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UMA BREVE EVOLUÇÃO DA CARTOGRAFIA NA HISTÓRIA DA SOCIEDADE MET MET MET MET META Apresentar a evolução histórica da Cartografia e suas principais contribuições para a ciência moderna. OBJETIVOS OBJETIVOS OBJETIVOS OBJETIVOS OBJETIVOS Ao final da aula, o aluno deverá: identificar a importância de cada momento histórico no processo de construção do conteúdo dos mapas das diversas sociedades; comparar os processos de construção cartográfica ao longo do tempo, relacionando com as bases científicas que proporcionaram sua evolução; e identificar os principais avanços técnicos que auxiliaram na definição das características atuais da cartografia. PRÉ-REQUISITOS PRÉ-REQUISITOS PRÉ-REQUISITOS PRÉ-REQUISITOS PRÉ-REQUISITOS A importância dos mapas na construção do conhecimento geográfico. 2 2 2 aula (Fonte: http://www.neto-sapien.blogger.com.br).
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Cartografia Sistematica

Feb 20, 2023

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Khang Minh
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UMA BREVE EVOLUÇÃODA CARTOGRAFIA NAHISTÓRIA DA SOCIEDADE

METMETMETMETMETAAAAAApresentar a evolução históricada Cartografia e suas principaiscontribuições para a ciênciamoderna.

OBJETIVOSOBJETIVOSOBJETIVOSOBJETIVOSOBJETIVOSAo final da aula, o aluno deverá:identificar a importância de cadamomento histórico no processo deconstrução do conteúdo dosmapas das diversas sociedades;comparar os processos deconstrução cartográfica ao longodo tempo, relacionando com asbases científicas queproporcionaram sua evolução; eidentificar os principais avançostécnicos que auxiliaram nadefinição das característicasatuais da cartografia.

PRÉ-REQUISITOSPRÉ-REQUISITOSPRÉ-REQUISITOSPRÉ-REQUISITOSPRÉ-REQUISITOSA importância dos mapas naconstrução do conhecimentogeográfico.

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(Fonte: http://www.neto-sapien.blogger.com.br).

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INTRODUÇÃO

Olá! Estamos aqui novamente para dar continuidadeaos estudos da nossa primeira aula. Está preparado

para seguir em frente? Então vamos lá.Na aula passada, você conheceu um pouco sobre a Cartografia e

já pôde verificar a importância desta ciênciapara a Geografia. Nesta aula, abordaremos aimportância da Cartografia, tanto no âmbitomundial quanto no nacional. Neste sentido,

a história da Cartografia é um aspecto que nos ajuda a entendercomo a ciência, as técnicas e a arte contribuíram para que estaciência se estruturasse como a conhecemos hoje. A História tam-bém nos permite identificar e compreender que direção a Carto-grafia poderá seguir e quais seus principais usos na atualidade.Ligada à história da Cartografia está a Cartografia Histórica, emque os velhos mapas e cartas são estudados para entender melhoro passado e compreender como nossos antepassados delimitavamseu espaço vital e conquistaram “novos mundos”.

Cognitio Causarum (detalhe). Afresco de Rafael Sanzio. Ptolomeu de Alexandria está decostas, segurando um globo terrestre (Fonte: http://www.dm.ufscar.br).

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“A arte de desenhar mapas é mais antiga que a escrita”(Erwin Raisz, 1969).

O desenvolvimento da Cartografia, desde épocasremotas até o século em que

vivemos, tem acompanhado o próprio pro-gresso da civilização. Esta ciência apareceu noseu estágio mais elementar sob a forma de mapas de itineráriosrupestres, feitos pelas populações nômades primitivas que, par-tindo dos princípios da observação e da necessidade de localiza-ção dos domínios, registravam fatos geográficos, locais de caça,localização de aldeias, de povos, rotas de viagens, de guerras, entreoutros elementos.

Desta forma, a Cartografia já se caracterizava como uma for-ma de poder e de saber sobre o local. A História reputa aosbabilônios a confecção do mapa mais antigo até então encon-trado. Trata-se de um mapa esculpido em uma placa de bar-ro cozido desenhado por volta de 2.500 anos a.C., e que foiencontrado nas ruínas da cidade de Ga-Sur, cerca de 300 qui-lômetros ao norte da Babilônia, na baixa Mesopotâmia (hojeterritório iraquiano de Babil, ao sul de Bagdad). Esse mapamostra o vale do rio Eufrates cercado por montanhas, além daindicação de postos de localização como pontos cardeais.

Mesopotâmia

Região do Oriente Mé-dio, delimitada pelosvales dos rios Tigre eEufrates, no atual ter-ritório do Iraque e ter-ras próximas.

Bagdad (Bagdá)

Capital e maior cidadedo Iraque e segundamaior cidade do sudo-este asiático. Situadano centro do país, nasmargens do rio Tigre.Outrora centro da ci-vilização islâmica, foiocupada pelos EUAem 2003 durante a in-tervenção de uma co-ligação internacionalno país.

Eufrates

Rio da antiga Meso-potâmia, atual Iraque,com cerca de 2.780 kmde extensão. No Sul doIraque se une ao rioTigre para formar o rioShatt al-Arab, que vaidesaguar no GolfoPérsico.

(Fonte: http://www.henry-davis.com).

HISTÓRIA

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Posteriormente, com o advento do comércio entre os po-vos e com o conseqüente aparecimento dos primeiros explora-dores e navegadores que descobriram novas terras e novas ri-quezas, ampliando o horizonte geográfico conhecido, o homemsentiu necessidade de conhecer novas rotas e se localizar sobre asuperfície da Terra. Há indícios de que os egípcios, em 2.300a.C., já navegavam para Biblos, na Fenícia, de onde voltavamcarregados de madeira de cedro. Estabeleceu-se, portanto, omarco inicial da Cartografia como ciência da localização.

Sua evolução foi incrementada pelas guerras, descobertas ci-entíficas, pelo desenvolvimento das artes e das ciências, e pelosmovimentos históricos que possibilitaram e exigiram maior pre-cisão na representação gráfica da superfície da Terra. Desta for-ma, dividimos este estudo em marcos históricos reconhecidospela sociedade moderna para que possamos compreender me-lhor as contribuições das diversas sociedades.

OS MAPAS DA ANTIGUIDADE

Nesta etapa da aula, veremos como as diferentes sociedadescontribuíram para criação das bases científicas, técnicas e artísti-cas da Cartografia.

CHINESES E EGÍPCIOS

Este período corresponde à construção das basesepistemológicas da representação da Terra. Tanto na Antiguidadecomo no século em que vivemos, as regras sobre as formas de dese-nhar mapas – ou cartas, como também são chamadas – ainda con-tinuam sendo ditadas pelas necessidade dos seres humanos. Os chi-neses, por exemplo, utilizavam os mapas não somente para orien-tação e localização, mas também como ferramenta para que os ad-ministradores pudessem demarcar fronteiras e fixar impostos, e os

Biblos

Nome grego da cidadeFenícia Gebal. Aparen-temente, os gregos cha-maram-lhe Biblos devi-do ao fato de ser atra-vés de Gebal que obyblos ("o papiro Egíp-cio") era importado paraa Grécia. Situa-se nacosta mediterrânica doatual Líbano, a 42 qui-lômetros de Beirute.

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militares os utilizavam como arma estratégica. De acordo com a dataçãodos primeiros achados de documentos, os estudos cartográficos desen-volvidos na China surgem por volta do século IV a. C., representando,de forma detalhada, suas terras e suas águas.

A construção de mapas pelos egípcios também remonta à An-tiguidade, em função de eles já conhecerem e dominarem as técni-cas da triangulação, que consiste na determinação de distâncias ba-seadas na Matemática, e seriam utilizadas, posteriormente, pormuitos outros povos.

Os egípcios determinavam, assim, uma base para se chegar àsdistancias desejadas. Eles também utilizavam um instrumento cha-mado nível (uma armação em forma de A com um pêndulo amarra-do no topo), que servia para medir áreas de terras. “A medição eraquase vital para os faraós e sacerdotes, já que suas riquezas eram ga-rantidas basicamente pelos impostos cobrados sobre a terra, pagosem cereais, ouro, lã e outras especiarias.” (LUCÍRIO E HEYMANN,1992 p,35) Com essa prática, os egípcios desenvolveram a agrimen-

sura, o cadastro e o mapeamento das minas de ouro, portanto, são osresponsáveis pela elaboração dos primeiros mapas temáticos.

OS GREGOS

Mas quem achou o mapa do tesouro da Cartografia foram osgregos. “Eles foram os primeiros a ter comprovadamente bases ci-entíficas de observação” (LUCÍRIO E HEYMANN, 1992 p,35.)Na Grécia Antiga, os primeiros fundamentos da ciência cartográficaforam lançados quando Anaximandro (610 a 546 a. C.) e Hecataeus(c. 550 a 475 a.C), ambos da cidade de Mileto, tentaram representara Terra como um disco flutuante, onde um oceano circundava ostrês continentes conhecidos: Europa, Ásia e África.

“Ainda no século VI a.C., “na escola de Pitágoras desenvolveu atese da Terra esférica. Esta suposição tinha base em observações prá-ticas, como a sombra projetada por um eclipse, e considerações filo-sóficas, como o fato de a esfera ser a forma geométrica mais perfeita.

Triangulação

A triangulação utilizaum princípio datrigonometria: se umlado e dois ângulos deum triângulo são co-nhecidos, é possívelcalcular o terceiro ân-gulo e os dois ladosrestantes.

Agrimensura

Medição de terras,campos etc.; arte outécnica dessa medi-ção; agrimensão.

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Contudo, somente por volta de 350 a. C., com as teorias do filósofogrego Aristóteles, a esfericidade da Terra passou a ser aceita pelos ho-mens da ciência”. (LUCÍRIO E HEYMANN, 1992 op.cit, 35)

O mundo de acordo com Hecataeus e Anaximandro de Mileto (Fonte: http://www.henry-davis.com).

Eratóstenes

Matemático, geógrafoe astrónomo grego(194 - 276 a. C.). Apeli-dado de “Beta” porseus contemporâ-neos, porque o consi-deravam o segundomelhor do mundo emvários aspectos. Foidiretor da Biblioteca deAlexandria.

Durante a Antiguidade, os gregos começaram arepresentar a Terra como um disco flutuante. Esta

concepção ficou conhecida como a Teoria do Prato e foirepresentada pelos primeiros mapas-múndi de

Anaximandro de Mileto (610 a 546 a.C). A quebra desteparadigma só acontece com as comprovações

matemáticas e astronômicas de esfericidade da Terraelaboradas por Pitágoras (c. 582 a.C). A idéia de

esfericidade é comprovada também por Aristóteles (384 -322 a.C), que além de formular os argumentos de

obliqüidade do eixo, conceito de linha do Equador, detrópicos e de zonas, também desenvolveu o conceitofilosófico de esfericidade com base na comparação

teológica da esfera como forma geométrica mais perfeitae a obra prima dos deuses – a morada do homem.

Dicearco de Messena

Historiador e geógrafogrego, natural de Mes-sina (Messena), Sicília(350-290 a.C.). Suas in-vestigações mais notó-rias estão na área dapolítica, história literá-ria, geografia. Criou umplanisfério em que aposição de cada regiãogeográfica era estabe-lecida em relação a dis-tância que a separavade uma linha imaginá-ria orientada de lestepara oeste, chamada dediafragma.

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Nos trabalhos de Heródoto (484 a 425 a.C) e Demócrito (460a 360 a.C), a descrição dos lugares e a concepção da oikounene ouecúmeno alongada (terra habitada ou mundo conhecido) tambémcontribuíram para desenvolver os conceitos iniciais de latitude elongitude. Um século mais tarde, Dicearco de Messena (350 a290 a.C) passou do círculo a uma forma mais alongada da Terra,incluindo as ilhas Britânicas e a península Indiana, com a ilhaTaprobana (atual Sri Lanka, antigo Ceilão).

Mapa de Dicearco de Messena, 300 a.C. (Fonte: http://www.henry-davis.com).

No entanto, a questão da forma da Terra ainda perdurava comoum desafio aos estudiosos da Antiguidade. Coube ao astrônomo efilosofo Eratóstenes (276 a 194 a.C.), guardião da biblioteca deAlexandria, a tarefa de medir a circunferência de nosso planeta.Também conhecedor da Matemática, este astrônomo utilizou atrigonometria para observar que, nos dias 20 e 21 de junho, o ângu-lo que os raios do Sol fazia com a superfície da Terra, na cidade deSiena (hoje Aswãn), era de 90º(graus). Nesses mesmos dias, esse ângu-lo era de 7º(graus) em Alexandria. Por meio de relatos de viajantes, elesabia que a distância entre as duas cidades era de 5.000 estádios, ou

Heródoto

Historiador grego, nas-cido em Halicarnasso(hoje Bodrum, na Tur-quia) (485?-420 a. C.).Autor da história dainvasão persa da Gré-cia nos princípios doséculo V a.C., conhe-cida como “As históri-as de Heródoto”.

Demócrito

Filósofo grego(460-370 a.C.). Consideradopré-socrático, porém,contemporâneo deSócrates. Foi o maiorexpoente da teoria atô-mica ou do atomismo.

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826.650 metros. Mais uma vez, usando a trigonometria, ele foi capazde calcular a circunferência da Terra, chegando ao resultado de 42.513km, muito próximo dos reais 40.076 km na linha do Equador.

Seguindo esta linha de raciocínio, Hiparco de Nicéia (160-125 a.C.) utilizou, pela primeira vez, métodos astronômicos paraa determinação de posições na superfície da Terra e deu inícioao estudo do sistema de coordenadas geográficas, criando osmétodos de cálculos de latitude e longitude.

Baseando-se nos 360º da esfericidade da Terra, deduziu cor-retamente a direção dos pólos celestes, a rotação de nosso plane-ta e determinou a duração do dia em 24 horas, de acordo com oaparecimento e a repetição da sombra do Sol sobre a mesmaporção da Terra. Determinou, também, que 1 hora teria umadistancia de 15º de longitude, como hoje conhecemos. Hiparcode Nicéia foi o precursor do desenvolvimento da superfície da Ter-

Medição de Eratóstenes

Hiparco de Nicéia

Astrônomo, constru-tor, cartógrafo e ma-temático grego da es-cola de Alexandria(190-126 a. C.). Hojeé considerado o fun-dador da astronomiacientífica e tambémchamado de pai da tri-gonometria.

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ra sobre um plano, idealizando a projeção cônica e utilizando oastrolábio para auxiliar na navegação.

Outra contribuição cartográfica significativa para a socieda-de moderna foi a idéia desenvolvida por Crates (180 a 150 a.C )que, baseado no princípio de esfericidade da Terra, antecipou aexistência de outros continentes: Periecos (N), Antípodas (S) eAntecos em oposição ao Ecúmeno existente.

Representação do globo terrestre. (Fonte: http://www.henry-davis.com/MAPS/AncientWebPages/113.html).

Estrabão de Amásia (64 d.C. a 20 d.C.) representou da me-lhor maneira possível a superfície esférica em um plano, comlinhas retas paralelas, correspondendo aos paralelos, e linhas per-pendiculares, representando os meridianos.

Reconstrução de Mapa Mundial, de acordo com Estrabão. (Fonte: http://www.henry-davis.com).

Estrabão de Amásia

Historiador, geógrafoe filósofo grego (63 ou64 a.C.-cerca 24 d.C.).Foi o autor da monu-mental Geographia,um tratado de 17 livroscontendo a história edescrições de povos elocais de todo o mun-do que lhe era conhe-cido à época.

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Todo o conhecimento geográfico e cartográfico da GréciaAntiga está idealizado na obra “Tratado de Geografia” ou“Guia da Geografia” do astrônomo, geógrafo e cartógrafogrego Claudius Ptolomeu de Alexandria. Sua extraordináriaobra, em oito volumes, ensina os princípios da Cartografia Ma-temática, das projeções e dos métodos de observação astronô-mica, além de instruções para preparação de mapas-múndi ecartas de 8.000 lugares devidamente calculados.

Essa monumental contribuição da Grécia Antiga à ciênciacartográfica foi ignorada durante toda a Idade Média e só foi re-tomada no século XV, quando passou a exercer grande influên-cia sobre o pensamento geográfico da época, com o chamadoRenascimento de Ptolomeu.

Ptolomeu concebeu o universo como Aristóteles: planetaesférico, parado e os demais corpos movimentando-se ao seuredor. Elaborou o mapa-múndi com projeção cônica e mar-cou o ponto culminante da Cartografia na Antiguidade, emque se distingue uma Geografia humana (descrição) de umaGeografia matemática (cálculos e geodésica).

Mapa Mundi de Ptolomeu. (Fonte: http://www.mundogeo.com.br).

Ptolomeu

Cientista grego (90-168 d.C.). Desenvolveutrabalhos em Matemá-tica, Astrologia, Astro-nomia, Geografia eCartografia. Escreveuo Almagesto, tratadode Astronomia que re-úne todo o conheci-mento astronômico ba-bilônico e grego. Nelese basearam os árabes,indianos e europeusaté o aparecimento dateoria heliocêntrica deCopérnico.

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OS ROMANOS

Menos preocupados com o caráter científico da Cartografiae mais voltados para suas utilidades práticas, os romanoselaboravam mapas com fins administrativos e militares, poiseram utilizados para cobrança de impostos e para o aumentodo seu império. Eles não davam importância à visão esféricaque os gregos tinham da Terra, pois os mapas gregos antigosjá lhes serviam para traçar rotas e delimitar os territóriosconquistados. Neste tipo de carta, chamado Orbis terrarum –ou mundo inteiro - os três grandes continentes conhecidosaparecem dispostos de forma simétrica (LUCÍRIO EHEYMANN, 1992, p. 36).

Os romanos realizavam extensos levantamentos de seu império,usando instrumentos gregos, como o astrolábio, um instrumentoóptico capaz de determinar a localização de pontos da Terra pormeio de observação de fenômenos celestes. Eles também eramadeptos de mapas de itinerários (que mostram caminhos), comoa Tábua de Peutinger. Útil representação para os navegantes daépoca, esta tábua media mais de 6 metros de comprimento por30 centímetros de largura e servia, basicamente, para traçar rotasde viagens (LUCÍRIO E HEYMANN, 1992, p. 37).

Naquele período histórico, aGeografia buscava resolver o pro-blema da localização, mas era for-temente ligada à astronomia e àgeometria.

Mapa Romano - Orbis Terrarum. (Fonte: http://www.celtiberia.net).

Projeção cônica

Projeção cartográficaque utiliza um conecomo superfície deprojeção e que apre-senta os paralelos cir-culares e concêntri-cos, e os meridianosretilíneos e concor-rentes no vértice, fa-zendo entre si ângu-los inferiores às res-pectivas diferençasde longitude.

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OS MAPAS MEDIEVAIS

A Idade Média foi um período dominado pelo sentido cristãodo sobrenatural e do divino. Toda maré de descobertas que inun-dou os estudos cartográficos durante a Antiguidade Clássica re-trocedeu com o início deste período histórico, pelo menos na Eu-

ropa. A Igreja Católica, porquase dez séculos, influencioutodos os campos do conheci-mento, interferindo também naforma de desenhar mapas. Vol-tou-se a usar o Orbis Terrarum,mas com tal número de modi-ficações que perdeu a exatidãosobre os lugares. Os mapasmais característicos dessa épo-ca são os chamados T no O,que consistiam num círculocom um “T” representando osrios e marés e dividindo o “O”em três continentes: Europa,

Ásia e África. São cartas que representam a interpretação do mundode acordo com o catolicismo, pois somente compreendiam as re-giões mencionadas na Bíblia.

Durante aquele período, os grandes guardiões da culturacartográfica foram os árabes, que recolheram e desenvolve-ram o que o ocidente já havia descoberto e esquecido. A obri-gação religiosa de peregrinação até Meca, cidade sagrada doIslamismo, levava-os a conhecer muitos lugares e a traçar ca-minhos para a correta orientação dos peregrinos. A conquis-ta de novos territórios, como a Mesopotâmia (atual Iraque), aPérsia (atual Irã) e o Egito, também foi fundamental paraampliar os conhecimentos cartográficos desse povo, pois eranecessário conhecê-los para poder governá-los.

Mapa de Isidore Século I d.C. (Fonte: http://upload.wikimedia.org).

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Mapa Árabe do séc. XIII (Al-Idrisi). (Fonte: http://www.arikah.net).

Carta de Abraham Cresques (“Atlas Catalán”)(Fonte:http://www.mappinginteractivo.com).

A CARTOGRAFIA NO RENASCIMENTO

O Renascimento (séc. XIV ao séc. XVI) foi um período mar-cado pela redescoberta dos clássicos pelos europeus. Os estu-dos de Ptolomeu vieram à luz, fornecendo informação e ins-piração aos que começavam a se aventurar em mares maisdistantes. Os navegadores já contavam com os grandesinventos, como a caravela, o astrolábio e a bússola. A evo-lução das técnicas de gravação em pranchas de papel permitiuao homem se aventurar em viagens mais longas em alto-mar.

Ainda na Idade Média, no século XIII, surgiu na Europa umtipo de mapa próprio para a navegação, as Cartas Portulanas,idealizadas provavelmente por almirantes e capitães das frotasexpedicionárias. Isto foi possível graças ao uso da bússola, ins-trumento trazido do extremo oriente para o ocidente pelos ára-bes no século XII. Esses mapas se caracterizam pelo minuciososistema de rosa-dos-ventos e riqueza de detalhes do litoral doslugares e portos. Com essas cartas, os navegantes determinavama sua localização e o ângulo em relação ao norte magnético, en-contrando assim, a direção a ser a seguida.

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Primeiro, começaram a explorar a costa ocidental da África,depois, em 1492, os cartógrafos - fazedores de mapas – ganharamum continente novinho em folha para mapear: a América. E muitodo que se fez naquele tempo foi fruto da imaginação para justificaro investimento nas expedições e encorajar financiamentos nas ter-ras recém-descobertas. As cartas européias se fartavam de atribuiràs “terras virgens” fabulosas riquezas minerais.

Várias expedições desceram pela costa destes continentesmapeando suas formas e tentando calcular a distância e o tempoque navegavam para o norte ou para o sul, chegando, assim, a umcontorno do continente. O mapa-múndi de Juan de La Cosa (1460a 1510), membro da expedição de Cristóvão Colombo, é o pri-meiro a representar o descobrimento da América.

Também nesta linha de raciocínio, Diego Ribeiro elaborou, em1527, o primeiro planisfério, e Martim Behaim (1459 a 1507) cons-truiu o primeiro globo terrestre. A primeira tentativa de localizaçãogeográfica do Brasil aconteceu poucos dias após a chegada dos por-tugueses. João Emenelaus, tripulante de uma das caravelas da frotade Pedro Álvares Cabral, desceu à terra firme e, munido de umastrolábio, descobriu a latitude onde se encontra o país.

ESSA HISTÓRIA ESTÁ FICANDO LONGA...

Por volta do século XVI, quem tinha o mundo em suas mãos

eram os holandeses, pois dispunham de grandes escolas de

navegação e suas cidades comerciais eram passagem de

mercadores e navegantes de todas as nações, com

informações novas sobre o além-mar. Neste período de

grandes viagens e descobertas, viveu Gerardus Mercator

(1512 – 1594), cartógrafo que recolheu em suas viagens todos

os materiais existentes sobre a representação terrestre: mapas

antigos, crônicas de navegantes e descrições matemáticas e

filosóficas. Considerado o pai da Cartografia moderna, criou,

Sobre a conquista daAmérica, sugerimos

que você assita aofilme 1492 - A con-quista do paraíso

(1492: Conquest ofParadise, Esp/Fra/Ing, 1992) (Direção:

Ridley Scott. 150min, Vídeo Arte.)

Voce poder Consul-tar na WEB

(http://www.henry-davis.com/MAPS/

Rem/Rem1/346.html)

Planisfério deDiego Ribeiro

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em 1569, um mapa-múndi com uma projeção que leva o

seu nome, corrigindo as distorções produzidas anteriormente

(LUCÍRIO E HEYMANN, 1992 p.39).

As bases do sistema de projeção criado por Mercator aindasão utilizadas, na medida em que facilitam a localização dos ru-mos a serem seguidos em longas distâncias, pois as coordenadasde latitude e longitude são mostradas em linhas retas.

Gerardus Mercator

Geógrafo e cartógrafoflamengo (1512 a 1594).Apresentou em 1569 a"Projeção de Merca-tor", através de umgrande planisfério comdimensões 202 x 124cm, composto por de-zoito folhas impressas.O nome e as explicaçõesfornecidas por Merca-tor no seu planisfériomostram que este foiexpressamente conce-bido para uso da nave-gação marítima.

ATIVIDADES

Assista a um filme épico de sua escolha e, em seguida, aponte as for-mas de obtenção das informações, explicando a importância dos ma-pas para cada grupo social presente nesse filme.

COMENTÁRIO SOBRE AS ATIVIDADES

Você deve ter observado no filme a que assistiu que,geralmente, há uma disputa entre dois reinos ou povos distintos,ou mesmo um romance com a presença de um herói. Dentrodessa lógica, você deve ter percebido as formas como algunspovos conseguem encontrar as potencialidades e fraquezasdos seus oponentes. Veja como são travadas as batalhas equais as funções dos guardiões ou sacerdotes e como osmapas são elaborados e utilizados.

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CARTOGRAFIA NA REFORMAE NO ILUMINISMO

Cronologicamente, o período compreendido entre a Reformae o Iluminismo corresponde ao final do século XVII e todo o sécu-lo XVIII e foi marcado pelo desenvolvimento das escolas de Carto-grafia e navegação e por avanços tecnológicos a partir da mediçãodo arco do meridiano do Peru (1728). Principalmente na Europa,cresceu a preocupação com o rigor científico dos levantamentostopográficos – representação do terreno com todos os seus aciden-tes geográficos. Os mapas passaram a ser mais detalhados e as re-presentações dos mapas-múndi incluem a malha de pontosgeodésicos, retirando, finalmente, as figuras imaginárias e monstrosmarinhos que estampavam as cartas de períodos anteriores.

CARTOGRAFIA NO SÉCULO XIX

Antes conhecida como Cosmografia, que significa astronomiadescritiva, a palavra Cartografia foi criada pelo historiador portu-guês Francisco Carvalhosa (Visconde de Santarém, 1791 - 1856),em carta escrita em Paris, em 8 de dezembro de 1839, e dirigida aocolega brasileiro Adolfo Varnhagem (Visconde de Porto Seguro),que vivia em Lisboa. Termo consagrado desde aquela época, a lite-ratura mundial a utilizou como um ramo da história da Geografiaindispensável em qualquer estudo sobre o passado do homem, re-velando sua atuação no espaço.

Em decorrência dos levantamentos elaborados nos sécu-los anteriores, os cartógrafos começaram a acrescentar infor-mações sobre população, clima e tipos de solos nas bases to-pográficas, criando, assim, os mapas temáticos. O desenvolvi-mento da Cartografia Temática ocorreu com o surgimento dosmapas de Geologia e Oceanografia que representavam exigên-cias da própria Revolução Industrial.

Voce poder Consul-tar na Web:

http://www.henry-davis.com/MAPS/

Rem/Rem1/406.html.

Mapa-Mundi deGerardus Mercator.

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Neste contexto, Carl Ritter começou a elaborar os primeiros Atlasescolares descritivos. Ritter, em parceria com Alexander von Humboldt,foi um dos precursores da Geografia moderna, assim como fundador daSociedade Geográfica de Berlim. Os trabalhos de Ritter e Humboldtsurgiram no período em que o conhecimento geográfico acumulado so-bre o mundo já permitia separar a “realidade da fantasia”, uma vez que aGeografia moderna, com o auxílio da Cartografia, já havia estudado emapeado toda a superfície terrestre.

Diante disto, inaugura-se naGeografia o princípio da Analogiaou Geografia Geral. Desenvolvi-do por Carl Ritter, esse princípiovisava comparar diversas paisagensda Terra, chamando atenção paraas suas semelhanças e diferenças.

O século XIX merece desta-que especial na história da Carto-grafia náutica do Brasil, porquenesse século teve início o levanta-mento hidrográfico do litoral bra-sileiro. Hidrógrafos franceses,como Roussin, Barral, Tardy deMontravel e principalmenteMouchez (Amédé ErestBarthélemy), efetuaram o levanta-mento da costa do Brasil, possibi-litando a construção de cartas ná-uticas de todo o litoral brasileiro.Neste mesmo século, em 1857, Manoel António Vital de Oliveira(1829- 1867), no comando do iate “Paraibano”, marcou o iníciodas Campanhas Hidrográficas da Marinha do Brasil, levantando noperíodo de 1857 a 1859, o trecho do litoral desde a foz do RioMossoró, no Rio Grande do Norte, até a foz do Rio São Francisco,no limite sul de Alagoas.

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CARTOGRAFIA NO SÉCULO XX

A partir da utilização dos balões e com a invenção da fotogra-fia, da impressão em cores e do incremento das técnicas estatísti-cas, o uso das fotografias aéreas revolucionou as técnicascartográficas, incluindo formas de levantamentos de informaçõesbaseadas na reprodução foto-mecânica de imagens em escala dedetalhes tão precisos que, em muitos casos, substituíram o penosotrabalho do técnico topógrafo com seu teodolito.

ATIVIDADES

Faça uma busca em livros de História que você possuir em sua casaou consulte algum na biblioteca mais próxima para comparar asinformações contidas nos mapas históricos com o período relatadopelo autor. Esta comparação tem como objetivo localizar as basescientíficas presentes ou possíveis de cada época. Se for convenien-te, comente a respeito desta busca no fórum sobre esta aula, naplataforma da UAB.

COMENTÁRIO SOBRE AS ATIVIDADES

Os livros de História normalmente trazem gravuras emapas de diversas situações. Um exemplo disto é a partilhada América do Sul pelos espanhóis e portugueses. Comoeles teriam proposto tal divisão? Quais eram osconhecimentos que eles já tinham? Como se decidiu apartilha, por exemplo, da colônia portuguesa em capitaniashereditárias? Quais acidentes geográficos as demarcavam?Você deve buscar, também, mapas antigos na Web, paravisualizar alguns desses fatos históricos que estãorelacionados com os avanços das técnicas.

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Teodolito

Instrumento ópticoque mede ângulosverticais e horizontais.

A invenção do avião também foi significante para a Cartogra-fia. A junção das técnicas fotográficas ao avião, principalmente apósa Segunda Guerra Mundial, tornou possível o desenvolvimento dafotogrametria, ciência e técnica que permite o rápido mapeamentode grandes áreas, através de fotografias aéreas, gerando mapas maisprecisos, a custos menores que o mapeamento tradicional. Desen-volvem-se técnicas de apoio que incrementam a sua utilização.

Nesta técnica, a região a ser mapeada é fotografada de um avião.As fotos são enviadas para um aparelho chamado Restituidor, respon-sável pela leitura das imagens e por enviá-las a uma máquina chama-da pantógrafo, que desenha o mapa. Com os avanços tecnológicos, autilização do papel tem sido substituída pelo armazenamento das ima-gens em computadores.

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Aliada ao desenvolvimento da aviação, a utilização dos satélitespossibilitou uma ampliação da visão geral atualizada de várias regi-ões do planeta. Nos satélites há aparelhos que registram a intensida-de da radiação emitida de acordo com as características do solo emanálise, como temperatura, presença ou ausência de vegetação, entreoutros aspectos. As imagens – informações são enviadas para a Terrae convertidas em mapas, convencionalmente chamadas de Carta -Imagem ou, simplesmente, de imagens orbitais.

Estrutura do Sistema de Informação Geográfica (Fonte: Fator Gis on-line, 2003).

A utilização de outros tipos de plataformas imageadoras para aobtenção da informação cartográfica, tais como radares (RADAM,SLAR), satélites artificiais imageadores (LANDSAT, TM e SPOT),satélites RADAR (RADARSAT), vem revolucionando as técnicas deobtenção da informação cartográfica para o mapeamento, abrindonovos e promissores horizontes, através de documentos confiáveis ede rápida confecção.

A introdução de computadores, navegadores, satélites, te-lescópios e de sistemas de informações geográficas, sistemasde vetorização CAD´s (Desenho Assistido por Computador)e a aplicação do uso dos imageadores via Web(internet) têm

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Exemplo de Utilização cartográfica computadorizada. (Fonte: CAMARA, Gilberto, 1998).

modernizado tanto o processo de elaboração de documentoscartográficos, como tem propiciado a geração de novos tipos dedocumentos ou materiais. As análises desses documentos oumateriais e as possibilidades de uso, tanto para a educação epesquisa, quanto apoio para tomada de decisões, nos diversosníveis governamentais e privados, caracterizam o mapa comouma ferramenta indispensável nos processos de gestão territorialde qualquer lugar da superfície terrestre.

Um mapa atual é construído através de um processo com-plexo e envolve a Geodésia, a Fotogrametria, o SensoriamentoRemoto, as bases cartográficas e, principalmente, os bancos dedados gerados por profissionais de diversas áreas, com o objeti-vo de solucionar questões, analisar problemas ou apenas pro-por sugestões de gerenciamento espacial do território.

Geodésia

Cência que se ocupado estudo da forma edimensões da Terra.

ATIVIDADES

Faça uma análise dos mapas mais importantes de cada período his-tórico e estabeleças as suas diferenças, mediante os avanços técni-cos e tecnológicos utilizados.

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Ao longo de toda a História, o homem tem buscadodesenvolver as mais variadas formas e meios de

comunicação com os demais membros do seu grupo social. Entreos meios de expressão da leitura e representação do mundo real,

encontram-se os mapas, desde os mais remo-tos de que se tem notícia até os mais recentesmapas virtuais (armazenados em formato di-gital e exibidos em um monitor de computa-

dor). Entretanto, a Cartografia é muito mais antiga do que se pos-sa depreender da análise de provas documentais, como pinturasem rochas e gravuras pictóricas em cavernas, pois sempre envol-veu a necessidade constante de o homem compreender seu meioambiente (físico, social, cultural), dominar o espaço e registrar asestruturas em algum meio de representação.

Assim, a história dos mapas se confunde com a própria históriada humanidade, se considerarmos que os mapas são representantesdas formas de percepção e produção do conhecimento sobre a rea-lidade e inerentes a cada cultura ao longo do seu desenvolvimento.

CONCLUSÃO

COMENTÁRIO SOBRE AS ATIVIDADES

Você deve buscar mapas antigos na Web para visualizar fatoshistóricos e objetos geográficos dispostos de acordo comos objetivos de quem os elaborou. As mudanças tecnológicasestão relacionadas com os aparelhos utilizados, informaçõesmapeadas e até mesmo com o tipo de informação descrita.

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RESUMO

A Cartografia pode ser considerada como a linguagem uni-versal de todas as civilizações, como meio de intercâmbiocultural e como forma de poder e saber, empregada para se

fazer declarações ideológicas sobre o mundo de acordo com asnecessidades impostas pelo próprio conhecimento e pelo saber.De acordo com os avanços nos processos de obtenção das infor-mações que compõem os mapas, e de acordo com as mudançastecnológicas e sócio-econômicas, os mapas que antes foram osprincipais instrumentos utilizados para garantir o poder e a domi-nação de nações inteiras, hoje continuam exercendo um papel im-portantíssimo no planejamento de diversas atividades do ser hu-mano. Os elementares passos dados pelos nossos antepassadosna construção das bases científicas da Cartografia e da localiza-ção dos lugares na superfície terrestre, a ampliação do uso dosmapas, aliada aos recursos cartográficos disseminados desde aGrécia Antiga até os dias de hoje, favoreceram o surgimento desistemas de informações geográficas que integram informaçõesespaciais (mapas, imagens de satélite, fotografias aéreas) e descri-tivas, como cadastros, censos e tabelas. Estas informações pro-porcionam a geração de novos documentos capazes de subsidiardesde as mais simples tomadas de decisões até a localização deum futuro conglomerado de empresas, tipo de cultivo agrícola,parque temático ou mesmo um shopping center em lugares remo-tos da superfície da Terra. Os mapas atuais são cada vez maisdeterminados pelos usuários, pois com o advento da informática,passaram a integrar dados (informações) a lugares específicos, uti-lizando-se de novas metodologias e, sobretudo, de novas formasde modelagem da paisagem, seja ela real ou virtual.

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REFERÊNCIAS

DREYER-EIMBKER, O. O descobrimento da terra. São Pau-lo: Melhoramentos, 1992.LUCÍRIO, Ivonete de e HEYMANN, Gisela. O mundo napalma das mãos. Superinteressante. São Paulo, v. 56, mai, 1992.Disponível em <http://super.abril.com.br/superarquivo/1992/conteudo_113048.shtml>.OLIVEIRA, Cêurio. Dicionário cartográfico. 2ª ed. Rio deJaneiro: IBGE, 1983.RAIZ, Erwin. Cartografia Geral. Rio de Janeiro: Científica, 1969

PRÓXIMA AULA

Na próxima aula trabalharemos com os conceitos e cam-po de atração da cartografia, assim como as noções deposicionamento, localização e relação de que tratamos jána primeira aula.