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1 UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DA COMUNICAÇÃO PÚBLICA E EMPRESARIAL Camile Feijó Magalhães Grosch AGÊNCIA DE COMUNICAÇÃO NO ALTO VALE DO ITAJAÍ (SC) CURITIBA 2014
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AGÊNCIA DE COMUNICAÇÃO NO ALTO VALE DO ITAJAÍ (SC)tcconline.utp.br/media/tcc/2015/10/AGENCIA-DE-COMUNICACAO-.pdf · comunicação organizacional, busca informações e conhecimentos

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DA COMUNICAÇÃO PÚBLICA

E EMPRESARIAL

Camile Feijó Magalhães Grosch

AGÊNCIA DE COMUNICAÇÃO NO ALTO VALE DO ITAJAÍ (SC)

CURITIBA

2014

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CAMILE FEIJÓ MAGALHÃES GROSCH

AGÊNCIA DE COMUNICAÇÃO NO ALTO VALE DO ITAJAÍ (SC)

Trabalho de conclusão de curso

apresentado ao curso de especialização

em Gestão da Comunicação Pública e

Empresarial, da Faculdade de Ciências

Sociais Aplicadas da Universidade Tuiuti

do Paraná, como requisito para obtenção

do título de especialista.

Orientador: Aldo Antonio Schmitz, MSc

CURITIBA

2014

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Dedico esse trabalho para a minha família,

sempre minha principal inspiração.

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AGRADECIMENTOS

Muitas pessoas fazem parte desse grande sonho. Todas, de alguma maneira,

contribuíram para o meu desenvolvimento pessoal e profissional ao longo do curso.

Agora, chegou o momento de agradecer a todos que foram fundamentais

nessa caminhada, mesmo que com simples gestos sempre me deram força para

continuar.

Agradeço aos meus pais que sempre acreditaram em meu potencial e me

estimulam a buscar o melhor de mim sempre.

Ao meu marido por entender que minhas horas de ausência significavam um

futuro melhor para nossa família.

Obrigada ao orientador Aldo Antonio Schmitz e a todos os professores do

curso de Pós-Graduação de Comunicação Pública e Empresarial pela disposição em

orientar e contribuir para a qualificação do meu trabalho.

A todos os professores do curso desta pós-graduação pelo incentivo e

conhecimento compartilhado.

Aos colegas e amigos da Oficina das Palavras pela inspiração e apoio

incondicional ao meu sonho de construir a Oficina das Palavras Alto Vale.

Muito obrigada a professora Maria Selma Grosch, pessoa que estudou

comigo e não me deixou desistir de concluir esse trabalho tão importante para a

minha realização profissional.

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RESUMO

Esta monografia trata do projeto de criação de uma agência de comunicação para

atender organizações públicas e privadas no Alto Vale do Itajaí, em Santa Catarina.

Justifica-se pela estratégia da agência Oficina das Palavras em atuar na região,

onde atente alguns clientes e pela potencialidade do mercado. Para isso, realizou-se

um estudo do mercado para identificar a necessidade de uma agência de assessoria

de imprensa na região. A coleta de dados foi realizada através de uma pesquisa com

afiliados da Associação Empresarial de Ibirama. Dessa maneira foi traçado um

panorama da necessidade do trabalho de uma agência de comunicação,

identificando o perfil das potenciais empresas clientes, as necessidades e os

critérios para a contratação de uma agência de comunicação e por fim, um plano de

negócio.

Palavras-chave: Comunicação nas organizações. Agência de comunicação.

Empreendedorismo. Plano de negócio.

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ABSTRACT

This monograph deals with the project of creating a agency of communication to

meet public and private organizations in Alto Vale do Itajaí, state of Santa Catarina.

Justified by the agency Oficina das Plavras to act in a region where some watch out

for potential customers and market strategy. For this, carried out a market study to

identify the need for a press office in the region. Data collection was conducted

through a research affiliate of the Associação Empresarial de Ibirama. Thus was

traced need an overview of the work an agency of communication agency, identifying

the profile of potential clients, the needs and criteria for hiring a communications

agency and ultimately a business plan.

Keywords: Communication in organizations. Communications agency.

Entrepreneurship. Business plan.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 9

1.1 JUSTIFICATIVA ................................................................................................... 10

1.2 DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA ......................................................................... 11

1.2.1 Questões do problema ..................................................................................... 11

1.3 PRESSUPOSTOS ............................................................................................... 11

1.4 OBJETIVOS ........................................................................................................ 11

1.4.1 Objeto geral ...................................................................................................... 11

1.4.2 Objetivos específicos ....................................................................................... 11

1.5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ............................................................ 13

1.5.1 Tipo de pesquisa ............................................................................................. 13

1.5.2 Campo de observação .................................................................................... 14

1.5.3 Instrumentos de coleta de dados ..................................................................... 15

1.5.4 Critérios para análise dos dados ..................................................................... 15

1.5.5 Descrição e etapas da pesquisa ...................................................................... 15

1.5.6 Limitações da pesquisa .................................................................................... 16

2 COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL .................................................................. 17

2.1 AGÊNCIAS DE COMUNICAÇÃO ........................................................................ 19

2.2 COMUNICAÇÃO ESTRATÉGICA ....................................................................... 20

2.2.1 Gestão estratégica ........................................................................................... 23

2.2.2 Relações com a mídia ...................................................................................... 24

2.3 MERCADO DE AGÊNCIA DE COMUNICAÇÃO ................................................. 25

2.3.1 Empreendedorismo na comunicação ............................................................... 25

2.3.2 Perfil de mercado ............................................................................................. 26

2.3.3 Modelos de agências ....................................................................................... 27

2.3.4 Estrutura e atividades ....................................................................................... 31

2.3.5 Profissionais e Serviços ................................................................................... 32

3. AGÊNCIA DE COMUNICAÇÃO NO ALTO VALE DO ITAJAÍ .............................. 33

3.1 PLANO DE NEGÓCIO ........................................................................................ 33

3.1.1 Dados da agência ............................................................................................ 33

3.1.2 Serviços ............................................................................................................ 33

3.1.3 Concorrentes .................................................................................................... 33

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3.1.4 Ameaças ........................................................................................................... 34

3.1.5 Oportunidades .................................................................................................. 34

3.1.6 Pontos fortes .................................................................................................... 34

3.1.7 Pontos fracos ................................................................................................... 34

3.1.8 Missão ............................................................................................................. 34

3.1.9 Visão ................................................................................................................ 34

3.1.10 Valores ........................................................................................................... 35

3.2 PLANO ECONÔMICO-FINANCEIRO.................................................................. 35

3.2.1 Investimentos fixos iniciais ............................................................................... 35

3.2.2 Despesas fixas ................................................................................................. 35

3.2.3 Despesas variáveis .......................................................................................... 36

3.2.4 Receita operacional .......................................................................................... 36

3.2.5 Lucro líquido ..................................................................................................... 36

3.2.6 Margem de contribuição anual ......................................................................... 36

3.2.7 Ponto de equilíbrio ........................................................................................... 36

3.2.8 Retorno de investimento ................................................................................... 36

3.2.9 Demonstração anual de resultados .................................................................. 36

3.3 ATUAÇÃO NO MERCADO .................................................................................. 37

3.3.1 Produtos ........................................................................................................... 37

3.3.2 Características do público-alvo ........................................................................ 38

3.3.3 Área de ação e vendas ..................................................................................... 38

3.4 APRESENTAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS ........................... 38

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 42

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 43

APÊNDICE ................................................................................................................ 44

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1 INTRODUÇÃO

O trabalho trata de uma pesquisa sobre o campo da Comunicação social,

aprofundando na Comunicação Organizacional e seus novos contornos e a proposta

de criação da agência de comunicação em Ibirama (SC) associada à Oficina das

Palavras, com sede em Blumenau (SC), para atender organizações públicas e

privadas do Alto Vale do Itajaí. Para isso, a pesquisa revisa os estudos sobre

comunicação organizacional, busca informações e conhecimentos do mercado de

agências, empreendedorismo na comunicação e, principalmente, desenvolve um

plano de negócios para a criação da agência.

Atualmente a maioria das empresas reconhece a importância das agências de

comunicação. Não apenas para a comunicação interna, mas para atender um

público cada vez mais complexo e diversificado. Com um mercado globalizado não

se pode menosprezar as ações de comunicação e os reflexos positivos que ela pode

provocar. A percepção que o cliente tem de um determinado produto ou serviço é

fundamental para o sucesso de uma empresa em um mundo cada vez mais

competitivo. Um trabalho ainda pouco explorado e oferecido no Alto Vale do Itajaí.

Este trabalho, portanto, apresenta a proposta de uma nova agência de

assessoria de comunicação no Alto Vale do Itajaí, região onde existe apenas um

prestador de serviço neste setor. O projeto descreve as metas, objetivos, visão,

missão, valores, estrutura e os gastos desta nova empresa. Parte do trabalho segue

os itens e informações apresentados na disciplina Administração da comunicação

nas organizações, do professor Aldo Antonio Schmitz.

Além dos dados, este projeto mostra a estrutura da agência para estabelecer

canais de comunicação de clientes com os seus públicos e alcançar o sucesso,

apresentando justificativa e relevância com a determinação de metas, estratégias,

orçamento, cronograma de trabalho e formatação de modelos de avaliação e

controle.

O trabalho é aplicável, pois se enquadra nos objetivos e valores destinados

previamente dentro do orçamento geral de comunicação. A expectativa é que este

projeto contribua para o desenvolvimento socioeconômico da região.

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1.1 JUSTIFICATIVA

A comunicação passou a ser, há algum tempo, tratada como uma área

estratégica nas empresas. Para as corporações que pretendem ter uma maior

visibilidade nos negócios e credibilidade em sua imagem, implementar um setor de

comunicação institucional eficiente pode se transformar em uma verdadeira

ferramenta para alcançar esse objetivo. Oferecer este serviço através de uma nova

agência de comunicação no Alto Vale do Itajaí é o que busca esse trabalho. A região

é muito forte economicamente. São 28 municípios associados à Associação dos

Municípios do Alto Vale do Itajaí. Um mercado a ser explorado por agências de

comunicação, já que a região possui apenas uma empresa de assessoria de

imprensa.

O estudo foi realizado em Ibirama que, de acordo com a Prefeitura Municipal,

possui 18.097 habitantes e 133 empresas ligadas a Associação Empresarial de

Ibirama (ACIIBI). O município foi escolhido porque a Oficina das Palavras já prestou

serviços para instituições públicas e privadas da cidade e é solicitada com

frequência para novos trabalhos.

Em Rio do Sul está outro potencial mercado. A maior cidade do Vale do Itajaí

tem, segundo a pesquisa do IBGE de 2010, 61.198 habitantes. A Associação

Empresarial de Rio do Sul (ACIRS) conta com 556 associados. O município é

destaque na área industrial, com foco nos setores metal-mecânico, eletrônico e

vestuário – principalmente na confecção de jeans. No setor agropecuário, é

expressivo na produção de leite, suinocultura e avicultura. Além disso, vem

apresentando nos últimos anos forte crescimento na construção civil e no

desenvolvimento de software.

Portanto, esse trabalho busca identificar o perfil das potenciais empresas

clientes, os serviços de comunicação já prestados, verifica as necessidades e os

critérios de contratação do serviço e desenvolve um projeto de uma agência de

comunicação na região.

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1.2 DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA

1.2.1 Questões do problema

Qual é a viabilidade de se criar uma Agência de Comunicação na região de

entorno do município de Ibirama, no Alto Vale do Itajaí?

1.3 PRESSUPOSTOS

A partir do conhecimento prévio da região do Alto Vale do Itajaí e as

potencialidades das empresas, pressupõe-se que:

a) Existe mercado para uma agência de comunicação no Alto Vale do Itajaí

b) As empresas gostariam de conhecer o trabalho de uma agência e se

beneficiar com os serviços que ela oferece

c) A abertura de uma agência de comunicação no Alto Vale do Itajaí

contribuiria para o desenvolvimento da região nos mais diversos setores

1.4 OBJETIVOS

1.4.1 Objeto geral

Desenvolver um projeto de criação de uma agência de comunicação para

atender organizações públicas e privadas no Alto Vale do Itajaí.

1.4.2 Objetivos específicos

Revisar os referenciais teóricos sobre comunicação pública e empresarial,

notadamente sobre os seus produtos e serviços, bem como o empreendedorismo na

comunicação;

Identificar o perfil das potenciais empresas clientes da agência de comunicação

do Alto Vale do Itajaí;

Identificar os serviços de comunicação já prestados;

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Verificar quais as necessidades e os critérios para a contratação de uma agência

de comunicação;

Desenvolver um projeto de uma agência de comunicação.

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1.5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Para alcançar o objetivo de descobrir quais são as necessidades de

comunicação nas empresas da cidade, foram adotados procedimentos

metodológicos de acordo com os pressupostos de uma pesquisa qualitativa e

quantitativa, de caráter descritivo e exploratório. Após estudos de aprofundamento

sobre os fundamentos teóricos no campo da Comunicação Organizacional, mas

especificamente a comunicação pública e empresarial, foi formulado um questionário

para a coleta de dados. O questionário foi enviado para 133 empresas filiadas à

Associação Empresarial de Ibirama (ACIIB) através de e-mail.

As perguntas foram elaboradas utilizando dados secundários de fonte externa

(ACIIBI), com o objetivo de definir os parâmetros do instrumento de pesquisa. A

pesquisa é descritiva e qualitativa. Os dados que se buscam são primários para

fazer um levantamento para a instalação de assessoria de comunicação.

Para aplicação do questionário foi utilizada a plataforma do Google Drive,

serviço de armazenamento e sincronização de arquivos, apresentado pela Google

em 24 de abril de 2012. O Google Drive abriga agora o Google Docs, um leque de

aplicações de produtividade, que oferece a edição de documentos e pesquisas, por

exemplo. Após a coleta de dados, os resultados foram tabulados e transformados

em gráficos.

1.5.1 Tipo de pesquisa

Considerando a inexistência de estudos similares anteriores, fica clara a

necessidade da coleta dos dados primários, como parte importante deste estudo.

Malhotra (2006, p. 124) define dados primários da seguinte forma: “Os dados

primários são gerados por um pesquisador para a finalidade específica de solucionar

o problema em pauta. A coleta de dados primários envolve todas as seis etapas do

processo de pesquisa de marketing”. Assim como Kotler e Keller (2006, p. 101)

reafirmam: “Dados primários são dados novos que são coletados para uma

finalidade específica ou para um projeto específico de pesquisa”. E Malhotra (2006,

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p.154) completa explicando suas características: “Os dados primários podem ser

qualitativos ou quantitativos quanto à sua natureza”.

Para a escolha do tipo ideal de levantamento de dados primários, optou-se

pelo tipo quantitativo já que segundo Malhotra (2006, p.154) “A pesquisa quantitativa

procura quantificar os dados e, normalmente aplica alguma forma de análise

estatística”. Para Malhotra (2006, p. 36) a pesquisa de marketing é a identificação,

coleta, análise e disseminação de informações de forma sistemática e objetiva e o

uso de informações para melhorar a tomada de decisões relacionada com a

identificação e solução de problemas e oportunidades em marketing. As etapas do

planejamento da pesquisa quantitativa incluem a elaboração do questionário, a

definição da amostra e do método de coleta de dados, bem como a posterior

checagem dos dados e sua tabulação e análise.

Também foi utilizada a amostragem não probabilística por cotas. De acordo

com Malhotra (2006), é uma forma de amostragem que introduz dois estágios no

processo de amostragem por julgamento, em que o primeiro é justamente o

estabelecimento de uma cota ou categoria de controle e, o segundo, converge na

seleção dos elementos, usando um processo de conveniência ou julgamento. A

principal vantagem de trabalhar com amostragem, na visão de Samara e Barros

(2002), é justamente a questão da quase impossibilidade de conseguir obter dados

de toda uma população. Os autores ainda ressaltam que, na amostragem não

probabilística por cota, o pesquisador procura uma amostra que se identifique,

apenas em alguns aspectos, com o universo, e, a quantidade a ser entrevistada, é

aleatória.

1.5.2 Campo de observação

Os entrevistados foram os empresários que atuam em Ibirama. Para iniciar o

trabalho foi desenvolvida uma pesquisa de campo, utilizando o método de coleta por

amostra e cotas como o propósito de detectar as expectativas, necessidades e

oportunidades de atuação de uma agência de comunicação no Alto Vale do Itajai.

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1.5.3 Instrumentos de coleta de dados

A técnica utilizada para coleta de dados foi direta extensiva através de

questionário. A pesquisa foi realizada através de um questionário enviado por email

via Google Drive, serviço de armazenamento e sincronização de arquivos,

apresentado pela Google em 24 de abril de 2012. O Google Drive abriga agora o

Google Docs, um leque de aplicações de produtividade, que oferece a edição de

documentos e pesquisas, por exemplo. Foram nove questões fechadas mandadas

pela entidade para os todos os 133 associados da Associação Empresarial de

Ibirama (ACIIBI). As respostas foram obtidas no mês de outubro de 2011.

1.5.4 Critérios para análise dos dados

Os dados obtidos através da pesquisa foram analisados para entender os

sentimentos do mercado em relação ao trabalho de assessoria de imprensa. O

material foi transformado em gráficos através do próprio Google Drive. Na

sequência, os resultados dessa análise foram discutidos face às informações

apresentadas na fundamentação teórica, a fim de criar um panorama local a partir

das percepções dos autores sobre a realidade do mercado em âmbito geral. Por fim,

a partir dessa discussão, a autora retificou ou ratificou os pressupostos

estabelecidos e respondeu a pergunta de pesquisa.

1.5.5 Descrição e etapas da pesquisa

As conversas com o orientador foram realizadas durante todo o período do

curso, já que o tema do pré-projeto já estava definido desde o início da Pós-

Graduação. O tema foi definido em consequência do interesse da Oficina das

Palavras em abrir uma agência de comunicação no Alto Vale do Itajaí. As entrevistas

com os proprietários de empresas foram feitas em outubro de 2011 por e-mail.

No mesmo mês também foi iniciada a busca por materiais e a leitura dos

livros e artigos necessários para a elaboração da fundamentação teórica e também

dos procedimentos metodológicos. Cada capítulo desse trabalho de conclusão de

curso foi discutido entre o orientador e a acadêmica de modo a encontrar a melhor

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forma para abordar o tema. As respostas dos empresários foram analisadas e a

revisão de todo o trabalho foi realizada pouco antes da apresentação da banca.

1.5.6 Limitações da pesquisa

Dos 133 questionários enviados, a pesquisa obteve 15,79% de respostas.

Como se trata de uma pesquisa por cotas, com 21 empresas, os resultados não

podem ser extrapolados para todas as organizações da região.

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2 COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL

Houve uma época em que o termo “assessoria de imprensa” era suficiente

para denominar a área de comunicação de uma empresa, mas a realidade do

mercado era outra bem diferente da que estamos vivenciando no momento. Naquela

época o número de mídias era bastante limitado e o jornal, a revista, o rádio e a

televisão bastavam. Nesse contexto o trabalho de comunicação das empresas era

feito através do disparo de releases, a confecção de mailings, e notas informativas.

E a partir destas limitações a atenção dada ao departamento de comunicação

também era proporcional ao papel que desempenhava (PACETE, 2012).

Este cenário, no entanto, mudou e a comunicação passou a ser tratada como

uma área estratégica, nas empresas, que passaram a aportar maiores recursos para

esse setor. Segundo uma pesquisa denominada Perfil da Comunicação Corporativa

no Brasil, feita pelo Ibope para a FSB Comunicações, o perfil do profissional da

comunicação também se adequou aos novos tempos. Passaram a fazer parte do

quadro de profissionais: 36% com formação em jornalismo, 12% em marketing, 11%

em publicidade, 8% em comunicação e 7% relações públicas. Conforme Flávio

Castro, diretor da FSB Comunicações, no cenário atual “não são somente as mídias

que se pulverizaram mas a cobrança da sociedade civil em relação a uma empresa

mudaram, e, sendo assim:

Além de o departamento de comunicação figurar em áreas estratégicas, as empresas perceberam que já não é possível cuidar de sua imagem ou gerenciar uma crise sem profissionais especializados. Advogados, cientistas políticos, economistas e até estatísticos passaram a compor um núcleo de comunicação sofisticado (PACETE, 2012, p.57).

Conforme Schaun e Rizzo (2009), para atender as demandas de uma

sociedade cada vez mais complexa e diversificada a aos novos arranjos do mercado

globalizado, “as organizações não podem mais menosprezar as suas ações de

comunicação”. A sociedade exige que a empresa passe a se preocupar com algo

mais que não só a produção e o nível de vendas. “A percepção que o público tem de

um determinado produto ou serviço se tornou elemento-chave para o sucesso da

organização no mercado competitivo e global” (SCHAUN; RIZZO: 2009, p. 43).

Ainda de acordo com as autoras, o crescimento da comunicação e das novas

tecnologias na sociedade capitalista levou a uma economia complexa, deixando para

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trás os antigos desafios que eram: produção em série, mercado de consumo e lucro.

A competição acirrada e o alto padrão de qualidade passaram a exigir novas formas

de gestão empresarial onde produtos e serviços não são mais os únicos fatores

preponderantes para uma empresa manter-se no mercado.

Acompanhando o ritmo de modernização a comunicação nas empresas

adquire definitivamente o status de assessoramento voltado a contribuir para

melhorar as suas relações com o público. Em 1954 nasce a Associação Brasileira de

Relações Públicas – ABRP, estabelecendo como objetivo discutir a criação de uma

associação que reunisse os profissionais dessa área de comunicação. Já no final de

1960 surge a Associação Brasileira de Editores de Jornais e Revistas de Empresas –

ABERGJE, com o principal objetivo de apoiar as publicações empresariais,

especialmente do setor industrial. “A Aberje exerceu papel fundamental na

profissionalização do setor e contribuiu para consolidar a prática da comunicação

empresarial no Brasil” (SCHAUN, RIZZO, 2009, p. 48).

Na visão das autoras, nesse processo de grandes transformações a

comunicação organizacional exerce um papel da maior importância e passa a

integrar de forma definitiva o núcleo de poder das empresas e dos governos. A visão

estratégica e não mais consultiva passa a predominar as relações de comunicação

das organizações com seus respectivos públicos.

Com a popularização da internet, a mídia e o número de veículos de

comunicação e jornalistas se ampliaram. Com a tecnologia digital e o enxugamento

das redações, principalmente a partir de 1995, vários jornalistas se recolocaram em

agências ou abriram suas próprias. A partir daí essas empresas de comunicação

passaram a se preocupar não só com as relações de uma instituição empresarial

com a mídia, mas com toda a parte comunicacional de uma organização.

Segundo Schmitz (2009, p.31) “dominar um segmento cria um grande

diferencial no mercado e inibe a concorrência. Por conhecer em profundidade um

determinado setor, as organizações e personalidades valorizam muito esta

expertise”. Mas como o próprio autor também afirma “poucas agências oferecem um

único serviço, por uma questão estratégica, embora o foco de muitas seja somente

assessoria de imprensa por não estar capacitadas a outros serviços”.

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2.1 AGÊNCIAS DE COMUNICAÇÃO

Segundo Oliveira (2008), Margarida Kunsch coordenou uma pesquisa com 60

agências de comunicação com o objetivo de entender a indústria da comunicação no

Brasil. Nesta pesquisa constatou-se que o surgimento de agências de comunicação

cresceu muito nos últimos anos, sendo que a maior concentração é na região de

São Paulo. Conforme Kunsch (1999) o surgimento das agências de comunicação

deve-se a vários fatores, destacando-se a terceirização de serviços provocada pelo

enxugamento das estruturas organizacionais; a valorização da comunicação

empresarial; a complexidade contemporânea que passa a exigir serviços

profissionais mais eficazes, e o aumento de profissionais formados em Comunicação

Social que passam a montar seus próprios negócios (KUNSCH, 1999 apud

OLIVEIRA, 2008, p.129)

Ao vislumbrar novas oportunidades de trabalhos muitos profissionais abrem

suas próprias agências, mas nem sempre estão munidos de conhecimento e

experiência para gestar e consolidar as atividades no mercado da comunicação,

considerando o estágio de empreendedorismo na comunicação ainda incipiente e,

portanto, passível de ser analisado com cautela. Grande parte dessas agências

fecham as portas em menos de dois anos de funcionamento revelando uma falta de

preparo do empreendedor para gerir o próprio negócio bem como da percepção de

mercado (OLIVEIRA, 2008, p. 137).

Entretanto constata-se que o campo das agências de comunicação está em

franca expansão. E nesse contexto:

Os Cursos de Jornalismo já passam a integrar, nos seus currículos, disciplinas que ensinam o que é comunicação corporativa, as técnicas de jornalismo empresarial, assessoria de imprensa e ainda as peculiaridades do mercado corporativo. Os Cursos de Relações Públicas já tratam tradicionalmente desses temas e hoje inovam ao reforçarem os aspectos administrativos e gerenciais na formação profissional. Por seu turno, os Cursos de Publicidade e Propaganda buscam trazer a importância da responsabilidade social nos seus programas (SCHAUN; RIZZO: 2009, p. 50).

Com as facilidades e ampliação da comunicação e a informação transmitida

de maneira cada vez mais rápida e eficiente, “as empresas têm se preocupado cada

vez mais em manter uma imagem eficiente junto aos clientes e consumidores e toda

a gama de grupos com os quais se relaciona como: investidores, funcionários,

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fornecedores, mídia, etc”. Nesta perspectiva todos os setores de relacionamento de

uma empresa foram designados como públicos, “e cada público exige uma maneira

adaptada de comunicação, observando sempre a uniformidade e a coerência do

discurso por parte da organização”. Nesse contexto “é necessário um grande esforço

para que a mensagem que a empresa quer passar seja bem entendida, eficaz e

capaz de agregar valor á visão de mundo do receptor”, asseguram Schaun e Rizzo

(2009, p. 50) e as autoras complementam:

No caso do Brasil, há uma forte concentração nos meios de discurso – as grandes redes de comunicação em massa estão concentradas em poucos grupos empresariais. A esfera pública é constantemente pautada pelos valores da esfera privada. O que se reflete na mídia em geral e, na maioria das vezes, o pensamento de uma elite. Nessa questão, as empresas podem aproveitar, em parte, para assumir um papel de porta-voz dos excluídos ao realizarem ações de solidariedade, educação, saúde, esporte, cultura e marketing social, por exemplo.

O cidadão é atualmente mais ativo e consciente de seus direitos, a

informação está mais disponível e a mídia tende a pautar cada vez mais temas

relacionados aos direitos humanos, à cidadania e ao consumo. “A propaganda feroz

e despreocupada não se encaixa mais na sociedade contemporânea”, e portanto, “a

comunicação com o público precisa ser inteligente, posto que o perfil do comprador

mudou em todos os seguimentos de sonsumo” (SCHAUN; RIZZO, 2009, p. 51).

2.2 COMUNICAÇÃO ESTRATÉGICA

Pacete (2012) afirma que o papel estratégico da comunicação no universo

das corporações fez com que as companhias conscientes se preocupassem cada

vez mais em estruturar o setor de comunicação. Adriana Recco, gerente de

comunicação corporativa da Henkel, acredita que “dificilmente uma companhia

sobrevive sem uma comunicação bem estabelecida em diversas esferas e gestores

capazes de absorverem as mudanças”, e nessa mesma perspectiva afirma ainda

que “as empresas passaram a ter a necessidade de um profissional multidisciplinar

que entenda de comunicação interna e externa, gerenciamento de crise e

plataformas digitais” (PACETE, 2012, p. 57)

O gestor de mercado da Sovena, Nuno Miranda, grupo responsável pela

distribuição do azeite Andorinha no Brasil, considera que é importante que “um

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gestor de comunicação também seja capaz de intermediar o trabalho de agências

parceiras”, afirmando que esta empresa atualmente trabalha no Brasil com três

agências de comunicação, “atuando nas áreas de publicidade, assessoria de

imprensa e canais diretos com o consumidor no ponto de venda” (PACETE, 2012,

p.57).

No modelo de controle estratégico a comunicação é uma ferramenta de controle do

ambiente organizacional, e nesse sentido:

A comunicação organizacional deve constituir-se num setor estratégico, agregando valores e facilitando os processos interativos, por meio das Relações Públicas, da organização com os seus diferentes públicos, a opinião pública e a sociedade em geral [...] uma filosofia que direciona a convergência das diversas áreas, permitindo uma atuação sinérgica (KUNSCH, 2003, p. 150).

Torquato (2002, p. 35), por sua vez, afirma que a comunicação organizacional

“é a possibilidade sistêmica que, integrada, reúne as modalidades de comunicação

cultural, comunicação administrativa, comunicação social e sistemas de informação”.

Toda organização, empresarial ou institucional, é um ente social e tem de trocar

informações com o universo que a cerca. A comunicação de uma empresa tem de

ser adequada ao ambiente em que se encontra. Todas as organizações lidam com

uma diversidade sociocultural dos diversos públicos que possuem, por sua vez, as

mais diversas formações e diferentes visões de mundo, resultando em diferentes

demandas na comunicação estratégica, fazendo-se necessário escolher os meios

adequados para passar o conteúdo da informação desejada. E nessa perspectiva

“cada empresa tem por compromisso buscar uma participação positiva, com

intensidade moral, por parte de seus colaboradores e públicos”, as autoras alertam

que:

Esconder a informação dos interessados diretamente numa determinada questão ou problema é algo altamente prejudicial para as empresas. Admitir um erro, por exemplo, é mais saudável para a imagem de uma organização diante de uma crise perante a opinião pública. Alem disso, é fundamental considerar que toda organização precisa de informação oriunda dos públicos para ajustar-se ao mercado e ao meio social. O mais impressionante é que este tipo de política estratégica, voltada á consideração dos interesses dos consumidores e do público, tem trazido, ao longo dos últimos anos, um considerável e sólido aumento dos lucros. (SCHAUN; RIZZO, 2009, p. 52).

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Nesse contexto, o papel das Assessorias de Imprensa que, na sua maioria, se

concentrava no assessoramento e consultoria, transforma-se em estruturas mais

complexas e estratégicas, e “a partir do final dos anos de 1990 as Assessorias de

Imprensa começam a usar a denominação de Agências de Comunicação”, mudando

“o status e a preponderância da visão estratégica global e integrada”. Nesse sentido

a agência de comunicação amplia seu contexto de atuação passando a prestar

serviço especializado em comunicação organizacional e corporativa, “envolvendo

gestão estratégica, relações com a mídia, consultoria política, comunicação interna,

organização de eventos e design e conteúdo” (SCHAUN; RIZZO, 2009, p. 52).

Entre as atribuições de uma agência de comunicação encontram-se:

pesquisar a concepção da empresa perante os diferentes públicos, planejar uma estratégia de comunicação contínua, que englobe os valores da empresa, executá-la, e avalia-la de forma a se fazer entender por todos os que interessam á organização. Numa perspectiva mais ampla, a sua ação envolve tanto informar quanto captar e atender as demandas internas e externas dos públicos de interesse. Um dos diferenciais da Agências de Comunicação é sua função de parceria com o cliente para pensar as transformações e os cenários sociais e econômicos na sociedade globalizada, prospectar impactos prováveis na comunicação da organização, gerenciar crises e propor soluções. Neste cenário, onde a visão da comunicação organizacional deve ser estratégica e gerida por profissionais, foi que ocorreu a explosão do número de Agências de Comunicação nos últimos anos (SCHAUN; RIZZO, 2009, p. 53).

A partir desta nova perspectiva as antigas assessorias de imprensa tiveram

que mudar sua designação devido ao grande crescimento do número de serviços

oferecidos e á complexidade exigida para compor uma visão de comunicação:

informação, gestão estratégica, ética e mercado globalizado. A partir da consciência

de seu papel nas comunicações organizacionais, na diversificação de serviços,

trabalhar em equipe, com parcerias, tornou-se imperativo, a comunicação entre os

grupos deve uniformizar a imagem da empresa para que o resultado final não

contenha contradições. O atendimento aos clientes é personalizado e não há

fórmulas prontas, já que cada caso é diferente e possui necessidades

comunicacionais e estratégicas diferentes entre si. “Captar e diagnosticas o

problema de comunicação do cliente é um desafio constante” (SCHAUN; RIZZO,

2009, p. 53).

O trabalho com o público interno das empresas é considerado um ponto em

comum entre as agências de comunicação. Os colaboradores são vistos como porta-

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vozes da empresa e há muitas campanhas organizadas para que os funcionários

criem vínculos com seu local de trabalho e fiquem mais motivados a produzir. De

acordo com a demanda por parte dos clientes, o trabalho das agências ganha

principal destaque o planejamento em comunicação, seguido de gerenciamento de

crises e auditoria de imagem, e isto pode ser analisado como um sinal de

importância que a comunicação vem adquirindo no âmbito corporativo, do ponto de

vista político e estratégico, ao longo dos últimos anos. Já no quesito de

relacionamento com a mídia a maior ênfase é dada á área de assessoria de

imprensa “onde o fornecimento de informações ao público e aos formadores de

opinião é considerado primordial. Já as relações “com a imprensa – com os

jornalistas – vêm em segundo lugar, onde o treinamento dos executivos e porta-

vozes – mais conhecido como media training – é um dos serviços mais solicitados”.

Na sequência, as empresas dão importância “à consultoria de mídia e aos relatórios

de mídia – ambos são considerados fundamentais para o monitoramento e tomada

de decisões por parte dos executivos” (SCHAUN; RIZZO, 2009, p. 56).

A prática das agências de comunicação demonstra que o planejamento de

comunicação é considerado um aspecto de relevância e sempre feito no início do

contato agência/cliente, como forma de estabelecer um diagnóstico e se posicionar

diante do cliente com base na realidade. Na área de consultoria política, as agências

adotam a pesquisa histórica e a auditoria de mídia como instrumentos norteadores

de um diagnóstico inicial, com bases sólidas:

O primeiro passo é sempre identificar os problemas de comunicação da empresa em questão e os tipos de público com os quais ela se relaciona, denotando uma preocupação que inclui também a comunicação interna. È importante relatar que, como procedimento padrão, os principais problemas ganham prioridade na abordagem do planejamento de comunicação. (SCHAUN; RIZZO, 2009 p. 56).

2.2.1 Gestão estratégica

É uma ação que envolve todas as atividades voltadas ao planejamento

estratégico das atividades de gestão corporativa e suas relações com os mais

diversos públicos. “É a visão de comunicação posta no primeiro plano do negócio, aí

incluídas as relações com os clientes, com o mercado e com a sociedade”. Requer a

compreensão de vários aspectos como “a ética, diversidade, política, governança,

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sustentabilidade, interesse público, mercado e sociedade” (SCHAUN; RIZZO, 2009,

p. 58).

A Gestão estratégica da Comunicação se ocupa do diagnóstico, da análise do planejamento, da criação e da produção da comunicação das organizações, com foco na gestão da temporalidade corporativa: passado (história e papel da sociedade), presente (função política, econômica e social) e no futuro (visão de tendência, atualização tecnológica e cenários, nos âmbitos econômico, social e cultural). (SCHAUN, RIZZO, 2009, p. 59).

2.2.2 Relações com a mídia

A relação das agências de Comunicação com a mídia é fundamental, sendo

que a assessoria de imprensa é a mais antiga e tradicional área de atuação,

conhecida como a prática do jornalismo no ambiente da fonte de informação.

“Manter boas relações com a mídia significa bem mais do que produzir releases, a

presença em eventos e a organização de coletivas de imprensa”.

As principais atividades desenvolvidas congregam: elaboração e expedição de releases e press kits para mailing qualificado; contatos frequentes e remessas de informações qualificadas para as editorias jornalísticas e as colunas especializadas; organização e coordenação de coletivas de imprensa; ações voltadas a estabelecer relacionamentos com foco em editores, jornalistas e público em geral. Significa identificar as mídias que afetam o negócio, tanto do ponto de vista econômico como político em social (SCHAUN, RIZZO, 2009, p. 59).

De acordo com a Aberje, o gerenciamento de crise ocupa hoje o serviço mais

importante para as empresas no âmbito das relações com a mídia. De acordo com

uma pesquisa realizada pelo Instituto Aberje de pesquisa e Ideafix Estudos

Institucionais, em 2001, “64% dos executivos das 500 maiores empresas brasileiras,

entre nacionais e multinacionais, consideram que o investimento em comunicação

corporativo é estratégico” (SCHAUN; RIZZO, 2009, p. 60).

Segundo Flávio Schmidt, diretor da Ketchun Comunicação, existem algumas

premissas que devem ser respeitadas no processo de comunicação de uma crise,

sendo elas: “preparação, agilidade, transparência, compromisso total da liderança,

integração de todos os envolvidos e a incorporação de melhores práticas, a partir do

aprendizado propiciado pela situação em crise” (SCHMIDT, 2007 apud SCHAUN;

RIZZO, 2009, p. 60).

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2.3 MERCADO DE AGÊNCIA DE COMUNICAÇÃO

O mercado de comunicação organizacional evolui rapidamente e exige uma

atuação estratégica das agências. Mas muitas delas fecha as portas por falta de

uma Administração competente. Para se ter uma agência de comunicação de

sucesso:

É preciso somar competências, saber transitar na área da comunicação e entender os processos administrativos, sendo capaz de motivar as pessoas para obter os resultados desejados. é preciso habilidade sistêmica: a capacidade de visualizar e praticar um sistema integrado de trabalho. Perceber o mercado de forma diferenciada, ver o que os outros não percebem (SCHMITZ, 2009, p 10).

Com a chegada da internet e a informação transmitida de maneira cada vez

mais rápida e eficiente as empresas tem se preocupado em manter uma imagem

eficiente junto ao cliente, consumidores e todos os públicos que se relaciona. Cada

público exige uma maneira adaptada de comunicação, observando sempre a uniformidade e

a coerência do discurso por parte da organização. É necessário um grande esforço para que

a mensagem que a empresa quer passar seja bem entendida, eficaz e capaz de agregar

valor à visão de mundo do receptor (SCHAUN, RIZZO, 2009, p 50).

O cenário cada dia mais competitivo reforça a ideia da necessidade de se

preparar para encarar o mercado, que atrai um número expressivo de pessoas

formadas em comunicação.

O movimento intenso em setores relacionados ao setor jornalístico acompanha uma tendência no Brasil. Dados da Global Entrepreneurship Monitor, um think tank internacional especializado em pesquisas sobre empreendedorismo, apontam que o número de donos do próprio negócio ultrapassa os 14 milhões no país. Entre eles há mais de 20 mil jornalistas como freelances ou administrando pequenos empreendimentos (PACETE, 2010, p 31)

2.3.1 Empreendedorismo na comunicação

Pesquisa da Escola de Economia de Londres mostra que o Brasil é o sétimo

país mais empreendedor do mundo. Mas, segundo o Sebrae, cerca de 60% das

pequenas e microempresas fecham as portas até o quinto ano de vida. Já entre as

que contam com um plano de negócios, o índice de fechamento cai para 18%.

Isto demonstra que administrar uma empresa decorre de identificar oportunidades, dispor de recursos e, assim transformá-la em uma atividade rentável. O sucesso também depende de um estudo de merca do,

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estabelecimento de metas e objetivos, conhecimentos de gestão, enfim, de um planejamento criterioso de médio e longo prazos (SCHMITZ, 2009, p 12).

Como destaca Pacete (2010, p 32) “é preciso ter clareza dos serviços e

projetos dos quais ele vai participar e para onde poderá expandir”. Para o autor

“analisar o mercado e conversar com empreendedores mais experientes auxiliam na

formação de uma mentalidade mais empresarial. Outro caminho é se cercar de

profissionais com perfil administrativo já afiado”.

2.3.2 Perfil de mercado

De acordo com pesquisa do Sebrae, de cada dez empresas que abrem no

Brasil, cinco são por necessidade, enquanto o ideal seria o empreendimento por

oportunidade.

A implementação de uma agência requer uma gestão estratégica da comunicação em consonância com o planejamento estratégico: a missão, visão, valores, mercado, objetivos e metas da organização. Pesquisa da Databerje (2008) mostra que 60% das organizações percebem a comunicação como estratégica. No entanto, 37% consideram uma área de apoio e 3%, um suporte técnico. Ainda, 75% apontam que a comunicação tem impacto direto na sua imagem e reputação. Este novo ambiente representa uma oportunidade ímpar para a comunicação, aliás, o nirvana para aquelas agências que têm a missão de tornar as organizações chamadas pelos públicos e admiradas pela sociedade (SCHMITZ, 2009, p 23).

Está aberto então o espaço para as agências que para Schmitz (2009, p. 52)

“assumem uma função estratégica, de mediadoras e articuladoras dos

relacionamentos. Enfim, representa um adeus à „assessoria‟ e um olá à „gestão‟ da

comunicação”. Trata-se de um segmento em evolução, tanto em faturamento, postos

de trabalho, número de agências e clientes.

A agência de comunicação amplia seu contexto de atuação e passa a ser uma empresa prestadora de serviços especializados em comunicação organizacional e corporativa, envolvendo principalmente as seguintes áreas: gestão estratégica, relações com a mídia, consultoria política, comunicação interna, organização de eventos e design e conteúdo (SCHAUN, RIZZO, 2009, p 52).

Não faltam oportunidades para o crescimento de empresas no setor da

comunicação. Já que como Schmitz (2009, p. 44) lembra “as organizações vivem

uma era de diálogo, transparência, pluralidade de opiniões, de interação e de

múltiplos canais de comunicação”. Além dos serviços mais comuns – assessoria de

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imprensa, publicações e eventos – existe espaço para serviços mais sofisticados,

como programas de responsabilidade social e ambiental, gestão de crises,

treinamento de fontes (media training), auditoria de imagem, consultoria,

comunicação interna e digital, principalmente.

O mercado de agências de comunicação no Brasil é recente. Embora a

pioneira, AAB, tenha sido fundada em 1962, a maioria foi criada a partir da década

de 1990. Já no mercado internacional há agências quase centenárias. É composto

essencialmente por pequenas e micro-agências, chamadas de “eugências”

(constituídas por um profissional e um sócio, geralmente parente). Presume-se que

em 2009 havia, no Brasil, cerca de 1.800 agências de comunicação operando

regularmente, empregando mais de 15 mil profissionais diretamente (exceto

autônomos e aqueles que atuam nas áreas de comunicação das organizações).

Há uma disseminação das agências por todo o Brasil, inclusive com a expansão das grandes para outros mercados. No ano de 2000, cerca de 80% das agências se concentravam no Estado de São Paulo. Acredita-se que em 2009 este percentual tenha reduzido para menos de 60%. Este mercado ultrapassou a barreira de 1 bilhão de reais de receita, em 2008. Nos Estados Unidos, as agências de relações públicas faturam 10 vezes mais. No Brasil, é um setor em franco desenvolvimento, com taxas de crescimento que superam os 20% ao ano, tanto nos números relativos ao faturamento como na geração de postos de trabalho (SCHMITZ, 2009, p 46).

Comparados com o mercado de agências de propaganda, os números das

agências de comunicação são relativamente baixos. Mas, ao contrário do mercado

publicitário, apresenta um crescimento espetacular. Parece incrível, mas quase não

se tem notícia de fechamento de agências de comunicação. É um mercado

generoso, com lugar para todos, desde aquele profissional com escritório domiciliar

– que nem por isso deixa de realizar um bom trabalho – até as médias e grandes do

setor (SCHMITZ:2009, p. 48).

2.3.3 Modelos de agências

As agências de comunicação têm perfis diferentes e podem atuar de

maneiras distintas, conforme Schmitz (2009, p. 51):

Ao adotar simplesmente a denominação „agência de comunicação‟, o mercado brasileiro segue o modelo iberoamericano, em vez do norte-americano, que emprega o termo „agência de relações públicas‟. O segmento dispensa complementos como „comunicação empresarial, corporativa, institucional ou organizacional‟ porque ainda não assimilou a diferenciação destes conceitos. No mercado, considera-se uma redundância a denominação „agência de comunicação e relações públicas‟, porque

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um conceito está contido no outro. Evidentemente, relações públicas é um método e atividade de comunicação. Por exemplo, quando alguém se refere às agências de propaganda e publicidade, sabe-se do que se trata. Da mesma forma, o mercado almeja consolidar a denominação simplificada de agência de comunicação.

Alguns modelos de empresas, segundo Schmitz(2009):

As pioneiras: Em 1906, Ivy Lee deixou o jornalismo diário para montar a

primeira agência de comunicação do mundo moderno, em Nova Iorque. Ele saiu da

redação do The New York Times para recuperar a credibilidade perdida do barão do

capitalismo selvagem, John D. Rockfeller Jr. A partir da década de 1960 as

atividades de relações públicas e comunicação organizacional chegaram ao Brasil

atreladas às indústrias e agências de propaganda norte-americanas. O primeiro

brasileiro a atuar nesta área foi José Rolim Valença, que começou a aprender a

profissão na agência de propaganda J.W. Thompson. Em 1962, ele criou a AAB,

primeira agência de comunicação do Brasil, tendo como sócio José Carlos Fonseca

Ferreira, vindo da Ford.

As multinacionais: Entre as grandes multinacionais, a primeira agência a

chegar ao Brasil, em 1978, foi a Burson-Marsteller, que se considera a líder em

relações públicas no mundo. Ela começou com filiais em Nova Iorque e Chicago e

partir de 1961 abriu escritórios na Europa. Foi fundada por Harold Burson, eleito a

“personalidade de relações públicas mais influente do século XX”, em um ranking de

100 profissionais eleitos pela revista norte- americana PR Week. Ele é um dos

pioneiros na aplicação da comunicação integrada. Seguindo os passos da Burson-

Marsteller, outras multinacionais estão no País, vindas com o propósito inicial de

atender seus clientes internacionais. Elas trabalham fortemente os conceitos de

relações públicas e oferecem um portfólio completo de serviços, inclusive os mais

sofisticados. Têm expertise em ações avançadas de comunicação, como advocacy

(ações dirigidas a quem decide, sensibilizando a sociedade acerta de temas do

interesse do cliente), lobby (relações governamentais), public affair (diagnóstico

político, com análise de tendências), gerenciamento de marca (imagem e reputação)

e marketing experiencial.

Relações públicas: Além das norte-americanas, poucas agências brasileiras

são genuinamente de relações públicas, ou seja, atuam dentro de um conceito de

administração da comunicação entre a organização e seus públicos. O conceito puro

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de relações públicas ainda está confinado às agências experimentais dos cursos de

Comunicação Social e algumas organizações públicas e grandes empresas. O grupo

TV1 mantém uma unidade especializada em relações públicas. Mas a Inform

Comunicação talvez seja a agência que mais se aproxima deste modelo. É dirigida

por um dos pioneiros das relações públicas no Brasil, Carlos Eduardo Mestieri. Esta

agência foi uma das precursoras da pesquisa de imagem e auditoria de opinião

pública e trata as relações públicas não somente com uma atividade voltada para a

imagem institucional, mas também uma ferramenta de marketing. Obviamente que a

maioria das agências de comunicação atua nessa perspectiva.

As maiores: As dez maiores agências do país abocanham cerca de 40% das

verbas neste segmento e faturaram entre 11 milhões e 50 milhões de reais por ano,

cada, em 2008. Duas agências brasileiras, CDN e FSB, (cerca de 50 milhões de

reais, cada) estão entre as 12 maiores do mundo, neste ramo. Além da CDN e FSB

e das multinacionais InPress Porter Novelli e Ketchum, completam a lista das

maiores: TV1, Máquina da Notícia, CDI, Publicom, Andreoli MS& e S2, segundo

ranking da Mega Brasil, em 2008. Concentram-se em São Paulo (exceto, a FSB, no

RJ) e a maioria conta com escritórios em Brasília e Rio de Janeiro. Assim como as

agências internacionais, as maiores brasileiras também agregam valor aos produtos.

Por exemplo, a par da assessoria de imprensa, desenvolvem serviços de media

training, gestão de crise e mensuração de resultado. Estão capacitadas para os

múltiplos serviços, com um diversificado portfólio. Além dos produtos básicos,

oferecem soluções diferenciadas, como auditoria de imagem, pesquisa, consultoria

etc.

Unidades de negócios: É raro o modelo de unidades de negócios. Trata-se de

um grupo de empresas coligadas ou unidades com estruturas independentes, que

visam atender peculiaridades do mercado e, eventualmente, reduzir a carga

tributária, optando pelo Simples Nacional.

Por segmentos: Outras agências optam por atender determinados segmentos,

especializando-se em informática e tecnologia (ABCE), moda (MKT Mix, Samira

Campos, Estilo & Arte), Saúde (Ideas), celebridades (Suzana Schreiner) etc.

Dominar um segmento cria um grande diferencial no mercado e inibe a

concorrência. Por conhecer em profundidade um determinado setor, as

organizações e personalidades valorizam muito esta expertise.

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As especialistas: Poucas agências oferecem um único serviço, por uma

questão estratégica, embora o foco de muitas seja somente assessoria de imprensa

por não estar capacitadas a outros serviços. Uma das exceções, e de sucesso, é a

Happy House Brasil, especializada em comunicação interna, ou como ela quer,

“endomarketing”, sendo “a primeira agência de propaganda interna do Brasil”, criada

no ano de 2000 pela Analisa de Medeiros Brum, autora de vários livros nesta área.

Também existem empresas especializadas em eventos, que vão de festas e

casamentos a congressos internacionais.

Assessoria de imprensa: A maioria das empresas se apresenta como agência

de múltiplos serviços, embora esteja capacitada em poucos deles, notadamente em

assessoria de imprensa. A assessoria de imprensa continua sendo o principal

serviço, representando, em média, 40% do faturamento das agências brasileiras,

conforme os indicadores da Abracom (2008). Inúmeras dessas empresas ainda

então na fase de somente fazer e distribuir releases. Mas existem exceções, como a

A4 Comunicação, da administradora Mai Carvalho e do jornalista Paulo Figueiredo. A

agência agrega serviços à assessoria de imprensa: gestão das relações com os

clientes e a mídia, administração de crise e de informação (clipping), media training

e mensuração de resultado.

Pequenas agências: Embora a maior parte do mercado seja composto por

microagências, um modelo interessante é da pequena agência, aquela formada

pelos sócios e mais três ou quatro profissionais. Esse porte comporta em média

cinco clientes, onde a agência busca crescer dentro da organização que atende,

utilizando uma estratégia de manutenção. O que importa não é o volume de

faturamento, mas a lucratividade.

As “eugências”: Muitas assessorias de comunicação surgem da necessidade

do profissional free-lancer em emitir nota fiscal de prestação de serviços. Daí surgem

as “eugências”. Algumas prosperam. Mas a maioria continua estagnada. Isto ocorre

principalmente naquelas que são constituídas por um ou dois profissionais, devido a

uma forte e irracional competição por preço baixo que se trava no mercado. Pelo

nível de concorrência e a necessidade de sobrevivência, muitas aceitam qualquer

cliente, pelo preço que for possível pagar. Ainda prevalece a tática da sobrevivência

“boi de piranha”, de “vender o almoço pra comprar o jantar”. Mas há “eugências” que

sustentam o formato por uma questão estratégica. São profissionais que buscam

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qualidade de vida, realização pessoal e fogem dos grandes centros, do estresse e

da elevada carga tributária. Seja por estratégia ou sobrevivência, as “eugências”

formam a grande maioria das agências, aproximadamente 60%, sem contabilizar os

autônomos (free-lancer), alguns com dupla jornada, nos veículos e nas assessorias.

2.3.4 Estrutura e atividades

Schmitz (2009, p 73) lembra que “embora tenha uma similaridade com as

agências de propaganda, a estrutura da empresa de comunicação não segue a sua

rigidez organizacional por departamento (planejamento, atendimento, criação, mídia

e produção)”.

No caso das agências de comunicação, a estrutura é ajustada por clientes, serviços ou unidades de trabalho: assessoria de imprensa, publicações impressas e digitais, editoração, eventos etc. Geralmente as agências de comunicação nascem microempresas, normalmente com dois sócios, tendo à frente um jornalista ou profissional de relações públicas. No caso de pequeno porte, os sócios e os poucos funcionários desempenham mais de uma atividade. Neste estágio o organograma é simples e informal. (SCHMITZ, 2009, p 73)

Mas quando a agência cresce e, consequentemente, contrata pessoas, é

necessária uma organização estrutural formal, na qual os sócios assumem cada vez

mais funções estratégicas e menos operacionais. Como afirma Schmitz (2009, p 74)

“estabelece-se então uma hierarquia, ou seja, a definição dos níveis do poder de

decisão, quanto às responsabilidades, funções e tarefas. Existem vários tipos de

estruturas organizacionais”. As mais comuns são: simples, funcional, matricial, por

cliente e unidades de negócio.

Na estrutura funcional, os profissionais são agrupados por habilidades e são comuns em agências pequenas, com poucos serviços. Os organogramas por clientes reúnem pessoas com diferentes tarefas e habilidades para atender uma ou mais organizações. Também se pode dividir a equipe por regiões (no caso de filiais). É um modelo muito utilizado. Uma outra forma é a matricial, que agrupa equipes multifuncionais permanentes para misturar as forças técnicas, proporcionando maior flexibilidade, transparência nos custos e decisão descentralizada. Na estrutura por unidade de negócio, diferentes profissionais atuam em determinado tipo de produto ou serviço, responsabilizando-se por todo o seu processo. Esse modelo reúne profissionais afins em torno de um tipo de serviço. Assim, as equipes concentram suas especialidades e conhecimentos em soluções específicas, com maior rapidez, autonomia e qualidade nas decisões (SCHMITZ, 2009, p 74).

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2.3.5 Profissionais e Serviços

No Brasil, a partir da década de 1990 as agências de comunicação

começaram a deixar o modelo de único serviço – geralmente assessoria de

imprensa ou publicações de organizações (não midiáticas) – para ampliar o leque de

serviços. Impulsionadas pela teoria da comunicação integrada e estimuladas pelo

marketing e recursos humanos, a maioria passou a oferecer um cardápio de

serviços, enquanto outras optam por se especializar em um segmento.

Por questões de competitividade, redução da estrutura administrativa, foco nos negócios ou atividades e profissionalização, as organizações optam, cada vez mais, por contratar agências para realizar os serviços de comunicação, mesmo mantendo uma estrutura interna. Para atender esta demanda, uma agência de comunicação presta, basicamente, serviços de assessoria de imprensa e relacionamento com a mídia, relações públicas, comunicação interna e comunitária, publicações (jornais, revistas, boletins) para os diferentes públicos de uma organização ou personalidade. Também atua na organização de eventos e gestão de patrocínios, comunicação digital e conteúdo para a internet, editoração multimídia, gerenciamento de crise, produção de vídeos para organizações, publicidade institucional e imagem corporativa (SCHMITZ, 2009, p 91).

Uma agência pode ainda coordenar pesquisas de opinião e auditorias,

programas e projetos de cidadania e responsabilidade social. Enfim, são atividades

ligadas basicamente ao jornalismo e às relações públicas. Todas estas atribuições e

serviços demandam um planejamento de comunicação integrada, geralmente em

parceria com as áreas administrativa, de recursos humanos, marketing e

propaganda. Planejamento, atendimento, assessoria de imprensa, publicações,

eventos, comunicação digital, comunicação interna, publicidade institucional.

Há um grande avanço das agências na ampliação de serviços. Alguns deles são sofisticados e exigem elevado grau de especialização, como a gestão e consultoria estratégica de comunicação, que exige planejamento, análise e mensuração. Também se inclui neste rol a criação e execução de programas especiais de ouvidoria ou ombudsman, vinculados à comunicação, bem como governança corporativa e relações com investidores. A comunicação é um campo para equipes multidisciplinares: jornalistas, relações públicas, publicitários, administradores, profissionais de marketing. Outros profissionais também são bem-vindos. (SCHMITZ, 2009, p 108).

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3. AGÊNCIA DE COMUNICAÇÃO NO ALTO VALE DO ITAJAÍ

3.1 PLANO DE NEGÓCIO

3.1.1 Dados da agência

Durante a pesquisa foi desenvolvido um plano de negócios para a Oficina das

Palavras Alto Vale. Abaixo a descrição:

Nome da agência: Oficina das Palavras

Razão social: Oficina das Palavras Alto Vale do Itajaí

Atributos e elementos da marca: a logo da Oficina das Palavras reflete a

principal atividade da empresa, a comunicação. O balão simboliza a fala. As cores,

azul, preto e branco, foram selecionadas para passar seriedade e credibilidade, por

isso a aposta em tons neutros. O lado criativo está colocado na estilização do balão.

3.1.2 Serviços

A Oficina das Palavras presta serviço de assessoria de comunicação, numa

época em que transmitir informações é fundamental para o desenvolvimento de uma

empresa. A agência é especialista em comunicação corporativa e assessoria de

imprensa, desenvolvendo projetos para os mais variados públicos. A Oficina das

Palavras entra como ferramenta para levar o conhecimento público das ações de

uma organização, sejam elas de interesse político, social, religioso, comercial, e

vários outros que necessitem de respaldo na opinião pública.

3.1.3 Concorrentes

A agência será uma das duas únicas na região já que existe apenas outra

empresa especializada em assessoria de imprensa. A Adove Assessoria de

Comunicação e Imprensa.

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3.1.4 Ameaças

As empresas não se conscientizarem da importância de contar com uma

agência de assessoria dentro da organização.

3.1.5 Oportunidades

Existem muitas empresas na região que ainda não sabem os benefícios de

contar com uma assessoria de imprensa. São milhares de empresas e clientes

potenciais de diversos setores no Alto Vale do Itajaí.

3.1.6 Pontos fortes

A agência será uma das duas assessorias de imprensa no Alto Vale do Itajaí.

Além disso, conta com profissionais competentes e experientes que já atuaram em

redações de TV e tem amplo conhecimento e relacionamento com os veículos de

comunicação. Os concorrentes estão mais tempo no mercado da região.

3.1.7 Pontos fracos

Como este tipo de serviço não é amplamente oferecido na região, o desafio

será mostrar o quanto a assessoria de imprensa de qualidade é importante e pode

ajudar no desenvolvimento das empresas e fortalecimento das marcas. A única

agência concorrente é focada apenas em assessoria de imprensa.

3.1.8 Missão

Existimos para informar com credibilidade e inovação. Surpreendemos para

fortalecer pessoas e organizações referência estadual na prestação de serviços de

comunicação primando pela qualidade e presteza, levando em conta a criatividade e

buscando soluções para problemas nas organizações.

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3.1.9 Visão

Até 2015 ser a maior e melhor empresa de comunicação corporativa de Santa

Catarina na conquista de resultados pela excelência no uso da Informação e dos

relacionamentos.serviços especializados, diferenciados, com qualidade e

atualizados em comunicação e assessoria de imprensa conforme a demanda do

mercado, sempre focados nas necessidades dos clientes. Ser a melhor agência de

comunicação do Estado, em cinco anos.

3.1.10 Valores

Comprometimento, ética, dinamismo, qualidade, criatividade e valorização

das pessoas.

3.2 PLANO ECONÔMICO-FINANCEIRO

3.2.1 Investimentos fixos iniciais

Itens Qt. Unit. R$ Total R$

Microcomputador 1 2.200,00 2.200,00

Impressora 1 650,00 650,00

Periféricos 1 1.200,00 1.200,00

Software 2 560,00 1.120,00

Escrivaninha 1 850,00 850,00

Mesa de reunião 1 650,00 650,00

Cadeira 2 400,00 800,00

Armário 1 850,00 850,00

Materiais diversos 1.000,00 1.000,00

Total 9.320,00

3.2.2 Despesas fixas

Itens Mês R$ Ano R$

Conta de telefone fixo 350,00 4.200,00

Conta de celular 120,00 1.440,00

Provedor de acesso à internet 50,00 600,00

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Água e energia elétrica 25,00 300,00

Manutenção 50,00 600,00

Outras despesas 350,00 4.200,00

Total 11.340,00

3.2.3 Despesas variáveis

Itens Mês R$ Ano R$

Combustível 300,00 3.600,00

Total 3.600,00

3.2.4 Receita operacional

Clientes Mês R$ Ano R$

Pré-vale 2.000,00 24.000,00

Prefeitura de Ibirama 4.000,00 48.000,00

Cervejaria Handwerk 2.000,00 24.000,00

Total 6.000,00

3.2.5 Lucro líquido

Mensal: R$ 4.750,00 Anual: R$ 57.000,00

3.2.6 Margem de contribuição anual

R$ 68.400,00

3.2.7 Ponto de equilíbrio

R$ 11.936,85

3.2.8 Retorno de investimento

Taxa mensal: 0,005 x 100 = 0,5% Prazo de retorno: 1,97

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3.2.9 Demonstração anual de resultados

Itens Valor R$ %

Receita operacional 72.000,00 100

Despesas fixas 11.340,00 15,8

Despesas variáveis 3.600,00 0,5

Total de despesas 14.940,00 20,1

Lucro líquido anual 57.000,00 79,2

Margem de contribuição 68.400,00 95,0

Ponto de equilíbrio 11.936,85 16,5

3.3 ATUAÇÃO NO MERCADO

A comunicação ainda não é vista como parte importante no planejamento das

empresas da região do Vale do Itajaí. Muitas ainda não sabem dos benefícios que

podem conseguir com o trabalho de uma assessoria de imprensa.

3.3.1 Produtos

Os produtos oferecidos pela Oficina das Palavras de acordo com a

necessidade de cada cliente. Os serviços são os seguintes:

a) Media training para presidente, diretores, gestores e fontes da empresa,

com reciclagens constantes e acompanhamento no aperfeiçoamento contínuo como

fonte.

b) Clipping de notícias sobre a empresa, incluindo a avaliação dos resultados

qualitativos e quantitativos, mensalmente.

d) Sala de imprensa no site da empresa, com informações institucionais, perfil

dos produtos, cases de sucessos de clientes, banco de releases, sugestões de

pauta, arquivos de imagens em vários formatos e tamanhos, além de formas de

contato.

e) Visita de jornalistas à sede da empresa e em clientes para a demonstração

do sistema em operação.

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f) Visitas às redações e em encontro informais com jornalistas para criar um

bom relacionamento e boa vontade, com a distribuição de brindes.

g) Distribuição sistemática de releases, notas e sugestões de pauta.

h) Reportagens exclusivas para veículos maiores como jornais estaduais

(Diário Catarinense) e revistas nacionais (Valor Econômico).

i) Artigos técnicos e de opinião em revistas e jornais especializados,

assinados pelo presidente da empresa, diretores e técnicos.

j) Produção de informativos internos.

3.3.2 Características do público-alvo

A Oficina das Palavras não está focada em apenas um segmento. Quer

atender o setor público e privado em várias cidades do Alto Vale do Itajaí.

3.3.3 Área de ação e vendas

A agência Oficina das Palavras. Alto Vale do Itajaí atuará em toda a região.

Mas pretende ficar concentrado, inicialmente, nas cidades de Ibirama e Rio do Sul.

3.4 APRESENTAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS

O princípio desse trabalho era, como objetivo principal, desenvolver um

projeto de criação de uma agência de comunicação para atender organizações

públicas e privadas no Alto Vale do Itajaí. Para isso foi necessário, a princípio,

aprofundar os estudos sobre a comunicação, já que “o papel estratégico da

comunicação no universo das corporações fez que as companhias conscientes se

preocupassem cada vez mais em estruturar o setor” (PACETE, 2012, p. 57).

De modo geral, há grande incompreensão em relação ao trabalho das assessorias de imprensa. Essa incompreensão está tanto ao lado de quem contrata como de quem é contratado, já que ambos têm experiências que, na maioria das vezes, jamais serão atendidas e que têm origem em uma idéia distorcida sobre este tipo de trabalho (MARTINEZ, 2010, p 217).

A partir da revisão bibliográfica e da convicção de que havia potenciais

clientes, foi realizada uma pesquisa com alguns empresários da região. O contato

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com diretores e gerentes das organizações foi feito via e-mail, maneira escolhida

para tentar atingir o maior número de associados da Associação Empresarial de

Ibirama (ACIIBI). Afinal, foi necessário um diagnóstico das dimensões das

necessidades relacionadas com a comunicação:

Nem todas as instituições ou empresas precisam de assessoria de imprensa, embora precisem de um profissional de comunicação. Empresas como pequenas lojas não precisam de assessoria de imprensa, mas eventualmente podem precisar de um publicitário que fará um trabalho de mídia paga (publicidade) ou de mídia espontânea (jornalismo) para promoção de um novo produto ou de um novo serviço. (MARTINEZ, 2010, p 222)

Os questionários continham questões exploratórias para saber se os

empresários conheciam o trabalho de uma assessoria de imprensa, sobre o

interesse e/ou necessidade de contratar o trabalho e quanto estariam dispostos a

gastar com o serviço. Dos 133 questionários, enviados aos associados da entidade,

retornaram 21. Cada um deles com nove perguntas formuladas com o objetivo de

ratificar ou refutar os pressupostos estabelecidos na elaboração do projeto.

No Brasil e no mundo, a comunicação interna e externa é reconhecida como

fundamental no sucesso de corporações ou órgãos públicos. Com a pesquisa foi

possível saber o panorama do mercado voltado à comunicação empresarial, mas

especificamente sobre a assessoria de imprensa, no Alto Vale do Itajaí, em Santa

Catarina. Nem todos responderam ao questionário. Mas de qualquer maneira foi

possível entender o que cada um pensava sobre os serviços e a importância de uma

agência de comunicação.

As respostas serviram para o conhecimento sobre a realidade de mercado e

corroborar com o pressuposto que há necessidade de uma agência de comunicação

no Alto Vale do Itajaí.

Das empresas que responderam a pesquisa, 89% eram de pequeno porte e

11% de médio porte. Questionadas se contavam ou não com o serviço de assessoria

de imprensa, apenas 17% reponderam positivamente, como demonstra o gráfico a

seguir:

Dos 17% que afirmaram já contratar um serviço de comunicação, 6% contavam com

serviços de uma empresa terceirizada e 11% por um setor interno da corporação:

Você possui o serviço de assessoria de imprensa para a sua empresa?

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Sim 17%

o

50%

Se a resposta for positiva, como o serviço é prestado?

por empresa terceirizada 6%

por um setor dentro da sua

empresa

11%

Dos que responderam que contratam empresas terceirizadas para realizar o

serviço de comunicação, apenas uma citou a única concorrente já existente, a

ADOVE, de Rio do Sul. A outra corporação que conta com o trabalho possui um

setor interno para realização do serviço.

Se perguntadas sobre a função de uma assessoria de imprensa, 61%

responderam saber sobre os serviços prestados por elas e 22% não, como

demonstra o gráfico abaixo:

Você sabe qual a função um trabalho de assessoria de imprensa?

Si

m

61%

o

22%

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Quando o questionamento foi sobre a necessidade da implantação do serviço de

comunicação na empresa, 50% dos entrevistados responderam sim e 39% não.

Você sente necessidade de implantar um serviço de comunicação na sua empresa?

Sim 50%

Não 39%

Dessa maneira, foi possível constatar que a importância do trabalho de

comunicação é reconhecido pela maioria dos entrevistados e que existe espaço para

uma nova agência de comunicação na região. Mas os dados deixam claro também

que ainda é necessária uma propagação de informações sobre a importância de

contar com uma equipe especializada em comunicação nas empresas do Alto Vale

do Itajaí.

É importante destacar que as assessorias de imprensa são apenas um dos instrumentos de comunicação – entenda-se Planejamento, Estratégia e Gerenciamento da Informação – que estão à disposição de órgãos, empresas e instituições. As assessorias de imprensa não operam sozinhas nem fazem milagres pela divulgação e pela imagem de pessoas ou instituições, mas a ausência de estruturas eficientes de comunicação por ser responsável por perdas irrecuperáveis para empresas, pessoas e instituições, perdas essas significativas tanto

financeiramente como em imagem (MARTINEZ, 2010, p 218).

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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

As empresas e órgãos públicos estão, a cada dia, mais conscientes sobre a

importância da comunicação com todos os seus públicos. Esse é um dos principais

motivos para o mercado de agências de comunicação no Brasil viver um momento

promissor. Esse trabalho ajudou a identificar a realidade desse mercado no Vale do

Itajaí.

Com os resultados conseguidos através das 21 entrevistas com empresários

de diversos setores da região, foi possível confirmar os pressupostos dessa

monografia. Os dados mostraram que existe mercado para uma agência de

comunicação no Alto Vale do Itajaí, já que existe apenas uma empresa de

assessoria de imprensa concorrente na região e que a maioria das corporações

ainda não conta com algum serviço de comunicação.

Os números confirmaram também que as empresas gostariam de conhecer o

trabalho de uma agência e se beneficiar com os serviços que ela oferece. Além

disso, mostraram que a abertura de uma agência de comunicação no Alto Vale do

Itajaí é viável e contribuiria para o desenvolvimento da região através de empresas

mais compromissadas em comunicar com eficiência.

As pesquisas teórica e prática, realizada através dessa monografia,

forneceram dados e ajudaram a realizar um sonho. O de montar uma agência de

comunicação na região. Hoje a Oficina das Palavras já atua no Alto Vale do Itajaí.

Portanto, conseguiu-se responder à pergunta fundamental de maneira sistemática:

cumprindo com os objetivos específicos e, com isso realizado, atingir o objetivo geral

de forma consistente e clara. É necessário, no entanto, ressaltar as limitações da

pesquisa, já que apenas uma cota de empresários do Alto Vale do Itajaí fez parte da

pesquisa.

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REFERÊNCIAS

ABRACOM. Como escolher uma agência. São Paulo: Associação Brasileira das Agências de Comunicação, 2008.

KOTLER, Philip; KELLER, Kevin Lane. Administração de marketing. 12. ed. São Paulo: Pearson Education, 2006.

KUNSCH, Margarida Krohling. Comunicação organizacional: linguagem, gestão e perspectivas. v. 2. São Paulo: Saraiva, 2009.

MALHOTRA, Naresh K. Pesquisa de Marketing: uma orientação aplicada. 4 ed. Porto Alegre, Bookman, 2006.

MARTINEZ, Maria Regina Estevez. Implementando uma assessoria de imprensa. In: DUARTE, Jorge (Org.). Assessoria de imprensa e relacionamento com a mídia. 3.ed. São Paulo: Atlas, 2010.

OLIVEIRA, Tiago Mainieri. Empreendedorismo na comunicação: estudo comparativo das agências de relações públicas e comunicação no Brasil, Espanha e Estados Unidos. 2008. 310 f. Tese (Doutorado) - Universidade de São Paulo, São Paulo, 2008.

PACETE, Luiz Gustavo. Por conta própria. Imprensa. São Paulo, n. 259, ago. 2010, p. 30-32.

SAMARA, Beatriz S.; BARROS, José C. de. Pesquisa de Marketing: conceitos e metodologia. 3. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2002.

SCHAUN, Angela; RIZZO, Esmeralda. Agências de comunicação: teoria e prática. São Paulo: Expressão & Arte, 2009.

SCHMITZ, Aldo Antonio. Agência de comunicação: gestão, desafios e oportunidades. Florianópolis: Combook, 2009.

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APÊNDICE

Questionário aplicado na pesquisa de campo.

Olá! O presente estudo é um instrumento estritamente acadêmico, a ser utilizado do

trabalho de conclusão da Pós-Graduação em Gestão da Comunicação Pública e

Empresarial da Universidade Tuiuti do Paraná.

As informações serão mantidas em sigilo, bem como dados pessoais do

respondente. Desde já agradecemos a sua participação nessa pesquisa.

DADOS PESSOAIS E FUNCIONAIS

Nome –

Cargo –

Setor de atuação da empresa –

Porte da empresa – ( )Pequena Empresa

( ) Média Empresa

( ) Grande Empresa

LEVANTAMENTO DE INFORMAÇÕES

1 - Você possui o serviço de assessoria

de imprensa para a sua empresa?

( ) Sim ( ) Não

2 - Se a resposta for positiva, como o

serviço é prestado?

( ) por empresa terceirizada

( ) por um setor dentro da sua empresa

3 - Você sabe qual a função um

trabalho de assessoria de imprensa

( ) Sim ( ) Não

4 - Você sente necessidade de

implantar um serviço de comunicação

Qual?

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na sua empresa? ( ) Sim ( ) Não

5 – Se a resposta da questão anterior

for negativa, por quê?

( ) Não tenho interesse

( ) Minha empresa não tem necessidade

( ) É muito caro

6 - Se a sua empresa já possui um

trabalho de assessoria de imprensa,

está satisfeito com este serviço?

( ) Sim ( ) Não

7 – a) Se a sua resposta for negativa,

qual o motivo?

( ) Não atende minhas necessidades

( ) Não vejo resultado

( ) meu faturamento não aumentou

( ) Outros. Cite:

8 - Qual o valor que a sua empresa

estaria disposta a investir mensalmente

em um serviço de assessoria de

imprensa?

( ) Até R$ 500,00

( ) Até R$ 1.000,00

( ) Até R$ 2.000,00

9 – Atualmente, qual a forma de

comunicação utilizada por sua empresa

para a divulgação dos seus produtos

e/ou serviços?

....