos, capa,

ilustração etc.

• Leitura e narração de histórias pelo professor e registro por parte do aluno do

momento mais significativo;

• Ler diferentes tipos de textos e propiciar aos alunos momentos de produzir diferentes

tipos de textos com funcionalidade;

• Instigar a autoria dos alunos e sua autonomia na leitura e na escrita.

IMPORTANTE

• Dificilmente todos os alunos de uma classe estarão num mesmo nível conceitual,

portanto é de extrema importância que o professor de posse do diagnóstico dos níveis de

escrita dos alunos, possa planejar as atividades sempre de acordo com sua capacidade e

com o propósito de desafiá-los.

• Uma mesma atividade pode ser trabalhada oferecendo diferentes níveis de

dificuldade, atendendo as necessidades especificas de cada aluno para avançar no

conhecimento.

ALGUMAS DIFICULDADES QUE O ALUNO ENCONTRA

QUANDO CHEGA NO NÍVEL ALFABÉTICO

• Transcrição fonética: tumati – kavalu = tomate – cavalo

• Segmentação indevida: utumati = o tomate, com seguiu = conseguiu.

• Juntura vocabular – uka valu = o cavalo, agente = a gente.

• Troca do ao pelo am, i por u (e vice versa): paum = pão.

• Ausência de nasalização: troca de m por n ou til (vice e versa): comseguiu – cõsegiu

• Supressão ou acréscimo de letras.

• Troca de letras / origem das palavras (etimologia): zino = sino, geito = jeito.

Page 22: Concepcao de alfabetizacao

Texto elaborado por Angela Freire Página 22

• Escrita não segmentada: UKAVALUPIZO"UTUMATI = o cavalo pisou no tomate.

• Não registra silabas de estruturas complexas: os dígrafos, o padrão CCV.

• Frases descontextualizadas e textos sem seqüência lógica.

• Escrita espelhada: d por b, p por q.

• Hipercorreção: coloo – colou, medeco – médico.

NÍVEIS DE ESCRITA - AGRUPAMENTOS PRODUTIVOS

APRENDER JUNTOS: AGRUPAMENTOS PRODUTIVOS

• Pré-silábico COM silábico sem valor sonoro

• Silábico sem valor sonoro COM silábico com valor sonoro

• Silábico com valor sonoro COM silábico alfabético

• Silábico alfabético COM alfabético

SITUAÇÕES DIDÁTICAS ENVOLVENDO OS NÍVEIS DE

ESCRITA TRABALHO COM LETRAS

• Letras do alfabeto: Jogos de alfabeto de materiais e tamanhos diferentes. Letras

móveis para o/a aluno/a montar espontaneamente palavras. Bingo e memória de

letras. Atividades de escrita com letras.

• Nomeação e identificação: Criar tiras com o alfabeto e figuras para serem materiais

de consulta.

• Analise das formas posições das letras: Atividades de escrita para o/a aluno/a

analisar, por exemplo, quantas pontas têm o H, quantas retas e utiliza no traçado do

A, M, E, , quantas curvas temas letras C, P, etc.

• Valor sonoro – relação letra/som: jogos de memória com figura e letra inicial. Bingo

de figuras. Alfabeto vivo.

Page 23: Concepcao de alfabetizacao

Texto elaborado por Angela Freire Página 23

TRABALHO COM PALAVRAS

• Nome próprio: Crachá com nome e foto ou desenho (autorretrato feito pelo/a

alfabetizando/a).

• Montar o nome com letras móveis. Bingo de nomes, de fotos e/ou autorretrato.

Dominó de nomes (letra inicial / nome). Painel de chamada com cartões de nomes.

• Análise da linguística da palavra: Letra inicial e final, número de letras, letras

repetidas, vogal, consoante. Atividades de escrita com palavras.

• Memorização de palavras significativas: Atividades de escrita. Listas de palavras.

• Conservação da escrita de palavras: Atividades de escrita: complete, forca, enigma,

“stop”, cruzadinha. Listas de palavras.

TRABALHO COM FRASES E TEXTOS

• Sentido e direção da escrita: Produção coletiva de listas, receitas, bilhetes, recados,

etc. (sendo o professor o escriba). Ler para o aluno (apontando sempre onde está

lendo).

• Vinculação do discurso oral com texto escrito: Leitura de história e reescrita

espontânea individual ou produção coletiva. Escrita de história vivida pelos alunos.

• Junção de letras na formação das silabas: Listas de palavras. Atividades de escrita:

complete, forca, enigma, “stop”, cruzadinha.