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CURSO ON-LINE PORTUGUÊS PARA ANATELPROFESSORA: CLAUDIA KOZLOWSKI
Olá a todos.
AULA 2 - VERBO
Daremos início, hoje, a um dos assuntos mais importantes no estudo da Língua Portuguesa – VERBO.
Quase tudo no estudo da gramática envolve verbo – concordância verbal, regênciaverbal, conjugação verbal, colocação pronominal (a posição do pronome em relação aoverbo), análise sintática etc.
Conce i to : VERBO é uma pa lavra var iáve l (pode f lex ionar -se em número ,pessoa, m odo, tempo e voz) que ind ica um a ação, estado ou f enôm eno.
As questões de prova podem abordar diversos aspectos relacionados a verbo –conjugação, voz verbal, correlação entre verbos no período, vozes verbais, emprego dostempos e modos verbais, dentre tantos outros. Então, vamos lá.
Lembro que na parte final do nosso estudo estão todas as questões da aula,acompanhadas do gabarito (puro e seco).
Se você preferir, imprima as últimas páginas, faça os exercícios, verifique seus acertos e,somente depois disso, leia os comentários.
Lembramos (como sempre) que as alterações decorrentes da entrada em vigor do novoAcordo Ortográfico não irão se aplicar aos certames cujos editais já tenham sidopublicados, uma vez que ainda valem as “antigas” regras ortográficas. Sendo assim, asmodificações na grafia de certos verbos não serão objeto de nosso estudo neste curso. Bomestudo.
O V E R B O
Vimos na aula passada que o verbo é uma PALAVRA VARIÁVEL, ou seja, se sujeita à
flexão. Todas as formas do verbo se irmanam pelo RADICAL, a parte invariável que lhes dá abase comum de significação.
São aceitas as seguintes flexões: de n ú m e r o (singular e plural), pessoa (1ª, 2ª ou 3ª),m o d o, t e m p o ou vozes (ativa, passiva, reflexiva, recíproca). Celso Cunha identificauma outra flexão: aspecto, que, em suas palavras, “manifesta o ponto de vista do qual o locutor considera a ação expressa pelo verbo ”, por exemplo: pontual (“acabo dechegar”) ou durativa (“f ico a esperar”), contínua (“vou andando pelas ruas”) oudescontínua (“vo l te i a fumar”) etc.
Em relação ao processo de formação, como vimos, ao radical se junta a terminação:vogal temática (define as três conjugações), desinências modo-temporal e número-
pessoal.
C O N J U G A Ç Ã O V E R B A L
1 - (CESPE / CEF/ 2006)
O PREVINVEST, da CAIXA, é um excelente investimento para quem quer manter seupadrão de vida durante a aposentadoria. Com ele, você pode escolher o tipo de fundo deinvestimento em que você quer aplicar seus recursos, o valor da contribuição ou darenda desejada e a partir de quando pretende receber o benefício. O PREVINVEST éoferecido em duas modalidades: PGBL e VGBL.
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A modalidade PGBL é ideal para os clientes que utilizam declaração completa de imposto derenda (IR), pois permite deduzirem-se da base de cálculo as contribuições feitas nosplanos até o limite de 12% da renda bruta anual, desde que eles estejam contribuindo
para
o regime
geral de previdência social
do INSS
ou para outro regime próprio.
Amodalidade VGBL é mais indicada para os clientes que utilizam declaração simplificadade IR ou são isentos, ou ainda para os que ultrapassam o limite de 12% de descontopermitido. Além disso, o IR incide exclusivamente sobre os rendimentos alcançados com aaplicação dos recursos.
Internet: <www.caixa.gov.br> (com adaptações).
Considerando o primeiro parágrafo do texto, julgue os próximos itens.
- Passando-se o período “Com ele (...) o benefício” para o tratamento de segundapessoa do singular, tem-se: Com ele, tu podes escolher o tipo de fundo de investimentoem que tu queres aplicar teus recursos, o valor da contribuição ou da renda desejada e apartir de quando pretendes receber o benefício.
I TEM CERTO
Comentário.
Como não temos o hábito de usar as segundas pessoas (tanto a do singular quanto a doplural), devemos tomar o máximo cuidado para realizar a conjugação do verbo, não nosesquecendo, também, de trocar os pronomes correspondentes.
Uma curiosidade: o único tempo verbal em que a 2ª pessoa do singular NÃO RECEBE ALETRA “S” é o PRETÉRITO PERFEITO DO INDICATIVO (tu foste, tu estiveste). Em todasas demais, devemos colocar essa letra na terminação verbal (tu vais, tu tens, tu estás, tuestejas, tu farás...).
A construção original é: “Com ele, você pode escolher o tipo de fundo de investimento em que você quer aplicar seus recursos, o valor da contribuição ou da renda desejada e a partir de quando pre tende receber o benefício.” Com a substituição, teremos:
“Com ele, tu PODES escolher o tipo de fundo de investimento em que TU QUERESaplicar TEUS recursos, o valor da contribuição ou da renda desejada e a partir dequando PRETENDES receber o benefício.”
Está perfeita a assertiva.
Agora que vimos algumas formas do presente do indicativo, teremos a oportunidade derelembrar os tempos e modos verbais e quais as situações em que devemos usar um ou
outro.
TEMPOS E MODOS VERBAI S
2 - (UnB CESPE / STM Técn ico / 20 04 )
Sempre que um crime violento envolvendo menores abala a sociedade, ressurge adiscussão sobre a necessidade de alterar o Estatuto da Criança e do Adolescente.Segundo seus defensores, diminuir a responsabilidade penal para 16 anos inibiria a açãodelituosa de rapazes e moças.
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Segmentos da população, assustados com o aumento da violência, imaginam ser esse ocaminho para a reconquista da segurança perdida.
Encarar o Estatuto da Criança e do Adolescente como bode expiatório das mazelas
nacionais é solução cômoda, mas ineficaz. Ninguém de bom senso pode crer que situarem faixa etária mais baixa a imputação criminal seja a fórmula mágica capaz dedevolver a paz às ruas e aos lares. Bandidos que hoje usam jovens menores de 18 anoscomo escudo, com a mudança, recorrerão a menores de 16 anos. Depois virão os de 14, 12, 10.
Correio Brazi l iense. Opinião. 13/7/2004, p. 16 (com adaptações).
Julgue os seguintes itens, a respeito do texto acima.
- Preservam-se a coerência textual e a correção gramatical, e o texto torna-se maisobjetivo e assertivo, com a substituição de “seja” (R.9) pelo seu equivalente do modoindicativo: é.
I TEM ERRADO
Comentário.
A classificação dos verbos nos MODOS VERBAI S depende da relação que o falante temcom aquilo que enuncia – se constata um fato (indicativo); se apresenta uma hipótese,uma suposição (subjuntivo); se faz um pedido, dá uma sugestão ou uma ordem
(imperativo).
Em outras palavras, depende do m o d o com que enuncia a ação verbal (percebeu? “modo” verbal).
São três modos verbais: ƒ IND ICATIVO - como sugere o nome, indica um fato real , que pode pertencer ao
presente, ao passado ou ao futuro.
ƒ SUBJUNTI VO - enuncia um fato hipotético, duvidoso, provável ou possível. ƒ
IMPERATIVO - expressa idéias de ordem, pedido, desejo, convite.
Enquanto que o modo INDICATIVO situa o fato no plano da real idade , da cer teza, oSUBJUNTIVO coloca o fato no plano do que é prováve l, h ipo té t i co , possível , sem acerteza apresentada pelo modo indicativo. O modo SUBJUNTIVO também é bastanteusado com determinadas conjunções (embora, caso, que etc.)
Perceba a diferença entre as duas orações abaixo.
Eu pr ec iso encont ra r a lguém que m e FAZ fe l i z .
Eu pr ec iso encont ra r a lguém que m e FAÇA fe l i z .
Na primeira, o sujeito sabe que essa pessoa existe, mas não está presente naquelemomento. O fato situa-se no plano da CERTEZA – modo INDICATIVO. Essa pessoa que me faz feliz existe e eu preciso encontrá-la .
Na segunda, o sujeito espera que essa pessoa exista, mas não tem certeza dessaexistência – o fato ainda está no plano da hipótese. Por isso, está no modoSUBJUNTIVO. Talvez exista um a pessoa que me faça feliz – eu preciso encontrá- la .
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De volta à questão de prova, “reduzir a idade penal” está no plano hipotético, e adiscussão sobre o assunto se situa sempre no plano das hipóteses. Esse aspectosubjetivo é reforçado pelo verbo CRER. Foi usado apropriadamente o verbo “ser” nomodo SUBJUNTIVO (seja ).
“Ninguém de bom senso pode c rer que I SSO (s i tuar em fa ixa e tá r ia m a is baixa a imputação c r im ina l ) SEJA a fó rmula mág ica capaz de devo lver a paz às ruas e aos lares.”
A mudança para o modo indicativo (“é ”) provocaria prejuízo à coerência, uma vez quealteraria o sentido da construção, tornando-o um fato real.
3 – (UnB CESPE /TRE RS – Analista / 2003)
1 A soberania popular não deve ser, apenas, mais uma
peça de retórica. Deve ser um meio eficaz, por intermédio do
qual o povo exerça plenamente seus direitos e prerrogativas
4 constitucionais e legais.
Na época de implementação dos direitos sociais,
como o direito de moradia, de trabalhar, de viver
7 decentemente, não é mais possível a inclusão de normas
programáticas no texto da Constituição da República.
Há necessidade de que os princípios e as normas
10 constitucionais sejam eficazes, produzindo, de logo, os
efeitos jurídicos que todos esperam.
Não há, evidentemente, direitos sem garantia. Não
13 basta também a Constituição proclamar uma série de direitos e
garantias, se estes e estas não se podem concretizar.
Paulo Lopo Saraiva. A soberania popu lar e as garant ias const i t uc ionais . I n : I n t r odução cr í t i ca ao d i re i to , p .141-2 (com adaptações) .
A respeito das estruturas lingüísticas do texto, julgue o item a seguir.
- O emprego da forma verbal “exerça” (R.3) indica que a oração em que ela ocorre serefere aos direitos do povo como uma possibilidade, não como algo efetivamenteexistente.
I TEM CERTO
Comentário.
O gozo dos direitos e prerrogativas constitucionais é FACULTADO ao povo. Isso significaque não é um DEVER, mas um DIREITO: o titular desse direito pode exercê-lo ou não, aseu livre arbítrio (PLANO DA POSSIBILIDADE). Por isso, o verbo foi devidamenteconjugado no modo SUBJUNTIVO (exerça ).
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A assertiva resume muito bem o emprego desse modo verbal.
Outras questões, ao longo dessa aula, também tratam desse assunto.
4 - (UnB CESPE / STM Técn ico / 2004 )
1 É comum ouvir que o Brasil é um país onde há leis
que pegam e leis que não pegam, como se isso fosse uma
originalidade brasileira como a jabuticaba. É uma injustiça.
4 Há muitos países que sofrem com o mesmo problema. As
leis, principalmente as que interferem na vida cotidiana dos
cidadãos, requerem uma sintonia fina entre
7 vários componentes: aparato policial, comportamento
coletivo, grau de escolaridade etc. Do contrário, elas tendem a
não sair do papel. No Brasil, existe muita lei que não pega
10 por falta dessa sintonia. Ou não há polícia suficiente para
fazê-la ser cumprida. Ou a lei destoa fortemente de arraigados
hábitos coletivos. E assim por diante.
André Pe t r y . Adu lt é r i o e a desonesta . I n : Ve ja, 22 / 9 / 2004 , p . 93 ( com adaptações) .
Julgue o seguinte item, a respeito das idéias e das estruturas lingüísticas do textoacima.
- Por se tratar de uma situação que o texto deixa claramente hipotética, a substituiçãodo modo indicativo no verbo “interferem” (R.5) pelo subjuntivo in ter fer issempreservaria as relações de sentido e a correção gramatical do texto.
I TEM ERRADO
Comentário.
Essa questão vem complementar a anterior, que também versa sobre o emprego demodos verbais.
A interferência das leis na vida dos cidadãos é fato real (modo indicativo) e habitual (tempo presente), e não hipotético como sugere o examinador. Por isso, a troca nãoseria válida.
5 - (UnB CESPE / DPF – Escrivão / 2002)
Lembremos que a modernidade se caracteriza não apenas por um novo modo deprodução e de vida, mas também por uma nova forma de relacionamento entre oshomens na sociedade, o que influi até mesmo no julgamento que fazemos uns dosoutros. Essa forma de relacionamento, que vem desde a Revolução Industrial, é
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intermediada pelo trabalho, e os parâmetros para julgar as pessoas são o dinheiro e a propriedade.
Entretanto, trabalho e dinheiro não estão disponíveis para todos. Em cidades
superpopulosas, em meio às crises das indústrias, freqüentemente os trabalhadores sevêem sem meios de sobreviver. Essa relação entre os homens é, portanto, uma relaçãodesigual, em que geralmente os trabalhadores estão em desvantagem, já que nãopossuem meios estáveis de sobrevivência e dependem de empregadores.
Andréa Buoro et al . Violência urbana – d i lemas e desaf ios. São Paulo: Atual, 1999, p.26.
Com respeito às idéias do texto, julgue o item a seguir.
- O emprego do tempo e modo verbais de “Lembremos” (R.1) indica uma sugestão para oraciocínio que se segue.
I TEM CERTO
Comentário.
Essa questão trata do terceiro modo verbal – I MPERATI VO.
Ao iniciar a argumentação, a autora exige que o leitor se lembre de uma informação:Lembremos que a modern idade se carac ter i za não apenas por um novo modo de produção e de v ida , mas também por uma nova fo rma de re lac ionamento en t re os homens na soc iedade, o que in f lu i a té mesmo no ju lgamento que fazemos uns dos ou t ros .
Assim, a forma verbal está no IMPERATIVO – Lembremos .
Em tese, o imperativo (ordem, súplica, pedido, desejo, em sua essência máxima) só
poderia ser
empregado
em
relação às
segundas pessoas (tu, vós)
– as pessoas
aquem nos dirigimos – e na forma af i rmat iva (indicação positiva de ação). Na formaçãodo português, tornou-se comum o emprego da 3ª pessoa (pronome de tratamento –você/vocês), havendo a necessidade de também se incitar essas terceiras pessoas. Oresultado foi a mudança no modo imperativo, levando ao emprego do presente dosubjuntivo em seu lugar. Com o declínio das segundas pessoas no discurso, o subjuntivoprevaleceu (inclusive em TODAS as pessoas da forma negativa do imperativo), restando àforma originária (das segundas pessoas) o papel de “exceção”.
Assim, para a conjugação no imperativo, em vez de memorizarmos a regra (p resen tedo sub jun t i vo), vamos guardar apenas a exceção (o que não é pelo presente dosubjuntivo).
A REGRA: São conjugados pelo presente do sub jun t i vo os verbos em todas as
pessoas (2ª do singular e do plural, 3ª do singular e do plural e 1ª do plural) noimpera t i vo negat i vo, e nas 3ª pessoas (singular e plural) e 1ª pessoa do plural noimperativo afirmativo. Essa é a regra.
1 - Venha para a Caixa você também Î 3ª pessoa do singular (O comercial estavaerrado!!!).
2 - Não nos deixeis cair em tentação Î 2ª pessoa do plural (Ao se dirigir ao Pai, usa-sevós.)
Agora veremos a exceção, que deve ser memorizada por ser em menor número.
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A exceção fica por conta das segundas p essoas (tu e vós) no imperativo afirmativo.Nessa conjugação, usa-se o presente do indicativo, sem o “s” final.
RESUMO: No imperativo afirmativo, as 2ªs pessoas (singular e plural) buscam a
conjugação do presente do indicativo e tiram a letra ‘s’. Todo o restante tem origem nopresente do subjuntivo. Exemplo:
1 - “Dize-me com quem andas, que eu te direi quem és.” - A forma “dize” é a redução dopresente do indicativo da 2ª pessoa do singular (dizes – [s] = dize). Esse verbo, aliás,é abundante. Aceita as formas “dize” e “diz”, no imperativo afirmativo.
2 – “Fazei de mim um instrumento de vossa paz.” – A forma “fazei” é a conjugação nopresente do indicativo da 2ª pessoa do plural (vós fazeis), sem o “s”.
No imperativo negativo, a coisa é mais fácil – todas as pessoas seguem a conjugaçãodo modo subjuntivo.
Os quadros abaixo resumem as conjugações dos verbos no modo imperativo.
PRESENTE DOSUBJUNTI VO
I MPERATI VONEGATI VO
eu fale -
tu fa les Î não fales (tu)
ele fa le Î não fale (você) ( * )
nós fa lem os Î não falemos (nós)
vós fa le is Î não faleis (vós)
eles fa lem Î não falem (vocês) ( * )
Já no imperativo afirmativo,
quase todas seguem o subjuntivo -
a
exceção fica
porconta das segundas pessoas, que buscam a forma do presente do indicativo sem a letra “s”.
PRESENTE DOINCATIVO
IMPERATIVOAFI RMATI VO
PRESENTE DOSUBJUNTI VO
eu falo - eu fale
tu fa las Î fala (tu) tu fales
ele fala fale (você) ( * ) Í ele fa le
nós falamos falemos (nós) Í nós fa lem os
vós fa la is Î falai (vós) vós faleis
eles falam falem (vocês) ( * ) Í eles fa lem
( * ) Como o imperativo é o modo em que se determina ou pede algo à pessoa a quemse dirige (2ª pessoa), as terceiras pessoas se referem a “você / vocês”, e não a eles (3ªpessoa).
6 - (CESPE UNB / AGU – Procurador Federal / 2002)
O que a escravidão representa para o Brasil, já o sabemos. Moralmente, é a destruição detodos os princípios e fundamentos da moralidade religiosa ou positiva — a família, a
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propriedade, a solidariedade social, a aspiração humanitária; politicamente, é o servilismo, a desagregação do povo, a doença do funcionalismo, o enfraquecimento doamor à pátria, a divisão do interior em feudos, cada um com seu regime penal, o seusistema de provas, a sua inviolabilidade perante a polícia e a justiça; econômica esocialmente, é o bem-estar transitório de uma classe única, e essa, decadente e semprerenovada; a eliminação do capital produzido pela compra de escravos; a paralisação decada energia individual para o trabalho na população nacional; o fechamento dos nossosportos aos imigrantes que buscam a América do Sul; a valorização social do dinheiro,qualquer que seja a forma como for adquirido; o desprezo por todos os que, porescrúpulos, se inutilizam ou atrasam em uma luta de ambições materiais; a venda dostítulos de nobreza; a desmoralização da autoridade, desde a mais alta até à mais baixa.Observamos a impossibilidade de surgirem individualidades dignas de dirigir o país paramelhores destinos, porque o país, no meio de todo esse rebaixamento do caráter, dotrabalho honrado, das virtudes obscuras, da pobreza que procura elevar-sehonestamente, está, como se disse, “apaixonado por sua própria vergonha”.
A minha firme convicção é que, se não fizermos todos os dias novos e maiores esforços
para tornar o nosso solo perfeitamente livre, se não tivermos sempre presente a idéia deque a escravidão é a causa principal de todos os nossos vícios, defeitos, perigos efraquezas nacionais, o prazo que ainda tem de duração legal — calculadas todas asinfluências que lhe estão precipitando o desfecho — será assinalado por sintomascrescentes de dissolução social.
Joaqu im Nabuco. O abo l i cion ismo. I n : I n té rpr e tes do Brasi l , v . I . Nova Agu i lar , 2000, p . 148-51 ( com adaptações) .
Julgue o item abaixo, referente às estruturas do texto.
- As estruturas condicionais “se não fizermos” (R.18) e “se não tivermos” (R.19) podemser substituídas, respectivamente, por caso não façamos e caso não tenhamos, semprejuízo para a correção gramatical do texto.
I TEM CERTO
Comentário.
Falamos há pouco que situações hipotéticas levam a conjugação verbal para o modosubjuntivo.
O mesmo ocorre com o emprego de certas conjunções, como algumas subordinativas (Calma!!! Não se apavore – iremos falar sobre conjunções em uma aula exclusiva).Algumas vezes, a mudança de conjunção acarreta alteração do tempo verbal. É isso oque acontece com a “dobradinha” CASO x SE.
A conjunção “se” exige emprego do verbo no FUTURO DO SUBJUNTIVO (“se fizermos, seestivermos”) ou para o PRETÉRITO IMPERFEITO DO SUBJUNTIVO (“se tivéssemos, seestivéssemos”), ao passo que a conjunção “caso” leva o verbo para o PRESENTE DOSUBJUNTIVO (“caso façamos, caso tenhamos”) ou para o PRETÉRITO IMPERFEITO DOSUBJUNTIVO (“caso tivéssemos, caso estivéssemos”).
A próxima questão apresenta um outro exemplo desse fato.
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7 - (UnB CESPE / Bom bei ros AC / 2006 - adaptada)
“Além de ser b iodegradável , e , por isso, não causar dano ao meio ambiente, o p roduto pode ser a rm azenado por 15 anos ou a té ma is .”
Julgue a proposição.
- “Além de ser biodegradável” poderia ser substituído por Em bora ser b iodegradável
I TEM ERRADO
Comentário.
Além de apresentar uma idéia contrária ao fato expresso na oração principal, o queprejudicaria a coerência da passagem, a conjunção embora exige que o verbo sejaconjugado no presente do subjuntivo: Em bora SEJA biodegr adável .
Segue a lição de Adriano da Gama Kury sobre o assunto:
Nas orações subordinadas adverbiais concessivas iniciadas pelas conjunções
embora , a inda que, mesmo que, conquanto , pos to , pos to que e outras,usa-se o subjuntivo, com raras exceções:
“Sendo prec iso desp i r a camisa e dá- la a um mend igo , Nóbrega o fa r ia ,a inda q ue a cam isa fosse bordada.” ( M. de Assis , EJ)
“ Pos to não achasse já nenhum conhecido an t igo , Nóbrega t inha m edo de t o rna r ao ba ir r o .” ( I d .)
“ Nenhum fa lou logo , posto que am bos sent i ssem necessidade de exp l icar a l guma cousa. ” ( I d . )
Nas orações subordinadas adverbiais temporais introduzidas por antes que,ass im que, até que, enquanto, depois que, logo que , quando ocorrem nas indicações de possibilidade (e não de realidade, caso em que ocorre o indicativo),usa-se o subjuntivo:
Cuide dessa gr ipe, antes que e la se t r ansform e em pn eum onia.
Esse é o momento de relembrarmos (ou conhecermos, para alguns) os tempos verbais e adiferença que há entre eles.
Os tempos verbais têm a função de indicar o momento em que são enunciados os fatos.
IND ICATIVO
TEMPO EXEMPLO
PRESENTE (só apresenta a forma
SI MPLES) Eu
fa lo
PRETÉRI TO SI MPLES Eu fa le i
PERFEI TO COMPOSTO Eu tenho fa lado (o aux i l i a r écon jugado no presente do ind icat i vo)
PRETÉRI TO I MPERFEI TO Eu fa lava
SI MPLES Eu fa la ra PRET.MAI S-QUE-
PERFEI TO COMPOSTO Eu t i nha fa lado (o aux i l i a r é con ju gadono pre té r i to im per fe i to do ind ica t i vo)
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FUTURO DO SI MPLES Eu fa lare i PRESENTE
COMPOSTO Eu te re i fa lado (o aux i l i ar é con jug adono mesmo tempo ve rba l )
FUTURO DO SI MPLES Eu fa lar ia PRETÉRI TO
COMPOSTO Eu te r ia fa lado (o aux i l i a r é con jugadono mesmo tempo ve rba l )
No modo IND ICATIVO:
ƒ PRESENTE – indica:
1) fa to ocor re no momento em que se fa la , chamado de PRESENTEMOMENTÂNEO ou I NSTANTÂNEO: “Ouço ruídos na cozinha.”;
2) fa to que é comum de ocor re r , também conhec ido como PRESENTEHABI TUAL ou FREQÜENTATI VO: “Eu morro de inveja dele”; “Chove todos os
dias em Belém.”; 3) apresenta um pr incíp io, um concei to ou um dado – é o PRESENTEDURATIVO: “Todos os anos, muitas crianças morrem de desnutrição no Brasil”.; “Todo homem é m ortal.”;
4) um fa to passado, mas com o verbo no presente com a f ina l idade derealce ( PRESENTE NARRATI VO ou HI STÓRI CO): “Furacão mata duas mil pessoas em cidade americana.”.
ƒ PRETÉRITO PERFEITO – fa to ocor r ido e per fe i tamente conc lu ído an tes dom om ento em qu e se fa la : “Todos souberam do assassinato de Celso Daniel.”
ƒ PRETÉRITO PERFEITO COMPOSTO – den ot a con t inu idade do at o, co m in íci ono passado ou a hab i tua l idade de uma ação: “Eu tenho cometido muitos
erros na escolha dos meus nam orados.”
ƒ PRETÉRITO IMPERFEITO – indica:
1) fa to rea l i zado e não conc lu ído : “Ele buscava a perfeição antes de morrer.” ;
2 ) em cu rso no mom en to em que oco r reu ou t ro f a to : “Ele andava pela rua quando foi abordado pelos ladrões.” ;
3) fa to de cer ta duração no passado : “Quando jovem, corríamos para a praia nos fins de semana.” ;
4) ou que apresenta uma cer ta duração: “Ela buscava a solução de seus problemas nos outros.” - por isso também conhecido como “indicativo passadodurativo”;
ƒ PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO – fa to rea l i zado an tes de ou t ro fa totam bém no passado: “Antes de sua morte, ele pedira o perdão aos filhos.”;
ƒ PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO COMPOSTO – f o rma ma i s comum deexpressar o fa to rea l i zado an tes de ou t ro fa to também no passado:
“Antes de sua morte, ele tinha pedido perdão aos filhos.”;
ƒ FUTURO DO PRESENTE – fa to pos ter io r cer to de ocor re r no fu tu r o : “Doarei todo o material de estudo após a minha aprovação.” (Se Deus quiser...!!!!);
ƒ FUTURO DO PRESENTE COMPOSTO – deno ta f u tu ra oco r rênc ia de um fa toque se in ic iou no presente: “Até o próximo ano, terei acumulado quase um
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milhão de reais em dívidas .” (cuidado com o cartão de crédito!!!); a ocorrênciade uma ação fu tu ra conc lu ída an tes de ou t ra também no fu tu ro – paracompreender essa situação, note a diferença entre o futuro do presente simples eo composto:
1) Quando você chegar , i re i ao cur so .
2) Quando você chegar , tere i ido ao curso.
Na primeira, a ação que praticarei será realizada após a sua chegada.
Na segunda, quando você chegar, já terei praticado a ação verbal (açãoverbal no futuro anterior a outra ação também no futuro).
ƒ FUTURO DO PRETÉRITO / FUTURO DO PRETÉRITO COMPOSTO – é o maisespecial de todos os tempos do indicativo. Pode indicar:
1) fa to pos ter io r a um fa to passado: “Você me garantiu [FATO PASSADO]que o nosso amor não morreria [FATO FUTURO EM RELAÇÃO AO FATO
PASSADO].” – é o que
o professor Adriano da Gama Kury define como
o “futurodentro do passado”: “O inspetor avisou que só chegaria às 10 horas.” ;
2) fa to n ão chegou a se real i zar : “Eu iria à sua casa, mas tive um problema.” ;
3) in cer teza: “Acharam um corpo que seria do chefe do tráfico.” ;
4) h ipótese re lac ionada a uma condição: “Se você tivesse comprado o carro [CONDIÇÃO], não teria perdido o dinheiro no j ogo [HIPÓTESE]. ” ;
5) ou po l idez : “Você poderia me passar o sal? ” – neste caso, também secostuma usar o pretérito imperfeito do indicativo: “Você podia me passar o sal?” .
No SUBJUNTIVO, a diferença reside em indicar a suposição, hipótese ou possibilidade no
PRESENTE, PASSADO ou FUTURO.
O presente do sub jun t i vo pode exprimir, em orações principais (período composto) ouabsolutas (período simples): desejo (“Deus te abençoe .”), hipótese (“Suponhamos que você fosse aprovado .”), dúvida (“Talvez ele seja feliz com outra .”).
O p re té r i t o pe r f e i t o compos to do sub jun t i vo exprime um fato passadopresumivelmente já concluído (“É leviano afirmar que ele tenha feito isso.”) ou um fato futuro terminado antes de outro fato também futuro (“Quando o filme acabar, é possível que ele j á tenha adormecido.” ).
O pre tér i to imper fe i to do sub jun t i vo normalmente é usado quando, na oraçãoprincipal, o verbo está no passado (“Ela não encontrou quem a fizesse feliz.” ) ou no
futuro do pretérito, indicando uma condição (“Se ouvisse minha mãe, hoje estaria casada.” ).
O p re té r i t o m a i s-que -pe r f ei t o compos to do sub jun t i vo expressa uma ação anterior aoutra já ocorrida: “Se tivesse ouvido minha mãe, hoje estaria casada.”. O sentido ébem próximo do caso anterior (pretérito imperfeito do subjuntivo).
O f u t u ro do sub jun t i vo é principalmente empregado em orações temporais (“Quando quiser, irei com você ao parque.” ) ou condicional (“Se estiver perdido, peça ajuda.” ) eem algumas construções com o pronome indefinido quem na função de sujeito (“Quem viver verá.”).
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O f u t u ro compos to do sub jun t i vo denota ação futura em relação a outra ação futura,sempre com o matiz de hipótese, possibilidade ou probabilidade do subjuntivo (“Quem tiver terminado o trabalho sairá mais cedo.” ).
Mais uma vez, note a diferença, por exemplo, entre duas construções: uma no indicativo eoutra no subjuntivo.
Eu gar anto que você passará.
Eu esper o que v ocê passe.
Na primeira, o fato é certo e, por isso, os verbos das duas orações estão no modoindicativo. Já no segundo, o tempo empregado na segunda oração indica um desejo (com uma pontinha de dúvida). Imagine se as construções se referissem a um fatopassado:
Eu garant i que v ocê passar ia.
Eu esperava que você. . . . ( ?) .
No primeiro exemplo, note o valor do FUTURO DO PRETÉRITO (o tal do “futuro dentro dopassado” - sua aprovação era um fato futuro em relação ao momento em que fiz talafirmação Î fa to pos ter io r a um fa to passado).
Na segunda construção, como o tempo da oração principal se situa no passado, omesmo ocorre com o tempo da oração seguinte – Eu esperava [pretérito imperfeito doindicativo] que você passasse [pretérito imperfeito do subjuntivo].
Essa relação entre os verbos de orações diferentes chama-se CORRELAÇÃO VERBAL,ponto a ser estudado ainda na aula de hoje. Aguarde.
8 - (UnB CESPE / PMES / 2007)
Momen to num café
1 Quando o enterro passou
Os homens que se achavam no café
Tiraram o chapéu maquinalmente
4 Saudavam o morto distraídos
Estavam todos voltados para a vida
Confiantes na vida.
7 Um no entanto se descobriu num gesto largo e demorado Olhando o esquife longamente
Este sabia que a vida é uma agitação feroz e sem finalidade
10 Que a vida é traição
E saudava a matéria que passava
Liberta para sempre da alma extinta.
Manuel Bandei ra. I n : Ant o logia poét ica. 7. ª ed. Rio de Janei ro: José Olym pio, 1974, p . 103.
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Em relação às idéias e às estruturas lingüísticas do texto acima, julgue o item que sesegue.
- O emprego do pretérito imperfeito em “achavam” (v.2) indica uma ação queestava se processando quando ocorreu um fato.
I TEM CERTO
Comentário.
Como vimos no comentário da questão anterior, o pretérito imperfeito do indicativoserve para indicar um fato em curso no momento da ocorrência de outro fatosuperveniente: “Quando o enterro passou, os homens que se achavam no café t i r a ram o chapéu maqu ina lm en te . ” .
9 - (UnB CESPE/ TJ PA – Analista / 2006)
1 A democracia do Estado contemporâneo necessita, de
maneira imprescindível, da consagração da supremacia
constitucional e do respeito aos direitos fundamentais, que
4 somente estarão presentes nos países em que houver um
Judiciário forte, dotado de plena independência e que possa
efetivar suas decisões. A independência judicial constitui
7 direito dos cidadãos, e é triste um país que não a possui.
O magistrado, no momento de julgar, não pode receber
ordens de nenhuma autoridade interna ou externa, sendo essa
10 idéia essencial à independência do Judiciário.
A maioria esmagadora dos juízes brasileiros dedicam
suas vidas à luta por uma magistratura independente,
13 democrática, transparente e justa e jamais se esquecem da
lição do grande Rui: “A autoridade da Justiça é moral, e sustenta-
se pela moralidade de suas decisões”.
Alexandre de Moraes . Un ião pe lo fo r ta lec imento . In : Fo lha de S. Pau lo , 2 5 / 3 / 2 0 0 6 ( co m a d ap t a çõ es ) .
No desenvolvimento da argumentação do texto, as formas verbais que indicam umaprobabilidade ou suposição não incluem
A) “estarão” (R.4).
B) “houver” (R.4).
C) “possa” (R.5).
D) “sendo” (R.9).
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GAB. D
Comentário.
Em relação às formas verbais das opções B (houver) e C (possa), não haveria dúvidas,uma vez que ambas são do subjuntivo (futuro e presente, respectivamente) e, comosabemos de cor e salteado, esse modo situa os fatos no plano da hipótese,probabilidade, suposição.
O verbo no futuro do presente (es tarão ) faz parte de um segmento em que tambémestá presente o verbo da opção B, situando todos os fatos em uma situação hipotética –haver um Judiciário forte . Relembremos essa passagem do texto:
A democracia do Estado contemporâneo necessi ta, de manei ra imprescindível ,da consagração da supremac ia cons t i tuc iona l e do respe i to aos d i re i tos fundamenta is , que somente es ta rão presentes nos pa íses em que houver um Judic iár io for te, dotado de p lena independência e que possa efet ivar suas
decisões.
Já o verbo SER no gerúndio, na passagem a seguir, exprime um conceito, e não umasuposição ou probabilidade:
O magis t rado, no momento de ju lgar , não pode receber o rdens de nenhuma autor idade interna ou externa, sendo essa idéia essencia l à independência do Judic iár io .
Poderia, até mesmo, ser substituído pelo presente do indicativo: “Essa idéia é essencia l à ind ependência do Judic iár io .”.
Essa é uma das poucas questões de múltipla escolha do Cespe.
10 - (UnB CESPE / PGE PA / 2007 )
Transparência até dem ais?
1 Os tempos do Grande Irmão chegaram. George Orwell
os previu para 1984, mas se afirmaram mesmo na virada do
milênio, principalmente depois que os atentados de 11 de
4 setembro de 2001 serviram de pretexto para um grau sem
precedentes de vigilância do Estado. Dos dois lados do
Atlântico, o direito a habeas corpus, afirmado desde a Carta
7 Magna de 1216, está aposentado, considerado velharia quandose trata de supostos terroristas. Telefones podem estar
grampeados, e-mail e páginas da Internet podem ser
10 monitorados a qualquer momento. O Grande Irmão está
observando você.
Orwell não pôde imaginar quantos Pequenos Irmãos
13 ganhariam poderes semelhantes nem quantas pessoas
implorariam, de livre e espontânea vontade, para serem
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observadas. A Web surgiu em 1993 e o primeiro weblog, em
16 1994, mas foi em 1999 que passou a se chamar blog e tornouse
mania global.
Muitos blogs
têm funções
informativas,
mas
o núcleo do fenômeno é a exposição do eu e da intimidade, de
19 maneira banal ou chocante.
A superexposição, a midiatização e o desdobramento
da representação não se restringem a internautas compulsivos.
22 Tudo e todos chamam freneticamente por atenção por todas as
mídias, deixando cada um sem tempo para se conectar com o
mundo real e com sua própria interioridade e intimidade.
Car taCap it a l , 15 / 11 / 2006 , p .10 -4 ( com adaptações ) .
Julgue a assertiva abaixo.
- No texto, é correto substituir “os previu” (R.2) por os prevera ou por os t inha prev is to .
I TEM ERRADO
Comentário.
Tanto o pretérito mais-que-perfeito do indicativo como o tempo composto equivalente (TINHA PREVISTO) servem para indicar um fato realizado ANTES de outro fato passado. A previsão de George Orwell é anterior à chegada dos tempos do “Grande Irmão” (só em
2001), também no passado em relação ao texto (que é de 2006). Se você nãoentendeu o que significa esse tal de “Grande Irmão”, imagine “nosso” famoso “BigBrother”, em que tudo se vê, se escuta e se observa o tempo todo.
Até aí, nada de errado, uma vez que a estrutura permitiria o emprego do pretérito mais-que-perfeito (tempo anterior a outro tempo também passado).
O problema está na CONJUGAÇÃO do verbo PREVER no pretérito mais-que-perfeito (e épor conta desse tipo de detalhe que a banca se torna perigosa!!!).
Essa é a chance de estudarmos a formação de tempos verbais (tempos derivados) e aregra do PARADIGMA para conjugação verbal.
DERI VAÇÃO VERBAL
Você já deve ter se deparado com dúvidas como: em “quando eu ..... o professor,passarei o seu recado”, devemos usar “ver” ou “vir”?
Para compreendermos a conjugação de alguns verbos, principalmente dos irregulares, énecessário conhecer a formação de alguns tempos derivados.
Abaixo, segue um quadro com a indicação das formas primitivas e das derivadas.
Salvo algumas exceções (como o verbo SER, SABER e outros), basta que se mantenha oradical das formas primitivas e a ele se acrescentem as desinências correspondentes.
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FORMA PRI MI TI VA FORMAS DERI VADAS
VERBO VER
presente doind ica t i vo
1ª pessoa dosingular
presente do
eu vej o Î
eu vej atu vej as
ele vej a
presente dosub jun t i vo
eu vej atu vej asele vej a nós vej amosvós vej aiseles vej am
- não vej as (tu) não vej a (você)
sub jun t i vo
pre tér i to per fe i to doind ica t i vo
3ª pessoa dop lu ra l
nós vej amosvós vej ais
eles vej am
eles
v iram
Î impe ra t i vo
negat i vo
pre tér i tomais -que-per fe i to
Î doindicat ivo
pre tér i to
Î impe r fe i t o
dosub jun t i vo
Î f u t u ro do
sub jun t i vo
não vej amos (nós)não vej ais (vós)
não vej am (vocês)eu v ira tu v irasele v ira
nós v íramos
vós v íreis
eles v iram
eu v isse tu v issesele v isse
nós v íssemos
vós v ísseiseles v issemeu v ir tu v iresele v ir
nós v irmosvós v irdeseles v irem
I n f i n i t i voimpessoal
I n f i n i t i voimpessoal
caber
caber
VERBO CABERFuturo dopresente do
Î i nd ica t i vo
Futuro do
Î pre tér i to
Cabereicaberáscaberácaberemoscabereiscaberãocaberiacaberiascaberia
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ind icat ivo caberíamoscaberíeiscaberiam
I n f i n i t opessoal
Î
cabercaberescabercabermoscaberdescaberem
O verbo PREVER, que deriva do verbo VER, segue a conjugação deste último.
Essa é a técnica do PARADI GMA. Se você ainda não foi apresentado a ela, lá vai.
Na dúvida em relação à conjugação de determinado verbo regu la r (geralmente oexaminador busca um verbo pouco utilizado no seu dia-a-dia), basta observar a
conjugação dos paradigmas clássicos (FALAR – 1ª conjugação, BEBER – 2ªconjugação, PARTIR – 3ª conjugação).
Extraia o radical, que é o que sobra do verbo após retirar a terminação “ar”, “er” ou “ir” do infinitivo (exemplo: FAL(AR) = radical FAL-), e empregue as desinências, que sãoidênticas nos demais verbos regulares de mesma conjugação.
Em relação aos verbos REGULARES, não há muita dificuldade. Os exemplos nos ajudam acompreender essa técnica:
- CONSUMAR – é um verbo de 1ª conjugação, como o verbo FALAR. Assim, no presentedo subjuntivo (que eu consum....), conjugamos o verbo FALAR (verbo paradigma): queeu FALE Î que eu CONSUME
- CONSUMIR – verbo de 3ª conjugação, como o verbo PARTIR (paradigma). No
presente do subjuntivo, ficaria: que eu PARTA Î que eu CONSUMA.
Se o verbo for i r regu la r , ou seja, apresentar alteração no radical em determinadasconjugações, procure outro verbo, também irregular, de mesma construção.
Por exemplo: COMPETIR (3ª conjugação) – Eu comp.... (???)
Esse verbo é irregular, ou seja, não mantém o radical nas conjugações.
Normalmente não conjugamos esse verbo (pelo menos, não com convicção), mascostumamos conjugar outro verbo de idêntica estrutura. Já adivinhou? É o verboREPETI R.
Então, como fica a conjugação desse paradigma? Eu repi t o => Eu com p i t o
A relação entre verbos derivados é bem mais simples. Lembre-se da conjugação doverbo primitivo.
É o caso do ver bo PREVER, que der iva d o ve rb o VER.
O pretérito mais-que-perfeito do verbo VER busca o radical da 3ª pessoa do plural dopretérito perfeito (para simplificar: ontem e les )
Ontem e les VI RAM Î O radical (que está em negrito e sublinhado) se mantém emtodas as pessoas do pretérito mais-que-perfeito do indicativo:
eu v i r a, tu v i r as, e le v i ra, nós ví ram os, vós ví re is , e les v i ram
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(Você notou que, na 3ª pessoa do plural, a forma do pretérito mais-que-perfeito éidêntica à do pretérito perfeito?)
Seguindo a técnica do paradigma, tudo o que acontece com o verbo VER vai acontecer
com o verbo PREVER:
Ontem e les PREVI RAM Î eu previra, tu previras, ele previra, nós prevíramos, vósprevíreis, eles prev i ram
Então, nada de “preveram” – essa forma simplesmente NÃO EXISTE!!! O correto seria “previram”.
11 - (UnB CESPE/ IRBr Diplomata/ 2006)
Rel ig ião m est iça
1 Insulado deste modo no país, que o não conhece, em
luta aberta com o meio, que lhe parece haver estampado naorganização e no temperamento a sua rudeza extraordinária,
4 nômade ou mal fixo à terra, o sertanejo não tem, por bem
dizer, ainda capacidade orgânica para se afeiçoar a situação
mais alta.
7 O círculo estreito da atividade remorou-lhe o
aperfeiçoamento psíquico. Está na fase religiosa de um
monoteísmo incompreendido, eivado de misticismo
10 extravagante, em que se rebate o fetichismo do índio e do
africano. É o homem primitivo, audacioso e forte, mas ao
mesmo tempo crédulo, deixando-se facilmente arrebatar
13 pelas superstições mais absurdas. Uma análise destas
revelaria a fusão de estádios emocionais distintos.
Euc l ides da Cunh a. O homem / Os ser tões . I n : Obra comple ta . Rio de Janei ro : Nova Agu i la r , 1995, p . 197.
Julgue a correção da assertiva abaixo.
- Na forma verbal “revelaria” (R.14), a terminação – r i a exprime idéia de hipótese oupossibilidade.
I TEM CERTO
Comentário.
A desinência modo-temporal –r ia indica que o verbo está conjugado no FUTURO DOPRETÉRITO DO INDICATIVO.
No modo indicativo, esse é um tempo muito especial. Enquanto os demais servem paraindicar propriamente um TEMPO, um MOMENTO, o futuro do pretérito possui outros
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matizes. Ele pode denotar polidez na fala (“Você poderia se retirar do recinto.” ).Juntamente com o PRETÉRITO IMPERFEITO DO SUBJUNTIVO (tempo com que temestreita relação), emprega a idéia de “hipótese” ou “possibilidade” a uma construção.Veja:
“Se eu ganhasse na lo ter ia [hipótese = SUBJUNTIVO], v ia ja r ia pe lo mundo [fatoreal que se realizaria na ocorrência daquela hipótese].”
“Se você não t ivesse saído cedo da festa, ter ia v is to o espetáculo. ” [futuro dopretérito composto]”.
O emprego do futuro do pretérito na passagem do texto indica a possibilidade de serealizar uma análise acerca do sertanejo (= “ Um a anál ise destas SERI A CAPAZ DE REVELAR a fusão de estádios emocionais d is t in tos” ). Como se trata de umaPOSSIBILIDADE, estamos no plano de atuação do futuro do pretérito. A assertiva estácorreta.
12 - (UnB CESPE/ TCE ES – Controlador / 2005 )
1 Nossa identidade contemporânea nos remete para os
centros do capitalismo, permeada que está pela globalização
liberal — pelo grau maior ou menor em que conseguimos
4 induzir os sintomas desse fenômeno, como shopping centers,
televisão a cabo, celulares —, mais do que por sua inserção
internacional, que nos faz ter um destino similar ao do resto
7 do continente ao qual estamos geográfica e historicamente
integrados.
(...)
10 Várias crises financeiras depois, e duas décadas e meia
de estagnação, financeirização e precarização das relações de
trabalho, tornaram os países latino-americanos mais semelhantes
13 do que nunca. Estão igualmente em crise o Brasil e o Paraguai, a
Argentina e o Haiti, o México e a Bolívia, o Peru e o Equador,
a Venezuela e a Guatemala, a Colômbia e a Nicarágua.
16 As décadas posteriores nos colocaram, entre a ALCA
e o MERCOSUL, diante de duas Américas Latinas possíveis e
de duas imagens de nós mesmos, sob o pano de fundo do
19 continente. Em suma, nossa imagem de nós mesmos, como país,
dependeu sempre da forma como vimos a América Latina e
nossa relação com nosso continente de origem e de inserção
22 histórica comum.
Emir Sader. A América Latina vista do Brasil. In: Correio Braziliense, 27/6/2004 (comadaptações
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A respeito do texto acima, julgue o seguinte item.
- Alteram-se os sentidos do texto, mas preservam-se sua coerência textual ecorreção gramatical, com a substituição do pretérito perfeito “vimos” (R.20) por
vemos ou tem os v is to .
I TEM CERTO
Comentário.
A forma VIMOS é conjugação do verbo VER na 1ª pessoa do plural (nós) do pretéritoperfeito do indicativo. (pretérito perfeito composto). TEMOS VI STO é simplesmente otempo composto correspondente. Não haveria, portanto, problema algum em trocar “v imos” por “temos v is to”. A alteração de sentido (admitida pelo examinador) seriaem função da diferença entre o momento pontual passado (tempo simples – pretéritoperfeito) e, no tempo composto, a indicação de certa duração que perdura até o
presente (pretérito
perfeito composto).
A substituição por ‘vemos’ implica alteração do tempo verbal para o presente,acarretando também mudança de sentido - com o verbo no presente do indicativo,entende-se que a nossa visão da América Latina permanece a mesma ainda hoje.Todavia, não haveria nenhum prejuízo à coerência ou à correção textual (“. . . nossaimagem de nós mesmos, como país , dependeu sempre da fo rma como v imos / vemos / tem os v is to a Am ér ica Lat ina ...”).
Sendo assim, a assertiva está correta.
13 - (UnB CESPE / TJ BA - Administrador / 2 00 5)
1 Não há dúvida de que, no início do século XXI, os
Estados Unidos da América chegaram mais perto do que
nunca da possibilidade de constituição de um “império
4 mundial”. Mas, se o mundo chegasse a esse ponto e
constituísse um império global, isso significaria — ao mesmo
tempo e por definição — o fim do sistema político
7 interestatal. E o mais provável, do ponto de vista econômico, é
que tal transformação viesse a significar também o fim do
capitalismo. Em uma linguagem mais próxima da física e da
10 termodinâmica do que da dialética hegeliana, pode-se dizerque a expansão do poder global na direção do império
mundial é, ao mesmo tempo, uma força que levaria o sistema
13 mundial à entropia, ao provocar sua homogeneização interna e
o desaparecimento das hierarquias e conflitos responsáveis pelo
dinamismo e pela ordem do próprio sistema.
José Lu ís Fio r i . Cor re io Brazi l i ense , 25 / 12 / 2004 (com adaptações) .
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Em relação ao texto acima, julgue o item que se segue.
-
O
emprego do
futuro do pretérito
em “significaria” (R.5) é decorrente do
emprego deestrutura antecedente que tem valor condicional, formada por verbo no imperfeito dosubjuntivo.
I TEM CERTO
Comentário.
CORRELAÇÃO VERBAL consiste na articulação entre as formas verbais no período. Osverbos estabelecem, assim, uma correspondência entre si.
Esse tipo de questão, normalmente, o candidato consegue acertar usando o “ouvido”.
Observe que alguma coisa parece estar errada na seguinte construção:
“Se você se acomodasse com a situação, ela se t o rna rá efetiva .”
Esse “mal-estar auditivo” (rs...) acontece porque não houve harmonia entre a formaverbal da primeira oração (acomodasse ) – que indica hipótese, possibilidade no passado - com a da segunda (tornará ) – que indica certeza no futuro.
A título de curiosidade (e somente com esse propósito – nada de ficar decorando listasdesnecessárias), seguem alguns exemplos de construções corretas sob o aspecto decorrelação verbal:
a) “Exijo que me diga a verdade.” - presente do ind ica t i vo + p resente dosub jun t i vo
b) “Exigi que me dissesse a verdade.” – pre tér i to per fe i to do ind ica t i vo + p re té r i to
impe r fe it o do sub jun t i vo .
c) “Espero que ele tenha feito uma boa prova.” - presente do ind ica t i vo+ pre té r i toper fe i to com posto do sub jun t i vo .
d) “Gostaria que ele tivesse vindo .” – f u t u r o do pr et ér i t o do ind icat ivo + p r et ér i t om ais-que-per fe i to com posto do sub jun t i vo
e) “Se você quiser o material, eu o trarei .” – f u t u ro do sub jun t i vo + f u tu ro dopresente do ind ica t i vo
f) “Se você quisesse o livro, eu o traria .” - p re té r i t o impe r fe i t o do sub jun t i vo +
fu tu r o do pre té r i t o do ind ica t i vo
Observe a relação indicada no item f : PRETÉRITO IMPERFEITO DO SUBJUNTIVO e FUTURO DO PRETÉRITO DO INDICATIVO.
Já falamos sobre esse “casamento” entre CONDIÇÃO (apresentada pelo subjuntivo) e FATO (apresentada pelo indicativo).
“Mas, se o mundo chegasse a esse ponto e const i tu ísse um impér io g lobal , isso s igni f icar ia — ao mesmo tempo e por def in ição — o f im do s is tema pol í t ico in te res ta ta l . ”
O fato expresso pela oração condicional (“... se o mu ndo chegasse a esse ponto ...” - pretérito), se realizado, acarretaria o fato expresso pela oração principal (“...
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s ign i f i car ia . . . o f im do s is tema po l í t i co in te res ta ta l ...” – futuro do pretérito). Oemprego desse tempo verbal do indicativo se deve à condição estabelecida na oraçãoimediatamente anterior. Perfeita colocação do examinador.
14 - (UnB CESPE / TJ BA - Administrador / 2005)
1 Quase todas as grandes potências já foram
colonialistas e anticolonialistas, pacifistas e belicistas,
liberais e mercantilistas, e quase todas elas, além disso, já
4 mudaram de posição várias vezes ao longo da história. Nesse
contexto, as previsões, liberais ou marxistas, do fim dos estados
ou das economias nacionais, ou mesmo da formação
7 de algum tipo de federação cosmopolita e pacífica, são
utopias, com toda a dignidade das utopias que partem de
argumentos éticos e expectativas generosas, mas são idéias
10 ou projetos que não têm nenhum apoio objetivo na análise da
lógica e da história passada do sistema mundial. Apesar de
tudo isso, é possível identificar através da história a
13 existência de forças que atuam na direção contrária do poder
global e do império mundial. Forças que impediram — até
agora — que esse processo de centralização do poder
16 chegasse até o seu limite imperial, o que provocaria a
dissolução do sistema político e econômico mundial. Idem ,
Ibidem .
Com referência às idéias e estruturas do texto acima, julgue o item a seguir.
- Na linha 16, o emprego do futuro do pretérito em “provocaria” justifica-se peloemprego do subjuntivo em “chegasse” e admite como gramaticalmente correta asubstituição pela forma te r ia p rov ocado ou por i r i a p rovocar .
I TEM CERTO
Comentário.
A primeira parte da afirmação (“o emprego do futuro do pretérito em ‘provocaria’ just if ica- se pelo emprego do subjuntivo em ‘chegasse...” ) já foi objeto de comentário naquestão anterior.
Em relação à possibilidade de troca de “provocaria” por “teria provocado” ou “iriaprovocar”, vimos que a primeira opção nada mais é do que a forma composta no mesmotempo verbal. A segunda apresenta uma locução verbal com o verbo auxiliar modal “ir”,na indicação de tempo futuro.
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Essa, aliás, é uma prática bastante comum em nossa linguagem: em vez de usarmos ofuturo do pretérito (comprarei, sairei, estarei ), usamos uma locução verbal como oauxiliar “ir” (vou comprar, vou sair, vou estar ).
Além do tempo adequado (futuro do presente do indicativo, que, aliás, quase nunca éusado), há outras maneiras de se indicar ação futura certa:
- I R + I N F I N I T I V O = “Vou fazer [em vez de “farei”] as contas para ver se vou poder sai r [em vez de “poderei sair”] com você .”
- HAVER + DE + INF IN IT IVO = “Há de surg i r [em vez de “surgirá”] um a est re la n o céu cada vez que ‘ocê sorr i r . . .” (Gilberto Gil).
- PRESENTE – É bastante comum o emprego do presente do indicativo em açõesfuturas. Esse é um caso de ENÁLAGE, a ser estudado mais adiante - “Faço [emvez de “farei”] esse t raba lho amanhã.”.
A primeira das construções alternativas para o futuro (IR + INFINITIVO) foi empregada naopção: “iria provocar” . Como o verbo auxiliar foi empregado no futuro do pretérito,
houve a manutenção do aspecto verbal original, sendo possível a substituição.
15 - (UnB CESPE / DPF – Escrivão / 2002)
1 Em 10 de dezembro de 1948, a Assembléia Geral
da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou a
Declaração Universal dos Direitos Humanos, ainda como
4 parte das atividades inaugurais da organização, fundada
em 1945, visando construir um tempo novo para a
humanidade. 7 A Declaração está aí, porém quantos a conhecem
na íntegra? No Brasil, por exemplo, o infeliz e absurdo
slogan praticado por muitos, afirmando que “direitos
10 humanos são direitos de bandidos”, tem servido para a
justificação de todo tipo de absurdo cometido, negando o
que é, na essência, ligado à proteção da vida e da
13 dignidade humanas. “Todos os seres humanos nascem
livres e iguais em dignidade e direitos”, enunciado do artigo
primeiro, é, em si, um programa de trabalho
16 praticamente inesgotável. Os desafios da construção
solidária — porque trabalhada em conjunto, fortalecida,
sólida — da liberdade e da igualdade, sob as oscilações
19 decorrentes da ordem mundial, passando da bipolaridade
para as polaridades difusas ou múltiplas polaridades,
demonstram que a Declaração estabeleceu apenas
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22 direções, que têm ajudado a humanidade a manter-se,
minimamente, no caminho da sobrevivência.
Em tempos de violência, tão globalizada como a 25 economia, há os que colocam sob suspeita e risco o
respeito aos direitos humanos. Erro brutal, porque, se
faltarem até os mínimos que a consciência humana
28 estabeleceu para si mesma, não se terá mais a base
comum sobre a qual caminhar.
Rosel i Fischm ann. Cor re io Brazi l i ense , 10 / 12 / 2001 (com adaptações) .
Em relação ao texto, julgue o item subseqüente.
- O emprego da locução verbal “tem servido” (R.10) indica que o slogan a que se refere jánão serve mais.
I TEM ERRADO
Comentário.
A forma verbal “tem servido” é conjugação do verbo SERVIR no pretérito perfeitocomposto, para indicar um aspec to dur a t i vo de uma ação que teve início no passado epersiste até hoje. É, pois, incorreta a afirmação de que tal slogan já não serve mais.Quando dois ou mais verbos formam uma única unidade de sentido, como acontece comessa construção de tempo composto, temos uma LOCUÇÃO VERBAL.
LOCUÇÕES VERBAI S
Em uma locução verbal, todos os verbos que compõem o conjunto possuem o mesmosignificado nocional. Assim, o sentido da ação está presente no verbo principal, cabendoaos auxiliares a função de indicar aspectos, tempos ou vozes verbais.
Formam-se locuções verbais em:
ƒ tempos compostos, com os verbos auxiliares TER e HAVER (acabamos de falarsobre isso);
ƒ construções de voz passiva , principalmente com os verbos auxiliares SER e ESTAR (ponto bastante explorado nas provas do Cespe);
ƒ cons t ruções com aux i l i a res moda is, que determinam com mais rigor o modocomo se realiza – ou deixa de se realizar - a ação verbal. Uma ação pode serpontual ou extensa; contínua, periódica ou permanente; pouco usual ou costumeira;hipotética ou real. Esses aspectos podem ser apresentados pelos verbos auxiliaresmodais. Eles expressam circunstâncias de: in íc io ou f im (comecei a estudar, acabei de acordar ), cont inu idade (vai andando ), obr igação (tive de entregar ), possib i l idade (posso escrever ), dúv ida (parece gostar ), t en ta t i va (procura entender ) e outras tantas.
Como num escritório, onde quem manda é o chefe e quem trabalha é o empregado (ouvocê já viu algum chefe trabalhando???...rs...), na locução verbal, quem exerce a função
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de “chefe” é o verbo principal – ele fica “paradão”, só mandando, e o pobre do auxiliar seflexiona de acordo com as suas ordens (é um pau-mandado o coitado...rs...).
Essa flexão do verbo auxiliar será tratada também na aula sobre CONCORDÂNCIA.
Não poderíamos encerrar esse ponto sem falar das FORMAS NOMINAIS, que possuemestreita relação com as locuções verbais.
FORMAS NOMINAI S
Denominam-se f o rmas nomina i s as palavras, de origem verbal, que também podemser empregadas nas funções próprias de adjetivos, substantivos ou advérbios. São elas:INFINITIVO, GERÚNDIO E PARTICÍPIO.
I N F I N I T I V O
O infinitivo divide-se em impessoal e pessoal. O infinitivo impessoal não tem sujeito (pessoa) e, por isso, não se flexiona. É usado em sentido genérico (“o ato de”).
Amar se aprende amando.
Já o infinitivo pessoal possui sujeito e pode flexionar-se ou não. Os casos em que oinfinitivo pode, deve ou não pode se flexionar será objeto de estudo na aula sobreCONCORDÂNCIA.
GERÚNDI O
Muito comum em locuções verbais indicadoras de ações durativas (está fazendo, vemacontecendo, fica gerando) e em orações subordinadas reduzidas.
O presidente fica pers is t indo na argum entação de que nada sabia. ( ve rbo )
Pers is t indo os sintomas, o médico deverá ser consultado ( advérbio de condição = “ Caso persistam os sintomas...”)
PARTICÍ PI O:
Ele havia lavado o chão da casa antes do temporal. ( verbo)
O uniforme lavado ficou todo sujo após o vendaval. ( ad je t i vo )
O particípio tem grande importância na construção de LOCUÇÕES VERBAI S.
Emprega-se com os auxiliares TER e HAVER para a formação de tempos compostos (“Temos fe i to grande progresso .”, “Nunca havia v is i tado este lugar antes .”), com overbo SER para formar os tempos da voz passiva de ação (“O trabalho fo i fe i to por todos nós.” ) e com o verbo ESTAR nos tempos de voz passiva de estado (“Estou chocada com essa notícia .”), construção essa bem mais rara.
No par t ic íp io , a maior parte dos verbos só apresenta a forma regular (terminadas por “ado” / “ido”). Contudo, existem algumas exceções: alguns verbos apresentam mais de uma forma: a regular (“ado” / “ido”), usada com os verbos t er e haver (tempocomposto) e a irregular, ligada aos verbos ser e estar (voz passiva).
Dentre os irregulares, estão:
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¾ ACEITAR – (ter/haver) aceitado; (ser/estar) aceito
¾ ELEGER – (ter/haver) elegido; (ser/estar) eleito
¾
ENTREGAR - (ter/haver)
entregado;
(ser/estar) entregue
¾ IMPRIMIR - (ter/haver) imprimido; (ser/estar) impresso
¾ SALVAR – (ter/haver) salvado; (ser/estar) salvo
¾ SUSPENDIDO – (ter/haver) suspendido; (ser/estar) suspenso
Outras cur ios idades:
• Apresentam somente a forma i r regu la r do particípio os verbos abrir (aber to),cobrir (cober to), dizer (d i t o), escrever (escr i to), fazer (f e i t o), pôr (posto), ver
(v is to), vir (v indo) e seus derivados.
Observe que, neste último (vir), a forma participial é igual ao gerúndio, o mesmoocorrendo com os verbos dele derivados (intervir – intervindo). Essa
peculiaridade costuma ser objeto de questões de prova. Cuidado, hem? ƒ Alguns verbos aceitam ambas as formas (regular e irregular) para qualquer dois
verbos auxiliares – ou seja, não t em como e r ra r - com qualquer verbo auxiliarpode-se usar qualquer forma participial. Segundo a maioria dos gramáticos, sãoquatro os verbos: pagar , pegar , ganhar e gas tar (para memorizá-las, imagine a seguinte situação: no dia do pagamento, você ganha o salário e, nosupermercado, pega o produto, paga por ele e gasta o dinheiro – gostou do método mnemônico ?).
ƒ O particípio do verbo CHEGAR é um só – o regular CHEGADO. A forma “chego ” é a conjugação de 1ª pessoa do singular do presente do indicativo (“Eu chego”). Nãoexiste a forma de particípio irregular para esse verbo. Então: “Eu tinhachegado ao escritório bem cedo.”.
16 - (UnB CESPE / Câmara dos Deput ados / 2002 )
Nabuco parte para Londres no mês de fevereiro de 1882, permanecendo comocorrespondente do Jornal do Comércio até 1884. Ele não passará como outrora o tempolondrino na ociosidade. Dedica-se agora ao trabalho e ao estudo. Como vários outrosintelectuais do seu tempo, interessados todos pelos problemas sociais e vivendo noexílio, torna-se freqüentador assíduo do Museu Britânico.
Reflete e lê acerca de vários assuntos na biblioteca do Museu. O Museu Britânico é fontede muitas obras importantes das ciências sociais. Ali, Karl Marx escreve O Capital eoutros ensaios. Também ali Nabuco absorve as lições que são a base de um dos textosfundamentais das ciências sociais brasileiras. A atividade principal da sua mais recentetemporada londrina é a familiarização com a bibliografia a respeito do escravismocolonial. Isso lhe permite escrever um livro da qualidade de O Abolicionismo — areflexão mais coerente, profunda e completa já feita no Brasil acerca do assunto. Trata- se de um monumento de erudição, pleno de conhecimento de história, política,sociologia, direito e de tudo quanto se refere à escravidão negra. Pelo alto nível doconteúdo e a excelência da forma é um dos livros mais importantes das ciências sociais jamais escritos no Brasil. Ocupa, por isso, um lugar de destaque na bibliografiaespecífica que, na época, era muito restrita. Hoje, mais de cem anos depois da suaprimeira edição, quando as ciências sociais se desenvolveram tanto no mundo e noBrasil, o livro ainda é consultado e visto como exemplo, seja pelo volume de
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informações, seja pelos variados enfoques — alguns extremamente originais —, seja ainda pela forma superior.
Por tudo isso é julgado como empresa notável. Bastava a redação de O Abolicionismo
para justificar a proveitosa estada de Nabuco por dois anos na Inglaterra.
Franc isco I g lés ias. I dem, p .13 ( com adaptações) .
A propósito das idéias e dos recursos lingüísticos que estruturam o texto V, julgue oitem que se segue.
- O emprego do presente do indicativo em “Dedica-se” (R.3), “torna-se” (R.5) e “Reflete e lê” (R.6) exemplifica a possibilidade de dar realismo a ações praticadas de formacontínua no momento da produção do texto.
I TEM ERRADO
Comentário.
As ações não foram (nem poderiam ter sido) praticadas no momento da produção dotexto. Trata-se de um texto narrativo que se reporta a fatos ocorridos no início do séculoXIX.
Na verdade, como se refere a fatos passados, o tempo verbal deveria ter sido opretérito. Contudo, há a possibilidade de se usar o presente na indicação de fatoshistóricos (“Nabuco parte [em vez de ‘partiu’] para Londres...” ). Esse tempo é usadopara dar maior vivacidade aos fatos narrados. A esse tipo de construção, dá-se o nomede PRESENTE HISTÓRICO ou PRESENTE NARRATIVO.
17 - (UnB CESPE /TCU – Técnico / 2004)
1 O republicano George W. Bush veio a público dizer
que é um “presidente da guerra” e que todas as decisões que
toma na Casa Branca são orientadas pelo combate global ao
4 terrorismo. Essa “guerra”, disse o presidente dos EUA, define
hoje as políticas externa, interna, econômica e fiscal norte-americanas.
“Tomo minhas decisões no Salão Oval com a
7 guerra em mente. Queria que não fosse assim, mas é a
verdade. E o povo norte-americano precisa saber que tem umpresidente que vê o mundo como ele é. Vê os perigos que
10 existem e como é importante lidar com eles”, disse Bush. Ao
conceder a rara entrevista, Bush tenta reagir à queda de sua
popularidade e aos ataques que vem sofrendo dos pré-
13 candidatos democratas.
Folha de S. Pau lo , 9 / 2 / 2004 ( com adaptações) .
Tendo o texto acima como referência inicial, julgue o item que se segue.
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- Textualmente, a forma verbal “tenta” (R.11) corresponde ao pretérito: ten tava ,estava ten t ando .
I TEM CERTO
Comentário.
Agora que sabemos o significado e emprego do PRESENTE NARRATIVO ou HISTÓRICO,essa questão fica até fácil, não é mesmo?
Note que essa é a função de um texto jornalístico – tornar atual a notícia, causarimpacto. A notícia é apresentada ao público como se fosse pão – “quentinha”, recémsaída do “forno”!!! Ainda que os fatos se reportem ao passado ou ao futuro, o jornalistaopta por usar o verbo no presente do indicativo.
Quando o examinador sugere a troca pelas formas do pretérito imperfeito (tentava,estava tentando), indica que o fato passado é costumeiro, habitual, o que reforça o
emprego do tempo presente na construção original.
18 - (CESPE UNB / AGU – Procurador Federal / 2002)
O que a escravidão representa para o Brasil, já o sabemos. Moralmente, é a destruiçãode todos os princípios e fundamentos da moralidade religiosa ou positiva — a família, apropriedade, a solidariedade social, a aspiração humanitária; politicamente, é oservilismo, a desagregação do povo, a doença do funcionalismo, o enfraquecimento doamor à pátria, a divisão do interior em feudos, cada um com seu regime penal, o seusistema de provas, a sua inviolabilidade perante a polícia e a justiça; econômica esocialmente, é o bem-estar transitório de uma classe única, e essa, decadente e semprerenovada; a eliminação do capital produzido pela compra de escravos; a paralisação de
cada energia individual para o trabalho na população nacional; o fechamento dos nossosportos aos imigrantes que buscam a América do Sul; a valorização social do dinheiro,qualquer que seja a forma como for adquirido; o desprezo por todos os que, porescrúpulos, se inutilizam ou atrasam em uma luta de ambições materiais; a venda dostítulos de nobreza; a desmoralização da autoridade, desde a mais alta até à mais baixa.Observamos a impossibilidade de surgirem individualidades dignas de dirigir o paíspara melhores destinos, porque o país, no meio de todo esse rebaixamento do caráter, do trabalho honrado, das virtudes obscuras, da pobreza que procura elevar-sehonestamente, está, como se disse, “apaixonado por sua própria vergonha”.
A minha firme convicção é que, se não f i ze rmos todos os dias novos e maiores esforçospara tornar o nosso solo perfeitamente livre, se não t i ve rmos sempre presente a idéiade que a escravidão é a causa principal de todos os nossos vícios, defeitos, perigos efraquezas nacionais, o prazo que ainda tem de duração legal — calculadas todas asinfluências que lhe estão precipitando o desfecho — será assinalado por sintomascrescentes de dissolução social.
Joaqu im Nabuco. O abo l i cion ismo. I n : I n té rpr e tes do Brasi l , v . I . Nova Agu i lar , 2000, p . 148-51 ( com adaptações) .
Em relação ao texto II, julgue o item que se segue.
- O emprego das formas verbais da primeira pessoa do plural “sabemos” (R.1), “Observamos” (R.14), “fizermos” (R.18) e “tivermos” (R.19) é uma estratégiaargumentativa que busca promover a inclusão e a possível adesão do leitor comoparticipante das opiniões e ações propostas.
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I TEM CERTO
Comentário.
Muitas vezes, o autor, para tornar o texto o mais próximo possível do leitor (em busca,inclusive, de sua aprovação), emprega elementos que o incluem no discurso, dentre eles o emprego das formas verbais na 1ª pessoa do plural (nós). Trata-se de um recursoestilístico muito comum em textos argumentativos. Nesse caso, todos os termos (verbos, adjetivos...) se referem a “nós”, grupo do qual fazem parte o autor e seusleitores. O sujeito, portanto, são todos eles.
Não confunda esse “apelo lingüístico” com outro recurso estilístico: o p lura l demodést ia , também conhecido por “p lura l ma jes tá t i co”. Esse é um recurso muitocomum a oradores, para tornar o discurso menos personalista e mais coletivo. Realiza- seuma concordância ideológica conhecida como “s i lepse de número ” (plural no lugar do singular), usando, em vez do pronome da 1ª pessoa do singular, a 1ª pessoa do
plural, ainda que só se refira
a UMA PESSOA
(a que fala/escreve).
Agora,
o verbo
realiza aconcordância com o pronome pessoal “nós” (“Nós f icar íamos. . .”), mas o adjetivo –porventura existente - permanece no singular, a realizar a concordância como o “eu” ideológico (“Nós f icar íam os FELI Z se pudéssem os contar com sua compr eensão.” – é isso mesmo: FELIZ!!!).
Perceba que, ao contrário do evento explorado na questão, em que o autor inclui seusleitores no grupo, formando “nós” e levando todos os elementos para o plural (“Nós não podemos ficar i ne r t es diante de tal fato.” ), no plural majestático o sujeito é UM SÓ:quem profere tais palavras. Assim, ocorre um fato inusitado: um aparente desvio deconcordância entre o verbo (no plural) e o adjetivo (no singular), mas – acredite no queeu digo – essa estrutura está correta!!! (rs...)
19 – (UnB CESPE/TST-Analista/2008)
1 Muitas coisas nos diferenciam dos outros animais,
mas nada é mais marcante do que a nossa capacidade de
trabalhar, de transformar o mundo segundo nossa
4 qualificação, nossa energia, nossa imaginação. Ainda assim,
para a grande maioria dos homens, o trabalho nada mais é do
que puro desgaste da vida. Na sociedade capitalista, a
7 produtividade do trabalho aumentou simultaneamente a tão
forte rotinização, apequenamento e embrutecimento doprocesso de trabalho de forma que já não há nada que mais
10 nos desagrade do que trabalhar. Preferimos, a grande
maioria, fazer o que temos em comum com os outros
animais: comer, dormir, descansar, acasalar.
13 Nossa capacidade de trabalho, a potência humana de
transformação e emancipação de todos, ficou limitada a ser
apenas o nosso meio de ganhar pão. Capacidade, potência,
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16 criação, o trabalho foi transformado pelo capital no seu
contrário. Tornou-se o instrumento de alienação no sentido
clássico da palavra: o ato de entregar ao outro o que é nosso,
19 nosso tempo de vida.
Emir Sader. Trabalhemos menos, trabalhemos todos.
In: Correio Braziliense, 18/11/2007 (com adaptações).
Julgue o seguinte item a respeito do texto acima.
- As substituições de “Preferimos” (R.10) por Prefere e de “temos” (R.11) por t empreservam a correção gramatical do texto, mas enfraquecem a argumentação de que é amaioria de nós “homens” (R.5) que prefere “comer, dormir, descansar, acasalar” (R.12).
I TEM CERTO
Comentário.
Mais uma vez, o examinador explora o emprego da 1ª pessoa do plural. Tem razão aoafirmar que, ainda que gramaticalmente correta, a conjugação verbal na 3ª pessoa dosingular prejudicaria a argumentação, excluindo o autor do grupo de homens quepreferem comer, dormir, descansar e acasalar, como os demais animais.
Voltaremos a falar sobre esse assunto na próxima aula – CONCORDÂNCIA.
20 - (UnB CESPE/ PC ES - Perito/ 2006)
1 O ser humano é a medida de todas as coisas. Pelotamanho do ser humano se mede a vastidão do universo,
assim como pelo palmo e pela braça se começou a medir a
4 Terra. Todo o conhecimento do mundo se faz de uma
perspectiva humana, todo o julgamento das coisas do mundo
se faz por um parâmetro humano. Assim, enaltecer o senso
7 moral do ser humano não é um floreio de linguagem que a
única espécie que fala faz, é valorizar este frágil instrumento
de medição pelo qual a vida revela seu sentido. O ser humano
10 ou é moral, e julga tudo por um prisma moral, ou é apenas um
mecanismo inútil.
O liberalismo pensa estar defendendo o indivíduo
13 quando nega a primazia do social ou quando diz que uma
sociedade é apenas um conjunto de ambições autônomas.
O culto ao individualismo seria um culto à liberdade se não 16 elegesse como seu paradigma supremo a liberdade de lucrar,
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e como referência moral a moral do mercado. Se não fosse
apenas a última das muitas tentativas de substituir o ser
19 humano como
a medida
de
tudo,
e seu
direito
à vida e
àdignidade como o único direito a ser cultuado. Já tentaram
rebaixar o homem a mero servo de uma ordem divina, a
22 autômato descartável de engrenagens industriais, a estatística
sem identidade de regimes totalitários, e agora a uma comodidade
entre outras comodidades, com nenhuma
25 liberdade para escolher seu destino individual e o mundo em
que quer viver. Mas o indivíduo só é realmente um indivíduo
em uma sociedade igualitária, como só existirá liberdade real
28 onde os valores neoliberais não prevalecerem.
Lu ís Fe rnando Ve r i ss imo . I n te rne t : < h t t p : / / w w w .dhnet . o rg .b r> . Acesso em f ev ./ 2 0 0 6 .
Em relação ao texto, julgue o item a seguir.
- A substituição de “se mede” (R.2) por é med ida mantém a correção gramatical e asinformações originais do período.
I TEM CERTO
Comentário.
Essa questão é o nosso ponto de partida para a última parte da aula de hoje e um dospontos mais importantes no estudo das provas do Cespe: VOZES VERBAIS.
VOZES VERBAI S
Os verbos são palavras VARIÁVEIS, ou seja, além das flexões em número, pessoa,tempo e modo, também pode variar em vozes.
São elas:
1. VOZ ATIVA – O sujeito pratica a ação expressa pelo verbo. É um sujeito “agente”, “ativo”.
2. VOZ PASSI VA – O sujeito recebe (sofre) a ação verbal. É um sujeito “paciente”, “passivo”.
Divide-se em ANALÍTICA (análise é coisa longa, demorada) e PRONOMI NAL ou SI NTÉTI CA (síntese é coisa breve, rápida).
3. VOZ REFLEXI VA – Construída com o verbo e um pronome reflexivo. O sujeitopratica contra si mesmo a ação verbal.
4. VOZ RECÍ PROCA - Classificação essa apresentada pelo mestre EvanildoBechara, a voz recíproca é construída com o verbo e um pronome recíproco. Aomesmo tempo em que pratica a ação, recebe-a de volta por outro agente. Por serrecíproco, o verbo deve estar sempre no plural, pois o ato é necessariamentepraticado por dois ou mais agentes (“Ao fim do jogo, os jogadores ag red i ram- se ” , “Aquela relação é bem difícil pois se odeiam mãe e filha.” ).
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O cuidado maior que se deve ter é na transposição das vozes – ativa para passiva / passiva analítica para passiva sintética, especialmente com relação à conjugação
(tempo/modo) do verbo.
( 1 ) ( 3 ) ( 2 ) ( 4 )
O pro fessor deu o l i v ro ao a luno.
VOZ ATI VA SUJEI TO
(AGENTE)
VERBO OBJETODI RETO
OBJETOINDIRETO
VOZPASSIVA
( 2 ) ( 3 ) ( 1 ) ( 4 )
O l ivro fo i dado pelo pro fessor ao a luno.
ANALÍTICA SUJEI TO
( PACI ENTE) LOCUÇÃOVERBAL
AGENTE DAPASSIVA
OBJETOINDIRETO
VOZ PASSIVA
( 2 ) ( 3 a ) ( 4 )
O l ivro deu-se - ao a luno.
SINTÉTICA Na passiva sintética, normalmente o verbo antecede o sujeito,
formando: Deu-se o l ivro ao a luno.
( 1 ) – O termo que exercia a função sintática de SUJEITO na voz ativa passará à função deAGENTE DA VOZ PASSIVA, pois é exatamente isso o que ele faz – AGE, PRATICA AAÇÃO. Note como o nome da função sintática ajuda a compreendê-la – agente da (v oz) p ass iva.
( 2 ) - O termo que exercia a função sintática de OBJETO DIRETO na voz ativa passará àfunção de SUJEITO da construção passiva, já que ele sofre a ação verbal (sujeitopaciente).
( 3 ) - O verbo passa a ser uma locução verbal, e é nesse ponto que o candidato deve termais atenção. Não pode haver mudança no tempo ou no modo verba l . Se o verbo
originalmente estava no Pretérito Perfeito do Indicativo, o verbo auxiliar da locuçãoverbal deverá manter essa mesma conjugação. É aqui que mora o perigo – CUIDADO!!!
(4 ) – Todos os demais e lementos orac iona is permanecem na mesma funçãosintát ica da voz at iva. Então, o que acontece com o termo que exercia a função deobjeto indireto? Vai continuar exercendo a função de objeto indireto.
Na construção em voz passiva sintética, como o nome já sugere, há uma “simplificação” das formas. Não há locução verbal – o verbo irá concordar com o seu sujeito paciente e aoseu lado será colocado um pronome, chamado de pronome apassivador ( 3a ) ,porque é ele quem indica essa construção. E também não existe a figura do AGENTE DAPASSIVA. É de praxe que, nessa estrutura sintética, o verbo anteceda o sujeito paciente.
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Para que seja possível a construção de voz passiva (tanto analítica como sintética), éindispensável que a construção possua um OBJETO DIRETO, ou seja, O VERBO SEJATRANSITIVO DIRETO (TD) ou TRANSITIVO DIRETO E INDIRETO (TDI). Isso porque essetermo (OBJETO DIRETO) será o SUJEITO da voz passiva.
A princípio, os verbos que não atendem a essa exigência, segundo a norma cu l ta ,estão impossibilitados de formar uma construção passiva.
Cuidados que devem ser t omados n a t r anspos ição:
- identificar corretamente o objeto direto da voz ativa, elemento que exercerá a funçãode sujeito da voz passiva e com o qual o verbo irá concordar;
- realizar a concordância verbal corretamente;
- manter a conjugação do verbo auxiliar da locução passiva no mesmo t e m p o e m o d o do verbo apresentado na voz ativa.
De volta à questão da prova (já tinha até se esquecido da questão, hem???...rs...), oexaminador sugere a troca de “se mede” por “é medida”.
Primeiramente, vamos analisar o valor do pronome “se” na construção “se mede”. Para isso, reproduzimos a passagem do texto em que se observa tal ocorrência. Essaprovidência (voltar ao texto) é essencial para evitar um deslize na hora da prova.
O ser humano é a med ida de todas as co isas . Pe lo tamanho do ser humano se m ede a vast idão do univ erso, ass im com o pelo palm o e pela braça se com eçou a m ed i r a Ter ra .
O verbo MEDIR é transitivo direto (“alguém mede alguma coisa”). Quando um pronome “se” acompanha um verbo TD ou TDI com idéia passiva (como em “alguma coisa émedida”), temos uma construção de voz passiva, sendo este um pronome apassivador (= “mede-se alguma coisa”).
Então, devemos tomar o cuidado de identificar o sujeito paciente (aquele que exercia afunção de objeto direto da voz ativa).
O que se mede? Resposta: a vastidão do universo.
O núcleo desse conjunto é VASTIDÃO – elemento feminino singular.
A troca da voz passiva sintética (a que possui o pronome apassivador) pela voz passivaanalítica (a que possui uma locução verbal) exige o cuidado na manutenção do tempoverbal original e da concordância, tanto em número quanto em gênero (em relação aoparticípio).
“Pelo tamanho do ser humano se mede a vas t idão ” Î “. . .é m ed ida a vast idão ...” .
Essa substituição mantém a correção gramatical e o sentido original do texto, sendocorreta a assertiva.
21 - (UnB CESPE / TSE – Analista Judiciário/ 2007)
Caro eleitor,
1Nos últimos meses, a campanha política mobilizou
vivamente os brasileiros. No primeiro turno, foram
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alcançadas marcas extraordinárias: além do alto índice de
4 comparecimento às urnas e de uma irrepreensível votação,
em que
tudo aconteceu
de
forma
tranqüila e organizada,
aapuração dos resultados foi rápida e segura, o que coloca o
7 Brasil como modelo nessa área.
Amanhã serão definidos os nomes do presidente da
República e dos governadores de alguns estados. O país,
10 mais do que nunca, conta com você.
Democracia é algo que lhe diz respeito e que se
aperfeiçoa no dia-a-dia. É como uma construção
13 bem-preparada, erguida sobre fortes alicerces. Esses
alicerces são exatamente os votos de todos os cidadãos.
Quanto mais fiel você for no exercício do direito de definir
16 os representantes, mais sólidas serão as bases da nossa
democracia. Por isso, é essencial que você valorize essa
escolha, elegendo, de modo consciente, o candidato que
19 julgar com mais condições para conduzir os destinos do país e
de seu estado.
Você estará determinando o Brasil que teremos nos
22 próximos quatro anos. Estará definindo o amanhã, o seupróprio bem-estar e de sua família, o crescimento geral, a
melhoria do emprego, da habitação, da saúde e segurança
25 públicas, do transporte, o preço dos alimentos. O momento é
decisivo e em suas mãos — entenda bem, em suas mãos — está
depositada a confiança em dias felizes.
28 Compareça, participe. Não se omita, não transfira a
outros uma escolha que é sua. Pense e vote com a firmeza de
quem sabe o que está fazendo, com a responsabilidade de
31 quem realmente compreende a importância de sua atitude
para o progresso da nação brasileira. Esta é a melhor
contribuição que você poderá dar a sua Pátria.
Min ist ro Marco Auré l io de Mel lo. Pronunc iament o o f i c ia l . I n te rne t : < w w w . t se.gov .b r> ( com adap tações) .
Julgue a assertiva abaixo.
- “se aperfeiçoa” (R.11-12) poderia ser substituído por é aper fe içoado.
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I TEM CERTO
Comentário.
Mais uma possibilidade de treino na transposição de voz passiva sintética para aanalítica.
Vamos ao texto (deixe a preguiça de lado, hem????):
Dem ocracia é a lgo que lhe d iz respei to e qu e se aper fe içoa no d ia-a-d ia.
Cuidado agora! Temos um pronome relativo “que” a retomar um antecedente (é isso emresumo o que o relativo faz – substitui um termo já mencionado e remete a ele aconcordância). Você poderia me dizer a qual termo o pronome relativo se refere?
Quem respondeu “democracia” ERROU!!!
Não acredita? Então, releia a passagem: “ Democracia é ALGO que.. .”. E agora, ficou
mais claro? O antecedente é o pronome indefinido “algo” que, por sua vez, se referesemanticamente a “democracia”. Contudo, a concordância deve se dar com essepronome e não com o substantivo antecedente deste. Como “algo” é um termo nomasculino singular, exige essa flexão do particípio.
Vejamos, agora, a voz verbal empregada. O verbo APERFEIÇOAR é transitivo direto (alguém aperfeiçoa alguma coisa). O que é aperfeiçoado? Semanticamente, “ademocracia”, mas s in ta t i camen te “ a l go”.
Sem dúvida, estamos diante de uma construção passiva sintética (olha o pronome “se” junto ao verbo transitivo direto com idéia passiva!). Assim, a voz passiva analítica seria: “Democracia é a lgo que lhe d iz respei to e que é aper f e içoado no d ia-a- d ia.” .
Por isso, está correta a afirmação.
Você poderia perguntar: “mas a concordância poderia se dar com ‘democracia’?” .
A resposta é SIM, também poderia concordar com “democracia”: “Democracia é a lgo que lhe d iz respe i to e que (=a democrac ia ) é aper fe içoada no d ia -a-d ia . ” . Note,contudo, que essa é uma outra possibilidade (concordância ideológica) – as duas formasseriam, portanto, válidas.
22 - (UnB CESPE/ DPF - Delegado/ 20 04)
1 A análise que a sociedade costuma fazer da
violência urbana é fundamentada em fatores emocionais,
quase sempre gerados por um crime chocante, pela falta de
4 segurança nas ruas do bairro, por preconceito social ou por
discriminação. As conclusões dos estudos científicos não são
levadas em conta na definição de políticas públicas. Como
7 reflexo dessa atitude, o tratamento da violência evoluiu
pouco no decorrer do século XX, ao contrário do que
ocorreu com o tratamento das infecções, do câncer ou da
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10 AIDS. Nos últimos anos, entretanto, estão sendo
desenvolvidos métodos analíticos mais precisos para
avaliar a influência dos fatores econômicos, epidemiológicos 13 e sociológicos associados às raízes sociais da violência
urbana: pobreza, impunidade, acesso a armamento,
narcotráfico, intolerância social, ruptura de laços familiares,
16 imigração, corrupção de autoridades ou descrédito na justiça.
Dráuzio Varella. Internet: <http://www.drauziovarella.com.br> (com adaptações).
Em relação ao texto acima, julgue o item que se segue.
- A
substituição do termo
“estão
sendo desenvolvidos” (R.10-11) por
es tavam se desenvo lvendo provoca alterações estruturais sem alterar semanticamente ainformação original nem transgredir as normas da escrita culta.
I TEM ERRADO
Comentário.
Tomara que você não tenha se esquecido de tomar os cuidados que recomendei, casocontrário deve ter errado a questão (olha a minha praga aí...rs...).
Vamos à passagem do texto (Preguiça, sai desse corpo que não te pertence!!! ):
“Nos ú l t imos anos , en t re tan to , es tão sendo desenvo lv idos métodos ana l í t i cos m ais prec isos . . .”
A construção “estão sendo desenvolvidos” possui como sujeito paciente “métodosanalíticos mais precisos”. Trata-se de construção de voz passiva analítica.
Agora o caminho é inverso. Vamos passar da analítica para a sintética.
Vamos relembrar os cuidados:
1) identificar corretamente sujeito da voz passiva, com o qual o verbo irá concordar;
2) realizar a concordância verbal corretamente;
3) manter a conjugação do verbo auxiliar da locução passiva no mesmo t e m p o e m o d o
do verbo apresentado na voz ativa.
Beleza, então. Vamos realizar a troca:
O núcleo do sujeito é “métodos” – o verbo deve ficar no plural.
Agora, não temos DOIS, mas TRÊS verbos formando uma locução [ ESTAR + SER +DESENVOLVER] .
Ao passar para a voz passiva sintética, eliminamos o auxiliar SER – ficam somente doisverbos – ESTAR + DESENVOLVER, acompanhados do pronome apassivador (quecaracteriza a voz passiva pronominal ou sintética).
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Realizados os passos 1 e 2, não podemos nos descuidar do passo 3, vale dizer, m a n t e r o tem po e m odo verba is . E aí, notou o erro?
O verbo originalmente estava no PRESENTE DO INDICATIVO (ESTÃO sendo
desenvolv idos ); o examinador sugere a troca por “ESTAVAM se desenvolvendo ”,como verbo auxiliar no PRETÉRITO IMPERFEITO DO INDICATIVO. Nada disso!!! NÃ-NA-NI-NA-NÃO!!! O verbo auxiliar permanece no presente do indicativo:
Estão sendo d esenvolv idos Î estão se desenvo lvendo (e não “es tavam ” ) . Mudouo tempo verbal, (como diria o vampiro brasileiro, Bento Carneiro – personagem do ChicoAnísio...) “FINOU-SE” (rs...)!!!!
23 - (UnB CESPE / ICMS AC / 2006 - adaptada)
1 Em dezembro de 2000, quando tomou posse no
Supremo Tribunal Federal (STF), a ministra Ellen Gracie
Northfleet obrigou a corte a uma reforma insólita: a
4 construção de um banheiro feminino ao lado do plenário. Até
então, em 172 anos de história, tal peça não tinha sido
necessária. Ellen foi a primeira mulher a integrar a Suprema
7 Corte do país. Na quarta-feira, dia 15 de março, a juíza
quebrou mais um tabu. Pelo sistema de rodízio dos ministros,
foi escolhida para a presidência do Supremo. Todos os seus
10 40 antecessores no cargo foram homens.
A chegada de uma mulher ao cargo mais alto da justiçabrasileira não é um fato isolado. Uma pesquisa da Associação
13 dos Magistrados Brasileiros mostra que a presença feminina
na Justiça cresceu muito. Até o final dos anos 60, apenas
2,3% dos magistrados eram mulheres. Hoje são 22,4%.
16 Elas estão principalmente nos juizados especiais, a área mais
moderna do Poder Judiciário brasileiro. Ocupam 37,1%
dessas cortes.
19 Segundo a pesquisa, as juízas são mais críticas em
relação à atuação da Ordem dos Advogados do Brasil e da
justiça. São mais éticas e preocupadas com as questões
22 humanas, tendendo à individuação das sentenças. Os juízes
seguiriam a lei, de forma prática. As juízas seriam mais
preocupadas com as questões sociais e econômicas que
25 cercam os casos.
Como presidente do Supremo, Ellen Gracie passa a ser
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a quarta pessoa na linha de sucessão presidencial, atrás do
28 vice-presidente e dos presidentes da Câmara e do Senado.
A expectativa é
de que ela assuma
interinamente
o
Palácio doPlanalto durante uma das viagens internacionais do presidente
31 Luiz Inácio Lula da Silva.
A primeira oportunidade poderá ser no dia 12 de maio,
quando o presidente Lula estará em Viena, para o encontro de
34 cúpula entre União Européia e América Latina. Se, na mesma
data, estiverem viajando Alencar, Renan e Aldo, Ellen Gracie
poderá ser a primeira mulher a ocupar a presidência da
37 República do Brasil.
Época , n . º 409 , 20 / 3 / 2006 , p . 22 ( com adap tações) .
Realizada a transposição para a voz passiva, marque o item que mantém a correçãogramatical e o sentido original do texto.
A) Linhas 2-4: Com indicação da ministra Ellen Gracie Northfleet, a Corte foi obrigada aconstruir um banheiro feminino ao lado do plenário.
B) Linhas 12-14: A presença feminina na Justiça tem crescido muito no Brasil, é o quemostra a pesquisa da Associação dos Magistrados.
C) Linhas 22-23: As leis e os regulamentos são seguidos, de forma prática, pelos juízes.
GAB. A
Note que o examinador exige que se mantenha o sentido e se respeite a ortodoxiagramatical, sem que haja necessidade de emprego dos mesmos elementos originais dotexto.
Na opção A, o verbo OBRIGAR apresenta bitransitividade, ou seja, é TRANSITIVODIRETO E INDIRETO. Complemento direto é “a corte” e indireto “uma reforma insólita”. Aestrutura “a construção de um banheiro feminino ao lado do plenário” exerce a função deaposto em relação ao objeto indireto.
Na transposição para a voz passiva, o objeto direto passa a ser o sujeito paciente: “ a cor te ” . Deve-se manter o tempo e modo verbais originais – PRETÉRITO PERFEITO DOINDICATIVO: “ fo i obr igada” . O sujeito da voz ativa poderia ter exercido a função de
agente da passiva. Contudo, optou-se por omiti-lo, apresentando a expressão adverbialcausal “com indicação da ministra Ellen Gracie Northfleet” em seu lugar. Com isso,evitou-se um possível aspecto impositivo (que não existia) da ação da Ministra. O objetoindireto, representado por “uma reforma insólita” foi substituído pelo apostocorrespondente, com a troca do substantivo (construção) pela forma nominal “construir”. Nenhuma dessas alterações provocou prejuízo gramatical ou de coerência aotexto. Por isso, está CORRETA a opção A.
Vejamos os problemas das demais.
B) O verbo CRESCER é intransitivo e esse fator impediria uma construção de vozpassiva. O que houve foi a troca da forma simples (“a presença feminina na Just iça
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cresceu mui to ”) pela composta (“a presença feminina tem cresc ido. . .”). Nãohouve, pois, transposição para a voz passiva.
C) A passagem original era “Os ju ízes segu i r iam a le i , de fo rma prá t i ca ”. O
examinador, além de incluir um elemento que não fazia parte da construção (“regulamentos”), pecou na manutenção do tempo verbal – em vez de f u t u ro dopre tér i to do ind ica t i vo (“seguiriam ”), usou o presente do indicativo (“são seguidos”).Tudo errado!!!
24 - (UnB CESPE/ TJ AC / 2006)
1 No Brasil, hoje em dia, os cartórios vão muito além
de sua função de registrar. Os cartórios são a mais efetiva
máquina de fiscalização tributária do país. Ninguém compra
4 ou vende um imóvel sem que essa transação seja
imediatamente informada à Receita Federal, seja pelo notário
seja pelo registrador, para se verificar a compatibilidade das
7 declarações de renda com o patrimônio. Nenhuma escritura é
lavrada se não for apresentada a certidão de regularidade com
o IPTU, além do pagamento do imposto de transmissão
10 (ITBI). Nenhuma construção é averbada sem a comprovação
do recolhimento das contribuições previdenciárias dos
operários que trabalharam na respectiva obra, com a
13 apresentação, no Registro de Imóveis, da Certidão Negativa
de Débitos do INSS.
Graças aos registradores civis, que informam
16 gratuitamente ao INSS todos os óbitos ocorridos no mês, o
sistema previdenciário brasileiro economiza milhões de reais
com a suspensão imediata do pagamento de benefícios, que,
19 sem essa informação, continuariam a ser pagos indevidamente. A
responsabilidade é um dos pilares do sistema
registral brasileiro, que é exemplo e modelo para o mundo. 22 Os notários e registradores, além de responderem
pessoalmente e solidariamente pelos tributos que têm
obrigação de fiscalizar, são responsáveis diretos por todos os
25 atos praticados no cartório. Quando se reconhece uma
firma, autentica-se um documento, lavra-se uma escritura,
registra-se um imóvel, notifica-se uma pessoa, protesta-se
28 um título, outorga-se uma procuração pública, em todos
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esses atos, muito além do carimbo do cartório, agrega-se
a esse documento um seguro, baseado na responsabilidade
31 e fé pública do tabelião. Considerando o texto acima, julgue o item que se segue.
- A substituição de “agrega-se” (R.29) por é agregado prejudica a correção gramatical ealtera a informação original do período.
I TEM ERRADO
Comentário.
No último período do texto, temos vários exemplos de construção de voz passiva
pronominal:
Quando se reconhece uma f i rma, au ten t i ca-se um documento , lav ra-se uma escr i tu ra , reg is t ra -se um imóve l , no t i f i ca -se uma pessoa, p ro tes ta -se um t í tu lo ,ou torga-se uma procuração púb l i ca , em todos esses a tos , mu i to a lém do car imbo do car tó r io , agrega-se a esse documento um seguro , baseado na responsabi l idade e fé públ ica do tabel ião.
Os sete primeiros verbos apresentam transitividade direta (reconhecer algo, autenticaralgo, lavrar algo, registrar algo, notificar algo, protestar algo, outorgar algo) e oAGREGAR, transitividade direta e indireta (agregar algo a alguma coisa).
Por possuírem objetos diretos, permitem construção de voz passiva (no texto, a vozpassiva sintética ou pronominal).
O examinador afirma que a troca de “agrega-se” por “é agregado” prejudicaria acorreção gramatical e alteraria o sentido do período. Ora, em relação à última parte daafirmação, já podemos considerar ERRADA tal afirmação, uma vez que não há mudançasemântica alguma entre a voz passiva sintética e a analítica. Para verificarmos se houvecorreção gramatical, devemos fazer aquele “passo-a-passo”.
1) o sujeito paciente é UM SEGURO (masculino singular) – portanto, a forma “agregado” atende à prescrição gramatical;
2) tempo e modo verbais – “agrega-se” apresenta o verbo no presente do indicativo,mesmo tempo e modo de “é agregado”.
Assim, a troca de um por outro seria perfeitamente válida, estando ERRADA talassertiva.
25 - (UnB CESPE/ TJ PA – Analista / 2006)
1 Desde que eu vou ao Fórum Econômico Mundial em
Davos, nenhum país atiçou a imaginação da conferência e
dominou a discussão como a Índia em 2006.
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4 O Estado indiano foi um estrondoso sucesso em uma
frente. A democracia indiana é uma maravilha a ser
observada. Um dos países mais pobres do mundo, ela manteve 7 um governo democrático por mais de 60 anos. E essa é,
certamente, uma das maiores virtudes do país quando
comparado a muitos outros países em desenvolvimento.
10 A democracia dá lugar ao populismo, politicagem e
perda de tempo. Mas também dá lugar à estabilidade no longo
prazo. Há elementos da democracia que ferem, principalmente
13 em um país com pobreza, feudalismo e analfabetismo
galopantes. Democracia na Índia freqüentemente significou
não a vontade da maioria, mas a vontade das minorias
16 organizadas. Mas a democracia tem seus próprios meios de se
reequilibrar.
Fareed Zakar ia . Por que a Ín d ia é um exemplo . I n : Época, 6 / 3 / 2006 ( com adaptações) .
No texto, os trechos que se apresentam na voz passiva, ou seja, estabelecem umarelação em que o sujeito verbal recebe a ação incluem
I “O Estado indiano foi um estrondoso sucesso” (R.4).
II “uma maravilha a ser observada” (R.5-6).
III “quando comparado a muitos outros países” (R.8-9).
IV “Há elementos da democracia” (R.12).
V “seus próprios meios de se reequilibrar” (R.16-17).
Estão certos apenas os itens
A) I e IV.
B) I e V.
C) II e III.
D) III, IV e V.
GAB. C
Comentário.
Essa idéia, apresentada no enunciado, de que “o sujeito verbal recebe a ação” nadamais é do que o nosso mui famoso “sujeito paciente”. Em suma, o que o examinadorquer saber é em quais dessas opções verifica-se construção passiva (que pode estar sob aforma analítica ou sintética).
I – “O Estado indiano foi um estrondoso sucesso” – esse é um verbo de ligação, que nãopermite construção de voz passiva por não possuir o objeto direto – NÃO;
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II – “uma maravilha a ser observada” – a presença do verbo SER junto a um particípio,com idéia paciente, confirma essa opção como válida – SIM;
III – “quando comparado a muitos outros países” – subentende-se o verbo SER:
“quando [é] comparado a ...”. Há valor passivo, sim, nessa construção – SIM;
IV – “Há elementos da democracia” – o verbo HAVER no sentido de existência é IMPESSOAL, ou seja, não possui SUJEITO. Ele é um verbo TRANSITIVO DIRETO
(“elementos da democracia” exerce a função sintática de objeto direto). Contudo, sóadmite a voz ativa (não existe a forma “ser havido”). Por isso, não há sujeito, tampoucocom idéia passiva – NÃO;
V – “seus próprios meios de se reequilibrar” – essa opção poderia ter enganado muitagente se houvesse uma resposta incluído esse item aos outros dois (II e III). Noentanto, não basta o pronome SE estar junto a um verbo transitivo direto (ou direto eindireto) para que classifique como voz passiva. É necessária (e imprescindível) a idéiaPACIENTE da forma verbal. Isso porque vários verbos transitivos diretos podem estaracompanhados de um pronome SE com valor reflexivo.
Compare as seguintes orações:
- As men inas se pentearam. Se a ação foi praticada pelas meninas contra elasmesmas, esse pronome tem valor reflexivo (elas pentearam a si mesmas).
- Pentearam-se as bonecas. Agora, não é possível o valor reflexivo da ação, uma vezque “bonecas” são serem inanimados. Entende-se, pois, que “as bonecas forampenteadas (por alguém)”, sendo esse um pronome apassivador.
Vejamos a construção desse item: “Mas a democrac ia tem seus própr ios me ios de se reequi l ibrar .”. Ainda que “democracia” não seja ente personificado, o termo éempregado no lugar de Estado Democrático. Percebe-se o valor reflexivo do pronome,reforçado pelo emprego da expressão “próprios meios” (= “a democracia tem seus próprios meios de reequ i l i b rar a s i m esma .” ).
Essa não é uma construção passiva, buscada pelo examinador, mas ativa com valorreflexivo.
Os itens que atendem ao enunciado são II e III – opção C.
26 - (UnB CESPE / Câmara dos Deput ados / 2002 )
A maioria dos primeiros textos que foram escritos para descrever terra e homem danova região levam a assinatura de portugueses. Respondem às próprias perguntas quecolocam, umas atrás das outras, em termos de violentas afirmações eurocêntricas. Acuriosidade dos primeiros colonizadores é menos uma instigação ao saber do que arepetição das regras de um jogo cujo resultado é previsível. Os nativos eram de carne- e-osso, mas não existiam como seres civilizados, assemelhavam-se a animais. Na Carta de Pero Vaz de Caminha, escrita a el-rei D. Manuel, observam-se melhor as obsessões dosportugueses, intrusos assustados e visitantes temerosos, que desembarcam deinusitadas casas flutuantes, do que as preocupações dos indígenas, descritos comomeros espectadores passivos do grande feito e do grande evento que é a cerimôniareligiosa da missa, realizada em terra. Não é, pois, por casualidade que a primeirametáfora para descrever a condição do indígena recém-visto é a “tábula rasa”, ou o “papel branco”. Eis uma boa descodificação das metáforas: eles não possuem valoresculturais ou religiosos próprios e nós, europeus civilizados, os possuímos; não possuemescrita e eu, português que escrevo, possuo. Mas da tábula rasa e do papel brancotrazia o selvagem, ainda dentro do raciocínio etnocêntrico, a inocência e a virtude
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paradisíacas, indicando que, no futuro, aceitariam de bom grado a voz catequética do missionário jesuíta que, ao impô-los em língua portuguesa, estaria ao mesmo tempoimpondo os muitos valores que nela circulam em transparência.
Si lv iano Sant iago. In térpretes do Bras i l . Rio de Janei ro: Nova Agui lar , vo l . I , 2000, p . XV (com adaptações) .
Em relação às estruturas do texto, julgue o item seguinte.
- No texto, a estrutura da voz passiva em “observam-se” (R.7) equivale a fo ram observados .
I TEM ERRADO
Comentário.
Agora que estamos chegando ao fim da aula, espero que você já esteja craque emtransposição de vozes verbais.
Lembre-se sempre das regras:
1) iden t i f i ca r o su je i t o pac ien te ( e ra o ob je to d i re to da voz at i va) ;
2) respe i ta r a concordânc ia ( tan to em número quanto em gênero , no caso devoz anal í t ica) ;
3) m anter o tempo e modo verba is o r ig ina is .
Com essas providências, dificilmente você errará uma questão dessas.
A construção original era: “observam -se melhor as obsessões dos por tu gueses ...” O
verbo
OBSERVAR é transitivo
direto. Acompanhado
do pronome “se”
e com
idéiapassiva, está em voz passiva sintética. O núcleo do sujeito é OBSESSÕES (femininoplural), o que levou o verbo para o plural também. O verbo está no PRESENTE DOINDICATIVO. Tudo certo. Podemos prosseguir.
O examinador sugere a troca por “foram observados”.
Primeiramente, há um erro de concordância (assunto da próxima aula), uma vez que onúcleo do sujeito está no FEMININO (obsessões), o que levaria o particípio para omesmo gênero: observadas .
Em segundo lugar, a nova forma verbal apresenta-se no PRETÉRITO PERFEITO (foram),enquanto que a original estava no PRESENTE DO INDICATIVO.
Tudo errado, tudo errado!!!! (rs...)
27 - (UnB CESPE / TRE RS – Analista / 2003)
Mulheres conqu is ta ram o d i re i to de vo tar há 75 anos
1 Somente há 75 anos as mulheres conquistaram o
direito de votar e de exercer sua cidadania no Brasil.
De acordo com os registros do Tribunal Superior
4 Eleitoral (TSE), o voto feminino tornou-se possível a partir
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da Revolução de 1930.
O voto feminino chegou a ser discutido na
7 Constituinte de 1890,
mas adversários da
extensão do voto àmulher argumentaram, na época, que ela não teria capacidade
para escolher seu candidato, já que seu valor intelectual era
10 considerado inferior ao do homem.
Já em 1927, porém, Juvenal Lamartine, candidato ao
governo do Rio Grande do Norte, decidiu incluir em sua
13 plataforma política a luta pelo voto das mulheres. Lei nesse
sentido foi então aprovada em 25 de outubro do mesmo ano,
ocasião em que várias mulheres requereram suas inscrições.
16 Um mês depois, o juiz Israel Ferreira Nunes mandou incluir
na lista dos eleitores a professora Celina Guimarães Vianna, que
se tornou a primeira eleitora não só do Brasil como
19 também da América do Sul.
Somente com a aprovação do Código Eleitoral em
1933, foi possível o exercício do voto em todo o país, sem
22 distinção de sexo.
I n t er n et : < h t t p :/ / w w w . t s e.g o v .b r / se rv iço s/ n o t íci as/ i n de x .h t m l > ( c om
adaptações) .
A respeito das estruturas lingüísticas do texto, julgue o item abaixo.
- A oração na voz passiva “O voto feminino chegou a ser discutido na Constituinte de 1890” (R.6-7) corresponde semanticamente à oração de voz ativa A Const i tu inte de 1890 chegou a d iscu t i r o vo t o fem in ino .
I TEM ERRADO
Comentário.
Até agora, a coisa estava fácil com locuções verbais passivas compostas por apenas doisverbos (um auxiliar e outro principal).
Nessa questão, fazem parte da locução TRÊS VERBOS – CHEGAR + SER + DI SCUTI R. Oprimeiro (já vimos) é auxiliar modal e é o único que se flexiona. O do meio é o verbo SER,característico de voz passiva. Por fim, vem o principal, que carrega o valor nocional da ação verbal.
Nessa questão, requer-se a transposição da voz passiva analítica para a voz ativa (diferente do que vínhamos fazendo até agora).
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Na voz ativa, o sujeito vira objeto direto; o agente da passiva (porventura existente)vira o sujeito; retira-se o verbo SER da locução verbal passiva analítica. Os demaiselementos permanecem em suas mesmas funções sintáticas (se já esqueceu, volte aoquadro do início desse tópico).
A construção passiva é “O voto fem in ino chegou a ser d iscu t ido na Cons t i tu in t e de 1890 ”.
SUJEITO: “O voto feminino” Î na voz passiva, vira o objeto direto;
LOCUÇÃO VERBAL: “chegou a ser discutido” Î na voz ativa, perde o verbo SER (CHEGAR + DISCUTIR);
ADJUNTO ADVERBIAL: “na Constituinte de 1890” Î permanece com seu valor adverbialna voz ativa.
Antes de ver a sugestão do examinador, vamos transpor essa construção para a vozativa e, somente então, compará-la com a sugestão dada por ele.
Como não temos a figura do AGENTE DA PASSIVA, não teremos, também, na voz ativa, a figura do SUJEITO. Devemos, então, formar uma oração com SUJEITOINDETERMINADO. Como é que fazemos isso? Há duas formas, mas só uma pode serrealizada nesse caso.
SUJEITO INDETERMINADO
1ª FORMA) VERBO NA 3ª PESSOA DO SINGULAR + SE (índice de indeterminação dosujeito)
Essa primeira forma só dá certo com verbos que não possuam objeto direto (verbosintransitivos, verbos transitivos indiretos, verbos de ligação), porque o pronome SE comverbos TD ou TDI formam VOZ PASSIVA e não SUJEITO INDETERMINADO. Como temosaqui um verbo TD (discutir alguma coisa), essa forma não atende.
2ª FORMA) VERBO NA 3ª PESSOA DO PLURAL
Essa forma dá certo com qualquer transitividade verbal. Então, é essa que iremos usar.Como o verbo originalmente estava no PRETÉRITO PERFEITO DO INDICATIVO, devemosmanter esse tempo e modo.
Na voz ativa, teríamos: “Chegaram a d iscu t i r o vo to femin ino na Cons t i tu in te de 1890. ”
O examinador sugere a forma “A Cons t i tu in te de 1890 chegou a d iscu t i r o vo to f em in ino .”. O problema é que, ao contrário do que fizemos, foi incluído um sujeitoinexistente nessa oração. Isso não seria possível, já que a expressão “a Constituinte de 1890” não exercia a função de agente da passiva, mas de adjunto adverbial. Portanto, asugestão da banca estava ERRADA.
Viu como conseguimos acertar se fizermos o “passo-a-passo”? Espero que você não caianuma “casca de banana” dessas, agora que está calejado.
Por hoje é só, pessoal! Abraço e até lá.
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LI STA DAS QUESTÕES COMENTADAS
1 - (CESPE / CEF/ 2006)
O PREVINVEST, da CAIXA, é um excelente investimento para quem quer manter seupadrão de vida durante a aposentadoria. Com ele, você pode escolher o tipo de fundo deinvestimento em que você quer aplicar seus recursos, o valor da contribuição ou darenda desejada e a partir de quando pretende receber o benefício. O PREVINVEST éoferecido em duas modalidades: PGBL e VGBL.
A modalidade PGBL é ideal para os clientes que utilizam declaração completa de impostode renda (IR), pois permite deduzirem-se da base de cálculo as contribuições feitas nosplanos até o limite de 12% da renda bruta anual, desde que eles estejam contribuindopara o regime geral de previdência social do INSS ou para outro regime próprio. Amodalidade VGBL é mais indicada para os clientes que utilizam declaração simplificadade IR ou são isentos, ou ainda para os que ultrapassam o limite de 12% de descontopermitido. Além disso, o IR incide exclusivamente sobre os rendimentos alcançados com a
aplicação dos recursos. I n t e rne t : < w w w .ca i xa.gov .b r> ( com adap tações) .
Considerando o primeiro parágrafo do texto, julgue os próximos itens.
- Passando-se o período “Com ele (...) o benefício” para o tratamento de segundapessoa do singular, tem-se: Com e le , tu podes esco lher o t ipo de fundo de inves t imento em que tu queres ap l i car teus recursos , o va lo r da cont r ibu ição ou da renda dese jada e a par t i r de qu ando pre tendes receber o benef íc io .
2 - (UnB CESPE / STM Técn ico / 2004 )
Sempre que um crime violento envolvendo menores abala a sociedade, ressurge adiscussão sobre a necessidade de alterar o Estatuto da Criança e do Adolescente.Segundo seus defensores, diminuir a responsabilidade penal para 16 anos inibiria a açãodelituosa de rapazes e moças.
Segmentos da população, assustados com o aumento da violência, imaginam ser esse ocaminho para a reconquista da segurança perdida.
Encarar o Estatuto da Criança e do Adolescente como bode expiatório das mazelasnacionais é solução cômoda, mas ineficaz. Ninguém de bom senso pode crer que situarem faixa etária mais baixa a imputação criminal seja a fórmula mágica capaz dedevolver a paz às ruas e aos lares. Bandidos que hoje usam jovens menores de 18 anoscomo escudo, com a mudança, recorrerão a menores de 16 anos. Depois virão os de 14, 12, 10.
Correio Brazi l iense. Opinião. 13/7/2004, p. 16 (com adaptações).Julgue os seguintes itens, a respeito do texto acima.
- Preservam-se a coerência textual e a correção gramatical, e o texto torna-se maisobjetivo e assertivo, com a substituição de “seja” (R.9) pelo seu equivalente do modoindicativo: é.
3 – (UnB CESPE /TRE RS – Analista / 2003)
1 A soberania popular não deve ser, apenas, mais uma
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peça de retórica. Deve ser um meio eficaz, por intermédio do
qual o povo exerça plenamente seus direitos e prerrogativas
4 constitucionais e legais. Na época de implementação dos direitos sociais,
como o direito de moradia, de trabalhar, de viver
7 decentemente, não é mais possível a inclusão de normas
programáticas no texto da Constituição da República.
Há necessidade de que os princípios e as normas
10 constitucionais sejam eficazes, produzindo, de logo, os
efeitos jurídicos que todos esperam.
Não há, evidentemente, direitos sem garantia. Não
13 basta também a Constituição proclamar uma série de direitos e
garantias, se estes e estas não se podem concretizar.
Paulo Lopo Saraiva. A soberania popu lar e as garant ias const i t uc ionais . I n : I n t r odução cr í t i ca ao d i re i to , p .141-2 (com adaptações) .
A respeito das estruturas lingüísticas do texto, julgue o item a seguir.
- O emprego da forma verbal “exerça” (R.3) indica que a oração em que ela ocorre serefere aos direitos do povo como uma possibilidade, não como algo efetivamenteexistente.
4 - (UnB CESPE / STM Técn ico / 2004 )
1 É comum ouvir que o Brasil é um país onde há leis
que pegam e leis que não pegam, como se isso fosse uma
originalidade brasileira como a jabuticaba. É uma injustiça.
4 Há muitos países que sofrem com o mesmo problema. As
leis, principalmente as que interferem na vida cotidiana dos
cidadãos, requerem uma sintonia fina entre
7 vários componentes: aparato policial, comportamento
coletivo,
grau
de escolaridade
etc. Do contrário, elas
tendem anão sair do papel. No Brasil, existe muita lei que não pega
10 por falta dessa sintonia. Ou não há polícia suficiente para
fazê-la ser cumprida. Ou a lei destoa fortemente de arraigados
hábitos coletivos. E assim por diante.
André Pe t r y . Adu lt é r i o e a desonesta . I n : Ve ja, 22 / 9 / 2004 , p . 93 ( com adaptações) .
Julgue o seguinte item, a respeito das idéias e das estruturas lingüísticas do textoacima.
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- Por se tratar de uma situação que o texto deixa claramente hipotética, a substituição do modo indicativo no verbo “interferem” (R.5) pelo subjuntivo in ter fer issempreservaria as relações de sentido e a correção gramatical do texto.
5 - (UnB CESPE / DPF – Escrivão / 2002)
Lembremos que a modernidade se caracteriza não apenas por um novo modo deprodução e de vida, mas também por uma nova forma de relacionamento entre oshomens na sociedade, o que influi até mesmo no julgamento que fazemos uns dosoutros. Essa forma de relacionamento, que vem desde a Revolução Industrial, éintermediada pelo trabalho, e os parâmetros para julgar as pessoas são o dinheiro e apropriedade.
Entretanto, trabalho e dinheiro não estão disponíveis para todos. Em cidadessuperpopulosas, em meio às crises das indústrias, freqüentemente os trabalhadores sevêem sem meios de sobreviver. Essa relação entre os homens é, portanto, uma relação
desigual, em que geralmente os trabalhadores estão em desvantagem, já que nãopossuem meios estáveis de sobrevivência e dependem de empregadores.
Andréa Buoro et al . Violência urbana – d i lemas e desaf ios. São Paulo: Atual, 1999, p.26.
Com respeito às idéias do texto, julgue o item a seguir.
- O emprego do tempo e modo verbais de “Lembremos” (R.1) indica uma sugestão para oraciocínio que se segue.
6 - (CESPE UNB / AGU – Procurador Federal / 2002)
O que a escravidão representa para o Brasil, já o sabemos. Moralmente, é a destruiçãode todos os princípios e fundamentos da moralidade religiosa ou positiva — a família, apropriedade, a solidariedade social, a aspiração humanitária; politicamente, é oservilismo, a desagregação do povo, a doença do funcionalismo, o enfraquecimento doamor à pátria, a divisão do interior em feudos, cada um com seu regime penal, o seusistema de provas, a sua inviolabilidade perante a polícia e a justiça; econômica esocialmente, é o bem-estar transitório de uma classe única, e essa, decadente e semprerenovada; a eliminação do capital produzido pela compra de escravos; a paralisação decada energia individual para o trabalho na população nacional; o fechamento dos nossosportos aos imigrantes que buscam a América do Sul; a valorização social do dinheiro,qualquer que seja a forma como for adquirido; o desprezo por todos os que, porescrúpulos, se inutilizam ou atrasam em uma luta de ambições materiais; a venda dostítulos de nobreza; a desmoralização da autoridade, desde a mais alta até à mais baixa.
Observamos a impossibilidade de surgirem individualidades dignas de dirigir o país paramelhores destinos, porque o país, no meio de todo esse rebaixamento do caráter, dotrabalho honrado, das virtudes obscuras, da pobreza que procura elevar-sehonestamente, está, como se disse, “apaixonado por sua própria vergonha”.
A minha firme convicção é que, se não fizermos todos os dias novos e maiores esforçospara tornar o nosso solo perfeitamente livre, se não tivermos sempre presente a idéia deque a escravidão é a causa principal de todos os nossos vícios, defeitos, perigos efraquezas nacionais, o prazo que ainda tem de duração legal — calculadas todas asinfluências que lhe estão precipitando o desfecho — será assinalado por sintomascrescentes de dissolução social.
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Joaqu im Nabuco. O abo l i cion ismo. I n : I n té rpr e tes do Brasi l , v . I . Nova Agu i lar , 2000, p . 148-51 ( com adaptações) .
Julgue o item abaixo, referentes às estruturas do texto.
- As estruturas condicionais “se não fizermos” (R.18) e “se não tivermos” (R.19) podemser substituídas, respectivamente, por caso não façamos e caso não tenhamos, semprejuízo para a correção gramatical do texto.
7 - (UnB CESPE / Bom bei ros AC / 2006 - adaptada)
“Além de ser b iodegradável , e , por isso, não causar dano ao meio ambiente, o p roduto pode ser a rm azenado por 15 anos ou a té ma is .”
Julgue a proposição.
- “Além de ser biodegradável” poderia ser substituído por Em bora ser b iodegradável
8 - (UnB CESPE / PMES / 2007)
Momen to num café
1 Quando o enterro passou
Os homens que se achavam no café
Tiraram o chapéu maquinalmente
4 Saudavam o morto distraídos
Estavam todos voltados para a vida
Confiantes na
vida.
7 Um no entanto se descobriu num gesto largo e demorado
Olhando o esquife longamente
Este sabia que a vida é uma agitação feroz e sem finalidade
10 Que a vida é traição
E saudava a matéria que passava
Liberta para sempre da alma extinta.
Manuel Bandei ra. I n : Ant o logia poét ica. 7. ª ed. Rio de Janei ro: José Olym pio, 1974, p . 103.
Em relação às idéias e às estruturas lingüísticas do texto acima, julgue o item que sesegue.
- O emprego do pretérito imperfeito em “achavam” (v.2) indica uma ação queestava se processando quando ocorreu um fato.
9 - (UnB CESPE/ TJ PA – Analista / 2006)
1 A democracia do Estado contemporâneo necessita, de
maneira imprescindível, da consagração da supremacia
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constitucional e do respeito aos direitos fundamentais, que
4 somente estarão presentes nos países em que houver um
Judiciário forte,
dotado
de
plena independência e que
possaefetivar suas decisões. A independência judicial constitui
7 direito dos cidadãos, e é triste um país que não a possui.
O magistrado, no momento de julgar, não pode receber
ordens de nenhuma autoridade interna ou externa, sendo essa
10 idéia essencial à independência do Judiciário.
A maioria esmagadora dos juízes brasileiros dedicam
suas vidas à luta por uma magistratura independente,
13 democrática, transparente e justa e jamais se esquecem da
lição do grande Rui: “A autoridade da Justiça é moral, e sustenta-
se pela moralidade de suas decisões”.
Alexandre de Moraes . Un ião pe lo fo r ta lec imento . In : Fo lha de S. Pau lo , 2 5 / 3 / 2 0 0 6 ( co m a d ap t a çõ es ) .
No desenvolvimento da argumentação do texto, as formas verbais que indicam umaprobabilidade ou suposição não incluem
A) “estarão” (R.4).
B) “houver” (R.4).
C) “possa” (R.5).
D) “sendo” (R.9).
10 - (UnB CESPE / PGE PA / 2007 )
Transparência até dem ais?
1 Os tempos do Grande Irmão chegaram. George Orwell os previu para 1984, mas se afirmaram mesmo na virada domilênio, principalmente depois que os atentados de 11 de
4 setembro de 2001 serviram de pretexto para um grau sem
precedentes de vigilância do Estado. Dos dois lados do
Atlântico, o direito a habeas corpus, afirmado desde a Carta
7 Magna de 1216, está aposentado, considerado velharia quando
se trata de supostos terroristas. Telefones podem estar
grampeados, e-mail e páginas da Internet podem ser
10 monitorados a qualquer momento. O Grande Irmão está
observando você.
Orwell não pôde imaginar quantos Pequenos Irmãos
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13 ganhariam poderes semelhantes nem quantas pessoas
implorariam, de livre e espontânea vontade, para serem
observadas. A
Web
surgiu
em 1993
e
o primeiro weblog, em
16 1994, mas foi em 1999 que passou a se chamar blog e tornouse
mania global. Muitos blogs têm funções informativas, mas
o núcleo do fenômeno é a exposição do eu e da intimidade, de
19 maneira banal ou chocante.
A superexposição, a midiatização e o desdobramento
da representação não se restringem a internautas compulsivos.
22 Tudo e todos chamam freneticamente por atenção por todas as
mídias, deixando cada um sem tempo para se conectar com o
mundo real e com sua própria interioridade e intimidade.
Car taCap it a l , 15 / 11 / 2006 , p .10 -4 ( com adaptações ) . Julgue
a assertiva abaixo.
- No texto, é correto substituir “os previu” (R.2) por os prevera ou por os t inha prev is to .
11 - (UnB CESPE/ IRBr Diplomata/ 2006)
Rel ig ião m est iça
1 Insulado deste modo no país, que o não conhece, em
luta aberta com o meio, que lhe parece haver estampado na
organização e no temperamento a sua rudeza extraordinária,
4 nômade ou mal fixo à terra, o sertanejo não tem, por bem
dizer, ainda capacidade orgânica para se afeiçoar a situação
mais alta.
7 O círculo estreito da atividade remorou-lhe o
aperfeiçoamento psíquico. Está na fase religiosa de um
monoteísmo incompreendido, eivado de misticismo
10 extravagante, em que se rebate o fetichismo do índio e do
africano. É o homem primitivo, audacioso e forte, mas ao
mesmo tempo crédulo, deixando-se facilmente arrebatar
13 pelas superstições mais absurdas. Uma análise destas
revelaria a fusão de estádios emocionais distintos.
Euc l ides da Cunh a. O homem / Os ser tões . I n : Obra comple ta . Rio de Janei ro : Nova Agu i la r , 1995, p . 197.
Julgue a correção da assertiva abaixo.
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- Na forma verbal “revelaria” (R.14), a terminação – r i a exprime idéia de hipótese oupossibilidade.
12 - (UnB CESPE/ TCE ES – Controlador / 2005 )
1 Nossa identidade contemporânea nos remete para os
centros do capitalismo, permeada que está pela globalização
liberal — pelo grau maior ou menor em que conseguimos
4 induzir os sintomas desse fenômeno, como shopping centers,
televisão a cabo, celulares —, mais do que por sua inserção
internacional, que nos faz ter um destino similar ao do resto
7 do continente ao qual estamos geográfica e historicamente
integrados.
(...)
10 Várias crises financeiras depois, e duas décadas e meia
de estagnação, financeirização e precarização das relações de
trabalho, tornaram os países latino-americanos mais semelhantes
13 do que nunca. Estão igualmente em crise o Brasil e o Paraguai, a
Argentina e o Haiti, o México e a Bolívia, o Peru e o Equador,
a Venezuela e a Guatemala, a Colômbia e a Nicarágua.
16 As décadas posteriores nos colocaram, entre a ALCA
e o MERCOSUL, diante de duas Américas Latinas possíveis e
de duas imagens de nós mesmos, sob o pano de fundo do 19 continente. Em suma, nossa imagem de nós mesmos, como país,
dependeu sempre da forma como vimos a América Latina e
nossa relação com nosso continente de origem e de inserção
22 histórica comum.
Em ir Sader . A Am ér ica Lat ina v is ta do Bras i l . I n : Corr e io Braz i l iense, 2 7 / 6 / 2 0 0 4 ( co m a d ap t a çõ es ) .
A respeito do texto acima, julgue o seguinte item.
- Alteram-se os sentidos do texto, mas preservam-se sua coerência textual e
correção gramatical, com a substituição do pretérito perfeito “vimos” (R.20) porvemos ou tem os v is to .
13 - (UnB CESPE / TJ BA - Administrador / 2 00 5)
1 Não há dúvida de que, no início do século XXI, os
Estados Unidos da América chegaram mais perto do que
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nunca da possibilidade de constituição de um “império
4 mundial”. Mas, se o mundo chegasse a esse ponto e
constituísse um
império global,
isso
significaria —
ao mesmotempo e por definição — o fim do sistema político
7 interestatal. E o mais provável, do ponto de vista econômico, é
que tal transformação viesse a significar também o fim do
capitalismo. Em uma linguagem mais próxima da física e da
10 termodinâmica do que da dialética hegeliana, pode-se dizer
que a expansão do poder global na direção do império
mundial é, ao mesmo tempo, uma força que levaria o sistema
13 mundial à entropia, ao provocar sua homogeneização interna e
o desaparecimento das hierarquias e conflitos responsáveis pelo
dinamismo e pela ordem do próprio sistema.
José Lu ís Fio r i . Cor re io Brazi l i ense , 25 / 12 / 2004 (com adaptações) .
Em relação ao texto acima, julgue o item que se segue.
- O emprego do futuro do pretérito em “significaria” (R.5) é decorrente do emprego deestrutura antecedente que tem valor condicional, formada por verbo no imperfeito dosubjuntivo.
14 - (UnB CESPE / TJ BA - Administrador / 2005)
1 Quase todas as grandes potências já foram
colonialistas e anticolonialistas, pacifistas e belicistas,
liberais e mercantilistas, e quase todas elas, além disso, já
4 mudaram de posição várias vezes ao longo da história. Nesse
contexto, as previsões, liberais ou marxistas, do fim dos estados
ou das economias nacionais, ou mesmo da formação
7 de algum tipo de federação cosmopolita e pacífica, são
utopias, com toda a dignidade das utopias que partem de
argumentos éticos e expectativas generosas, mas são idéias
10 ou projetos que não têm nenhum apoio objetivo na análise da
lógica e da história passada do sistema mundial. Apesar de
tudo isso, é possível identificar através da história a
13 existência de forças que atuam na direção contrária do poder
global e do império mundial. Forças que impediram — até
agora — que esse processo de centralização do poder
16 chegasse até o seu limite imperial, o que provocaria a
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dissolução do sistema político e econômico mundial.
I d e m , I b i de m .
Com referência às idéias e estruturas do texto acima, julgue o item a seguir. - Na linha 16, o emprego do futuro do pretérito em “provocaria” justifica-se peloemprego do subjuntivo em “chegasse” e admite como gramaticalmente correta asubstituição pela forma te r ia p rov ocado ou por i r i a p rovocar .
15 - (UnB CESPE / DPF – Escrivão / 2002)
1 Em 10 de dezembro de 1948, a Assembléia Geral
da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou a
Declaração Universal dos Direitos Humanos, ainda como
4 parte das atividades inaugurais da organização, fundadaem 1945, visando construir um tempo novo para a
humanidade.
7 A Declaração está aí, porém quantos a conhecem
na íntegra? No Brasil, por exemplo, o infeliz e absurdo
slogan praticado por muitos, afirmando que “direitos
10 humanos são direitos de bandidos”, tem servido para a
justificação de todo tipo de absurdo cometido, negando o
que é, na essência, ligado à proteção da vida e da
13 dignidade humanas. “Todos os seres humanos nascem
livres e iguais em dignidade e direitos”, enunciado do artigo
primeiro, é, em si, um programa de trabalho
16 praticamente inesgotável. Os desafios da construção
solidária — porque trabalhada em conjunto, fortalecida,
sólida — da liberdade e da igualdade, sob as oscilações
19 decorrentes da ordem mundial, passando da bipolaridade
para as polaridades difusas ou múltiplas polaridades,
demonstram que a Declaração estabeleceu apenas
22 direções, que têm ajudado a humanidade a manter-se,
minimamente, no caminho da sobrevivência.
Em tempos de violência, tão globalizada como a
25 economia, há os que colocam sob suspeita e risco o
respeito aos direitos humanos. Erro brutal, porque, se
faltarem até os mínimos que a consciência humana
28 estabeleceu para si mesma, não se terá mais a base
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comum sobre a qual caminhar.
Rosel i Fischm ann. Cor re io Brazi l i ense , 10 / 12 / 2001 (com adaptações) .
Em relação ao texto, julgue o item subseqüente. - O emprego da locução verbal “tem servido” (R.10) indica que o slogan a que se refere jánão serve mais.
16 - (UnB CESPE / Câmara dos Deput ados / 2002 )
Nabuco parte para Londres no mês de fevereiro de 1882, permanecendo comocorrespondente do Jornal do Comércio até 1884. Ele não passará como outrora o tempolondrino na ociosidade. Dedica-se agora ao trabalho e ao estudo. Como vários outrosintelectuais do seu tempo, interessados todos pelos problemas sociais e vivendo noexílio, torna-se freqüentador assíduo do Museu Britânico.
Reflete e lê acerca de vários assuntos na biblioteca do Museu. O Museu Britânico é fontede muitas obras importantes das ciências sociais. Ali, Karl Marx escreve O Capital eoutros ensaios. Também ali Nabuco absorve as lições que são a base de um dos textosfundamentais das ciências sociais brasileiras. A atividade principal da sua mais recentetemporada londrina é a familiarização com a bibliografia a respeito do escravismocolonial. Isso lhe permite escrever um livro da qualidade de O Abolicionismo — areflexão mais coerente, profunda e completa já feita no Brasil acerca do assunto. Trata- se de um monumento de erudição, pleno de conhecimento de história, política,sociologia, direito e de tudo quanto se refere à escravidão negra. Pelo alto nível doconteúdo e a excelência da forma é um dos livros mais importantes das ciências sociais jamais escritos no Brasil. Ocupa, por isso, um lugar de destaque na bibliografiaespecífica que, na época, era muito restrita. Hoje, mais de cem anos depois da suaprimeira edição, quando as ciências sociais se desenvolveram tanto no mundo e no
Brasil, o livro ainda é consultado e visto como exemplo, seja pelo volume deinformações, seja pelos variados enfoques — alguns extremamente originais —, sejaainda pela forma superior.
Por tudo isso é julgado como empresa notável. Bastava a redação de O Abolicionismopara justificar a proveitosa estada de Nabuco por dois anos na Inglaterra.
Franc isco I g lés ias. I dem, p .13 ( com adaptações) .
A propósito das idéias e dos recursos lingüísticos que estruturam o texto V, julgue oitem que se segue.
- O emprego do presente do indicativo em “Dedica-se” (R.3), “torna-se” (R.5) e “Reflete e lê” (R.6) exemplifica a possibilidade de dar realismo a ações praticadas de formacontínua no momento da produção do texto.
17 - (UnB CESPE /TCU – Técnico / 2004)
1 O republicano George W. Bush veio a público dizer
que é um “presidente da guerra” e que todas as decisões que
toma na Casa Branca são orientadas pelo combate global ao
4 terrorismo. Essa “guerra”, disse o presidente dos EUA, define
hoje as políticas externa, interna, econômica e fiscal norte-americanas.
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“Tomo minhas decisões no Salão Oval com a
7 guerra em mente. Queria que não fosse assim, mas é a
verdade. E
o povo norte-americano precisa saber que tem umpresidente que vê o mundo como ele é. Vê os perigos que
10 existem e como é importante lidar com eles”, disse Bush. Ao
conceder a rara entrevista, Bush tenta reagir à queda de sua
popularidade e aos ataques que vem sofrendo dos pré-
13 candidatos democratas.
Folha de S. Pau lo , 9 / 2 / 2004 ( com adaptações) .
Tendo o texto acima como referência inicial, julgue o item que se segue.
- Textualmente, a forma verbal “tenta” (R.11) corresponde ao pretérito: ten tava ,
estava ten t ando .
18 - (CESPE UNB / AGU – Procurador Federal / 2002)
O que a escravidão representa para o Brasil, já o sabemos. Moralmente, é a destruiçãode todos os princípios e fundamentos da moralidade religiosa ou positiva — a família, apropriedade, a solidariedade social, a aspiração humanitária; politicamente, é oservilismo, a desagregação do povo, a doença do funcionalismo, o enfraquecimento doamor à pátria, a divisão do interior em feudos, cada um com seu regime penal, o seusistema de provas, a sua inviolabilidade perante a polícia e a justiça; econômica esocialmente, é o bem-estar transitório de uma classe única, e essa, decadente e semprerenovada; a eliminação do capital produzido pela compra de escravos; a paralisação de
cada energia individual para o trabalho na população nacional; o fechamento dos nossosportos aos imigrantes que buscam a América do Sul; a valorização social do dinheiro,qualquer que seja a forma como for adquirido; o desprezo por todos os que, porescrúpulos, se inutilizam ou atrasam em uma luta de ambições materiais; a venda dostítulos de nobreza; a desmoralização da autoridade, desde a mais alta até à mais baixa.Observamos a impossibilidade de surgirem individualidades dignas de dirigir o paíspara melhores destinos, porque o país, no meio de todo esse rebaixamento do caráter, do trabalho honrado, das virtudes obscuras, da pobreza que procura elevar-sehonestamente, está, como se disse, “apaixonado por sua própria vergonha”.
A minha firme convicção é que, se não f i ze rmos todos os dias novos e maiores esforçospara tornar o nosso solo perfeitamente livre, se não t i ve rmos sempre presente a idéiade que a escravidão é a causa principal de todos os nossos vícios, defeitos, perigos e
fraquezas nacionais, o prazo que ainda tem de duração legal — calculadas todas asinfluências que lhe estão precipitando o desfecho — será assinalado por sintomascrescentes de dissolução social.
Joaqu im Nabuco. O abo l i cion ismo. I n : I n té rpr e tes do Brasi l , v . I . Nova Agu i lar , 2000, p . 148-51 ( com adaptações) .
Em relação ao texto II, julgue o item que se segue.
- O emprego das formas verbais da primeira pessoa do plural “sabemos” (R.1), “Observamos” (R.14), “fizermos” (R.18) e “tivermos” (R.19) é uma estratégiaargumentativa que busca promover a inclusão e a possível adesão do leitor comoparticipante das opiniões e ações propostas.
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19 – (UnB CESPE/TST-Analista/2008)
1 Muitas coisas nos diferenciam dos outros animais, mas nada é mais marcante do que a nossa capacidade de
trabalhar, de transformar o mundo segundo nossa
4 qualificação, nossa energia, nossa imaginação. Ainda assim,
para a grande maioria dos homens, o trabalho nada mais é do
que puro desgaste da vida. Na sociedade capitalista, a
7 produtividade do trabalho aumentou simultaneamente a tão
forte rotinização, apequenamento e embrutecimento do
processo de trabalho de forma que já não há nada que mais
10 nos desagrade do que trabalhar. Preferimos, a grande
maioria, fazer o que temos em comum com os outros
animais: comer, dormir, descansar, acasalar.
13 Nossa capacidade de trabalho, a potência humana de
transformação e emancipação de todos, ficou limitada a ser
apenas o nosso meio de ganhar pão. Capacidade, potência,
16 criação, o trabalho foi transformado pelo capital no seu
contrário. Tornou-se o instrumento de alienação no sentido
clássico da palavra: o ato de entregar ao outro o que é nosso, 19 nosso tempo de vida.
Emir Sader. Trabalhemos menos, trabalhemos todos.
In: Correio Braziliense, 18/11/2007 (com adaptações).
Julgue o seguinte item a respeito do texto acima.
- As substituições de “Preferimos” (R.10) por Prefere e de “temos” (R.11) por t empreservam a correção gramatical do texto, mas enfraquecem a argumentação de que é amaioria de nós “homens” (R.5) que prefere “comer, dormir, descansar, acasalar” (R.12).
20 - (UnB CESPE/ PC ES - Perito/ 2006)
1 O ser humano é a medida de todas as coisas. Pelo
tamanho do ser humano se mede a vastidão do universo,
assim como pelo palmo e pela braça se começou a medir a
4 Terra. Todo o conhecimento do mundo se faz de uma
perspectiva humana, todo o julgamento das coisas do mundo
se faz por um parâmetro humano. Assim, enaltecer o senso
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7 moral do ser humano não é um floreio de linguagem que a
única espécie que fala faz, é valorizar este frágil instrumento
de
medição
pelo qual a
vida
revela seu sentido.
O ser
humano
10 ou é moral, e julga tudo por um prisma moral, ou é apenas um
mecanismo inútil.
O liberalismo pensa estar defendendo o indivíduo
13 quando nega a primazia do social ou quando diz que uma
sociedade é apenas um conjunto de ambições autônomas.
O culto ao individualismo seria um culto à liberdade se não
16 elegesse como seu paradigma supremo a liberdade de lucrar, e
como referência moral a moral do mercado. Se não fosse apenas a
última das muitas tentativas de substituir o ser
19 humano como a medida de tudo, e seu direito à vida e à
dignidade como o único direito a ser cultuado. Já tentaram
rebaixar o homem a mero servo de uma ordem divina, a
22 autômato descartável de engrenagens industriais, a estatística
sem identidade de regimes totalitários, e agora a uma comodidade
entre outras comodidades, com nenhuma
25 liberdade para escolher seu destino individual e o mundo em
que quer viver. Mas o indivíduo só é realmente um indivíduo
em uma sociedade igualitária, como só existirá liberdade real
28 onde os valores neoliberais não prevalecerem.
Lu ís Fe rnando Ve r i ss imo . I n te rne t : < h t t p : / / w w w .dhnet . o rg .b r> . Acesso em f ev ./ 2 0 0 6 .
Em relação ao texto, julgue o item a seguir.
- A substituição de “se mede” (R.2) por é med ida mantém a correção gramatical e asinformações originais do período.
21 - (UnB CESPE / TSE – Analista Judiciário/ 2007)
Caro eleitor,
1Nos últimos meses, a campanha política mobilizou
vivamente os brasileiros. No primeiro turno, foram
alcançadas marcas extraordinárias: além do alto índice de
4 comparecimento às urnas e de uma irrepreensível votação,
em que tudo aconteceu de forma tranqüila e organizada, a
apuração dos resultados foi rápida e segura, o que coloca o
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7 Brasil como modelo nessa área.
Amanhã serão definidos os nomes do presidente da
República e dos governadores de alguns estados. O país, 10 mais do que nunca, conta com você.
Democracia é algo que lhe diz respeito e que se
aperfeiçoa no dia-a-dia. É como uma construção
13 bem-preparada, erguida sobre fortes alicerces. Esses
alicerces são exatamente os votos de todos os cidadãos.
Quanto mais fiel você for no exercício do direito de definir
16 os representantes, mais sólidas serão as bases da nossa
democracia. Por isso, é essencial que você valorize essa
escolha, elegendo, de modo consciente, o candidato que
19 julgar com mais condições para conduzir os destinos do país e
de seu estado.
Você estará determinando o Brasil que teremos nos
22 próximos quatro anos. Estará definindo o amanhã, o seu
próprio bem-estar e de sua família, o crescimento geral, a
melhoria do emprego, da habitação, da saúde e segurança
25 públicas, do transporte, o preço dos alimentos. O momento é
decisivo e em suas mãos — entenda bem, em suas mãos — estádepositada a confiança em dias felizes.
28 Compareça, participe. Não se omita, não transfira a
outros uma escolha que é sua. Pense e vote com a firmeza de
quem sabe o que está fazendo, com a responsabilidade de
31 quem realmente compreende a importância de sua atitude
para o progresso da nação brasileira. Esta é a melhor
contribuição que você poderá dar a sua Pátria.
Min ist ro Marco Auré l io de Mel lo. Pronunc iament o o f i c ia l . I n te rne t :
< w w w . t se.gov .b r> ( com adap tações) .
Julgue a assertiva abaixo.
- “se aperfeiçoa” (R.11-12) poderia ser substituído por é aper fe içoado.
22 - (UnB CESPE/ DPF - Delegado/ 20 04)
1 A análise que a sociedade costuma fazer da
violência urbana é fundamentada em fatores emocionais,
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quase sempre gerados por um crime chocante, pela falta de
4 segurança nas ruas do bairro, por preconceito social ou por
discriminação.
As conclusões dos
estudos científicos não sãolevadas em conta na definição de políticas públicas. Como
7 reflexo dessa atitude, o tratamento da violência evoluiu
pouco no decorrer do século XX, ao contrário do que
ocorreu com o tratamento das infecções, do câncer ou da
10 AIDS. Nos últimos anos, entretanto, estão sendo
desenvolvidos métodos analíticos mais precisos para
avaliar a influência dos fatores econômicos, epidemiológicos
13 e sociológicos associados às raízes sociais da violência
urbana: pobreza, impunidade, acesso a armamento,
narcotráfico, intolerância social, ruptura de laços familiares,
16 imigração, corrupção de autoridades ou descrédito na justiça.
Dráuzio Varella. Internet: <http://www.drauziovarella.com.br> (com adaptações).
Em relação ao texto acima, julgue o item que se segue.
- A substituição do termo “estão sendo desenvolvidos” (R.10-11) por es tavam se desenvo lvendo provoca alterações estruturais sem alterar semanticamente ainformação original nem transgredir as normas da escrita culta.
23 - (UnB CESPE / ICMS AC / 2006 - adaptada)
1 Em dezembro de 2000, quando tomou posse no
Supremo Tribunal Federal (STF), a ministra Ellen Gracie
Northfleet obrigou a corte a uma reforma insólita: a
4 construção de um banheiro feminino ao lado do plenário. Até
então, em 172 anos de história, tal peça não tinha sido
necessária. Ellen foi a primeira mulher a integrar a Suprema
7 Corte do país. Na quarta-feira, dia 15 de março, a juíza
quebrou mais um tabu. Pelo sistema de rodízio dos ministros,
foi escolhida para a presidência do Supremo. Todos os seus
10 40 antecessores no cargo foram homens.
A chegada de uma mulher ao cargo mais alto da justiça
brasileira não é um fato isolado. Uma pesquisa da Associação
13 dos Magistrados Brasileiros mostra que a presença feminina
na Justiça cresceu muito. Até o final dos anos 60, apenas
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2,3% dos magistrados eram mulheres. Hoje são 22,4%.
16 Elas estão principalmente nos juizados especiais, a área mais
moderna do Poder Judiciário brasileiro. Ocupam 37,1%
dessas cortes.
19 Segundo a pesquisa, as juízas são mais críticas em
relação à atuação da Ordem dos Advogados do Brasil e da
justiça. São mais éticas e preocupadas com as questões
22 humanas, tendendo à individuação das sentenças. Os juízes
seguiriam a lei, de forma prática. As juízas seriam mais
preocupadas com as questões sociais e econômicas que
25 cercam
os casos.
Como presidente do Supremo, Ellen Gracie passa a ser
a quarta pessoa na linha de sucessão presidencial, atrás do
28 vice-presidente e dos presidentes da Câmara e do Senado.
A expectativa é de que ela assuma interinamente o Palácio do
Planalto durante uma das viagens internacionais do presidente
31 Luiz Inácio Lula da Silva.
A primeira oportunidade poderá ser no dia 12 de maio,
quando o presidente Lula estará em Viena, para o encontro de
34 cúpula entre União Européia e América Latina. Se, na mesma
data, estiverem viajando Alencar, Renan e Aldo, Ellen Gracie
poderá ser a primeira mulher a ocupar a presidência da
37 República do Brasil.
Época , n . º 409 , 20 / 3 / 2006 , p . 22 ( com adap tações) .
Realizada a transposição para a voz passiva, marque o item que mantém a correçãogramatical e o sentido original do texto.
A) Linhas 2-4: Com indicação da ministra Ellen Gracie Northfleet, a Corte foi obrigada aconstruir um banheiro feminino ao lado do plenário.
B) Linhas 12-14: A presença feminina na Justiça tem crescido muito no Brasil, é o quemostra a pesquisa da Associação dos Magistrados.
C) Linhas 22-23: As leis e os regulamentos são seguidos, de forma prática, pelos juízes.
24 - (UnB CESPE/ TJ AC / 2006)
1 No Brasil, hoje em dia, os cartórios vão muito além
de sua função de registrar. Os cartórios são a mais efetiva
máquina de fiscalização tributária do país. Ninguém compra
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4 ou vende um imóvel sem que essa transação seja
imediatamente informada à Receita Federal, seja pelo notário
seja pelo registrador, para se verificar a compatibilidade das 7 declarações de renda com o patrimônio. Nenhuma escritura é
lavrada se não for apresentada a certidão de regularidade com
o IPTU, além do pagamento do imposto de transmissão
10 (ITBI). Nenhuma construção é averbada sem a comprovação
do recolhimento das contribuições previdenciárias dos
operários que trabalharam na respectiva obra, com a
13 apresentação, no Registro de Imóveis, da Certidão Negativa
de Débitos do INSS.
Graças aos registradores civis, que informam
16 gratuitamente ao INSS todos os óbitos ocorridos no mês, o
sistema previdenciário brasileiro economiza milhões de reais
com a suspensão imediata do pagamento de benefícios, que,
19 sem essa informação, continuariam a ser pagos indevidamente. A
responsabilidade é um dos pilares do sistema
registral brasileiro, que é exemplo e modelo para o mundo.
22 Os notários e registradores, além de responderem
pessoalmente e solidariamente pelos tributos que têm
obrigação de fiscalizar, são responsáveis diretos por todos os
25 atos praticados no cartório. Quando se reconhece uma
firma, autentica-se um documento, lavra-se uma escritura,
registra-se um imóvel, notifica-se uma pessoa, protesta-se
28 um título, outorga-se uma procuração pública, em todos
esses atos, muito além do carimbo do cartório, agrega-se
a esse documento um seguro, baseado na responsabilidade
31 e fé pública do tabelião.
Considerando o texto acima, julgue o item que se segue.
- A substituição de “agrega-se” (R.29) por é agregado prejudica a correção gramatical ealtera a informação original do período.
25 - (UnB CESPE/ TJ PA – Analista / 2006)
1 Desde que eu vou ao Fórum Econômico Mundial em
Davos, nenhum país atiçou a imaginação da conferência e
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dominou a discussão como a Índia em 2006.
4 O Estado indiano foi um estrondoso sucesso em uma
frente. A democracia indiana é uma maravilha a ser
observada. Um dos países mais pobres do mundo, ela manteve
7 um governo democrático por mais de 60 anos. E essa é,
certamente, uma das maiores virtudes do país quando
comparado a muitos outros países em desenvolvimento.
10 A democracia dá lugar ao populismo, politicagem e
perda de tempo. Mas também dá lugar à estabilidade no longo
prazo. Há elementos da democracia que ferem, principalmente
13 em um país com pobreza, feudalismo e analfabetismo
galopantes. Democracia na Índia freqüentemente significou
não a vontade da maioria, mas a vontade das minorias
16 organizadas. Mas a democracia tem seus próprios meios de se
reequilibrar.
Fareed Zakar ia . Por que a Ín d ia é um exemplo . I n : Época, 6 / 3 / 2006 ( com adaptações) .
No texto, os trechos que se apresentam na voz passiva, ou seja, estabelecem umarelação em que o sujeito verbal recebe a ação incluem
I “O Estado indiano foi um estrondoso sucesso” (R.4).
II “uma maravilha a ser observada” (R.5-6).
III “quando comparado a muitos outros países” (R.8-9).
IV “Há elementos da democracia” (R.12).
V “seus próprios meios de se reequilibrar” (R.16-17).
Estão certos apenas os itens
A) I e IV.
B) I e V.
C) II e III.
D) III, IV e V.
26 - (UnB CESPE / Câmara dos Deput ados / 2002 )
A maioria dos primeiros textos que foram escritos para descrever terra e homem danova região levam a assinatura de portugueses. Respondem às próprias perguntas quecolocam, umas atrás das outras, em termos de violentas afirmações eurocêntricas. Acuriosidade dos primeiros colonizadores é menos uma instigação ao saber do que arepetição das regras de um jogo cujo resultado é previsível. Os nativos eram de carne- e-osso, mas não existiam como seres civilizados, assemelhavam-se a animais. Na Carta de Pero Vaz de Caminha, escrita a el-rei D. Manuel, observam-se melhor as obsessões
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dos portugueses, intrusos assustados e visitantes temerosos, que desembarcam de inusitadas casas flutuantes, do que as preocupações dos indígenas, descritos comomeros espectadores passivos do grande feito e do grande evento que é a cerimôniareligiosa da missa, realizada em terra. Não é, pois, por casualidade que a primeirametáfora para descrever a condição do indígena recém-visto é a “tábula rasa”, ou o “papel branco”. Eis uma boa descodificação das metáforas: eles não possuem valoresculturais ou religiosos próprios e nós, europeus civilizados, os possuímos; não possuemescrita e eu, português que escrevo, possuo. Mas da tábula rasa e do papel brancotrazia o selvagem, ainda dentro do raciocínio etnocêntrico, a inocência e a virtudeparadisíacas, indicando que, no futuro, aceitariam de bom grado a voz catequética domissionário jesuíta que, ao impô-los em língua portuguesa, estaria ao mesmo tempoimpondo os muitos valores que nela circulam em transparência.
Si lv iano Sant iago. In térpretes do Bras i l . Rio de Janei ro: Nova Agui lar , vo l . I , 2000, p . XV (com adaptações) .
Em relação às estruturas do texto, julgue o item seguinte.
- No texto, a estrutura da voz passiva em “observam-se” (R.7) equivale a fo ram observados .
27 - (UnB CESPE / TRE RS – Analista / 2003)
Mulheres conqu is ta ram o d i re i to de vo tar há 75 anos
1 Somente há 75 anos as mulheres conquistaram o
direito de votar e de exercer sua cidadania no Brasil.
De acordo com os registros do Tribunal Superior
4 Eleitoral (TSE), o voto feminino tornou-se possível a partir
da Revolução de 1930.
O voto feminino chegou a ser discutido na
7 Constituinte de 1890, mas adversários da extensão do voto à
mulher argumentaram, na época, que ela não teria capacidade
para escolher seu candidato, já que seu valor intelectual era
10 considerado inferior ao do homem.
Já em 1927, porém, Juvenal Lamartine, candidato ao
governo do Rio Grande do Norte, decidiu incluir em sua
13 plataforma política a luta pelo voto das mulheres. Lei nessesentido foi então aprovada em 25 de outubro do mesmo ano,
ocasião em que várias mulheres requereram suas inscrições.
16 Um mês depois, o juiz Israel Ferreira Nunes mandou incluir
na lista dos eleitores a professora Celina Guimarães Vianna, que
se tornou a primeira eleitora não só do Brasil como
19 também da América do Sul.
Somente com a aprovação do Código Eleitoral em
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1933, foi possível o exercício do voto em todo o país, sem
22 distinção de sexo.
I n t e r ne t : < h t t p :/ / w w w . t s e.g o v .b r / ser v iço s/ n o t íci as/ i n de x .h t m l > ( c om adaptações) .
A respeito das estruturas lingüísticas do texto, julgue o item abaixo.
- A oração na voz passiva “O voto feminino chegou a ser discutido na Constituinte de 1890” (R.6-7) corresponde semanticamente à oração de voz ativa A Const i tu inte de 1890 chegou a d iscu t i r o vo t o fem in ino .
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GABARI TO DAS QUESTÕES
1 - CERTO
2 - ERRADO
3 - CERTO
4 - ERRADO
5 - CERTO
6 - CERTO
7 - ERRADO
8 – CERTO
9 – D
10 - ERRADO
11 - CERTO
12 – CERTO
13 - CERTO
14 – CERTO
15 - ERRADO
16 - ERRADO
17 - CERTO
18 - CERTO
19 – CERTO
20 - CERTO
21 - CERTO
22 - ERRADO
23 – A
24 - ERRADO
25 – C
26 - ERRADO
27 - ERRADO