-
Custo por Ordem e Custo por Processo A distino entre o
custeamento por ordem e o por
processo est relacionada com o tipo de atividade produtiva
exercida pela empresa: Produo por Ordem ou Produo Contnua. Os CIF
podem ser rateados, em ambos os sistemas de produo mencionados
acima, com ou sem a Departamentalizao, embora sempre seja
tecnicamente mais correta a primeira opo. Os dois sistemas de
produo podem usar taxas predeterminadas de aplicao dos CIF.
10/09/2013 1
-
Produo por Ordem A produo por ordem ocorre quando a empresa
programa a sua atividade produtiva a partir de encomendas
especficas de cada
cliente. o caso, por exemplo, da indstria naval, em que cada
pedido nico. Nesse tipo de produo, os custos so acumulados numa
conta especfica para cada ordem de produo. Esta conta s pra de
receber custos quando a ordem estiver finalizada. Se um exerccio
terminar e o produto estiver ainda sendo fabricado, o saldo da
conta ser totalmente classificado como Produtos em Elaborao. Uma
vez pronto, o saldo da conta relativa ordem de produo ser
transferido para Produtos Acabados ou Custo do Produto Vendido
(CPV) , conforme j tenha sido realizada ou no a venda.
10/09/2013 2
-
Produo Contnua Ocorre quando a empresa faz a produo em srie (ou
em massa)
deum produto ou linha de produtos. A empresa produz para estoque
e no para atender encomendas especficas de clientes. Exemplos:
indstrias txtil, de ao e de produtos farmacuticos. No Custeamento
por Processo, que aplicado a empresas de produo contnua, os custos
so acumulados em conta representativas dos produtos ou linha de
produtos. Como a produo contnua, as contas de custos nunca so
encerradas, havendo, portanto, um fluxo contnuo de Produtos em
Elaborao, Produtos Acabados e Produtos Vendidos.
10/09/2013 3
-
Exemplo. A Cia. ABL, fabricante do remdio A, apresentou os
seguintes dados de produo ao final do ms de junho (*): EIPA = EIPE
= 0; CPP (R$ 400 mil): - MD = R$ 40 mil; - MOD = R$ 160 mil; - CIF
rateado = R$ 200 mil; Da produo do ms, 75% foi acabada: R$ 300 mil;
Foram vendidos 90% dos Produtos Acabados: R$ 270 mil. (*)
Abreviaturas usadas: EIPA Estoque Inicial de Produtos Acabados EIPE
Estoque Inicial de Produtos em Elaborao CPP Custo da Produo do
Perodo MD Materiais Diretos MOD Mo-de-Obra Direta
10/09/2013 4
-
Custeio por Processo e Produo Equivalente
O conceito de Produo Equivalente ou Equivalente de Produo
utilizado quando a produo contnua e, ao final do perodo a indstria
apresenta estoques de produtos acabados e produtos em elaborao.
No exemplo anterior, suponha que a Cia. ABL tenha iniciado a
produo de 1.000 unidades de A num determinado ms, e que, ao final
deste, 700 unidades esto acabadas e 300 esto 50% produzidas. Neste
caso, como determinamos o custo das 700 unidades acabadas? Por qual
valor creditamos Produtos em Elaborao com o correspondente dbito em
Produtos Acabados ?
10/09/2013 5
-
A soluo consiste em determinar o nvel equivalente de produo dos
produtos em elaborao para a partir da estimar o custo mdio dos
produtos acabados. Portanto, se 300 unidades esto acabadas pela
metade, elas so equivalentes a 150 unidades acabadas. Ento, no ms
em considerao, foram produzidas 700 unidades acabadas e 300
semiacabadas, que equivalem a 150 acabadas, totalizando 850
unidades acabadas. Neste caso, o Custo Mdio (CM) seria dado por CM
= CPP/EP
em que EP o Equivalente de Produo do perodo e CPP denota o Custo
da Produo do Perodo.
10/09/2013 6
-
Exemplo Suponha que a empresa JM possua custos indiretos e
diretos no perodo no total de R$ 100.000,00. Alm disso, no perodo
foram iniciadas e finalizadas 40.000 unidades e outras 20.000 foram
iniciadas, mas esto no meio do processo de fabricao (50%).
(I) Determinao do Equivalente de Produo:
Produtos Acabados: 40.000
Produtos em Elaborao: $20.000 x 50% processados
Equivalente de Produo do Perodo: 50.000 unidades
(II) Clculo do custo mdio por unidade acabada:
CM = 100.000/50.000 unid. = R$ 2,00/unid
(III) Atribuio dos custos:
Produtos Acabados = 40.000 x R$ 2,00 = R$ 80.000,00
Produtos em Elaborao = 20.000 x R$ 2,00 x 50% = R$ 20.000
Total do Custo = 100.000 10/09/2013 7
-
O Equivalente de Produo um artifcio para se poder calcular o
custo mdio por unidade quando existem Produtos em Elaborao nos
finais de cada perodo; significa o nmero de unidades que seriam
totalmente iniciadas e acabadas se todo um certo custo fosse
aplicado s a elas, em vez de ter sido usado para comear e terminar
umas e apenas elaborar
parcialmente outras. 10/09/2013 8
-
Produo Conjunta e Coprodutos Em vrias empresas de Produo Contnua
aparece o fenmeno da Produo
Conjunta, que o aparecimento de diversos produtos a partir,
normalmente, da mesma matria-prima. Por exemplo, nas refinarias, o
petrleo submetido a uma destilao fracionada, sendo o resultado
desse processo separado em grupos (benzina, nafta, gasolina,
querosene, leo lubrificante, leo combustvel
e resduos (*), dentre outros). Os produtos conjuntos originrios
da
destilao fracionada do petrleo so normalmente classificados como
coprodutos ou subprodutos, conforme a importncia que suas vendas
tenham para a empresa industrial.
(*) Coque, asfalto, alcatro, breu, ceras, alm de ser material
inicial para fabricao de outros produtos.
10/09/2013 9
-
Outro exemplo o Frigorfico, cuja atividade consiste em abater o
boi comprado dos pecuaristas, cort-lo seguindo as diferentes
espcies de corte (fil mignon, alcatra, picanha, contra-fil, coxo
mole, etc.) e armazenar as peas resultantes em cmaras frigorficas
at sua venda para o comrcio. Os diferentes tipos de carne que so
obtidos nos frigorficos so exemplos de Coprodutos. Os Coprodutos so
os produtos principais de uma empresa industrial. So eles que
respondem pelo faturamento da empresa. Por outro lado, no
frigorfico, os subprodutos seriam os ossos, os chifres e o casco do
boi, pois estes produtos respondem por uma parcela nfima do volume
total de vendas. Observe que s so atribudos custos aos
Coprodutos.
10/09/2013 10
-
Note que, no caso em que h Produo Conjunta, h uma srie de custos
que no so facilmente atribuveis aos produtos resultantes.
No item anterior, abordamos os conceitos de Sucata e Subproduto
e seus respectivos tratamentos contbeis. Podemos estender o
conceito de Sucatas (ou resduos ou sobras), definindo-as como
aqueles produtos que emergem da produo conjunta ou no que, em
estado normal ou com defeitos ou estragos, no tm mercado garantido
de comercializao e sua venda, portanto, bastante incerta, no se
podendo estabelecer, a priori, se ela ocorrer ou no.
10/09/2013 11
-
Apropriao dos Custos Conjuntos aos Coprodutos
Comprado o boi por um preo, por exemplo de R$ 40,00 por arroba
(15 kg), como podemos atribuir esse custo a cada tipo de coproduto?
Quanto o custo por quilo de fil mignon, de alcatra, de picanha,
etc.? Adquirido o petrleo, como ratear o seu custo mais o do
processamento para cada coproduto?
Esse um problema mais difcil de ser resolvido do que o da
apropriao dos CIF aos diversos produtos elaborados. Quaisquer que
sejam os critrios de alocao, pode-se sempre dizer que so muito mais
arbitrrios do que aqueles vistos para o rateio dos CIF. E neste
rateio dos Custos Conjuntos entram at os custos diretos
(matria-prima e mo-de-obra direta, principalmente).
10/09/2013 12
-
Os principais critrios de apropriao dos custos conjuntos so os
seguintes:
Mtodo do valor de mercado; (o mtodo mais utilizado na prtica-
veremos um exemplo a seguir)
Mtodo dos volumes produzidos;
Mtodo da igualdade do lucro bruto e
Mtodo das ponderaes.
10/09/2013 13
-
Exemplo. A empresa J2 S.A. triturou 1.000 toneladas de trigo em
dezembro de 2010. Foram produzidas 400 toneladas de farinha A, 300
toneladas de farinha B e 200 toneladas de farinha C. O preo pago
aos produtores foi de R$ 1,00 por kg. Houve uma perda de 10% de
matria-prima no processo produtivo. Determine o custo total que
deve ser atribudo a cada um dos produtos pelo mtodo do valor de
mercado.
Informaes adicionais:
os custos conjuntos do ms foram de R$ 300.000,00, alm da matria
prima;
o preo de venda de cada produto por kg, em reais, o
seguinte:
- farinha A 1,00
- farinha B 1,20
- farinha C 1,40
10/09/2013 14
-
Nota: 1 tonelada = 1.000 kg = 10 kg.
Matria-prima (*)
R$1,00 x 1.000x10= R$ 1.000x10
Custos Conjuntos
R$ 300x10
Custos Conjuntos Totais
R$ 1.300x10
(*) como a perda de matria-prima normal (decorre do processo
de
produo), deve ser contabilizada como custo da produo
conjunta.
10/09/2013 15
-
Valor de Venda (R$)
Quantidade Produzida
Valor de Venda Total (R$)
Farinha A 1,00/kg 400x10 400x10
Farinha B 1,20/kg
300x10
360x10
Farinha C 1,40/kg
200x10
280x10
Total 900x10 1.040x10
10/09/2013 16
-
O rateio dos R$ 1.300.000,00 de custos conjuntos deve ser
efetuado proporcionalmente participao de cada co-produto na
receita:
A (400x10/1.040x10)x1.300x10= 500.000
B (360x10/1.040x10)x1.300x10= 450.000
C (280x10/1.040x10)x1.300x10= 350.00
1.300x10
10/09/2013 17
-
Custos Controlveis e No Controlveis
Custos Controlveis so os que esto sob responsabilidade e
controle de um determinado gestor. Por exemplo, suponha que os
salrios dos
funcionrios de um determinado Departamento produtivo estejam sob
o
controle da chefia do Departamento, ou seja, o chefe tem total
liberdade para
estipular salrios, bnus, participao sobre os lucros, demitir
etc. Neste caso,
os custos com o pessoal do Departamento so controlveis pelo
chefe.
Custos No Controlveis esto fora da responsabilidade e Controle
de um determinado gestor cujo desempenho se deseje analisar e
controlar. O salrio do chefe do exemplo do pargrafo anterior no um
custo controlvel ao nvel do Departamento, pois o chefe no pode
atribuir o seu prprio salrio; de fato, este salrio estabelecido por
uma instncia superior.
10/09/2013 18
-
Nota Importante!!! no existem custos que no sejam controlveis. O
que h custo s controlvel em nvel hierrquico superior ao daquele que
est
sendo considerado.
O Custeio por Responsabilidade consiste na separao dos
custos
incorridos pelos diferentes nveis de responsabilidade. No um
outro
mtodo de custeio, mas to somente uma estratgia de proceder-se a
uma
diviso dos custos no em funo de produtos, mas de Departamentos,
e,
dentro destes, com sua diviso em Controlveis e No
Controlveis.
O Custeio por Responsabilidade s vezes criticado pela
dificuldade que se
tem em separar o que controlvel do no controlvel. Por exemplo:
at onde o Chefe de um dado Departamento tem controle sobre o que
pago para os seus colaboradores? At onde exerce controle sobre o
material de consumo?
Essas perguntas s podem ser respondidas usando-se algum grau
de
subjetivismo. 10/09/2013 19
-
Custos Estimados Dentro do conceito de Custeio por
Responsabilidade, necessrio que sejam feitas comparaes entre o real
ocorrido e o que deveria acontecer.
Uma possvel base de comparao seriam os custos passados. Mas
podemos trabalhar com uma base de comparao mais realista se
trabalharmos com Custos Estimados, que so projees feitas sobre os
custos mdios passados que levam em conta determinadas expectativas
quanto a provveis alteraes de alguns custos, modificaes no volume
da
produo, mudanas na qualidade dos materiais usados, introduo
de
novas tecnologias e processos produtivos etc. Enfim, voc pode
entender
o Custo Estimado com uma verso atualizada/melhorada (segundo
alguns
critrios) dos custos passados.
O processo de controle seria ento baseado na fixao de Custos
Estimados
para cada produto, apurao do custo realmente incorrido, comparao
entre
ambos, localizao de divergncias e retificao dos desvios.
10/09/2013 20
-
Custo Padro A melhor forma de se controlar e planejar os custos
a partir da instituio do Custo Padro, que tanto pode ser usado pelo
Custeio por Absoro como com o Varivel. A Engenharia de Produo das
empresas precisa utilizar algum mtodo de custeio padro, a fim de
que possa descobrir, por exemplo, se est utilizando um volume maior
de materiais do que deveria, se pagou um preo
adequado por estes materiais, se o volume de estragos e perdas
est alm do esperado, se a produtividade da mo-de-obra est
aumentando ou diminuindo, etc.
10/09/2013 21
-
Os tipos de Custo-Padro so os seguintes: Ideal: um custo obtido
dentro de condies ideais de qualidade dos materiais, de
eficincia da mo-de-obra, com o mnimo de desperdcio de todos os
insumos, a 100% da capacidade da empresa, sem nenhuma parada por
qualquer motivo, a no ser as j programadas em funo da manuteno
preventiva. O Custo-Padro Ideal determinado por meio de estudos
tericos e seria uma meta de longo prazo da empresa.
Estimado: o custo previsto com base na srie histrica de custos
da empresa (no leva em conta as ineficincias que ocorreram na
produo).
Corrente: situa-se entre o Ideal e o Estimado. O Custo-Padro
Corrente diz respeito ao valor que a empresa fixa como meta para o
prximo perodo para um determinado produto, mas com a diferena, em
relao ao Custo-Padro Ideal, de levar em conta as deficincias
sabidamente existentes em termos de qualidade de materiais,
mo-de-obra, equipamentos, fornecimento de energia, etc. um valor
que a empresa considera difcil de ser alcanado, mas no impossvel. ,
portanto, um conceito prtico de Custo-Padro. 10/09/2013 22
-
O custo real o custo efetivo incorrido pela empresa num
determinado perodo de produo. Caso o custo real seja superior ao
Custo-Padro, a variao (diferena) ser dita desfavorvel; caso
contrrio, a variao ser considerada favorvel.
Depreende-se que o Custo-Padro uma poderosa ferramenta de
controle de custos, pois permite que a empresa compare os custos
planejados ou previstos (Custo-Padro) com os realizados (custo
real). A grande finalidade do custeio padro o planejamento e o
controle dos custos. 10/09/2013 23
-
O sistema de Custo-Padro no tem utilidade se for implantado
solitariamente. Ele s fornece informaes teis se estiver acoplado a
outro sistema de custeio que esteja baseado em custos reais. O
sistema mais eficaz de planejamento e
controle de custos inclui a implementao do Custo-Padro, que
tanto pode ser usado com o Custeio por Absoro como com o
Varivel.
Exemplo. Considere que a Indstria K S/A utilize o Custeio por
Absoro, tanto para o custeio padro quanto para o custo real, e que
obteve os seguintes nmeros para um dado produto:
Padro: Custo Total por Unidade = $510,00
Real: Custo Total por Unidade = $600,00
Observe que a variao desfavorvel, no montante de $90,00, pois o
Real maior do que o Padro.
O Exemplo anterior mostra que a variao desfavorvel. Contudo, no
demonstra o qu causou a variao total de $90,00. Para tal, preciso
decompor os custos de $510,00 e $600,00. 10/09/2013 24
-
Suponha que os Custos Indiretos de Fabricao (CIF) da Indstria
KS/A sejam nulos e que a Tabela abaixo represente a decomposio dos
custos padro e real do exemplo:
Custo-Padro:
Materiais Diretos (MD) $200,00
Mo-de-Obra Direta (MOD) $310,00__ $510,00
Custo Real:
MD $230,00
MOD$370,00___$600,00/un.
Variao Total:
MD $30,00
MOD $60,00___$90,00/un.
10/09/2013 25