VIDEOARTE AULA 1 CONCEITOS E CONTEXTO HISTÓRICO
“Os novos meios de expressão não são maneiras de nos relacionarmos com o an2go mundo real, são o próprio mundo real e remodelam livremente o que resta do mundo an2go” Marshall McLuhan, 1986
INTRODUÇÃO • O século XX foi marcado por uma caracterís2ca
experimental em relação aos novos meios e materiais
• Rompimento com os limites da pintura e escultura, como meios privilegiados de expressão
• Mudança da representação obje2va para a expressão pessoal (Nietzsche e Freud – Pavimentam caminho psicológico que coloca o sujeito no centro da história)
• Rejeição ao ilusionismo
INTRODUÇÃO • Eliminação de fronteiras entre o co2diano e arte
• Eliminação de fronteiras entre baixa e alta arte
• Uso de meios tecnológicos para expressar significado e novas idéias de tempo e espaço (arte temporal)
• A televisão é o meio de comunicação predominante na cultura de massa
• Revoluções polí2cas, revoluções estudan2s em Paris, Nova Iorque e outras partes do planeta, revolução sexual.
MEIOS DE COMUNICAÇÃO EM MASSA
Cinema: Meio derivado da fotografia • 1876 – Eadweard Muybridge: precursor do cinema • 1885 – Irmãos Lumiére: primeira exibição pública de um filme
• 1923 – Kodak: Filme de 16mm (material carrísimo para amadores)
• 1932 – Kodak: Filme de 8mm (câmera compacta, barata e fácil uso)
MEIOS DE COMUNICAÇÃO EM MASSA
Eadweard Muybridge. 1876.
MEIOS DE COMUNICAÇÃO EM MASSA
Animação de imagens com Zoopraxiscópio.
MEIOS DE COMUNICAÇÃO EM MASSA
Irmãos Lumière. L'Arrivée d'un train en gare de La Ciotat, 1895. hXp://pt.wikipedia.org/wiki/L'Arriv%C3%A9e_d'un_train_en_gare_de_La_Ciotat
MEIOS DE COMUNICAÇÃO EM MASSA
Televisão: Meio derivado do telégrafo e telefone. Transmissão e telepresença, captação, recepção e emissão simultâneas
• Década de 20 – TV patenteada pelos Russos • Década de 30 – TV disponibilizada por alemães e ingleses
• 1953 – 2/3 lares americanos enham TV • 1960 – 90% lares americanos enham TV
MEIOS DE COMUNICAÇÃO EM MASSA
• Americanos passavam uma média de 7hs/dia assisendo televisão
• Arte como domínio do cinema • Nova sociedade de consumo em formação
MEIOS DE COMUNICAÇÃO EM MASSA
O Vídeo é cons2tuído por energia elétrica organizada sob a forma de voltagens e freqüências num evento temporal
• 1967 – Sony Portapak (câmera mais portáel e accessível – difundiu o uso do vídeo entre arestas)
• Possibilidade de arquivamento (magneezação) • Possibilita novas formas de subjeevação
CONSTRUÇÃO DA LINGUAGEM TELEVISIVA
1950 – Jean-‐Christophe Averty e Ernie Kovacs
Arestas contratados pela TV para desenvolver uma nova linguagem, que não fosse derivada do rádio, teatro ou cinema desenvolveram os primeiros conceitos do meio.
hXps://theconversaeon.com/art-‐on-‐screen-‐eme-‐stands-‐sell-‐on-‐analogue-‐television-‐20217
CONSTRUÇÃO DA LINGUAGEM TELEVISIVA
Primeiros experimentos para TV levantaram os conceitos fundamentais da linguagem televisiva:
• Rompimento com a dimensão imersiva / transcendente do cinema
• Distração / não possui todos os senedos direcionados / opera pela repeeção
• Contaminação / invasão do espaço privado (doméseco) pelo espaço público
• Ao vivo / acaso / inesperado • Roteiro / montagem / filmagem em tempo real
A CONTRIBUIÇÃO DE DUCHAMP
Marcel Duchamp (1887-‐1968) Precursor na invesegação de novos suportes e meios de expressão arlseca, que ao introduzir novos materiais e objetos prontos (readymade), transformou as noções de arte da época.
A CONTRIBUIÇÃO DE DUCHAMP
Nu descendo a escada, 1912/6 Óleo s/tela, 147,5 x 89 cm. The Philadelphia Museum of Art
A CONTRIBUIÇÃO DE DUCHAMP
Roda de Bicicleta, 1912 Readymade, 124 cm. (altura)
A CONTRIBUIÇÃO DE DUCHAMP
O Grande Vidro (A noiva despida por seus celibatários, mesmo), 1915/23 Tinta a óleo, vernizes, folha de chumbo, fio de ligação e poeira em duas placas de vidro (rachadas), cada uma montada entre dois painéis de vidro em uma moldura de aço e madeira, 272,5 x 175,8 cm. The Philadelphia Museum of Art
A CONTRIBUIÇÃO DE DUCHAMP
Anemic Cinema, 1926 Filme hhp://www.youtube.com/watch?v=dXINTf8kXCc
A CONTRIBUIÇÃO DE DUCHAMP
Etant Donnés, 1946/66 Instalação The Philadelphia Museum of Art
A CONTRIBUIÇÃO DE DUCHAMP
Mudança de foco na arte: de objeto para conceito.
• Queseonamento constante do estatuto da obra (quem a legiema? O público, as insetuições culturais, o aresta?)
• Queseonamento das noções de autoria e genialidade
• Público aevo na experimentação, consetuição e legiemação da obra
A CONTRIBUIÇÃO DE DUCHAMP
Com a valorização da idéia na obra de arte, a abordagem liberal de Duchamp levou a um descolamento entre arte e valor de mercado.
Duchamp influenciou os ar2stas dos anos 50/60/70, para os quais não havia material inadequado.
JOSEPH BEUYS (1921-1986)
Terno de Feltro, 1970 Terno de feltro Tate Gallery
ROBERT RAUSCHENBERG (1925-2008)
Cama, 1955 Óleo e lápis sobre travesseiro, colcha, e folha em suportes de madeira, 191.1 x 80 x 20.3 cm MoMA
A CONTRIBUIÇÃO DE JOHN CAGE
A CONTRIBUIÇÃO DE JOHN CAGE
• John Cage (1912-‐92) foi um compositor, teórico musical, escritor e aresta norte americano, pioneiro da música aleatória, da música eletroacúseca, do uso de instrumentos não convencionais, bem como do uso não convencional de instrumentos convencionais, sendo considerado uma das figuras chave nas vanguardas arlsecas do pós-‐guerra.
• A parer de idéias embasadas em estudos do I Ching (O livro das mutações) e do budismo zen, Cage uniu conceitos da filosofia oriental à música experimental.
A CONTRIBUIÇÃO DE JOHN CAGE
• Uma inquietude no mundo arlseco, principalmente nos EUA, no fim dos anos 50, se manifestava no surgimento da arte pop e dos experimentos mulemídia de John Cage e seus colaboradores Robert Rauschenberg, David Tudor, Merce Cunningham.
A CONTRIBUIÇÃO DE JOHN CAGE
John Cage, David Tudor, Gordon Mumma (foreground), Caroline Brown, Merce Cunningham, Barbara Dilley (background): Varia>ons VII.
A CONTRIBUIÇÃO DE JOHN CAGE
Reunion, 1968, Performance. Marcel Duchamp and John Cage, chess game on sounding board, Photo: Shigeko Kubota.
A CONTRIBUIÇÃO DE JOHN CAGE
Merce Cunningham carrying Carolyn Brown on a chair while David Tudor lies on the floor under the piano. Performance at Friedric-‐Wilhelm Gymnasium, 5 October 1960, Photo: Peter Fischer, Courtesy Galerie Schüppenhauer.
A CONTRIBUIÇÃO DE JOHN CAGE
• Ênfase no “acaso” como forma válida de se criar uma obra de arte
• Incorporação de ruídos incomuns às composições (sons das ruas, do martelar sobre a madeira, sobre as corda de um piano, etc)
• O silêncio não existe... • hXp://www.youtube.com/watch?v=pcHnL7aS64Y&feature=related
• hXp://www.youtube.com/watch?v=_fE3Rk_VhNI (legendas espanhol)
A CONTRIBUIÇÃO DE JOHN CAGE
• Uma das obras mais conhecida de Cage é 4ʹ′33″₺, composta em 1952.
• Os músicos ao apresentá-‐la não tocam nada durante o tempo especificado no ltulo, ficando apenas quietos, por esse tempo, diante do instrumento.
• O conteúdo da composição não é quatro minutos e trinta e três segundos de silêncio, como se poderia supor, mas sim de sons do ambiente ouvidos pelo público durante a audição.
A CONTRIBUIÇÃO DE JOHN CAGE
• A composição evidencia a muleplicidade de sons conedos no silêncio, fazendo com que o espectador torne-‐se cúmplice do compositor e co-‐criador da composição
• hXp://www.youtube.com/watch?v=zY7UK-‐6aaNA • hXp://www.youtube.com/watch?v=HypmW4Yd7SY
• Cage influenciou jovens arestas ao lecionar no Black Mountain College e na New School for Social Research, em NY, como os performáecos Allan Kaprow e Dick Higgins.
FLUXUS
"Fluxus não foi um momento na história ou um movimento arMsNco. É um modo de fazer coisas [...], uma forma de viver e morrer” Dick Higgins
Movimento internacional de ar2stas, escritores, cineastas e músicos, influenciado por Duchamp, Cage, poesia concreta, minimalismo e dadaísmo:
• Cage, Duchamp, Merce Cunningham, David Tudor, Robert Rauschenberg, Nam June Paik, Wolf Vostell, Allan Kaprow, Joseph Beuys, George Brecht, Yoko Ono, CharloXe Moorman…
FLUXUS
Primeiros eventos em 1961, na galeria AG (NY) e fes2vais na Europa a par2r de 1962.
Seu nascimento oficial está ligado ao Fes2val Internacional de Música Nova, em Wiesbaden, Alemanha, em 1962, e a George Maciunas (1931-‐1978), ar2sta lituano radicado nos Estados Unidos, que ba2za o movimento com uma palavra de origem la2na, fluxu, que significa fluxo, movimento, escoamento.
FLUXUS
Caracterís2cas
• Interdisciplinaridade e projetos colaboraevos • Estéeca essencialista • Postura ane-‐arte, críeca à insetucionalização da arte
• Espírito anárquico de contestação, críeco à seriedade do modernismo
• Romper as barreiras entre arte e não arte, dirigindo a criação arlseca às coisas do mundo (natureza, realidade urbana, mundo da tecnologia, etc)
FLUXUS
1º momento: Mais polí2co / Instalações e espaços de vivência (desconstrução)
• Incorporação do elemento arquitetônico, instalaevo como mais próximo da vida
2º momento: Construção de novas formas de fazer arte (criar novas linguagens)
• Performance / Happening / Videoarte • Aproximadamente 40 Fluxfilmes foram realizados
FLUXUS
Performances: roteiros / instruções
• Obra aberta a interpretações, casualidades, acidentes
• Deslocamento da noção de obra acabada para arte processual
FLUXUS
VIDEOARTE
• Olhar para os meios de comunicação em massa, como possibilidade de dissolver a arte no coediano e aengir um público maior.
• Apropriação do cinema e vídeo. • A videoarte disengui-‐se de outros usos de vídeo em
documentários, nolcias e outros campos significaevos. A arte está na intenção do aresta em fazer algo sem a limitação de algum outro objeevo que não as questões estéecas que pretende abordar.
VIDEOARTE
• Interesse pelo imediaesmo, devolução dos dados originais ao ambiente em tempo presente (meio eletrônico)
• Sensação de inemidade • Vídeo como extensão do gesto arlseco, possibilitava observar o corpo do aresta no ato de criação
NAM JUNE PAIK
NAM JUNE PAIK
Nam June Paik (1932-‐2006): aresta sul-‐coreano que trabalhou em diversos meios de arte, sendo conhecido como o pioneiro da videoarte.
Filmagem do Papa e exibição no Café au Go Go (1965)
NAM JUNE PAIK
TV magnet hXp://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=Z3cIW2�X9I (experimentos com TV) hXp://www.youtube.com/watch?v=owI6Ya73ykI#t=22 (exemplo distorção)
NAM JUNE PAIK
• Críeca à manipulação da imagem televisiva (inerente à natureza do meio)
• Subversão de expectaevas do telespectador • Libertação do cinema comercial e alternaevo
O vídeo foi uma alterna2va democrá2ca à hegemonia da TV, podia circular livremente, sem censura. Revelação de uma postura é2ca e polí2ca dos ar2stas.
NAM JUNE PAIK
TV is Kitsch, 1996
NAM JUNE PAIK & CHARLOTTE MOORMAN
TV-Cello, 1971
NAM JUNE PAIK
TV-Buddha, 1974
NAM JUNE PAIK
Global Groove, 1976 http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=InLcRXfd3NI