-
Por vezes, temo-nos questionado sobre os objectivos atingidos
pela
APCCL, criada em 2006, principalmente nos momentos menos
bons, no entanto, olhando para trs e vendo o que j foi feito,
no
difcil concluir que a Associao hoje uma instituio indispens-
vel defesa, preservao e divulgao do Co de Castro Laboreiro.
Este boletim , pois mais uma paridura desta gente,
comprometida
pelo adiamento da extino do Co de Castro Laboreiro. Apesar
de
tudo, queramos scios mais participativos e mais interessados
nos
assuntos da Associao, quer seja nas Assembleias Gerais, quer
seja na escrita de opinies no espaos informativos da APCCL:
Site e no Facebook . deveras importante continuar a
desenvolver
dinmicas de divulgao do Co e de alguma forma chamar os
scios discusso e participao no futuro da raa. Esperemos que
2011 seja um ano de optimismo para a raa, e que os
objectivos
associativos traados: Monogrfica, Concurso Tradicional,
Congres-
so e presena em Eventos, sejam um sucesso. (Amrico
Rodrigues)
Editorial
- Tamanho e peso do Co de Castro Laboreiro - Rui Viveiros
Nos artigos sobre o co de Castro Laboreiro que tenho vindo a
apre-
sentar, procuro basear-me em dados e factos objectivos, como
os
estales aprovados ao longo do tempo, trabalhos efectuados, o
con-
tacto pessoal com a raa e a experincia adquirida como criador.
O
assunto em questo, tamanho e peso do co de castro Laboreiro,
Propriedade: APCCL
Castro Laboreiro, 28-02-2011 Boletim Informativo N1
Associao Portuguesa do Co
de Castro Laboreiro
Ttulos
Tamanho e Peso do CCL
O CCL na Alemanha
Displasia da Anca
A diminuio dos pequenos ruminantes e o CCL
Situao actual do CCl e perspectivas futuras
Notas histricas - CCL
Nesta edio:
Rui Viveiros 1 Michael Pommerenke 9 Eva Marques 16Antnio Afonso
17 Amrico Rodrigues 20
Editorial 1
-
polmicas que ainda teimam em persistir. Por norma na vida reajo
com prudncia e distncia perante os detento-res da verdade, os quais
nunca tm dvidas e as suas verdades so dogmas inquestionveis. Como
criador aprendi, nestes anos, a conviver com a diversidade
exis-tente na raa do co de Castro de Laboreiro, e aquilo que para
alguns parece ser uma fragilidade da raa, a existncia de exemplares
mais ligeiros e mais lupides e a existncia de exemplares mais
fortes e pesados e mais amastinados, na minha opinio um potencial
de esperana na recuperao, rusticidade e vigor da raa.
A elaborao do primeiro estalo da raa, em 1935, um marco
importante na tipificao da raa. Naturalmente que a amostragem dos
ces analisados e avaliados pelo Prof. Dr. Manuel Marques, ter sido
nessa data, condicionada pela sua dificuldade de mobilidade que
origi-nou a que fossem essencialmente observados exemplares
existentes na Vila de Castro Laboreiro e zonas prximas, e em n
reduzido.
No esquecer ainda que se estava no ano de 1935, vivendo Portugal
e a generalidade das gentes castrejas com grandes dificuldades
econ-micas, que se conjugavam com as dificuldades de Espanha e da
Gali-za j em perodo de pr guerra civil (1936-1939).
Todavia, no obstante os condicionalismos que possam ter
ocorrido, a elaborao do estalo de 1935 um ponto de partida
incontornvel para a raa. Neste documento referido pelo Prof. Dr.
Manuel Marques que a cor-pulncia do co de castro Laboreiro est
acima da das raas caninas mdias (pg. 4), sendo de 30-40 Kg para os
machos e 20-30 Kg para as fmeas e a altura ao garrote nos machos de
60 cm e nas fmeas de 56 cm (pg. 4 e 5).
Na nota (1), pg. 19, est escrito que so tolerveis diferenas na
altu-ra ao garrote de mais 5 cm ou menos de 3 cm nos machos, e de
mais 4 cm e menos de 2 cm nas fmeas.
Em concluso e em concreto:
o estalo de 1935 definia o co de castro Laboreiro como um co de
corpulncia acima da das raas caninas mdias, e em que os machos
podiam variar na altura ao garrote, entre limite inferior e limite
superior, entre 57 cm e 65 cm, e as fmeas entre 54 cm e 60 cm. O
peso dos machos podia variar entre 30-40 kg e as fmeas entre 20-30
Kg.
Como criador
aprendi, nestes
anos, a conviver
com a diversidade
existente na raa
do co de Castro
de Laboreiro
Pgina 2
Associao Portuguesa do Co de Castro Laboreiro
-
Com a alterao do estalo da raa ocorrida em 1955 foram defini-das
como limites da altura ao garrote, os valores de 56 cm a 60 cm,
sendo eliminadas as referncias s tolerncias fixadas no estalo de
1935.
Os pesos mantiveram os valores do estalo de 1935. No penltimo
estalo em vigor (1987), foram definidos para a altura ao garrote os
seguintes limites: machos 55-60 cm; fmeas 52-57 cm. Naturalmente
que aprovao destes estales, em particular de 1955 at aprovao do
actual estalo, em 2008 e a homologa-o deste pela FCI em Maro de
2009, visaram objectivamente uma tipologia do CCL conducente
formatao de um co mais ligeiro, mais lupide e de tamanho mdio.
Existem registos de mensuraes de ces de Castro Laboreiro
participantes em concursos tradicionais da raa realizados no lti-mo
sculo no solar de Castro Laboreiro que assinalam a presena de
exemplares bem mais fortes, pesados e amastinados que os modelos
mencionados nos estales oficiais, o que deu origem a diferenas
morfolgicas efectivas entre ces de castro Laboreiro criados e
seleccionados no solar e outros criados e seleccionados nos canis
de alguns criadores.
Citando de novo o trabalho e estudo sobre O co de castro
Labo-reiro e alguns dos seus aspectos biomtricos e morfolgicos,
constante do Relatrio de Estgio da Licenciatura em Engenharia
Zootcnica, de Eva Elisabete Correia Marques, Universidade de
Trs-os-Montes e Alto Douro, Vila Real, 1998, verifica-se que da
amostra de 63 diferentes ces de castro laboreiro, uma esmagado-ra
maioria dos exemplares estudados, tanto machos como fmeas estava
fora dos estales oficiais de 1935, 1955 e 1987, o que era muito
elucidativo da situao ento existente. Neste estudo foram registadas
algumas alturas ao garrote significativas tanto de machos (Piloto
Ramon 70 cm; Salazar 65,1cm; Tarzan 64,9 cm; Celta 67,2 cm; Fidel
70,9 cm; Thor 69,3 cm; Maks 63,2 cm), como de fmeas (Ceila 64 cm,
Ticha 65 cm; Furna 65,3 cm; Tuka 65 cm; Faia 65,5 cm; Luluta 64,5
cm, Turca 64,6 cm; Jia 63,6 cm; Pantufa 65,3 cm; Babel 63 cm; Laica
62,8 cm).
no solar de
Castro Laboreiro
que assinalam a
presena de
exemplares bem
mais fortes,
pesados e
amastinados
Pgina 3
Boletim Informativo N1
-
Estes nmeros, alguns dos quais referentes a ces de referncia da
raa, falam por si e mostram o paradoxo existente na poca.
A alterao do estalo de 1987 e a aprovao pela Assembleia Geral do
CPC, em 2005, de uma nova proposta de estalo do co de castro
Laboreiro, visou corrigir alguns aspectos do anterior estalo.
O novo estalo do co de castro laboreiro, homologado pela
Federa-o Cinolgica Internacional (FCI) em Maro de 2009, aprovou as
seguintes novas medidas e pesos:
ALTURA E PESO:
Altura ao garrote: Machos: 58-64 cm (tolerncia de + 2 cm)
Fmeas: 55-61 cm (tolerncia de + 2 cm)
Peso: Machos: 30-40 Kg
Fmeas: 25-35 Kg
Constata-se assim que este novo estalo em comparao com o
ante-rior (1987) aumenta o limite superior da altura ao garrote dos
machos e fmeas em 6 cm..
As diferenas do actual estalo em comparao com o primeiro esta-lo
da raa (1935) elaborado h 74 anos, so bem mais reduzidas.
Apenas mais 1 cm na altura ao garrote dos machos e 3 cm na
altura ao garrote das fmeas.
Comparando as medidas registadas no estudo da Eva Marques,
algu-mas j aqui citadas, continua-se a verificar que um n
significativo de exemplares estaria ainda fora do actual estalo,
continuando segura-mente alguns dos seus actuais descendentes tambm
a estarem fora do estalo oficial.
Refira-se que os pesos dos machos mantm-se inalterados
(30-40Kgs), apesar do aumento potencial de 6cm na altura ao
garrote.
Certamente que exemplares no limite superior da altura ao
garrote ultrapassaro os 40 kgs de peso.
O peso das fmeas passa para 25-35 Kgs, aumentando 5 kg nos
limi-tes inferior e superior, havendo tambm certamente um n
significativo de fmeas com peso superior a 35 kgs.
No estudo de Eva Marques de 1998, 11 das 45 fmeas observadas
(cerca de 24%) ainda estariam fora do actual estalo de 2009.
Apresento, de seguida algumas fotos de exemplares das linhas
tradi-cionais do solar de Castro Laboreiro:
Apenas mais 1
cm na altura ao
garrote dos
machos e 3 cm
na altura ao
garrote das
fmeas
Pgina 4
Associao Portuguesa do Co de Castro Laboreiro
-
Fotos cedidas gentilmente por Pedro Jlio Santa Rita
Pgina 5
Boletim Informativo N1
-
PILOTO RAMON proprietrio Sr. Manuel Esteves, de Queimadelo
Foto cedida gentilmente por Pedro Jlio Santa Rita
Foto : Amrico Rodrigues
Pgina 6
Associao Portuguesa do Co de Castro Laboreiro
-
MAKS proprietrio Sr. Jos Gonalves
Foto : Amrico Rodrigues
Foto : Amrico Rodrigues
Pgina 7
Boletim Informativo N1
-
DICK com 14 anos proprietria Sra Maria Enes Foto : Amrico
Rodrigues
Por tudo o que j referi anteriormente, e com base nos dados
objectivos apresentados, haver necessidade de adequar o estalo da
raa aos ces de Castro Laboreiro existentes e no o contrrio, como
pretendem certos agentes da canicultura para os quais o que h a
fazer procurar adequar os ces ao estalo definido de forma
administrativa e de acordo com os seus prprios critrios
estticos.
Rui Alberto da Costa Viveiros
Pgina 8
Associao Portuguesa do Co de Castro Laboreiro
Chula dos Montes Laboreiro
-
Why a Castro Laboreiro? (Michael Pommerenke from germany) -
Escrito em Portugus por MP
Cada vez h mais pessoas na Alemanha e nos paises vizinhos que
conhecem o CL e estimam as suas qualidades. Conforme a exigncia de
perfil, uma vez como co integrado na famlia e outra vez como co de
guarda ou co de trabalho. Pois claro, que pergunta-se, o que to
especial nesta raa portuguesa? Parece com um Labrador , um bocado
mais grande, mas, comparando o seu comportamento, esses duas raas
so muito diferentes. O que que a gente estima neste co, por qual
eles decidem e quais os motivos, que podem ser muito diferentes.
Talvez as opinies e as experincias dos donos para ajudarem a
perceber melhor este situao.
Entrevista com a Signora Helly Appel, como ela chegou um CCL
(DEUSA Campo do Lis) e quais so as experiencias que ela at o
momento consegiu fazer com este co. Helly Appel tem 17 anos de
idade, e ela mora perto de Wrzburg. Helen Apel and Deusa
na Alemanha e
os paises
vizinhos
conhecem o CL
e comeam a
estimar as
qualidades dele
Pgina 9
Boletim Informativo N1
-
(M) Como tu chegaste at um CCL?
(HA) Eu chegei a este animal atravs dum anncio no jornal. Eu
achei o nome do site de Michael e assim eu entrei em contacto.
(M) Quais eram as tuas ideias, expectativas e imaginaes a
respeito deste co?
(HA) Nos tinhamos uma pequena casa rural (stio) com galinhas e
em redor existem muitos coelhos e pequenas coras. Nos queramos um
co que no teria um instinto de caa muito forte.
(M) Em primeiro lugar: Quais eram teus motivos (para ter este
co) e quais eram as tuas dvidas a respeito do animal?
(HA)Eu estava com medo que ela ia no me reconhecer como dono
dela mais sim mais o meu pai e meu irmo ou pessoa qualquer da
familia.
(M) Como foi o processo da escolha do co, como tu decreves o
primeiro encontro entre ns, e como tu descreves o primeiro contacto
com a minha CCL Indra?
(HA) Bem, nos demos um passeio, como deves te lembrar, e tu me
contastes muito sobre o co e a raa. A Indra certamente um co
muitissimo bom, e quando nos chegamos em casa eu estava certa: esta
a raa que eu quero.
(M) Como tu te sentistes quando foi claro quais dos chachorros
seria teu?
(HA) Eu estava realmente feliz que chegou o momente de ter um e
ainda mais por causa da qualidade do chachorro escolhido. Nao seria
capaz de imaginar um co melhor para mim.
(M) Na tua lembrana atual, como foi o teu primeiro encontro com
a DEUSA?
(HA) Foi bem tarde de noite quando eu e Michael nos encontrvamos
no aeroporto de Frankfurt. Eu estava um pouco nervosa como o co
seria..
(M) E como foi depois da entrega?
(HA) Foi entre uma e duas horas da noite. Eu e a Deusa estavamas
brincando ainda um pouco e depois eu e ela fomos dormir na parte de
traz do carro at chegar em casa.
(M) Quando tempo demorou at ela estar treinada?
(HA) Deusa tinha 3 meses de idade e ja estava treinada.
(M) Como tu vivestes teu primeiro tempo com o CCL?
Ns queramos
um co que no
teria um
instincto de
caa muito
forte.
Pgina 10
Associao Portuguesa
-
Michael with Indra
HA) Nas primeiras semanas tudo foi um pouco confuso, eu e ela
precisavamos nos acostumar uma a outra, o ambiente era totalmente
novo para ela e as pessoas tambms. Mais ela se integrou na verdade
rapidamente.
(M) Existe algo que te irritou ou ainda te irrita?
(HA) Eu no diria que irritao fosse a palavra certa. Occorreu um
processo de integrao social. Isto foi para mim algo absolutamente
novo. Mas eu quero um co absolutamente no tenso no final. E isto
deu um certo trabalho .
(M) E hoje : Existem agora outras espectativas para com o co
comparados `s expectativas que tu estavas tendo antes da vida real
com o seu co? Tu ficastes desapontada ou o co superou todas as suas
espectativas?
(HA) Para mim no existe outro co no ser CCL. Ele pefeito para
mim.
(EB) A respeito da minha fmea da raa CCL, Lotte: A gentica de co
de funo pastor predominam na minha Lotte das Bouas. Tenho na minha
propriedade um potro de 4 semanas de idade, o mesmo que j precisa
permanecer na pastagem dos cavallos. Infelizmente estes potros
adoram comer areia do cho quando ainda nao tem vegetao, fato
que pode causar clicas intestinais que podem levar morte. o caso
deste animal. Eu estava observando toda a pastagem dos cavallos
junto com a minha Lotte que estava deitada como sempre na minha
frente. Neste momento o potro queria comer areia. Eu dei um grito
para assustar o potro. A Lotte entendeu e correu feito um raio na
direcco do potro e o fez sair da parte do campo com areia. Eu
achava que isto seria um comportamento por acaso. Por isto repeti 4
vezes o exerccio e Lotte fez sempre o mesmo. Eu nunca fiz um
adestramento deste tipo.
O animal sabe ler pensamentos. Dar um passeio com a Lotte no bem
possivel, pois ela foge e pode tardar depois de uns 20 minutos, e
totalmente contra o comportamento normal dela nesta situaco ela no
atende as minhas chamadas. Ela volta casa tomando outro
caminho..atravs das pastagens dos cavallos para.... o co no importa
coisa nehuma quanta voltagem os arrames de proteo apresentam..pois
parece que ela precisa tomar conta da propriedade inteira , sendo
esta a ara que ela tem a proteger.
(YN)Eu fao um trabalho de adestramento com o co CCL-macho base
de recompensas com pequenos petiscos e atitudes afirmativas. O
adestramento com o Klicker nao faz o co reagir, ele no reage ao
ruidos. Minha adestradora de ces tambm afirmou que ele no reage ao
Klicker, mas sim ao mtodo que trabalha com recompensas e atitudes
afirmativas.
Pgina 11
Boletim Informativo N1
-
Quando tem algo na mente, muito dificil tirar isto da cabea do
co.
(EB) a ocasio de te agradecer para este co to maravilhoso. Eu
nunca encontrei um co que aprendesse to rpido e que ama aprender
coisas novas com tanta facilidade.
(MW) O que eu posso dizer a respeito de Sancho que ele sublime.
Ele muito bonito, tem um cheiro prprio e ao mesmo tempo ele no
fede. Ele persitente, paciente, esperto, aprende com rapidez e ele
curioso , e ele parece de vez em quando ouvir mal.
Pequenas coras ainda o agitam, mas ele volta pouco tempo
depois...caso ele no me achar no lugar
onde me deixou, ele corre de volta para casa e chega l antes de
mim.
(CZ) Deve se dizer uma coisa: ele tem uma cabea forte (cabea
dura), mas apresenta tambm um carcter maravilhoso.
(MW) Ela,Donna Claudia e o CCL ( a Donna) dela estavam em casa.
E foi fantstico! O encontro dos ces foi tao harmonioso,
inacreditvel. Nunca experimentei isto, seja com outro co ou
cachorro. Digo para ti, Michael, este co formidvel. Os ces brincam
, bagunam sem se esfregar feito malucos, sem se ameaar rosnando .
Estes ces sao formidveis, sem tenso, harmoniosos, amveis..Obrigado
por este co formidvel!
(CW) Ontem nos estvamos na casa da Moni em Hamburgo. Foi uma
verdadeira alegria ver dois CCL na brincadeira. Existe uma grande
diferena como os dois se tratam comparado a ces de outras raas
observados na escola de adestramento...
Os CCL so claramente mais calmos, mais pacficos, menos tensos.
Para mim tambm foi agora mais claro, o que realmente define um CCL,
que realmente uma raa inteligente, que no pode ser guiado com falso
espirito de ser o dono absoluto destes ces mas sim devem ser
guiados com um respeito que precisa ser merecido.
Os CCL so
claramente
mais calmos,
mais pacficos,
menos tensos.
Pgina 12
Associao Portuguesa do Co de Castro Laboreiro
Nicole with Arwen
-
(PN) A minha filha Anna da cidade de Vienna se encontra no
momento na minha casa . Ela ficou e n c a n t a d a p e l a T h o r
a . Particularmente pela capacidade do co da compreenso. Estamos
todos felizes com a Thora.
(HP) Alo Michael, mais uma vez obrigado por este co. Estamos
totalmente felizes com o nosso Ares.
(CS) Para mim um portugus que foi dono dum CCL por mais de 15
anos, este co o mais perfeito co no mundo! Sim oferece um quinto
grande para este co, ele vai recompensar o dono mil vezes com o
amor dele, com os cuidados prestados, com a fidelidade ao dono, com
os naturais faculdades de co de guarda.
O co transmite uma segurana muito grande e tem um instinto de
proteo sem ser um animal agressivo. O melhor co de todos!
(MR) Ontem eu assisti todos os videos. Os nossos CCL so
simplesmente ces maravilhosos. A Ayla a nossa luz do sol, para
todos ns, ela a nossa menina que no nos da problema nenhum. Temos
muitos filhos pequenos e j mais crescidos e ns podemos deixar os
nossos filhos tranquilamente a ss com os ces..podemos ir feira
tranquilos..
(EB) O co sabe participar muito mais nas atividades (ele sabe os
procedimentos que eu vou realizar e ele participa duma forma
extremamente inteligente!). At hoje nunca vi algo assim: Ele manda
os cavalos na direco certa, afugenta pequenas coras, coelhos e
raposas do nosso terreno do stio. Isto ela no aprendeu comigo aqui,
ela j sabia fazer este trabalho.
Um CCL seria um co de proteco de gado, mas no um co de puxar.
Esta ideia no correcta, porque ela sabe mandar os cavalos duma area
para outra quando achar que eu quero os cavalos naquela area. Ela
atua nisto com muita inteligncia, tem uma estratgia, ela usa uma
finta de se aproximar aos cavalos de mais longe com a finalidade de
os controlar dos lados.
Pgina 13
Boletim Informativo N1
Claudia with Donna
-
..- ele muito amigvel na convivncia social com o u t r o s c e s
, u m a preciosidade. Ele um animal maravilhoso...mas tem cabea
dura ( teimoso).
(EB) a ocasio de te agradecer para este co to maravilhoso. Eu
nunca encontrei um co que aprendesse to rpido e que ama aprender
coisas novas com tanta facilidade. Ela no fica ao meu lado e sim
exatamente naquele ponto onde eu no posso agir, assim me
assistindo. Ela faz isto com latidas altas, mas quase sempre para
quando eu der a Ordem de Pare
ou Stop. Nada disto eu adestrei ao co. Deve ser dentro da
estrutura gentica dele!
( M S ) Q u e c o m p o r t a m e n t o bom, estamos e n t u s i
a s m a d o s com sempre.
Somos felizes com este co. Ele
totalmente diferente de todos os outros ces que nos conhecemos
at hoje no comportamento e no carcter.
Somos felizes por termos decididos por um CCL.
(DR) Muitas vezes as pessoas dizem-nos como bonito o nosso co.
Nunca vivi coisa igual! E a minha familia ficou maravilhada com o
jeito de aprender com rapidez e pelo carcter do co. Todas as
caractersticas menicionadas no site www.castro- laboreiro.de , so
correctas para o nosso co.
(IZ) Sao ces muito muito maravilhosos. Eles do alegria, e nos os
colocamos dentro dos nossos coraes, e eles ficam sempre em nossos
pensamentos.
Sao ces muito muito
maravilhosos. Eles do
alegria, e nos os
colocamos dentro dos
nossos coraes, e eles
ficam sempre em
nossos pensamentos
Pgina 14
Associao Portuguesa do Co de Castro Laboreiro
Rosemarie with Lotte
-
(DVO) Uritz o sexto co na minha vida. Assim eu estava me
sentindo chefe de um matiha de ces, eu estava seguro de ter um co
como sempre, estava me alegrando na espectativa de ser dono deste
novo co..porm ele tinha umas patas enormes quando eu voltava com
meu pequenito Suica.
O Uritz aprendeu o isto meu e o no e o sente! muito rpido.Isto
me convenceu que eu e ele juntos estaramos um par genial. Bonzinho
ele caminhava legeramente atrs de mim, mas no gostava de ser preso
na trela. Ele sempre maltrava a trela.
E no desitiu deste comportamento.
Eu comecei a ralhar com ele, mas este fato no o impresionou de
forma alguma, ele achava isto levemente estranho da minha parte, e
depois achou que era uma brincadeira. Pensei: par?!
Parece que um dos dois no tao genial assim.(Era eu o bobo ,
claro!) Pois bem, aps cinco meses de convivncia, eu no daria mais
este co embora de jeito
nenhum. Ainda no estamos nos entendendo por completo...temos
ainda os nossos desentendimentos.
Mas o Uritz o co mais interessante que eu at hoje tive a honra
de possuir. No posso imaginar um espelho mais claro do meu eu seja
meu lado bom, seja meu lado ruim. Nem mesmo as esposas da gente se
podem se comparar a esta relao. Pois as esposas sempre tem uma
desculpa para dar para ns..j o co sempre uma resposta para o
dono.
___________________+++___________________
Greetings to all my friends in Portugal
Michael Pommerenke/ Otzberg
0049-176-530 85 85 9
[email protected]
Pgina 15
Boletim Informativo N1
Torsten and Amadeo
-
A displasia da anca (ou, mais precisamente, displasia
coxo-femural) uma patologia comum em ces de porte grande ou
gigante, nomeadamente em raas como Rottweiler, Pastor Alemo,
Terranova, So Bernardo e Labra-dor, aparecendo tambm em raas de
menor porte e ces sem raa definida, normalmente com peso superior a
25 Kg.
Apesar de o Co de Castro Laboreiro se incluir nesta categoria,
poucos exem-plares (a autora no tem conhecimento directo de nenhum
caso) foram diag-nosticados com a patologia.
Possui uma forte componente gentica/hereditria mas, como
recessiva, necessrio que ambos os progenitores a tenham (ainda que
no seja visvel) para que se manifeste na descendncia.
Esta doena pode existir sem sintomatologia clnica (sem que seja
detectada) pois possui vrios graus de gravidade. A angulao da
articulao coxo-femural classifica-se (segundo normas da FCI2) de A
(normal) a E (displasia grave), passando pelo B (de transio), C
(displasia ligeira) e D (displasia moderada). Ou seja, se o animal
tiver uma classificao B ou C no apresen-tar alterao evidente na
locomoo que alerte o dono para o problema. Isto dificulta o
diagnstico, favorecendo a sua propagao descendncia.
O diagnstico obtm-se pelo conjunto de informao recolhida pela
anamne-se, observao clnica e exame fsico dirigido ao aparelho
locomotor, comple-mentado com o imprescindvel raio-X. Assim, o
diagnstico definitivo mun-dialmente aceite obtm-se atravs da
realizao de exames radiolgicos da zona coxo-femural (anca), em
projeco ventro-dorsal. Este exame radiolgico normalmente realizado
a partir dos 8-9 meses de idade. Actualmente esto em investigao e
desenvolvimento algumas tcnicas mais sofisticadas, como por exemplo
a tomografia computorizada, a ultrassonografia e a ressonncia
magntica, entre outras.
O certo, que ainda no existem estudos fidedignos da prevalncia
desta patologia na raa Co de Castro Laboreiro. Seria muito
interessante que se fizesse um rastreio exaustivo a todos os
exemplares (pelo menos aos regista-dos no CPC3), de forma a ter a
certeza que esto isentos, para poder afirmar que no pertence ao
grupo das raas predisponentes.
DISPLASIA DA ANCA - Eva Marques da Silva Engenheira Zootcnica e
Mdica Veterinria (a exercer actividade
clnica em animais de companhia), Scia-fundadora da APCCL1, 1
Secretria da Mesa da Assembleia
Apesar de o
Co de
Castro
Laboreiro se
incluir nesta
categoria
Pgina 16
Associao Portuguesa do Co de Castro Laboreiro
-
A COEXISTNCIA DO HOMEM, DOS SISTEMAS DE PRODUO OVINA E CAPRINA E
DO CO DE CASTRO LABOREIRO EM MEIO RURAL
Antnio Andr Afonso (APCCL)
RAZES PARA A EVOLUO DOS SISTEMAS DE CRIAO DE OVINOS E DE
CAPRINOS NO PARQUE NACIONAL DA PENEDA GERS
O objectivo deste trabalho o de demonstrar o interesse do co de
gado, na sua funo de guarda e proteco de rebanhos, particularmente
de ovinos e caprinos, junto dos pastores da zona protegida do PNPG,
no retorno aos regimes de pastoreio extensivos e extensivos
tradicionais.
Foram vrias as razes que levaram diminuio do efectivo de ovinos
e caprinos no territrio do PNPG. A principal, e a mais importante a
eroso demogrfica verificada nas ltimas quatro dcadas. Com efeito,
desde a sua criao, em Maio de 1971, o PNPG viu diminuda a sua
populao residente em 33% at ao ano de 2000, iniciando-se assim uma
sucesso de acontecimentos, que viriam influenciar a evoluo dos
sistemas de produo de ovinos e caprinos.
A falta de mo-de-obra, na maioria das vezes familiar, devido ao
grande surto migratrio nesta zona do pas, o aumento de escolaridade
verificada, com a necessidade dos jovens sarem da terra para irem
estudar, e o envelhecimento da populao restante, foram implacveis
para o mundo rural.
Chama-se a ateno dos proprietrios e criadores para o interesse
da reali-zao do despiste a todos os reprodutores, de forma a
garantir que a displa-sia da anca no introduzida nesta raa, que at
agora parece estar livre dela.
No site oficial do Clube Portugus de Canicultura (www.cpc.pt)
pode encontrar mais informao/artigos relacionados (no separador
Registos).
Desde j a autora se coloca ao dispor para esclarecer qualquer
dvida e prestar o apoio solicitado pelos scios (dentro das suas
capacidades) relativamente a este assunto. Agradece-se o contacto
por e-mail ([email protected]) para mais facilmente se poder responder
a todos. 1APCCL: Associao Portuguesa do Co de Castro Laboreiro
2FCI: Federao Cinolgica Internacional 3CPC: Clube Portugus de
Canicultura
Pgina 17
Boletim Informativo N1
-
A ttulo de exemplo, e segundo Domingues (2005) em Castro
Laboreiro, fre-guesia mais populosa do concelho de Melgao em 1864,
com 2092 habitan-tes, possua em 2001 uma populao de 726 habitantes,
dos quais 5% tinham menos de 15 anos, 10%, entre 16 e 25 anos, 48%,
entre 26 e 65 anos, e 37% mais de 66 anos. Como consequncia da
diminuio da popula-o humana, foi desaparecendo tambm a populao de
ovinos e caprinos, criados extensivamente nas reas do PNPG, e com
ela o Co de Castro Laboreiro, fiel companheiro e ajudante incansvel
do pastor, e raa dominan-te como co de gado nesta regio do pas.
Segundo Mello (1941) e o RGA (1999) de uma populao de 98 617 ovinos
e 106 820 caprinos em 1940, passamos para uma populao de 30 657
ovinos e 26 899 caprinos em 1999.
CONCLUSES E SUGESTES
O Co de Castro Laboreiro acompanhou, sempre intimamente e no
mesmo sentido, a evoluo da pastorcia no PNPG, e ter tanto mais
futuro quanto mais rapidamente se der o retorno aos regimes de
pastoreio tradicionais dos pequenos ruminantes, sob pena de se
perder irremediavelmente a sua fun-o de trabalho, restando-lhe a
funo de co de guarda, funo esta que vem desempenhando nos ltimos
anos e com grande eficcia, como o com-provam os nmeros referentes
aos seus registos anuais no Clube Portugus de Canicultura (CPC)
(Quadro 1). A existncia de muitos outros exemplares sem registo,
tornam animador o futuro do Co de Castro Laboreiro, sendo a
realizao de um censos da sua populao uma prioridade, como ponto de
partida para melhor identificarmos as suas necessidades e as
futuras reas de estudo.
Quadro 1 Registos anuais no CPC at 2009
Fonte: Clube Portugus de Canicultura (*) Registo Inicial (**)
Livro de Origens Portugus
ANOS RI(*) RI(*) LOP(**) LOP(**) Totais
1999 23 15 27 32 97
2000 29 16 21 25 91
2001 48 41 24 12 125
2002 66 53 20 20 159
2003 31 31 16 18 96
2004 37 37 19 16 109
2005 54 55 24 20 153
2006 55 36 46 26 163
2007 37 21 46 45 149
2008 38 23 47 44 152
2009 65 53 17 20 155
O Co de Castro
Laboreiro
acompanhou,
sempre
intimamente e no
mesmo sentido, a
evoluo da
pastorcia no PNPG
Pgina 18
Associao Portuguesa do Co de Castro Laboreiro
-
O Estado Portugus deveria garantir o cumprimento da legislao
aplicvel ao sector, nomeadamente o Dec.-Lei n 139/90,de 27/4, que
no n 6 do arti-go 8, condiciona o pagamento das indemnizaes aos
criadores que tenham sofrido prejuzos provocados pelo lobo, e
existncia de um co de gado por cada 50 cabeas de gado (ovino e/ou
caprino). As indemnizaes ao criador que tenha sofrido prejuzo
provoca-dos pelo lobo, deveriam ser pagas em tempo til, j que o
mesmo se v obrigado a repor o efec-tivo num prazo de quinze dias,
sob pena de perder as ajudas dadas criao de ovinos e capri-nos,
influenciando muitas vezes negativamente, as economias locais e
familiares. Segundo Julio (2005) verificam-se, no PNPG, cerca de
1100 ataques de lobos por ano.
Com a diminuio dos efectivos de pequenos ruminantes,
verificou-se um aumento na quantida-de de incndios nas antigas
zonas de pastagem. Na dcada 1990-2000, arderam no PNPG, uma mdia de
811 ha por ano Liberal (2001). A invaso por matos e arbustos,
obriga os pasto-res a queimadas para renovao e de limpeza, que por
vezes fogem ao seu controlo, evoluindo para grandes incndios, com
graves repercusses na eroso dos solos, e na destruio de habi-tats.
O restabelecimento dos efectivos de ovinos e caprinos reduziriam
com toda a certeza o nmero de incndios nesta rea protegida, ao
diminuir a carga combustvel devido ao pastoreio.
A criao de produtos crneos e/ou lcteos com D.O.P. (A.O.P.) ou
com I.G.P. (A.O.C.) com base em animais explorados em pastoreio
extensivo, criaria uma mais-valia muito importante para o criador,
e seria o garante de segurana alimentar cada vez mais desejada. Em
termos de bem-estar ani-mal, este sistema de pastoreio, o mais
desejado e o mais valorizado. Esta-riam lanadas as bases para um
maior investimento por parte dos jovens na criao de pequenos
ruminantes criados extensivamente, contribuindo assim para o seu
retorno terra, bem como para a preservao do Co de Castro
Laboreiro(1).
Bibliografia Domingues, M. (2005). A desertificao de Castro
Laboreiro. http://bocanegra.blogs.sapo.pt INE (1999). Recenseamento
Geral Agrcola. Julio, P. (2005). Peneda-Gers, pastorcia em declnio
com ataques de lobos. Theor. Dirio de
Notcias, 19/09/2005. Mello, F.F.P. (1941). Arrolamento geral de
gados e animais de capoeira. Ministrio da Economia.
Direco Geral dos Servios Pecurios. Porto Liberal, M. (2001).
Plano prvio de Interveno para fogos Florestais no PNPG/ICN.
contribuindo
assim para o
seu retorno a
terra, bem como
para a salvao
do Co de
Castro Laboreiro
Pgina 19
Boletim Informativo N1
-
Pgina 20
Notas sobre a situao actual do Co de CL e perspectivas
futuras
Amrico Rodrigues
O pequeno texto que apresento de seguida, no mais do que um
alinhamento singelo de algumas ideias soltas, fruto de alguma
reflexo sobre o desabar destes tempos vorazes sobre uma raa amada
durante sculos, e que hoje em dia quase esquecida e desprezada.
A raa de ces de guarda de Castro Laboreiro, raa autctone
nortenha, do antigo concelho e actual freguesia de Castro
Laboreiro, umas das mais antigas, conhecidas e referenciadas da
nacionalidade.
O Co de Castro Laboreiro encontra-se desde o seu reconhecimento
oficial em 1935 pelo Clube dos Caadores Portugueses, posteriormente
Clube Portugus de Canicultura (CPC), ou em estado crtico ou ameaada
de extino segundo os parmetros internacionais da FAO.
Sempre foi uma raa pouco conhecida e pouco divulgada no nosso
pas, sendo historicamente uma raa marginalizada.
A raa nunca conseguiu expandir-se muito alm do seu solar. Quando
muito chegava s quintas do Alto Minho e a poucos conhecedores, na
sua maioria da classe mais alfabetizada.
Nos tempos que correm tudo mais difcil, se antigamente em
Portugal havia poucas raas, hoje em dia tudo global, e as modas
ditam as suas sentenas.
Quem procura um Castro Laboreiro ou algum conhecedor da raa, ou
realmente d prioridade a tudo o que nacional e pretende
experimentar, seno a concorrncia com as raas estrangeiras
extremamente desleal.
A verdade que os animais antigos do Laboreiro, das velhas linhas
de trabalho, so escassos e poucos so os animais de qualidade para
reprodutores.
Nos anos 70 e 80 vrias linhagens de qualidade e de referncia da
raa desapareceram do solar, sem deixar descendncia efectiva.
Os efectivos do Co de Castro Laboreiro sofreram assim nesses
anos um agravamento vertiginoso em termos quantitativos, em virtude
das transformaes sociais a operadas.
Muitas das raas antigas deixaram de ter interesse para o homem,
j que este, no seu habitat natural de sculos abandonou a pastorcia
e o seu modus vivendis.
Nos tempos que correm, um facto constatvel, que os nossos
animais autctones esto beira da extino, e so mesmo desconhecidos do
grande pblico e das geraes mais novas.
A recuperao melindrosa e difcil, em parte por desinteresse de
todos: pessoas e instituies.
Dada a actual situao crtica da raa, tanto em quantidade como em
tipicidade (caractersticas tnicas/fenotpicas), urgente e necessrio
um plano de emergncia, para continuar a pensar a raa e melhorar os
aspectos da seleco e da criao, pois a mesma encontra-se em situao
de difcil preservao.
-
O Co um dos cones mais fortes do Alto Minho e uma marca
individualizadora da freguesia de Castro Laboreiro. Alm de ser
patrimnio cultural inegvel, o Co de Castro Laboreiro patrimnio
arqueolgico vivo, e uma jia da gentica nacional.
No existe nenhum plano estratgico ou projecto que defenda a raa
com a seriedade e rigor que se exige, atendendo situao critica que
vive.
A raa s existe neste sculo, porque um nmero significativo de
pessoas, discretamente e de forma descoordenada, ao longo das
ltimas dcadas, tem investido o seu conhecimento, dinheiro e tempo,
numa luta desesperada para manter algumas das poucas linhas com
quali-dade que ainda foi possvel preservar.
A realidade do pas em que vivemos e o desinteresse generalizado,
faz temer o pior.
Quantas fmeas existem na raa que nos fazem lembrar as cadelas
velhas? Quantos machos existem parecidos aos antigos? As resposta
so simples: muito poucas e muito poucos.
Como inverter esta situao? A resposta difcil. A raa s pode
contar com a paixo de alguns, como tem sido at agora e com a ajuda
pontual de alguma instituio. Ser isto sufi-ciente para a raa no
desaparecer?
O futuro incerto! As prximas dcadas sero cruciais para a
raa.
Seria desejvel de ver mais criadores e mais animais de
qualidade.
Seria desejvel haver um plano estratgico a mdio/longo prazo de
preservao e seleco da raa.
Neste momento a raa devia unicamente seleccionar um n
determinado de animais de quali-dade, para reproduo e a partir
daqui controlar o futuro da mesma, recorrendo a ferramentas
modernas de falibilidade reduzida, de forma a garantir a
autenticidade dos exemplares, para uma avaliao mais racional e como
consequncia uma seleco dos que melhor poderiam representar a
raa.
Seria desejvel haver mais empenho das Instituies Autrquicas, do
Parque Nacional Peneda Gers, do Ministrio da Agricultura e do Clube
Portugus de Canicultura.
Seria desejvel haver mais Castrejos da minha gerao e das geraes
mais novas compro-metidos com esta causa.
Seria desejvel de ver uma esttua do Co na freguesia de Castro
Laboreiro.
Seria desejvel de ver na freguesia um Centro de
Interpretao/Museu ou mesmo equacionar futuramente um Centro de
Recuperao da Raa.
Infelizmente tais desejos e a realidade continuam
desencontrados.
Para gostarmos do que quer que seja indispensvel o seu
conhecimento profundo. Por isso, importante compilar informao e
deixar esse legado s novas geraes de Castrejos e pblico em geral,
de forma a que as mesmas conheam a extraordinria criatura que o Co
de Castro Laboreiro e o que ela sempre representou para a
regio.
Mais importante ainda, criar e divulgar animais morfologicamente
bons, de carcter equilibra-do e essencialmente funcionais.
Pgina 21
-
A qualidade dos animais deve ser melhorada, principalmente a
nvel sseo. Ainda vulgar ver animais sem rusticidade para
representar uma raa de montanha, no entanto alguns continuam a
coleccionar ttulos nos certames mais importantes da Canicultura.
verdade que no estamos to mal como estvamos nos finais dos anos 80,
inicio dos 90, realmente, h menos animais pequenos, quadrados, por
vezes de aspecto cilndrico, de cor quase negra, com cabeas
apo-dengadas, olhos redondos e amarelos, tipo luzeiros, e rabos
curtos e finos parecidos a chicotes, mas certo, que as melhorias
deviam ter sido mais significativas. Infelizmente alguns juzes
con-tinuam a valorizar estes ces sem estrutura, e a contribuir para
a sua multiplicao. Quem no conhece a raa facilmente seduzido pelos
ttulos.
Nos ltimos tempos a discusso volta dos tamanhos e pesos, guerra
que teve o seu apogeu no final dos anos 90, parece ter voltado a
ser avivada. A minha opinio a mesma.
O que define o Co de Castro Laboreiro o formato da cabea e a sua
expresso. Em relao altura e peso, directamente relacionados,
impensvel para mim discutir o Co de Castro Labo-reiro, fora destes
parmetros:
Machos: entre 64 e 68 cms - de 1 a 3 cms de tolerncia - a
discutir;
Fmeas: entre 60 e 64 cms - de 1 a 3 cms de tolerncia - a
discutir;
Um dos melhores machos vivos de Castro Laboreiro, da segunda
metade do sculo XX pode ter sido o Mondego dos Lengos do Rodeiro,
que conforme as medies do dono teria ao garrote 74 centmetros,
exactamente a medida do nico lobo que vi medir em toda a minha
vida. O Co ain-da vivo nos anos 70 era extremamente equilibrado e
harmonioso. Ganhou vrios concursos tra-dicionais.
A feitura do estalo de 1955, penalizou a raa nas dcadas
seguintes de forma directa, j que balizou o macho nos 60 cm de
altura ao garrote, levando os criadores de canil a seleccionar os
seus ces de encontro ao estalo.
Incompreensvel foi que, alguns juzes do CPC durante dcadas
julgaram todos os vencedores dos Concursos Tradicionais fora do
estalo e nos anos 90 comearam a fazer escola com os 60 cm ao
garrote, ajudando a criar um co muito mais ligeiro do que aqueles
que sempre houve memria.
Algumas referncias histricas do sculo XIX com referncias ao
tamanho:
Criam-se aqui mastins duma corpolencia e vigor extraordinarios,
pois qualquer delles mata um lobo! Creados fora daqui, degeneram
inteiramente.
...um grande rebanho de ovelhas e cabras, que muitas vezes iam
para o monte, sob a guarda nica dum grande co, mas dum intelligente
co, como os que h naquellas regies, e que to justamente afamados
so.
O meu co, um grande co preto que l havia adquirido, no sem
difficuldades, era o primeiro, apesar de fechado, a dar signal da
proximidade da fera, que elle pressentia, creio que pelo faro.
O Co de Castro Laboreiro ao longo dos sculos ganhou fama e
proveito pela sua rusticidade, corpulncia, ferocidade com os
estranhos e lealdade incorruptvel para com a sua famlia e os seus
haveres.
Pgina 22
-
Pgina 23
Boletim Informativo N1
Algumas notas histricas sobre a raa
Amrico Rodrigues
A origem do Co de Castro Laboreiro , assim como de outras raas
com as mesmas funes, est pouco documentada, tendo os seus
apaixonados desenvolvido as maiores fantasias para criar uma
ascendncia antiqussima.
No virar do sculo, numa manh para recordar, deparo com as actas
do Concurso de 1914,15 e 16, com todos os dados referentes aos ces,
donos, juzes e vencedores. A descoberta era de todo vibrante, visto
que at aquele momento toda a gente referia que o Concurso
Tradicio-nal iniciara em 1954. Tal achado recuava assim o Prmio dos
Ces 40 anos, o que era de todo significativo, atendo histria da
Canicultura em Portugal.
Vejamos alguns apontamentos:
Em 1897, fundao do clube dos caadores portugueses. Em 1906, El
Rei D. Carlos concede ao Clube dos Caadores Portugueses o ttulo de
Real mediante Alvar. Em 1902, no dia 20 de Julho organizada, no
Porto a 1 Exposio Canina Nacional, tendo durado trs dias e conta-do
com 257 exemplares de vrias raas.
Em 1908, organizada a 1 Exposio Canina Internacional de Lisboa
pelos scios do Clube dos Caadores Portugueses, apresentando-se a
concurso 357 exemplares. A 2 Exposio Internacional s vai ter lugar
em 1931, tendo a presena de 102 exemplares.
A equipa que organiza este certame decide-se pela fundao da Seco
de Canicultura do Clube dos Caadores Portugueses.
Em 14 de Agosto de 1933, reconhecida Seco de Canicultura a
qualidade de Membro federado da Federation Cynologique
Internationale (F.C.I.).
Em 1936, criado o L.O.P. (Livro de Origens Portugus). Em
assinatura de acordo com o Ken-nel Club que confere Seco a
qualidade de seu "representante".
Em 1955, a Seco de Canicultura adopta o nome de Clube Portugus
de Canicultura com novo Regulamento aprovado por Despacho
Ministerial.
A maior parte das raas de guarda e pastoreio da Europa, no
apresentam registos anteriores a 1900. Muitas foram mesmo criadas
pela canicultura, no final do sculo XIX e j durante o sculo vinte,
normalmente oriundas de populaes de ces de trabalho existentes em
determi-nada regies. Ou seja, o Co de Castro Laboreiro, de dono
pobre, raa natural, escolhida pela sua funcionalidade, em data em
que no existiam algumas das raas mais populares dos nos-sos dias, j
tinha Concurso para apurar os melhores.
Pela sua nobreza e funo, vrios testemunhos orais e escritos,
referem que os Castrejos, vendiam e ofereciam ces com estimado
valor, como companhia e guarda para muitas quintas do Minho, ao
longo do sculo dezanove e vinte.
Em oportunidade futura e conveniente publicarei alguns desses
testemunhos.
-
No entanto, e de forma a engrandecer historicamente este
boletim, publico
pela primeira vez, parte da acta do Concurso de 1914:
uma cadella, de edade de trs anos, Turca, altura 56 cm ,
comprimento 60 cm de
cr lobeiro escuro , ponta da cauda e membros brancos e malha
branca no pesco-
o , pertencente a Manoel Francisco Fernandes , do logar da Vila;
uma cadella, e
cinco anos didade, Marquesa, altura 72 cm, comprimento 73 cm, co
lobeiro
escuro, membros e ponta da cauda branca , pertencente a Joaquim
Alves, do logar
de Padresouro; uma cadella , de trs anos didade , Marquesa,
altura 61 cm ,
comprimento 64 cm, pelo comprido, co lobeiro muito escuro sem
malhas, perten-
cente a Francisco Domingues, do logar de Queimadelo; uma cadella
de quatro
anos de didade, Pastora, altura 55 cm, comprimentos 66 cm, co
lobeiro claro e
mos brancas, pertencente a Isabel Esteves, do logar da Villa;
uma cadella de cin-
co anos didade, Nabuca, altura 60 cm, comprimento 63 com, co
lobeiro escuro
e malha branca no p esquerdo, pertencente a Manuel Domingues, do
logar de
Vrzea Travessa;
um cachorro de um ano didade , Mondengo , altura 71 cm,
comprimento 75 cm,
co lobeiro nodorso e banco no peito, membros, focinho e ponta da
cauda, perten-
cente a Manuel Bento Alves, do logar do Rodeiro; um cachorro, de
seis mezes
didade , Turco , altura 46 cm, comprimento 53 cm, co lobeiro
claro, ponta da
cauda e focinhos escuros, pertencente a Manuel Luiz Gonalves do
logar dos Por-
tos; um cachorro de um anno didade, Turco, altura 53 cm,
comprimento 57 com,
cr lobeiro claro, pertencente a Manuel Joaquim Fernandes, do
logar do Ribeiro de
Baixo, um cachorro, de seis mezes didade, Leo, altura 43 cm,
comprimento 45
cm, co lobeiro escuro, focinho, pescoo, pez, mos e ponta da
cauda brancos,
pertencente a Manuel Joaquim Rodrigues, do logar dos Portos;
uma cachorra , de dezassete mezes didade , Gravata, altura 62
cm, comprimen-
to 66, co lobeiro escuro, membros, peito, focinho, pescoo e
ponta da cauda bran-
cos, pertencente a Manuel Joaquim Fernandes de Padresouro, e,
finalmente, uma
cachorra, de uma no de idade, Marquesa, altura 59 cm,
comprimentos 63 cm,
co lobeiro muito escuro, ps e mos brancos, pertencente a Manuel
Domingues
Fampa, do logar da Villa.
um cachorro
de um ano
didade ,
Mondengo
, altura 71
cm,
comprimento
75 cm
Pgina 24
Associao Portuguesa
-
Pgina 25
-
Atendendo a que o n1 de qualquer publicao, sempre um momento de
regozijo, apresento mais uma achega indita: o Concurso tradicional
reini-ciou em 1955 e no em 1954 como se tem escrito.
Aproveitarei o resto do artigo, para de forma singela homenagear
alguns fami-liares, assim como os milhares de Castrejos cados no
esquecimento ao longo dos sculos e que contriburam de forma
significativa para a selec-o e preservao da raa, amando-a e
utilizando-a de guarda e de animal de afectos no seio da
famlia.
Num exemplar do Jornal 1 de Janeiro de 1954, pode ler-se a
excelente noti-cia:
a dois ces de Castro, apresentados na 1 Exposio Canina do Porto
por Ablio Afonso, foram atribudas as taas .
Comentou o correspondente do Noticias de Melgao na mesma
data:
que estas honrosas classificaes sirvam de estmulo a todos os
castre-jos que so possuidores de ces de pura raa, para se
inscreverem nas prximas exposies ainda com mais lindos
exemplares..
Outro registo: Iria decorrer em Castro em 31/10/1955, na vila de
Castro, um desses concursos promovidos pelo Club dos Caadores
Portugueses de Lisboa, ao qual s concorriam ces de raa C.L..
Mais um registo: Decorreu em Castro , a 15/8/1957, promovida
pelo Club de Caadores do Porto, a 3 exposio canina.
Ou seja, o Concurso Tradicional reiniciou mesmo em 1955 e o de
1957 era o 3, por desconhecimento dos anteriores: 14,15 e 16.
Como aparece realmente o Concurso de 55 em Castro? Como que um
Cas-trejo vai a um Concurso no Porto com 2 ces, quando a estrada
tinha chegado a Castro havia poucos anos e os carros eram
rarssimos? Deslocar-se cida-de portuense com 2 animais, alm do
incomodo era necessrio contar com alguns gastos pessoais.
Depois de algum apuro e alguma pesquisa documental cheguei ao
Ablio Afon-so do Concurso de 1954 no Porto. Ablio registou uma
cadela em seu nome no CPC - Leoa II, nascida em 1949, registo n
6.029. Foi fcil chegar fala com a famlia, confirmar a histria,
recolher informao dos ces (co e cadela) e dos
trofus arrebatados, um deles com a silhueta da ponte do
Porto.
Estava assim explicado o reinicio do Concurso Tradicional em
Castro Laboreiro, ou seja, acon-teceu em 1955, e Ablio Afonso deve
ter tido alguma responsabilidade na sua realizao.
Quando surgir nova oportunidade voltarei a estes factos, j que
tenho mais informao que pode ser interessante.
o Concurso
tradicional
reiniciou em
1955 e no
em 1954
como se tem
escrito.
Pgina 26
Associao Portuguesa
-
Tive oportunidade de falar com o padre Anbal Rodrigues, sobre os
concur-sos da dcada de 50 - sempre me intrigou como que se tinha
iniciado o Concurso Tradicional - mas a idade e o fim de vida
extremamente debilitado do proco no per-mitiram obter uma resposta
satisfatria sobre os factos abordados nestes pargrafos.
Podemos renumerar o Concurso Tradicional. fcil fazer as contas:
1914 (1),15 (2) e 16 (3); e de 1955 at 2010, de forma ininterrupta.
No ano de 1994, no houve juzes, mas o Concurso realizou-se na mesma
- presentes: 24 ces. Entre 1914 e 1955, outros concursos podem ter
sido realizados, no entanto deles no h qualquer registo.
Mais uma curiosidade: em 1916 o concurso ocorre no Peso termal,
distncia de mais de 20 kms quilmetros de Castro Laboreiro. A
deslocao feita por monte, ces e homens galgam a montanha em viagem
demorada, e o motivo, pasme-se, so os turistas a presentes, nas
termas do Peso, que o reclamam. extremamente interessante pensar na
pessoa que teve esta feliz ideia. O turismo no chegava a Castro e o
Peso hospedava pessoas importantes e interessa-das.
Sem que constasse do argumento inicial, Manuel de Oliveira, o
realizador mais velho do mundo, eternizou o Co de Castro Laboreiro
no lugar da Portela, quando filmou Viagem ao Principio do Mundo .
Podia t-lo feito legitimamente no Peso onde filmou algumas das
cenas com o italiano Marcelo Mastroianni, por sinal o seu ltimo
filme.
Por falar em turismo: nos ltimos sculos existem provas de que
milhares de ces foram vendi-dos para Portugal e alguns mesmo para o
estrangeiro, o que levou muita gente regio, aca-bando muitos dos
compradores/visitantes por voltar e consumir outros produtos como
turistas. Ser que este animal alm da forte identidade que emana
sobre a zona, no um dos principais produtos tursticos oficiais da
regio?
O Concurso Tradicional, evento com quase 100 nos de existncia,
deve ser acarinhado por todos - pessoas e instituies - e deve ser
considerado um produto cultural e turstico de Exce-lncia.
indispensvel ter em ateno o n de ces que participam no Concurso, o
seu nmero deve situar-se preferencialmente entre os 20 e os 30
animais.
Recordando alguns familiares; a Mondega era companheira
inseparvel da minha av Esperan-a Enes; ainda muito jovem tive
conhecimento que a Mondega (vencedora do Tradicional - Outu-bro de
1964) foi morta pelo lobo, na eira do rio do lugar das Falagueiras,
numa noite de figadeira na casa de famlia e baile no lugar, na casa
dos Morgados. O baile em peso foi ver a Mondega em agonia de morte.
A guarda da casa j tinha sobrevivido a um confronto anterior na
inverneira do Barreiro. Alguns homens do lugar de espingardas
aperradas ainda esperaram o bitcho pela noite dentro, mas a fera,
conhecedora das espingardas e das gentes, no apareceu.
Ainda pequeno, lembro-me de dormir na inverneira da Dejanalvre,
vrias noites, num Setembro, com a minha av Lucinda Pires, para
fazer companhia sua irm Rosa Pires, naturais do Outei-ro e do
Barreiro. A Rosa, foi dona de uma fmea que constava da seleco dos
melhores exem-plares na dcada de 50 e 60 - ocupou o pdio em vrios
concursos tradicionais e deixou descen-dncia de qualidade. Ainda
hoje, alguns vizinhos do Rodeiro (branda), lugar onde casou e
mor-reu, dizem: com os ces que vendia, dava-lhe mais a cadela de
rendimento do que uma vaca.
Pgina 27
Boletim Informativo N1
-
Sede : Vila
de Castro Laboreiro
Site: www.apccl.net
Correio electrnico: [email protected]
Coordenador:
Amrico Rodrigues
Nos anos 80, os meus familiares Enes, de Vrzea Travessa era
normal ganharem o Concurso Tradicional, visto que tinham alguns dos
melhores animais da freguesia: a estrela Bobi, Faia, Tuka, Mondega
e Dick, so alguns bons exemplos, animais extremamente tpicos e
representativos da raa. Fica a promessa de um artigo de fundo sobre
os ces representativos da raa nos ltimos 60 anos.
Propriedade: APCCL
ww
w.a
pc
cl.n
et
-
Foto com direitos reservados AR@
Acaba este artigo com a reproduo de uma foto histrica de Jlio
Enes nascido nas Falaguei-ras/Barreiro e falecido em Vrzea
Travessa, com o Bobi (RI274322), um dos melhores ces da raa nos
ltimos 30 anos. Vrias vezes vencedor do Concurso Tradicional e
admirado por todos o que o conheceram: morfologia e carcter. Foto
de 1986 (Vencedor absoluto do CT). Este exemplar magnifico, morreu
em 1993, atropelado.
/ColorImageDict > /JPEG2000ColorACSImageDict >
/JPEG2000ColorImageDict > /AntiAliasGrayImages false
/CropGrayImages true /GrayImageMinResolution 300
/GrayImageMinResolutionPolicy /OK /DownsampleGrayImages true
/GrayImageDownsampleType /Bicubic /GrayImageResolution 300
/GrayImageDepth -1 /GrayImageMinDownsampleDepth 2
/GrayImageDownsampleThreshold 1.50000 /EncodeGrayImages true
/GrayImageFilter /DCTEncode /AutoFilterGrayImages true
/GrayImageAutoFilterStrategy /JPEG /GrayACSImageDict >
/GrayImageDict > /JPEG2000GrayACSImageDict >
/JPEG2000GrayImageDict > /AntiAliasMonoImages false
/CropMonoImages true /MonoImageMinResolution 1200
/MonoImageMinResolutionPolicy /OK /DownsampleMonoImages true
/MonoImageDownsampleType /Bicubic /MonoImageResolution 1200
/MonoImageDepth -1 /MonoImageDownsampleThreshold 1.50000
/EncodeMonoImages true /MonoImageFilter /CCITTFaxEncode
/MonoImageDict > /AllowPSXObjects false /CheckCompliance [ /None
] /PDFX1aCheck false /PDFX3Check false /PDFXCompliantPDFOnly false
/PDFXNoTrimBoxError true /PDFXTrimBoxToMediaBoxOffset [ 0.00000
0.00000 0.00000 0.00000 ] /PDFXSetBleedBoxToMediaBox true
/PDFXBleedBoxToTrimBoxOffset [ 0.00000 0.00000 0.00000 0.00000 ]
/PDFXOutputIntentProfile () /PDFXOutputConditionIdentifier ()
/PDFXOutputCondition () /PDFXRegistryName () /PDFXTrapped
/False
/CreateJDFFile false /Description > /Namespace [ (Adobe)
(Common) (1.0) ] /OtherNamespaces [ > /FormElements false
/GenerateStructure false /IncludeBookmarks false /IncludeHyperlinks
false /IncludeInteractive false /IncludeLayers false
/IncludeProfiles false /MultimediaHandling /UseObjectSettings
/Namespace [ (Adobe) (CreativeSuite) (2.0) ]
/PDFXOutputIntentProfileSelector /DocumentCMYK /PreserveEditing
true /UntaggedCMYKHandling /LeaveUntagged /UntaggedRGBHandling
/UseDocumentProfile /UseDocumentBleed false >> ]>>
setdistillerparams> setpagedevice