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A multidisciplinariedade é a base dos pro- cessos de caracterização de reservatórios, nos quais os profissionais de geofísica, geo- logia e engenharia de reservatórios aplicam seus conhecimentos, de forma integrada, para alcançar os melhores resultados. Caracterização de Reservatórios Inscrições abertas para o 13º CISBGf e EXPOGEf Rio 2013 EVENTOS, PÁG. 3 Empresas Juniores de Geofísica: Da Teoria à Prática UNIVERSIDADE, PÁG. 9 5 SBGf boletim Publicação da Sociedade Brasileira de Geofísica Número 84 – ISSN 2177-9090
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Boletim84-2013.pdf

Sep 25, 2015

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Thiago Fiorotti
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  • A multidisciplinariedade a base dos pro-

    cessos de caracterizao de reservatrios,

    nos quais os profi ssionais de geofsica, geo-

    logia e engenharia de reservatrios aplicam

    seus conhecimentos, de forma integrada,

    para alcanar os melhores resultados.

    Caracterizao de ReservatriosInscries abertas para o 13 CISBGf e EXPOGEf Rio 2013EVENTOS, PG. 3

    Empresas Juniores de Geofsica: Da Teoria PrticaUNIVERSIDADE, PG. 9

    5SBGfboletim

    Publicao da Sociedade Brasileira de Geofsica

    Nmero 84 ISSN 2177-9090

  • ADMINISTRAO DA SBGf

    Presidente Ana Cristina B. F. Chaves

    Vice-presidenteRenato Cordani

    Secretrio-GeralFrancisco Carlos Neves de Aquino

    Secretrio de FinanasMarco Antnio Pereira de Brito

    Secretrio de Relaes InstitucionaisRenato Lopes Silveira

    Secretrio de Relaes AcadmicasAdalene Moreira Silva

    Secretrio de PublicaesLuiz Geraldo Loures

    ConselheirosAdriana Perptuo Socorro da SilvaEdmundo Julio Jung Marques Eduardo Lopes de FariaEliane da Costa AlvesEllen de Nazar Souza GomesJorge Dagoberto HildenbrandJurandyr SchmidtMarcelo Sousa de AssumpoNeri Joo Boz Paulo Roberto Porto Siston

    Secretrios RegionaisPatricia Pastana de Lugo (Centro-Sul)Welitom Rodrigues Borges (Centro-Oeste)Silvia Beatriz Alves Rolim (Sul)Carlos da Silva Vilar (Nordeste Meridional)Rosangela C. Maciel (Nordeste Setentrional)Ccero Roberto Teixeira Rgis (Norte)

    Editor-chefe da Revista Brasileira de GeofsicaCleverson Guizan Silva

    Assistente de DiretoriaLuciene Victorino de Carvalho

    Assistente AdministrativoIvete Berlice Dias

    Coordenadora de EventosRenata Vergasta

    Assistente AdministrativoSandra Gonalves

    Analista de MarketingAlessandra Levy

    BOLETIM SBGf

    Editora-chefe Adriana Reis Xavier

    Editor AssociadoGustavo Frana Faria (MTb 2612/DF)

    Assistente de PublicaesFabianna Mathias Sotero

    Estagirio de JornalismoThiago Felix Oliveira

    Tiragem: 2.500 exemplaresDistribuio restritaO Boletim SBGf tambm est disponvel no site www.sbgf.org.br

    Sociedade Brasileira de Geofsica - SBGf

    Av. Rio Branco, 156 sala 2.50920040-901 Centro Rio de Janeiro RJTel/Fax: (55-21) [email protected]

    www.facebook.com/sbgf.org

    EDITORIAL

    OURO PRATA

    Roberto Hermann Plastino, Antonio Saldanha de Sousa Neves e Geraldo de Oliveira

    FUNDO SBGf

    Capa: PGS

    A Multidisciplinariedade como base na Caracterizao de ReservatriosAo discutir o tema reservatrio, o Boletim SBGf segue uma lgica de

    assuntos que incluiu aquisio ssmica martima, aquisio terrestre,

    processamento de dados ssmicos e interpretao. A pesquisa de

    reservatrios de hidrocarbonetos vem crescendo graas ao progresso

    alcanado com o uso de tecnologias, entre as quais a ssmica a

    principal. Desse modo, estudos de caracterizao e monitoramento de

    reservatrios vm proporcionando aos especialistas um entendimento

    melhor das propriedades fsicas das rochas, otimizando a produo

    desses reservatrios.

    Outro assunto discutido na presente edio, diz respeito retomada

    pela Agncia Nacional do Petrleo, Gs Natural e Biocombustveis

    (ANP) dos leiles de reas para explorao e produo de petrleo e gs

    natural. Essas rodadas haviam sido suspensas em razo das discusses

    governamentais que alteraram o marco regulatrio aps as descobertas

    do pr-sal. O enfoque em bacias sedimentares de fronteiras martimas e

    terrestres relevante pelo excelente potencial petrolfero dessas reas.

    Boa leitura.

    CONFIRA NESTA EDIO

    BRONZE

    9 UNIVERSIDADE Empresas Juniores de Geofsica: Da Teoria Prtica

    Panorama da Graduao em Geofsica no Brasil - UnB

    7 PESQUISA Rio abriga o maior centro privado de pesquisas geocientfi cas do Brasil

    Laboratrio da UFRN desenvolve Pesquisa na rea de Petrleo

    3 EVENTOSInscries abertas para o 13 CISBGf e EXPOGEf Rio 2013

    12 MEMRIAHistria do Processamento Ssmico no Brasil - Parte I

    14 NOTAS Livro - Geofsica na Prospeco Mineral: Guia Para Aplicao

    Ps-Graduao em Geocincias

    20 ARTIGO TCNICO Imageamento Bidimensional de IP-resistividade com Sistema EM Multifrequncia na Explorao e Monitoramento de Reservatrios de Petrleo

    Caracterizao Petrofsica de Rochas Carbonticas

    15 IN MEMORIAM

    DIAMANTE

    16 ESPECIAL Caracterizao de Reservatrios

    Geofsica de reservatrios e ssmica de poos

    Mercado nacional e formao profi ssional

    PGS

    4 INSTITUCIONALNova Administrao eleita e voto eletrnico moderniza o processo eleitoral

    5 BRASIL-ROUNDS11 Rodada da ANP supera recordes das edies anteriores

  • INSCRIES ABERTAS PARA O 13 CISBGf E EXPOGEf RIO 2013

    3Boletim SBGf | nmero 84

    EVENTOS

    Entre os dias 26 e 29 de agosto, o Centro de Conven-

    es SulAmrica, no Rio de Janeiro, ir receber o maior

    evento de geofsica da Amrica Latina: o 13 Congres-

    so Internacional da Sociedade Brasileira de Geofsica

    (CISBGf) e a EXPOGEf Rio 2013. As inscries para to-

    das as atividades esto abertas at 9 de agosto (atravs

    do site http://congress.sbgf.org.br), com desconto para associados quites com a anuidade da SBGf.

    A programao do evento, que deve reunir mais

    de trs mil visitantes, conta com a apresentao de

    palestras, workshops e trabalhos tcnicos de alunos, professores, pesquisadores e profi ssionais de geofsica

    do Brasil e do exterior, alm de minicursos nos dias 25

    e 26 de agosto. Na ocasio tambm ocorrer o Frum de

    Coordenadores dos Cursos de Graduao de Geofsica.

    Cerca de 400 trabalhos foram submetidos

    avaliao do Comit Tcnico do evento para serem

    apresentados e 50 empresas esto confi rmadas at o

    momento na EXPOGEf, que ir ocupar o andar trreo

    do centro de convenes.

    Antes da abertura ofi cial ser realizado um encontro

    de estudantes de universidades latino-americanas,

    promovido pela Society of Exploration Geophysicists

    (SEG). Nos dias 25 e 26 de agosto sero ministrados, por

    especialistas brasileiros e estrangeiros, 14 minicursos

    pr-congresso, no Centro de Convenes SulAmrica

    (programao completa na pg. 27). Os minicursos

    no esto inclusos no valor da taxa de inscrio para

    o evento e no tero traduo simultnea.

    No 13 CISBGf, professores e estudantes da UFPA,

    USP, Unicamp e UFRJ iro promover a exposio O

    que a Geofsica?, que divulga a cincia geofsica

    entre alunos e professores de ensino mdio e tcnico e

    para a comunidade em geral. A agenda para marcao

    de visitas escolares exposio j est fechada e cerca

    de 700 estudantes de colgios da regio metropolitana

    do Rio de Janeiro iro conhecer mais sobre a geofsica.

    Na programao da mostra O Que Geofsica

    esto inclusas atividades sobre o sismgrafo, exposio

    de psteres, experimentos e modelos fsicos em

    dimenses reduzidas simulando ambientes geofsicos

    e geolgicos. Tambm ser apresentada a palestra O

    Petrleo - da formao at a extrao, que tem por

    objetivo apresentar o ciclo do petrleo, desde a sua

    formao geolgica at as tcnicas da sua extrao no

    subsolo, incluindo a explorao geofsica.

    Os valores das inscries para o 13 CISBGf so

    diferenciados para scios (efetivos e estudantes) em dia

    co m a anuidade da SBGf. Mais informaes e inscries

    atravs do site http://congress.sbgf.org.br

    A 35 Assembleia Geral Ordinria da SBGf ser realizada no dia 28 de agosto, s 12 horas, no Centro de Convenes SulAmrica. Na oportunidade ocorrer a posse da nova administrao (binio 2013-2015) e a apresentao de assuntos de interesse da comunidade de geocincias.

    Anlise do Sinal Ssmico

    Andr L. Romanelli Rosa

    Publicaes SBGf

    Fundamentos de Fsica

    para Geocincias

    C. E. de M. Fernandes

    Geofsica na Prospeco

    Mineral: Guia para Aplicao

    Jos Gouva Luiz

    SRIES DE GEOFSICA 2

    GEOFSICA NA PROSPECO MINERAL:GUIA PARA APLICAO

    Jos Gouva Luiz

    Consideraes sobre a

    Aquisio Ssmica Multicliente

    no Brasil - Aspectos Legais

    Simplicio Lopes de Freitas

    SRIES DE GEOFSICA 1

    CONSIDERAES SOBREA AQUISIO SSMICA

    MULTICLIENTES NO BRASIL:ASPECTOS LEGAIS

    Simplicio Lopes de Freitas

    Dicionrio Enciclopdico

    Ingls - Portugus de

    Geofsica e Geologia (4 ed.)

    Osvaldo de Oliveira Duarte

    SBGf: trs dcadas

    promovendo a

    Geofsica

    Informaes:

    [email protected]

    (21) 2533-0064

  • Boletim SBGf | nmero 844

    INSTITUCIONAL

    NOVA ADMINISTRAO ELEITA E VOTO ELETRNICO MODERNIZA O PROCESSO ELEITORAL

    Apurao dos votos para a administrao superior e renovao parcial do con-

    selho consultivo e das secretarias regionais da SBGf para o binio 2013-2015.

    Foto

    : Lu

    cien

    e C

    arva

    lho

    ADMINISTRAO DA SBGf (2013-2015)

    Presidente: Francisco Carlos Neves Aquino

    Vice-presidente: Liliana Alcazar Diogo

    Secretrio-Geral: Simplicio Lopes de Freitas

    Secretrio de Finanas: Marco Antonio Pereira de Brito

    Secretrio de Relaes Institucionais: Jorge Dagoberto Hildenbrand

    Secretrio de Relaes Acadmicas: Eliane da Costa Alves

    Secretrio de Publicaes: Renato Lopes Silveira

    Conselheiros: Adalene Moreira Silva, Adriana Perptuo Socorro da Silva, Ana Cristina Chaves, Eduardo Lopes de Faria, Ellen de Nazar Souza Gomes, Jess Carvalho Costa, Jurandyr Schmidt, Neri Joo Boz, Paulo Roberto Porto Siston e Renato Cordani

    SECRETARIAS REGIONAIS

    DIVISO REGIONAL CENTRO-SULSecretrio: Patricia Pastana de LugoConselheiros: Berthold Kriegshauser, Jos Contreras Martinelli, Paulo Buarque Guimares, Paulo de Tarso Luiz Menezes e Sergio Luiz Fontes

    DIVISO REGIONAL CENTRO-OESTESecretrio: Welitom Rodrigues BorgesConselheiros: Diogo De Sordi, Jos Eduardo Pereira Soares, Luiz Roberto da Cunha Freitas Junior, Marcelo Peres Rocha, Marco Ianniruberto e Shozo Shiraiwa

    DIVISO REGIONAL SULSecretrio: Silvia Beatriz Alves Rolim Conselheiros: Francisco Jos Fonseca Ferreira, Joo Carlos Dourado, Maximillian Fries, Otvio Coaracy Brasil Gandolfo, Rinaldo Moreira Marques e Yra Regina Marangoni

    DIVISO REGIONAL NORDESTE MERIDIONALSecretrio: Marco Cesar Schinelli Conselheiros: Alexandre Barreto Costa, Amin Bassrei, Joo Maurcio Figueiredo Ramos, Maria Zucki, Olivar Antnio Lima de Lima e Wilson Mouzer Figueir

    DIVISO REGIONAL NORDESTE SETENTRIONALSecretrio: Rosangela Correa MacielConselheiros: Flavio Lemos, Gilvan Borba, Josibel Gomes de Oliveira Jnior, Pedro Xavier Neto, Peryclys Andrade e Raimundo Mariano Gomes Castelo Branco

    DIVISO REGIONAL NORTESecretrio: Ccero Roberto Teixeira RgisConselheiros: Darciclia Ferreira Santos, Francisco de Souza Oliveira, Jos Gouva Luiz, Marcos Welby Correa Silva e Raza de Nazar Assuno Macambira

    Durante a Assembleia Geral Extraordinria realizada no

    dia 28 de junho de 2013 foram apurados os votos que

    elegeram conselheiros, secretrios regionais e a nova ad-

    ministrao superior da SBGf, que ter como presidente

    o geofsico Francisco Carlos Neves Aquino, com manda-

    to de dois anos (2013-2015).

    De acordo com o estatuto da SBGf, a eleio para a

    administrao superior e secretariado da SBGf realiza-

    da a cada dois anos e tambm renova parcialmente os

    ocupantes das cadeiras de conselheiros.

    Visando modernizar o processo eleitoral, foi imple-

    mentado o voto eletrnico e pela primeira vez a eleio

    ocorreu de forma totalmente digital, o que tambm per-

    mitiu que os votos para as secretarias regionais fossem

    contabilizados na sede da SBGf e no mais nas divises

    regionais, como era praticado nas apuraes anteriores.

    Resultados

    Realizado via internet, os associados efetivos quites pu-

    deram votar atravs do portal do associado mediante

    identifi cao e senha individuais. A administrao su-

    perior eleita recebeu 91% dos votos, enquanto 6% dos

    votantes anularam o voto e 3% votaram em branco.

    A nova administrao da SBGf toma posse em 28 de

    agosto, durante a 35 Assembleia Geral Ordinria, a ser

    realizada no 13 Congresso Internacional da Sociedade

    Brasileira de Geofsica (13 CISBGf).

  • 11 Rodada da ANP supera Recordes das Edies Anteriores

    BRASIL-ROUNDS

    5Boletim SBGf | nmero 84

    PA

    AP

    MA

    MT

    GO

    MG

    BA

    TO

    DF

    PI

    PB

    RN

    PE

    AL

    SE

    ES

    RJ

    CE

    SP

    MS

    01 - Bacia da Foz do Amazonas

    02 - Bacia do Par-Maranho

    03 - Bacia de Barreirinhas

    04 - Bacia do Cear

    05 - Bacia Martima do Potiguar

    07 - Bacia de Pernambuco-Paraba

    11 - Bacia Martima do Esprito Santo

    01

    02

    03

    04

    05

    06

    07

    0809

    10

    11

    12

    SETORES EM MAR:

    06 - Bacia Terrestre do Potiguar

    09 - Bacia de Sergipe-Alagoas

    08 - Bacias de Tucano Sul e Recncavo

    10 - Bacia Terrestre do Esprito Santo

    12 - Bacia do Parnaba

    SETORES EM TERRA:

    Blocos oferecidosSetores oferecidos

    Aps cinco anos de expectativa da indstria, a 11 Ro-

    dada de Licitaes da Agncia Nacional do Petrleo,

    Gs Natural e Biocombustveis (ANP) foi realizada nos

    dias 14 e 15 de maio de 2013, no Rio de Janeiro. Inicia-

    dos em 1999 e realizados anualmente, os leiles com a

    oferta de reas expressivas de petrleo e gs foram sus-

    pensos em 2007, depois da descoberta de reservatrios

    gigantes do pr-sal, que levou o governo brasileiro a

    reformular suas ofertas.

    Segundo a ANP, os objetivos da 11 Rodada foram

    diversifi car geografi camente a produo de petrleo e

    gs; promover o conhecimento das bacias sedimentares;

    desenvolver a indstria nacional, enfocando empresas

    de pequeno e mdio porte; e fi xar companhias estran-

    geiras no pas. A inteno de descentralizar a produo

    de petrleo e gs no pas, visa a reduo das desigual-

    dades regionais e o crescimento da indstria petrolfera

    em lugares em que este segmento inexistente ou in-

    cipiente, proporcionando assim o aumento da demanda

    por bens e servios locais, a gerao de empregos e a

    distribuio de renda.

    Magda Chambriard, diretora-geral da agncia, infor-

    mou que estimativas apontam um volume de 30 bilhes

    de barris de leo in situ (volume cuja extrao depende

    de fatores de recuperao e que no pode ser entendido

    como reserva) nas bacias da margem equatorial inclu-

    das na rodada, alm de 5 bilhes de leo in situ na Bacia

    do Esprito Santo e 1,7 bilho de leo in situ nas bacias

    maduras. A margem equatorial do Brasil formada pe-

    las bacias da Foz do Amazonas, Par-Maranho, Barrei-

    rinhas, Cear e Potiguar, todas classifi cadas como nova

    fronteira exploratria. As bacias maduras nesta rodada

    foram Sergipe-Alagoas, Recncavo e a poro terrestre

    da Bacia do Esprito Santo.

    Todos os lances foram apresentados publicamente

    em envelopes fechados e depositados por representante

    credenciado da empresa habilitada em uma urna espe-

    cfi ca durante o certame. A comisso de licitao, espe-

    cialmente constituda para esta contenda, aps exami-

    nar se o envelope est em conformidade com o edital,

    analisa as ofertas para, na mesma ocasio, proclamar

    a empresa vencedora, ou seja, aquela que deu o maior

    lance. Trata-se de um processo dos mais transparentes

    no mundo do petrleo.

    Foram arrematados 142 dos 289 blocos oferecidos

    em 23 setores distribudos em 11 bacias sedimentares:

    Foz do Amazonas, Par-Maranho, Barreirinhas, Cear,

    Potiguar, Pernambuco-Paraba, Sergipe-Alagoas, Tuca-

    no Sul, Recncavo, Esprito Santo e Parnaba. Dos 289

    blocos ofertados, 123 estavam localizados em terra, 166

    no mar, sendo 94 em guas profundas e 72 em guas

    rasas. Todos os blocos ofertados na Bacia do Parnaba

    em terra (20 blocos) e da Bacia do Esprito Santo em

    terra e mar (12 blocos) foram arrematados. A rea to-

    tal arrematada foi de 100,3 mil km dos 155,8 mil km

    ofertados.

    A Petrobras adquiriu o maior nmero de blocos ofer-

    tados pela 11 Rodada de Licitaes. Adquiridos, inte-

    gralmente ou em parceria, 34 dos 289 blocos leiloados.

    Ao todo, 39 empresas de 12 pases participaram, das

    quais 30 foram vencedoras, sendo 12 nacionais e 18 de

    origem estrangeira: Austrlia (1), Bermudas (1), Canad

    (4), Colmbia (2), Espanha (1), Estados Unidos (2), Fran-

    a (1), Guernesei (1), Noruega (1), Portugal (1) e Reino

    Unido (3).

    Para operar os blocos em oferta, as empresas tiveram

    que considerar nas suas propostas 40% para o bnus

    de assinatura, 40% para o Programa Exploratrio M-

    nimo (PEM) e 20% para a aquisio de bens e servios

    nacionais dentro do programa de Contedo Local, que

    consiste na proporo dos investimentos nacionais que

    sero aplicados. A regra foi estabelecida com o intuito

    de aumentar a participao da indstria nacional nos

    projetos de explorao de petrleo e gs natural no pas,

    possibilitando o fortalecimento de fornecedores brasi-

    leiros. Para isto, os contratos fi rmados entre a ANP e

    as empresas concessionrias vencedoras estabelecem os

    termos e compromissos de investir um percentual mni-

    mo em cada fase do ciclo de explorao e desenvolvi-

    mento dos respectivos blocos.

    A geofsica est presente na fase de explorao jun-

    tamente com a geologia nos itens interpretao e pro-

    cessamento (40%) e aquisio (5%) em guas rasas e

    profundas, enquanto em terra a porcentagem da aquisi-

    o maior (20%). As empresas habilitadas assinam um

    termo de confi dencialidade referente ao pacote de dados

    tcnicos que disponibilizado pela ANP e se compro-

    metem a usar os dados apenas com a fi nalidade espe-

    cfi ca. Este pode conter: dados geolgicos, geofsicos e

    geoqumicos, ambientais, estudos, relatrios, anlises

    ou outros materiais neles baseados em estudos contra-

    tados/realizados pela ANP.

  • Boletim SBGf | nmero 846

    Planejamento estratgico

    Segundo a ANP, a seleo de reas para licitaes p-

    blicas feita obedecendo ao planejamento estratgico

    do rgo. Por outro lado, a agncia analisa as suges-

    tes da indstria relativas a interesses em reas espe-

    cfi cas. Para esta licitao de blocos exploratrios ti-

    veram prioridades as bacias de fronteira exploratria

    terrestres e martimas. No caso das bacias martimas,

    a margem equatorial brasileira foi priorizada em razo

    de relevantes descobertas de petrleo no oeste africano

    e na Guiana Francesa, devido a importantes correla-

    es geolgicas entre estas bacias. A 11 Rodada de Li-

    citaes no incluiu blocos da camada do pr-sal. A 1

    Rodada de Licitaes destas regies, a ser realizada em

    outubro de 2013, incluir rea nas cercanias de impor-

    tantes reservas denominadas Libra.

    Para o especialista em Geologia e Geofsica da ANP

    e secretrio de relaes institucionais da SBGf, Renato

    Silveira, a avaliao da 11 Rodada foi muito boa. De-

    pois de mais de quatro anos sem licitaes de blocos

    exploratrios no pas, em razo da mudana no marco

    regulatrio aps a descoberta do pr-sal, esse leilo se

    reveste de grande importncia pela retomada das lici-

    taes exploratrias no Brasil e a perspectiva de mais

    investimentos na economia nacional e de desenvolvi-

    mento em diversas regies do pas, notadamente em

    estados carentes dessa atividade.

    Renato Silveira destaca que a Lei do Petrleo (n.

    9.478/97) considerou que parte dos royalties deveria ser

    aplicada em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). Esse

    fato vem propiciando avanos considerveis nesse

    campo, tais como a instalao de equipamentos sofi s-

    ticados em universidades e a distribuio de bolsas de

    estudo concedidas a alunos para o desenvolvimento de

    pesquisas na graduao e na ps-graduao. Conside-

    rando que a indstria do petrleo permeia vrias reas,

    alm das Geocincias, pode-se afi rmar que quase toda

    atividade do conhecimento vem sendo benefi ciada com

    esses recursos. Ademais, houve um grande interesse de

    estudantes em se dedicar Geologia e Geofsica. Hoje,

    existem no pas nove instituies acadmicas graduan-

    do geofsicos que so facilmente absorvidos no merca-

    do de trabalho.

    Ainda segundo Renato Silveira, a agncia vem de-

    senvolvendo um importante programa de levantamento

    de novos dados geofsicos e geolgicos, que apresentam

    substancial melhoria na qualidade quando comparados

    a dados de gerao pretrita. J foram levantados dados

    geofsicos nas Bacias do Paran, Parecis, So Francisco,

    Acre e Parnaba. Atualmente a ANP est adquirindo da-

    dos geofsicos (ssmica, gravimetria e magnetometria)

    na Bacia do Amazonas.

    Tambm fi rmamos contrato para registrar dados

    magnetotelricos nas Bacias do Parecis e Paran, alm

    de outros dados ssmicos com fonte Vibroseis, na Bacia

    do Paran e com fonte explosiva no Parecis. Por outro

    lado, vale destacar que empresas de aquisio de dados

    geofsicos (EADs) esto realizando levantamentos em

    bases no exclusivas com qualidade, enriquecendo o

    acervo brasileiro em terra e no mar. Seguramente, todos

    esses dados, os de fomento da ANP e aqueles especula-

    tivos em bases no exclusivas sero extremamente teis

    para alavancar as atividades econmicas no Brasil.

    O Ministrio de Minas e Energia do Brasil anun-

    ciou para 2013 duas rodadas de licitaes, sendo uma

    destinada ao prospecto de Libra (pr-sal) e outra des-

    tinada s bacias com potencial para produo de gs.

    Normalmente, os leiles da ANP decidem as empresas

    que faro a operao e a explorao dos campos de

    petrleo. No entanto, no novo modelo do pr-sal j foi

    decidido que a Petrobras ser a operadora dos blocos

    e ter uma participao mnima de 30% dos ativos, j

    prevista por lei.

    BRASIL-ROUNDS

    Recordes da 11 Rodada de Licitaes

    g Arrecadao de bnus de assinatura (valor pago pelas empresas na assinatura do contrato): R$ 2,8 bilhes

    g gio de 797,81%

    g Previso de investimentos do Programa Exploratrio Mnimo a ser cumprido pelas empresas vencedoras: R$ 6,9 bilhes

    g Nmero de empresas habilitadas: 64 empresas, recorde que supera a 9 Rodada de Licitaes, com 61 empresas habilitadas

  • Rio abriga o maior centro privado de pesquisas geocientfi cas do Brasil

    7Boletim SBGf | nmero 84

    PESQUISA

    Hoje o Brasil ocupa a 16 posio no ranking mundial de reservas de petrleo, porm existe a perspectiva de que a

    produo duplique at 2020. O pas possui uma combinao nica de oportunidades e desafi os que o torna atraente para as empresas de pesquisa e explorao. No intuito de apro-veitar este cenrio, multinacionais esto investindo em ter-ras brasileiras em pesquisa e desenvolvimento de novas tec-nologias, principalmente voltadas explorao do pr-sal.

    Inaugurado em 2010, o Brazil Research and Geoengine-ering Center / Centro de Pesquisa e Geoengenharia, da em-presa Schlumberger, localiza-se no Parque Tecnolgico da Universidade Federal do Rio de Janeiro, na Ilha do Fundo, sendo o maior centro de pesquisa em geocincias de uma empresa privada em operao no Brasil. Com o objetivo de se tornar lder em tecnologia de produo local para propor-cionar efi cincia nas operaes brasileiras de petrleo e gs, da explorao produo, foi feito um grande investimento na construo do complexo, que possui rea de 10 mil me-tros quadrados.

    Jose Gregorio Gonzalez, diretor de marketing do centro de pesquisa, afi rma que, no local, desenvolve-se tecnologias para superar os diversos desafi os do pr-sal, em colaborao com seus clientes (como a Petrobras) e universidades brasileiras. Ao integrar

    geocincia e engenharia temos o objetivo de melhorar a re-cuperao de hidrocarbonetos e a produo em complexos reservatrios em guas profundas e no convencionais. Pro-curamos minimizar o custo de construo de poos, mitigar os riscos da explorao, apoiar as estratgias corporativas de nossos clientes que visam desenvolver tecnologia e co-nhecimento local para o crescimento econmico do pr-sal, alm de alavancar o investimento em pesquisa nacional.

    Mais de 200 profi ssionais trabalham no centro, sendo cerca de 30 geofsicos e cinco estagirios de geofsica. Atra-vs da parceria com instituies de ensino para o desenvol-vimento de trabalhos de geofsica, o centro procura integrar os mtodos no ssmicos com a cadeia de processamento de dados de reservatrio. Mtodos de computao de alta performance tambm so alvos das pesquisas na rea de geofsica. A empresa possui um programa de treinamento para os estudantes; antes de iniciar o estgio elaborado um plano de atividades pelo professor-mentor, no qual so defi nidas as principais reas que o aluno deve conhecer ao longo do estgio.

    Em 2009, logo que os planos foram postos em prtica para construir o nosso centro de pesquisa, a Schlumberger iniciou um programa muito agressivo para os novos funcio-nrios brasileiros. Eles foram enviados a centros de pesquisa muito especfi cos ao redor do mundo para serem treinados e expostos a ambientes de pesquisa competitivos, similares ao encontrado no Brasil. Estes primeiros candidatos foram

    devolvidos para o centro, logo que a construo terminou, dando-nos a vantagem de formar a nossa capacidade muito rapidamente, comenta Gonzalez.

    De acordo com o diretor de marketing, o centro de pes-quisa tem uma caracterstica nica: uma organizao de pesquisa que conta com um grupo de tecnologia responsvel pelo desenvolvimento de software e com um conjunto com-pleto de laboratrios, associado a um centro de operaes de ssmica. Em menos de 3 anos de operao conseguimos passar, em alguns projetos, de uma ideia de investigao--conceito para uma aplicao prtica, conclui Gonzalez.

    Pesquisas desenvolvidas atualmente pelo grupo do centro

    Geofsica Marinha / Levantamentos eletromagnticos - Objetiva integrar mtodos eletromagnticos marinhos de fonte profunda com o imageamento ssmico em profundi-dade para descobrir, avaliar e monitorar reservatrios de guas profundas no offshore brasileiro.

    Petrofsica - Desenvolve estudo sobre a estrutura dos po-ros e do fator de recuperao dos carbonatos do pr-sal. Esto sendo feitas medies em laboratrio sobre amostras de ncleo e anlise de dados de log para Nuclear Magnetic Resonance, dieltrica e propriedades fsicas das rochas das formaes do pr-sal.

    Geologia - Investiga a geologia dos carbonatos do pr-sal com foco em sedimentologia e disgenesia.

    Geomecnica - A equipe desenvolve novas tecnologias e mtodos para prever o comportamento e o desempenho dos reservatrios em guas profundas e as questes de geome-cnica pertinentes vida em campo, com foco especial em reativao de falhas, gerenciamento de reservatrios, time lapse, e com a estabilidade ssmica de poos e completaes.

    Perfurao - Com a anlise e modelagem do processo de perfurao, a equipe pretende obter uma melhor compreen-so dos desafi os do pr-sal por meio do desenvolvimento de novas ferramentas de hardware e software.

    Completao de Poos - A pesquisa implica no entendimen-to antecipado das necessidades da indstria de explorao e produo de leo e gs, transformando-as em produtos e servios inovadores.

    Produo - O segmento tem nfase no desenvolvimento de tcnicas adaptadas e produtos para construo e produo de poos, com o objetivo de aumentar de forma segura a produo de hidrocarbonetos dos reservatrios de pr-sal e reservatrios no convencionais.

    Engenharia de Reservatrios - Aplica princpios cientfi cos na soluo de problemas de drenagem que surgem durante o desenvolvimento e a produo dos reservatrios de petrleo e gs, de modo a obter uma elevada recuperao econmica.

    Garantia de Fluxo - Otimizao no fl uxo de produo en-volvendo reservatrios termodinamicamente complexos.

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  • Financiado em 2011 pela Petrobras, o Laboratrio de Geo-fsica Aplicada (LAGAP) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) est localizado no campus central da instituio, em Natal, e atua na pesquisa e formao de recursos humanos, tanto na graduao como nos nveis de mestrado e doutorado, em associao com a ps-graduao em Geodinmica e Geofsica da universidade.

    Para a construo do laboratrio em uma rea de 600 metros quadrados, foram investidos cerca de R$ 1,3 milho por meio da Rede Temtica de Estudos de Geofsica Apli-cada da Petrobras. Atravs do Programa de Apoio a Planos de Reestruturao e Expanso das Universidades Federais (REUNI), do Ministrio da Educao, foram contratados seis novos professores - a maior parte especializada em geof-sica aplicada, ampliando para 10 o nmero de docentes em atividade no laboratrio.

    H mais de duas dcadas a UFRN possui um grupo atuante de pesquisa em problemas inversos, explorao de petrleo e guas subterrneas, passando a desenvolver aes vi-sando formao em Geofsica de ps-graduandos em 1996 e de gra-duandos em 2008. De acordo com o professor Walter Eugnio de Medei-

    ros, coordenador do laboratrio, a implantao do LAGAP contribuiu bastante para a institucionalizao da rea de Geofsica na universidade, que hoje compreende um de-partamento e os cursos de graduao e ps-graduao, este ltimo em conjunto com o departamento de Geologia.

    O LAGAP conta com um laboratrio de computao cientfi ca em geofsica, secretaria e salas para docentes / pesquisadores, alunos de ps-graduao para o desenvolvi-

    mento de projetos, armazenamento e manuseio de equipa-mentos de geofsica e espao para reunies. Atualmente, o LAGAP dispe de equipamentos de GPR, gravmetro, DGPS geodsico e resistivmetros (com acessrios para levanta-mentos eltricos em 3D), dentre outros. Em articulao com as atividades de formao de recursos humanos, o labora-trio atua no desenvolvimento de metodologias para a so-luo de problemas inversos em geofsica, no processamen-to e interpretao de dados gravimtricos e magnticos; na aquisio e processamento de dados de microssismicidade induzida; alm da realizao de levantamentos, processa-mento e interpretao de dados de geofsica rasa e proces-samento de dados ssmicos.

    O LAGAP da UFRN parte integrante do Instituto Na-cional de Cincia e Tecnologia em Geofsica do Petrleo (INCT-GP), do CNPq, juntamente com outras instalaes da UFBA, UFPA e Unicamp. Tambm participa do PRH-22 (Programa de Formao de Recursos Humanos da ANP) atuando em conjunto com os departamentos de Geologia e Matemtica Aplicada e Informtica da UFRN.

    Boletim SBGf | nmero 848

    PESQUISAFo

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    Laboratrio da UFRN desenvolve Pesquisa na rea de Petrleo

  • 9Boletim SBGf | nmero 84

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    UNIVERSIDADE

    Em uma empresa jnior o estudante aprende de graa. Essa uma das mximas utilizadas para promover este tipo de associao civil, que funciona sob a orientao de professores e profi ssionais especializados. Mesmo composta e administrada exclusivamente por estudantes de graduao, uma empresa jnior pode realizar servi-os profi ssionais e possui carter de pessoa jurdica com CNPJ, registro na receita federal, recolhimento de im-postos e emisso de nota fi scal.

    Na rea da geofsica, a Universidade de Braslia e a Universidade de So Paulo contam com suas empresas juniores, a Phygeo UnB e a IAG Jr. USP.

    Phygeo UnB - www.phygeo.com.brVinculada ao Laboratrio de Geofsica Aplicada LGA/UnB, a Phygeo foi fundada em dezembro de 2010 e fun-ciona dentro do Instituto de Geocincias IG/UnB. O foco da empresa a geofsica aplicada, prestando ser-vios de aquisio e processamento de dados geofsicos. Os estudantes da empresa utilizam mtodos eletromag-nticos (GPR, EM34), eltricos (eletrorresistividade, IP e SP), aquticos (batimetria, side-scan sonar, sub-bottom profi ler), entre outros.

    O diretor de projetos e co--fundador da empresa jnior, Fre-derico Sousa, afi rma que a criao da Phy geo foi um recurso adotado para aplicar os conhecimentos ad-quiridos durante o curso de gradu-ao em geofsica. Percebemos que a maioria das empresas do setor se concentra no Rio de Janeiro e em

    So Paulo, a pelo menos mil quilmetros de nossa cida-de. Seria muito difcil conseguirmos estgios com toda essa distncia, ento pensamos numa alternativa que nos permitisse obter uma oportunidade de experincia real na rea na qual estudamos. De l para c, montamos um site, passamos por treinamentos em vrios mtodos geofsicos, prestamos alguns servios e desenvolvemos projetos internos, como um estudo indito no Brasil, de aplicao do GPR para a localizao de razes e mensu-rao de sua biomassa.

    Este ltimo projeto citado j rendeu dois resumos expandidos apresentados em eventos da SBGf; um no 12 Congresso Internacional de Geofsica, no Rio de Ja-neiro, em 2011, e o outro no V Simpsio de Geofsica, em Salvador, em 2012. A empresa ainda participou, no fi nal do ano passado, da organizao da 1 Semana de Geofsica da UnB que foi patrocinada pela SBGf. En-caramos a organizao anual da Semana de Geofsica como um projeto especial da Phygeo. Planejar e orga-nizar um evento de palestras e minicursos direcionado aos alunos do curso e demais interessados em geofsica uma forma bastante criativa de promover o curso e ain-da conseguir capacitar os prprios alunos. Os objetivos da empresa jnior se aliam aos objetivos da Semana de Geofsica, por isso consideramos esse projeto to espe-cial, conta Frederico Sousa. Outro projeto de relevn-cia desenvolvido na Phygeo foi o auxlio na montagem do stio controlado de geofsica da Polcia Federal, o SitCrim, em Braslia.

    Desde sua inaugurao, 15 alunos j participaram da empresa jnior. Hoje temos 10 membros. A seleo

    feita semestralmente. Os alunos de graduao em geo-fsica se inscrevem e tm seus currculos avaliados pela diretoria. Alm de boas notas, buscamos pessoas que sejam proativas e tenham o esprito empreendedor. Os membros da Phygeo no recebem salrios, uma vez que a empresa jnior no tem o lucro como fi nalidade. No entanto est prevista diria de campo e de processamen-to de dados para os membros envolvidos diretamente nos projetos desenvolvidos pela empresa. No muito, mas ajuda a comprar livros, custear cursos de capaci-tao, passagens e estadia para irmos aos congressos e simpsios de geofsica... enfi m, uma compensao pelo esforo empreendido, nada mais justo, comenta Frede-rico Souza.

    Parte do dinheiro arrecadado com os servios pres-tados utilizado para pagar os custos da empresa. A quantia que sobra aplicada na prpria empresa, seja na composio de fl uxo de caixa, ou na aquisio de equipamentos de proteo e uniformes, cursos de ca-pacitao para os membros, compra de computadores, livros, material de escritrio. Para Frederico, atuar numa empresa jnior pode ser mais enriquecedor do que um estgio. No s o aluno que tira vantagens de uma empresa jnior. O empresrio que nos contrata ganha muito com isso. Como a Phygeo uma empresa sem fi ns lucrativos, podemos oferecer um oramento bem vanta-joso em relao aos preos praticados no mercado. Alm disso, toda a equipe formada exclusivamente por estu-dantes universitrios da rea, o que agrega muito valor ao servio prestado.

    Em todas as etapas dos projetos desenvolvidos, os estudantes contam com o auxlio de um professor tu-tor, alm dos demais professores do IG/UnB, que atuam como consultores da empresa. O apoio institucional imprescindvel para uma empresa jnior existir. Ao abrir uma empresa jnior, v em frente! E lembre-se de que difi culdades viro, mas se voc e sua equipe persistirem, o esforo ser recompensado. A satisfao enorme. Vale a pena mesmo, assegura Frederico Sousa.

    IAG Jr. - www.iagjunior.com.brFundada em agosto de 1997, a IAG Jr. tem como misso aproximar os alunos do Instituto de Astronomia, Geof-sica e Cincias Atmosfricas (IAG) da USP do mercado de trabalho para desenvolver suas habilidades profi ssionais atravs da prestao de servios de qualidade s em-presas, tornando-se assim referncia em consultoria em suas reas. Aproximadamente 70 alunos j contriburam em suas atividades.

    Segundo a diretora presidente da empresa jnior da USP, Marce-la de Oliveira, aproximadamente 70 alunos j contriburam com a IAG Jr. que j realizou 30 projetos externos desde 2010. Nos preo-cupamos em trazer conhecimento aos alunos do instituto atravs de cursos ligados rea acadmica e

    empresarial, para que possam se preparar melhor para encarar oportunidades em sua carreira. A IAG Jr. ainda oferece palestras relacionadas a diversos temas, como a prpria graduao e o mercado de trabalho, alm de realizar eventos vinculados graduao e ao Movimento

    Empresas Juniores de Geofsica: Da Teoria Prtica

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  • Boletim SBGf | nmero 8410

    UNIVERSIDADE

    Empresa Jnior. A empresa prioriza cultivar valores e transmiti-los atravs de eventos sociais, incentivando os

    associados e a sociedade a contribuir com o prximo.

    A empresa oferece a seus clientes solues em geofsica

    com foco nas reas de geotecnia, meio ambiente, hidro-

    geologia, e explorao de recursos minerais, utilizando

    equipamentos de ponta e softwares sempre atualizados para o processamento.

    Hoje, 27 alunos esto envolvidos em pequenos pro-

    jetos. Realizamos no mnimo um processo seletivo por

    ano e no mximo dois para selecionarmos os alunos que

    tiverem interesse em administrar a empresa. Com o sur-

    gimento de projetos, damos preferncia aos associados.

    A IAG Jr. nunca remunerou seus associados por cargos

    internos, seja pelas suas funes administrativas, seja

    pela gesto de projetos. Para a execuo dos mesmos

    (participao em eventos, viagens de campo, processa-

    mento e interpretao de dados), no entanto, ocorre pa-

    gamento aos envolvidos, explica Marcela de Oliveira.

    Aps passar por diversas situaes que vo alm do

    cotidiano acadmico, a IAG Jr. se considera uma empresa

    slida. Temos mais perspectiva de projetos, o que traz

    uma maior vivncia empresarial aos alunos. Realizamos

    um projeto em que tnhamos como objetivo determinar

    a profundidade do topo rochoso em uma rea da regio

    de Porto Feliz (SP). Usamos ssmica de refrao, Cami-

    nhamentos Eltricos e Sondagens Eltricas Verticais e,

    utilizando a combinao destes dados, determinamos

    com boa preciso (cerca de 0,5 m) a profundidade da

    rocha. Este cliente hoje nosso parceiro, j que confi ou

    na qualidade de nossos servios. Outro projeto de porte

    feito pela empresa jnior da USP foi no estado do Par

    na regio da Serra do Trairo, onde os alunos participa-

    ram de todas as etapas de campo (desde a programao

    at a resolues de problemas), o pr-processamento e

    processamento de dados.

    De acordo com Marcela de Oliveira, a participao

    dos docentes fundamental. Ao recebermos o contato

    do cliente, fazemos uma reunio para levantarmos os

    pontos necessrios e estudarmos a viabilidade do pro-

    jeto. Para isso, sempre procuramos professores para nos

    auxiliar. Depois fazemos um levantamento entre os alu-

    nos interessados para a realizao do projeto. Quando

    consideramos que possvel oferecer o servio com alta

    qualidade, elaboramos uma proposta com todas as eta-

    pas, prazos, oramento e modo de operao. No fi nal do

    projeto sempre realizamos uma pesquisa com o cliente

    para analisar sua satisfao com o nosso trabalho e uti-

    lizamos esse feedback como base para uma constante melhoria dos nossos servios.

    Participar de uma empresa jnior tem muitas van-

    tagens e a troca de experincias com outras empresas

    juniores fundamental. Ns na IAG Jr. j passamos por

    muitas difi culdades e consertamos erros que, se com-

    partilhados, podem facilitar bastante o surgimento ou a

    evoluo de outras empresas. Estamos abertos a auxiliar

    outras empresas no que for possvel e, quando alguma

    empresa vem nos contatar, nos preocupamos em respon-

    der todas as dvidas que estiverem ao nosso alcance.

    No acreditamos em concorrncia, todos estamos no

    Movimento Empresa Jnior para crescer, aprender e le-

    var conosco uma bagagem da graduao alm da que to-

    dos j esto acostumados, fi naliza Marcela de Oliveira.

    MOVIMENTO EMPRESA JNIOR

    Em 1967, em uma faculdade de cincias econmicas, em Paris, foi criada a primeira empresa jnior do mundo. A Lcole Suprieure des Sciences Economiques et Com-merciales ESSEC lanou a ideia de uma associao de estudantes formada com o propsito de colocar em prtica no mercado os conhecimentos acadmicos.

    Pioneira, a Empresa Jnior Fundao Getulio Vargas (EJFGV) foi fundada, em So Paulo, em 1988, por alunos da graduao da Escola de Administrao de Empresas da Fundao Getulio Vargas (EAESP-FGV) e deu incio ao Movimento Empresa Jnior na Amrica Latina.

    Ento foi criada a Brasil Jnior - Confederao Brasileira de Empresas Juniores, que possui a misso de represen-tar o Movimento Empresa Jnior em mbito nacional e potencializ-lo como agente de educao empresarial e gerador de negcios. Segundo a confederao, h cerca de 700 empresas operando neste modelo no pas, reu-nindo cerca de 22 mil estudantes/empresrios juniores em instituies de ensino superior.

    Apesar de possuir carter de pessoa jurdica, uma em-presa jnior no tem fi ns lucrativos porm possui fi ns econmicos para manter seu funcionamento e oferecer melhor capacidade tcnica na formao dos estudantes.

    Registro do I Encontro Nacional de Empresas Juniores do Setor Geo que aconteceu na UNESP Rio Claro, nos dias 31 de maio e 1 de junho de 2013, reunindo alunos dos cursos de Geofsica, Geologia, Geografi a, Engenharia Cartogrfi ca e Engenharia Ambiental.

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  • 11Boletim SBGf | nmero 84

    UNIVERSIDADE

    Panorama da Graduao em Geofsica no Brasil - UnBO Boletim SBGf est publicando um Panorama da Graduao em Geofsica no pas, no qual so abordados diversos temas

    relativos disciplina nas Instituies de Ensino Superior (IES). A cada edio publicada uma entrevista com um coor-

    denador de curso de graduao em geofsica e um aluno da mesma instituio.

    Est ligado ao Instituto de Geocincias da UnB, o mais novo curso de graduao em Geofsica do Brasil. Criado no segundo semestre de 2009, o curso conta com boa infra-estrutura, com 3 salas computacionais recm-reformadas e equipadas atravs do programa REUNI, do governo fede-ral. A graduao da UnB tem nfase na geofsica aplicada, com o objetivo de formar profi ssionais voltados carreira cientfi ca e ao mercado de trabalho no Brasil e no exterior. O curso, com durao de oito semestres, abre 60 vagas anuais, que so preenchidas semestralmente por meio do vestibular, do Programa de Avaliao Seriada e do Exame Nacional do Ensino Mdio, respeitando as cotas. O ltimo vestibular teve a relao de 4,5 candidatos por vaga e hoje 168 estudantes cursam Geofsica da UnB.

    O curso conta com 3 salas computacionais de ltima gerao e uma ampla gama de equipamentos geofsicos de campo, alm de diversos laboratrios: de Geofsica Aplica-da (LGA); de Sensoriamento Remoto e Anlise Ambiental (LSRAE); de Estudos da Litosfera (LabLitos); Computacio-nal (LabCom) e Observatrio Sismolgico (ObSis). Site: http://www.igd.unb.br

    Entrevista Marco IannirubertoCoordenador do curso de graduao em Geofsica da UnB

    Como formado o corpo docente?O corpo docente formado por 14 professores, contratados especifi ca-mente pela implantao do curso de Geofsica, mas outros professores do

    Instituto de Geocincias tambm ministram as aulas. A to-talidade dos docentes possui doutorado.

    Como est o desenvolvimento da Geofsica em sua ins-tituio de ensino? Como avalia a qualidade do curso?O curso est plenamente inserido nas atividades de ensino, pesquisa e extenso da universidade. A qualidade do curso muito boa, podendo contar com o diferencial da inte-grao com o curso de Geologia e a boa infraestrutura de pesquisa do Instituto de Geocincias.

    Qual o perfi l do aluno formado no curso de graduao em Geofsica oferecido pela universidade?A formao do geofsico na UnB tem forte caracterstica multidisciplinar, com a base principal nas reas de Fsi-ca, Matemtica, Geologia e Processamento de Dados. A formao d nfase s atividades relacionadas geofsi-ca aplicada. No segmento de geofsica bsica, o foco est na sismologia e suas aplicaes. Para formar profi ssionais voltados carreira cientfi ca e ao mercado de trabalho no pas e no exterior, o curso capacita os estudantes em sete campos de atividade profi ssional. So eles: sismologia b-sica e aplicaes; geofsica aplicada ao mapeamento geo-lgico e explorao mineral; explorao de petrleo; ao estudo de gua subterrnea; engenharia geotcnica; ao monitoramento do meio ambiente; e ao estudo de rios, lagos e ambiente marinho costeiro.

    A instituio oferece tambm curso de ps-graduao em Geofsica?Sim. Geocincias Aplicadas.

    Entrevista Lavoisiane Ferreira de SouzaEstudante de graduao em Geofsica da UnBIdade: 21 anosPerodo: 8 semestreInteresse atual: Geofsica aplicadaSituao profi ssional: estudante

    O que te motivou a cursar Geofsica?

    Sempre gostei de geocincias. Na poca do vestibular vi o novo curso de Geofsica da UnB e achei interessan-te, pesquisei sobre o assunto e como eu tambm gosto de Fsica, resolvi tentar e se no gostasse poderia mudar para a Geologia. Porm, me apaixonei pelo curso e estou realizada com a minha opo.

    O curso tem correspondido as suas expectativas?

    Sim, em funo do foco em geofsica aplicada, experin-cia prtica com aulas de campo, processamento de dados e interpretao. Durante a graduao pude abrir minha mente para as oportunidades da profi sso e ter uma viso ampla do quanto a geofsica pode ser aplicada em v-rias reas e sua importncia. Os professores sempre esto dispostos a nos orientar em projetos de pesquisa, como o Programa Institucional de Bolsas de Iniciao Cientfi ca (PIBIC) do CNPq e estgios supervisionados. Alm disso, o Observatrio Sismolgico da UnB oferece aos alunos a oportunidade de trabalhar com dados sismolgicos e fazer pesquisas na rea.

    Voc j teve alguma experincia profi ssional na rea?

    Sim, embarquei em um navio na campanha de geofsi-ca marinha do Servio Geolgico do Brasil (CPRM), por intermdio do Instituto de Geocincias da universidade, onde foram adquiridos dados de gravimetria, magneto-metria, batimetria multifeixe e de perfi lagem acstica rasa com sub-bottom. Foi uma experincia muito interes-sante, pois descobri como trabalhar em navios e gostei bastante. Tive a oportunidade de conhecer geofsicos de diversas instituies e conhecer suas experincias acad-micas. Isso me levou a fi car muito satisfeita com a forma-o que recebo na UnB.

    Voc j est desenvolvendo seu trabalho de concluso de curso? Se sim, qual tema?

    Sim. Estou trabalhando com aquisio, processamento e interpretao de dados de gravimetria, magnetometria e eletromagntico (EM) aplicados ao estudo do Grben gua Bonita, Provncia Tocantins. Para o desenvolvi-mento deste trabalho estou sendo orientada por quatro professores.

    Pretende fazer alguma especializao ou investir na carreira profi ssional?

    Tenho inteno de ingressar no mestrado, no programa de Geocincias Aplicadas da UnB.

    Se associou SBGf a partir de qual perodo?

    Em 2010, quando estava no segundo semestre do curso. Nesta ocasio houve patrocnio da CGG.

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  • Boletim SBGf | nmero 8412

    MEMRIA

    Histria do Processamento Ssmico no Brasil Parte I

    Simplicio Lopes de Freitas (SCF Consultoria) e Renato Lopes Silveira (ANP)

    No fi nal da dcada de 1950 os sinais ssmicos de refrao

    eram recebidos pelos geofones, passavam por amplifi cadores

    e fi ltros analgicos e eram diretamente gravados em papel fo-

    togrfi co pelos 24 galvanmetros. A partir dos sismogramas

    em papel fotogrfi co os tempos de refrao eram plotados em

    papel quadriculado, no qual o sismologista fazia a interpreta-

    o. No era possvel fazer a gravao em sistema magntico

    porque grande parte dos dados era, na maioria dos casos,

    muito superior a 6 segundos. J os sismogramas de refl exo

    eram gravados simultaneamente em papel fotogrfi co e em

    um sistema magntico de amplitude modulada (AM), o que

    permitia a sua reproduo. Os sistemas usados pelas equipes

    ainda usavam vlvulas eletrnicas como, por exemplo, o sis-

    tema GSI 7000.

    O centro de processamento ssmico da Petrobras que era

    operado pela United Geophysical, na Avenida Rio Branco 10,

    no centro do Rio de Janeiro, no fi nal da dcada de 1950 at

    meados da de 1960, funcionava ainda com tecnologia anal-

    gica a vlvulas e consistia em dois mdulos: i) o equipamento

    de reproduo do sismograma, que era gravado em fi ta AM,

    introduo de fi ltros, ganhos, e de uma velocidade constante

    atravs de um dispositivo conhecido como camo, que per-

    mitia um avano ou atraso em tempo do trao ssmico para

    correo de normal moveout (NMO). Atravs de fi ao/cabos

    (patch board) era possvel retirar traos mortos ou com muito

    rudo. O resultado era uma sada em fi lme de sismogramas

    no formato AR (aproximadamente 10 cm) que eram colo-

    cados em um estojo para at 100 sismogramas. Aps atingir

    essa capacidade, o estojo era levado para o laboratrio de

    revelao fotogrfi ca. Aps esta etapa, o operador de AR se-

    parava manualmente os sismogramas identifi cando-os com

    tinta nanquim; ii) o segundo mdulo era uma mquina fo-

    togrfi ca, chamada strata printer, que continha um grande

    rolo de fi lme (aproximadamente 75 m). Os sismogramas eram

    colocados individualmente na leitura AR que fazia sua trans-

    crio para o rolo maior. Deste modo os sismogramas eram

    dispostos lado a lado, um a um, formando o que se designou

    chamar uma seo AR, que era apresentada como um con-

    junto de sismogramas em densidade varivel. Cabia ao ope-

    rador do AR, com base nas informaes da equipe, estabele-

    cer a direo da linha. Este mdulo permitia opcionalmente

    a entrada de correes estticas, tais como as relativas ao

    weathering e elevaes, via carto perfurado, para cada trao.

    Portanto, as sees ssmicas AR continham correo

    esttica, correo fi xa de normal moveout e aplicao de fi l-

    tros. Um datum da bacia tambm era aplicado na

    plotagem da seo AR fi nal. A capacidade de processamento

    destes equipamentos era pequena, tanto que, por exemplo, os

    dados obtidos na costa brasileira em 1960 pelo navio Texin

    da GSI (equipe ES-22) tiveram que ser enviados para Hous-

    ton, EUA.

    A chegada da tcnica CDP (common depth point) no

    Brasil teve importantes desdobramentos na aquisio e no

    processamento. Os equipamentos da United Geophysical

    sofreram modifi cao para permitir a soma dos traos que

    compem um CDP. Para tanto foi adicionado um tambor que

    podia conter uma fi ta magntica com seis vezes o tamanho

    da fi ta padro. O limite mximo de CDP era de seis traos.

    Atravs de programao manual em patch board os dados

    do sismograma de entrada eram enviados para este tambor

    maior na sequncia do CDP. A correo esttica obrigatoria-

    mente passou a ser feita manualmente pelo operador antes da

    soma dos traos. Em suma, os dados oriundos de equipes com

    CDP sofriam inicialmente a correo esttica, em sequncia

    uma correo de normal moveout, aplicao de fi ltros, retira-

    da de traos mortos ou com alto rudo, soma dos traos CDP

    e depois gerao dos fi lmes AR. Um controle de qualidade

    era feito pelo operador que visualizava o sismograma em um

    monitor CRT. O necessrio alinhamento dos tempos de time

    break de cada sismograma era feito manualmente com a

    ajuda de outro monitor, no caso um osciloscpio.

    Aps a plotagem da seo AR estas eram enviadas para

    o Setor de Desenho j com as observaes do operador de

    AR e os dados de campo (como por exemplo, equipe, linha,

    direo, parmetros de tiro etc.). Aps manualmente proces-

    sadas pelo desenhista, que completava na prpria seo AR

    os dados bsicos (por exemplo, em cima de cada 12 traos o

    nmero do ShotPoint), a seo era enviada para o Setor de

    Cpias. Eram feitas cpias heliogrfi cas das sees para em

    seguida serem enviadas aos intrpretes (que estavam na sede

    ou nos distritos, como eram chamadas as atuais UO Unida-

    des Operacionais de Explorao).

    Do dia do recebimento das fi tas de campo e dos relat-

    rios no centro de processamento at a expedio da cpia da

    seo ssmica decorriam at 30 dias. Em casos excepcionais

    todo o processo poderia ser feito em 3 a 5 dias com a simpli-

    fi cao das tarefas do desenhista. At este momento, meados

    da dcada de 1960, um possvel reprocessamento dos dados

    seria de muito pouca utilidade.

    Em 1967 a Petrobras, tendo frente o Dr. Wagner Freire e

    Paulo Novaes, cancelou o contrato com a United Geophysical

    e instalou no Edifcio Astria, na Rua Senador Dantas 14,

    na capital do Rio de Janeiro, um sistema analgico da SIE

    que permitia a operao com fi tas magnticas analgicas

    AM e FM. Possibilitava a correo esttica com entrada

    em carto perfurado, correo de normal moveout din-

    mica, aplicao de fi ltros, soma de CDP, um plotter de

    sees ssmicas com vrias modalidades de apresentao

    (wiggle, densidade varivel etc.) e um sistema conversor

    de analgico para digital.

    A primeira equipe ssmica nacional (ES-26) entrou

    em operao em 1966 com instrumento SIE PT-100 e

    registro AM e logo depois passou a usar as fi tas FM. Este

    novo sistema, alm dos avanos tecnolgicos (baseados

    em de transistores ao invs de vlvulas eletrnicas), per-

    mitia tambm uma maior produtividade com o uso de

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  • 13Boletim SBGf | nmero 84

    cartes perfurados para entrada de dados de correes est-

    ticas. A programao da soma de CDP continuava, contu-

    do, a ser feita atravs de patch boards. A plotagem foi muito

    simplifi cada, pois as sees fi nais eram plotadas diretamente

    para o plotter CRT. Este sistema j permitia um reprocessa-

    mento dos dados com mudana na aplicao de correo de

    NMO, porm no se podia antecipar o resultado fi nal at a

    plotagem da seo. Com a eliminao da demorada etapa da

    gerao dos sismogramas AR e da plotagem posterior da se-

    o fi nal verifi cou-se um ganho no turnaround time entre a

    entrada dos dados de campo no CPD e a expedio da seo

    fi nal para os intrpretes.

    O ano de 1968 trouxe grandes mudanas para a ssmica.

    O levantamento digital da plataforma continental brasileira

    comeou em 1967 e o processamento dos dados foi inicial-

    mente realizado em Houston (EUA) com acompanhamento

    de intrpretes da Petrobras. Deste modo para processar os

    dados digitais da plataforma, foi

    adquirido um computador IBM 360/44 com 256 KB de memria e um convolver com software de

    processamento ssmico aberto da

    Western Geophysical Co. Pouco

    tempo depois esse convolver foi

    substitudo por um array pro-

    cessor IBM 2938 que funcionou

    at 1978, quando foi substitudo

    pelo novo array processor IBM

    3838. O IBM PS 360/44, quando foi instalado, no centro do

    Rio de Janeiro, era considerado o maior e mais potente siste-

    ma computacional da Amrica Latina. A memria principal

    era 256 KB (KB=103), enquanto as unidades de disco totali-

    zavam 29,6 MB (MB=106). Era um computador muito caro,

    alguns milhes de dlares na poca, ocupava mais de 200 m,

    tinha refrigerao e instalaes eltricas especiais.

    Hoje um PC de uso domstico pode ter 6 GB de memria

    (grosseiramente 20.000 vezes maior que o PS44) e HD de 1

    TB (mais de 30.000 vezes). A sequncia bsica dos programas

    ssmicos utilizados eram o Edit (fazia a edio do formato do

    instrumento de gravao no campo para um formato apro-

    priado ao processamento); Decon; Velan; Nmo-Stk; Migra-

    o; Filtro e Reformat. O PS44 usava um sistema operacional

    monoprogramao. Basicamente os dados ssmicos de campo

    eram lidos em fi ta magntica, ao passo que os parmetros dos

    programas eram lidos atravs de uma leitora de cartes IBM

    2501 e aps o processamento a sada era tambm colocada

    em uma ou mais fi tas magnticas. O controle da execuo do

    programa era feito atravs de uma impressora (IBM 1403). Para visualizar os dados ssmicos era necessrio reformatar

    a fi ta para que esta pudesse

    ser lida no conversor digital/

    analgico de onde era ento

    plotada em papel ou fi lme

    fotogrfi co. Uma equipe

    de geofsicos da Petrobras,

    alm de processar dados,

    desenvolvia programas

    que eram incorporados

    ao fl uxo do processamen-

    to. So desta poca, por exemplo,

    os programas conhecidos como

    P1010 (Migrao) e P1030

    (Conversor Tempo-Profundi-

    dade), a aplicao da holos-

    ssmica na determinao de velocidade intervalar e eliminao

    de refl exes mltiplas por meio do empilhamento horizontal

    ponderado, dentre outros.

    Em 1975 entrou em

    operao o IBM 360/65 com 1 MB de memria

    com o antigo array pro-

    cessor IBM 2938, que

    operava com um sistema

    operacional MVT em regi-

    me de multiprogramao,

    no qual eram executados

    concorrentemente at trs

    programas. Este sistema

    aumentou a capacidade de

    processamento e permitiu

    executar muitos outros

    aplicativos. A rotina operacional, no entanto, era a mesma:

    cada programa lia parmetros da leitora de cartes, os dados

    de fi ta e os resultados do programa na impressora e os dados

    ssmicos em fi ta magntica. Ainda era necessrio o uso de um

    programa de reformat para que os dados ssmicos pudessem

    ser plotados. No fi nal de 1978 a capacidade de processamen-

    to foi aumentada com a instalao de um IBM 370/158AP

    acoplado em um array processor IBM 3838, mais tarde, em

    1984 um IBM 3083B16 e em 1987 um IBM 3090 com dois VF

    (vector facility), unidade especial que fazia clculos sobre ve-

    tores muito mais rpidos e que substituram os array proces-

    sors. Estes ltimos sistemas usavam sistema operacional em

    multiprogramao com memria virtual (MVS). O aumento

    da capacidade de processamento era rapidamente absorvido

    pelos novos aplicativos e novas tecnologias de aquisio.

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    Foto: Arquivo IBM

    Rua Visconde de Piraj, 250 / 6 andar | Ipanema | Rio de Janeiro | Brasil | Tel/fax (55 21) 3202-6500

    www.georadar.com.br

    GEORXT. Explorando cada vez mais fundo,

    para levar o Brasil cada vez mais longe.

    Aliando conhecimento, experincia e alta tecnologia, a GEORXT

    navega por guas rasas e profundas, levando solues

    especializadas para reservatrios e aquisies de dados

    ssmicos multicomponentes no leito ocenico (OBC).

    Especializada em OBC-4C, a GEORXT trabalha com modelos

    de negcios diferenciados, visando impulsionar o mercado de

    dados ssmicos multicomponentes em campos produtores e

    aplicaes para reas obstrudas.

    Esses so alguns dos resultados de uma atuao baseada

    na qualidade e compromisso com o cliente, alm de fortes

    investimentos em novas tecnologias e produtos voltados

    indstria petrolfera.

    Conhea a GEORXT, primeira empresa brasileira de geofsica

    martima e a mais nova integrante do Grupo Georadar.

  • Boletim SBGf | nmero 8414

    NOTAS

    SRIES DE GEOFSICA 2

    GEOFSICA NA PROSPECO MINERAL:GUIA PARA APLICAO

    Jos Gouva Luiz

    Inpe

    Esto abertas as inscries para os cursos de ps-graduao do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) nas se-guintes reas: astrofsica, engenharia e tecnologias espaciais, geofsica espacial, computao aplicada, cincia do sistema terrestre, meteorologia e sensoriamento remoto. A seleo ser realizada em dezembro para incio das atividades em maro de 2014. A documentao exigida e mais informaes podem ser acessadas na internet atravs do link www.inpe.br/pos_gradu-acao/inscricoes.php.

    ONA Coordenao de Geofsica do Observatrio Nacional (ON) oferece curso de mestrado e doutorado com as seguintes li-nhas de pesquisa: Geofsica da Terra Slida (Geodinmica, Geomagnetismo, Geotermia, Gravimetria, Instrumentao, Sismologia, Tectonofsica) e Geofsica Aplicada (gua Sub-terrnea, Meio Ambiente, Petrleo, Recursos Minerais). As inscries estaro abertas de 1 de outubro a 29 de novembro. Veja mais informaes no site www.on.br.

    UFFO Instituto de Geocincias da Universidade Federal Fluminense (IGEO-UFF) abriu inscries para o processo de seleo de can-didatos para o Programa de Ps-graduao em Dinmica dos Oceanos e da Terra - DOT (antes chamado Geologia e Geofsica Marinha), no nvel de doutorado. A documentao deve ser entregue no Departamento de Geologia (Lagemar), no Campus da Praia Vermelha, no bairro de Gragoat, em Niteri, Rio de Janeiro. A inscrio pode ser efetuada at setembro de 2013. O pblico-alvo abrange graduados em Geofsica, Geologia, Geografi a, Oceanografi a e reas afi ns. Informaes adicionais podem ser obtidas no site www.proppi.uff.br/pos-lagemar.

    UERJ O Programa de Ps-graduao em Anlise de Bacias e Faixas Mveis da Faculdade de Geologia da Universidade do Esta-do do Rio de Janeiro (UERJ) oferece curso de doutorado nas reas de concentrao em Anlise de Bacias e em Tectnica, Petrologia e Recursos Minerais. As inscries esto abertas at 5 de setembro. Mais informaes em www.fgel.uerj.br/ingres-so_pos2013.htm.

    UFRNA Coordenadoria do Programa de Ps-Graduao em Geodi-nmica e Geofsica da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (PPGG/UFRN) oferece 10 vagas anuais para o curso de doutorado, distribudas nas reas de concentrao do progra-ma. As inscries para o processo seletivo para ingresso em 2014 esto abertas at o dia 30 de setembro. Outros detalhes podem ser obtidos em www.posgraduacao.ufrn.br/PPGG.

    IAG-USPAs inscries para o processo seletivo do curso de doutorado do Programa de Ps-Graduao em Geofsica do Instituto de Astronomia, Geofsica e Cincias Atmosfricas da Universida-de de So Paulo (IAG-USP) podem ser realizadas durante todo o ano letivo (fl uxo contnuo). As informaes esto no site www.iag.usp.br/pos.

    IGc-USPO Instituto de Geocincias da Universidade de So Paulo (IGC--USP) oferece cursos de doutorado nos programas de Geo-qumica e Geotectnica; Mineralogia e Petrologia; e Recursos Minerais e Hidrogeologia. As inscries podem ser feitas ao longo do ano. Outras informaes no site www.igc.usp.br.

    Ps-Graduao em Geocincias

    Dando continuao coleo S-ries de Geofsica que a SBGf vem publicando, no intuito de ampliar a bibliografi a em portugus na rea da geofsica, foi lanado o livro Geofsica na Prospeco Mineral:

    Guia para Aplicao (90 pg.), da autoria do professor Jos Gouva Luiz.

    O autor comeou sua vida pro-fi ssional em 1971, como gelogo de poo da Petrobras. Entretanto,

    logo depois voltou sua ateno academia. Desde 1974, como professor da Universidade Federal do Par (UFPA), lecionou nos cursos de graduao e ps-graduao da Geofsica e da Geologia. Durante sua vida acadmica, participou de diversos projetos de pesquisa com nfase em Geofsica Aplicada, alm de atividades de extenso para companhias de minerao e agncias do governo, voltadas principalmente para prospeco mineral e de gua subterrnea. O livro rene informaes sobre alguns destes projetos.

    Jos Gouva Luiz afi rma que a obra, que conta com o apoio da Vale, foi inspirada na publicao Mining Geophysics, v. 1, editada pela Society of Exploration Geophysicists (SEG). No livro fao a descrio de processos geolgicos que contribuem para a formao de depsitos de minrio e como eles infl uen-ciam a escolha dos mtodos geofsicos de prospeco. Assim, espero que possa auxiliar no s os geofsicos, mas tambm os gelogos.

    Dividido em nove captulos, alm da introduo prospec-o, o livro analisa os sulfetos macios e os disseminados, mi-nrios de ferro, diamantes, bauxita, cassiterita, ouro e plceres. Ainda na Apresentao, o geofsico Renato Silveira comenta: No estudo de cada um dos captulos discute-se com critrio as caractersticas do minrio, sua concentrao, gnese, am-biente, condio geoqumica, tipo de depsito e, o que mais interessante, quais so os mtodos geofsicos mais adequados para sua pesquisa exploratria. Magnifi camente ilustrado, com exemplos de ocorrncias de acumulaes minerais no Brasil e no exterior, o livro traz uma rica pesquisa bibliogrfi ca associa-da a cada um dos captulos e outra de todo o contedo da obra.

    O Diretor Global de Explorao Mineral e Desenvolvimento de Projetos da Vale, Marcio Godoy, escreveu um texto intro-dutrio que acompanha a obra: A Geofsica parte funda-mental do trabalho de prospeco mineral, ela a base para a conduo da maioria dos programas de explorao, contribui para reduzir os riscos e encurta o caminho para a descoberta de depsitos minerais... registro e valorizo aqui o alto nvel de qualidade, seriedade e comprometimento da SBGf, que, com iniciativas como esta, vem desempenhando um importante pa-pel para o desenvolvimento e a promoo da Geofsica no pas.

    Jos Gouva Luiz j est com outra publicao agendada. Eu e minha colega Lcia Maria da Costa e Silva estamos quase fi nalizando mais um volume do livro Geofsica de Prospeco, que dedicado aos mtodos eltricos e eletromagnticos, mas que talvez aborde tambm os mtodos ssmicos.

    Geofsica na Prospeco Mineral: Guia para Aplicao pode ser adquirido por R$ 50, na sede da SBGf no Rio de Janeiro, e estar, juntamente com outros ttulos da sociedade, no 13 Congresso Internacional da SBGf, em agosto. Informaes so-bre envio pelos Correios podem ser obtidas atravs do email [email protected].

    Livro - Geofsica na Prospeco Mineral: Guia Para Aplicao

  • IN MEMORIAM

    15Boletim SBGf | nmero 84

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    In Memoriam - Roberto Hermann Plastino, Antonio Saldanha de Sousa Neves e Geraldo de OliveiraNesta edio, o Boletim SBGf presta homenagem a geofsicos que contriburam de forma inestimvel para o avano da cincia no Brasil e que, infelizmente, faleceram. Roberto Hermann Plastino, Antonio Saldanha de Sousa Neves e Geraldo de Oliveira, nosso pesar.

    Foto: Mem

    ria Petrobras

    Roberto Hermann PlastinoNascido em 21 de abril de 1940, Roberto Hermann Plastino faleceu em 14 de agosto de 2012. Graduou-se em 1962 em Engenharia Eletrnica pelo Instituto Tecnolgico de Aero-nutica (ITA) e ingressou no mesmo ano na Petrleo Brasilei-ro S.A. Considerado muito criativo, desenvolveu juntamente com Fausto Alberto Lira de Aguiar, tcnico do ITA e W.F. Lotz, geofsico que tambm era funcionrio da Petrobras, um resistivmetro utilizado em prospeco geofsica nas ativida-des de eletrorresistividade. Em 1963 foi criada pela Petrobras a Equipe Eltrica 3 (EE-3) com a fi nalidade, inicialmente, de realizar prospeco geofsica na Bacia do Recncavo. Ro-berto Hermann Plastino esteve presente em todo o perodo de atividades da equipe, tendo ocupado a chefi a da mesma durante muitos anos. Alm do Recncavo, a EE-3 tambm fez prospeces nas Bacias de Almada, Jequitinhonha e Es-prito Santo, tendo bases em Cat (BA), Mata de So Joo (BA), Ilhus (BA), Canavieiras (BA), So Mateus (ES) e Linha-res (ES), onde a EE-3 concluiu suas atividades.

    Aps o trmino da EE-3, Plastino foi transferido para o Departamento de Explorao da Petrobras (DEPEX) no Rio de Janeiro, onde passou a dar manuteno em equipamen-tos eletrnicos das equipes ssmicas. Quando aposentado, foi trabalhar no Departamento de Geologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em um projeto de pesquisa ligado aplicao de Radar Penetrao no Solo (GPR) em poos de petrleo. Tambm se dedicou ao magistrio, tendo ministrado aulas de Matemtica, Fsica e Mtodos Geofsi-cos na UFRJ e em outras instituies de ensino e pesquisa, obtendo o Mestrado em Geologia na UFRJ em 2006.Contribuio: Renato Silveira

    Antonio Saldanha de Sousa Neves com pesar que a SBGf informa o fa-lecimento do geofsico Antonio Sal-danha de Sousa Neves, no dia 21 de outubro de 2012, no Rio de Janeiro.

    Nascido em Portugal, iniciou sua carreira no continente africano, mais precisamente em Moambique e na frica do Sul, depois de conseguir os ttulos de graduao e doutorado em Geofsica pelo Mas-sachusetts Institute of Technology (MIT/EUA), no fi nal dos anos 50. No Brasil, atuou em algumas das principais em-presas de servios, a maioria delas especializadas em aero-geofsica, como a LASA e ENCAL, entre 1976 e 1989. Na academia foi professor visitante do Observatrio Nacional e da UFRJ e, nos ltimos 10 anos, vinha trabalhando como consultor, exceto pelo perodo em que foi designado para chefi a da Superintendncia de Defi nio de Blocos (SDB) da ANP, em 2005.

    Segundo o parceiro de profi sso e amigo, Jorge Dago-berto Hildenbrand, durante sua carreira profi ssional, An-tonio Sousa Neves se destacou como geofsico especialista nos mtodos potenciais (magnetometria e gravimetria), e considerado um dos pais do mtodo magnetotelrico, que

    foi o tema de sua tese de doutoramento no MIT, alm de ter publicado artigos cientfi cos relacionados ao assunto.

    Tive o privilgio de conviver e trabalhar com o Sousa desde o fi nal dos anos 70, quando ambos atuvamos em empresas concorrentes, mas mantnhamos uma relao cor-dial e de respeito mtuo. Foi a partir da metade da dcada de 80 que nossa relao profi ssional esteve mais prxima e que perdurou at seus ltimos dias. Ao longo de sua vida profi ssional trabalhou com praticamente todos os mtodos geofsicos: mtodos ssmicos, eltrico-eletromagnticos e os mtodos potenciais, aos quais esteve mais ligado nos ltimos anos. Com seu esprito empreendedor trouxe para o Brasil os primeiros levantamentos magnetotelricos (MT), construiu magnetmetros com sensores de prtons para fu-gir das difi culdades de importao nos anos 80 e esteve frente da iniciativa que viabilizou a entrada da LASA nos levantamentos ssmicos na Amaznia (LASA-SDU), na mesma dcada. Enfi m, mais um mestre da geofsica se foi, mas sua imagem ser sempre lembrada pela sua elegncia, inteligncia, carter exemplar e pelo seu bom humor quase inabalvel, comenta Jorge Hildenbrand.Contribuio: Jorge Dagoberto Hildebrand

    Geraldo de OliveiraEm 26 de novembro de 2012, fale-ceu o geofsico aposentado Geraldo de Oliveira, aos 94 anos, no Rio de Janeiro. Foi na Petrobras que Geral-do de Oliveira desenvolveu uma pr-diga carreira, sendo gerente da rea de produo da regio Norte, em Be-lm, na poca da descoberta de Nova Olinda, mdio Amazonas, e inventor de um mtodo de re-frao. Como o mtodo no foi patenteado ou publicado em uma revista de grande circulao, poucos tomaram co-nhecimento do mesmo. Consta que o mtodo acabou sendo registrado, posteriormente, por uma companhia americana.

    No Centro de Processamento da Petrobras, Geraldo de Oliveira colaborou com diversos projetos. Em 1975 demons-trou que, para um meio isotrpico e homogneo, a migrao 3D dos dados de refl exo ssmica pode ser realizada atravs da aplicao de duas migraes, em cascata, uma perpendi-cular outra. Novamente, como a descoberta no foi publi-cada, o mtodo acabou sendo reinventado por Ken Larner e anunciado em um congresso da SEG, nos Estados Unidos.Produziu inmeros resultados, muito dos quais tiveram am-pla utilizao, tais como o Mtodo Hales, no qual utili-zava o grfi co da interpretao de dados de refrao para apresentar de pronto a soluo. Ainda, a partir do grfi co que representava o perfi l de um poo, a partir do WVS, de-senvolveu uma soluo grfi ca de grande importncia para todos os intrpretes que, na poca, procuravam conhecer a funo velocidade pertinente quela rea.Contribuio: Osvaldo de Oliveira Duarte e Joo Victor Campos

  • 16

    ESPECIAL

    Em decorrncia da evoluo tecnolgica e da necessi-dade de constante aperfeioamento da explorao nas camadas mais profundas do oceano, a caracterizao de reservatrios hoje uma ferramenta essencial para a perfurao de novos poos, monitoramento destes reser-vatrios e implantao de projetos de recuperao adi-cional de petrleo.

    Fuso de atividades e multi-disciplinaridade so as bases do sucesso em processos de caracteri-zao de reservatrios. De acordo com Abelardo S, engenheiro de petrleo e consultor na rea de en-genharia de reservatrios da empre-sa Barra Energia, a especializao em caracterizao de reservatrios

    pertence rea da geoengenharia. Essa rea resulta da integrao das reas de geofsica, geologia de desenvol-vimento e engenharia de reservatrios. A equipe deve ser composta ainda por perfi s de profi ssionais que traba-lham em laboratrios de centros de pesquisa e em com-panhias prestadoras de servios para produo de dados. Na caracterizao de reservatrios trabalhamos inicial-mente com o modelo esttico do reservatrio e posterior-mente com o modelo dinmico. O modelo esttico onde h uma participao expressiva das reas de geofsica e geologia, j no modelo dinmico feita a simulao do fl uxo no reservatrio onde h uma participao expres-siva da rea de engenharia de reservatrios. Como um modelo depende do outro, os profi ssionais precisam estar bem integrados e participando de todas as fases para que o melhor resultado seja obtido.

    Dois ingredientes so necess-rios para a caracterizao de reser-vatrios: informao e know-how. A afi rmao de Julio Gontijo, ge-rente de servios de monitoramento de reservatrios da PGS-Brasil. Em geral as empresas bem estruturadas possuem um bom conhecimento ou tem como ter acesso ao mesmo, atravs de consultorias, treinamen-

    to etc. Os dados precisam ser adquiridos e, a depender do tipo de ambiente, sua obteno pode ter um custo muito elevado ou pode ser at mesmo invivel. Nesse caso, a experincia e o conhecimento ajudam muito para inferir valores, utilizar correlaes, anlogos, entre outros re-cursos. Um fator que pode infl uenciar na caracterizao de reservatrios o tempo. No raro o profi ssional dispor de pouco tempo para realizar os estudos de ca-racterizao, o que pode ser agravado com a escassez de dados ou informaes da rea em estudo.

    Para Bartolomeu Ansaloni, con-sultor para as reas de explorao e desenvolvimento da produo da empresa Ecopetrol, todo o proces-so de caracterizao deve estar em sintonia. Nada se aproveita de uma cobertura ssmica 3D ou de um mo-nitoramento 4D, caso algum elo da cadeia dos sucessivos processos ps-

    -ssmica falhar ou for mal conduzido. Como j aconteceu e, acredito, voltar a acontecer. O principal responsvel pela integrao o gerente do negcio, que deve prover treinamentos, orientaes e mecanismos de modo a ga-rantir a integrao entre os diversos atores envolvidos, cuidando inclusive das questes da estrutura funcional da empresa.

    O monitoramento dos reservatrios uma atividade permanente da rea de caracterizao, na qual os mode-los so ajustados medida que novas informaes so apuradas, logo aps o incio da produo nos reservat-rios. Esses ajustes promovem a melhoria da qualidade dos modelos. Por exemplo, quando aplicvel, a ssmica 4D um dos elementos considerados valiosos para ava-liar a movimentao de fl uidos no reservatrio e fun-damental para o modelo dinmico. O monitoramento e a caracterizao dos reservatrios demandam pela aquisi-o e pelo processamento de volumes em maior quanti-dade dos dados ssmicos do que da ssmica exploratria (3D). A tecnologia de aquisio do prprio dado ssmico tem evoludo desde a aquisio convencional com a uti-lizao de cabos rasos (streammers) at a aquisio de dados no fundo do mar, que apresentam melhor qualida-de, afi rma Abelardo S.

    Tecnologias como OBC, NODES e novas tcnicas que fazem a aquisio permanente dos dados - como sen-sores no fundo do mar utilizando fi bra tica - segun-do Abelardo S, j esto sendo aplicadas no Brasil. As tcnicas de imageamento de reservatrios tm evoludo bastante nestes ltimos anos no apenas em termos de hardware, mas tambm em termos de softwares utilizan-do algoritimos, cada vez mais complexos, para extrair informaes dos dados que at ento no eram utiliza-das. Existem incertezas na caracterizao que precisam ser trabalhadas atravs da aquisio de um bom volume de informaes e com qualidade. A questo do contro-le de qualidade dessas informaes fundamental para assegurar um bom nvel fi nal do produto. necessrio que o executor da tarefa de caracterizao seja capaz de mapear essas incertezas e transmiti-las de maneira adequada.

    De acordo com Julio Gontijo, o monitoramento de reservatrios at recentemente era feito somente atravs

    Caracterizao de Reservatrios

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    A multidisciplinariedade a base dos processos de caracterizao de reservatrios, nos

    quais os profissionais de geofsica, geologia e engenharia de reservatrios aplicam seus

    conhecimentos, de forma integrada, para alcanar os melhores resultados.

    Boletim SBGf | nmero 84

  • 17Boletim SBGf | nmero 84

    da obteno de informaes dos poos, pois estes so os

    nicos pontos de acesso ao reservatrio. As medies

    mais comuns so as presses de fl uxo e esttica, os per-

    fi s (a poo aberto e de produo), os testemunhos e a

    medio dos efl uentes dos poos (tipo de fl uidos, vazes

    etc.). Atualmente est surgindo, de forma cada vez mais

    frequente, o monitoramento do reservatrio com o uso da

    ssmica denominada 4D. Novas ferramentas de aquisio

    tm surgido, bem como novas tcnicas de processamento

    e de interpretao. De uma forma geral, um ponto consi-

    derado crtico o longo tempo decorrido entre a aquisi-

    o do dado e a disponibilizao dos resultados processa-

    dos e interpretados para os tomadores de deciso. Outro

    desafi o a realizao de operaes de aquisio ssmica

    em reas bastante congestionadas pelos equipamentos

    de produo, sejam plataformas, FPSOs ou instalaes

    submarinas. Em alguns casos, o acesso a essas reas

    extremamente complicado.

    Segundo Bartolomeu Ansaloni, as principais tecnolo-

    gias e mtodos utilizados hoje na caracterizao de reser-

    vatrios so a ssmica (2D, 3D e 4D), a coleta de amostras

    de rochas e fl uidos nos poos para posterior anlise, os

    esquemas de controle e automao na coleta de dados

    (presso, corte de gua, RGO) de forma continuada, ou

    no, em poos (cabos de fi bra tica, sensores, teleco-

    municao) e os perfi s convencionais ou especiais. Da

    ssmica 3D, espera-se obter a geometria externa das acu-

    mulaes e dos reservatrios, defi nir heterogeneidades

    estruturais, estratigrfi cas, faciolgicas, integrao com

    dados petrofsicos (perfi s e rocha), estabelecer contato

    entre fl uidos etc. Da ssmica 4D, espera-se suporte essen-

    cialmente no acompanhamento do modelo dinmico do

    campo, de forma contnua (sensores nos poos) ou, even-

    tualmente, de forma programada ou no. A metodologia

    de interpretao dos dados 3D e 4D parece-me a mesma,

    mudando-se as fi nalidades, enquanto a metodologia da

    aquisio e do processamento orientados para a carac-

    terizao de reservatrios que sofre mudanas em cada

    situao especfi ca.

    Julio Gontijo explica que algumas tecnologias uti-

    lizadas na caracterizao de reservatrios no so liga-

    das geofsica, como a obteno de dados de medio

    em poos de forma remota, via satlite. As tcnicas de

    perfi lagem durante a perfurao e a de transmisso on--line das informaes tambm tm sido bastante utili-zadas. Na rea da geofsica tem-se conseguido realizar

    aquisies numa faixa de frequncias bem maior do que

    anteriormente, broadband, j se eliminando os rudos e as ondas indesejveis na fase de aquisio. A PGS possui

    a tecnologia Geostreamer GS, que vem sendo utilizada

    com sucesso h mais de quatro anos. Novas tcnicas de

    processamento tambm esto em desenvolvimento e, em

    breve, podero estar no mercado. Outras tcnicas como o

    eletromagnetismo tambm esto sendo pesquisadas.

    Na rea de monitoramento permanente de reser-

    vatrios, a PGS desenvolveu uma tecnologia de cabos

    de fundo de fi bra tica, que segundo Julio Gontijo est

    sendo testada com sucesso em guas profundas e que

    poder ser futuramente uma ferramenta usual no geren-

    ciamento dos campos de petrleo. J existem alguns

    projetos no mundo, cujo processo de caracterizao de

    reservatrio feito com o uso de sistemas permanentes

    de monitoramento. A tendncia que, dentro de pou-

    cos anos, todos os campos de petrleo, com reservas e

    produo relevantes, sejam completamente monitorados

    com a instalao de sistemas permanentes. Em outras

    palavras, o sistema permanente de monitoramento j

    dever fazer parte do plano de desenvolvimento inicial,

    no qual o desenho dos sistemas de produo, seja das

    plataformas ou dos sistemas submarinos, j dever con-

    templar a instalao dos sensores para aquisio ssmica

    ao longo da vida produtiva do campo. Tem-se buscado

    tambm obter uma melhor cobertura dos reservatrios

    utilizando-se vrias geometrias de aquisio: multi-azi-muth, wide-azimuth e rich-azimuth. Novas ideias ainda esto por surgir.

    Inteligncia de MercadosTecnologia de e&PDados Histricos>

    >>

    WORKFLOWS

    INTELIGENTES

    UMA NOVA DIRETRIZ EM SOLUES INTEGRADAS DE INTERPRETAO E MODELAGEM GEOFSICA E GEOLGICA

    Equipe tcnica de

    Caracterizao de

    Reservatrios

    Geofsico

    Gelogo Engenheiro

    Especializao emReservatrios

  • Boletim SBGf | nmero 8418

    ESPECIAL

    Geofsica de reservatrios e ssmica de poos

    A geofsica de reservatrios um recurso fundamental

    na busca pelo aumento no fator de recuperao. Essa

    ferramenta ainda tem sido pouco utilizada. Ao mesmo

    tempo, existe um sentimento entre os profi ssionais de

    reservatrio que os nossos fatores de recuperao esto

    muito aqum daqueles verifi cados em outras regies,

    como no Mar do Norte, por exemplo. A rea de proces-

    samento ssmico uma das que mais apresenta desafi os

    para a caracterizao de reservatrios. No entanto,

    uma das mais ricas na gerao de novas ideias e que

    tem evoludo drasticamente no ltimos anos, medida

    que a capacidade e velocidade dos computadores vm

    aumentando. A iluminao que se tem alcanado dos re-

    servatrios atualmente, seria impensvel h pouco mais

    de 10 anos. Entre outras tecnologias que se tem estudado

    muito ultimamente, destaca-se a tentativa de se apro-

    veitar as ondas mltiplas, alm das primrias, de forma

    a ampliar a intensidade e a qualidade do sinal ssmico,

    afi rma Julio Gontijo.

    Dentro da rea de caracterizao de reservatrios,

    Abelardo S comenta que o papel da geofsica cada

    vez maior e est bastante atrelada s grandes inovaes

    tecnolgicas. Esta integrao ocorre em todos os sen-

    tidos, tornando a contribuio do geofsico no s es-

    sencial para a construo do modelo esttico do reser-

    vatrio (tradicionalmente, era essa a sua contribuio)

    como tambm agora para o modelo dinmico. Esse um

    contexto de grandes desafi os. O papel da geofsica de re-

    servatrios de suma importncia para o incremento de

    novas reservas atravs de uma modelagem do reserva-

    trio mais precisa, que poder trazer a possibilidade de

    perfurao de novos poos e de implantao de projetos

    de recuperao suplementar de petrleo.

    Para Bartolomeu Ansaloni, o gelogo de reservat-

    rio deve ter em mente, por ocasio da aquisio ou do

    reprocessamento ssmico, os pontos crticos a serem es-

    clarecidos com a interpretao ssmica. Tais como de-

    talhar compartimentaes estruturais, defi nir unidades

    faciolgicas ou estratigrfi cas e estabelecer esquemas

    para acompanhamento da operao de injeo de fl uidos

    atravs de ssmica 4D. Deste modo, ao seguir as melhores

    prticas, desde a aquisio ssmica, possvel garantir um

    adequado resultado fi nal.

    Mercado nacional e formao profi ssional

    Com a 11a Rodada de Licitaes da ANP, ocorrida em maio

    de 2013, o mercado brasileiro oferece uma boa demanda

    para novas pesquisas e servios na indstria de petrleo

    e gs. O mercado potencial no Brasil muito grande.

    Existem vrios campos de grande porte j em produo

    e outros em desenvolvimento, especialmente, na rea do

    pr-sal. A demanda tende a ser crescente medida que

    novas tecnologias de aquisio e processamento sejam

    disponibilizadas e, principalmente, quando obtivermos

    um melhor imageamento dos reservatrios, conseguindo

    identifi car as mudanas de presso e saturao. Em geral,

    os preos no so to exorbitantes quando comparados

    com os custos das demais operaes, como a perfurao

    e completao de poos ou com custo das instalaes

    de produo. A ampliao das atividades, bem como a

    reduo de custos, podem ser obtidos, a mdio prazo,

    medida que sejam criadas condies de construir os equi-

    pamentos de aquisio ssmica no Brasil. Nessas circuns-

    tncias haveria a tendncia de crescimento da atividade

    de caracterizao dos reservatrios, seguida da diminui-

    o de preos, comenta Julio Gontijo.

    Sobre a formao e oferta de profi ssionais de geo-

    fsica de reservatrios, o gerente de servios de monito-

    ramento de reservatrios da PGS-Brasil acredita que o

    Brasil conta com boas escolas de formao de profi ssio-

    nais em geofsica, geologia e engenharia de petrleo, em

    nvel de graduao, mestrado e doutorado. Nos ltimos

    anos a Petrobras tem absorvido boa parte desses profi s-

    sionais e os demais so contratados por outras empre-

    sas operadoras ou de servios. De uma forma geral no

    fcil encontrar profi ssionais de petrleo experientes no

    Brasil, principalmente quando se busca especialistas em

    caracterizao de reservatrios. A soluo adotada pelas

    empresas contratar pessoal recm-formado e promover

    o seu treinamento, que na maioria dos casos feito no

    local de trabalho.

    Para Abelardo S, difcil avaliar a demanda por ser-

    vios de caracterizao no Brasil, j que grandes opera-

    doras como a Petrobras, que tem mais de 80% dos assets em desenvolvimento/produo, fazem isto internamente.

    A demanda por servios de terceiros depende basicamen-

    te de dois fatores: da disposio destas grandes operado-

    ras em terceirizar esse servio, parcial ou integralmente,

    e do sucesso dos produtores independentes, que est atre-

    Av. Prudente de Morais, 577, Tirol - Natal,

    Rio Grande do Norte, CEP: 59.020-505

    Tel: +55 (84) 3611-1636 / (84) 3201-2041

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    *Mar*Mar*Mark ofk ofk ofk ofk ofk of Sch Sch Sch Sch Sch Schlumblumblumblumblumbergeergeergeergeergeerger. r. r. r. r. 2 2 2013 013 SchlSchlumbeumbeumbeumbeumbeumbergerrgerrgerrgerrgerrger. 13-s13-s13-s13-s13-s13-se-00e-00e-00e-00e-00e-00e-00e-00e-00e-00e-00e-00e-00050505050505050505

    ObliQ * uma tcnica de aquisio e imageamento de dados ssmicos martimos com alto

    custo-benefcio, sua caracte