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UNICEP – CENTRO UNIVERSITÁRIO CENTRAL PAULISTA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO A LOGÍSTICA DO TRANSPORTE AÉREO DE CARGAS: ESTUDO DE CASO VARIG LOGÍSTICA S.A. Renan Pratta
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A Logistica Do Transporte Aéreo de Cargas

Dec 16, 2015

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Estudo de caso de uma grande empresa de logística, referência no transporte aéreo de cargas, detalhando todas as operações logísticas envolvidas nos processos de transporte de carga aérea expressa e standard.
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  • UNICEP CENTRO UNIVERSITRIO CENTRAL PAULISTA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUO

    A LOGSTICA DO TRANSPORTE AREO DE CARGAS: ESTUDO DE CASO VARIG LOGSTICA S.A.

    Renan Pratta

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    Renan Pratta

    A LOGSTICA DO TRANSPORTE AREO DE CARGAS: ESTUDO DE CASO VARIG LOGSTICA S.A.

    S. Simes

    So Carlos/SP Dezembro de 2010

    Trabalho de Concluso de curso apresentado UNICEP, como parte dos requisitos para a obteno do ttulo de bacharel em Engenharia de Produo, sob a orientao da Prof. Me. Julianita M. S. Simes

  • 3

    Dedico este trabalho minha famlia pelos ensinamentos, por terem me guiado at a universidade e pela fora e apoio ao longo de minha jornada acadmica.

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    AGRADECIMENTOS

    Agradeo primeiramente a Deus, meu protetor, que me guiou em todos os momentos e nunca me deixou esmorecer durante a longa caminhada, que foi rdua, mas gratificante;

    minha famlia, especialmente minha me Nice e meu pai Geraldo, razo maior do meu esforo e dedicao, que sempre colocou meus estudos em primeiro lugar, sempre me mostrou a diferena que o estudo pode fazer na vida de algum, minhas irms Slvia e Bruna, e meu irmo Renato, sempre torcendo pelo meu sucesso;

    minha orientadora, Prof Me. Julianita, que me ajudou na realizao deste trabalho, sempre contribuindo com seus conhecimentos, ateno e profissionalismo, mesmo aps meus sumios sempre esteve ao meu lado;

    Agradeo ao Jos Roberto Gerente Geral de Vendas da VarigLog, e toda a sua famlia que me recebeu em sua casa, esclarecendo todas as minhas dvidas e fornecendo todas as informaes necessrias para a realizao deste trabalho;

    Agradeo tambm aos meus amigos e colegas de turma, pelos importantes momentos de alegrias, respeito e admirao de cada um.

  • 5

    SUMRIO

    LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ........................................................................... 9

    LISTA DE FIGURAS .......................................................................................................... 10

    LISTA DE TABELAS .......................................................................................................... 12

    RESUMO .............................................................................................................................. 13

    1. INTRODUO ............................................................................................................... 14 1.2 Contextualizao e Justificativa ................................................................................ 14

    1.3 Objetivo ....................................................................................................................... 15 1.4 Mtodo ......................................................................................................................... 15

    2. REVISO BIBLIOGRFICA ....................................................................................... 17 2.1 Operadores Logsticos .................................................................................................. 17

    2.1.1 Conceito de Operador Logstico .......................................................................... 17

    2.1.2 Diferenas entre Prestador de Servio Logstico e Operador Logstico .......... 18

    2.1.3 Classificao dos Operadores Logsticos............................................................. 18

    2.1.4 Funes dos Operadores Logsticos ..................................................................... 19

    2.2 Transporte Areo ......................................................................................................... 21

    2.2.1 Contexto Histrico da Aviao Comercial no Brasil ......................................... 21

    2.2.2 Histrico do Transporte de Carga Area no Brasil ........................................... 23

    2.2.3 Caractersticas Atuais do Transporte Areo de Cargas no Brasil.................... 24

    2.2.4 A Carga Area ....................................................................................................... 25

    2.2.4.1 Caractersticas e Classificao ...................................................................... 25

    2.2.4.2 Carga Comum ................................................................................................. 27

    2.2.4.3 Carga Perecvel ............................................................................................... 28

    2.2.4.4 Carga de Grande Urgncia ............................................................................ 28

    2.2.4.5 Carga de Alto Valor ....................................................................................... 28

    2.2.4.6 Cargas Vivas ................................................................................................... 28

  • 6

    2.2.4.7 Cargas Restritas .............................................................................................. 28

    2.2.4.8 Cargas Perigosas ............................................................................................. 29

    2.2.5 Aeronaves Comerciais Utilizadas no Transporte Areo de Cargas ................. 29

    2.2.5.1 Aeronaves Full Pax ......................................................................................... 29

    2.2.5.2 Aeronaves Combi ............................................................................................ 30

    2.2.5.3 Aeronaves Full Cargo ..................................................................................... 30

    2.3 Infra-Estrutura dos Principais Terminais de Carga Area do Brasil .................... 31

    2.3.1 TECA do Aeroporto Internacional de So Paulo Guarulhos/SP ................... 32

    2.3.2 TECA do Aeroporto Internacional de Viracopos - Campinas/SP .................... 33

    2.3.3 TECA do Aeroporto Internacional Eduardo Gomes - Manaus/AM ................ 34

    2.3.4 TECA do Aeroporto Internacional Gilberto Freyre Recife/PE ..................... 34

    2.3.5 TECA do Aeroporto Internacional Tancredo Neves Belo Horizonte/MG.... 35

    2.3.6 TECA do Aeroporto Internacional Salgado Filho Porto Alegre/RS ............. 35

    2.4 Operadores Logsticos que Atuam no Transporte Areo de Cargas no Brasil ...... 36

    2.4.1 ABSA Cargo Airline ............................................................................................. 36

    2.4.2 Azul Cargo ............................................................................................................. 37

    2.4.3 BETA Cargo .......................................................................................................... 38

    2.4.4 Gollog...................................................................................................................... 38

    2.4.5 MTA - Master Top Airlines ................................................................................. 39

    2.4.6 RIO Linhas Areas ................................................................................................ 40

    2.4.7 TAF Linhas Areas ............................................................................................... 40

    2.4.8 TAM Cargo ............................................................................................................ 41

    2.4.9 Total Linhas Areas .............................................................................................. 42

    2.4.10 DHL International GmbH .................................................................................. 42

    2.4.11 Federal Express - FedEx ..................................................................................... 43

    2.4.12 United Parcel Service - UPS ............................................................................... 44

    3. ESTUDO DE CASO ........................................................................................................ 46

  • 7

    3.1 A Empresa ....................................................................................................................... 46

    3.2 Servios Prestados .......................................................................................................... 48

    3.2.1 Carga Expressa ....................................................................................................... 48

    3.2.2 Carga Standard ....................................................................................................... 50

    3.2.3 Fretamento .............................................................................................................. 50

    3.3 Cobertura Logstica ...................................................................................................... 50

    3.4 Frota de Aeronaves ....................................................................................................... 52

    3.4.1 Boeing 727-200F .................................................................................................... 52

    3.4.2 Boeing 737-400F .................................................................................................... 53

    3.4.3 Boeing 757-200F: ................................................................................................... 54

    3.5 Clientes ............................................................................................................................ 55

    3.6 Dispositivos de Unitizao de Carga - DUC ................................................................ 56

    3.6.1 Paletes ...................................................................................................................... 56

    3.6.2 Baias ......................................................................................................................... 56

    3.6.3 Contineres .............................................................................................................. 57

    3.7 Equipamentos para Movimentao de DUCs ............................................................. 58

    3.7.1 Empilhadeiras ......................................................................................................... 58

    3.7.2 Carregadores .......................................................................................................... 58

    3.7.3 Loaders ..................................................................................................................... 58

    3.8 Infra-estrutura Logstica da Empresa ........................................................................ 59

    3.8.1 Rede de Lojas .......................................................................................................... 59 3.8.2 Centro Operacional de Distribuio COD ........................................................ 59

    3.8.3 Terminal de Logstica de Carga Area - TECA .................................................. 60

    3.9 Tecnologias ...................................................................................................................... 62

    3.9.1 Sistema Operacional Integrado ............................................................................ 63

    3.9.2 Etiquetas de Identificao das Cargas ................................................................. 63

    3.9.3 Rastreamento de Cargas ........................................................................................ 63

  • 8

    3.10 Movimentao das Cargas ..................................................................................... 63

    3.11 Anlise do Estudo de Caso ...................................................................................... 67

    4. CONCLUSO ................................................................................................................. 68 5. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS .......................................................................... 70 ANEXO ................................................................................................................................. 77

    GLOSSRIO ........................................................................................................................ 79

  • 9

    LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

    ABML Associao Brasileira de Movimentao e Logstica;

    CD Centro de Distribuio;

    CHETA Certificado de Homologao de Empresa de Transporte Areo

    CTA Comando-Geral de Tecnologia Aeroespacial;

    COD - Centro Operacional de Distribuio;

    DUC Dispositivo de Unitizao de Carga;

    EMBRAER Empresa Brasileira de Aeronutica;

    INFRAERO Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroporturia;

    ITA Instituto Tecnolgico de Aeronutica;

    IATA International Air Transport Association;

    JIT Just In Time;

    MANTRA Manifesto de Trnsito e Armazenamento;

    PDC - Ponto de Distribuio e Coleta;

    PSL Prestador de Servio Logstico;

    TECA Terminal de Logstica de Carga Area;

    VASP Viao Area de So Paulo;

    VARIG Viao Area Rio-Grandense;

  • 10

    LISTA DE FIGURAS

    Figura 1: Atividades Logsticas na Cadeia de Suprimentos ..................................................... 20

    Figura 2: Hidroavio Atlntico trazido da Alemanha pela Condor Syndikat ....................... 21

    Figura 3: Lockheed L-188A Electra da VARIG no Rio de Janeiro ......................................... 22

    Figura 4: Boeing 727-200F da VASPEX decola de Florianpolis/SC ..................................... 23

    Figura 5: Representao Grfica do Movimento Operacional Anual dos Aeroportos Brasileiros ................................................................................................................................. 27

    Figura 6: Representao de uma Aeronave Full Pax ............................................................... 29

    Figura 7: Representao de uma Aeronave Combi .................................................................. 30

    Figura 8: Representao de uma Aeronave Full Cargo ........................................................... 31

    Figura 9: Vista area do TECA do Aeroporto Int. de Guarulhos, So Paulo/SP ..................... 32

    Figura 10: Vista area do TECA do Aeroporto Int. de Viracopos, Campinas/SP .................... 33

    Figura 11: Vista area do TECA do Aeroporto Int. Eduardo Gomes, Manaus/AM ................ 34

    Figura 12: Vista area do TECA do Aeroporto Int. Tancredo Neves, Belo Horizonte/MG .... 35

    Figura 13: Vista area do TECA do Aeroporto Int. Salgado Filho, Porto Alegre/RS ............. 36

    Figura 14: Boeing 767-300F da ABSA decola de Miami/EUA ............................................... 37

    Figura 15: Embraer E-190 da Azul em Curitiba/PR ................................................................ 37

    Figura 16: McDonnell Douglas DC-8-73F da BETA decola de Curitiba/PR .......................... 38

    Figura 17: Boeing 737-800 da VRG em Florianpolis/SC ...................................................... 39

    Figura 18: DC-10-30F da MTA no terminal de cargas em Viracopos ..................................... 39

    Figura 19: Boeing 727-200F da RIO em Porto Alegre/RS ...................................................... 40

    Figura 20: Boeing 727-200F da TAF em Recife/PE ................................................................ 41

    Figura 21: Boeing 777 da TAM no despacho das cargas em Fortaleza/CE ............................. 41

    Figura 22: Boeing 727-200F da Total pousando em Florianpolis/SC .................................... 42

    Figura 23: Boeing 757-200F da DHL na Alemanha ................................................................ 43

    Figura 24: Boeing 777F da FedEx pousando em Hong Kong, China ...................................... 44

    Figura 25: Boeing 747-400F da UPS pousando na Alemanha ................................................. 45

  • 11

    Figura 26: Malha area atual da VarigLog ............................................................................... 51

    Figura 27: Boeing 727-200F da VarigLog ............................................................................... 52

    Figura 28: Boeing 737-400F da VarigLog ............................................................................... 53

    Figura 29: Boeing 757-200F da VarigLog ............................................................................... 54

    Figura 30: Baias Utilizadas pela VarigLog .............................................................................. 57

    Figura 31: Loader Utilizado pela VarigLog ............................................................................. 58

    Figura 32: Fluxo Bsico da Carga Area nos CODs ................................................................ 60

    Figura 33: Fluxo Bsico da Carga Area nos TECAs .............................................................. 61

    Figura 34: Fluxo da Carga Area Expressa na Origem ............................................................ 64

    Figura 35: Fluxo da Carga Area Expressa no Destino ........................................................... 65

    Figura 36: Fluxo da Carga Area Standard na Origem ............................................................ 66

    Figura 37: Fluxo da Carga Area Standard no Destino ........................................................... 66

  • 12

    LISTA DE TABELAS

    Tabela 1: Diferenas entre PSL e Operador Logstico............................................................ 18 Tabela 2: Dados Tcnicos do Boeing 727-200F...................................................................... 53 Tabela 3: Dados Tcnicos do Boeing 757-200F...................................................................... 54

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    RESUMO

    Atualmente a logstica tem um papel fundamental para todas as empresas, independente do setor de atuao. O modal areo tem se destacado e expandido suas fronteiras a cada dia, favorecendo ainda mais a satisfao das empresas que buscam rapidez, qualidade e segurana para o transporte de suas mercadorias.

    Visando a expanso do mercado nacional de cargas areas, o presente trabalho apresenta atravs de um estudo de caso, as operaes de logstica interna envolvidas nas atividades de recebimento, armazenamento, transporte, despacho e entrega de mercadorias, na empresa Varig Logstica S.A.

    O mtodo adotado neste trabalho foi o estudo de caso, com a aplicao de um questionrio semi estruturado ao responsvel pelo setor de vendas da empresa.

    De maneira geral, verificou-se que as operaes logsticas da empresa possuem um alto nvel de gerenciamento e controle, proporcionando maior qualidade dos servios prestados e possibilidades de expanso.

    Palavras chaves: Logstica, Operador Logstico, Transporte Areo de Cargas.

  • 14

    1. INTRODUO

    1.2 Contextualizao e Justificativa

    Desde os primrdios da aviao comercial, j se transportavam cargas por via area. Fossem por meio de malotes, pequenas caixas, documentos postais e at mesmo produtos blicos, os materiais eram acomodados nos espaos disponveis das ainda pequenas aeronaves. Quando alguns avies passavam a se tornar obsoletos para o transporte de passageiros, os mesmos passaram a ser reaproveitados para o transporte de cargas. Surge a partir da os primeiros vos cargueiros e, posteriormente, as primeiras empresas ligadas ao novo setor, o de transporte de cargas por via area (BETING, 2010).

    A partir da, a Revoluo Industrial trouxe a produo em massa, gerando a necessidade de se atingir mercados distantes a preos acessveis. Esta necessidade permeou o desenvolvimento dos sistemas logsticos, no que se refere ao alcance. No entanto, a logstica passou a agregar novos valores aos produtos, principalmente no que tange satisfao dos clientes. Com novos valores e horizontes, a logstica ganhou importncia estratgica nas

    organizaes. A evoluo do comrcio mundial est diretamente relacionada com a evoluo dos sistemas logsticos. O intenso e constante processo de globalizao tem promovido uma internacionalizao da produo, o que s se faz possvel a partir da implantao de um sistema logstico que integre eficaz e economicamente tais regies (BETING, 2010).

    O transporte areo de cargas vem sendo utilizado cada vez mais regularmente pelas empresas, pois quando comparado com outros modais de transporte se diferencia nos aspectos de rapidez, confiabilidade e grande segurana para a carga que est sendo transportada. Com isso, o transporte areo de cargas torna-se cada dia mais expressivo e deixa de ser uma atividade secundria, para exercer um papel importante na cadeia logstica. Em razo dessa importncia, muitos complexos de carga area nos principais aeroportos do Brasil vm sendo alvo de investimentos constantes, com o objetivo de aumentar suas capacidades operacionais, modernizando e adequando os terminais s exigncias mundiais do mercado de transporte areo de cargas.

    Entre outros pases da Amrica do Sul, o Brasil um pas que possui dimenses geogrficas que favorecem o uso do transporte areo tanto de cargas como passageiros. Tambm possui, dentre os pases da Amrica do Sul, uma das maiores redes aeroporturias, fazendo com que a transporte areo brasileiro represente um importante instrumento de

  • 15

    desenvolvimento e integrao nacional. Outro fator que contribui para o uso deste modal de transporte no Brasil deve-se a m conservao das estradas, o que muitas vezes acaba encarecendo o transporte rodovirio, e a limitao dos transportes ferrovirio e hidrovirio.

    Este trabalho trata-se de um estudo de caso aplicado a empresa Varig Logstica S.A., na qual opera sob a marca Varig Log no mercado nacional de cargas. A empresa j operou rotas internacionais e ficou conhecida mundialmente pela alta qualidade na prestao de servios de transporte areo de cargas, nesta poca a empresa era uma subsidiria do Grupo Varig. Em meados do ano 2000, com a crise que abalou o Grupo, a Varig Log foi vendida e hoje opera de forma independente no mercado nacional. Logo aps ser vendida, a Varig Log suspendeu todas as suas rotas internacionais, com o objetivo de se reestruturar internamente e tornar-se uma empresa rentvel novamente (VARIGLOG, 2010).

    Sero abordados neste trabalho todas as etapas do transporte de cargas areas realizadas atualmente pela Varig Log, desde o recebimento das mercadorias nos Centros de Distribuio (CDs) at a entrega das mesmas no destino final. Sero abordados tambm, outros fatores que so importantes para a cadeia logstica da empresa, como a tecnologia envolvida no processo, sistema de rastreamento de cargas, infra-estrutura dos CDs, equipamentos e rotas.

    1.3 Objetivo

    Este trabalho tem como objetivo descrever todas as etapas do transporte de cargas areas de uma empresa do setor areo, bem como a estrutura da empresa e de seus terminais de carga nos aeroportos brasileiros, destacando seus pontos fortes e fracos.

    1.4 Mtodo

    O mtodo utilizado neste trabalho foi o Estudo de Caso. O mtodo abrangeu a seguinte sequncia de atividades:

    I. Reviso Bibliogrfica: foi utilizado o mtodo de pesquisa bibliogrfica na literatura referente logstica e ao transporte areo de cargas. Tambm foram realizadas pesquisas em sites conceituados da rea, revistas da rea, associaes ligadas ao setor e sites governamentais;

  • 16

    II. Pesquisa de Campo: para a realizao deste trabalho, foi feita uma entrevista com a gerncia da rea de vendas da empresa, atravs de um questionrio semi estruturado, onde se pode descrever como so realizadas as operaes de recebimento, armazenamento, transporte e despacho das cargas;

    III. Anlise: todos os dados coletados durante a entrevista foram analisados e desta forma, foram listados os pontos fortes e fracos das operaes da empresa.

  • 17

    2. REVISO BIBLIOGRFICA

    2.1 Operadores Logsticos

    2.1.1 Conceito de Operador Logstico

    Na literatura internacional, so encontradas vrias denominaes para os Prestadores de Servios Logsticos (PSL). Os termos normalmente utilizados para denominar esses tipos de empresas, variam desde expresses como PSLs terceirizados (third-party logistics providers ou 3PL), provedores de logstica integrada (integrated logistics providers), empresas de logstica contratada (contract logistics companies) e operadores logsticos (logistics operators). Sem dvida, a denominao 3PL a mais utilizada em nvel internacional. J no contexto brasileiro, a tendncia utilizar a denominao Operador Logstico (FLEURY, 2003).

    Segundo Novaes (2007) o operador logstico, de acordo com a definio mais especfica, o prestador de servios logsticos que possui competncia reconhecida em atividades logsticas, desempenhando funes que podem envolver todo o processo logstico de uma empresa (cliente) ou somente parte dela.

    Uma observao feita por Sink e Langley (1997) deixa claro o papel dessa categoria particular de PSL, onde segundo o autor, a grande diferena entre um simples prestador de servios e o operador logstico, est na integrao com que as atividades de cada um deles so conduzidas. O operador logstico conduz suas atividades de forma coordenada e muito mais integradas do que um simples prestador de servios logsticos.

    Segundo a Associao Brasileira de Movimentao e Logstica (2010), o operador logstico o fornecedor de servios logsticos especializado em gerenciar todas as atividades logsticas ou parte delas nas vrias fases da cadeia de abastecimento de seus clientes, agregando valor ao produto dos mesmos, e que tenha competncia para prestar simultaneamente servio nas trs atividades consideradas bsicas: controle de estoque, armazenagem e gesto do transporte.

    Analisando as definies propostas pelos autores acima citados, pode-se concluir que os operadores logsticos so empresas especializadas na gesto dos processos de movimentao fsica do fluxo de materiais, desde a compra de matria prima at o ponto de consumo, com a utilizao intensiva de tecnologia de informao e resoluo de questes fiscais relacionadas. Possuidoras de capacidade de anlise e planejamento logstico.

  • 18

    2.1.2 Diferenas entre Prestador de Servio Logstico e Operador Logstico

    Segundo Fleury (2007), todo operador logstico pode ser considerado um prestador de servios logsticos, mas nem todo prestador de servios logsticos pode ser considerado um operador logstico.

    A Tabela 1 mostra a comparao das caractersticas entre o prestador de servios logsticos e operador logstico.

    Tabela 1: Diferenas entre PSL e Operador Logstico

    Prestador de Servio Logstico

    Operador Logstico

    Oferece servios genricos commodities; Oferece servios sob medida personalizados;

    Tende a concentrar-se numa nica atividade logstica: transporte, ou estoque, ou armazenagem;

    Oferece mltiplas atividades de forma integrada: transporte, estoque, armazenagem;

    O objetivo da empresa contratante do servio a minimizao do custo especfico da atividade contratada;

    Objetivo da contratante reduzir os custos totais da logstica, melhorar os servios e aumentar a flexibilidade;

    Contratos de servio tendem a ser de curto mdio prazo (6 meses a 1 ano);

    Contratos de servio tendem a ser de longo prazo (5 a 10 anos);

    Know-how tende a ser limitado e especializado (transporte, armazenagem, etc);

    Possui ampla capacitao de anlise e planejamento logstico, assim como de operao;

    Negociaes para os contratos tendem a ser rpidas (semanas) e num nvel operacional;

    Negociaes para contrato tendem a ser longas (meses) e num alto nvel gerencial.

    Fonte: Fleury (2000).

    2.1.3 Classificao dos Operadores Logsticos

    Segundo Fleury (2000), os operadores logsticos podem ser classificados em dois tipos:

  • 19

    Operadores baseados em ativos: so empresas que detm ativos tangveis (prprios ou alugados) e oferecem outros servios logsticos como ampliao natural de sua atividade central;

    Operadores baseados na gesto e informao: no possuem ativos operacionais prprios, no entanto, vendem seu know-how de gerenciamento baseados em sistemas de informao e capacidade analtica e de gesto, que lhes proporciona identificar e aplicar as melhores solues para cada cliente, utilizando-se de ativos de terceiros.

    2.1.4 Funes dos Operadores Logsticos

    O operador logstico deve fornecer solues sob medida para seus clientes, agregando valor a operao e aos produtos e diminuindo os custos logsticos. Atuando dentro da cadeia de suprimentos, o operador logstico pode exercer vrias funes na atividade de suprimentos: controle de estoques de matrias-primas e produtos industrializados, armazenagem e gesto de armazns. Na atividade de distribuio: transporte de matrias-primas e distribuio de produtos acabados (TELLES, 2004).

    Segundo Novaes (2007), as vrias atividades logsticas na cadeia de suprimentos, com tendncia a serem subcontratadas, podem ser agrupadas de acordo com a Figura 1.

  • 20

    Figura 1: Atividades Logsticas na Cadeia de Suprimentos Fonte: Novaes (2007)

    Para a Associao Brasileira de Movimentao e Logstica - ABML (2006), como responsvel pelo controle de estoque, o operador logstico dispe de vrias ferramentas para o gerenciamento do mesmo, como kanban, leitura tica, cdigo de barras e rdio freqncia. No que tange a atividade de armazenagem deve possuir instalaes fsicas adequadas e fornecer todo suporte para recebimento/expedio de notas fiscais. entendido que alguns operadores logsticos possuem armazns prprios, localizados (ou construdos) estrategicamente para oferecer a melhor soluo para a contratante. Da mesma forma os armazns podem ser de

    Atividades especficas da administrao de

    materiais

    Atividades da administrao de materiais junto

    manufatura

    Atividades da distribuio fsica junto manufatura

    Atividades especficas da

    distribuio fsica

    Atividades de distribuio fsica junto ao cliente do

    fornecedor

    Atividades de distribuio fsica

    junto ao consumidor

    Acompanhamento dos pedidos a fornecedores: - Rastreamento de pedidos; - Rastreamento de veculos;

    Recebimento de materiais e componentes

    Conferncia fsica, quantitativa e documental

    Transporte primrio

    Controle de pagamento de fretes

    Paletizao de materiais e componentes

    Armazenagem

    Controle de estoques

    Identificao de volumes

    Expedio de materiais e componentes

    Gesto de informaes logsticas

    Estudos de viabilidade

    Prestao de contas

    Medidas de desempenho

    Apoio produo: - Kanban e JIT; - Preparao de kits de produo; - Abastecimento de linha;

    Armazenagem

    Gesto de informaes logsticas

    Prestao de contas

    Medidas de desempenho

    Embalagem do produto acabado ou semi-acabado

    Unitizao: paletizao de produto acabado ou semi-acabado

    Conteinerizao

    Armazenagem

    Identificao de volumes

    Conferncia fsica, quantitativa e documental

    Montagem de kits comerciais de produto acabado

    Roteirizao

    Gerao e controle de documentos

    Expedio industrial

    Distribuio direta da fbrica, transferncia para centros de distribuio

    Rastreamentos de veculos

    Crossdocking

    Controle de pagamento de fretes

    Gesto de informaes logsticas

    Prestao de contas

    Medidas de desempenho

    Recebimento de produto acabado ou semi-acabado

    Desconsolidao

    Conferncia fsica, quantitativa e documental

    Nacionalizao de produtos importados

    Armazenagem

    Controle de estoques

    Embalagem

    Unitizao

    Separao (pick/pack)

    Montagem de kits comerciais

    Identificao de volumes

    Roteirizao

    Gerao e controle de documentos

    Expedio de produtos

    Distribuio direta da fbrica, de CDs e transferncia entre CDs

    Crossdocking

    Rastreamento de veculos

    Controle de pagamento de fretes

    Gesto de informaes logsticas

    Entrega de produtos secos ou refrigerados

    Abastecimento de gndolas

    Retirada de pallets vazios

    Coleta de mercadorias devolvidas

    Gesto de informaes logsticas

    Prestao de contas

    Medidas de desempenho

    Entrega direta do fornecedor ao consumidor

    Servios de atendimento ao consumidor

    Gesto de informaes logsticas

    Prestao de contas

    Medidas de desempenho (performance)

  • 21

    propriedade da contratante e cedidos em forma de aluguel para a instalao do operador logstico.

    As demais funes dos operadores logsticos se espalham por toda a cadeia de suprimentos, sendo elas: servios de transporte, recebimento, conferncia, paletizao, armazenagem, gesto de estoques, abastecimento de linhas, embalagem, separao de pedidos (picking), formao de kits, roteirizao, expedio, rastreamento de pedidos, rastreamento de veculos, controle e pagamento de fretes, gesto de informaes logsticas, monitoramento do desempenho logstico, entre outras (MACOHIN, 2001).

    2.2 Transporte Areo

    2.2.1 Contexto Histrico da Aviao Comercial no Brasil

    No Brasil, a aviao comercial teve incio em 1927. A primeira empresa a transportar passageiros no Brasil foi a Condor Syndikat, com seu hidroavio Atlntico trazido da Alemanha. Em fevereiro deste mesmo ano a primeira linha regular foi iniciada no pas, entre as cidades de Porto Alegre, Pelotas e Rio Grande. Em junho, ainda em 1927 era fundada a primeira companhia area afetivamente brasileira, a Viao Area Rio-Grandense (VARIG). O avio da companhia Condor Syndikat foi transferido para a VARIG, onde a partir da a empresa passou a operar suas primeiras rotas (PORTAL BRASIL, 2010).

    Figura 2: Hidroavio Atlntico trazido da Alemanha pela Condor Syndikat Fonte: Wal (1927)

  • 22

    Em Dezembro de 1927 a Condor Syndikat nacionalizada com nome de Sindicato Condor Limitada e durante a Segunda Guerra Mundial muda para Servios Areos Cruzeiro do Sul. A partir da novas empresas e rotas foram surgindo. Em 1933 era fundada em So Paulo a VASP Viao Area de So Paulo, por 72 empresrios, iniciando em 1936 o primeiro voo regular entre So Paulo e Rio de Janeiro (PORTAL BRASIL, 2010).

    Ainda de acordo com o Portal Brasil (2010), a extenso do pas e a precariedade de outros meios de transporte fizeram com que a aviao comercial tivesse uma expanso excepcional no Brasil. Em 1960, o pas tinha a maior rede comercial do mundo em volume de trfego, ficando apenas atrs dos Estados Unidos. Em 1950, cerca de 16 empresas areas operavam no Brasil, algumas com poucos avies e focados em trechos nacionais. Porm esse grande nmero de empresas acaba sendo reduzido devido a crise e o estmulo do governo fuso das empresas, reduzem-se a quatro grandes empresas no pas: VARIG, VASP, Transbrasil e Cruzeiro. Muitas cidades pequenas saram do mapa aeronutico, mas ainda nessa mesma dcada organizaram-se novas empresas regionais, utilizando inicialmente os avies turbo hlices fabricados no Brasil pela Embraer, como o Bandeirante EMB-110. Anos mais tarde a VARIG absorveu a Cruzeiro e adquiriu outras empresas menores, se tornando a maior transportadora do incio do sculo XXI. A ento regional TAM seguia com destaque junto com a VASP e Gol. No final de 2001, a Transbrasil entrou em uma grande crise financeira a paralisou suas operaes.

    Figura 3: Lockheed L-188A Electra da VARIG no Rio de Janeiro Fonte: Carneiro (1990)

  • 23

    2.2.2 Histrico do Transporte de Carga Area no Brasil

    Segundo Beting (2010), to antiga quanto aviao comercial a necessidade de transporte de carga por via area. No seu incio, a aviao comercial dava sua importncia s cargas. Eram encaminhadas correspondncias, pequenos malotes e at materiais como bombas, msseis e foguetes nos avies. Muito se deve aos correios e malotes, pois foram eles que num primeiro momento, criaram as condies para que muitas empresas areas se estabelecessem e depois pudessem transportar passageiros.

    Nos anos 50, com o advento dos jatos, muitos avies tornaram-se obsoletos para o transporte de passageiros. Com seus preos rebaixados, surgiu uma oportunidade nica para que os operadores fizessem a transformao deles em cargueiros. So desta poca os primeiros voos totalmente de cargas intercontinentais (BETING, 2010).

    Ainda segundo Beting (2010), por volta do ano de 1970, a VARIG comea a transportar cargas entre seus voos, como feito por outras companhias areas, devido disponibilidade de espao junto s bagagens dos passageiros. Nesta poca as companhias at tinham voos em geral de madrugada exclusivamente para cargas, mas at ento sem criar divises ou subsidirias. Aps dcadas sem uma nica empresa area criada e dedicada s a cargas, em 1990 surgiram operadoras brasileiras exclusivamente para cargas areas, como a Itapemirim, posteriormente a TNT/SAVA, Digex Cargo, TCB, ABSA e Brasmex. Muitas

    dessas empresas encerraram suas atividades devido forte crise financeira e aos estmulos do governo brasileiro s fuses de empresas do mesmo setor. Anos mais tarde, empresas como a VARIG e VASP criaram suas subsidirias de carga, dando origem a VASPEX e a VarigLog.

    Figura 4: Boeing 727-200F da VASPEX decola de Florianpolis/SC Fonte: Damsio (2004)

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    2.2.3 Caractersticas Atuais do Transporte Areo de Cargas no Brasil

    O transporte areo de cargas, apesar da dependncia do transporte areo de passageiros, ganha importncia e independncia ano aps ano devido sua capacidade de mover mercadorias de maneira rpida, confivel e para praticamente qualquer lugar no globo. O nmero de empresas que utilizam o transporte areo para a distribuio de sua produo e a quantidade de transportadores tambm aumenta progressivamente atestando a efetividade e importncia deste modal logstico. Segundo a Tecnologstica (2005), o transporte areo de cargas incentivado pelas novas exigncias das exportaes que vem crescendo bastante e por sua relao custo-benefcio. Antes, entre um frete martimo lento e barato e um areo rpido e caro, era de fato que se escolheria a primeira opo. Hoje, com a competitividade, diversos outros fatores so observados antes da questo do valor do frete na escolha de um modal e a alternativa mais cara pode prevalecer. As empresas precisam cumprir prazos e uma entrega de um produto sendo feita um ms antes do previsto pode alavancar uma produo, antecipar e principalmente aumentar lucros.

    Em meados de 1945, o Professor chefe do Departamento de Aeronutica do Massachussets Institute of Technology, Richard H. Smith, em Conferncia a convite do Instituto Tecnolgico de Aeronutica ITA, chamou a ateno para o transporte areo brasileiro. De acordo com o Comando-Geral de Tecnologia Aeroespacial CTA (2010), o professor j mencionara na poca que uma boa rede de transporte areo com boa distribuio abrangendo o territrio nacional traria grandes vantagens economia, agricultura e industrializao do pas no futuro. Ressaltou ainda que o transporte de carga seria para o Brasil um negcio bom e lucrativo. Ainda de acordo com o CTA (2010), o pas tinha condies totais para ter uma indstria aeronutica boa e poderia focar em um transporte barato de carga e misto de carga e passageiro. O Brasil precisaria criar seus laboratrios e escolas para que pudesse aperfeioar profissionais na aeronutica, sendo um pas respeitado nesse setor. Segue-se a isso a fundao da Empresa Brasileira de Aeronutica EMBRAER, fabricando seus famosos avies, sendo uma das maiores exportadoras e o ITA, como uma grande escola para os profissionais da rea no Brasil.

    A Associao Nacional de Transporte de Cargas e Logstica (2010) menciona que o transporte areo responsvel pela movimentao de US$ 400 bilhes ao ano. Ainda menciona que 2% de toda a carga mundial transportada por avies, representado cerca de

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    40% em valor agregado. Pensando nisso, os gargalos porturios e a urgncia ajudam no crescimento desse modal no pas e essa no s uma tendncia brasileira e sim mundial. Nesse conceito grandes empresas de servio courier e de carga area (grandes volumes comerciais) vm investindo e crescendo junto com esse setor. Certos volumes de grandes dimenses e peso tambm vm sendo transportados nesse modal, graas a um processo logstico adequado. Hoje as aeronaves so muito mais eficientes e econmicas. verdade que no Brasil as empresas utilizam, em sua maioria, antigas aeronaves de passageiros convertidas para o transporte de cargas, que tecnologicamente esto ultrapassadas, mas o trfego areo desse tipo de aeronave no to intensivo, o que reduz os possveis impactos negativos (NOVAES, 2007). Boa parte do trafego brasileiro feito em voos de passageiros com disponibilidade de espao nos compartimentos de carga, onde as cargas dividem espao com as bagagens dos passageiros. A participao da aviao exclusivamente cargueira no trfego areo brasileiro pouco significativa, destacando-se a rota Manaus So Paulo. Cerca de 70% da carga area transportada em voos mistos e outros 30% em aeronaves exclusivamente cargueiras (ABSA, 2010). Alguns dos grandes pleitos para o setor de carga area so: o estabelecimento de acordos de cooperao e aliana estratgica com empresas do ramo para que o setor trabalhe com maior sinergia, reavaliao das horas disponveis de voo de forma que sejam melhor utilizadas e agilizao de processos de Lei que geram atrasos na liberao (ABSA, 2007). O modal areo para cargas tem grande capacidade para expandir e se fortalecer ainda mais. A poltica econmica vem favorecendo muito devido alta das exportaes. Com o e-commerce e a globalizao que vai eliminando barreiras, o Brasil vem exportando para pases de todos os continentes. Dentre a grande movimentao de cargas para vrios pases, se destacou a grande exportao area para pases como Chile e Frana. Ainda assim o transporte areo no estaria sendo aproveitado da forma mais adequada, pois o mercado promissor (AEROMAGAZINE, 2010).

    2.2.4 A Carga Area

    2.2.4.1 Caractersticas e Classificao

  • 26

    Segundo Magalhes (1998), carga area o termo utilizado para denotar o conjunto de bens transportados por via area que geram receita, excluindo-se deste os passageiros e bagagens.

    Segundo Alves (2001), consideram-se inseridos neste conceito trs itens:

    Malas Postais: so os materiais classificados como correspondncias, que so transportados e distribudos vias estaes postais e entregadores, excluindo-se encomendas e cargas;

    Encomendas Expressas (Courier): so remessas que exigem entregas rpidas, servios expressos e que atendam materiais como documentos, amostras e pequenas encomendas;

    Carga Propriamente Dita: so materiais na maioria de grandes volumes e dimenses que necessitam ser transportados nesse modal. Apenas bens, excluindo-se material postal e encomendas expressas.

    Por sua natureza e pelo fato de ser uma fonte geradora de receita, dividem-se as cargas areas pela demanda, sendo elas: demanda de emergncia, onde o tempo de trnsito o foco principal do transporte, a demanda regular, onde o tempo importante pelo fato de ser uma caracterstica desse modal, mas h um manuseio natural e a demanda planejada, onde o manuseio e o transporte so feitos segundo o projeto estipulado para a carga (CURIEL, 2001).

    A carga area extremamente heterognea, gerando assim uma necessidade de diversificao em seu tratamento. Buscam-se criar classificaes para facilitar e padronizar as rotinas no manuseio da carga. Esse procedimento muito importante, pois os diversos itens de carga influenciam sensivelmente na operacionalidade, concepo e tamanho dos terminais de carga (MENESES, 2001).

    As estatsticas de carga area publicadas no Brasil por meio da INFRAERO apresentam informaes sobre o movimento operacional acumulado (de Janeiro Dezembro de cada ano) das cargas areas nacionais e internacionais. A Figura 5 apresenta a evoluo do movimento de carga propriamente dita, nos 67 aeroportos administrados pela INFRAERO, no perodo dos anos de 2003 a 2009.

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    Figura 5: Representao Grfica do Movimento Operacional Anual dos Aeroportos Brasileiros

    Fonte: INFRAERO (2010)

    Em todos os TECAs administrados pela INFRAERO, as cargas areas so classificadas visando auxiliar no armazenamento, na fiscalizao por parte da Receita Federal, maior rastreabilidade e maior auxilio na localizao de determinadas cargas dentro do TECA. De acordo com a INFRAERO, as cargas areas so classificadas em: cargas comuns, perecveis, de grande urgncia, de alto valor, vivas, restritas e perigosas.

    2.2.4.2 Carga Comum

    Nesta classe esto inclusos os lotes de cargas pesando at 1000 Kg ou mais, que podem ser armazenados em sistemas porta-paletes ou racks com prateleiras e que no requerem cuidados especiais ou procedimentos especficos para o seu manuseio e armazenamento. Geralmente o armazenamento desse tipo de carga feito de acordo com o peso.

  • 28

    2.2.4.3 Carga Perecvel

    considerada uma carga perecvel aquela que possui valor comercial limitado pelo tempo, por estar sujeita deteriorao ou a se tornar intil se houver atraso na entrega. Este tipo de carga pode necessitar ou no de armazenamento especial em cmaras frigorficas.

    2.2.4.4 Carga de Grande Urgncia

    So as cargas que possuem grande urgncia, onde cada uma delas possui suas prprias necessidades, variando a situao. Geralmente esto relacionadas com aspectos de sade, destinadas manuteno ou salvamento de vidas humanas.

    2.2.4.5 Carga de Alto Valor

    As cargas de alto valor compreendem de materiais ou produtos naturais ou artificiais de alto valor comercial por natureza. Podem possuir um volume relativamente pequeno, porm com valor monetrio individual elevado. Este tipo de carga pode necessitar de armazenamentos especiais em cofres.

    2.2.4.6 Cargas Vivas

    So as cargas compostas por animais vivos para os quais so necessrias instalaes e exigem procedimentos especficos.

    2.2.4.7 Cargas Restritas

    So as cargas cuja importao e/ou exportao esto sujeitos a restries severas impostas pelas autoridades governamentais e, portanto, exigem tratamento e fiscalizao especiais.

  • 29

    2.2.4.8 Cargas Perigosas

    A carga perigosa composta por artigos ou substncias capazes de impor risco significativo sade, segurana ou propriedades quando transportadas por via area. Este tipo de carga requer cuidados especiais no manuseio e armazenamento.

    2.2.5 Aeronaves Comerciais Utilizadas no Transporte Areo de Cargas

    As aeronaves comerciais foram divididas por tipo, a fim de que pudessem atender as diversas necessidades no transporte de passageiros e pessoas. A classificao ocorre de acordo com a sua configurao, sendo Full Pax para aeronaves de passageiros, Combi para as aeronaves mistas que transportam passageiros e cargas, e Full Cargo para as aeronaves que transportam apenas cargas (SILVA, 2004).

    2.2.5.1 Aeronaves Full Pax

    As aeronaves Full Pax so aquelas destinadas exclusivamente ao transporte de passageiros em seu upper-deck (piso superior), e em seu lower-deck (poro) so armazenadas as bagagens dos passageiros e, dependendo da disponibilidade do voo, pequenas cargas. Esse tipo de aeronave mais comum entre as companhias areas de passageiros, no Brasil essas aeronaves so utilizadas pela VRG, TAM, WebJet, Azul, Avianca e Trip (INTRANEWS, 2010).

    Figura 6: Representao de uma Aeronave Full Pax Fonte: Boeing (2010)

  • 30

    2.2.5.2 Aeronaves Combi

    As aeronaves Combi so mistas, ou seja, so destinadas tanto para o transporte de passageiros, quanto para o transporte de cargas, onde as cargas podem ser transportadas tanto no upper-deck quanto no lower-deck. Esse tipo especfico de aeronave possui algumas particularidades, pois o upper-deck deve ser devidamente dividido, de forma que os passageiros no tenham acesso s cargas durante o voo (INTRANEWS, 2010).

    Figura 7: Representao de uma Aeronave Combi Fonte: Boeing (2010)

    2.2.5.3 Aeronaves Full Cargo

    As aeronaves Full Cargo so aquelas destinadas exclusivamente para o transporte de cargas, no transportando passageiros, apenas a tripulao tcnica da aeronave. Por ser uma aeronave inteiramente cargueira, as cargas so transportadas tanto no upper-deck quanto no lower-deck. H casos onde as empresas areas decidem converter uma aeronave Full Pax (ou Combi) para Full Cargo. No Brasil essa estratgia muito utilizada pelas empresas de transporte areo de cargas. As empresas de carga reaproveitam as aeronaves que, devido ao tempo elevado de operao foram retiradas de servio pelas empresas de transporte de passageiros. A converso de uma aeronave realizada por empresas altamente especializadas neste tipo de trabalho, onde a aeronave passa por um processo de reestruturao para que possa receber as cargas. Nesta reestruturao, so retirados os assentos, a estrutura da fuselagem modificada (as janelas no eliminadas e portas maiores so instaladas) e o piso

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    reforado para receber paletes e contineres especiais. Como no necessariamente preciso ter uma aeronave extremamente nova para o transporte de cargas, como exigido para o transporte de passageiros, esse reaproveitamento traz grandes vantagens financeiras s empresas desse segmento (INTRANEWS, 2010).

    Figura 8: Representao de uma Aeronave Full Cargo Fonte: Boeing (2010)

    2.3 Infra-Estrutura dos Principais Terminais de Carga Area do Brasil

    Atualmente o Brasil possui 34 Terminais de Logstica de Carga Area TECA pblicos, localizados nos principais aeroportos do pas, onde a INFRAERO proprietria e responsvel pela infra-estrutura de todos os TECAs pblicos. Os TECAs so considerados a porta de entrada do desenvolvimento econmico do Brasil, pois so atravs deles que o pas exporta e recebe seus produtos pelo modal areo. Os TECAs da INFRAERO possuem equipamentos com tecnologia avanada, para receber os mais diversos tipos de cargas areas e garantir que as cargas sejam manuseadas e armazenadas de forma segura e eficiente (INFRAERO, 2010). Os TECAs recebem investimentos constantes em sistemas informatizados, visando uma maior agilidade e segurana para as cargas que esto sendo transportadas. No que diz respeito agilidade, os sistemas informatizados podem proporcionar um maior aproveitamento nos processos de recebimento, armazenagem e liberao das cargas. A INFRAERO dispe em todos os TECAs, operaes integradas com a Receita Federal do Brasil, como o Regime de Despacho Aduaneiro Expresso Linha Azul e o Regime de Entreposto Industrial, tendo como ferramenta de controle e gerenciamento o software

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    TECAplus, que foi desenvolvido especialmente para atender as necessidades logsticas da rede TECA. Toda a rastreabilidade das cargas feita atravs de cdigos de barras, reduzindo o tempo de espera para recebimento das cargas (INFRAERO, 2010).

    2.3.1 TECA do Aeroporto Internacional de So Paulo Guarulhos/SP

    Figura 9: Vista area do TECA do Aeroporto Int. de Guarulhos, So Paulo/SP Fonte: INFRAERO (2010)

    O Aeroporto Internacional de Guarulhos o maior aeroporto do Brasil, onde conta com a maior e mais completa infra-estrutura aeroporturia. Em 2009, o aeroporto recebeu cerca de 3,6 milhes de pousos e decolagens e transportou cerca de 8,2 milhes de toneladas de cargas. O TECA de Guarulhos o maior terminal de logstica da Amrica do Sul, possui uma rea de 97,8 mil metros cbicos, e oferece servios de recepo, despaletizao, unitizao, movimentao a armazenagem de mercadorias procedentes dos setores de importao e exportao. Possui 16 cmaras frigorficas (cada uma com capacidade para 7,6 mil metros cbicos), sistema de armazenagem totalmente automatizado realizado por transelevadores, envelopadoras, instrumentos de leitores ticos de cdigos de barras, transferidores auto-propelidos, scanners e outros equipamentos (INFRAERO, 2010).

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    2.3.2 TECA do Aeroporto Internacional de Viracopos - Campinas/SP

    O Aeroporto Internacional de Viracopos est localizado em um dos principais plos tecnolgicos do Brasil, o aeroporto hoje um dos que mais recebem investimentos da INFRAERO. O TECA de Viracopos possui 81 mil metros quadrados, disponibilizados para a movimentao de cargas provenientes de importao e exportao. Com sua ampla infra-estrutura, o TECA oferece modernos processos de movimentao de cargas e no desembarao aduaneiro, proveniente de uma parceria slida com a Receita Federal do Brasil (INFRAERO, 2010).

    Figura 10: Vista area do TECA do Aeroporto Int. de Viracopos, Campinas/SP Fonte: CARGO BIS (2010)

    Durante o ms de Julho/2010 o TECA de Viracopos representou um significativo aumento nas exportaes, atingindo o maior volume dos ltimos trs anos. O volume de carga exportada no ms de Julho/10 foi muito superior ao mesmo perodo do ano passado: 9.643 toneladas contra 5.361 toneladas, tendo um aumento de 79,88%. Em relao aos sete primeiros meses deste ano, o volume exportado ainda maior: 33.931 toneladas em 2009 contra 55.512 toneladas em 2010 (JORNAL DCI, 2010).

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    2.3.3 TECA do Aeroporto Internacional Eduardo Gomes - Manaus/AM

    O Aeroporto Internacional Eduardo Gomes possui uma localizao estratgica e tem como objetivo fortalecer a economia, o turismo e a integrao nacional. O TECA de Manaus composto por trs terminais, sendo o terminal 1 voltado s exportaes e ao recebimento de cargas nacionais, o terminal 2 destinado s importaes e o terminal 3 est sendo totalmente reestruturado, recebendo equipamentos de alta tecnologia com o intuito de concentrar futuramente as operaes de importao. A demanda de cargas movimentadas pelo TECA de Manaus, basicamente composta pelas empresas do Polo Industrial de Manaus (INFRAERO, 2010).

    Figura 11: Vista area do TECA do Aeroporto Int. Eduardo Gomes, Manaus/AM Fonte: WEB TRANSPO (2010)

    2.3.4 TECA do Aeroporto Internacional Gilberto Freyre Recife/PE

    O Aeroporto Internacional Gilberto Freyre localizado no Recife/Guararapes/PE, possui o que h de mais moderno em tecnologia aeroporturia do pas. Na regio nordeste do Brasil, o principal TECA da INFRAERO o de Recife, composto por trs terminais de cargas, destinados importao e exportao de cargas (INFRAERO, 2010). No primeiro semestre deste ano, o TECA de Recife apresentou um crescimento expressivo, o complexo teve um crescimento de 92% na importao de cargas comparando com o mesmo perodo do ano de 2009. Esse ndice representa um total de 15.763 toneladas de cargas transportadas, onde apenas no ms de Julho/2010 foram importadas 283 toneladas. A crescente demanda por cargas no TECA de Recife resultado do aumento de novas empresas no Polo Industrial de Suape (WEB TRANSPO, 2010).

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    2.3.5 TECA do Aeroporto Internacional Tancredo Neves Belo Horizonte/MG

    O Aeroporto Internacional Tancredo Neves/Confins est localizado na regio metropolitana de Belo Horizonte/MG. O TECA de Confins conta com toda a tecnologia empenhada atualmente pela INFRAERO para o transporte das cargas, onde destina-se a importaes e exportaes de cargas dos mais diversos setores da indstria de eletrnicos e automobilstica. O TECA de Confins possui uma rea de importao de 7.768 metros quadrados e 696 metros quadrados destinados a exportao e movimentao de cargas nacionais (INFRAERO, 2010).

    Figura 12: Vista area do TECA do Aeroporto Int. Tancredo Neves, Belo Horizonte/MG Fonte: INFRAERO (2010)

    2.3.6 TECA do Aeroporto Internacional Salgado Filho Porto Alegre/RS

    O Aeroporto Internacional Salgado Filho est localizado na cidade de Porto Alegre/RS. O TECA de Porto Alegre conta com uma rea de 9,5 mil metros quadrados, onde se destina a importaes e exportaes de cargas, alm de operaes de cargas nacionais. Atualmente a INFRAERO est trabalhando na construo de um novo terminal de cargas, com isso a empresa espera dobrar a capacidade de cargas do aeroporto (INFRAERO, 2010).

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    Figura 13: Vista area do TECA do Aeroporto Int. Salgado Filho, Porto Alegre/RS Fonte: JORNAL DO COMRCIO (2010)

    2.4 Operadores Logsticos que Atuam no Transporte Areo de Cargas no Brasil

    No Brasil, alm da VarigLog, atuam vrias outras empresas cargueiras nacionais e internacionais. Nos itens a seguir esto descritas as principais empresas de transporte de carga area que atuam no Brasil e concorrem diretamente com a VarigLog.

    2.4.1 ABSA Cargo Airline

    A ABSA Cargo Airline iniciou suas operaes no Brasil em 02 de Junho de 1995, baseando suas operaes no Aeroporto de Viracopos em Campinas/SP, utilizando aeronaves McDonnell Douglas DC-8-71F. Em 2001 a ABSA deu um importante plano de expanso, onde comeou a operar um Boeing 767-300F, sendo autorizada pelo rgo regulador da aviao civil da poca a voar regularmente para vrios pases, como Estados Unidos, Chile, Colmbia, Peru, Equador, Argentina, Panam, Paraguai e Alemanha (ABSA, 2010).

    A ABSA possui parcerias estratgicas com outras empresas do ramo, como a LAN Cargo, Florida West e Mas Air do Brasil. Essas parcerias tm proporcionado ABSA um ganho maior em suas operaes logsticas, levando a uma reduo de custos operacionais considerveis. Isso fez com que a ABSA se tornasse uma das maiores empresas de transporte areo de cargas do Brasil (ABSA, 2010).

    Atualmente a empresa conta com uma frota inteiramente modernizada de trs aeronaves Boeing 767-300F e com suas parcerias estratgicas, a ABSA oferece mais de 30 destinos a seus clientes (ABSA, 2010).

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    Figura 14: Boeing 767-300F da ABSA decola de Miami/EUA Fonte: Rivas (2010)

    2.4.2 Azul Cargo

    Subsidiria de cargas da Azul Linhas Areas, a Azul Cargo iniciou suas operaes em 17 de agosto de 2009 entre os principais aeroportos atendidos pela Azul Linhas Areas. A Azul Cargo utiliza os pores de todas as aeronaves Embraer E-190 e E-195 que a Azul possui atualmente, onde a regularidade dos voos da Azul passou a ser considerada como um diferencial para seus clientes (AZUL CARGO, 2010).

    No final do ano de 2009, a Azul Cargo passou a oferecer aos seus clientes os servios de coleta/entrega porta a porta, onde j atende mais de mil municpios brasileiros (AZUL CARGO, 2010).

    Figura 15: Embraer E-190 da Azul em Curitiba/PR Fonte: Pianaro (2010)

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    2.4.3 BETA Cargo

    A BETA Cargo foi criada em 1994 onde operou com a marca Brasair, operando voos cargueiros na rota Campinas Manaus e tambm oferecendo o servio de arrendamento de suas aeronaves para seus clientes e parceiros. Nesta poca a empresa passou a utilizar

    aeronaves McDonnell Douglas DC-8-71F. Porm em meados de 1996, suas atividades como Brasair foram encerradas. No final do mesmo ano a empresa passou a operar sob a marca BETA Cargo, utilizando as aeronaves da extinta Brasair (BETA, 2010). Atualmente a BETA Cargo opera vos regulares cargueiros entre Guarulhos e Manaus

    e na rota Guarulhos Salvador - Recife, alm de outros destinos ocasionais em estados do Nordeste e Sul do pas. Outras rotas regulares atuais ligam Porto Alegre e Recife via Guarulhos, em fretamentos para os Correios, alm de vos dirios para o Rio de Janeiro (BETING, 2010).

    Figura 16: McDonnell Douglas DC-8-73F da BETA decola de Curitiba/PR Fonte: Graciano (2010)

    2.4.4 Gollog

    Subsidiria de cargas expressas da VRG, a Gollog foi criada juntamente com a Gol Linhas Areas em janeiro de 2001, com o intuito de transportar cargas expressas nos pores das aeronaves Boeing 737-700/800. (GOLLOG, 2010).

    Com a aquisio da VARIG feita pela Gol em meados de 2007, a Gollog expandiu sua operaes e hoje representa mais de 3% do faturamento global da VRG Linhas Areas. Atualmente a Gollog conta com 75 unidades, localizadas em 67 municpios no Brasil. Na Amrica Latina, atualmente so sete bases: Buenos Aires (Argentina), Assuno (Paraguai),

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    Santa Cruz de la Serra (Bolvia), Santiago (Chile), Montevidu (Uruguai), Bogot (Colmbia) e Caracas (Venezula) (GOLLOG, 2010).

    Figura 17: Boeing 737-800 da VRG em Florianpolis/SC Fonte: Air Speed (2010)

    2.4.5 MTA - Master Top Airlines

    A MTA foi criada em 2006, tendo como base operacional o Aeroporto de Viracopos em Campinas/SP. A MTA faz parte do grupo Cielos del Per e Centurion Cargo, com base nos Estados Unidos. Atualmente a empresa opera duas aeronaves McDonnell Douglas DC-10-30F, nas suas rotas entre Manaus, Braslia, Miami, Guarulhos e Viracopos (BETING, 2010).

    Figura 18: DC-10-30F da MTA no terminal de cargas em Viracopos Fonte: Spt (2010)

  • 40

    2.4.6 RIO Linhas Areas

    A RIO Linhas Areas foi criada em 2007, com foco no transporte areo de cargas, utilizando aeronaves Boeing 727-200F. Suas operaes so baseadas no Aeroporto Internacional Afonso Pena, em Curitiba/PR (RIO, 2010). Atualmente a Rio firmou contrato com os Correios, para transportar malotes na Rede Postal Noturna em suas seis aeronaves B727-200F, entre as cidades de Porto Velho, Fortaleza e So Paulo. Futuramente a empresa planeja expandir sua frota e tornar-se referencia na prestao de servios para os Correios.

    Figura 19: Boeing 727-200F da RIO em Porto Alegre/RS Fonte: Magalhes (2010)

    2.4.7 TAF Linhas Areas

    Criada em 1995 na cidade de Fortaleza/CE, a TAF Linhas Areas foi criada com o intuito de transportar passageiros e cargas entre a regio Norte e Nordeste do Brasil com aeronaves Boeing 737-200C. Em 1999 a TAF sofreu uma forte concorrncia com a VARIG, o que fez com que a empresa abandonasse o transporte de passageiros. A partir da e empresa se dedicou fortemente ao transporte de cargas e passou a operar apenas aeronaves cargueiras, como o Boeing 727-200F (AVIAO BRASIL, 2010).

    Atualmente a empresa opera rotas para a Rede Postal Noturna dos Correios entre as cidades de Recife, Natal, So Luiz, Fortaleza, Teresina, Braslia, Goinia, Rio de Janeiro e So Paulo (AVIAO BRASIL, 2010).

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    Figura 20: Boeing 727-200F da TAF em Recife/PE Fonte: Leal (2010)

    2.4.8 TAM Cargo

    A subsidiria de cargas da TAM Linhas Areas foi criada em 1997, inicialmente com o nome TAM Express, com o intuito de transportar cargas expressas utilizando os pores das aeronaves da TAM que transportam passageiros. Em 2010, quando a TAM apresentou sua nova marca, a subsidiria de cargas da empresa passou a adotar o novo nome: TAM Cargo.

    A TAM Cargo possui uma frota area de 150 aeronaves e mais de 350 veculos terrestres, o que faz com que a empresa alcance cerca de 3.900 localidades em todo o Brasil e vrios destinos internacionais (TAM CARGO, 2010).

    Figura 21: Boeing 777 da TAM no despacho das cargas em Fortaleza/CE Fonte: Mello (2010)

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    2.4.9 Total Linhas Areas

    Fundada em 1994 na cidade de Belo Horizonte/MG, a Total Linhas Areas foi criada como sendo uma empresa area regional, com o objetivo de transportar passageiros e cargas em todo territrio nacional. Nessa poca, sua frota era composta por aeronaves Embraer EMB-120 Braslia e ATR-42, todas voltadas ao transporte de passageiros, onde as cargas eram transportadas nos pores das aeronaves (BETING, 2010). No ano 2000, a empresa adquiriu sua primeira aeronave totalmente cargueira, um Boeing 727-200F.

    Um fato marcante na histria da Total ocorreu no ano de 2007, quando a Total vendeu todo seu setor de transporte de passageiros para sua maior concorrente, a Trip Linhas Areas. Atualmente a Total uma empresa area cargueira e suas aeronaves (Boeing 727-200F) prestam servios para a Rede Postal Noturna dos Correios (BETING, 2010).

    Figura 22: Boeing 727-200F da Total pousando em Florianpolis/SC Fonte: Air Speed (2010)

    2.4.10 DHL International GmbH

    A DHL uma diviso da Deutsche Post, maior empresa do setor de logstica internacional e correio expresso da Alemanha. A DHL foi fundada em 1969, onde seu nome um acrnimo do nome dos seus dos seus criadores norte-americanos, Adrian Dalsey, Larry Hillblom e Robert Lynn (DHL, 2010).

    A rede global da DHL incorpora atualmente uma das maiores do mundo, chegando a 6.500 escritrios e mais de 120.000 destinos espalhados por mais de 220 pases. Sob o lema Ns movemos o mundo a DHL lder em diversos mercados, como os servios de expresso internacional, transporte areo e transporte terrestre, assim como em logstica (DHL, 2010).

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    Atualmente a DHL divide-se em cinco empresas especializadas, so elas: a DHL Express; DHL Freight; DHL Global Forwarding; DHL Exel Supply Chain e DHL Global Mail (AVIAO BRASIL, 2010).

    A DHL chegou ao Brasil em 1978 e atua com trs divises: DHL Express, DHL Global Forwarding e DHL Supply Chain, operando com filiais em todo o Brasil. A participao da DHL no mercado de transporte de cargas nacional no muito expressivo, pois o foco da empresa est no mercado internacional. (AVIAO BRASIL, 2010).

    Figura 23: Boeing 757-200F da DHL na Alemanha Fonte: Petri (2010)

    2.4.11 Federal Express - FedEx

    A Federal Express Corporation foi fundada nos Estados Unidos em 1971, com o objetivo de transportar encomendas expressas com prazo de entrega reduzido. Em 1975 com a desregulamentao do mercado de cargas areas dos Estados Unidos, permitiu e empresa uma rpida expanso com a compra de aeronaves como os Boeing 727 e McDonnell-Douglas DC-10, depois suplementados por uma enorme frota de McDonnell-Douglas MD-11, Airbus A300 e A310. Por volta de 1985, a empresa crescia impressionantes 40% ao ano. Por volta de 1984 a empresa iniciou seu plano de expanso internacional, onde iniciou voos para a Europa e sia (BETING, 2010). Em 1989 a Federal Express tornou-se a maior empresa area cargueira do mundo, ao comprar suas concorrentes Tiger International Inc. e Flying Tigers. A empresa deu continuidade ao seu plano de expanso internacional, chegando a mais de 200 pases atendidos, incluindo frica, sia, Austrlia, Europa e Amricas (BETING, 2010).

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    Em 1994, a Federal Express adotou o nome atual, FedEx, e criou subdivises sob essa marca: FedEx Express, FedEx Ground, FedEx Freight, FedEx Custom Critical e FedEx Trade Networks.

    No Brasil, empresa tem vos freqentes ligando a Amrica do Norte as cidades de Manaus, Rio de Janeiro, So Paulo, Campinas e Porto Alegre.

    Figura 24: Boeing 777F da FedEx pousando em Hong Kong, China Fonte: Mepsted (2010)

    2.4.12 United Parcel Service - UPS

    A UPS foi fundada em 1907 nos Estados Unidos, com o objetivo de transportar encomendas expressas, focando no mercado internacional. Atualmente possui uma das maiores estruturas empresariais do setor, onde sua marca uma das mais reconhecidas e admiradas em todo o mundo. A UPS tambm fornecedora em transporte especializado, logstica, capital e servios e-commerce (UPS, 2010). A UPS serve mais de 200 pases e territrios em todo o mundo. Opera desde Miami para Manaus e Campinas. Seus mais de 230 avies realizam todos os dias mais de 2600 vos entre 900 aeroportos (BETING, 2010).

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    Figura 25: Boeing 747-400F da UPS pousando na Alemanha Fonte: Altmann (2010)

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    3. ESTUDO DE CASO

    3.1 A Empresa

    A empresa escolhida para o estudo de caso deste trabalho foi a Varig Logstica S.A., na qual opera sob a marca VarigLog no mercado nacional. A VarigLog pioneira no transporte areo de cargas no Brasil, onde possui a maior e a melhor infra-estrutura de terminais de carga area privada do pas.

    A VarigLog foi criada como subsidiria de cargas Grupo VARIG, com o objetivo de agregar valor a marca VARIG. Em 25 de Agosto de 2000, constituiu-se a Varig Logstica S.A. como uma empresa independente do Grupo. Com isso a VarigLog deixou de ser apenas um PSL, passando a oferecer no mercado, alm do servio de transporte areo de cargas, servios de armazenagem, pick and pack, controle de estoques e distribuio. O objetivo da VarigLog era se tornar um OL, oferecendo servios diferenciados aos seus clientes alinhados qualidade, segurana e agilidade.

    Para acelerar o processo de expanso da VarigLog, foi criada uma rede de franquias de aproximadamente 300 lojas, localizadas em todo o Brasil, onde seriam responsveis pelas cargas expressas da empresa, oferecendo servios sob medida aos clientes. O objetivo das lojas dar maior agilidade na captao e distribuio das cargas expressas transportadas pela empresa.

    Com a crise que afetou o setor areo no Brasil, contribuiu profundamente na situao financeira do Grupo VARIG, refletindo diretamente no projeto de expanso da VarigLog. Com a paralisao definitiva das operaes da VARIG, as operaes da VarigLog foram comprometidas, pois a empresa deixou de utilizar as aeronaves da VARIG, onde os pores das aeronaves de passageiros eram utilizadas pela VarigLog para transportar cargas. Com isso, a VarigLog teve que readequar o transporte das cargas apenas em suas aeronaves cargueiras. A empresa teve que se reestruturar internamente, adequando a frota de aeronaves, rotas, operaes logsticas e reduo do quadro funcional.

    Atualmente a empresa foi vendida a investidores privados e se encontra em Recuperao Judicial, devido aos problemas financeiros oriundos da administrao da VARIG. Sua malha area atende algumas das principais capitais do Brasil, estrategicamente selecionadas atravs de um rigoroso planejamento estratgico. Como a empresa est em recuperao judicial, seu plano de recuperao est sendo seguido na ntegra, ou seja, a empresa est sendo reestruturada, o que j apresentou resultados positivos at o momento. A

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    VarigLog voltou a crescer no mesmo ritmo antes da crise do Grupo VARIG, e planeja para o prximo ano retomar rotas para o exterior e aumentar sua frota com novas e modernas aeronaves cargueiras.

    A empresa possui autorizao da ANAC para operar como empresa area regular, atravs do Certificado de Homologao de Empresa de Transporte Areo CHETA, emitido pela ANAC. A VarigLog est trabalhando para obter certificao ISO 9000:9001, o que proporcionar seu crescimento de forma estruturada e eficiente.

    Como toda empresa organizada e estruturada, a VarigLog tambm possui o Departamento de Controle de Qualidade, no qual responsvel pela garantia da qualidade na prestao dos servios aos clientes. A empresa transporta diversos tipos de cargas, dentre elas esto s perecveis, que exigem um controle especfico e rigoroso, as cargas de alto valor agregado e as cargas urgentes. A qualidade e a segurana na prestao dos servios so fundamentais para a empresa, trazendo muitas vantagens, dentre elas e fidelizao dos clientes.

    Recentemente a VarigLog consolidou uma importante parceria com o Grupo Synergy, pertencente ao colombiano naturalizado brasileiro German Efromovich. O grupo um dos maiores grupos empresariais do mundo, onde possui empresas de extrao de petrleo, estaleiros e companhias areas. Essa parceria muito importante para a VarigLog, pois

    possibilita uma atividade conjunta com as empresas areas Avianca (Colmbia e Brasil), Tampa Cargo (Colmbia) e TACA (Peru).

    A VarigLog possui dois grandes diferenciais perante a concorrncia, a tradio e a experincia no transporte de cargas, ambos oriundos das razes de sua empresa fundadora, a VARIG, que foi pioneira nessa modalidade de transporte no mercado brasileiro. Sua tradio e experincia na prestao de servios tambm so reconhecidas a nvel internacional, embora a empresa no opere mais suas rotas internacionais (mercado muito explorado no passado), onde a empresa deixou sua marca nos pases onde operou, tornando-se referncia no transporte areo de cargas. Esses fatores tero grande importncia no plano de expanso da empresa, que pretende retomar alguns mercados internacionais que deixaram de ser explorados pela empresa.

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    3.2 Servios Prestados

    A empresa oferece do mercado nacional, trs tipos de servios de transporte de cargas por via area: Expresso, Standard e Fretamento.

    A VarigLog oferece ainda servios customizados s necessidades especficas de cada cliente. Esses servios envolvem as empresas que possuem grande volume de despacho de mercadorias, onde o cliente pode transmitir seus dados de seus pedidos e notas fiscais para o sistema de emisso da VarigLog e receber, via e-mail automtico ou atravs de acesso via internet no site de rastreamento corporativo da VarigLog, onde os dados so atualizados em tempo real, onde possuem data e hora de entrega, nome do recebedor, de um grupo de encomendas enviadas em um perodo selecionado. A empresa tambm oferece os servios de logstica reversa de mercadorias.

    3.2.1 Carga Expressa

    As Cargas Expressas so remessas que exigem entregas rpidas, normalmente a coleta/entrega feita porta a porta atravs das motocicletas e couriers, e englobam diversos materiais, tais como documentos, amostras e pequenas encomendas.

    O Velog a famlia de servios de carga expressas da VarigLog, que abrange o envio de mercadorias, documentos, encomendas e demais produtos na velocidade que o mercado brasileiro exige. O Velog possui vrios tipos de entrega, sendo cada um deles destinados a uma necessidade especfica dos clientes.

    Velog: As entregas abrangem as principais capitais do Brasil e mais de 3.000 cidades no interior, possui prazo de entrega de um dia til (para capitais), servio porta a porta, onde as mercadorias desta modalidade de servios podem ser despachadas nas Lojas da VarigLog;

    Velog 1 Voo: Esse servio oferece aos clientes o embarque no prximo voo disponvel ao destino e a entrega realizada em at 2 horas aps a chegada do voo no destino. Assim como o Velog convencional, as entregas do Velog 1 Voo abrangem as principais capitais do Brasil e mais de 3.000 cidades no interior, possui prazo de entrega de um dia til (para

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    capitais), servio porta a porta, onde as mercadorias desta modalidade de servios podem ser despachadas nas Lojas da VarigLog;

    Velog Mesmo Dia: Esse servio oferece aos clientes a entrega da mercadoria at as 18:00 horas do mesmo dia no destino. Neste servio, as entregas abrangem apenas as principais capitais do Brasil, e o endereo de entrega deve ser em um raio mximo de 30 km do aeroporto de destino, as mercadorias desta modalidade de servios podem ser despachadas nas Lojas;

    Velog Manh Seguinte: Esse servio oferece aos clientes a entrega da mercadoria at as 12 horas do dia seguinte no destino. Neste servio, as entregas abrangem apenas as principais capitais do Brasil, e o endereo de entrega deve ser em um raio mximo de 30 km do aeroporto de destino, servio porta a porta, onde as mercadorias desta modalidade de servios podem ser despachadas nas Lojas;

    Velog Pequenos Objetos: Com preos diferenciados para mercadorias entre 200, 500 e 750 gramas, condicionadas a uma quantidade mnima de 1000 envios por ms, ou 100 envios por remessa. Esse servio direcionado a empresas que possuam necessidade de enviar remessas em larga escala, ideal para vendas via internet, catlogos e pequenas peas de reposio. As entregas abrangem as principais capitais do Brasil e mais de 3.000 cidades no interior, onde as mercadorias desta modalidade de servios podem ser despachadas nas Lojas;

    Velog Doc: Dedicado aos envios de mercadorias que possuam at 100 gramas, tais como documentos, impressos e pequenos objetos que sejam compatveis com a embalagem padro deste tipo de servio (envelope cartonado). O prazo de entrega da mercadoria de um dia e a modalidade de entrega porta a porta As entregas abrangem as principais capitais do Brasil e mais de 3.000 cidades no interior, onde as mercadorias desta modalidade de servios podem ser despachadas nas Lojas;

    Velog Econmico: o servio de entrega porta a porta de encomendas expressas, com ou sem valor comercial, utilizando-se exclusivamente a malha rodoviria da empresa. O

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    prazo de entrega da mercadoria pr-definido no ato da coleta. As entregas abrangem as principais capitais do Brasil e mais de 3.000 cidades no interior.

    3.2.2 Carga Standard

    A VarigLog oferece seus clientes o envio de Carga Standard, que consiste de cargas industriais em grande volume (desde insumos produtos acabados). Dentre as principais mercadorias transportadas esto eletro-eletrnicos, roupas, peas automotivas, e at automveis.

    A Carga Standard possui uma subclassificao, denominada Carga Especial. Nessa categoria se enquadram as cargas perecveis (alimentos e medicamentos) e cargas com alto valor agregado.

    3.2.3 Fretamento

    A VarigLog realiza fretamentos clientes que possuem grandes volumes de cargas serem transportadas, e necessitam de um servio personalizado e customizado. Nesta modalidade de prestao de servios, uma aeronave destinada a apenas um cliente, que escolhe o aeroporto de origem e destino em horrios pr-programados.

    3.3 Cobertura Logstica

    A cobertura logstica da empresa abrange praticamente todo o territrio nacional, com excesso dos estados do Acre, Rondnia e Rorima. As rotas da empresa esto divididas em: malha area e rodoviria.

    A VarigLog possui uma malha area equilibrada, ou seja, rotas eficientes e consequentemente mais produtivas e rentveis financeiramente, no havendo rotas mais rentveis do que outras.

    Malha Area: Os aeroportos base da empresa atualmente so: Viracopos (Campinas/SP), Guarulhos (So Paulo/SP), Pres. Juscelino Kubitschek (Braslia/DF), Dep. Luis Eduardo Magalhes (Salvador/BA), Gilberto Freire (Recife/PE), Pinto Martins (Fortaleza/CE), Val-de-Cans (Belm/PA) e Eduardo

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    Gomes (Manaus/AM). A partir desses aeroportos, as rotas so distribudas de forma a atender a demanda de cargas transportadas atualmente pela empresa.

    Figura 26: Malha area atual da VarigLog Fonte: VarigLog (2010)

    Malha Rodoviria: A malha rodoviria da empresa abrange praticamente todos os estados brasileiros atendidos pela malha area. A empresa possui rotas rodovirias como objetivo de auxiliar as operaes de coletas/entregas porta a porta. Essa estratgia permite empresa ter um posicionamento nico no mercado nacional, com ampla capacidade para oferecer servios de alta qualidade aos clientes.

    A malha rodoviria da empresa composta por veculos leves (courier), para a coleta e entrega de pequenas encomendas, caminhes e carretas para a coleta e entrega das cargas Standard. Os veculos de maior porte (caminhes e carretas) so utilizados nas rotas tronco da empresa, que interligam s capitais aos Centros Operacionais de Distribuio e TECAs.

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    3.4 Frota de Aeronaves

    Toda empresa de transporte areo de cargas necessita ter aeronaves que atendam de forma satisfatria as necessidades da empresa e ao mesmo tempo proporcione custos operacionais reduzidos, dessa forma proporcionando maior agilidade no transporte das cargas e maior segurana para as cargas que esto sendo transportadas.

    Atualmente, a frota de aeronaves que so operadas pela empresa, composta por aeronaves Boeing 727-200F e 757-200F. Recentemente a empresa adquiriu novas aeronaves, incluindo Boeing 737-400F e 767-300F, que devero entrar em operao no incio do ano que vem.

    3.4.1 Boeing 727-200F

    O Boeing 727-200F uma aeronave largamente utilizada no transporte areo de cargas, pois rene um timo custo-benefcio com um amplo espao interno. Possui capacidade para transportar at 23 toneladas de cargas (112 m3), sendo perfeito para o transporte de cargas Expressas. Os Boeing 727-200F so classificados como aeronaves Norrow Bodies, ou seja, possui fuselagem estreita. Esse tipo de aeronave foi muito utilizado no transporte de passageiros e gradativamente foi sendo substitudos por aeronaves mais modernas (Boeing 737), sendo essas aeronaves reaproveitadas para o transporte de cargas.

    Figura 27: Boeing 727-200F da VarigLog Fonte: Andrade (2010)

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    A tabela 2 mostra detalhadamente os principais dados tcnicos deste tipo de aeronave, incluindo sua capacidade mxima de cargas transportadas.

    Tabela 2: Dados Tcnicos do Boeing 727-200F

    Dados Tcnicos Nmero de Aeronaves 02 Unidades Envergadura 32,91m Comprimento 46,69m Altura 10,36m Velocidade de Cruzeiro De 890 a 965 km/h Altitude de Cruzeiro De 9.144 a 12.192m Alcance De 2.750 a 4.020 km Capacidade de Carga 23.000 kg Main Deck 112m3 / 12 Paletes

    Fonte: Boeing (2010)

    3.4.2 Boeing 737-400F

    Recm incorporado frota da empresa, o Boeing 737-400F, que faz parte da famlia de aeronaves da Boeing de grande sucesso entre as empresas areas. A aeronave recebida entrar em operao no Brasil e outra unidade dever ser entregue VarigLog em 2011, com intuito de expandir os servios da empresa. O Boeing 737-400F possui um espao interno maior que o Boeing 727-200F e conta com uma tecnologia de navegao area modernizada.

    Figura 28: Boeing 737-400F da VarigLog Fonte: Starliner (2010)

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    3.4.3 Boeing 757-200F:

    A maior aeronave operada pela empresa o Boeing 757-200F, que tambm utilizado por grandes empresas de transporte areo de cargas ao redor do mundo. Essa aeronave possui capacidade para 29,5 toneladas (239 m3), o que garante o transporte de grandes volumes tanto para cargas Standard, quanto para Expressas. Os Boeing 757-200F so classificados como aeronaves Wide Bodies, ou seja, possui fuselagem alongadas, proporcionando um espao maior para a acomodao das cargas.

    Figura 29: Boeing 757-200F da VarigLog Fonte: Andrade (2010)

    A tabela 3 mostra detalhadamente os principais dados tcnicos deste tipo de aeronave, incluindo sua capacidade mxima de cargas transportadas.

    Tabela 3: Dados Tcnicos do Boeing 757-200F

    Dados Tcnicos Nmero de Aeronaves 01 Unidade Envergadura 38,05m Comprimento 47,32m Altura 13,60m Velocidade de Cruzeiro 850 km/h Altitude de Cruzeiro 12.800m Alcance 5.834 km Capacidade de Carga 29.500 kg Main Deck 239m3 / 15 Paletes

    Fonte: Boeing (2010)

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    Os Boeing 727 e 737 operam em pistas curtas com segurana e eficincia, sendo esta uma das principais caracterstica dos aeroportos brasileiros, tornando a operao desses tipos de aeronave ainda muito vantajosa, apesar de no serem econmicas, sendo destinadas voos de curta distncia.

    Quando se necessita transportar grandes volumes de cargas a uma grande distncia, os Boeing 757 e 767 so os preferidos, pois alinham eficincia operacional a um custo relativamente baixo.

    3.5 Clientes

    Um pas como o Brasil que possui dimenses continentais, com estradas em mau estado de conservao e inseguras, e carncia de outros modais (ferrovirio e aquavirio), tem no transporte areo uma parceria estratgica e fundamental. Esses e outros fatores contribuem para a crescente demanda pelo modal areo em nosso pas.

    A VarigLog transporta cargas dos mais diversos setores produtivos, tais como indstria alimentcia, cosmticos, indstria automobilstica, telefonia celular e eletroeletrnicos. Dentre os principais clientes da empresa destacam-se pelos altos volumes de cargas transportadas: Nestl, Natura, Avon, Ford, Nokia, LG, Sony, Pioneer, Sonopress e Videolar.

    A busca por novos clientes geralmente possui uma barreira, que podemos descrev-la com sendo o custo elevado da prestao dos servios onde o modal areo esteja includo. Comparando-se os custos envolvidos no transporte areo aos demais modais de transportes, de forma isolada, os custos podem parecer altos. Porm se analisado todo o escopo da produo, o custo relativo manuteno de estoques, vendas, reposio, seguros, aos riscos e a qualidade, conclui-se que o transporte areo pode resultar em um ganho significativo na cadeia logstica de um determinado cliente. A VarigLog deve ser eficiente e agregar valor ao produto do cliente, desta forma o cliente optar pelos servios prestados pela empresa.

    A demanda pelo transporte areo de cargas, assim como os demais modais tambm varia ao longo do ano. Geralmente o modal areo serve como soluo emergencial quando algum problema encontrado em uma empresa. s vezes a opo do cliente pelo modal rodovirio, porm devido problemas no planejamento, as cargas atrasam e necessitam chegar rapidamente ao cliente, motivando a empresa a utilizar o transporte areo.

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    3.6 Dispositivos de Unitizao de Carga - DUC

    Para se transportar cargas pelo modal areo, a empresa utiliza alguns dispositivos de armazenagem especiais para que as cargas sejam armazenadas de forma padronizada no interior das aeronaves. A armazenagem das cargas em uma aeronave cargueira deve seguir rigorosas normas internacionais de segurana estabelecidas pela International Air Transport Association - IATA, pois caso algum dispositivo no seja devidamente armazenado, poder causar srios desbalanceamentos na aeronave durante o voo, podendo at resultar em um acidente areo em situaes extremas.

    A VarigLog utiliza todos os equipamentos necessrios para que suas operaes logsticas sejam realizadas de forma correta e segura, garantindo a integridade fsica das cargas.

    3.6.1 Paletes

    Os Paletes so utilizados para cargas em geral, normalmente so utilizados para as cargas standards, que possuem grandes volumes. Possui capacidade mxima de at 6.800Kg, e so utilizados em todas as aeronaves da frota da empresa.

    Todos os paletes possuem ranhuras em suas laterais, que permitem a fixao de redes protetoras que permitem maior segurana para as cargas que esto no palete, impedindo que as cargas se movimentem por conta de movimentos bruscos providos da decolagem e pouso das aeronaves ou turbulncias durante o voo. Cada palete acomodado no piso do avio, que contm roletes e travas de reteno, onde todas as cargas so distribudas uniformemente o interior da cabine da aeronave.

    3.6.2 Baias

    As Baias so utilizadas no transporte de animais de grande porte, tais como cavalos, vacas e bois, conforme ilustradas na figura 30. As baias proporcionam aos animais toda a segurana necessria, de forma que o estresse provocado pela viagem aos animais seja reduzido. Os animais so acomodados em p e presos com cintas de segurana, devendo acompanhar as baias alimento e gua fresca ao alcance dos animais (disponvel durante toda a viagem). Possuem capacidade mxima de 2.650Kg (trs animais por baia) e so utilizadas em todas as aeronaves da empresa. Todas as baias possuem sistema de encaixe no

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    piso da aeronave semelhante aos paletes, para que as mesmas sejam fixadas e travadas com segurana.

    Figura 30: Baias Utilizadas pela VarigLog Fonte: VarigLog (2010)

    3.6.3 Contineres

    Os Contineres utilizados na aviao possuem um formato especfico, pois se adaptam melhor a seo transversal das aeronaves, preenchendo melhor o espao destinado a carga. Um fator muito importante em um continer aeronutico o peso, sendo fabricados de materiais especiais com peso menor. Os contineres tambm possuem sistema de fixao especiais para o encaixe no piso da aeronave semelhantes aos outros DUCs.

    Para o carregamento dos DUCs nas aeronaves, a distribuio fsica dos DUCs no interior das aeronaves determinada atravs de clculos matemticos, que so feitos antes do embarque das cargas por profissionais altamente capacitados, denominados como Balanceadores. Esses profissionais planejam todo o carregamento das aeronaves, obedecendo s especificaes tcnicas de cada aeronave. Isso permite um voo equilibrado, com economia de combustvel e acima de tudo com segurana.

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    3.7 Equipamentos para Movimentao de DUCs

    Aps as cargas serem unitizadas, so necessrios alguns equipamentos importantes, que tem por finalidade transportar os DUCs dentro do TECA, at a aeronave e elev-los at a porta de embarque (Main Deck) da mesma. Esses equipamentos podem ser Empilhadeiras, Carregadores e Loaders.

    3.7.1 Empilhadeiras

    As Empilhadeiras so utilizadas para movimentar os paletes dentro do TECA e empilh-los.

    3.7.2 Carregadores

    Os Carregadores so tratores especiais que transportam com segurana os paletes, contineres e as baias do TECA at a aeronave. Utilizam dollies para acomodao dos DUCs serem transportados.

    3.7.3 Loaders

    Os Loaders, ou plataformas so os equipamentos destinados elevao de paletes, contineres e baias do cho at o main deck da aeronave, para que as cargas sejam carregadas com segurana. Os loaders mais utilizados pela empresa esto ilustrados na figura 31.

    Figura 31: Loader Utilizado pela VarigLog Fonte: VarigLog (2010)

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    3.8 Infra-es