Top Banner
1 ANESTESIA REGIONAL: ANESTÉSICOS LOCAIS Profa. ELAINE A. FELIX FORTIS - TSA – RS Departamento de Cirurgia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Co- Responsável pelo CET/SBA do Serviço de Anestesia do HCPA ANESTÉSICOS LOCAIS São substâncias usadas clinicamente para produzir perda reversível da sensação em uma área circunscrita do corpo Bloqueiam a formação e condução do Bloqueiam a formação e condução do impulso nervoso impulso nervoso
18
Welcome message from author
This document is posted to help you gain knowledge. Please leave a comment to let me know what you think about it! Share it to your friends and learn new things together.
Transcript
Page 1: anestesicos

1

ANESTESIA REGIONAL: ANESTÉSICOS LOCAISProfa. ELAINE A. FELIX FORTIS - TSA – RSDepartamento de Cirurgia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)Co- Responsável pelo CET/SBA do Serviço de Anestesia do HCPA

ANESTÉSICOS LOCAIS

São substâncias usadas clinicamente para produzir perda reversível da sensação em uma área circunscrita do corpo

Bloqueiam a formação e condução do Bloqueiam a formação e condução do impulso nervosoimpulso nervoso

Page 2: anestesicos

2

Classificação morfológica

Éster do ÁcidoÉster do Ácido-- BenzóicoBenzóico CocaínaCocaína

ProcaínaProcaínaAmetocaínaAmetocaínaBenzocaínaBenzocaínaClorprocaínaClorprocaínaTetracaínaTetracaína

AminoésteresAminoésteres

Ésteres do Ácido Ésteres do Ácido ParaAminobenzóicoParaAminobenzóico LidocaínaLidocaína

BupivacaínaBupivacaínaPrilocaínaPrilocaínaMepivacaínaMepivacaínaEtidocaínaEtidocaínaRopivacaínaRopivacaína

AMIDAS

AminoamidasAminoamidas

Page 3: anestesicos

3

ANESTÉSICOS LOCAIS

São aminas terciárias ligadas a um anel aromático por uma cadeia intermediária

A cadeia intermediária contém um éster A cadeia intermediária contém um éster ou uma amida ou uma amida aminoamidasaminoamidas

aminoésteresaminoésteres

ANESTÉSICOS LOCAISFÓRMULA GERAL

Radical Aromático Cadeia IntermediáriaRadical Aromático Cadeia Intermediária AminaAmina

RARA COO COO -- ( CH( CH22 ))nn N HXN HXÉsterÉster

RR

RR

RARA NHCO NHCO -- ( CH( CH22 ))nn N HXN HXAmidaAmida

RR

RR

Page 4: anestesicos

4

Estrutura química

NH C

O

CH2 N:

CH 2

H3 C

CH2

H3 C

LIDOCAÍNA LIDOCAÍNA -- AminoamidaAminoamidaH3 C

H3 C

H2 N C O

O

CH2 CH 2 N:

CH

CH

2

2

H 3C

H3 CPROCAÍNA PROCAÍNA -- AminoésterAminoéster

Page 5: anestesicos

5

RopivacaínaRopivacaína

CC44HH99CHCH33

NHCONHCO NN

CHCH33

BupivacaínaBupivacaína

Classificação clínica:

Ø Curta duraçãoØ ProcaínaØ Clorprocaína

Ø Média duraçãoØ LidocaínaØ MepivacaínaØ Prilocaína

Ø Longa duraçãoØ TetracaínaØ BupivacaínaØ Ropivacaína(Fuchs)

Page 6: anestesicos

6

Lidocaína:Ø Apresentação: solução, pomada, geléia, sprayØ Inicio de efeito: rápidoØ Duração: médiaØ Penetrância tecidual: marcadaØ Potência: 2 (em valores relativos )

Ø Toxicidade: 1Ø Usos: epidural,caudal, infiltração, bloqueio

periférico, tópico Ø Maior experiência de uso

(Fuchs, Morgan)

Bupivacaína:Ø Apresentação: soluçãoØ Inicio de efeito: moderadoØ Duração: longaØ Penetrância tecidual: moderadaØ Potência: 8 (em valores relativos )

Ø Toxicidade: 10Ø Usos: epidural, caudal, infiltração, bloqueio

periférico Ø Bastante cardiotóxico

(Fuchs, Morgan)

Page 7: anestesicos

7

Ropivacaína:Ø Apresentação: soluçãoØ Inicio de efeito: + lento que a bupiØ Duração: longaØ Penetrância tecidual: ?Ø Potência: levemente - potente que a bupiØ Toxicidade: - cardiotóxicaØ Indice anestésico: ?Ø Usos: epidural, caudal, infiltração, bloqueio

periférico

(Fuchs,Morgan, Goodman)

ANESTÉSICOS LOCAIS

Bases fracasApresentação comercial

CloridratoSoluções

sem vasoconstrictor pH = 6com vasoconstrictor pH = 4

Page 8: anestesicos

8

ANESTÉSICOS LOCAISInibem o influxo de sódio - ligando-se ao sítio receptor no canal do sódio

- + na forma inativada

CANAIS DE SÓDIO CANAIS DE SÓDIO -- 3 ESTADOS3 ESTADOS

INATIVADO

ABERTOFECHADO

TRANSMISSÃO NERVOSA

Page 9: anestesicos

9

Na+Na+ K+K+ATPATP

Na+ K+

bombaNa+ K+

bomba

potencial de repouso

potencial de deflagração

0 0,5 1,0 ms

00

mV-90

K+K+ Na+Na+

FISIOLOGIA DA MEMBRANA NEURONAL

mm h

hAA

FF

R-BR-B

Benzocaína

II

R-BR-B

Canal de SódioCanal de Sódio

BenzocaínaBenzocaína

LidocaínaLidocaínaBupivacaínaBupivacaína

- N - R

Matriz LipídicaMatriz Lipídica

ANESTÉSICOS LOCAISMECANISMO DE AÇÃO

Page 10: anestesicos

10

BenzocaínaBenzocaína(RN)(RN)

ExtracelularExtracelular ExtracelularExtracelular

IntracelularIntracelularIntracelularIntracelular

Mem

bran

a Li

pídi

caM

embr

ana

Lipí

dica

Mem

bran

a Li

pídi

caM

embr

ana

Lipí

dica

Mem

bran

a Li

pídi

caM

embr

ana

Lipí

dica

(RN)(RN)

(RN)(RN)

(RN)(RN)

Can

alC

anal

TEORIA DA EXPANSÃO DA MEMBRANA CELULAR:OBSTRUÇÃO INDIRETA DOS CANAIS DE SÓDIO

ANESTÉSICOS LOCAISANESTÉSICOS LOCAIS

1.1. SOLUBILIDADE LIPÍDICASOLUBILIDADE LIPÍDICA2.2. LIGAÇÃO PROTÉICALIGAÇÃO PROTÉICA3.3. pKapKa4.4. DIFUSÃO TISSULARDIFUSÃO TISSULAR5.5. VASODILATAÇÃOVASODILATAÇÃO

PROPRIEDADESPROPRIEDADES

Page 11: anestesicos

11

ANESTÉSICOS LOCAISCARACTERÍSTICAS FÍSICOQUÍMICAS

AGENTES Pka SOLUBILIDADELIPÍDICA

LIGAÇÃOPROTÉICA

ÉSTERESProcaína 8.9 0.6 5.8Clorprocaína 8.7 55Tetracaína 8.6 80 76AMIDASLidocaína 7.7 2.9 64Prilocaína 7.7 0.8 55Mepivacaína 7.6 1 77Bupivacaína 8.1 28 95Etidocaína 7.7 141 94Ropivacaína 8.1 9.0 90 - 95

GRAU DE IONIZAÇÃO

Para o ácidoPara o ácidopH = pH = pKapKa + + loglog [ ionizado[ ionizado ]]

não ionizadonão ionizado

Para a basePara a basepKapKa = pH + = pH + loglog [ ionizado[ ionizado ]]

não ionizadonão ionizado

Page 12: anestesicos

12

GRAU DE IONIZAÇÃO

pH (alcalose)pH (alcalose)

pH (acidose)pH (acidose)

ALHALH++ AL + HAL + H++

FORMA IONIZADA BASE LIVREFORMA IONIZADA BASE LIVRE

ANESTÉSICOS LOCAISANESTÉSICOS LOCAIS

Page 13: anestesicos

13

1) Etidocaína2) Bupivacaína

Quanto > solubilidadeQuanto > solubilidade> potência> potência

Bupivacaína e Ropivacaína Pka = 8,0

Quanto > Quanto > PkaPka+ ionizada em pH fisiológico + ionizada em pH fisiológico + lento o início de ação+ lento o início de ação

Lidocaína Pka = 7,7

1) BupivacaínaEtidocaínaRopivacaína

2) MepivacaínaLidocaína

Quanto > ligação protéicaQuanto > ligação protéica> duração de ação> duração de ação

uu PkaPkaInício de açãoInício de ação

uu SolubilidadeSolubilidadePotência Potência

uu Ligação ProtéicaLigação ProtéicaDuração de açãoDuração de ação

Page 14: anestesicos

14

uu Porque não usaram a forma S(Porque não usaram a forma S(--) da ) da Bupivacaína,uma vez que a potência e a Bupivacaína,uma vez que a potência e a duração dos bloqueios das duas drogas duração dos bloqueios das duas drogas são semelhantes ?são semelhantes ?

Potência Duração

semelhantes

Estudos em animais DL50

R(+)Bupi + tóxica em doses de 30-40% menores que as da S(-)-Bupi

COMÉRCIO

R(+)-Bupi

S(-)Bupi

FATORES QUE INFLUENCIAM A ABSORÇÃO

LOCAL DE INJEÇÃO

DOSE

PRESENÇA DE VASOCONSTRITOR

CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS DO ANESTÉSICO

ANESTÉSICOS LOCAIS

Page 15: anestesicos

15

ANESTÉSICOS LOCAISABSORÇÃO

> Fluxo Sanguíneo

> Concentração Plasmática

Bloqueio Intercostal > Bloqueio Epidural

> Bloqueio do Plexo Braquial

MODIFICADA PELA ADIÇÃO DE VASOCONSTRITORES

ANESTÉSICOS LOCAISDISTRIBUIÇÃO

cerébrocoraçãofígadopulmões

Page 16: anestesicos

16

ANESTÉSICOLOCAL

DOSE MÁXIMA (mg) mg/kg

Lidocaína 500 7Bupivacaína 200 3Etidocaína 300 4Mepivacaína 500 7Prilocaína 900 12

Cocaína 200 3Procaína 1000 14Clorprocaína 1000 14Tetracaína 200 3

TOXICIDADE SISTÊMICA

TOXICIDADE SISTÊMICA

Amortecimento - LínguaPerioral

AnsiedadeInsensatezDislaliaZumbidosTremoresInconsciênciaConvulsão

Colapso CardiovascularDEPRESSÃO MIOCÁRDICAVASODILATAÇÃOHIPÓXIA

Colapso CardiovascularDEPRESSÃO MIOCÁRDICAVASODILATAÇÃOHIPÓXIA

Page 17: anestesicos

17

mcg/ml25

20

15

10

5 Inotrópico, anti-disrritmico, dormência da lingua

Cefaléia, ZumbidosDistúrbios visuais, contrações muscularesConvulsões

InconsciênciaComa

Parada Respiratória

Efeitos Tóxicos

LIDOCAÍNA

PREVENÇÃO DA TOXICIDADE

Ø EVITAR INJEÇÃO INTRAVASCULARØ aspirarØ uso de dose teste

Ø MANTER A DOSE ADEQUADAØ dose - idosos, debilitados, jovensØ vascularização da área de absorção

Ø USO DE VASOCONSTRITOR

Page 18: anestesicos

18

TRATAMENTO DA TOXICIDADE

DISPONIBILIDADE DE DROGAS E EQUIPAMENTOS DE REANIMAÇÃO

MANUTENÇÃO DE VIAS AÉREAS

DIAZEPAM OU TIOPENTALTRATAMENTO DA HIPOTENSÃO

líquidos, vasoconstritores , inotrópicos, posição de Trendelenburg