IPIMAR Avenida de Brasília 1449-006 LISBOA - PORTUGAL Tel. (+351) 213027000 Fax: (+351) 8 E-mail [email protected]21301594 R ELATÓRIO Contrato com IPIMAR CARACTERIZAÇÃO DO EMISSÁRIO DA FOZ DO ARELHO E DA LAGOA DE ÓBIDOS Relatório Semestral – Campanha de Outubro de 2005 Coordenação: Carlos Vale, Patrícia Pereira e Hilda de Pablo Equipa: Patrícia Pereira, Hilda de Pablo, Miguel Caetano, Ana Maria Ferreira, Odete Gil, Paulo Antunes, Joana Raimundo, Vasco Branco, Joana Amado, Cristina Micaelo, Pedro Brito, Rute Cesário, Marta Martins, Frederico Rosa Santos, Isabelina Santos, Vanda Franco, Marta Nogueira, Ana Paula Oliveira, Célia Gonçalves, Luís Palma de Oliveira, Susana Carvalho, Fábio Pereira, Miguel Gaspar Janeiro de 2006
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CARACTERIZAO DA SITUAO DE REFERNCIA DO EMISSRIO …maretec.mohid.com/Projects/FozdoArelho/Relatorios/2004-2005/Rel_08... · coluna de água na Lagoa a 25 de Outubro de 2005..... a
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Coordenação: Carlos Vale, Patrícia Pereira e Hilda de Pablo
Equipa: Patrícia Pereira, Hilda de Pablo, Miguel Caetano, Ana Maria Ferreira, Odete Gil, Paulo Antunes, Joana Raimundo, Vasco Branco, Joana Amado, Cristina Micaelo, Pedro Brito, Rute Cesário, Marta Martins, Frederico Rosa Santos, Isabelina Santos, Vanda Franco, Marta Nogueira, Ana Paula Oliveira, Célia Gonçalves, Luís Palma de Oliveira, Susana Carvalho, Fábio Pereira, Miguel Gaspar
Janeiro de 2006
ÍNDICE
1 OBJECTIVO DO TRABALHO ................................................................. 1
1
éni
5
rm...5
ise
4 -
1.1
4. e2.1
4.
5.1
II d
5
2 AMOSTRAGEM e OBSERVAÇÕES in situ ............................................. 1 3 METODOLOGIAS ANALÍTICAS ............................................................. 3
3. Coluna de água ............................................................................................3 Oxig o Dissolvido e Matéria Particulada em Suspensão ...............................................3 Determinação de carbono e azoto orgânico na matéria particulada em suspensão .............3 Determinação de nutrientes ......................................................................................3 Determinação de metais nas fracções dissolvida e particulada ........................................4 Determinação de compostos organoclorados na matéria particulada em suspensão. ..........4 Determinação de hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (PAH) na matéria particulada em suspensão ..............................................................................................................
3.2 Sedimentos e Ulva sp. ...................................................................................5 Dete inação da matéria orgânica, carbono e azoto orgânico, fósforo total, clorofila a e feopigmentos e porosidade no sedimento .................................................................
Determinação de metais ...........................................................................................5 Determinação de compostos orgânicos (organoclorados e PAH) ......................................6 3.3 Macrofauna bentónica....................................................................................6 Anál s laboratoriais................................................................................................6 Análise Estatística ....................................................................................................6
RESULTADOS....................................................................................... 8 I Lagoa de Óbidos..................................................................................................8 4.1 Coluna de Água ............................................................................................8
4. Salinidade, temperatura, pH e oxigénio dissolvido..........................................8 4.1.2 Carbono e Azoto na fracção particulada ........................................................8 4.1.3 Nutrientes e clorofila a ...............................................................................9 4.1.4 Metais nas fracções dissolvida e particulada ..................................................9 4.1.5 Contaminantes orgânicos na fracção particulada .......................................... 10 2 S dimento ................................................................................................. 11 4. Porosidade, LOI, pH e Eh.......................................................................... 11 4.2.2 Carbono, Azoto, Fósforo e Pigmentos ......................................................... 11 4.2.3 Níveis de metais, PCB, DDT e PAH ............................................................. 12 3 Ulva sp...................................................................................................... 12
4. Comparação entre campanhas de amostragem............................................ 16 4.5.2 Avaliação do estado ecológico do meio bentónico ......................................... 17 4.5.3 Discussão............................................................................................... 19 - Zona o Emissário............................................................................................ 20
4.6 Coluna de água .......................................................................................... 20 CONCLUSÕES .....................................................................................22
Figura 1 Localização das estações de amostragem na Lagoa de Óbidos e zona do emissário da
Figur
..... 16 Figur
Figur
. 19
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1 Coordenadas geográficas das estações de amostragem na Lagoa de Óbidos (#1 - #5)
Tabel
..8 Tabel
....9 Tabel
.....9 Tabel
0 Tabel
Tabe
Tabel..... 11
Tabel
. 11 Tabel
Tabe
. 12
Foz do Arelho a 25 de Outubro de 2005...................................................................2 a 2 Abundância relativa por estação e grupo taxonómico amostrado (Maio 2005)......... 13
Figura 3 Abundância relativa por estação e grupo taxonómico amostrado (Outubro 2005).... 15 Figura 4 Dendograma e diagrama de ordenação resultante das análises de classificação e de
ordenação com base na matriz de dados biológicos. A – referente à campanha de Outubro 2005. ..............................................................................................
a 5 Índice biótico (AMBI) calculado para cada uma das estações de amostragem em Maio (A) e em Outubro (B) de 2005. ............................................................................ 18 a 6 Percentagem relativa dos cinco grupos ecológicos para Maio (A) e Outubro (B) de 2005. I-sensível; II-indiferente; III-tolerante; IV- oportunista de segunda-ordem; V- oportunista de primeira-ordem............................................................................
e na zona do emissário da Foz do Arelho (EMAO#1 – EMAO#2) ..................................1 a 2 Condições de maré no Porto de Peniche a 25 de Outubro de 2005..........................2
Tabela 3 Dados de salinidade, temperatura, pH e oxigénio dissolvido na coluna de água da Lagoa a 25 de Outubro de 2005. ..........................................................................
a 4 Concentração de carbono (total, inorgânico, orgânico) na fracção particulada da coluna de água na Lagoa a 25 de Outubro de 2005 ...............................................
a 5 Concentrações de nutrientes (amónia, nitratos, nitritos, silicatos, fosfatos, azoto orgânico e fósforo orgânico-µM) e Clorofila-a (µg/L) na coluna de água da Lagoa de Óbidos a 25 de Outubro de 2005. ......................................................................
a 6 Concentrações de metais na fracção dissolvida da coluna de água na Lagoa a 25 de Outubro de 2005................................................................................................ 1
a 7 Concentração de metais na fracção particulada da coluna de água na Lagoa a 25 de Outubro de 2005................................................................................................ 10
la 8 Concentrações de PCB, DDT e PAH no material particulado em suspensão na Lagoa a 25 de Outubro de 2005....................................................................................... 11 a 9 Valores de porosidade, LOI e pH em sedimentos superficiais da Lagoa a 25 de Outubro de 2005...........................................................................................
a 10 Concentrações de carbono (total, orgânico e inorgânico), azoto (total, orgânico e inorgânico), Clorofila-a e feopigmentos e fósforo total em sedimentos superficiais da Lagoa a 25 de Outubro de 2005 ..........................................................................
a 11 Composição de elementos maioritários, vestigiários e níveis de PCB, DDT e PAH em sedimentos superficiais da Lagoa a 25 de Outubro de 2005 ...................................... 12
la 12 Níveis de metais maioritários e vestigiários e de organoclorados em Ulva sp. da Lagoa..............................................................................................................
Tabela 13 Índices univariados número de taxa (S), abundância (N), riqueza específica (d), equitabilidade de Pielou (J’) e diversidade de Shannon-Wiener (H’) calculados para cada estação de amostragem na Lagoa de Óbidos em Maio de 2005. ................................ 14
Tabela 14 Índices univariados número de taxa (S), abundância (N), riqueza específica (d), equitabilidade de Pielou (J’) e diversidade de Shannon-Wiener (H’) calculados para cada estação de amostragem na Lagoa de Óbidos em Outubro de 2005. ........................... 15
Tabela 15 Taxa indicados pela rotina SIMPER como os que mais contribuíram para a dissimilaridade entre as campanhas de amostragem. .............................................. 17
Tabela 16 Características físico-químicas da coluna de água na zona do emissário (s-superfície, m-meio e f-fundo).............................................................................................. 20
Tabela 17 Concentrações de amónia, nitratos, nitritos, silicatos, fosfatos, azoto orgânico e fósforo orgânico (µM), clorofila a e feopigmentos (µg/L) na coluna de água da zona do emissário a 25 de Outubro de 2005 (s-superfície, m-meio e f-fundo) ......................... 21
Tabela 18 Concentrações de metais na coluna de água da zona do emissário a 25 de Outubro de 2005 (s-superfície, m-meio e f-fundo) .............................................................. 21
Tabela 19 Concentração de carbono (total, orgânico) e azoto (total e orgânico) na fracção particulada de água da zona do emissário a 25 de Outubro de 2005 (s-superfície, m-meio e f-fundo) ......................................................................................................... 21
Tabela 20 Lista de taxa recolhidos nas estações amostradas. ............................................. I
1 OBJECTIVO DO TRABALHO
O presente relatório refere-se à quarta campanha de amostragem na zona do emissário
submarino da Foz do Arelho e na Lagoa de Óbidos, realizada a 25 de Outubro de 2005. A
caracterização ambiental apresentada neste trabalho foi elaborada no âmbito do protocolo de
colaboração entre a empresa Águas do Oeste, o IST e o IPIMAR com vista a monitorizar a
situação ambiental na zona de descarga do emissário submarino da Foz do Arelho e Lagoa de
Óbidos.
Este trabalho apresenta uma avaliação da qualidade da água e dos sedimentos da Lagoa e
caracterização da água na zona do emissário em Outubro de 2005, que corresponde à
primeira campanha após a entrada em funcionamento do emissário, deixando a Lagoa de ser
o meio receptor dos efluentes domésticos do concelho. Estes são os primeiros dados que
permitirão avaliar a recuperação da Lagoa e o impacto das descargas na zona costeira
adjacente à Foz do Arelho.
2 AMOSTRAGEM E OBSERVAÇÕES in situ
A 25 de Outubro de 2005 foi realizada uma campanha de amostragem em 5 estações na
Lagoa de Óbidos e 2 estações na zona do emissário da Foz do Arelho. A Tabela 1 apresenta as
coordenadas geográficas das estações acima referidas e a Figura 1 a sua localização. As
amostras de água foram recolhidas nas 5 estações da Lagoa em duas situações de maré,
próximas da baixa-mar e da preia-mar, e na zona do emissário a três níveis da coluna de
água. No interior da Lagoa procedeu-se, ainda, à recolha da macroalga Ulva sp. e de
sedimentos superficiais. A Tabela 2 apresenta as condições de maré no porto de Peniche.
Tabela 1 Coordenadas geográficas das estações de amostragem na Lagoa de Óbidos (#1 - #5) e na zona do emissário da Foz do Arelho (EMAO#1 – EMAO#2)
Estação Coordenadas
(xm) Coordenadas
(ym)
#1 273961 105714
#2 272961 106729
#3 272089 107093
#4 271078 108336
#5 270518 106928
EMAO#1 276122 104173
EMAO#2 277121 105173
1
Figura 1 Localização das estações de amostragem na Lagoa de Óbidos e zona do emissário da Foz do Arelho a 25 de Outubro de 2005
Tabela 2 Condições de maré no Porto de Peniche a 25 de Outubro de 2005
Neste relatório são apresentados os dados referentes às amostras de água e sedimentos e
Ulva sp. recolhidos na campanha realizada na Lagoa e na zona do Emissário a 25 de Outubro
de 2005. Apresentam-se ainda os resultados da macrofauna bentónica relativa à presente
campanha e à realizada em Maio de 2005 (não incluída no relatório anterior).
I - Lagoa de Óbidos
4.1 Coluna de Água
4.1.1 Salinidade, temperatura, pH e oxigénio dissolvido
Os valores destas medições são apresentados na Tabela 3 e apontam para os seguintes
aspectos: boa oxigenação em toda a Lagoa no período diurno, salinidades inferiores à água do
mar indicando mistura com água doce com maior incidência na estação 4, flutuação na
temperatura de 1 a 2 ºC entre a manhã e a tarde, e valores de pH próximos da água do mar.
Tabela 3 Dados de salinidade, temperatura, pH e oxigénio dissolvido na coluna de água da Lagoa a 25 de Outubro de 2005.
Estação Hora Salinidade Temperatura
(ºC) pH
O2 (mg/L)
O2 (% de
saturação)
9:30 35.8 18.1 8.18 7.7 101 #1
17:00 35.2 19.1 - 7.8 103
9:40 35.7 18.0 8.20 7.7 100 #2
17:10 35.3 19.3 8.41 - -
9:50 35.1 17.9 8.24 7.5 97 #3
17:20 35.4 18.9 8.04 7.7 103
10:20 34.5 18.6 8.38 7.2 95 #4
16:10 33.0 20.3 7.92 7.0 94
11:00 35.3 18.1 8.27 7.4 97 #5
16:50 35.1 19.3 8.87 7.3 98
4.1.2 Carbono e Azoto na fracção particulada
As concentrações de carbono e azoto nas partículas em suspensão e a respectiva razão são
apresentadas na Tabela 4. Salienta-se que as razões C/N nas estações 4 e 5 são, em geral, o
dobro das obtidas nas restantes estações. As partículas da estação 4 apresentam a maior
percentagem de carbono e azoto orgânicos.
8
Tabela 4 Concentração de carbono (total, inorgânico, orgânico) na fracção particulada da coluna de água na Lagoa a 25 de Outubro de 2005
Ctotal Cinorg Corg Ntotal Ninorg Norg Estação Hora
(%) Ct/Nt
9:30 0.13 0.05 0.08 0.050 0.030 0.020 2.6 #1
17:20 0.10 0.06 0.04 0.020 0.005 0.015 5.0
9:40 0.17 0.05 0.12 0.040 0.020 0.020 4.3 #2
17:10 0.13 0.07 0.06 0.020 0.006 0.014 6.5
9:50 0.10 0.06 0.04 0.020 0.005 0.015 5.0 #3
17:20 0.10 0.06 0.04 0.010 0.002 0.008 10
10:20 0.12 0.05 0.07 0.010 0.003 0.007 12 #4
16:10 0.24 0.07 0.17 0.020 0.004 0.016 12
11:00 0.14 0.05 0.09 0.030 0.004 0.026 4.7 #5
16:50 0.16 0.07 0.09 0.010 0.005 0.005 16
4.1.3 Nutrientes e clorofila a
Os dados apresentados na Tabela 5 apontam para um grande incremento de formas de azoto,
fósforo e de sílica na estação 4, onde houve durante décadas descargas de efluentes urbanos.
Esta maior disponibilidade reflecte-se também num incremento em clorofila a em baixa-mar.
Tabela 5 Concentrações de nutrientes (amónia, nitratos, nitritos, silicatos, fosfatos, azoto orgânico e fósforo orgânico-µM) e Clorofila-a (µg/L) na coluna de água da Lagoa de Óbidos a 25 de Outubro de 2005.
NH4 NO3 NO2 Si(OH)4 PO43- Norg Porg Clor a
Estação Hora (µM) (µg/L)
9:30 14.1 1.5 0.2 12.8 0.26 0.5 <0.1 6.6 #1
17:00 18.4 1.4 0.4 6.1 1.11 1.2 0.4 6.2
9:40 13.1 0.7 0.1 11.8 0.23 3.4 0.1 6.5 #2
17:10 18.7 0.6 0.3 16.3 0.15 5.6 1.1 6.7
9:50 24.7 1.2 0.6 15.2 1.65 1.9 0.4 3.4 #3
17:20 16.0 1.6 0.4 21.4 1.09 7.8 0.2 7.9
10:20 44.3 3.3 1.8 20.8 4.24 <0.1 1.3 2.9 #4
16:10 53.1 10.4 2.9 29.1 7.30 46.3 1.9 12
11:00 21.1 1.6 0.7 19.2 1.57 4.8 0.5 5.4 #5
16:50 20.0 0.9 0.4 12.6 2.14 9.7 0.6 7.8
4.1.4 Metais nas fracções dissolvida e particulada
As concentrações de metais nas fracções dissolvida e particulada são apresentadas nas
Tabelas 6 e 7. Apenas o Cu e Cd apresentam níveis mais elevados na fracção dissolvida das
amostras recolhidas na estação 4.
9
Tabela 6 Concentrações de metais na fracção dissolvida da coluna de água na Lagoa a 25 de Outubro de 2005
Ni Cu Pb Cd Hg Estação Hora
(µg/L) (ng/L)
9:30 0.48 0.17 0.065 6.9 <0.6 #1
17:00 1.6 0.14 0.076 4.9 6.2
9:40 0.33 0.11 0.10 9.1 8.8 #2
17:10 0.25 0.17 0.17 5.1 4.4
9:50 0.37 0.10 0.11 10 9.6 #3
17:20 0.26 0.14 0.16 - 3.1
10:20 - 0.61 0.12 17 9.8 #4
16:10 0.35 0.29 0.088 19 1.8
11:00 0.32 0.16 0.078 9.0 6.0 #5
16:50 0.30 0.22 0.11 6.1 5.4
Os teores de Mn nas estações mais interiores da Lagoa variam entre a manhã e a tarde,
provavelmente reflectindo a conjugação dos ciclos de maré e fotossíntese/respiração. Os
restantes elementos apresentam uma flutuação menos marcada com excepção do Zn que
mostra níveis mais elevados na estação 4.
Tabela 7 Concentração de metais na fracção particulada da coluna de água na Lagoa a 25 de Outubro de 2005
Al Fe Mn Zn Cu Cr Ni Pb Cd Estação Hora
(%) (µg/g)
9:30 2.7 0.89 199 53 16 25 13 14 0.33 #1
17:00 3.7 2.4 244 61 34 92 43 25 0.069
9:40 1.8 0.51 181 52 9.0 14 10 10 0.20 #2
17:10 2.4 1.8 337 63 26 26 16 23 0.037
9:50 3.4 2.6 1174 55 54 51 21 55 0.60 #3
17:20 4.4 2.9 784 69 36 32 25 30 0.82
10:20 4.6 3.4 865 97 54 62 26 29 0.043 #4
16:10 4.7 3.2 337 210 44 54 23 31 0.15
11:00 3.7 2.8 800 56 42 44 22 25 0.078 #5
16:50 1.0 1.0 243 99 16 16 9.3 7.1 0.009
4.1.5 Contaminantes orgânicos na fracção particulada
A Tabela 8 apresenta as concentrações dos contaminantes orgânicos (PCB, DDT e PAH) na
fracção particulada. De uma forma geral os teores de PCB e DDT foram superiores em preia-
mar. Os valores maiores de PAH foram encontrados na estação 5.
10
Tabela 8 Concentrações de PCB, DDT e PAH no material particulado em suspensão na Lagoa a 25 de Outubro de 2005
PCB DDT PAH Estação Hora (ng/g)
BM 1.4 1.57 #4
PM 5.5 1.17 3429
BM 2.6 1.40 #5
PM 6.3 4.41 5195
4.2 Sedimento
4.2.1 Porosidade, LOI, pH e Eh
Os resultados da Tabela 9 mostram maiores teores de matéria orgânica nos sedimentos das
estações 3, 4 e 5 que, também apresentam maior porosidade. Os sedimentos das estações 4 e
5 são claramente mais redutores reflectindo maior acumulação de matéria orgânica em
decomposição.
Tabela 9 Valores de porosidade, LOI e pH em sedimentos superficiais da Lagoa a 25 de Outubro de 2005
Estação Porosidade LOI (%)
pH Eh
#1 0.33 0.45 8.5 50
#2 0.31 2.8 8.5 33
#3 0.82 13 8.7 70
#4 0.84 10 8.4 -130
#5 0.81 8.8 8.5 -215
4.2.2 Carbono, Azoto, Fósforo e Pigmentos
Na Tabela 10 são apresentadas as concentrações das formas de carbono, azoto e fósforo no
sedimento superficial. As maiores concentrações destes elementos encontram-se nas estações
4 e 5, assim como de Clorofila-a e pigmentos.
Tabela 10 Concentrações de carbono (total, orgânico e inorgânico), azoto (total, orgânico e inorgânico), Clorofila-a e feopigmentos e fósforo total em sedimentos superficiais da Lagoa a 25 de Outubro de 2005
C total N total C inorg N inorg C org N org Clor a Feop P total Estação
(%) (µg/g) (µgP/gDM)
#1 0.25 0.014 0.09 0.002 0.16 0.012 0.2 0.1 17.9
#2 0.27 0.014 0.10 0.005 0.17 0.009 0.6 0.5 30.1
#3 0.72 0.042 0.17 0.006 0.55 0.036 1.3 3.9 641.1
#4 1.4 0.165 0.25 0.027 1.1 0.138 2.9 6.1 618.1
#5 1.8 0.195 0.28 0.031 1.5 0.164 8.9 44.0 541.6
11
4.2.3 Níveis de metais, PCB, DDT e PAH
As concentrações de metais, PCB, DDT e PAH nos sedimentos da Lagoa, são apresentadas na
Tabela 11. Os teores de metais maioritários e vestiários, foram de modo geral baixos. As
concentrações mais elevadas de todos os elementos, com excepção do Ca, foram observadas
nas estações 3, 4 e 5, o que evidencia mais uma vez a natureza vasosa destas amostras e as
diferenças, em relação à granulometria, com as estações mais exteriores da Lagoa. Os
compostos orgânicos, PCB, DDT e PAH, apresentaram os níveis mais elevados também nestas
estações.
Tabela 11 Composição de elementos maioritários, vestigiários e níveis de PCB, DDT e PAH em sedimentos superficiais da Lagoa a 25 de Outubro de 2005
Estações
#1 #2 #3 #4 #5
Al 0.23 0.41 11 12 10
Fe 0.096 0.11 4.6 5.0 4.3
Ca 1.3 5.0 2.5 1.4 2.2
Mg
(%)
0.058 0.088 1.1 1.4 1.1
Mn (µg/g) 39 39 298 300 286
Zn <9.8 14 125 144 121
Cr 1.2 1.9 83 89 87
As 1.5 1.2 18 14 17
Co 0.30 0.36 12 15 15
Cu 0.38 1.1 40 56 52
Ni
(µg/g)
0.58 1.0 33 35 35
Hg (ng/g) 3.5 <2.4 48 47 42
Pb 2.2 5.0 35 39 35
Cd (µg/g)
0.015 0.021 0.15 0.19 0.17
PCB <0.10 0.76 0.27 1.3 0.91
DDT (ng/g)
0.32 2.8 0.60 9.4 5.1
PAH (ng/g) 130 156 645 728 602
4.3 Ulva sp.
As amostras de Ulva sp. colhidas na estação 4 registaram teores de Fe, Cu, Cd, Pb e PCB e
DDT mais elevados. Os restantes metais analisados, Mg e Zn, não apresentaram diferenças
significativas entre pontos de amostragem (Tabela 12).
Tabela 12 Níveis de metais maioritários e vestigiários e de organoclorados em Ulva sp. da Lagoa
Mg Fe Zn Cu Cd Pb PCB DDT Estação
(mg/g) (µg/g) (ng/g)
#3 23 0.50 20 5.2 0.15 0.77 1.1 0.29
#4 20 1.5 34 12 0.34 3.1 2.9 2.3
#5 31 0.60 38 4.6 0.081 0.87 1.8 1.2
12
4.4 Discussão
Os resultados obtidos nesta campanha apontam para maiores concentrações de elementos
biologicamente activos, biomassa fitoplanctónica, pigmentos e contaminantes nas estações
interiores da lagoa (4 e 5). Como seria expectável não se observaram, ainda, alterações no
ciclo destes elementos resultantes da redução ou eliminação das emissões no Braço da
Barrosa, onde se situa a estação 4.
4.5 Macrofauna bentónica da lagoa
Maio 2005 Neste período de amostragem foram encontrados 759 indivíduos, pertencentes a 55 taxa
repartidos por 10 grupos taxonómicos principais (Polychaeta, Oligochaeta, Nemertea,
Gastropoda, Bivalvia, Amphipoda, Decapoda, Isopoda, Pycnogonida e Echinodermata). Os
polychaeta dominaram claramente nas estações 2, 3 e 4, enquanto na estação 5 o grupo
dominante foi o dos anfípodes e na estação 1 os nemertes co-dominaram juntamente com os
polychaetas (Figura 2). A lista dos taxa inventariados, bem com as suas respectivas
abundâncias por estação de amostragem, é apresentada na Tabela 20 do ANEXO I. Em termos
específicos, os polychaetas Notomastus latericeus, Mediomastus fragilis, Euclymene
palermitana e Streblospio shrubsolii, o bivalve Venerupis pullastra, e o gastrópode Hydrobia
ulvae foram as espécies mais abundantes, perfazendo 50.9% da abundância total.
Figura 2 Abundância relativa por estação e grupo taxonómico amostrado (Maio 2005).
13
Na Tabela 13 apresentam-se os índices univariados número de taxa (S), abundância (N),
riqueza específica (d), equitabilidade de Pielou (J’) e diversidade de Shannon-Wiener (H’)
calculados para as estações amostradas na Lagoa de Óbidos em Maio 2005. O número taxa
por estação variou entre 6 (estação 1) e 36 taxa (estação 2), enquanto a abundância por
estação variou entre 39 (estação 3) e 450 indivíduos (estação 2). No que respeita aos índices
de diversidade e de equitabilidade calculados, a equitabilidade variou menos nas estações
amostradas, comparativamente à diversidade (Tabela 13). O valor mais elevado de J’ foi
observado na estação 5 (0,82), apresentando as estações 3 e 4 (0.80) valores igualmente
elevados. As estações 1 e 2, ainda que com valores mais baixos, apresentaram um valor de
0.72 (Tabela 13). Relativamente à diversidade, os valores máximos foram observados na
estação 2, quer para riqueza específica (5.73), quer para o índice de Shannon-Wiener (3.71)
(Tabela 14). Valores relativamente elevados foram observados para as estações 3, 4 e 5, em
oposição à estação 1, na qual foram observados valores bastante inferiores (Tabela 13).
Tabela 13 Índices univariados número de taxa (S), abundância (N), riqueza específica (d), equitabilidade de Pielou (J’) e diversidade de Shannon-Wiener (H’) calculados para cada estação de amostragem na
Lagoa de Óbidos em Maio de 2005.
Estações S N d J’ H’
1 6 41 1.35 0.72 1.86
2 36 450 5.73 0.72 3.71
3 12 39 3.00 0.80 2.87
4 13 102 2.59 0.80 2.94
5 14 127 2.68 0.82 3.13
Outubro 2005 Neste período de amostragem foram inventariados 67 taxa perfazendo 1233 indivíduos
distribuídos pelos seguintes grupos principais: Polychaeta, Oligochaeta, Gastropoda, Bivalvia,
Nemertea, Amphipoda, Isopoda, Echinodermata e Phoronida (Figura 3). Indivíduos dos grupos
Pycnogonida, Archiannelida, Diptera e Chaetognatha foram igualmente amostrados, ainda que
com menor expressão, tendo sido agrupados segundo a designação de “Outros” (Figura 3). A
lista dos taxa inventariados, bem com as suas respectivas abundâncias por estação de
amostragem, é apresentada na Tabela 20 do Anexo 1.
O anfípode Corophium acherusicum foi a espécie mais abundante nesta campanha de
amostragem, particularmente nas estações 3 e 4. O poliqueta Mediomastus fragilis, os
oligochaetas, os nemertes e o anfípode Gammarus insensibilis foram igualmente dominantes
em Outubro, perfazendo na sua totalidade 56.6% da abundância total. O poliqueta, os
oligoquetas e os nemertes dominaram nas estações 1 e 2, enquanto Gammarus insensibilis, à
14
semelhança do verificado para a espécie mais abundante (Corophium acherusicum)
apresentou os valores mais elevados de abundância nas estações 3 e 4 (Tabela 20).
0%
25%
50%
75%
100%
1 2 3 4 5Estações de amostragem
NEMERTEA GASTROPODA BIVALVIA POLYCHAETAOLIGOCHAETA AMPHIPODA ISOPODA ECHINODERMATAPHORONIDA OUTROS
Figura 3 Abundância relativa por estação e grupo taxonómico amostrado (Outubro 2005).
Os índices univariados número de taxa (S), abundância (N), riqueza específica (d),
equitabilidade de Pielou (J’) e diversidade de Shannon-Wiener (H’) calculados para as estações
amostradas na Lagoa de Óbidos em Outubro 2005 estão apresentados na Tabela 14. Neste
período de amostragem, os valores mais elevados de número de taxa e abundância foram
registados na estação 2, respectivamente 37 e 694. Em oposição, a estação 4 apresentou o
valor mais baixo de número de taxa (12), enquanto o valor mais reduzido de abundância foi
obtido na estação 5 (40, Tabela 14). Nesta estação foi, contudo, observado o valor mais
elevado de equitabilidade (0.85), enquanto na estação 3 se registou um valor bastante inferior
(0.49). Os índices de diversidade apresentaram um máximo na estação 2, tendo o valor
mínimo sido obtido na estação 4 para a riqueza específica e na estação 3, no que respeita ao
índice de diversidade de Shannon-Wiener (Tabela 14).
Tabela 14 Índices univariados número de taxa (S), abundância (N), riqueza específica (d), equitabilidade
de Pielou (J’) e diversidade de Shannon-Wiener (H’) calculados para cada estação de amostragem na Lagoa de Óbidos em Outubro de 2005.
Estações S N d J’ H’
1 14 79 2.98 0.70 2.68
2 37 6.94 5.50 0.69 3.60
3 17 2.85 2.83 0.49 2.00
4 12 1.35 2.24 0.67 2.40
5 14 40 3.52 0.85 3.24
15
4.5.1 Comparação entre campanhas de amostragem
Da análise da Figura 4 observou-se que em ambas as campanhas de amostragem a estação 1
se destaca das restantes estações, em função da exclusividade dos taxa Ophellidae ind.,
Pisione remota (em Maio), Ophryotrocha dubia, Sigambra tentaculata, Saccocirrus
papillocercus, Nephtys cirrosa e Ophellidae ind., em Outubro de 2005. Os nemertes, apesar de
não exclusivos, apresentaram abundância relativamente elevada nesta estação em ambos os
períodos (Tabela 20). A estação 2, ainda que mais semelhante às restantes estações de
amostragem, individualiza-se das restantes pela quase ausência de anfípodes, pelos valores
elevados de diversidade, observando-se igualmente os valores máximos de abundância para a
maior parte dos taxa. Nas estações 3, 4 e 5 assistiu-se a um aumento generalizado dos
anfípodes, particularmente visível em Outubro (Tabela 20).
1
1A
3 2
2A
4
5A 3A
5
4A
100
80
60
40
20
0
Sim
ilarid
ade
1
2
34
51A
2A
3A
4A 5A
Stress: 0.1
Figura 4 Dendograma e diagrama de ordenação resultante das análises de classificação e de ordenação
com base na matriz de dados biológicos. A – referente à campanha de Outubro 2005.
Na Tabela 15 apresentam-se os taxa apontados pela rotina SIMPER como os que mais
contribuiram para a dissimilaridade entre os dois períodos de amostragem. De uma forma
16
geral, os anfípodes (Corophium acherusicum e Gammarus insensibilis) aumentaram
substancialmente a sua abundância média de Maio para Outubro, tal como o poliqueta
Mediomastus fragilis, os nemertes e os oligoquetas. Dos dez taxa que mais contribuem para a
dissimilaridade entre os períodos de amostragem, apenas Streblospio shrubsolii diminuiu
consideravelmente a sua abundância (Tabela 15).
Tabela 15 Taxa indicados pela rotina SIMPER como os que mais contribuíram para a dissimilaridade entre as campanhas de amostragem.
4.5.2 Avaliação do estado ecológico do meio bentónico
O cálculo do índice biótico marinho (AMBI) para cada uma das estações de amostragem nos
dois períodos de tempo analisados está representado na Figura 5. Este índice proporciona uma
17
avaliação da qualidade do ambiente bentónico. Verifica-se que na maioria das estações e em
ambos os períodos de amostragem, apresenta, de acordo com este índice, estados de
perturbação ligeira (estações 1, 2 e 3 de Maio; 1, 2, 3 e 4 de Outubro). Apenas as estações
mais a montante denotaram estados mais elevados de perturbação ambiental, ainda que os
valores não possam ser considerados preocupantes.
A
0
1
2
3
4
5
6
7
1 2 3 4 5
Estações de amostragem
AMBI
.
B
Figura 5 Índice biótico (AMBI) calculado para cada uma das estações de amostragem em Maio (A) e em Outubro (B) de 2005.
Os resultados obtidos reflectem a percentagem relativa dos diferentes comportamentos
ecológicos dos taxa analisados em relação à perturbação ambiental em cada estação de
amostragem. Com efeito, tal como é visível na Figura 6, na campanha de Maio, os valores de
AMBI mais elevados resultam da conjugação da menor percentagem de taxa sensíveis à
perturbação e do aumento da percentagem de oportunistas de primeira-ordem,
comparativamente às restantes estações (Figura 6). Em Outubro, a estação 5, ainda que
apresente percentagens semelhantes de taxa sensíveis, destaca-se pelos valores
relativamente elevados de oportunistas de primeira-ordem (Figura 6).
18
0%
25%
50%
75%
100%
1 2 3 4 5
I II III IV V
A
0%
25%
50%
75%
100%
1 2 3 4 5
Estações de amostragem
I II III IV V
B
Figura 6 Percentagem relativa dos cinco grupos ecológicos para Maio (A) e Outubro (B) de 2005. I-sensível; II-indiferente; III-tolerante; IV- oportunista de segunda-ordem; V- oportunista de primeira-
ordem.
4.5.3 Discussão
De uma forma geral, quer o número de taxa, quer a abundância aumentaram de Maio para
Outubro de 2005. O mesmo padrão foi observado no que respeita aos taxa mais abundantes
indicados como os que mais contribuiram para a dissimilaridade entre os períodos de
amostragem. O incremento dos anfípodes em geral e em particular de Corophium acherusicum
e Gammarus insensibilis de Maio para Outubro foi a diferença mais notória, provavelmente
devido ao aumento das algas (Ulva spp.). Estas alterações deverão reflectir o efeito da
sazonalidade nos povoamentos bentónicos, observado em sistemas costeiros semelhantes
19
(e.g. Arias & Drake, 1994).
No que respeita à distribuição espacial na Lagoa de Óbidos verifica-se que a estação 1,
localizada mais a juzante é a mais distinta em termos faunísticos, reflectindo a maior
influência marinha. Na estação 2 atingiu-se o pico de diversidade o que corrobora resultados
anteriores que identificaram esta zona como o ecótono da lagoa (Quintino et al., 1989;
Carvalho et al., 2005). A estação 3, do ponto de vista faunístico, aparenta estabelecer uma
transição entre a zona mais a montante e a zona central (estação 2), associando-se a esta na
campanha de Maio e às restantes (estações 4 e 5) na campanha de Outubro.
II - Zona do Emissário
4.6 Coluna de água
Os parâmetros físico-químicos para a coluna de água na zona do emissário são apresentados
na Tabela 16. Os valores de salinidade foram inferiores aos registados em campanhas
anteriores (valores entre 35 e 36), sugerindo mistura com água doce proveniente do
emissário. Os valores de pH registados mantiveram-se praticamente invariáveis para as
diferentes profundidades e pontos de amostragem.
Tabela 16 Características físico-químicas da coluna de água na zona do emissário (s-superfície, m-meio e f-fundo)
Estação Hora Salinidade pH
# 1 s 10:00 34.2 7.85
# 1 m 10:10 34.6 7.88
#1 f 10:20 34.9 7.92
# 2 s 10:50 34.6 7.93
# 2 m 11:00 34.7 7.65
# 2 f 11:10 34.6 7.69
A Tabela 17 apresenta as concentrações dos nutrientes e Clorofila-a na zona do emissário.
Com excepção da amónia, e consequentemente do azoto orgânico, os valores dos restantes
nutrientes foram semelhantes aos obtidos nas estações 1 e 2 da lagoa. Na zona do emissário
registaram-se teores de Clorofila-a superiores aos observados no interior da lagoa.
20
Tabela 17 Concentrações de amónia, nitratos, nitritos, silicatos, fosfatos, azoto orgânico e fósforo orgânico (µM), clorofila a e feopigmentos (µg/L) na coluna de água da zona do emissário a 25 de Outubro de 2005
(s-superfície, m-meio e f-fundo)
NH4 NO3 NO2 Si(OH)2 PO43- Norg Porg Clor a
Estação (µM) (µg/L)
# 1 s 3.5 1.2 0.2 13.4 0.24 6.8 0.2 10.0
# 1 m 1.2 0.4 0.1 10.7 0.14 9.3 0.1 10.7
#1 f 2.1 0.6 0.1 17.3 0.17 13.7 0.2 12.4
# 2 s 2.0 0.3 0.1 12.2 0.18 7.5 0.2 13.8
# 2 m 1.7 0.7 0.2 - 0.22 7.4 0.1 13.6
# 2 f 1.9 0.6 0.1 11.5 0.19 7.8 0.2 11.0
Tal como para os nutrientes, as concentrações de metais na coluna de água da zona do
emissário (Tabela 18) apresentam valores semelhantes aos registados nas duas estações mais
a jusante da lagoa de Óbidos.
Tabela 18 Concentrações de metais na coluna de água da zona do emissário a 25 de Outubro de 2005 (s-superfície, m-meio e f-fundo)
Ni Cu Pb Cd Estação Hora
(µg/L) (ng/L)
# 1 s 10:00 0.30 0.17 0.35 5.7
# 1 m 10:10 - 0.37 0.16 6.6
#1 f 10:20 0.30 0.32 0.21 5.2
# 2 s 10:50 0.36 0.33 0.22 4.5
# 2 m 11:00 0.28 0.14 0.13 3.8
# 2 f 11:10 0.25 0.11 0.07 1.5
A Tabela 19 apresenta os valores de carbono (total e orgânico) e azoto (total e orgânico) na
matéria particulada em suspensão da zona do emissário. Os teores indicam que para as duas
estações as concentrações mais elevadas foram registadas à superfície da coluna de água; na
estação 1 observou-se ainda uma diminuição gradual com a profundidade.
Tabela 19 Concentração de carbono (total, orgânico) e azoto (total e orgânico) na fracção particulada de água da zona do emissário a 25 de Outubro de 2005 (s-superfície, m-meio e f-fundo)
Ctotal Ntotal Corg Norg Estação Hora
(%)
# 1 s 10:00 0.21 0.030 0.15 0.028
# 1 m 10:10 0.17 0.020 0.12 0.017
#1 f 10:20 0.11 0.010 0.04 0.007
# 2 s 10:50 0.22 0.030 0.15 0.027
# 2 m 11:00 0.16 0.020 0.10 0.016
# 2 f 11:10 0.18 0.030 0.11 0.027
21
5 CONCLUSÕES
Na presente campanha os resultados obtidos nos três compartimentos estudados (coluna
de água, sedimento e Ulva sp.) continuam a apontar par uma reduzida contaminação por
metais e poluentes orgânicos. Apesar da Lagoa ter deixado de receber uma elevada carga
de efluentes urbanos desta região, continua a observar-se uma elevada concentração de
nutrientes na coluna de água, em particular no Braço da Barrosa.
Tal como observado em campanhas anteriores, a distribuição espacial das variáveis
químicas e biológicas e da estrutura dos povoamentos macrobentónicos na Lagoa
continuam a reflectir a influência da carga orgânica resultante dos sistemas de esgoto que
existiam neste ecossistema.
Com base nos resultados bentónicos as duas estações que apresentaram valores
indicadores de maior perturbação localizam-se mais a montante, onde se fazia sentir de
uma forma mais relevante os efeitos da carga orgânica. Apenas a estação 5 foi
considerada moderadamente poluída nas duas campanhas de amostragem, tendo a
estação 4 obtido a mesma classificação apenas em Maio.
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22
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23
ANEXOS
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