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Caderno 03 ]
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Prezado (a) candidato (a)Coloque seu nmero de inscrio e nome no
quadro abaixo:
N de Inscrio Nome
CONHECIMENTOS DIDTICO-PEDAGGICOS
QUESTO 01
Instruo: Leia atentamente o texto abaixo:
Nas dcadas de 60 e 70 a Didtica e a Prtica de Ensino tm como
paradigma e fundamento bsico a psicologia, com nfase na abordagem
comportamentalista Skineriana, cujo vis instrumental-tecnicista
ganha fora total. Este era visto como uma verdadeira panacia para
soluo da problemtica educacional. Dominar tcnicas de ensino,
construir planejamentos rgidos deslocados dos fundamentos tericos e
da compreenso da realidade social para os quais eram empregados,
utilizar adequadamente recursos didticos e ter domnio de sala de
aula eram condies consideradas fundamentais para garantia de um
ensino de qualidade. A grande nfase pedaggica estava localizada
mais no resultado da aprendizagem do que no processo.
No final dos anos 70 e incio dos anos 80, o Brasil vivia
momentos de efervescncia no conjunto da sociedade, com o objetivo
de restabelecer a democracia poltica e o Estado Democrtico de
Direito, aps o longo perodo de ditadura militar.
na sociedade civil organizada que comea um movimento, atravs de
diferentes organizaes, movimentos populares, partidos polticos
[...]. Esse movimento ganha corpo com o processo de abertura
poltica e o campo da educao comea a evidenciar a necessidade de
reviso dos paradigmas nas diferentes reas do conhecimento.( CANDAU,
2000, p. 188/9).
Se considerarmos o conhecimento como a matria prima do currculo,
este pode ser entendido como um conjunto de experincias de
conhecimento que permite aos estudantes apreenderem a complexidade
de variveis na leitura de mundo. No interior dessa discusso,
pode-se inferir que:
I. Em uma sociedade da informao, o conhecimento surge como um
capital essencial na interpretao de um novo cenrio social complexo,
em que esto emergindo novas reas do conhecimento e novas dimenses
de empregabilidade.
II. As relaes sociais estabelecidas no interior da escola e na
sua integrao com a comunidade, ao longo do desenvolvimento
curricular, so reconhecidas pela teoria curricular crtica que tem,
desde a dcada de 70, tentado entender como se processam as relaes
de poder nos currculos oficial, oculto e em ao.
III. Na sociedade da informao, a educao tem um papel fundamental
na formao dos indivduos, ao longo da vida, como uma forma de usar o
conhecimento na perspectiva dos quatro pilares da educao e preparar
o cidado para a uma transformao dos paradigmas culturais
existentes.
IV. No sistema educacional, o novo paradigma emergente de
apreenso de mundo diz respeito complexidade relacionada a uma viso
fragmentada do conhecimento, tendo em vista uma leitura sistmica de
realidade.
Esto CORRETAS as afirmativas:
a) apenas I e II.b) apenas I, II e III.c) apenas I, II e IV.d)
I, II, III e IV.
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QUESTO 02
Atente para as informaes:
CURRCULO E A GLOBALIZAO DO CONHECIMENTO
/INTERDISCIPLINARIDADE
http://debatendoamatematica.blogspot.com/2010/07/interdisciplinaridade_17.htmlhttp://www.cocimperatriz.com.br/2007/index.php?pag=ensfundamental
As imagens permitem o entendimento da interrelao das reas de
conhecimento na escola e da proposta globalizante dos saberes, em
que a interdisciplinaridade se torna um processo fundamental na
leitura de realidade PORQUE:
I. permite articular no currculo as dimenses tcnica, poltica,
humana e social na perspectiva dos quatro pilares da educao.
II. traduz-se em uma prtica que dilui as disciplinas no contexto
escolar, com aproximao dos saberes disciplinares.
III. supe um eixo integrador, como objeto de conhecimento, que
deve partir da necessidade sentida pelas escolas, professores e
alunos de intervir na realidade social que rodeia.
IV. leva em conta uma associao temtica entre as disciplinas, a
partir de um projeto de investigao voltado para o desenvolvimento
de habilidades, com diferentes abordagens, evidenciando um
conhecimento sistmico da realidade.
Verifica-se que:
a) apenas I e II esto corretos.
b) apenas I, II e III esto corretos.
c) apenas I, III e IV esto corretos.
d) apenas I, II, III e IV esto corretos.
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QUESTO 03
Leia atentamente o texto abaixo:
Gazeta de Cuiab, 19/02/2010 - Cuiab MT Diversidade na educao /
Elias Janurio
[ ...] Ao longo dos tempos foram ocorrendo processos gradativos
de mudanas em direo a uma educao mais inclusiva, ou seja, uma
educao que tambm possibilite a valorizao e visibilidade da
diversidade. Isso tem feito a educao escolar mais popular e
acessvel s demais classes e culturas, reconhecendo habilidades e
talentos em todos os alunos, independente de sua origem, tornando o
ambiente escolar mais tolerante e democrtico. comprovado que os
valores apreendidos por uma criana ao longo de sua formao escolar
bsica est intimamente relacionado ao processo de constituio de sua
personalidade e de sua relao com a sociedade com a qual convive.
(...)
Por outro lado, conviver com a diferena representa uma grande
oportunidade de ensino-aprendizagem, onde a diversidade deve ser
valorizada pela sua possibilidade em fazer o outro refletir sobre
si mesmo, sobre os prprios limites e possibilidades.
A incluso da diversidade na educao, seja ela de gnero, etnia,
religio, nacionalidade, raa, classe socioeconmica, cultura ou
capacidade, permite despertar o respeito mtuo, ou seja, conseguir
olhar por sobre os ombros e ver alm das aparncias, a essncia.
Permite fazer nascer o apoio e o respeito mtuo, bases fundamentais
para a consolidao de uma sociedade mais justa, solidria e cidad.
Para que se tenha sucesso com a existncia das salas de aulas
diversas, imprescindvel a qualificao do corpo docente, seja por
meio da oferta de disciplinas nos cursos de graduao das
universidades que abordem essa temtica da diversidade, seja na
oferta de cursos de formao continuada para aqueles professores que
j esto atuando h muitos anos na docncia. Uma educao marcada pela
diversidade tem sido nas ltimas dcadas um valor desejvel e ao mesmo
tempo um desafio para o processo educacional conduzi-lo.
preciso que haja ao envolvimento de diferentes segmentos, como
os pais, a comunidade e o poder pblico. S assim possvel a
implementao de um processo dessa envergadura no atual contexto de
formao educacional do pas. No basta apenas teorizar sobre o assunto
e produzir polticas pblicas que no passam de letra morta nas
secretarias de Educao e em gabinetes. preciso que se coloque em
prtica, que chame todos para a responsabilidade de fazer uma educao
melhor para o futuro, para as novas geraes. Somente com uma
vontade, um desejo coletivo, possvel romper com o paradigma que est
posto e consolidar novas perspectivas educacionais que permitam o
dilogo entre as diferenas e a concretizao da diversidade na
educao.
Na leitura do material acima sobre os processos de
incluso/excluso se torna evidente a conscincia de que as minorias
precisam ter o seu lugar de cidadania na sociedade de hoje. Todas
as afirmativas abaixo esto contidas no texto, EXCETO:
a) Para superar os processos de excluso e rejeio ao diferente,
quer nos espaos presenciais quanto virtuais do cotidiano, necessrio
que o ambiente escolar esteja preparado para aceitao plena de
valores democrticos, com reconhecimento e valorizao das habilidades
e talentos, em suas diferenas.
b) Na fase de segregao, em relao a alunos com deficincia, a
sociedade, admitindo a necessidade desse atendimento, criou escolas
e salas especiais direcionadas a esse tipo de aluno, tendo em vista
adapt-los sociedade. Em um modelo mais avanado, a integrao surge
com uma proposta de adaptao da sociedade a essas pessoas.
c) O objetivo do movimento de incluso social requer integrar, de
fato, polticas pblicas que atendam diversidade e s diferenas entre
as crianas, quanto a gnero, etnia, religio, nacionalidade, raa,
classe socioeconmica, de ritmos de aprendizagem e de cultura ou
capacidade, entre outros.
d) Para que os desafios do processo de incluso na escola sejam
vencidos, as informaes registradas acima afirmam que basta colocar
em prtica as teorias e haver envolvimento de diferentes segmentos
da sociedade, como os pais, a comunidade e o poder pblico, para que
o processo seja vencido.
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QUESTO 04
Os textos abaixo informam sobre o uso de materiais
flexibilizados em sala de aula. Leia-os, atentamente.
Texto I
O que garante a interao de Matheus uma prancha de comunicao. Ele
movimenta o p direito e usa uma sapatilha adaptada, com suporte
para lpis. Isso permite que ele desenhe, pinte e participe das
atividades, explica a pedagoga Vnia Loureiro, da equipe de
reabilitao infantil do Hospital Sarah Kubitschek em Belo Horizonte,
responsvel pelo desenvolvimento dos equipamentos.
Texto II
Na EE Amyntas de Barros, em Pinhais, na regio metropolitana de
Curitiba, o desafio da professora de Cincias Joseane Maria Rachid
Martins era ensinar alunos com deficincia auditiva. Ela pesquisou
para enriquecer o contedo das matrias de 5 e 6 srie com fotos,
desenhos e vdeos. A ideia estimular e fixar a memria visual dos
estudantes com deficincia auditiva e, de quebra, facilitar o
entendimento de toda a turma, explica. Utilizo muito mais imagens
do que textos nas minhas explicaes.
Edio Especial | Julho 2009 | Ttulo original: Toda novidade
bem-vinda.
http://revistaescola.abril.com.br/inclusao/educacao-especial/toda-novidade-bem-vinda-495945.shtml-acesso
em 17/01/2011.
Baseando-se nas informaes dos textos I e II, todas as
afirmativas abaixo esto adequadas, EXCETO:
a) incluir crianas com necessidades especiais beneficia a
todos.
b) possvel incluir os alunos sem deficincia no processo de
aprendizagem inclusiva.
c) os materiais didticos em geral tm se enriquecido com a
presena de alunos com deficincia.
d) os professores usam mais textos explicativos no atendimento s
crianas com deficincia.
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QUESTO 05
FILME: QUEM QUER SER UM MILIONRIO?
Ttulo original: (Slumdog Millionaire)
Lanamento: 2008 (EUA, Inglaterra)
Direo: Danny Boyle
Atores: Dev Patel, Ayush Mahesh Khedekar, Tanay Chheda, Freida
Pinto.
Durao: 120 min
Gnero: Drama
Sinopse: Jamal K. Malik (Dev Patel) um jovem que trabalha
servindo ch em uma empresa de telemarketing na ndia. Sua infncia
foi difcil, tendo que fugir da misria e violncia para conseguir
chegar ao emprego atual. Um dia, perseguindo um sonho, ele se
inscreve no popular programa de TV Quem Quer Ser um Milionrio?, um
programa de perguntas e respostas que exigem conhecimento e
cultura. O seu sucesso comea a incomodar levantando suspeitas de
fraude. Jamal (Dev Patel) torturado: a polcia quer saber como foi
que ele, algum totalmente desprovido de qualquer educao, conseguiu
chegar to longe no programa Quem Quer Ser Um Milionrio: seria o
jovem um sortudo? Um gnio? Um trapaceiro? Inicialmente
desacreditado por ser analfabeto, ele consegue provar a sua
inocncia, descrevendo os fatos e vivncias de sua vida que
permitiram acesso a um conhecimento que chegasse s respostas das
perguntas feitas ao longo do programa. Assim, para responder s
perguntas da lei, Jamal conta a histria de sua infncia.
O filme foi lanado em 12 de dezembro de 2008, pela Fox
Searchlight e Warner Bros., e foi vencedor de oito Oscars, sete
BAFTAs e quatro Globos de Ouro.
http://www.adorocinema.com/filmes/quem-quer-ser-um-milionario/
acesso 09/01/2011
A ideia central desse filme relaciona-se com o conceito de
aprendizagem significativa discutida, entre outros autores, por
Ausubel e Csar Coll. Indique a afirmativa que caracteriza, de forma
MAIS COMPATVEL, o processo de construo da aprendizagem que levou o
protagonista do filme a ganhar o concurso:
a) As aprendizagens dos alunos na escola so fruto de experincias
cuidadosamente planejadas pelos professores para o desenvolvimento
dos contedos das diferentes disciplinas que compem a grade
curricular de uma determinada srie, tendo em vista uma educao
integral.
b) Para a construo de uma aprendizagem significativa, os estudos
inseridos na tradio da Sociologia do Currculo tm evidenciado
situaes escolares, em todas as faixas etrias, nas quais os alunos
aprendem mais do que o planejado no currculo oficial devido
ancoragem dos conhecimentos adquiridos na escola e na vida, cujas
idias relevantes esto presentes na estrutura cognitiva dos
alunos.
c) Os conhecimentos adquiridos no cotidiano, ao longo do tempo,
isto , o fato dos indivduos possurem ideias prvias que exprimem ou
indicam algo logicamente significativo para eles, com ancoragem
estvel, permite abrir mltiplas possibilidades de entendimento e do
suporte para novas aprendizagens em novos contextos.
d) Sendo o currculo constitudo tambm pela cultura real surgida
dos processos que se do nas salas de aulas, a viso de mundo de
docentes e discentes depender tambm dos conhecimentos prvios
adquiridos ao longo da vida e da alterao ou permanncia dos
processos dinmicos de ensino e aprendizagem que auxiliam na formao
das pessoas.
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QUESTO 06
Leia atentamente as informaes abaixo:
www.espacodacomunicacao.blogspot.com/2009/07/nova..acesso em
10/01/2011
Diante desse embate entre os avanos e os riscos da ciborguizao,
h uma discusso sobre o papel da escola nesse cenrio. Entre
argumentos otimistas e apocalpticos, configura-se uma disputa que
ope o computador e escolarizao, como a que divulgada na msica
Estudar para qu? do grupo mineiro Pato Fu. Na letra
questiona-se:
ESTUDAR PARA QU?Quem mexe com internetFica bom em quase tudoQuem
tem computador Nem precisa de estudo
Estudar para qu? (SALES, 2010, p.55)
A interpretao dos excertos acima sugere uma provocao em relao
aos avanos tecnolgicos e ao imaginrio de seus usurios. Quanto ao
adolescente, a tecnologia educa ou deseduca?
As Proposies Curriculares para a Rede Municipal de Educao de BH
orientam-se pelas intenes educativas para a Educao Bsica que
incluem o tratamento da informao e expresso por meio das mltiplas
linguagens e tecnologias. As intenes educativas so organizadas em
torno do desenvolvimento de capacidades/habilidades que expressam
os conhecimentos disciplinares, atitudes e valores.
Considere as informaes acima e realize uma correlao entre
capacidades/habilidades a serem desenvolvidas mediante atividades
virtuais, escrevendo o nmero que lhes corresponde:
(1) Sites oficiais; (2) Jogos eletrnicos; (3) Redes sociais; (4)
Sites de interesse educativo ( 5) Chats/E-mails
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Caderno 03 ]
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CAPACIDADES/HABILIDADES NMERO
Desenvolver o raciocnio e limites com atividades com regras
definidas
Desenvolver a capacidade de comunicao
Elaborar com reflexo projetos de trabalho
Explorar e analisar situaes com dados de interesse social
Desenvolver a capacidade de interao
Assinale o item com a sequncia CORRETA de cima para baixo:
a) 2-3-4-1-5
b) 3-5-2-1-4
c) 4-2-1-3-5
d) 2-4-5-3-1
QUESTO 07
Leia o fragmento:
Ao longo de sua trajetria, a escola, foi sendo transformada em
sua identidade, funo e intencionalidades educativas, acompanhando,
por exemplo, os movimentos da emancipao da mulher, as problemticas
da sociedade de consumo e, mais recentemente, tem sido provocada
pela necessidade educativa de preservao do meio ambiente. Esses
fatos evidenciam que a escola um espao marcante de prticas sociais
e histricas.
Baseando-se no contexto acima, marque a alternativa
INCORRETA:
a) Dentro dos princpios do paradigma da racionalidade tcnica, a
educao democrtica, que integra valores de incluso, adquire
contornos de participao, integrao, convivncia social e de
sentimento de solidariedade social na escola.
b) A educao integral , hoje, vista como uma formao completa e
integrada em todas as dimenses humanas, em uma proposta pedaggica
que contempla os quatro pilares da educao: aprender a conhecer, a
fazer, a conviver e a ser, sintonizada com as propostas atuais de
formao para a cidadania.
c) Os avanos tecnolgicos tm evidenciado a necessidade de a
escola atualizar seus fazeres pedaggicos, enfatizando o
desenvolvimento da leitura de mundo a partir das diversas
linguagens, buscando uma coerncia de articulao entre a teoria e as
aes que concretizam o desenvolvimento curricular.
d) Cabe escola, hoje em dia, desenvolver os processos de
comunicao, de pensamento e de linguagem que so estruturados a
partir da realidade e das interaes sociais, buscando situaes de
formao pautadas no desenvolvimento de capacidades que possibilitem
o exerccio da sustentabilidade planetria.
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QUESTO 08
O fragmento abaixo informa sobre a tarefa pedaggica. Leia-o,
atentamente:
A tarefa pedaggica
Os professores podem, querem ou sabem aprender com seus alunos,
com os materiais e recursos pedaggicos e com as tarefas que
realizam ou propem em sala de aula? Esse lugar um ambiente de
aprendizagem para o professor? Como ele se relaciona com o
desconhecido, o surpreendente, o no previsvel, o no controlvel, o
no redutvel, e a resposta pronta cada vez mais comum na sala de
aula? O que ele pode aprender com os alunos ou como compartilhar
com eles as formas de enfrentamento em uma dada situao-problema?
Como criar na sala de aula um clima de investigao, de trocas de
experincias, de construo coletiva? Como organizar diferentes
ambientes de aprendizagem, salas e agrupamentos de alunos
diferenciados, segundo diferentes critrios? Como manter um objetivo
comum, respeitando os modos to distintos de percurso dos alunos
face s suas limitaes e interesses diversificados? Transformar a
sala em um laboratrio ou contexto em que o professor desafiado para
desenvolver novas formas de ensino e aprendizagem fundamental
(NEIRA, 2004. p. 54/55).
Baseando-se no contexto do fragmento acima, assinale a
alternativa que destaca a mediao MAIS ADEQUADA na organizao do
trabalho do professor em sala de aula:
a) O professor deve organizar o seu trabalho pedaggico sempre de
forma bem inusitada e diferente para atrair a ateno de seu aluno
que est acostumado a usar os recursos da internet, tendo em vista
atender caracterstica da adolescncia.
b) O professor em sala de aula deve proporcionar a pesquisa e
reflexo, em todos os contedos, a partir de problemas cotidianos e
de recursos diversificados, para que os alunos e professor, em
agrupamentos diversos, possam interagir com argumentos e
sistematizao de ideias.
c) O professor deve usar recursos para mediar o conhecimento, de
tal forma que os alunos, individualmente, possam problematizar as
situaes, permitindo construes intelectuais prprias, tendo em vista
encontrar solues adequadas para os conflitos e desafios encontrados
no processo ensino/aprendizagem.
d) O professor deve conhecer bastante do seu ofcio para que ele
possa dar instrues bem claras, j organizadas e sistematizadas pela
literatura em uso, para que seus alunos, em grupo ou em outras
formaes, no fiquem perdidos quanto aos conhecimentos mais
adequados.
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Caderno 03 ]
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QUESTO 09
O texto que voc vai ler diz respeito a uma pesquisa realizada
sobre o conceito de avaliao com alunos de uma escola de Minas
Gerais. A mesma foi realizada por Gama (1997, p.109). Fique atento
interpretao das ideias expostas.
O conceito de avaliao expresso pelos alunos e a concepo de
avaliao, nos depoimentos dos alunos, aparecem desta maneira, quando
respondem pergunta: Como vocs definem avaliao?
(...) conferir como est ocorrendo o andamento de alguma coisa
com a finalidade de ver seu ponto positivo, negativo; corrigir o
que est errado melhorando sempre a situao das pessoas que esto
sendo avaliadas.
(...) um meio de saber se o aluno est ou no preparado, se est
aproveitando bem o que est sendo ensinado, se ele est preparado
para cursar uma outra srie.
(...) avaliar a capacidade de uma pessoa. Avaliar os alunos em
todos os seus aspectos.
(...) um teste para ver como anda o rendimento no curso ou mesmo
o que feito pela prpria pessoa a respeito de um ponto importante de
sua vida, para ver se fez certo ou o que vai fazer a respeito.
Compare a concepo, os conceitos e finalidades da avaliao
propostos pela LDB 9394/96 com os depoimentos dados pelos
alunos.
Os alunos compreenderam que o processo avaliativo :
I. Um momento de julgamento da qualidade de um processo a que
chamamos de desempenho escolar, tendo em vista melhorar os aspectos
de formao integral do aluno.
II. Sempre vem a avaliao como julgamento indispensvel para
alguma tomada de deciso frente ao currculo escolar a e perspectiva
de vida.
III. No percebem a avaliao com uma questo de mero produto
suscetvel de uma nota quantitativa a ser atribuda s atividades de
formao.
IV. Entendem que a avaliao tem por finalidades perceber as
situaes processuais certas e erradas relativas a contedos
disciplinares, mas tambm relativas a outros aspectos
correspondentes formao integral da pessoa.
Baseando-se no conceito de avaliao proposto pela LDB 9394/96,
marque a alternativa CORRETA:
a) apenas I e II.
b) apenas I, II e III.
c) apenas II, III e IV .
d) I, II, III e IV.
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QUESTO 10
Observe o fragmento:
Uma identidade profissional se constri, pois, a partir da
significao social da profisso, da reviso constante dos significados
sociais da profisso, da reviso das tradies. Mas a reafirmao de
prticas consagradas culturalmente que permanecem significativas.
Prticas que resistem a inovaes porque esto prenhes de saberes
vlidos para as necessidades da realidade. Do confronto entre as
teorias e as prticas, da anlise sistemtica das prticas luz das
teorias existentes, da construo de novas teorias. Constroi-se tambm
pelo significado que cada professor, enquanto ator e autor, confere
atividade docente em seu cotidiano a partir de seus valores, de seu
modo de situar-se no mundo, de sua histria de vida, de suas
representaes, de seus saberes, de suas angstias e anseios, do
sentido que tem sua vida o ser professor. Assim, como a partir de
sua rede de relaes com outros professores, nas escolas, nos
sindicatos e em outros agrupamentos.( PIMENTA; LIMA, 2008,
p.67)
Analise as afirmativas:
I. A identidade do profissional de educao construda por fatores
como os sociais, econmicos, polticos, culturais; as prticas
docentes so determinadas pela sua histria de vida em mltiplos
entrecruzamentos com as vivncias histricas de cada momento
profissional.
II. Na escola devem predominar valores sobre o trabalho
intelectual e de estudo, atitudes de reflexo crtica na leitura de
mundo e responsabilidade social, em articulao com um fazer docente
focado no uso recursos didticos adequados, numa proposta de formao
integral para a cidadania e na valorizao de uma cultura geral.
III. A prtica do professor se d na convergncia interdisciplinar
de projetos educacionais: o constitucional de uma nao, o
educacional de um pas, o poltico-pedaggico da escola e os diversos
planejamentos dos professores para ensinar e aprender.
IV. Em concluso, o trabalho do professor se faz por meio de uma
prtica social especfica, em termos de contedos cognitivos, na qual
est presente a dinmica professor-aluno-conhecimento, que
fundamentada nas concepes de homem, de sociedade e de
aprendizagem.
Esto CORRETOS apenas os itens:
a) I e II.
b) I, II e III.
c) II, III e IV.
d) I, II, III e IV.
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CONHECIMENTOS ESPECFICOS - PROFESSOR MUNICIPAL DE HISTRIA
QUESTO 11
Segundo a revista VEJA de 20 de agosto de 2008, uma pesquisa
CNT/Sensus mostrou que 56% dos pais de alunos do Brasil esperam que
a escola ensine as matrias e d formao profissional a seus filhos ao
invs de ajudar na formao do cidado para viver em sociedade. Tal
constatao revela a forma limitada como a escola ainda vista no
Brasil e a dificuldade em se compreender o significado da educao
como processo de formao integral dos indivduos. Este tipo de
percepo encontra-se relacionado, EXCETO:
a) a uma sociedade pouco letrada, onde muitas pessoas no se
reconhecem como agentes no processo histrico, no dimensionando a
importncia de uma formao crtica dos indivduos.
b) ao domnio de uma concepo tradicional do processo
ensino/aprendizagem, segundo a qual os alunos devem ser apenas
receptculos nos quais os contedos so sistematicamente
depositados.
c) ao reconhecimento da importncia do ensino profissionalizante
em um pas no qual o crescimento acelerado da economia nos ltimos
anos tem demandado uma mo-de-obra altamente qualificada.
d) a uma sociedade na qual a lgica de mercado est em primeiro
lugar e o imediatismo domina, priorizando o sucesso financeiro em
detrimento da construo de um conhecimento mais slido.
QUESTO 12
Segundo Salvucci a substituio da importncia da escola na vida
das pessoas se d naturalmente em nossa sociedade, pois a chamada
cultura de massas acaba preenchendo o vazio cultural na existncia
dos indivduos, fazendo com que eles percam o contato muitas vezes
com o real. Sobre a relao entre os meios de comunicao, a escola e o
processo de formao dos cidados INCORRETO afirmar que:
a) A cultura de massas disseminada pelos meios de comunicao
acaba criando nas pessoas o sentimento de pertencimento na
sociedade, revelando a realidade social em que precariamente vivem
milhes de brasileiros e formando uma conscincia critica.
b) A televiso aberta no Brasil trabalha, muitas vezes, como uma
fora contrria educao, pois seu contedo hegemonicamente voltado para
o fortalecimento do mercado, trabalhando incessantemente para a
formao de consumidores.
c) Existe uma tenso entre o contedo predominante nas emissoras e
o propsito educativo, visto que, a programao apresentada fere,
muitas vezes, valores e parmetros ticos que a escola atravs da
educao tenta incutir nos alunos.
d) Segundo tericos da escola de Frankfurt, a indstria cultural
promove lazer e bem estar, diferentemente da escola, gerando uma
disputa entre a escola e os meios de comunicao que acabam, por
vezes, estimulando o hedonismo e a alienao.
QUESTO 13
Segundo Thas Helena dos Santos, o conceito de transversalidade
surgiu no contexto dos movimentos de renovao pedaggica, quando os
tericos conceberam que era necessrio redefinir o que se entendia
por aprendizagem e repensar tambm os contedos que se ensinavam aos
alunos. Sobre essa perspectiva didtico-pedaggica CORRETO
afirmar:
a) Essa viso do processo de aprendizagem prope que a realidade
seja analisada de uma forma mais abrangente, contudo,
compartimentada, levando o aluno a observ-la sem intervir
diretamente no seu objeto de estudo.
b) No mbito dos Parmetros Curriculares Nacionais, a
transversalidade diz respeito ao processo de se transferir para os
alunos conhecimentos que sejam teis para a vida real e no estejam
teoricamente sistematizados.
c) A transversalidade entendida como uma forma de organizar o
trabalho didtico de maneira que alguns temas sejam integrados nas
reas de conhecimento convencionais de forma a estarem presentes em
todas elas.
d) Essa dimenso pedaggica rejeita a concepo de conhecimento que
toma a realidade como um conjunto de dados estveis, propondo a
supresso das disciplinas formais sobre as quais a escola se
constituiu.
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ConCurso PbliCo | Prefeitura de belo Horizonte | rea da eduCao[
Caderno 03 ]
QUESTO 14
A interdisciplinaridade surge como uma das respostas necessidade
de uma reconciliao epistemolgica, processo necessrio devido
fragmentao dos conhecimentos ocorrido com a Revoluo Industrial,
quando os princpios da especializao e da padronizao se impuseram.
Na prtica, a interdisciplinaridade representa um esforo de superar
essa compartimentalizao, relacionando a produo do conhecimento com
a realidade e os problemas da vida moderna. Isto posto, fica
evidente que a interdisciplinaridade, EXCETO:
a) estimula a superao da dicotomia entre ensino e pesquisa na
medida que possibilita ao aluno descobrir, reconstruir e
posicionar-se frente ao conhecimento por meio de um processo
contnuo de investigao e questionamento da realidade.
b) prope a separao entre o ensino acadmico e o tcnico,
priorizando o segundo em funo do seu carter visivelmente pragmtico
e objetivo, muito mais voltado para as demandas efetivas do mercado
e da prpria vida.
c) busca conciliar os conceitos e metodologias pertencentes s
diversas reas do conhecimento a fim de promover avanos como a
produo de novos conhecimentos ou mesmo, novas sub-reas de
conhecimento.
d) permite uma grande melhoria na idia de integrao curricular na
medida que possibilita a superao da tradicional fragmentao do
conhecimento e, ao mesmo tempo, preserva os interesses de cada
disciplina.
QUESTO 15
A partir da Escola dos Annales, a forma de pensar e fazer
histria mudou. As primeiras geraes dos Annales revolucionaram o
conceito de documento histrico, e a grande nfase na utilizao das
imagens como fonte significou um desenvolvimento extraordinrio de
temas novos e um interesse marcante pelo emprego de novos tipos de
fonte. Dentro dessa perspectiva, a utilizao de charges torna-se,
cada vez mais, um recurso didtico-pedaggico valioso no decorrer do
processo ensino-aprendizagem. O uso das charges dentro da sala de
aula apresenta uma srie de vantagens. Dentre elas podemos enumerar,
EXCETO:
a) Sua proximidade e familiaridade com o cotidiano, pois as
charges geralmente so encontradas em jornais, revistas e demais
peridicos tratando temas atuais, atemporais, divertindo e marcando
pocas.
b) Valoriza o papel do professor, na medida em que ele se torna
nica instncia capaz de transformar uma caricatura satrica da
sociedade em um mecanismo eficiente de compreenso e questionamento
da realidade.
c) Permite que o aluno passe a entender a imagem como discurso,
atribuindo-lhe sentidos histricos, sociais e ideolgicos, o que
desenvolve a capacidade de perceber diferentes formas de expresso
da realidade.
d) Exige a compreenso e interpretao da charge por parte do aluno
com base nas inferncias que este possa realizar de acordo com seu
conhecimento de mundo, estimulando sua capacidade cognitiva.
QUESTO 16
A lei 10.639 foi sancionada em 2003 instituindo o ensino da
cultura e histria afro-brasileiras e africanas nos currculos
escolares do Brasil, e a lei 11.645 de 10 de maro de 2008 a
complementa ao acrescentar o ensino da cultura e histria indgenas.
Ambas alteram a lei 9.394, que estabelece as diretrizes e bases da
educao nacional. Tal legislao representa um enorme avano dado em
direo ao oferecimento de um ensino de histria renovado na medida
que, EXCETO:
a) propicia a valorizao dos diversos grupos tnicos e culturais
do pas, incentivando um conhecimento mais abrangente de nossa
cultura e de nossa histria, estimulando o desenvolvimento de uma
conscincia poltica e histrica da diversidade.
b) leva ao fortalecimento de identidades tnicas e de direitos,
alm de promover aes educativas de combate ao racismo e s diferentes
formas de discriminaes, gerando condies para o estabelecimento de
uma sociedade mais igualitria e mais justa.
c) traz para os alunos uma discusso sobre a histria como
construo de toda a sociedade, valorizando o papel de outros atores
alm daqueles tradicionais que escreveram a histria oficial,
ressaltando a condio de agente histrico de todos ns.
d) desmistifica a chamada histria oficial de carter eurocntrico,
recontando a histria nacional a partir da perspectiva dos excludos
e da construo de uma histria propriamente brasileira, desvinculada
do processo histrico observado na Europa.
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QUESTO 17
A Constituio Federal de 1988 define, em seu artigo 216, o que o
patrimnio cultural, assim se expressando:
Constituem patrimnio cultural brasileiro os bens de natureza
material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto,
portadores de referncia identidade, ao, memria dos diferentes
grupos formadores da sociedade brasileira...
Ao analisar a relao existente entre o ensino de histria, a
preservao da memria coletiva e o patrimnio histrico-cultural
CORRETO inferir que:
a) A educao patrimonial um processo que conduz o indivduo ao
entendimento do mundo em que est inserido, elevando sua auto-estima
e tomando conscincia do seu papel de guardio do prprio patrimnio,
passando ento a impedir a sua degradao e destruio, numa ao de
salvaguarda preventiva.
b) Uma eficiente poltica de preservao deve mobilizar a
sociedade, atingindo a educao em todos os nveis e conscientizando
os cidados que o custo financeiro da manuteno das obras de
preservao do patrimnio deve recair sobre a prpria comunidade, o que
os leva a valorizar esse legado.
c) A criao de uma conscincia de cidadania nos alunos resultado
do reconhecimento de fazer parte da sociedade nacional, o que
somente pode ocorrer por meio de visitas regulares a museus,
galerias e arquivos pblicos, nos quais possvel entrar em contato
com a nossa histria pessoal e coletiva.
d) As tradies e as diversas manifestaes da cultura popular fazem
parte de um patrimnio compartilhado, devendo ser, portanto, objeto
de estudo nas escolas, porm, no podem ser considerados como
elementos constituintes do conhecimento histrico uma vez que lhes
falta rigor cientfico.
QUESTO 18
Segundo o historiador Marc Ferro Hoje, mais do que nunca, a
histria uma disputa. Certamente, controlar o passado sempre ajudou
a dominar o presente; em nossos dias, contudo, essa disputa assumiu
uma considervel amplitude. A partir da anlise da afirmao acima
CORRETO concluir:
a) O conhecimento histrico tem sido utilizado, ao longo do
tempo, como um instrumento de dominao, sendo, muitas vezes, usado
hbil e inescrupulosamente com fins polticos de dominao e alienao
dos indivduos.
b) A Histria representa uma rea de conhecimento de fundamental
importncia para que os indivduos compreendam o presente a partir do
conhecimento do passado, sendo por isso prioridade fundamental dos
governos.
c) O passado uma distoro da realidade objetiva que leva os
homens a negligenciar sua ao no presente em funo de uma postura
saudosista frente supostas instituies edificantes preservadas e
restauradas.
d) A contemporaneidade marcada por uma posio mais objetiva e
cientfica diante dos acontecimentos histricos, impedindo que o
passado seja um mecanismo justificador das aes polticas realizadas
no presente.
QUESTO 19
Em 1997 0 Ministrio da Educao e Cultura definiu Parmetros
Curriculares Nacionais para as diferentes reas de conhecimento.
Esses parmetros, no que tange ao ensino da Histria, indicam como
objetivos do ensino fundamental (1 e 2 ciclos) que os alunos sejam
capazes de, EXCETO:
a) comparar acontecimentos no tempo, tendo como referncia
anterioridade, posterioridade e simultaneidade, reconhecendo
algumas semelhanas e diferenas sociais, econmicas e culturais, de
dimenso cotidiana.
b) reconhecer algumas relaes sociais, econmicas, polticas e
culturais que a sua coletividade estabelece ou estabeleceu com
outras localidades, tanto no presente quanto no passado.
c) identificar as ascendncias e descendncias das pessoas que
pertencem sua localidade, quanto nacionalidade, etnia, lngua,
religio e costumes, contextualizando seus deslocamentos em diversos
momentos histricos.
d) perceberem-se integrantes, dependentes e agentes de
transformao do ambiente, identificando seus elementos e as interaes
entre eles, contribuindo ativamente para a melhoria do meio
ambiente.
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Caderno 03 ]
QUESTO 20
Na viso de Renilson Rosa Ribeiro desde seu nascedouro como rea
de saber no sculo XIX at a segunda metade do sculo XX, o ensino da
Histria nas escolas no era mais do que uma forma de educao cvica,
uma espcie de pedagogia do cidado. So afirmaes que reforam a
postura defendida pelo autor, EXCETO:
a) A finalidade maior do ensino da histria era confirmar a nao
no Estado em que se encontrava no momento, justificar sua ordem
social e poltica, e ao mesmo tempo seus dirigentes, criando nos
membros da nao o sentimento de pertencimento, respeito e dedicao
para servi-la.
b) O aparelho didtico do ensino da histria era uma narrao de
fatos seletos, momentos fortes, grandes personagens e
acontecimentos simblicos, levando cada pea dessa narrativa a ter
sua relevncia, sendo cuidadosamente selecionada pelos construtores
da memria.
c) O conhecimento histrico levaria os indivduos realizao de
leituras das culturas e das histrias a partir do seu cotidiano,
favorecendo a formao do estudante como cidado, para que assumisse
conscientemente formas de participao social, poltica e atitudes
crticas diante de sua realidade.
d) O ensino da histria, ainda que muitas vezes de forma
implcita, tinha a misso de imprimir na conscincia coletiva uma
narrativa nica, exaltando a nao e o Estado, e visando a formao de
indivduos teis sociedade e enaltecedores dos valores e smbolos
nacionais.
QUESTO 21
As Diretrizes Curriculares, bem como os Parmetros Curriculares
Nacionais (PCNs) para o Ensino Mdio, possuem uma caracterstica
comum: foram organizados a partir da definio de competncias e
habilidades a serem desenvolvidas pelos alunos ao longo do processo
de ensino-aprendizagem. Tomando como ponto de partida esta forma de
organizar currculos, CORRETO afirmar que:
a) a partir da definio das habilidades a serem alcanadas as
escolas reestruturaram seus currculos ampliando visivelmente as
cargas horrias semanais dedicadas rea das humanidades em detrimento
rea tecnolgica.
b) para as Diretrizes Curriculares como para os PCNs, mais
importante do que aprender um contedo relativo a uma rea de
conhecimento desenvolver procedimentos que permitam ao aluno
aprender a conhecer.
c) para que tal proposta fosse implementada tornou-se necessrio
fortalecer o ensino profissionalizante, com a revitalizao de
centros de formao tecnolgica e a criao do Servio Nacional de
Aprendizagem Industrial.
d) foi dedicada uma enorme ateno aos contedos a serem
ministrados por cada disciplina, alm de serem extintas reas de
conhecimento tidas como suprfluas e pouco significativas para a
formao dos alunos.
QUESTO 22
A introduo de novas fontes e linguagens no ensino de histria
tornou o processo de transmisso e produo de conhecimentos
interdisciplinar, dinmico e flexvel. Sobre a utilizao de novas
linguagens, fontes e estratgias no ensino da histria, todas as
afirmativas esto corretas. EXCETO:
a) Os textos literrios podem ser analisados como documentos
histricos e sua apropriao pela histria s foi experimentada no final
do sculo XX, visto que, a obra literria s deve ser pensada como
resultado da cultura histrica presente no contexto dos autores.
b) Ao incorporar diferentes linguagens no processo de ensino de
histria, reconhecemos no s a estreita ligao entre os saberes
escolares e a prpria vida social, mas tambm a necessidade de
reconstruirmos nosso conceito do processo de ensino e
aprendizagem.
c) A incorporao do cinema no processo de ensino-aprendizagem tem
possibilitado o debate de diferentes concepes e perspectivas de
anlise histrica na sala de aula, contudo, exige uma necessria
articulao com a vivncia e a motivao de alunos e professores.
d) Ensinar histria por meio de canes e msicas ultrapassa
fronteiras espao-temporais, significando dialogar com a produo
musical com sensibilidade, emoo e crtica, sempre respeitando os
limites discursivos prprios de cada linguagem.
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QUESTO 23
Paradoxalmente, o passado continua a ser a ferramenta analtica
mais til para lidar com a mudana constante, mas em uma nova forma.
Ele se converte na descoberta da histria como um processo de mudana
direcional, de desenvolvimento ou evoluo. A mudana se torna,
portanto, sua prpria legitimao, mas com isso ela se ancora em um
sentido do passado transformado.
A leitura crtica do trecho acima reproduzido a partir da
importante obra de Eric Hobsbawm Sobre Histria permite
concluir:
a) Tomando o passado como paradigma, os historiadores fornecem
sociedade o instrumental terico para a realizao de transformaes
direcionadas para a realizao do bem comum.
b) O passado deve ser tomado como referncia para o presente, na
medida que fornece os elementos fundamentais para a perpetuao das
estruturas sociais e econmicas.
c) Buscando no passado os elementos definidores do presente, os
indivduos so capazes de assegurar a evoluo das sociedades em direo
condio de civilizao.
d) A Compreenso do passado permite aos indivduos entender o seu
prprio tempo, avaliando a importncia, ou no, de se promover
alteraes na realidade em que vivem.
QUESTO 24
Na perspectiva de Jairo Carvalho do Nascimento Fazer do ensino
de Histria um mecanismo dinmico para envolver os alunos na construo
do conhecimento um desafio para todos os professores. E um dos
meios possveis, dentre outros, para tentar superar o ensino
tradicional trabalhar com documentos em sala de aula. Sobre a
utilizao de documentos em sala de aula como recurso didtico no
processo ensino-aprendizagem INCORRETO afirmar:
a) No campo do ensino de Histria, trabalhar com documentos
oportuniza aos alunos a possibilidade de compreender os sujeitos
histricos, as realidades e formaes sociais em seu devido tempo,
levando-os a analisar o material fornecido de maneira crtica e a
produzir suas prprias opinies e concluses.
b) Na preparao da aula com utilizao de documentos, o professor
precisa estabelecer claramente seus objetivos e participar
ativamente da coordenao da atividade, fazendo o elo entre o
documento e o aluno, alm de selecionar um material que seja
compatvel com a faixa etria e o nvel dos alunos.
c) Essa construo de conhecimento deve ocorrer a partir de um
processo de reflexo, leitura criteriosa e debate gerado em torno do
material fornecido, possibilitando aos alunos produzirem concluses
que podem at provocar a reviso de conceitos e de idias
preestabelecidas nos livros didticos.
d) Entende-se por documento uma enorme variedade de registros
escritos oficiais que podem ser decretos, discursos, relatrios,
leis, recursos, e muitas outras publicaes que so produzidas pelas
diversas instncias do poder poltico constitudo, ou seja, pelos
diferentes rgos que compem o Estado.
QUESTO 25
A nova identidade atribuda ao Ensino Mdio define-o como uma
etapa conclusiva da educao bsica para a populao estudantil. O
objetivo no preparar os alunos para uma outra etapa escolar ou para
o exerccio profissional, mas sim preparar o educando para a vida,
qualificar para a cidadania e capacit-lo para o aprendizado
permanente e autnomo.
O trecho acima reproduzido e extrado dos Parmetros Curriculares
Nacionais permite afirmar que:
a) O ensino mdio deve ser visto como o coroamento do processo de
formao escolar dos alunos, que, ao conclu-lo, devero possuir a
qualificao necessria para sua efetiva integrao no mercado de
trabalho, pois a escola tem o dever de fornecer formao
profissionalizante para os indivduos.
b) A escola deve selecionar os indivduos, segundo suas aptides
naturais, aproveitando a bagagem de conhecimento que cada um traz e
direcionando o aprendizado em funo das habilidades prprias de cada
educando, assim, ser possvel maximizar os esforos e alcanar os
resultados traados.
c) O processo de aprendizagem deve apresentar um carter contnuo
e cumulativo, cabendo escola o papel de propiciar aos indivduos o
instrumental necessrio para que estes possam adquirir autonomia
intelectual, permitindo a continuidade da sua formao como cidados
conscientes.
d) A nfase da educao no ensino mdio deve ser, segundo as
diretrizes oficiais, direcionada para a formao holstica do aluno,
na medida em que este deve concluir sua formao escolar
encontrando-se apto para ingressar no universo acadmico, aumentando
o nmero de indivduos com formao superior.
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QUESTO 26
A autora Circe Maria Fernandes Bittencourt, ao discutir a
concepo de disciplina escolar, debate as correntes de pensamento
acerca da transposio didtica. A principal crtica concepo da
disciplina escolar como transposio didtica se refere :
a) legitimao do saber cientfico estabelecido como importante e
fundamental na produo dos saberes.
b) acentuao da hierarquizao de saberes que estabelece uma posio
inferior subordinada ao saber da academia.
c) dificuldade de assegurar a eficincia no processo de
ensino-aprendizagem, j que depende da capacidade do profissional
docente.
d) tendncia padronizao, j que o contedo provm do conhecimento
cientfico impossibilitando construes em nvel regional.
QUESTO 27
Duas questes importantes e que exigem escolhas se colocam na
concepo de disciplina escolar: transmisso de contedo ou produo do
conhecimento? Ao longo do tempo, essa noo vai variar e influenciar
o modo de se pensar e de se ensinar a Histria. As escolhas dependem
essencialmente:
a) de um complexo sistema de valores e de interesses prprios da
Escola e do papel desempenhado por ela na sociedade.
b) dos objetivos das cincias de referncia (conhecimento
cientfico) que vo moldando a produo historiogrfica.
c) da opo por mtodos de ensino-aprendizagem, que valorizam mais
ou menos o conhecimento cientfico.
d) das relaes que se estabelecem no espao escolar entre
professores e alunos, e entre alunos e alunos.
QUESTO 28
Bittencourt (2004) tem uma preocupao importante em denunciar o
carter ideolgico da disciplina e a forma pela qual o poder
institucional manipula ou tem o poder de manipular o ensino,
submetendo-o aos interesses de determinados setores da sociedade
(p. 59). Todos os exemplos citados abaixo ilustram esse carter
ideolgico da disciplina Histria e sua manipulao. EXCETO:
a) Mtodo de memorizao: estudar Histria significava saber dcor
(decorado) os nomes e os fatos com suas datas e os acontecimentos
principais exatamente como ensinado nos livros e/ou pelo
professor.
b) Reinterpretao de smbolos nacionais: as cores da bandeira do
Brasil foram ensinadas com sentido de re-valorizar ou de
desvalorizar a existncia de um passado monrquico durante o sculo
XIX no pas.
c) Definio dos sujeitos histricos: o tema da Reforma Agrria pode
levar a eleio de bandidos ou mocinhos, dependendo da conduo do
profissional da educao, material didtico ou diretriz
curricular.
d) Seleo de contedos e temas: a introduo ou excluso de temas
durante o Regime de Exceo no Brasil (1964-85) servia aos princpios
de formao de uma conscincia crtica e desenvolvimento em reas
estratgicas.
QUESTO 29
Rzinha, no vers buraco algum como esteAma, com orgulho, o buraco
em que nasceste...
(trecho extrado do texto o Pintassilgo e as Rs, em ALVES,
Rubens. Histrias de bichos. 11ed. So Paulo: Edies Loyola, 2001.
p.27-33)
Nesse trecho, parodiando a poesia de exaltao da ptria de Olavo
Bilac, Rubem Alves cita o que as rzinhas, cujos antepassados haviam
cado em um buraco e de l no conseguiram mais sair, aprendiam a
recitar na escola. Para essas rs, o mundo que exaltavam no poema
era um cilindro oco e profundo, onde a gua, a terra e o ar se
combinavam para formar tudo o que existia. Assim, as novas geraes
aprendiam como era o mundo real, comprovado pela cincia, seguindo
novos princpios pedaggicos e currculos adequados realidade.
Pensando no ensino de Histria, podemos afirmar corretamente que as
rzinhas seguiam um modelo de ensino de Histria muito semelhante ao
modelo brasileiro por que:
a) o mtodo era baseado no conhecimento cientfico da Histria
universal na sua totalidade e completude, incluindo tambm
acontecimentos nacionais.
b) a poesia era um exerccio de memorizao til principalmente
diante da inexistncia de livros organizados para ensino da
disciplina no Brasil.
c) o ato de saber Histria era citar nomes, datas, heris e
grandes e acontecimentos sem preocupao com a formao cvica do aluno
brasileiro.
d) a finalidade era de uma memorizao histrica por meio da
utilizao de estratgias pedaggicas que envolviam msica, poesia,
teatro, desfiles, etc.
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QUESTO 30
Nos anos 1990, a reconfigurao mundial gerou um movimento de
reformulaes curriculares. Todas as afirmativas abaixo associam
corretamente as transformaes externas com as propostas curriculares
no Brasil. EXCETO:
a) Dinamismo e possibilidades mltiplas de escolha das novas
geraes alterao nas estruturas curriculares, tornando os conceitos
histricos mais distantes da abstrao.
b) Desafios sociedade que passa a viver segundo a lgica do
mercado currculos que atendam necessidade de domnios cada vez mais
amplos do conhecimento.
c) Impactos nos modos de vida com a ampliao do consumo utilizao
de tecnologias para identificao das novas geraes pertencentes
cultura das mdias com a Escola.
d) Inovaes aceleradas das ferramentas tecnolgicas produo de uma
sociedade do conhecimento sob influncia dos paradigmas
internacionais em que o aluno sujeito.
QUESTO 31
O processo de democratizao brasileiro, culminando com a
promulgao da Constituio de 1988, legitimou a importncia da Educao
para a formao da cidadania e garantiu, na forma da Lei, o acesso
Educao Bsica a todos os cidados brasileiros. O resultado direto das
polticas de Educao levou a uma ampliao do nmero de escolas e de
atendimento de grupos que, at ento, ficavam excludos do mundo
escolar. As crticas das mudanas no senso comum recaram sobre a
Escola e se consolidam principalmente em dois pontos, a saber:
gerou a perda da qualidade do ensino e deixou de priorizar o ensino
do que era considerado realmente importante. Marque a afirmativa
que explicita CORRETAMENTE os princpios das reformulaes
curriculares realizadas no pas:
a) Estabeleceu novas referncias curriculares que exigiam adequar
o contedo aos grupos at ento excludos e que no traziam o arcabouo
cultural, selecionado pela cultura dominante, dos conhecimentos do
mundo cientfico que circulavam dentro da Escola.
b) Abriu-se comunidade que passou a trazer suas expectativas
para a Escola e a participar das escolhas do que deveria ser
ensinado, cabendo ao professor, transformar essas escolhas em
sistemas, mtodos e estratgias de aprendizagem eficazes.
c) Buscou refletir sobre a finalidade da educao que se pautava
no atendimento s camadas populares, com enfoques voltados para uma
formao poltica que pressupunha o fortalecimento da participao de
todos os setores sociais no processo democrtico.
d) Introduziu novos saberes dos grupos at ento excludos da
cultura coletiva, com trabalhos para diversidade que legitimavam o
saber do outro, ao criar a obrigatoriedade de realizar
eventos/festas de origem africanas e indgenas no mbito
institucional.
QUESTO 32
Hoje, tudo muda a toda hora, tornando difcil a sobrevivncia dos
homens que constituram hbitos, costumes, tradies e que resistem a
formas diferentes de vida. (THEODORO, Janice. Educao para um mundo
em transformao. In. KARNAL, Leandro (org.). Histria na sala de
aula. So Paulo: Contexto, 2007. P. 49).
Janice Theodoro discute o conceito de mudana e expe que essa
constante mudana na vida contempornea leva aos desafios de conviver
com a crise dos modelos e de encontrar solues. Ela defende que o
caminho para lidar com essa realidade aprender a pensar. Como se
aprende a pensar em Histria? Marque a alternativa CORRETA:
a) contemplando os fatos histricos singulares e elaborando novas
teorias.
b) a partir da observao e do conhecimento para problematizar a
realidade.
c) no dilogo novo/antigo, buscando no passado respostas para o
presente.
d) com a adoo de mtodos com objetividade na compreenso do
universo.
QUESTO 33
Janice Theodoro, com sua preocupao em lidar com a mudana e com o
aprendizado para resoluo de situaes-problema, aponta habilidades
importantes e fundamentais do ensino de Histria. Marque a
habilidade que, como explicitada abaixo, est INCORRETA:
a) COMPARAR perceber as relaes que se estabelecem entre grupos e
sociedades em diferentes tempos e espaos.
b) RELACIONAR compreender as diferenas por associao,
contextualizar essas diferenas para definir modelos para
anlise.
c) IDENTIFICAR repetir modelos j existentes para estabelecer
conceitos e, a partir da, conhecer os fatos com subjetividade.
d) TRADUZIR analisar os procedimentos de conhecimento do mundo
para percepo dos diferentes fenmenos histricos.
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QUESTO 34
Uma das categorias centrais do conhecimento histrico o tempo.
Sobre Tempo Histrico CORRETO afirmar:
a) Est vinculado percepo da contagem de tempo sem a ordenao dos
acontecimentos, permitindo, no estudo das sociedades, a organizao e
a sensao de descontinuidade.
b) Na Histria o norteador para a organizao dos grandes perodos
histricos e serve como a principal forma de diferenciar e avaliar
as grandes civilizaes humanas que j existiram.
c) Traz a noo do antes e do depois, de gerao e durao e,
portanto, em Histria, abandona-se o tempo da vivncia, o tempo
psicolgico, para objetivar o tempo cronolgico.
d) O Tempo na Histria um produto cultural forjado pelas
necessidades concretas das sociedades, historicamente situadas,
conjunto das representaes das vivncias humanas.
QUESTO 35
Todo conhecimento e aprendizado histrico necessitam da delimitao
no tempo e no espao. No ensino da Histria, a problematizao do espao
um importante ponto da Histria Local que:
a) estabelece relaes espaciais singulares explicitando para o
aluno o lugar que ele, enquanto aprendiz, ocupa nos grandes
acontecimentos histricos.
b) busca inserir as aes de pessoas comuns na constituio histrica
sem que isso seja, de fato, considerado como conhecimento, mas
parte do social.
c) aproxima o aluno da produo do conhecimento, a partir da noo
do mais prximo e estabelecendo articulaes constantes com o nacional
e o geral.
d) desvincula o aluno de temas da Histria Universal, valorizando
a construo de identidades em detrimento ao envolvimento politizado
da Histria.
QUESTO 36
O saber disciplinar dos professores determina a seleo e a
abordagem dos contedos histricos. Esse saber disciplinar tem relao
direta com a produo historiogrfica. Abaixo esto listados trechos de
autores
e sua correta associao com a concepo de histria advinda da
tendncia historiogrfica, EXCETO:
a) Eram, porm, as resolues tomadas pelas Cortes que careciam com
urgncia de ser prevenidas, antes que chegassem oficialmente. (...)
E, inspirado pelo gnio da glria, que anos depois, no prprio
Portugal, lhe havia de ser outras vezes to propcio, no tardou nem
mais um instante: e passou a lanar, dessa mesma provncia que depois
conceituava de agradvel e encantadora, dali mesmo, do meio daquelas
virgens campinas, vizinhas da primitiva Piratininga de Joo Ramalho,
o brado resoluto de Independncia ou Morte. (Francisco Adolfo de
Varnhagen). HISTRIA NARRATIVA / HISTORICISMO
b) A primeira constatao que se faz que os tipos de mortalha ou
de roupa funerria variavam bastante. Havia mortalhas brancas,
pretas, coloridas, vermelhas. Havia mortalhas que imitavam roupas
de santos, como a franciscana, as de vrias invocaes de Nossa
Senhora, as de so Joo, so Miguel, so Domingos, santo Agostinho,
santa Rita, santa ngela. Os padres se enterravam de batina, os
soldados fardados, muitas pessoas com os hbitos de suas confrarias.
Um senhor foi enterrado vestido de casaca e um menino de nove anos
de farda escolar. (Joo Jos Reis). HISTRIA SOCIAL / ESCOLA DOS
ANNALES
c) A escravido americana no se filia, no sentido histrico, a
nenhuma das formas de trabalho servil que vm, na civilizao
ocidental, do mundo antigo ou dos sculos que o seguem; ela deriva
de uma ordem de acontecimentos que se inaugura no sc. XV com os
grandes descobrimentos ultramarinos, e pertence inteiramente a ela.
J notei acima, incidentemente, que o trabalho servil, tendo
atingido no mundo antigo propores considerveis, declinara em
seguida, atenuando-se neste seu derivado que foi o servo da gleba,
para afinal se extinguir por completo em quase toda a civilizao
ocidental. (Caio Prado Jr.). HISTRIA ECONMICA / MARXISMO
d) O projeto europeu est plenamente inserido no processo de
mundializao, e busca, sobretudo, estabelecer uma integrao
transatlntica econmica e financeira em estreita parceria com os
Estados Unidos. Essa Europa euro-americana refora o modelo
capitalista neoliberal anglo-saxo. Cerceando progressivamente os
poderes dos Estados-naes europeus, a Unio Europia, desde sua
origem, prepara o advento de um espao de governana, onde a
democracia esvaziada de sua substncia, j que a tecnoestrutura
institucional europia no organiza uma transferncia de soberania do
Estado para um super-Estado, mas dilui toda soberania na gesto
racional dos homens e das coisas. (Julien Prevotaux). PRESENTE COMO
HISTRIA / HISTRIA DO TEMPO PRESENTE / HISTRIA IMEDIATA.
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QUESTO 37
Segundo Jos Alves de Freitas Neto a fragmentao dos contedos, dos
horrios e da estrutura burocrtica das escolas dificultou o aspecto
investigativo e explorador da realidade que cerca o estudante e o
professor (2007, p. 58) e a transversalidade apresenta-se como uma
proposta que vai alm dessa fragmentao dos contedos e disciplinas.
Sobre transversalidade e prticas interdisciplinares, todas as
afirmativas esto corretas. EXCETO:
a) Requer uma nova concepo das disciplinas dentro da Escola como
uma mudana da abordagem onde o centro de todo o processo prevalece
nos professores, conjuntamente, para definir o que o aluno deve, de
fato, entender e aprender diante das realidades vivenciadas.
b) Tem suas diretrizes explicitadas nos Parmetros curriculares
Nacionais (PCNs) com apresentao de grandes temas para serem
desenvolvidos nas diversas disciplinas como uma elaborao final em
comum que dialogue com os contedos prprios de cada uma delas.
c) So estabelecidos como objetivos ao final das disciplinas,
dirigindo o trabalho de construo, aproximando-as do cotidiano dos
alunos e voltadas para atender a relao entre as teorias construdas
com as expectativas, realidades e necessidades dos prprios
alunos.
d) Exige do profissional da educao um aprofundamento do seu
campo especfico de conhecimento porque construo, tratando o
contedo, ao mesmo tempo em que desencadeia um trabalho metodolgico
e dialogado conjunto com outras reas do conhecimento.
QUESTO 38
Observe a planta de Belo Horizonte e o trecho de Yonne Grossi
sobre a construo da cidade:
A natureza unitria e geomtrica desse espao, tramado pela moderna
racionalidade positivista da poca, explicita o regime, legitimando
o Estado de Minas que, por sua vez, se corporifica na Liberdade. A
ordem simblica efetivar a sntese das instncias poltica e econmica,
atravs daquela topografia imaginria, cuja proposta parece
extrapolar o visvel e imediato da proposta urbanstica. GROSSI,
Yonne de Souza. Belo Horizonte: qual plis. In: Cadernos de Histria.
Belo Horizonte: PUC Minas, out./1997. p.p. 12-24 (V.2/N.3).
As lembranas do passado so construdas e re-construdas, definidas
e re-definidas e cristalizadas no Patrimnio Cultural de uma
sociedade. A lembrana, muito tempo depois, trabalhada como memria.
A imagem e o trecho acima dizem respeito cidade de Belo Horizonte
como monumento e podemos afirmar CORRETAMENTE que:
a) A cidade, como monumento, tambm consolida a memria coletiva
como monumento vivo que traduz, na sua estrutura e construes,
desejos e vises de uma sociedade em uma determinada poca.
b) Pensar a construo de Belo Horizonte pensar na Comisso
Construtora e tambm nos operrios, tendo em mente, no ensino, a
escolha de que papis devem figurar na constituio da memria
coletiva.
c) A noo de concretude do passado, ou seja, da percepo de que a
construo da cidade e seu planejamento existiram tratada pela
disciplina histrica para impor aquele modo de vida em nosso
tempo.
d) A construo da cidade foi considerada registro de um momento
da sociedade que importante lembrar porque concretiza o real,
aquilo que era exatamente o passado da cidade de Belo
Horizonte.
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Caderno 03 ]
QUESTO 39
quase impossvel falar da frica no singular, de uma s frica no
Brasil: so muitas as origens, as trajetrias, as culturas. (Mnica
Lima). Sobre os princpios que norteiam o estudo de Histria e
Cultura da frica (e tambm indgena) na Educao Bsica, todas as
afirmativas esto corretas. EXCETO:
a) Volta-se para a discusso de preconceitos etnocntricos, de
olhar um povo ou etnia com os valores de um outro povo,
considerando numa situao de superioridade e inferioridade.
b) Veio pela atualidade da Histria imediata para se pensar a
integrao existente hoje no mundo globalizado ao estudar outros
pases importantes pela sua relao comercial com o Brasil.
c) Responde a uma necessria reparao histrica de grupos relegados
em escala inferior na memria e que ganham espao de estudo e de
composio na construo da identidade nacional
d) Abre discusso importante sobre desigualdade e excluso no
Brasil, traduzindo em cor as diferenas e assinalando a fratura
ainda exposta da desigualdade tnico-racial brasileira.
QUESTO 40
Observe a charge de Ziraldo, publicada no Jornal do Brasil em
1975:
A utilizao de novas linguagens no ensino da Histria faz parte
das transformaes paradigmticas da Educao. Sobre os seus princpios,
a partir da anlise da charge acima, podemos afirmar
CORRETAMENTE:
a) preciso situar historicamente cada fenmeno, o regime militar,
como um elefante, massacrou as massas menos favorecidas
representadas pela formiga como sujeitos diferentes que vivenciaram
um mesmo tempo.
b) A charge abre a discusso dos fenmenos, no caso, para quem
estuda fica explicitado como o processo de distenso e AI-5 eram to
difceis de conciliar quanto o casamento de uma formiguinha com um
elefante.
c) Elefante representa no imaginrio a Fora, ao problematizar os
acontecimentos da Ditadura Militar no pas se ilustra o uso da fora
militar como uma estrutura historicamente significativa de
poder.
d) O uso da charge serve como ilustrao da existncia de um
passado, olhando o elefante e a formiga, mediados pelo
juiz/governo, podemos comprovar historicamente que aquele momento
realmente existiu.
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Caderno 03 ]
REDAO
NA PROVA DE REDAO, DEVEM SER OBSERVADOS OS SEGUINTES ITENS:
1. No assine o texto escrito e nem deixe pistas de identificao,
caso isso ocorra, a prova escrita ser anulada;
2. Somente sero corrigidas as redaes escritas com caneta
esferogrfica azul ou preta;
3. No ser permitido o uso de lpis borracha ou corretivo de
texto;
4. Produza o texto nos padres da modalidade escrita da lngua e
do gnero textual correspondente ao comando da prova;
5. Neste caderno, consta um espao para rascunho da redao;
6. No sero distribudas folhas suplementares para rascunho nem
para textos definitivos;
7. A Folha de Redao Definitiva no pode ser utilizada no
verso;
8. A redao deve apresentar ttulo;
9. No ser corrigida, por motivos bvios, redao com letra
ilegvel;
10. A escrita deve ser contnua, sem linhas em branco, nem mesmo
para separar pargrafos;
11. Caso utilize a folha de rascunho, o texto definitivo deve
ser transcrito no impresso prprio.
TODOS DE OLHO NO PROFESSORO X DA QUESTO
Para que a avaliao docente ajude a ensinar melhor, preciso
desenvolver um sistema que v
alm da aplicao de provas.
Avaliar, avaliar, avaliar. De alguns anos para c, a prtica tem
se tornado um tema recorrente no mundo da Educao. Pases criam
complexos sistemas de medio, juntas de especialistas estabelecem
padres e faixas de
desempenho, organismos internacionais desenvolvem testes para
comparar resultados em todo o mundo. No Brasil, uma das novidades
foi a instituio de um Exame Nacional de Ingresso na Carreira
Docente. Previsto para ser aplicado a partir de 2011, vai medir os
conhecimentos dos que querem se dedicar ao Magistrio. O atrativo
grande: municpios e estados podem aderir iniciativa, considerando-a
um componente da nota dos concursos ou mesmo substituta dela.
A ideia interessante. No incio da docncia, a avaliao fundamental
para verificar se o candidato cumpre os requisitos de entrada na
profisso. Durante a carreira, ajuda a indicar o que est bom e,
principalmente, o que deve ser aperfeioado. Mas no basta aplicar
uma prova e achar que o problema est resolvido. Se desejamos que o
processo ajude o docente a ensinar melhor, preciso dar um passo
atrs e perguntar: o que mesmo que estamos avaliando? A resposta
requer reflexo sobre o que significa ser um bom professor. aquele
cujos alunos s tiram dez? O que tem uma formao recheada de cursos?
Quem se d bem com colegas e funcionrios? Ou tudo isso junto (e
muito mais)? Para produzir os Referenciais para o Exame Nacional de
Ingresso na Carreira Docente, o Ministrio da Educao (MEC) compilou
pesquisas de padres docentes em sete pases. Chegou a uma lista com
20 caractersticas do perfil do professor ideal.
VALE POR 20
Ao fazer um apanhado das caractersticas de bons professores, o
MEC reconhece que nem todos podem ser avaliados por provas.
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Caderno 03 ]
O PERFIL DO DOCENTE IDEAL
1 Domina os contedos curriculares das disciplinas.
2 Tem conscincia das caractersticas de desenvolvimento dos
alunos.
3 Conhece as didticas das disciplinas.
4 Domina as diretrizes curriculares das disciplinas.
5 Organiza os objetivos e contedos de maneira coerente com o
currculo, o desenvolvimento dos estudantes e seu nvel de
aprendizagem.
6 Seleciona recursos de acordo com os objetivos de aprendizagem
e as caractersticas de seus alunos.
7 Escolhe estratgias de avaliao coerentes com os objetivos de
aprendizagem.
8 Estabelece um clima favorvel para a aprendizagem.
9 Manifesta altas expectativas em relao s possibilidades de
aprendizagem de todos.
10 Institui e mantm normas de convivncia em sala.
11 Demonstra e promove atitudes e comportamentos positivos.
12 Comunica-se efetivamente com os pais de alunos.
13 Aplica estratgias de ensino desafiante.
14 Utiliza mtodos e procedimentos que promovem o desenvolvimento
do pensamento autnomo.
15 Otimiza o tempo disponvel para o ensino.
16 Avalia e monitora a compreenso dos contedos.
17 Busca aprimorar seu trabalho constantemente com base na
reflexo sistemtica, na autoavaliao e no estudo.
18 Trabalha em equipe.
19 Possui informao atualizada sobre as responsabilidades de sua
profisso.
20 Conhece o sistema educacional e polticas vigentes.
FONTE - REFERNCIAIS PARA O EXAME NACIONAL DE
INGRESSO NA CARREIRA DOCENTE DOCUMENTO PARA CONSULTA PBLICA,
MEC/INPEP.
RATIER, Rodrigo. Todos de olho no professor. Revista Nova
Escola, n. 237, p. 24-26, nov. 2010.
Com base na leitura dos textos motivadores, nos conhecimentos
construdos ao longo de sua formao e da sua prtica profissional,
redija um texto dissertativo-argumentativo em norma culta escrita
da lngua portuguesa sobre o tema:
O X DA QUESTO: AVALIAO DOCENTE E PLANO DE CARREIRA
DEVEM CAMINHAR JUNTOS.