This document is posted to help you gain knowledge. Please leave a comment to let me know what you think about it! Share it to your friends and learn new things together.
Transcript
1. Universidade do Sul de Santa Catarina Anlise Microeconmica
Disciplina na modalidade a distncia Palhoa UnisulVirtual 2011
2. Crditos Universidade do Sul de Santa Catarina Campus
UnisulVirtual Educao Superior a Distncia Avenida dos Lagos, 41
Cidade Universitria Pedra Branca | Palhoa SC | 88137-900 |
Fone/fax: (48) 3279-1242 e 3279-1271 | E-mail:
[email protected] | Site: www.unisul.br/unisulvirtual Reitor
Unisul Ailton Nazareno Soares Vice-Reitor Sebastio Salsio Heerdt
Chefe de Gabinete da Reitoria Willian Mximo Pr-Reitora Acadmica
Miriam de Ftima Bora Rosa Pr-Reitor de Administrao Fabian Martins
de Castro Pr-Reitor de Ensino Mauri Luiz Heerdt Campus Universitrio
de Tubaro Diretora Milene Pacheco Kindermann Campus Universitrio da
Grande Florianpolis Diretor Hrcules Nunes de Arajo Campus
Universitrio UnisulVirtual Diretora Jucimara Roesler Equipe
UnisulVirtual Diretora Adjunta Patrcia Alberton Secretaria
Executiva e Cerimonial Jackson Schuelter Wiggers (Coord.) Marcelo
Fraiberg Machado Tenille Catarina Vanessa Guimaraes Franceschi
Assessoria de Assuntos Internacionais Murilo Matos Mendona
Assessoria DAD - Disciplinas a Distncia Patrcia da Silva Meneghel
(Coord.) Carlos Alberto Areias Franciele Arruda Rampelotti Luiz
Fernando Meneghel Assessoria de Inovao e Qualidade da EaD Dnia
Falco de Bittencourt (Coord.) Rafael Bavaresco Bongiolo Assessoria
de Relao com Poder Pblico e Foras Armadas Adenir Siqueira Viana
Assessoria de Tecnologia Osmar de Oliveira Braz Jnior (Coord.)
Felipe Jacson de Freitas Jeerson Amorin Oliveira Jos Olmpio Schmidt
Marcelo Neri da Silva Phelipe Luiz Winter da Silva Priscila da
Silva Rodrigo Battistotti Pimpo Coordenao dos Cursos Assistente das
Coordenaes Maria de Ftima Martins Auxiliares das coordenaes Fabiana
Lange Patricio Tnia Regina Goularte Waltemann Coordenadores Graduao
Adriana Santos Ramm Adriano Srgio da Cunha Alosio Jos Rodrigues Ana
Luisa Mlbert Ana Paula R. Pacheco Artur Beck Neto Bernardino Jos da
Silva Carmen Maria C. Pandini Catia Melissa S. Rodrigues Charles
Cesconetto Diva Marlia Flemming Eduardo Aquino Hbler Eliza B. D.
Locks Fabiano Ceretta Horcio Dutra Mello Itamar Pedro Bevilaqua
Jairo Afonso Henkes Janana Baeta Neves Jardel Mendes Vieira Joel
Irineu Lohn Jorge Alexandre N. Cardoso Jos Carlos N. Oliveira Jos
Gabriel da Silva Jos Humberto D. Toledo Joseane Borges de Miranda
Luciana Manfroi Luiz Guilherme B. Figueiredo Marciel Evangelista
Catneo Maria Cristina Veit Maria da Graa Poyer Mauro Faccioni Filho
Moacir Fogaa Nlio Herzmann Onei Tadeu Dutra Patrcia Fontanella
Raulino Jac Brning Roberto Iunskovski Rodrigo Nunes Lunardelli
Rogrio Santos da Costa Rosa Beatriz M. Pinheiro Rose Clr Beche
Srgio Sell Tatiana Lee Marques Thiago Coelho Soares Valnei Campos
Denardin Victor Henrique Moreira Ferreira Coordenadores Ps-Graduao
Aloisio Rodrigues Anelise Leal Vieira Cubas Bernardino Jos da Silva
Carmen Maria Cipriani Pandini Daniela Ernani Monteiro Will Giovani
de Paula Karla Leonora Nunes Luiz Otvio Botelho Lento Thiago Coelho
Soares Vera Regina N. Schuhmacher Gerncia Administrao Acadmica
Angelita Maral Flores (Gerente) Fernanda Farias Gesto Documental
Lamuni Souza (Coord.) Clair Maria Cardoso Janaina Stuart da Costa
Josiane Leal Marlia Locks Fernandes Ricardo Mello Platt Secretaria
de Ensino a Distncia Karine Augusta Zanoni (Secretria de Ensino)
Giane dos Passos (Secretria Acadmica) Alessandro Alves da Silva
Andra Luci Mandira Cristina Mara Shauert Djeime Sammer Bortolotti
Douglas Silveira Fabiano Silva Michels Felipe Wronski Henrique
Janaina Conceio Jean Martins Luana Borges da Silva Luana Tarsila
Hellmann Maria Jos Rossetti Miguel Rodrigues da Silveira Junior
Monique Tayse da Silva Patricia A. Pereira de Carvalho Patricia
Nunes Martins Paulo Lisboa Cordeiro Rafaela Fusieger Rosngela Mara
Siegel Silvana Henrique Silva Vanilda Liordina Heerdt Gerncia
Administrativa e Financeira Renato Andr Luz (Gerente) Naiara
Jeremias da Rocha Valmir Vencio Incio Financeiro Acadmico Marlene
Schauer Rafael Back Vilmar Isaurino Vidal Gerncia de Ensino,
Pesquisa e Extenso Moacir Heerdt (Gerente) Aracelli Araldi Elaborao
de Projeto e Reconhecimento de Curso Diane Dal Mago Vanderlei
Brasil Extenso Maria Cristina Veit (Coord.) Pesquisa Daniela E. M.
Will (Coord. PUIP, PUIC, PIBIC) Mauro Faccioni Filho (Coord. Nuvem)
Ps-Graduao Clarissa Carneiro Mussi (Coord.) Biblioteca Soraya
Arruda Waltrick (Coord.) Paula Sanhudo da Silva Renan Felipe
Cascaes Rodrigo Martins da Silva Ednia Araujo Alberto Francine
Cardoso da Silva Karla F. Wisniewski Desengrini Maria Eugnia
Ferreira Celeghin Maria Lina Moratelli Prado Mayara de Oliveira
Bastos Patrcia de Souza Amorim Poliana Morgana Simo Priscila
Machado Gerncia de Desenho e Desenvolvimento de Materiais Didticos
Mrcia Loch (Gerente) Acessibilidade Vanessa de Andrade Manoel
(Coord.) Bruna de Souza Rachadel Letcia Regiane Da Silva Tobal
Avaliao da aprendizagem Lis Air Fogolari (coord.) Gabriella Arajo
Souza Esteves Desenho Educacional Carmen Maria Cipriani Pandini
(Coord. Ps) Carolina Hoeller da S. Boeing (Coord. Ext/DAD) Silvana
Souza da Cruz (Coord. Grad.) Ana Cludia Ta Carmelita Schulze
Cristina Klipp de Oliveira Eloisa Machado Seemann Flvia Lumi
Matuzawa Geovania Japiassu Martins Jaqueline Cardozo Polla Lygia
Pereira Luiz Henrique Milani Queriquelli Marina Cabeda Egger
Moellwald Marina Melhado Gomes da Silva Melina de la Barrera Ayres
Michele Antunes Correa Ngila Cristina Hinckel Pmella Rocha Flores
da Silva Rafael Arajo Saldanha Roberta de Ftima Martins Sabrina
Paula Soares Scaranto Viviane Bastos Gerncia de Logstica Jeferson
Cassiano A. da Costa (Gerente) Andrei Rodrigues Logstica de
Encontros Presenciais Graciele Marins Lindenmayr (Coord.) Ana Paula
de Andrade Cristilaine Santana Medeiros Daiana Cristina Bortolotti
Edesio Medeiros Martins Filho Fabiana Pereira Fernando Oliveira
Santos Fernando Steimbach Marcelo Jair Ramos Capacitao e Assessoria
ao Docente Enzo de Oliveira Moreira (Coord.) Adriana Silveira
Alexandre Wagner da Rocha Cludia Behr Valente Elaine Cristiane
Surian Juliana Cardoso Esmeraldino Simone Perroni da Silva
Zigunovas Logstica de Materiais Carlos Eduardo D. da Silva (Coord.)
Abrao do Nascimento Germano Fylippy Margino dos Santos Guilherme
Lentz Pablo Farela da Silveira Rubens Amorim Monitoria e Suporte
Enzo de Oliveira Moreira (Coord.) Anderson da Silveira Anglica
Cristina Gollo Bruno Augusto Zunino Claudia Noemi Nascimento Dbora
Cristina Silveira Fabiano Ceretta (Gerente) Alex Fabiano Wehrle
Mrcia Luz de Oliveira Sheyla Fabiana Batista Guerrer Victor
Henrique M. Ferreira (frica) Gerncia de Marketing Relacionamento
com o Mercado Eliza Bianchini Dallanhol Locks Walter Flix Cardoso
Jnior Gerncia de Produo Arthur Emmanuel F. Silveira (Gerente)
Francini Ferreira Dias Design Visual Pedro Paulo Alves Teixeira
(Coord.) Adriana Ferreira dos Santos Alex Sandro Xavier Alice
Demaria Silva Anne Cristyne Pereira Diogo Rafael da Silva Edison
Rodrigo Valim Frederico Trilha Higor Ghisi Luciano Jordana Paula
Schulka Nelson Rosa Patrcia Fragnani de Morais Multimdia Srgio
Giron (Coord.) Cristiano Neri Gonalves Ribeiro Dandara Lemos
Reynaldo Fernando Gustav Soares Lima Srgio Freitas Flores Portal
Rafael Pessi (Coord.) Luiz Felipe Buchmann Figueiredo Comunicao
Marcelo Barcelos Andreia Drewes e-OLA Carla Fabiana F. Raimundo
(Coord.) Vinicius Ritta de Moura Produo Industrial Francisco Asp
(Coord.) Ana Paula Pereira Marcelo Bittencourt Gerncia Servio de
Ateno Integral ao Acadmico James Marcel Silva Ribeiro (Gerente)
Atendimento Maria Isabel Aragon (Coord.) Andiara Clara Ferreira
Andr Luiz Portes Bruno Ataide Martins Holdrin Milet Brandao Jennier
Camargo Maurcio dos Santos Augusto Maycon de Sousa Candido Sabrina
Mari Kawano Gonalves Vanessa Trindade Orivaldo Carli da Silva
Junior Estgio Jonatas Collao de Souza (Coord.) Juliana Cardoso da
Silva Micheli Maria Lino de Medeiros Priscilla Geovana Pagani
Prouni Tatiane Crestani Trentin (Coord.) Gisele Terezinha Cardoso
Ferreira Scheila Cristina Martins Taize Muller
3. Andr Lus da Silva Leite Anlise Microeconmica Livro didtico
Design instrucional Marina Melhado Gomes da Silva Alvaro Roberto
Dias 3 edio revista e atualizada Palhoa UnisulVirtual 2011
4. Copyright UnisulVirtual 2011 Nenhuma parte desta publicao
pode ser reproduzida por qualquer meio sem a prvia autorizao desta
instituio. Edio Livro Didtico Professor Conteudista Andr Lus da
Silva Leite Design Instrucional Leandro Kingeski Pacheco Marina
Melhado Gomes da Silva Alvaro Roberto Dias ISBN 978-85-7817-042-4
Projeto Grfico e Capa Equipe UnisulVirtual Diagramao Adriana
Ferreira dos Santos Frederico Trilha (3 ed. rev. e atualizada)
Reviso e atualizao de contedo Valdemar Hahn Junior 338.5 L55 Leite,
Andr Lus da Silva Anlise microeconmica : livro didtico / Andr Lus
da Silva Leite ; reviso e atualizao de contedo Valdemar Hahn Jnior
; design instrucional Leandro Kingeski Pacheco, Marina Melhado
Gomes da Silva, Alvaro Roberto Dias. 3. ed., rev. e atual. Palhoa :
UnisulVirtual, 2011. 149 p. : il. ; 28 cm. Inclui bibliografia.
ISBN 978-85-7817-042-4 1. Microeconomia. 2. Monoplios. 3.
Oligoplios. I. Hahn Jnior, Valdemar. II. Pacheco, Leandro Kingeski.
III. Silva, Marina Melhado Gomes da. IV. Dias, Alvaro Roberto. V.
Ttulo. Ficha catalogrfica elaborada pela Biblioteca Universitria da
Unisul
6. Apresentao Este livro didtico corresponde disciplina Anlise
Microeconmica. O material foi elaborado visando a uma aprendizagem
autnoma e aborda contedos especialmente selecionados e relacionados
sua rea de formao. Ao adotar uma linguagem didtica e dialgica,
objetivamos facilitar seu estudo a distncia, proporcionando condies
favorveis s mltiplas interaes e a um aprendizado contextualizado e
eficaz. Lembre-se que sua caminhada, nesta disciplina, ser
acompanhada e monitorada constantemente pelo Sistema Tutorial da
UnisulVirtual, por isso a distncia fica caracterizada somente na
modalidade de ensino que voc optou para sua formao, pois na relao
de aprendizagem professores e instituio estaro sempre conectados
com voc. Ento, sempre que sentir necessidade entre em contato; voc
tem disposio diversas ferramentas e canais de acesso tais como:
telefone, e-mail e o Espao Unisul Virtual de Aprendizagem, que o
canal mais recomendado, pois tudo o que for enviado e recebido fica
registrado para seu maior controle e comodidade. Nossa equipe
tcnica e pedaggica ter o maior prazer em lhe atender, pois sua
aprendizagem o nosso principal objetivo. Bom estudo e sucesso!
Equipe UnisulVirtual. 7
7. Palavras do professor A economia o espao onde ocorrem as
decises estratgicas que nos afetam diretamente. Variveis, tais como
a taxa de juros, taxa de cmbio, polticas econmicas do governo, tm
relao direta com o nosso cotidiano. O estudo da economia dividido
em duas partes: a microeconomia (objeto deste livro didtico) e a
macroeconomia (a ser tratada na disciplina Anlise Macroeconmica ).
A microeconomia diz respeito aos elementos especficos ao
comportamento dos consumidores, das empresas e dos mercados,
tratados em nvel individual. J a macroeconomia trata dos elementos
de maior escopo, como as taxas de juros, a gesto da economia pelo
Estado, a moeda, entre outros. A leitura deste livro didtico
mostrar a voc os principais elementos da microeconomia. Ou seja, o
modo como os mercados funcionam e, principalmente, como os preos so
formados nos diferentes tipos de mercados. Sem pretenso de esgotar
o assunto, sero apresentados temas importantes para o
desenvolvimento do seu trabalho, tanto em nvel acadmico quanto
profissional. Espero que todos tenham um bom proveito do contedo
selecionado. Prof. Andr Lus da Silva Leite, Dr.
8. Plano de estudo O plano de estudos visa a orient-lo no
desenvolvimento da disciplina. Ele possui elementos que o ajudaro a
conhecer o contexto da disciplina e a organizar o seu tempo de
estudos. O processo de ensino e aprendizagem na UnisulVirtual leva
em conta instrumentos que se articulam e se complementam, portanto,
a construo de competncias se d sobre a articulao de metodologias e
por meio das diversas formas de ao/mediao. So elementos desse
processo: o livro didtico; o Espao UnisulVirtual de Aprendizagem
(EVA); as atividades de avaliao (a distncia, presenciais e de
autoavaliao); o Sistema Tutorial Ementa Teoria da demanda e da
oferta: elasticidade. Teoria da firma: custos de produo. Estruturas
de mercado e o processo de formao de preos. Concorrncia:
competitividade e padro de concorrncia.
9. Universidade do Sul de Santa Catarina Objetivos Gerais:
Fornecer ao estudante uma ferramenta til vida acadmica e
profissional. Na universidade, a disciplina permite que sejam
entendidos elementos bsicos de economia e o modo de funcionamentos
dos mercados. Na vida profissional, d ao estudante condies de
observar, analisar, resolver e compreender problemas enfrentados no
cotidiano das empresas. Especficos: Identificar os diversos tipos
de mercados. Conhecer os processos de formao de preo nos diversos
tipos de mercado. Analisar uma empresa dentro do seu respectivo
mercado e no contexto da economia como um todo. Analisar o ambiente
externo empresa. Carga Horria A carga horria total da disciplina 60
horas-aula, 4 crditos, incluindo o processo de avaliao. Contedo
programtico/objetivos Os objetivos de cada unidade definem o
conjunto de conhecimentos que voc dever deter para o
desenvolvimento de habilidades e competncias necessrias sua formao.
Neste sentido, veja a seguir as unidades que compem o Livro didtico
desta disciplina, bem como os seus respectivos objetivos. Unidades
de estudo: 7 12
10. Anlise Microeconmica Unidade 1- Introduo economia Esta
unidade apresenta os elementos bsicos que compem o estudo da cincia
econmica. A unidade apresenta a razo do surgimento da economia, os
agentes bsicos de um sistema econmico e as perguntas a que a teoria
visa responder. Unidade 2 - Demanda, oferta e elasticidade Esta
unidade visa discutir o modo de funcionamento dos mercados. Para
tanto, primeiramente alguns conceitos fundamentais so descritos. Em
seguida, so abordados os conceitos de demanda e oferta e o processo
de formao de preos. Por fim, apresenta-se o conceito e as aplicaes
de elasticidadepreo da demanda. Unidade 3 - Custos de produo Esta
unidade trata dos custos de produo. Ao trmino desta unidade, o(a)
estudante ter subsdios para analisar custos como uma importante
ferramenta de tomada de decises empresariais. Unidade 4 -
Concorrncia perfeita e eficincia econmica Esta unidade apresenta o
modelo de concorrncia perfeita. Este um modelo terico que permite
analisar um mercado sem as imperfeies inerentes (estas podem ser,
por exemplo, a formao de cartel, o acesso privilegiado a informaes,
a concorrncia desleal, etc.). um modelo muito utilizado,
principalmente para fins de polticas pblicas. Unidade 5 - Monoplio
Esta unidade discute o conceito de monoplio, que significa um
mercado no qual h apenas uma empresa que oferece o produto. Ao
longo deste texto, ser possvel observar que o monoplio socialmente
ineficiente. Entretanto h situaes nas quais o monoplio o melhor
meio de produzir certos bens e servios. 13
11. Universidade do Sul de Santa Catarina Unidade 6 -
Concorrncia Monopolista e Oligoplio Esta unidade apresenta duas
estruturas de mercado: a concorrncia monopolista e o oligoplio.
Nela sero apresentados elementos de significativa importncia para o
entendimento do processo de concorrncia, como a interdependncia
entre as empresas, as barreiras entrada e os modelos bsicos de
oligoplio que explicam o processo de formao de preos nestes
mercados. Unidade 7 - Anlise Estrutural da Indstria Nesta unidade,
apresenta-se o modelo das cinco foras competitivas, tambm conhecido
como modelo de Porter. Este modelo utiliza elementos estudados nas
unidades anteriores para se analisar e compreender o posicionamento
competitivo de uma empresa e/ou indstria em certo momento. 14
12. Anlise Microeconmica Agenda de atividades/ Cronograma
Verifique com ateno o EVA, organize-se para acessar periodicamente
a sala da disciplina. O sucesso nos seus estudos depende da
priorizao do tempo para a leitura, da realizao de anlises e snteses
do contedo e da interao com os seus colegas e tutor. No perca os
prazos das atividades. Registre no espao a seguir as datas com base
no cronograma da disciplina disponibilizado no EVA. Use o quadro
para agendar e programar as atividades relativas ao desenvolvimento
da disciplina. Atividades obrigatrias Demais atividades (registro
pessoal) 15
13. Universidade do Sul de Santa Catarina 16
14. unidade 1 Introduo economia Objetivos de aprendizagem
Compreender a razo do estudo da economia. Sees de estudo Seo 1
Introduo economia Seo 2 Os setores econmicos Seo 3 O sistema
econmico e as trocas 1
15. Universidade do Sul de Santa Catarina Para incio de estudo
Esta unidade visa especificamente a apresentar ao estudante a
importncia do estudo da economia. Nela, constam a razo do
surgimento da cincia econmica e o problema central que a teoria
econmica tem por objetivo resolver. Bom estudo! Seo 1 - Introduo
economia Voc j notou que h muita influncia do ambiente econmico,
nacional e internacional, em suas finanas pessoais? Pense, por
exemplo, na compra de um carro. De acordo com seu oramento, voc
pesquisa o preo de diferentes automveis, as taxas de juros dos
financiamentos, as vantagens oferecidas pelas concessionrias, etc.
Sendo assim, verdadeiro dizer que a sua deciso sobre a compra do
carro depende de diversos fatores econmicos. Assim como voc, as
empresas tambm so influenciadas pelo ambiente econmico. E por isto
que o entendimento da economia torna-se numa ferramenta importante
para os administradores de empresas, contadores e demais
profissionais ligados ao mundo dos negcios. Diversos fenmenos
relevantes nas reas de marketing, finanas e administrao geral,
entre outras, tm sua fundamentao na teoria econmica. 1.1 A definio
de economia Em poucas palavras, economia pode ser definida como uma
cincia que estuda a atividade produtiva. Focaliza estritamente os
problemas referentes ao uso mais eficiente de recursos materiais
escassos para a produo de bens; estuda as variaes e combinaes na
alocao dos fatores de produo (terra, capital, trabalho,
tecnologia), na distribuio de renda, na oferta e procura e nos
preos das mercadorias. (SANDRONI, 1998). 18
16. Anlise Microeconmica Todos ns participamos do sistema
econmico do pas, consumindo, hoje, bens e servios, ou poupando
parte de nossa renda para consumirmos no futuro. De modo geral,
pode-se afirmar que um paradoxo induz o estudo da economia. Este
paradoxo representado pelo fato de os recursos de produo serem
limitados e as necessidades humanas ilimitadas. A natureza dos
problemas econmicos reside na constatao de que os recursos de que a
coletividade dispe para a satisfao das necessidades das pessoas so
limitados. Em compensao, as necessidades do ser humano no tm
limite. Em outras palavras, as pessoas precisam de certos bens
(roupas, alimentos, casa para morar, automvel) e servios (educao,
lazer, sade) que so escassos, isto , existem em quantidades
limitadas. J as aspiraes humanas so relativamente ilimitadas,
superando o volume de bens e servios disponveis para a satisfao
desses desejos. No verdade que queremos cada vez mais e mais?
Recursos Escassos x Necessidades Ilimitadas A atividade econmica em
uma sociedade realizada com o propsito de produzir bens e servios
que se destinem satisfao das necessidades individuais ou coletivas
de seus membros. Entretanto, em razo da prpria natureza do ser
humano, suas necessidades se ampliam continuamente, aumentando, em
consequncia, as exigncias do consumo. Um nmero cada vez maior de
pessoas procura bens e servios que atendam suas necessidades de
lazer, educao, transportes coletivos, etc. Mesmo para as
necessidades puramente biolgicas, surgem novos desejos. As pessoas
j no se satisfazem em aplacar sua sede bebendo apenas gua. Quando
possvel, recorrem a refrigerantes ou a outras bebidas mais
sofisticadas. Assim, pode-se dizer que, de modo geral, as
necessidades humanas so ilimitadas e os recursos para supri-las so
escassos. (SILVA, Csar R. L.; LUIZ, Sinclayr, 1996). Unidade 1
19
17. Universidade do Sul de Santa Catarina Qual o problema
fundamental da Cincia Econmica? Como voc percebeu, o problema
fundamental da economia a escassez. Como os recursos ou fatores de
produo -- capital, terra, trabalho, capacidade empresarial e
tecnologia -- so escassos, no podemos ter tudo o que desejamos ao
mesmo tempo -- preciso escolher entre os bens e servios que sero
produzidos e oferecidos coletividade. Assim, de acordo com os
professores Troster e Mochn (1999, p.5), A economia estuda a
maneira como se administram os recursos escassos, com o objetivo de
produzir bens e servios e distribu-los para seu consumo entre os
membros da sociedade. possvel dividir o estudo da economia em
partes? Sim, o estudo da economia dividido em duas grandes partes:
a microeconomia e a macroeconomia, as quais podem ser definidas da
seguinte forma: A microeconomia: a rea que se ocupa com a anlise do
comportamento individual dos agentes econmicos, ou seja, das
empresas e dos consumidores. Quando voc assiste na tev a uma
reportagem sobre o aumento da gasolina ou sobre a reao dos
consumidores em relao a este aumento, eis um exemplo de evento
microeconmico; 20 A macroeconomia: rea da economia que se ocupa com
o funcionamento da economia como um todo. Seu objetivo principal
entender como se administra o nvel de atividade econmica de um
determinado pas. Assim, variveis como inflao, PIB, taxa de juros so
tpicas variveis macroeconmicas. O principal motivo pelo qual se
estuda economia pode ser traduzido na seguinte relao:
18. Anlise Microeconmica Fatores de produo escassos versus
necessidades ilimitadas Isto implica a existncia de quatro questes
fundamentais: O que produzir? Quanto produzir? Como produzir? Para
quem produzir? Como responder estas questes? A resposta para estas
questes fundamentais da economia, como voc aprender com mais
detalhes na prxima unidade, depende do sistema econmico, ou seja,
se estamos numa economia capitalista ou de mercado; ou se estamos
numa economia socialista ou planificada. Seo 2 - Os setores
econmicos Os agentes econmicos (famlias ou pessoas, empresas e o
governo) podem ser agrupados em trs grandes setores: Setor primrio:
refere-se s atividades prximas dos recursos naturais, como por
exemplo, a atividade agrcola ou agroindustrial, a atividade
pesqueira, pecuria, etc.; Setor secundrio: refere-se atividade
industrial. na indstria que as matrias-primas so transformadas em
bens. Exemplos: indstrias e a construo civil; Setor tercirio:
refere-se aos servios, ou seja, satisfao das necessidades de
servios que no se transformam em algo material. Servios de sade, de
transporte, de educao, de turismo, entre outros. Hoje em dia, em
diversos pases, incluindo o Brasil, o setor que mais cresce e que
mais emprega. Unidade 1 21
19. Universidade do Sul de Santa Catarina Os fatores de produo
A atividade econmica, por meio da produo de bens e servios, visa a
satisfazer as necessidades humanas. E a produo destes bens e
servios, numa economia de mercado, realiza-se nas diversas
empresas. E cada uma delas emprega fatores de produo. Assim, para
ofertar bens ou servios, as empresas precisam adquirir fatores de
produo. Fatores de produo so os elementos que as empresas utilizam
para produzir um determinado bem ou servio. So divididos em cinco
grandes grupos: 22 Recursos Naturais: formado pelo espao fsico,
pela gua e pelas matrias-primas em geral. Por exemplo, uma fazenda
utiliza bastante espao fsico para sua produo; Capital: so as
mquinas, equipamentos e instalaes empregados na produo. Podem ser
tratores, computadores, etc. Muitas empresas trabalham com um nmero
grande de mquinas nas linhas de produo; Trabalho: refere-se aos
servios das pessoas empregadas na produo, como o operrio, o
gerente, etc. So os trabalhadores que operaro as mquinas e
transformaro a matria-prima. Tecnologia: a tecnologia compreende o
estudo das tcnicas. Todo e qualquer trabalho desenvolvido requer
uma determinada maneira para a sua execuo, e a tcnica a maneira
correta de executar uma tarefa (know-how: saber como); Capacidade
Empresarial: compreende uma viso muito clara das oportunidades de
investimento, das possibilidades de financiamento da produo, da
obteno e utilizao adequada dos fatores de produo e, principalmente,
da organizao e coordenao eficiente das operaes.
20. Anlise Microeconmica A remunerao dos fatores de produo Voc
j deve ter ouvido falar num famoso ditado popular que diz: nem
relgio trabalha de graa. Assim, cada um dos fatores de produo, ou
melhor, seus proprietrios, mencionados anteriormente, devem receber
uma renda pela sua utilizao. Deste modo, a renda: Da terra o
aluguel; Do capital o lucro (quando o capitalista constitui uma
empresa) ou o juro (quando ele emprega dinheiro); Do trabalho o
salrio. Um agente econmico qualquer entidade que pertence a um
determinado sistema econmico e atua nele. Pode ser uma pessoa,
tomada individualmente, ou uma pessoa coletiva (empresa,
cooperativa, rgo governamental, etc.). Os agentes econminos so as
famlias (que tm o objetivo de satisfazer suas necessidades), as
empresas (que tm o objetivo de maximizar seus lucros) e o Governo
(que tem o objetivo de ampliar o bem-estar social). A funo de todos
os agentes econmicos fomentar a circulao de bens e servios
necessrios satisfao das necesidades dos consumidores, contribuindo
para a gerao de renda e emprego. As empresas Nas sociedades
modernas, as empresas produzem e oferecem praticamente a totalidade
dos bens e servios, como o po, os automveis, os sapatos, os servios
de turismo e assim por diante. Como os economistas definem o que
uma empresa? Unidade 1 23
21. Universidade do Sul de Santa Catarina A empresa a unidade
de produo bsica. Ela contrata trabalho e compra fatores com o fim
de produzir e vender bens e servios e, ao final do processo,
auferir lucro. Nas sociedades primitivas, a produo era individual e
artesanal. Hoje, as empresas so as maiores responsveis pela produo,
j que s elas so capazes de obter as vantagens da produo em massa.
Somente as empresas podem reunir grandes quantidades de recursos
financeiros e fsicos necessrios para construir as instalaes e os
equipamentos que a atualidade exige. Alm disso, somente as empresas
tm capacidade de organizar os complexos processos de produo e
distribuio exigidos pela sociedade moderna. O financiamento das
empresas pode ser obtido atravs de autofinanciamento ou
financiamento externo. Ou seja: elas podem se financiar com seu
prprio capital ou tomar emprstimos juntos aos bancos. Voc conhece
as definies de emprstimo e de financiamento? Os emprstimos so
recursos obtidos com o compromisso de devoluo, ao fim de um
determinado perodo, mediante remunerao (pagamento de juros). O
financiamento difere do emprstimo, porque tais recursos obtidos
esto vinculados venda de um bem ou servio. As famlias ou indivduos
As famlias ou as pessoas tm basicamente duas funes no sistema
econmico: 24 Oferecer seus fatores de produo, isto , trabalho e
capital s empresas; Consumir os bens e servios postos a sua
disposio. No entanto o consumo restrito pelo oramento de que
dispem.
22. Anlise Microeconmica O setor pblico O Governo um importante
agente da economia. Afinal, ele o maior responsvel pelos rumos
econmicos de uma nao. H pelo menos trs nveis de governo, que
devemos destacar: A administrao local, ou seja, as prefeituras; As
administraes estaduais; A administrao central, ou seja, o Governo
Federal e seus ministrios. O setor pblico responsvel pelo
fornecimento dos chamados bens pblicos. Bens pblicos so bens
proporcionados a todas as pessoas a um custo que igual ao necessrio
para o fornecimento a uma s pessoa. (MANKIW, 1999). A defesa
nacional um bem pblico. Caso uma nao declare guerra ao Brasil,
todos os cidados brasileiros tero direito defesa nacional. Por esta
caracterstica, os bens pblicos s podem ser providos pelo Estado. H,
ainda, uma outra atribuio importante do governo, no que diz
respeito ao sistema econmico. O setor pblico responsvel por
estabelecer um marco jurdicoinstitucional no qual se desenvolve a
atividade econmica, sendo, tambm, responsvel pelo estabelecimento
da poltica econmica. Sistema econmico Agora que voc j sabe quem so
os agentes econmicos, podemos definir sistema econmico. Unidade 1
25
23. Universidade do Sul de Santa Catarina Sistema econmico o
conjunto de relaes tcnicas, bsicas e institucionais que
caracterizam a organizao econmica de uma sociedade. TECNO RN T C T
= Trabalho LOGIA C = K = Capital RN = Recursos Naturais Fatores de
Produo ORGANIZAO DA PRODUO UNIDADES PRODUTIVAS - Indivduo - Famlia
- Empresa RENDAS - Salrios - Lucros - Juros - Renda dos RN APARELHO
PRODUTIVO - Primrio - Secundrio - Tercirio N O F I U E O L F L A M
R X L U X O N A L DEMANDA Figura 1 Sistema Econmico Simplificado.
Fonte: SILVA, 1983, p. 90. 26 PRODUTIVOS ou SERVIOS - Consumo -
Capital - Intermedirio MERCADO OFERTA
24. Anlise Microeconmica Assim, conforme foi apresentado nesta
unidade, o sistema econmico deve responder a quatro questes bsicas.
O que produzir? Quanto produzir? Dos bens que vamos produzir,
quanto devemos produzir de cada um? Como produzir? Devemos produzir
mais estradas ou mais hospitais? Quais tcnicas e ferramentas sero
utilizadas na produo? Para quem produzir? Como a produo vai ser
distribuda entre os diferentes agentes da economia? Quem, afinal,
responde a estas perguntas? Para respondermos a estas perguntas,
devemos nos voltar um pouco para a histria da organizao econmica.
Basicamente, podemos dizer que h dois tipos de organizao da
economia de um pas ou nao. Capitalismo ou Economia de mercado
Socialismo ou Economia planificada Capitalismo ou Economia de
mercado No capitalismo, a economia funciona de forma livre, ou
seja, cada um livre para escolher o que produzir e em qual
quantidade, assumindo os riscos por isto. Diz-se que este sistema
caracterizado pela livre iniciativa. Na unidade 5, falaremos de
mercado e voc aprender como ele funciona. Unidade 1 27
25. Universidade do Sul de Santa Catarina Socialismo ou
Economia planificada No socialismo, quem responde s questes
essenciais da economia o Estado. Por isto diz-se que uma economia
socialista uma economia planificada: ela necessita do Planejamento
Estatal. Este sistema , justamente, o contrrio da economia de
mercado, j que as decises so tomadas de forma centralizada na
agncia de planejamento do governo. Neste caso, as famlias no detm
os fatores de produo. Estes pertencem coletividade, ou seja, ao
governo. Seo 3 - O sistema econmico e as trocas Nesta seo, voc
estudar uma atividade que de suma importncia para os sistemas
econmicos modernos: as trocas. Para entender melhor como elas
acontecem, vamos imaginar uma pessoa que more sozinha numa ilha.
Esta pessoa deve ser capaz de produzir, sozinha, tudo aquilo que
necessita. E, obviamente, seu consumo est restrito aos recursos que
a ilha lhe oferece e sua capacidade de transformao destes recursos,
ou seja, o seu conhecimento. Agora, numa sociedade moderna como a
nossa, voc j deve ter percebido que isto impossvel. E, justamente,
podemos dizer que nossa sociedade moderna devido a um conceito
criado pelo primeiro economista da histria moderna, o escocs Adam
Smith, em 1776. Em seu livro A Riqueza das Naes, Smith nos conta
uma fbula, conhecida como a fbula dos alfinetes. Nesta fbula, Smith
imagina que a produo de alfinetes pode-se dar de duas formas: de
forma artesanal e de forma industrial. 28
26. Anlise Microeconmica Na forma artesanal, um nico
trabalhador, de forma artesanal, produziria, ao final de um dia, no
mximo 20 alfinetes. J, na produo industrial, Adam Smith argumenta
que, como a fabricao de alfinetes dividida em diferentes operaes,
ento 10 operrios conseguiam fabricar, na Inglaterra de dois sculos
atrs, mais de 48.000 alfinetes em um nico dia de trabalho. Por que
o nmero de trabalhadores aumentou 10 vezes e a produo aumentou
2.400 vezes? A resposta um fenmeno chamado Especializao. Com 10
operrios especialistas, cada um pode se especializar numa
determinada operao especfica do processo produtivo, e,
consequentemente, aumentar a produtividade diria. A especializao
permite, tambm, que cada pessoa procure um trabalho ou uma ocupao
na qual seja mais produtiva. Mas voc deve notar que, no exemplo
citado anteriormente, o da pessoa que mora sozinha em uma ilha, ela
no pode ser uma especialista, afinal ela vive sozinha e todos os
bens e servios que consome so originados do seu prprio trabalho. J,
nas economias modernas, a especializao nos permite concentrar
nossos esforos em um determinado ramo de atividade. Mas, se ao
mesmo tempo, temos de ser especialistas, ento s produziremos uma
parte dos bens e servios que necessitamos. Da a importncia das
trocas no sistema econmico. Imaginemos duas pessoas: um alfaiate e
um agricultor. O alfaiate se especializou na produo de peas de
roupa, enquanto o agricultor se especializou na produo de verduras.
Desta forma, cada um mais produtivo naquela atividade que sabe
fazer. Mas, como o alfaiate precisa se alimentar e o agricultor
precisa se vestir, eles podem ento promover uma troca de produtos.
Unidade 1 29
27. Universidade do Sul de Santa Catarina Atividades de
autoavaliao Atividades de autoavaliao 1) Refletindo sobre o que voc
aprendeu no estudo desta unidade, explique, a seguir, por que
importante entender a questo da escassez? 2) Quem so os agentes
econmicos, como esto agrupados e qual a importncia de cada um para
o sistema econmico? 30
28. Anlise Microeconmica Sntese Nesta unidade, voc efetuou
estudos sobre a economia e sua importncia, principalmente porque
diz respeito administrao dos recursos escassos e das necessidades
ilimitadas do ser humano. Tambm nesta unidade, voc aprendeu quem so
os principais agentes econmicos e o seu papel no sistema. Voc
estudou, tambm, a maneira como funciona o sistema econmico em que
vivemos e leu a famosa fbula dos alfinetes, que mostra a importncia
da especializao para a economia moderna e sofisticada. Na prxima
unidade, voc comear a entender como funcionam os mercados. Saiba
mais Para aprofundar seu conhecimento sobre o que foi estudado
nesta unidade, voc poder ler as seguintes obras: MANKIW, N.G.
Introduo economia. Rio de Janeiro: Campus, 1999. SILVA, Csar R. L.
& LUIZ, Sinclayr. Economia e mercados: introduo economia. So
Paulo: Saraiva, 1996. TROSTER, Roberto & MOCHON, Francisco.
Introduo economia. So Paulo: Makron Books, 1999. Unidade 1 31
29. unidade 2 Demanda, oferta e elasticidade Objetivos de
aprendizagem Discutir o modo de funcionamento dos mercados.
Apresentar a lei da demanda e da oferta. Definir elasticidade-preo
da demanda. Sees de estudo Seo 1 Conceitos bsicos Seo 2 Demanda e
oferta: analisando os mercados Seo 3 Equilbrio de mercado Seo 4
Elasticidade - preo da demanda 2
30. Universidade do Sul de Santa Catarina Para incio de estudo
Nesta unidade, voc estudar a teoria elementar dos mercados. De um
modo geral, esta teoria discute a maneira como os mercados
funcionam, ou seja, como , na prtica, a lei da demanda e da oferta.
Tambm objeto de estudo desta unidade o conceito de elasticidade.
Por motivos didticos, no possvel abordar cada mercado em particular
e suas peculiaridades. Porm, como voc ver, a teoria aplicvel a
qualquer mercado. Seo 1 - Conceitos bsicos A seguir, voc estudar
alguns conceitos que so bsicos nesta disciplina, como mercado e
empresa ou firma. Estes conceitos so importantes para a melhor
compreenso da disciplina e dos temas discutidos nesta e nas
unidades seguintes. Acompanhe! Mercado H vrias definies para
mercado. Em sentido geral, o termo designa um grupo de compradores
e vendedores que esto em contato suficientemente prximo para que as
trocas entre eles afetem as condies de compra e venda dos demais.
Um mercado existe, quando compradores que pretendem trocar dinheiro
por bens e servios esto em contato com vendedores desses mesmos
bens e servios. Assim, o mercado pode ser entendido como o local,
terico ou no, do encontro regular entre compradores e vendedores de
uma determinada economia. Empresa ou Firma Os economistas, por
tradio, costumam se referir s empresas utilizando o termo firma. No
linguajar dos economistas, estas aparecem como sinnimos.
Similarmente definio de mercado, tambm h vrias definies possveis
para firma. 34
31. Anlise Microeconmica De uma forma mais complexa, empresa um
dos regimes de produo, onde um empresrio, por meio de contratos,
utiliza os fatores de produo sob sua responsabilidade a fim de
obter uma finalidade, vend-la no mercado e tirar, da diferena entre
o custo de produo e o preo de venda, o maior proveito monetrio
possvel. (ANTUNES,1964 apud FARINA, 2005). Para Williamson (1996),
a firma uma estrutura de governana. Neste caso, o autor quis
enfatizar a ideia de que a firma autnoma e tem capacidade de tomar
decises. Outra definio, esta de sentido mais tcnico, diz que a
firma uma funo de produo, uma sinergia tecnolgica que explora
economias de escala e escopo. (TIROLE, 1988). Grossman e Hart
(1986), numa definio mais jurdica, destacam que uma firma um nexo
de contratos incompletos de longo prazo. Ao usar o termo contratos
incompletos, os autores querem assinalar que impossvel um contrato
ser completo, ou seja, que um contrato contenha todos os elementos
possveis em um negcio. Afinal, diversos fatos imprevisveis podem
ocorrer ao longo da vigncia de um contrato. Seo 2 - Demanda e
Oferta: analisando os mercados A anlise da demanda e oferta ou lei
da demanda e da oferta um importante instrumento para se
compreender a realidade de mercados e da determinao de preos nos
diversos tipos de mercado. A correta anlise da demanda e da oferta
em um mercado permite, dentre outras coisas, a compreenso e a
previso de como as variaes na conjuntura econmica nacional e
internacional podem afetar o preo de mercado e a produo. Demanda A
lei da demanda visa a identificar os vrios fatores que afetam a
deciso de compra dos consumidores. Podemos, ento, definir demanda
individual como sendo a quantidade de um determinado Unidade 2
35
32. Universidade do Sul de Santa Catarina produto ou servio que
o consumidor deseja adquirir em certo perodo de tempo. Importante
salientar que demanda desejo de comprar, e no a realizao da compra.
Alm disto, demanda um fluxo por unidade de tempo. Ou seja: a
demanda refere-se ao desejo de comprar certa quantidade de um bem
em um dado perodo. A teoria da demanda derivada de hipteses da
teoria do consumidor. Parte-se do pressuposto de que o consumidor
tenha oramento limitado e acesso a uma determinada cesta de
produtos, assim a teoria da demanda visa a explicar as
possibilidades de escolha do consumidor. O consumidor far escolhas
com seu oramento limitado e tentar alcanar a melhor combinao de
bens e servios consumidos, ou seja, aquela que lhe trar maior nvel
de satisfao. como: A demanda de um produto depende de muitos
fatores, tais as preferncias e gosto dos consumidores; preo do
produto em questo; preo de produtos relacionados; a renda do
consumidor; a distribuio de renda; a disponibilidade de crdito; as
polticas governamentais direcionadas para o consumo, como impostos
e subsdios. Porm a teoria da demanda costuma apresentar quatro
determinantes da demanda individual, visando simplificao: 1. o preo
do prprio bem; 2. o preo de bens relacionados; 3. a renda do
consumidor; e 4. o gosto ou preferncia do consumidor. 36
33. Anlise Microeconmica 2.1 Variveis que afetam a demanda Preo
do prprio bem importante notar que o preo do prprio bem a varivel
principal na nossa anlise. A lei geral da demanda mostra que h uma
relao negativa entre o preo do prprio bem e a quantidade demandada
deste mesmo bem. Quando o preo cai, os consumidores tendem a
aumentar seu desejo de comprlo. Isso acontece, pois, supondo que
todas as outras variveis permaneam constantes, o indivduo fica
relativamente mais rico, quando o preo de um bem diminui. E, quando
o preo (P) de um bem aumenta, a quantidade demandada (Qd) diminui.
Por outro lado, quando o preo de um bem diminui, sua quantidade
demandada aumenta. Esta hiptese j foi testada para diversas situaes
e, embora sofra limitaes, tende a mostrar a realidade da demanda em
diferentes mercados. Assim, possvel demonstrar estas variveis em um
grfico. Na figura 1, a seguir, est a curva de demanda, que mostra a
relao negativa entre o preo do prprio bem e a quantidade que os
consumidores esto dispostos a demandar em um certo momento no
tempo, com tudo o mais permanecendo constante. Preo ($) D
Quantidade do produto Figura 1 Curva de demanda Unidade 2 37
34. Universidade do Sul de Santa Catarina Vamos analisar um
exemplo do mercado de milho, como nos mostra a seguir a tabela 1.
possvel notar que, medida que o preo diminui de $12 para $1, a
quantidade demandada aumenta. Isto porque a sociedade comprar mais
milho, quando o preo estiver menor. Preo ($) Diante dos objetivos
deste texto, no nos preocuparemos em estimar as curvas de demanda.
Porm, com uma srie histrica de dados e um pouco de conhecimento de
estatstica, fcil estim-las Aplicao da Equao de Regresso Linear ( =
a + bx). Este contedo explorado na disciplina Estatstica.
Quantidade Demandada (milhares de sacas) 12,00 10,00 7,00 5,00 4,00
2,00 1,00 6 10 16 20 22 26 28 Tabela 1 Demanda do Mercado de Milho
A relao expressa na curva de demanda tambm pode ser expressa por
meio da funo de demanda. Neste caso, a funo teria a seguinte forma:
qd (p) = a - bp Note que o sinal negativo mostra a relao inversa
entre quantidade demandada (qd) e preo (p). Para o exemplo do
milho, a equao qd = 30 2 p. Voltaremos a esta equao mais adiante.
Preo de bens relacionados A demanda de um produto tambm
influenciada pelo preo de bens relacionados. Assim, temos duas
situaes: 1) Bens substitutos Bens substitutos so aqueles cujo
consumo de um substitui o do outro. Por exemplo, carne de frango e
carne bovina ou viajar de avio e viajar de trem. Vamos supor, por
exemplo, o mercado de transporte areo entre as cidades A e B. Caso
o preo das passagens de nibus aumente, aumentar a demanda por
viagens areas entre as duas cidades. 38
35. Anlise Microeconmica Este fenmeno pode ser observado,
analisando a figura 2. Com o aumento do preo das tarifas de nibus,
a demanda por passagens areas aumentou, deslocando-se de D para D.
Figura 2 - Demanda por passagens areas Importante: Note que a curva
de demanda se deslocou. As variveis preo e quantidade so variveis
determinadas dentro do mercado. Mas outras variveis, como o preo de
bens relacionados e a renda, so determinadas fora do mercado, por
isto exercem influncia sobre ele. Isto representado por meio do
deslocamento da curva de demanda, como se pode ver na figura 2. 2)
Bens complementares Bens complementares so bens consumidos
simultaneamente, e o consumo de um determinado bem complementa o do
outro. Por exemplo, automvel e combustvel, e, viagem de avio e
hospedagem em hotis. Neste sentido, suponha que as tarifas de avio
sejam reduzidas. Isso impulsionar o turismo e aumentar a demanda de
leitos de hotel. Assim, como mostrado na figura 3, a demanda de
leitos de hotel se deslocar de D para D. Unidade 2 39
36. Universidade do Sul de Santa Catarina Preo P 2 P 1 D Q Q 1
D 1 2 Quantidade Figura 3 Demanda por leitos de hotel Renda do
consumidor Se a renda do consumidor aumentar, haver um deslocamento
da curva de demanda para a direita, o que significa que ele estar
disposto a consumir mais, ao mesmo preo. De certa forma, todos ns
nos comportamos assim. Por isso, pense em alguns produtos que voc
compraria em maior quantidade, caso o seu chefe lhe oferecesse,
hoje, um belo aumento de salrio. Se os preos dos demais bens da
economia (ou de alguns deles) forem reduzidos, isso ter um efeito
semelhante em uma variao da renda. Mudanas nas preferncias dos
consumidores tambm deslocam a curva de demanda. Por exemplo, uma
campanha do governo contra o fumo deslocar a curva de demanda de
cigarros para baixo (demanda menor). E um dia bem quente desloca a
curva de demanda de sorvetes para a direita (demanda maior). Outras
variveis influenciam a demanda de um bem, como a sazonalidade, a
moda, as propagandas, etc. 40
37. Anlise Microeconmica 2.2 Oferta (O) Na subseo anterior, voc
estudou o que demanda, ou seja, o mercado sob o ponto de vista do
demandante. Nesta, voc analisar a oferta, isto , o mercado do ponto
de vista de quem vende. Para anlise da oferta, voc dever imaginar a
existncia de um mercado com muitas empresas, todas de pequeno
porte. E, que este mercado chamado de competitivo, ou seja, as
empresas no tm capacidade para fixar os preos de seus produtos.
Neste caso, o preo fixado pelo mercado, e as empresas so tomadoras
de preo, isto , praticam o preo determinado pelo mercado. Por que
uma empresa decide ofertar um determinado produto? O que leva uma
empresa a decidir vender ou ofertar um determinado produto a
expectativa de lucro (). Neste sentido, podemos definir lucro como
sendo a remunerao de uma empresa. Geralmente, antes que uma nova
empresa aparea no mercado, o empresrio faz um estudo detalhado
sobre as possibilidades de lucratividade deste novo negcio. Como a
taxa de lucro que induz os empresrios a fazerem novos
investimentos, ento voc pode deduzir que quanto mais alto for o
ganho (lucro) da empresa com um determinado produto, maior ser a
quantidade ofertada. Ou seja: mais empresas vo querer ofertar ou
vender aquele produto. A curva de oferta Assim, a curva de oferta
informa quais quantidades os vendedores estaro dispostos a ofertar
para cada preo fixado pelo mercado. Esta curva um somatrio das
curvas de ofertas das vrias empresas que atuam no mercado e
estabelece a quantidade Unidade 2 41
38. Universidade do Sul de Santa Catarina total que estes
produtores estariam dispostos a oferecer para cada nvel de preo.
Observando a tabela 2, que reproduz aquele mesmo mercado de milho
da subseo anterior, voc pode perceber que, medida que o preo do
milho diminui, tambm diminui o incentivo dos empresrios para
produzir. Logo, a oferta diminui, medida que o preo diminui. E
vice-versa. Preo ($) Quantidade Ofertada (milhares de sacas) 1,00
2,00 4,00 5,00 8,00 10,0 12,00 8 11 17 20 29 35 41 Tabela 2 Oferta
do Mercado de Milho. A relao expressa na tabela 2 mostra a curva de
oferta. Esta relao pode ser expressa por meio da funo de oferta: qo
(p) = a + bp Note que o sinal positivo mostra a relao direta entre
quantidade/oferta (qo) e preo (p). Para o exemplo do milho, a equao
qo (p) = 5 + 3p. Aplicao da Equao de Regresso Linear ( = a + bx).
Este contedo explorado na disciplina Estatstica. 42 Graficamente,
temos a curva de demanda expressa, como na figura 4.
39. Anlise Microeconmica Preo O ($) Quantidade do produto
Figura 4 - A curva de oferta A figura 4 mostra que, caso o preo de
mercado do produto aumente, a quantidade ofertada do produto no
mercado tambm aumentar. Esta proposio conhecida como a lei geral da
oferta. O que a figura 4 apresenta que, medida que o preo de
mercado aumenta, aumenta tambm o incentivo do empresrio a produzir
mais. E vice-versa: medida que o preo diminui, o empresrio tem
menos incentivo para produzir. Existem outros fatores que
influenciam as decises dos empresrios? Vrios fatores influenciam a
oferta, como por exemplo: a tecnologia de produo da empresa; os
preos dos insumos; nmero de concorrentes no mercado; as
expectativas futuras. Unidade 2 43
40. Universidade do Sul de Santa Catarina Seo 3 - Equilbrio de
mercado Agora que voc estudou os conceitos de demanda e oferta,
note como se forma o preo em um mercado. Para isto, analisaremos
novamente o mercado de milho. Preo ($) Quantidade Demandada
(milhares de sacas) Quantidade Ofertada (milhares de sacas) 12,00
10,00 7,00 5,00 4,00 2,00 1,00 6 10 16 20 22 26 28 41 35 29 20 17
11 8 Tabela 3 Demanda e oferta de milho. Note que, ao preo de
$5,00, a quantidade demandada e a quantidade ofertada so iguais
(qd=qo=20). Ou seja: no falta nem sobra produto no mercado. Nesta
situao, dizemos que o mercado est em equilbrio. O equilbrio est
ilustrado na figura 5. O Preo ($ por unidade) Excesso de oferta ^ P
1 P 0 P 2 ^ Escassez de oferta Q0 D Quantidade Figura 5 Equilbrio
de Mercado Conforme a figura 5, quando o preo P0, o mercado est em
equilbrio, pois a quantidade demandada igual quantidade ofertada,
em Q0. importante notar neste momento que o equilbrio de mercado
mostra uma representao esttica do mercado. Porm pode-se afirmar que
os mercados sempre tendem ao equilbrio. 44
41. Anlise Microeconmica Para entender por que os mercados
sempre tendem ao equilbrio, imagine que o preo de mercado seja
igual a P1. Neste caso, observe que a quantidade ofertada
(cruzamento da curva de oferta com a linha horizontal a partir de
P1) maior do que a quantidade demandada. Esta situao denominada de
excesso de oferta ou escassez de demanda. Assim, se h excesso de
oferta ou estoque, a tendncia que o preo caia at P0. Por outro
lado, se o preo de mercado for P2, ento a quantidade demandada ser
maior que a quantidade ofertada. A esta situao denominamos excesso
de demanda ou escassez de oferta. Quando isto ocorre, as empresas
se sentem mais impulsionadas a produzir e o preo aumenta at P0.
Neste sentido, podemos dizer que todo e qualquer mercado sempre
tende ao equilbrio. Ou seja: de um modo ou de outro, o mercado
chega ao preo e quantidade de equilbrio. Matematicamente, o
equilbrio pode ser calculado por meio das equaes de demanda e
oferta. Assim sendo, as equaes de demanda (qd) e de oferta (qo) so
expressas por: qd = 30 - 2p qo = 5 - 3p Para que se obtenha o preo
de equilbrio, basta igualar as duas equaes (lembre-se de que, no
equilbrio, qd=qo). Assim, qd = qo 30 - 2p = 5 + 3p 30 - 5 = 2p + 3p
25 = 5p 25 p= =5 5 Para achar a quantidade de equilbrio, basta
substituir o valor do preo (p) em qualquer uma das equaes, j que,
no equilbrio, elas so iguais. Temos: qd = 30 - 2(5) = 30 - 10 = 20
Unidade 2 45
42. Universidade do Sul de Santa Catarina Os resultados
encontrados de fato so os mesmos resultados da tabela 3. importante
notar que o equilbrio de mercado tal qual representado pela figura
5, mostra um retrato esttico do mercado. Na realidade, os mercados
so dinmicos e sofrem, constantemente, influncia do ambiente
externo, que pode ser o governo, outros mercados, o resto do mundo
e, tambm, eventos imprevisveis, como uma geada, uma guerra, etc.
Assim, vejamos alguns exemplos: a) A figura 6 mostra uma
representao do mercado de soja brasileiro. Primeiramente, o preo de
equilbrio P1 e a quantidade de equilbrio Q1. Assim, vamos supor que
alguns fatores, como clima e quantidade de chuva, contriburam para
que a produo de oferta aumentasse. Ou seja: contriburam para que a
oferta aumentasse o que representado pelo deslocamento da curva de
oferta de O para O1: Figura 6 Modificaes no preo da soja Observe
que o deslocamento da oferta provocou uma reduo no preo (P1 para
P2) e um aumento na quantidade de equilbrio(Q1 para Q2). b) A
figura 7 mostra, inicialmente (D e O), a configurao do mercado de
roupas de inverno. Com a proximidade do inverno, a demanda aumenta
e a curva se desloca (de D para D). Assim, 46
43. Anlise Microeconmica supondo que a oferta permanea
constante, o preo aumenta de P1 para P2 e a quantidade de equilbrio
tambm aumentar de Q1 para Q3. Figura 7 - Mercado de roupas de
inverno c) Na figura 8, que representa o mercado de automveis,
primeiramente ocorre um deslocamento da demanda (D para D). Aps, a
produo aumenta, ou seja, h um deslocamento da curva de oferta (O
para O). Como consequncia, o preo de mercado subiu de P1 para P2, e
a quantidade de equilbrio aumentou de Q1 para Q2. O O 1 D Preo 1 P
2 P 1 D Q 1 Q Quantidade 2 Figura 8 Mercado de automveis Unidade 2
47
44. Universidade do Sul de Santa Catarina Seo 4 Elasticidade -
preo da demanda (Epd) O termo elasticidade muito comum nos estudos
dos economistas. A ideia central do estudo das elasticidades
quantificar as relaes entre duas variveis. Na teoria econmica, h
vrias formas de estudar este conceito, por exemplo, a
elasticidade-cmbio exportao, que relaciona as variveis taxa de
cmbio com as exportaes. Nesta disciplina, estamos preocupados
apenas com a elasticidadepreo da demanda, que tem um papel
importante na anlise da demanda do consumidor e das decises
empresariais. J sabemos que, quando o preo de um bem se reduz, sua
quantidade demandada aumenta. O que a elasticidade-preo da demanda
mostra o quanto a quantidade demandada aumentar. Matematicamente,
elasticidade-preo da demanda expressa por: Epd = % qd p. = %p q qd
p A Epd de grande interesse para as empresas, pois serve de base
para: Poltica de preos; Estratgia de vendas e atendimento dos
objetivos de lucro; Participao no mercado. Ou seja: com base nesta
informao, a empresa pode fazer previses de vendas. Por exemplo, se
um empresrio, produtor de mesas para escritrio, sabe que a
elasticidade-preo da demanda dos produtos que vende igual a -1,5,
caso ele reduza os preos de seus produtos em 10%, utilizando a
frmula, poder aumentar a demanda em 15%. O coeficiente da
elasticidade-preo da demanda negativo (quase sempre negativo, com
raras excees), uma vez que preo e quantidade demandada so
inversamente relacionados: quando o preo se reduz, a quantidade
demandada aumenta, e quando o preo aumenta, a quantidade demandada
cai. 48
45. Anlise Microeconmica Vamos detalhar isto melhor por meio do
estudo das diferentes classificaes. 4.1 Classificaes Demanda
Elstica Dizemos que um bem tem demanda elstica em relao ao preo,
quando o valor da elasticidade-preo da demanda for, em mdulo, maior
do que 1,0. Ou seja: |Epd| > 1. Por exemplo, suponha que um
determinado produto tenha Epd = -1,4. Neste caso, o valor da Epd
mostra a razo entre a variao percentual do preo e a variao
percentual da quantidade demandada. Neste caso, novamente
recorrendo equao, supondo que o preo de mercado deste bem aumente
10%, a quantidade demandada cairia 14%. Ou, caso o preo deste bem
casse 5%, neste caso a quantidade demandada aumentaria, aplicando a
frmula, 7%. Dizemos que, quando a demanda elstica, o consumidor
mais sensvel s variaes no preo do bem. Atente para o fato de que as
variaes percentuais foram proporcionalmente maiores do que as
variaes no preo. Demanda inelstica J, quando um bem tem
elasticidade, em mdulo, menor do que 1, dizemos que este bem tem
demanda inelstica em relao ao preo, tambm se usa o termo demanda
preo-inelstica. Neste caso, |Epd| < 1,0. Por exemplo, suponha um
determinado produto cuja elasticidadepreo da demanda seja igual a
-0,6. Com a ajuda da equao, pode-se notar que, caso ocorra um
aumento de 10% no preo deste produto, a sua demanda cairia 6%.
(Lembre-se de que quantidade demandada e preo variam em direes
opostas). Por outro lado, se o preo casse 8%, a quantidade
demandada aumentaria 4,8%. Unidade 2 49
46. Universidade do Sul de Santa Catarina Atente para o fato de
que, neste caso, a variao percentual no preo superior variao
percentual na quantidade demandada, ou seja, | %qd | < | %p|
Demanda unitria Porm, quando, em mdulo, a elasticidade-preo da
demanda igual a 1, dizemos que um produto tem demanda unitria em
relao ao preo. Determinantes da elasticidade A substituio do bem
Quanto mais facilmente um bem for substituvel, mais elstica em
relao ao preo ser a demanda deste bem. Ou seja: mais sensvel ser o
consumidor a variaes no preo deste bem, j que o consumidor pode
substitu-lo facilmente e vice-versa. Por exemplo, a gasolina um bem
com demanda preoinelstica, pois difcil ser substituda,
principalmente a curto prazo. Essencialidade do bem Quanto mais
essencial for um determinado bem, mais preoinelstica ser sua
demanda e vice-versa. A energia eltrica tem demanda inelstica em
relao ao preo, j que essencial para a vida moderna. Peso relativo
do bem no oramento do consumidor Quanto menor o peso do bem no
oramento do consumidor, mais preo-inelstica ser sua demanda e
vice-versa. Uma caixa de fsforos tem demanda preo-inelstica, pois o
seu preo (e o gasto mensal dos consumidores com este produto)
pequeno em relao renda da maioria dos consumidores. 50
47. Anlise Microeconmica H dois casos extremos que merecem
considerao: a) Demanda perfeitamente elstica. Neste caso, como
mostra a figura 9, a quantidade demandada pode variar sem que haja
modificaes no preo. Trataremos mais deste caso na unidade 4. Preo
p* D (a) Quantidade Figura 9 - Demanda perfeitamente elstica
b)Demanda perfeitamente inelstica. Neste caso, isto significa que
qualquer variao no preo no provocar alteraes na quantidade demanda.
O melhor exemplo para isto o sal. Preo D Quantidade * Q (b) Figura
10 - Demanda perfeitamente inelstica Unidade 2 51
48. Universidade do Sul de Santa Catarina Formas de clculo H
vrias formas de clculo, mas, para os fins desta disciplina, vamos
estudar apenas a elasticidade no ponto. Imagine um produto que
tenha, em um determinado momento no tempo, preo igual a $2 e
quantidade de demanda igual a 6. Num segundo momento, o preo passa
para $4 e a quantidade de demanda cai para 2. Temos, portanto: P1=
2 e Q1 = 6 P2 = 4 e Q2 =2 Assim, pergunta-se: qual a elasticidade
no ponto 1? Aplicando a equao de elasticidade, v-se que: Epd = p qd
. qd 2 (- 4) (- 8) = . = = - 0,66 P 6 2 12 Note que qd = q2 - q1 =
2 - 6 = -4 e p = p2 - p1 = 4 - 2 = 2 Ou seja: neste caso, o ponto
de referncia para a anlise o ponto 1. Agora, calcula-se a Epd no
ponto 2, utilizando a mesma equao. Atente para o fato de que o
ponto 2 a referncia neste momento. Logo: Epd = p qd . qd 4 4 16 = .
= =-4 P 2 (- 2) - 4 A esta altura, j possvel notar que qd a
declividade ou o P coeficiente angular da curva de demanda. Como a
curva de demanda negativamente inclinada, ento o coeficiente
angular negativo. Logo, a elasticidade-preo da demanda tambm
negativa. Em suma, Epd , em geral, negativa devido relao inversa
entre preo e quantidade demandada. Em geral, o conceito de
elasticidade utilizado em referncia a um determinado ponto, preo e
quantidade. No exemplo, foi possvel observar que a elasticidade
mudou conforme o ponto analisado. 52
49. Anlise Microeconmica Relao entre receita e elasticidade A
receita total (RT) de uma empresa produtora de um nico bem o
resultado da multiplicao da quantidade pelo preo da mercadoria. Ou
seja: RT = p . qd. possvel perceber que variaes no preo conduziro a
variaes na quantidade demandada e, consequentemente, na receita da
empresa. Pelo exame da elasticidade-preo da demanda, pode-se
compreender as variaes na receita de uma empresa. a) Demanda
elstica Quando um produto tem demanda elstica, |Epd| > 1, ou
seja, |rqd| > | rp|, neste caso, como a variao na quantidade
demandada proporcionalmente maior que a variao no preo, pode-se
concluir que a variao da quantidade que vai indicar a variao na
receita. Assim, conclui-se que, quando um produto tem demanda
elstica, uma reduo no preo provoca um aumento na receita e
vice-versa. b) Demanda inelstica J, quando um produto tem demanda
inelstica, ocorre |r p|> |rqd|. Neste caso, a variao no preo que
comanda a variao na receita. Assim, quando um produto tem demanda
inelstica, um aumento no preo provoca um aumento na receita e
vice-versa. Para exemplificar, retomemos os determinantes da
elasticidadepreo da demanda. Com a anlise dos determinantes,
pode-se observar que um produto com demanda inelstica apresenta uma
ou mais destas caractersticas: difcil de ser substitudo; essencial;
ou tem um peso relativamente pequeno no oramento do consumidor. Por
exemplo, a gasolina se encaixa bem nos dois primeiros itens.
Unidade 2 53
50. Universidade do Sul de Santa Catarina Assim, quando a
gasolina aumenta de preo, as empresas e o governo (que recolhe
impostos sobre o produto vendido) tm suas receitas majoradas. Por
outro lado, um bem com demanda elstica : facilmente substituvel;
suprfluo; ou tem um peso relativamente grande no oramento do
consumidor. Logo, se o preo de um biscoito Tostines aumentar, parte
dos consumidores optar por consumir biscoitos de outra marca.
Assim, a receita da Tostines tende a diminuir. Em resumo, pode-se
enunciar: Elasticidade Elstica | Epd| > 1 Unitria | Epd| = 1
Inelstica | Epd| < 1 Variao no Preo Aumenta Diminui Aumenta
Diminui Aumenta Diminui Quadro 1 Relao Elasticidade e Receita da
Empresa 54 Variao na Receita Diminui Aumenta Permanece constante
Permanece constante Aumenta Diminui
51. Anlise Microeconmica Atividades de autoavaliao 1) Suponha
que ocorra uma geada que destrua parte significativa da plantao de
caf do Brasil. Indique o que acontecer com o preo e com a
quantidade de equilbrio no mercado de caf. 2) Suponha que o governo
dos EUA no cobre mais imposto de importao sobre os calados
brasileiros. O que acontecer, a curto prazo, com o preo e a
quantidade de equilbrio no mercado brasileiro de sapatos? 3)
Suponha que aumentem no mundo os casos de gripe aviria. O que tende
a acontecer com o preo e a quantidade do milho, que o principal
alimento do frango? Unidade 2 55
52. Universidade do Sul de Santa Catarina 4) Sendo: P0 = $20 e
qd0 = 500, e P1 = $30 e qd1 = 400, calcule: a) Elasticidade-preo da
demanda no ponto 0; b) Elasticidade-preo da demanda no ponto 1; c)
Classifique, nos dois pontos, a demanda deste produto, de acordo
com a elasticidade-preo da demanda. Sntese Nesta unidade, voc
aprendeu, de forma simples, como funcionam os mercados. De modo
geral, os mercados sempre tendem a definir um preo de equilbrio
para cada produto. E este preo definido pela interao da oferta e da
demanda. Outro conceito importante aprendido nesta disciplina foi o
conceito de elasticidade-preo da demanda, que se refere
sensibilidade do consumidor em relao a variaes no preo de um dado
produto. 56
53. Anlise Microeconmica Saiba mais PINDYCK, R.S. &
RUBINFELD, D. Microeconomia. So Paulo: Prentice Hall, 1999.
McGUIGAN, James; MOYER, R. Charles & HARRIS, Frederik. Economia
de empresas: aplicaes, tticas e estratgias. So Paulo: Pioneira
Thomson Learning, 2004. NELLIS, Joseph & PARKER, David.
Princpios de economia para negcios. So Paulo: Futura, 2003. Unidade
2 57
54. unidade 3 Custos de produo Objetivos de aprendizagem
Entender o conceito de custos de oportunidades. Entender e analisar
os custos de produo como parte do processo decisrio. Sees de estudo
Seo 1 Custos econmicos versus custos contbeis Seo 2 Custos de
produo Seo 3 Economias de escala 3
55. Universidade do Sul de Santa Catarina Para incio de estudo
As decises das empresas, no que diz respeito a preos, nveis de
produo e lucro, dependem diretamente dos custos de produo. Atravs
de certa tecnologia de produo e o preo dos insumos (matria-prima e
fatores de produo), possvel calcular os custos de produo e o gestor
pode decidir como produzir. Os insumos podem ser combinados de
diferentes maneiras para que seja obtida a mesma quantidade de
produto. Por exemplo, uma empresa pode produzir uma determinada
quantidade de sapatos com muitos trabalhadores (trabalho) e poucas
mquinas (capital). E a mesma quantidade de sapatos pode ser obtida
com mais capital do que trabalho. Uma das tarefas dos
administradores decidir qual a combinao de insumos que minimiza os
custos de produo, mas no leva queda na produo. Estes e outros temas
sero abordados nesta unidade. Acompanhe a seguir, e bom estudo! Seo
1 - Custos econmicos versus custos contbeis Economistas e
contadores tm formas diferentes de considerar os custos. Os
contadores esto preocupados em retratar os custos passados, para
elaborar os demonstrativos anuais da empresa. A contabilidade tem
esta viso, porque sua funo manter o controle sobre o patrimnio
lquido da empresa e avaliar o desempenho passado da empresa. Em
suma, os contadores esto preocupados em calcular os custos
contbeis, que incluem as despesas correntes somadas s despesas
ocasionadas pela depreciao dos equipamentos de capital. J os
economistas tendem a ter uma viso das perspectivas futuras de uma
empresa, pois seus estudos preocupam-se com a alocao dos recursos
de produo escassos, com os custos que podem ocorrer no futuro e com
as decises da empresa para minimizar seus custos e maximizar os
lucros. 60
56. Anlise Microeconmica Ou seja: os economistas refletem sobre
os custos econmicos ou custos de oportunidade que esto associados s
oportunidades que so deixadas de lado, caso a empresa no empregue
seus recursos da maneira mais rentvel. Por exemplo, uma companhia
de transporte areo pode optar por ser proprietria dos avies que
utiliza. Mas ser proprietria dos avies no significa a melhor
alternativa para a empresa. Ela poderia, entre outras opes, fazer
um leasing das aeronaves e, assim, ter maior disponibilidade de
capital para outros investimentos. Em outro exemplo ainda, pode-se
considerar uma empresa que seja proprietria do edifcio em que opera
e que, portanto, no paga aluguel pelo espao ocupado. Mas isto no
implica dizer que a empresa pode considerar o custo do espao fsico
como sendo zero. Um economista observaria que a empresa poderia
receber aluguel pelo espao fsico, caso o tivesse alugado para outra
empresa. Este aluguel no recebido corresponde aos custos de
oportunidade de utilizao do espao fsico, devendo, portanto, ser
includo como parte dos custos econmicos da empresa. Seo 2 - Custos
de produo Nesta seo, ser examinado o custo total (CT) de produo. O
custo total a soma dos custos fixos (CF) e dos custos variveis
(CV). Lembre-se: Custos fixos (CF) so custos que no variam com o
nvel de produo. Custos variveis (CV) so custos que variam medida
que o nvel de produo varia. CT = CF + CV (q) Unidade 3 61
57. Universidade do Sul de Santa Catarina Custos fixos
referem-se a despesas com seguros, aluguel, manuteno de
equipamentos, funcionrios que no esto ligados produo, segurana,
dispndios financeiros, entre outros. So gastos que permanecem
inalterados independentemente do volume de produo da empresa. Ou
seja: devem ser pagos mesmo que no haja produo. Assim, a nica forma
de eliminar os custos fixos deixar de operar. Os custos variveis
so, essencialmente, gastos com salrios da mo de obra direta
(diretamente ligados produo) e matriaprima. Saber quais custos so
fixos e quais so variveis tambm depende do prazo com o qual se
lida. A teoria econmica afirma que curto prazo o perodo de tempo no
qual pelo menos um dos fatores de produo fixo. No longo prazo,
todos os fatores de produo so variveis. Ou seja: no curto prazo,
existem custos fixos, pois a empresa tem obrigaes legais a cumprir,
como contratos. J, no longo prazo, os custos so variveis, pois a
empresa pode aumentar seu capital e sua fora de trabalho. Alm do
custo total, do custo fixo e varivel, a teoria econmica tambm se
preocupa com os custos totais mdio (CMe) e marginal (CMg). O custo
total mdio ou custo mdio (CMe) o custo por unidade de produto, ou,
custo unitrio. Matematicamente, o custo total (CT) dividido pela
quantidade (q) produzida. CMe = CT CF CV(q) = + = CFMe + CVMe q q q
Como o custo total a soma dos custos fixos e variveis, o custo mdio
reflete a soma do custo fixo mdio (CFMe) e do custo varivel mdio
(CVMe). 62
58. Anlise Microeconmica O custo marginal (CMg) - tambm
definido em alguns livros como custo incremental definido como o
aumento de custo ocasionado pela produo de uma unidade a mais.
Devido ao fato de o custo fixo no apresentar variao, o custo
marginal a variao no custo varivel, quando a produo aumenta em uma
unidade. Matematicamente, tem-se: CMg = CT(q) q = CT(q) q Ou seja:
o custo marginal a derivada da funo custo total. Este conceito
muito importante nas tomadas de decises, muito embora parea um
pouco abstrato. Suponha um empresrio o qual tenha que decidir se
aumenta, com base em um aumento da demanda, sua produo. Mas, para
aumentar a produo, a empresa incorrer em novos custos. Este aumento
de custos exatamente o custo marginal. Claramente, possvel perceber
que a empresa s aumentar sua produo e seus custos, se houver uma
compensao financeira para tanto, como ser demonstrado na prxima
unidade. Tabela 1 Custos no curto prazo Q (1) CF($) (2) CV($) (3)
CT($) (4) (2) + (3) CFMe($/q) (5) (2):(3) CVMe($q) (6) (3):(1)
CMe($/q) (7) (4):(1) CMg($/Q) (8) 4:1 * 0 50 0 50 -----------
--------- ---------- --------- 1 50 50 100 50 50 100 50 2 50 78 128
25 39 64 28 3 50 98 148 16,7 32,7 49,3 20 4 50 112 162 12,5 28 40,5
14 5 50 130 180 10 26 36 18 6 50 150 200 8,3 25 33,3 20 7 50 175
225 7,1 25 32,1 25 8 50 204 254 6,3 25,5 31,8 29 9 50 242 292 5,6
26,9 32,4 38 10 50 300 350 5 30 35 58 11 50 385 435 4,5 35 39,5 85
Unidade 3 63
59. Universidade do Sul de Santa Catarina >> observao:
coluna 8 = variao. Q1 = 4:1 = (100 50) : (1 0) = 50 : 1 = 50 Q2 =
4:1 = (128 100) : (2 1) = 28 : 1 = 28 Fonte: Elaborado pelos
professores. A tabela 1 evidencia que, independente do nvel de
produo, o custo fixo $50. A tabela tambm mostra que os custos
totais e variveis aumentam medida que a produo tambm aumenta. A
taxa de elevao dos custos depende da natureza do processo produtivo
e, principalmente, da extenso em que ocorrem rendimentos
decrescentes de escala ao longo do processo produtivo. Rendimentos
decrescentes ocorrem, quando a produtividade dos insumos
declinante. Vamos supor que o trabalho seja o nico insumo varivel
deste processo produtivo. Assim, para poder aumentar a produo, a
empresa ter que contratar mais mo de obra. Ento, se a produtividade
do trabalho diminui medida que a empresa contrata mais
trabalhadores, isto quer dizer que os custos com a mo de obra devem
ser cada vez maiores para se obterem nveis mais elevados de produo.
Consequentemente, o custo total e o custo varivel aumentam medida
que aumenta o nmero de trabalhadores. CT Preo CV 300 175 A 100 CF 0
1 2 3 4 5 (a) 64 6 7 8 9 10 11 12 13 Produto (unidade por ano)
60. Anlise Microeconmica Custos 100 (em $ por ano) Cmg 75 CTMe
50 CVMe 25 CFMe 0 1 2 3 4 5 (b) 6 7 8 9 10 11 Produto (unidade por
ano) Figura 1 Formato das curvas de custos A figura 1 mostra como
os custos mudam com o aumento da produo. O grfico (a) mostra o
custo total, o custo fixo e o varivel. O grfico (b) mostra o
formato das curvas de custo mdio e marginal. Em (a) possvel
observar que o custo fixo (CF) constante no nvel $50. J o custo
varivel $0, quando nada produzido e, ento, aumenta continuamente,
medida que a produo aumenta. O custo total (CT) obtido pela soma
dos custos fixo e dos variveis. A distncia entre CT e CV sempre 50,
que CF. Note que os formatos das curvas CT e CV no so lineares.
Isto ocorre devido s diferenas de produtividade nos diferentes
nveis de produo. A figura (b) mostra que a curva de custo fixo mdio
(CFMe) apresenta queda contnua de $50 (q=1) at diminuir a um valor
prximo a zero. Isto ocorre porque CF constante em $50. CFME assume
o formato de hiprbole dada equao CF/q. O formato das outras curvas
est ligado curva de custo marginal. Sempre que o custo marginal for
inferior ao custo mdio, a curva de custo mdio apresentar declnio.
E, sempre que custo marginal for superior ao custo mdio, este
tender a elevar-se. Pode-se notar, ento, que, quando o custo mdio
estiver em seu ponto mnimo, o custo marginal e os custos mdios sero
iguais. A curva CVMe inicialmente decrescente como consequncia do
aumento da produtividade do fator varivel e atinge um ponto Unidade
3 65
61. Universidade do Sul de Santa Catarina mnimo. Neste ponto em
mnimo, a planta est operando com a combinao tima dos insumos; a
partir da, CVMe tende a aumentar como resposta da queda da
produtividade do fator de produo varivel. Discutiremos este tema
com mais profundidade na seo 3 desta unidade. CMe a soma de CFMe e
CVMe. Assim como CVMe, a curva CMe assume um formato em U. Este
formato em U reflete a lei dos rendimentos decrescentes. Situaes
especiais Custo marginal constante Muitas vezes, dentro do processo
de tomada de decises, observamos tcnicas para facilitar a tarefa
dos tomadores de deciso. Como foi possvel notar, a curva de custo
marginal no linear. Porm, com a utilizao de tcnicas estatsticas,
como a anlise de regresso, possvel transformar a curva de custo
marginal em uma reta. Logo, a funo CT passa a ser uma funo de
primeiro grau, como abaixo: CT = CF + CV = CF + CMg(q) E o custo
mdio seria igual a: CMe = CF + CMg(q) CF = + CMg q q Seo 3 -
Economias de escala Economias de escala significam custos mdios
decrescentes com a escala de produo, ou seja, aumento da capacidade
produtiva da planta (quantidade que pode ser produzida ao custo
unitrio mnimo), conforme figura 2. Em outras palavras, a empresa
apresenta economias de escala, quando ela capaz de duplicar sua
produo com menos do que o dobro dos custos. J as deseconomias de
escala ocorrem, quando, medida que a produo aumenta, o custo mdio
tambm aumenta. A figura 2 mostra as duas situaes. At Q*, a empresa
aumenta a produo 66
62. Anlise Microeconmica e o CMe tende a diminuir at o ponto
timo (Q*), que o ponto no qual CMe mnimo. A partir de Q*, ocorrem
deseconomias de escala. S/Q CMe Q* Quantidade Figura 2 Economias e
deseconomias de escala Na Figura 2, CMe o custo mdio unitrio (ou
mdio) de longo prazo, isto , o menor custo unitrio com que pode ser
produzido cada volume de produo, quando a escala de produo (ou
capacidade produtiva) varivel. Na presena de economias de escala,
ele suposto decrescente com a quantidade produzida (e, portanto,
com a escala de produo), atingindo o valor mnimo em Q*. Chamamos Q*
de escala mnima eficiente. Economia de Escala considerada a forma
de economia responsvel pela organizao do processo produtivo, de
maneira que esta alcance a mxima utilizao dos fatores produtivos
envolvidos no processo. Procura evidenciar baixos custos de produo
e o incremento de bens e servios disponveis para a oferta. Ocorre,
quando h uma expanso da capacidade de produo de uma empresa ou
indstria, provocando aumento na quantidade total de sua produo, sem
que ocorra aumento proporcional no custo de produo. Representada
fisicamente por gigantescas unidades de produo, as empresas de uma
economia de escala possibilitam o emprego de um amplo contingente
de mo de obra altamente qualificada, grande capacidade de estocagem
de produo e de matrias-primas. Unidade 3 67
63. Universidade do Sul de Santa Catarina Existe economia de
escala, quando a expanso da capacidade de uma firma ou indstria
causa um aumento dos custos totais de produo menor que,
proporcionalmente, os do produto. Como resultado, os custos mdios
de produo caem a longo prazo. (BANNOCK et al., 1977). Economia
Pecuniria Ocorre, quando h o fator que a explica atravs da reduo no
preo pago pelos insumos dos produtos. Os insumos correspondem aos
componentes necessrios para a produo de determinados produtos, tais
como os computadores, que necessitam de uma srie de itens para a
sua composio final. Exemplificando Economia de Escala > Grandes
Volumes > Baixos Custos Unitrios > Indstria de computadores =
economia de escala na produo; pesquisas e servios. Economia de
Escala > Diferenciao do produto > Empresas estabelecidas, com
marca identificada, desenvolvem sentimentos de lealdade em seus
clientes. Indstrias fabricantes de produtos para bebs; alimentos
(leite ninho); cosmticos; revistas; jornais; refrigerantes. Fontes
de economias de escala As economias de escala podem ser reais ou
pecunirias. As economias de escala so reais, quando o que as
explica a reduo na quantidade de fatores de produo utilizados em
funo do aumento da produo. Em outras palavras, a utilizao de
insumos no aumenta na mesma proporo do aumento da produo. 68
64. Anlise Microeconmica J as economias de escala pecunirias
ocorrem, quando as empresas pagam um preo menor pelos insumos. Ou
seja: os custos se reduzem, mas no em funo de mudanas nas tcnicas
de produo, mas sim, do poder de negociao da empresa. As fontes das
economias de escala reais so as que seguem. Ganhos de especializao
Este fato j foi enfatizado por Adam Smith no livro Uma investigao
sobre a natureza da riqueza das naes, de 1776. Com uma maior
quantidade de produto, maior poder ser a diviso do trabalho e mais
especializados sero os trabalhadores e as mquinas. Os trabalhadores
sero mais hbeis em suas funes e, com mquinas especializadas, maior
ser a produtividade e menores sero os custos. Novamente, o exemplo
mais ilustrativo de como a especializao pode contribuir para a
ocorrncia de economias de escala foi descrito por Adam Smith na
fbula dos alfinetes. Smith afirmava que a produo de alfinetes na
Inglaterra era feita em 17 etapas e que um nico trabalhador (produo
artesanal), ao longo de um dia, fabricaria 20 alfinetes. Caso a
produo fosse feita de forma industrial, com 10 trabalhadores
especializados (alguns desempenhando mais de uma funo), a produo,
ao final de um dia, atingiria 48.000 alfinetes. Observe que os
custos com o fator de produo trabalho aumentaram 10 vezes, mas em
compensao os ganhos de produtividade permitiram que a produo
aumentasse 2.400 vezes. A especializao pode ocorrer de diversas
formas, como especializao de equipamentos e de mo de obra
(aprendizado ou learning by doing). Indivisibilidade tcnica A
segunda fonte de economia de escala, conforme Looty e Szapiro
(2002), relaciona-se com o tamanho dos equipamentos industriais,
sendo, portanto, observvel, ao nvel da planta Unidade 3 69
65. Universidade do Sul de Santa Catarina produtiva. Em certas
situaes, no possvel comprar uma mquina com o tamanho exato para se
produzir a quantidade necessria. Neste caso, subutilizaes da mquina
podem servir para uma futura expanso produtiva. Desta forma,
haveria uma expanso produtiva a taxas constantes, levando a uma
reduo do custo mdio. Claramente, esta expanso se d at o limite da
utilizao da capacidade do equipamento. Atividades de autoavaliao 1)
Jos tem uma pequena empresa na qual investiu $100.000 em mquinas e
equipamentos (estes $100.000 poderiam render $20.000/ ano se
aplicados no