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90396361 Historia Da Arte Contemporanea

Oct 30, 2015

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Deisi Mello
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  • Fotografia Impressionismo Neo-Impressionismo Ps-Impressionismo Nabis ArtNouveau Simbolismo Expressionismo DieBrcke Fauvismo Cubismo Futurismo Orfismo DerBlaueReiter VanguardaRussa PinturaMetafsica Dada DeStijl ArtDco Bauhaus coledeParis Surrealismo

    ExpressionismoAbstrato PopArt ArteCinticaeOpArt Muralismo ModernismoBrasileiro GrupoSantaHelena ConcretismoeNeo-Concretismo Informalismo ArteContempornea ArteConceitual BodyArt Instalao Hiper-Realismo VideoArte SoundArt Site-Specific EarthArt Minimalismo Performance Neo-Expressionismo ArteContempornea-InfosAdicionais ArteContemporneaBrasileira

    NDICE

    Histria da arte.....................................5

    desenHo de Criao................................53desenHo de observao...........................61

    679

    10101112131415161718192022232425262728

    29303133343637394041424344454546464747484950

    autoresMarliaCarvalhouiucavalheiroTamaraTakaokaLisMorila

    LeonardoMatsuheiEdisonEugnioVernicaGelessonLaizHiromiWagnerLinaresVernicaSayuri

    RebecaAlcntara

    diagramaoLucasFiacadori

  • 5Histria da arte

    ParacomearaestudaratalArteModernaexigidanosvestibularesbomentenderemquaiscircuns-tnciasecomoessamodernidadechegouatns.Trataremosaseguirdocontextoemqueseinauguraorompimentocomatradionaarteedosfatoresquecolaboraramcomisso.OsculoXIXfoimarcadopelaRevoluoIndustrialepelasnovasdescobertasdacincia,quepropor-cionaramaomundo e,mais precisamente s eco-nomias capitalistas europias, uma nova onda deprogressoeanseiopelomoderno,antesinimagin-vel.Aburguesiaindustrialseconsolidanopodere,declasserevolucionriapassaasertradio,estabe-lecendoumanovaculturaromnticafeitaparaeno-brecerosbonssentimentos.Umavezindustrializadas,essaseconomias,essen-cialmente urbanas, adquiriram autonomia para aconsolidaodosestadosnacionais,gerandoradi-caistransformaesemsuaestruturasociale,con-seqentemente,novasnecessidades.O perodo correspondia a uma nova expanso dosistemacapitalistarepresentadanadisputapornovosmercadosconsumidoresemo-de-obrabarata.Esseprocesso,oNeocolonialismo,foicaracterizadopeladependncia econmica e dominao poltica daspotnciascapitalistassobreospovostidoscomoatra-sados,pornoterematingidoasrevoluestecnol-gicasqueconfiguravamomundomoderno.Jnoplanodasideiasedasartes,essecontato,atentoindito,comconscinciasaindanocontami-nadaspelocapitalismoindustrial(emgeralcasodospovosafricanos,asiticoselatinoamericanos)signi-ficouadescobertadenovasformasdeexpressoenovos valores, independentes e nodomesticadaspelaculturaburguesaepelaeconomiaindustrial.Osprimeirosindciosderupturacomostemasno-breseclssicosacontecemquandooRealismo in-troduz em suas obras figuras at ento rejeitadas,negando-seaenfeitareidealizaromundocomofa-ziamosromnticos.GustaveCoubert,porexemplo,foiumdosprimeirosabalanarasbasesestveisdo

    HISTRIA DA ARTEintroduo

    bomgostoburgusaoexibirsuatelaAOrigemdoMundo,de1886,quetemdamulherumaacepodemulherrealquenoconsistianaformosura,gra-aouexotismodamulheridealdoRomantismo.Ataomundo jnoeramaisomesmodoco-meodosculo.Arelaocomoutrasculturaseasexignciasdeterminadaspelasnovastecnologiasfazemonovoseimpornocomoumanovidade,mas como uma necessidade de ummundo quequer ser, a todo custo,moderno. Essa necessida-de vai, segundo o crtico de arteMrio Pedrosa,culminar na (...) proclamao da autonomia dofenmenoartstico,atentoforadoaservireasubordinar-seaimposiesdeforas,interessesefinsextrnsecos.Elarecusa-seacontinuarservadareligio,doEstado,dasdorei,dosprncipes,dosnobrese,finalmentedosricos.Amodernidadeinstala-sedefinitivamentee,inerentea ela, o carter efmero das novidades, das neces-sidades, das imagens e tendncias, das vanguardasartsticoscaracterizadasduranteamaiorpartedos-culoXXpelosismos.Omodernismofoiumarea-oradicalaovalorassociadoaopassadoemfavordavalorizaodoqueeraconsideradoultrapassado,no sentidodevoltar-separaoprimitivismooutroradesprezadopelaaltaculturaetemnaArteModernaoreflexodacrisetrazidapelaindustrializao.

  • 6 Histria da arte

    Seja para fins histricos ou para fins artsticos, anecessidade de fixao de ummomento em umsuporteexternosemprefoialgoexistente.Afotogra-fia frutodedezanosdeexperinciasde JosephNicphoreNipceque,emplenodesenvolvimentoindustrial em1826,conseguiu reproduzirefixaravistadescortinadada janelado stode suacasa,emChalons-sur-Saneatravzdaaodiretadaluz.Outrosexperimentosimportantesquejustificamarevoluoquea fotografiacausounofinaldos-culoXIXforamosdeEadweardMuybridgequefezdezenasde fotografiasdomovimentodoscorposnoespao-tempo,comoporexemploas fotosse-qenciadasquefezdogalopardeumcavalo,des-mitificandoequestionandoomodocomoissoerarepresentado em pinturas anteriores, trazendo tonaperguntascomooquearealidadeecomoarepresentamosfielmente?.Criou-se ento uma barreira na relao entre asnovastcnicasindustriaiseastradicionaistcnicasartsticas.Ospintores,aquemantescabiaretratara vida que os rodeava, tiveram seu posto substi-tudopelofotgrafo,queretratavamecanicamenteomesmomundo,mascomfidelidadeabsolutaemuitomaisrapidamente.Diantedessasquestes,apintura tevedese rein-ventar como uma arte no necessariamente re-tratista.Os impressionistas tentam acompanhar afotografianousodacor,nainstantaneidade,etc.Jacorrentesimbolistapassaaencararaartecomoumbemespiritualeinsubstituvel,recusandorela-es,mas reconhecendo que a fotografia superaa pintura quanto representao do verdadeiro.Mais tarde, com os avanos cientficos e dos es-tudos sobre tica, contriburam com o desenvol-vimentodoPontilhismo,quepartiamdoprincpiodospequenospontosquenuncasefundemequeformamas imagens,masquereagemunsaosou-trosemfunodoolhardistncia.

    Oargumentodequeafotografiareproduzareali-dadetalcomoelanofoisustentadopormuitotempo, j que esta realidade expressa pela foto-grafiadirecionadapeloolhardofotgrafo,assimcomooartistadirecionasuapinturaparaoquelheatraiouconvm.Ssurgirumafotografiadealtonvelestticoquandoosfotgrafos,deixandodeseenvergonharempor serem fotgrafosenopinto-res,cessaremdepedirpinturaquetornemafo-tografiaartsticaebuscaremfontedovalorestticonaestruturalidadeintrnsecasuaprpriatcnica.(ARGAN,1992).,porm,inegvelqueafotografiatenhatrazidoconsigoumarevoluonomododepensarofazerartstico,influenciandovriosmovi-mentosestticosapartirdeento.

    FOTOGRAFIA

    Nicphore Nipce, Vista da Janela em Le Gras, 1826

  • 7Histria da arte

    onde e quando Frana,entreasdcadasde1860e1880.

    ContextualizaoOmovimentosurgiunaascensodosistemacapi-talistaedaindustrializao,quetraziamumanovaconcepomaterialistadomundo.Muitasideiasre-volucionriassedesenvolvemnesseperodo,eaci-nciaconheceumgrandeavanocomaspesquisasnocampodatica, fsicaequmica,queestabele-cemumdilogocomasideiasimpressionistas.Foiprincipalmentea fotografiaque instigouos im-pressionistasaredefiniremsuaessnciaefinalidadeseaseparar-seradicalmentedastradies.Ostraba-lhos de outros artistas tambm influenciaram estemovimento,comoManet,quepodeserconsideradooprecursordogrupo,emboranuncatenhasecon-sideradoumimpressionista.CamilleCorot,GustaveCouberteosinglesesWilliamTurnereJohnConsta-ble,porsuaspaisagensluminosasepelaexploraodosefeitosvisuaisdaluzedotempo.Tambmbus-caraminspiraonasestampasjaponesas,quenoseguiamaperspectivaeasnormasdecomposiodaacademiaocidental.Apartirde1880 inicia-seachamadacrise impres-sionista.Os estilospessoais comeama sediversi-ficar e ficadifcil classific-los ou enquadr-los emumsmovimento.Abuscapelassensaesvisuaisdoorigemaodivisionismo,queaslevamsltimasconsequncias.Degas,apesardeestar sob forte in-flunciadoestiloimpressionista,noseconsideravaumrealista,naoumimpressionista.Asbailarinas,seutemaprincipal,fazemcomqueelesevolteparace-nasdeinterioresondejnohaefemeridadedaluzdosol,somenteomovimento.Suascomposiessonitidamente afetadas pela fotografia. Renoir rompecomoimpressionismoevolta-seaoestiloclssicodefigurao,pintandonusdeformamaissecaemenossensual.Monettemsuasfigurasmaisslidasecon-sideradooimpressionistaporexcelncia.

    Aesculturatambmtemnomesimportantesqueseencaixamdentrodo impressionismo, comfigurasmenos bem-acabadas com um movimento maisorgnicoenatural.DegaseRenoirforamosnicospintores que tambm esculpiram, e temos aindaRodineRossoqueforamexclusivamenteescultoresepodemserencaixadosdentrodoimpressionismo.Omovimento impressionista deu origem amovi-mentoscomooPs-Impressionismo,oNeo-Impres-sionismo, entre outros que se valeramdaquebrade paradigmas queo Impressionismo causoupraexplorarnovosmeiosetcnicas.ideologiaBusca registrar as sensaesvisuais imediatas, liber-tando-asdasexperinciasanterioresquepudesseminterferi em seu carter imediatista. Acreditam ebuscamregistraroaspectoefmerodavidasemseinteressaremportemticastidascomonobresedes-considerandoasconveneseregrasdaacademia.

    CaraCterstiCasImpressionismootermousadoparadesignarumacorrentepictricaque temorigemnaFrana,entreasdcadasde1860e1880,econstituiummomen-toinauguraldaartemoderna.(itaucultural.org.br).Aprimeira exposio realizada aconteceu no estdiodofotgrafoFelixNadar,em1874,econtavacomar-tistascomoRenoir,Degas,Pissarro,Sislet,CezzneeMonet,sendoesseltimoorealizadordapinturaim-presso,solnascentequedeuinspiraoaonomedomovimento. As pinceladas se tornam rpidas evigorosas,easmisturascromticassefazemnatelaapartirdasjustaposiesdecores,dandoumardefragmentaoaoquadro.Oabandonodecontornoseclaro-escuros,aprefernciaportemticasdanatu-reza,arejeiopelorealismoquepredominavaapinturaporsculoseabuscaporsensaesvisuaisatravsdacaptaodaluzdefinemboapartedessemovimentopoucohomogneoemsuatotalidade.

    (Cont.)

    IMPRESSIONISMO

  • 8 Histria da arte

    Omovimentorepercutiuoadventoafotografiacau-saracomaimagemecomafunodopintor:estejnoeramaisoresponsvelpelacaptaodaima-gememseusmnimosdetalhes,comextremaperfei-o.Apartirdaientosecomeouabuscaroutrascoisas.Comoadventodatintaemtubos,ospintorescomearamasairdeseusatelisebuscaraspaisa-gensexternasbuscandocaptaraimpressocromti-caquealuzcausavaaosolhos,ecomoissopoderiaserrepresentadoemumateladeformarpidaesin-cera,oque,porsuavez,iniciouummovimentodequestionamentodoque,enfim,arealidade.

    PrinCiPais nomes ClaudeMonet,EdgarDegas,Pierre-AugusteRenoir,Camile Pissaro, Auguste Rodin, Edouard Manet,PaulCzanne.

    IMPRESSIONISMO(Cont.)

    Auguste Rodin, O Pensador, 1879-89

    Edouard Manet, Almoo Na Relva, 1863

    Claude Monet, A Canoa Sobre O Ept,1890.

  • 9Histria da arte

    NEO-IMPRESSIONISMO PontilHismo, divisionismo, Cromoluminarismo

    onde e Como ComeouFrana,em1880.

    ContextualizaoO fim do sculo XIX marcado pela industriali-zao crescente e desenvolvimento cientfico. Acorrente filosfica positivista ganhava popularida-de,sustentandoaideiadeprogressoedacinciabaseadaapenasnomundomaterial.Sofreinflun-ciadasnovasdescobertascientficas,principalmentenocampodatica.Nasartes,dospintoresfrancesesJean-AntoineWatteaueEugneDelacroix.Opunha-sevisomaisromnticaeespontneadoImpressionismo,sendoaomesmotempoumdesen-volvimento eumacrtica a essemovimento, tendoa intenodesuper-lo,nosentidodedarumfun-damentocientficoaoprocessovisualeoperacionaldapintura.Tambmiadeencontroaoespiritualismocaractersticodossimbolistas.ExerceinflunciasobreVanGogheGauguin,almdeabriremcaminhoparaapesquisaticanasartese,nes-sesentido,paraaOp ArteaArte Cintica.AobradeSignacretomadapeloFauvismoepeloRaionismo.

    CaraCterstiCas Trata-sededividirascoresemseuscomponentesfun-damentais.Asinmeraspinceladasregularesdecorespurasquecobrematelasorecompostaspeloolhardo observador e, com isso, recupera-se sua unida-de, longedasmisturas feitasnapaleta.Asensaodevibraoeluminosidadedecorredamisturati-caobtidapelospequenospontosdecordetamanhouniformequenuncasefundem,masquereagemunsaosoutrosemfunodoolhardistnciaQuantotemtica,comumavidaurbana,olazerepaisagensmartimas.

    PrinCiPais nomesGeorgesSeuratePaulSignac.Brasil:EliseuVisconti,BelmirodeAlmeida.

    Georges-Pierre Seurat, Banhistas Em Asnires, 1884

    Paul Signac, Retrato de Flix Feneon, 1890

  • 10 Histria da arte

    onde e quandoIncioporvoltade1885ataproximadamente1905(emergnciadosfauvesecubistas).

    ContextualizaoOps-impressionismonoconsideradoumavan-guardacommanifestooumovimentoartsticocomperodo,estiloe ideologiadefinidos.Otermops-impressionismo,criadopelotericoRogerFry,usa-doparadesignarumaartequesedesenvolvepartirdoimpressionismooureageaele.Consideravamaideiadeanlisedarealidadedosimpressionistasres-tritiva,superficialeilusionista.Cada artista ps-impressionista tinha um estilo epesquisas prprias. Essas pesquisas possibilitaramaosartistasposterioresumainfinidadedenovaspr-ticasfazendocomquesurgissemnovaslinhagensnaarte,comeandoassimaeradasvanguardas.Para trazer renovao na arte ocidental, os artistasps-impressionistasbuscavaminspiraoemculturasdiferentesdasqueestavaminseridos.Podemosdesta-cararelaodeToulouse-Lautreccomaartejapone-saedeGauguincomaculturadasilhasdopacfico.Paul Czanne, um dos mais importantes artistasps-impressionstas, influenciou vanguardas mar-cantes dahistria da arte, comooFauvismo e oCubismo,porcausadeseumtododeestruturaogeomtricadasformasnaturaiseapreciaodiretadosefeitosdeluzecor.Eleconsideradooproge-nitordoabstracionismo.VincentvanGogh,outroimportanteps-impressio-nista,influencioumaistardeosexpressionistasefau-vistascomsuaspinceladaslargasdecoresforteseexpressivas,semtentarimitarascoresdanatureza.Toulouse-Lautrecprecedeuapublicidadeeasartesgrficas,almdeestiloscomoaArt Noveauesimpli-ficaododesenhocomousodascorespurasepla-nasdeGauguinexerceinflunciasobreosfauvistas.

    PrinCiPais nomesPaul Czanne, Vincent van Gogh, Paul Gauguin,HenrydeToulouse-Lautrec.

    PS-IMPRESSIONISMO NABIS

    onde e quandoParis,1888.

    ContextualizaoSurge como uma corrente ps-impressionistafortemente influenciada pelo trabalho de PaulGauguin,buscandodenovasformasderepresentao.OtermoNabisvemdapalavrahebraicareferenteaprofetas,refernciaatitudesriaeaomesmotem-poburlescadosmembrosdogrupo.Comeandoem1888emParis,inspiradosporPaulGauguin,osprofe-tasbuscavamfazerumasntesedetudooqueacon-teceunocampodasartesplsticasnapoca.AlmdeGauguin,foraminfluenciadosporOdilonRedon,Seurat,Czanneepinturasjaponesas.Fizeramtam-bmcartazes,cenografiase ilustraespara livros,influenciandoaproduodeToulouse-Lautrec.Ogrupotevecurtadurao,masdeixouArt No-veauseulegadodeexploraodelinhassinuosasedeplanosdecordelimitadosporcontornos.Abriucaminhoarteno-figurativa.

    ideologiaUmapintura,antesdeserumcorcel,umnuoual-gumahistorieta,essencialmenteumasuperfcieco-bertadecoresqueforamdispostasemcertaordem,afirmavaMauriceDenis,tericodogrupo,referindo-seinovaoformaldogrupo.

    CaraCterstiCasUsando a cor de forma emocional e decorativa,usavamgrandesreasdecoreschapadas,criandoumapintura figurativa forte e viva. Sua inovao,pormserevelavasomentenoquedizrespeitoforma,umavezquesuatemticaaindacontinuavasendoamesmatemticademovimentosanteriorescomoretratos,interiores,cenasdavidaparisiensee,nocasodeDenis,cenasreligiosas.

    PrinCiPais nomesPaulSrusier,MauriceDenis,PierreBonnard,Jean-douardVuillard.

  • 11Histria da arte

    onde e quandoSedesenvolveentre1890eaPrimeiraGuerraMun-dial,naEuropaenosEstadosUnidos.

    ContextualizaoEstabeleceu-senumperodoondeseiniciavaaSe-gundaRevoluo Industrial, o que possibilitava aproduodenovosartefatos,comomveisqueatentonoeramproduzidosemmaiorescalaecar-tazes,quecomainvenodalitogravuracolorida,passaramumalinguagemmaisexplorada.Rompeucomaarteacadmicaenaturalismo,poisbuscavaaessnciadanaturezaenosuasuperf-cie.Foiinfluenciadopelosimpressionistasnoquediz respeito a seu apreopor temasnaturais e abuscapeloorgnico.Porm,oImpressionismobuscavaimpressesefme-rasesensaesluminosas,aArt Nouveau baseava-senas formase curvas.ApesardegrandesnomesdaArt Nouveau serem conhecidos por suas pinturas,exerceueexerceathojegrande influncianaproduodeobjetosdedecoraoeestligadaori-gemaodesign.Naarquiteturaosartistaspassaramapensaremtodasaspartes,dandovaloraosmenoresdetalhesdeumedifcio.

    CaraCterstiCasValorizao das artes aplicadas: arquitetura, artesdecorativas, design, artes grficas,mobilirio, joa-lheriaeoutras,colocandoaartenovaaoalcancede todos,pelaarticulaoestreitaentreartee in-dstria,comonomovimentosocialeestticoinglsArtsandCrafts,lideradoporWilliamMorris(1834-1896),equeestnasorigensdoArt Nouveau.Afontedeinspiraoprimeiradosartistasana-tureza,aslinhassinuosaseassimtricasdasfloreseanimais.Arabescoseascurvas,complementadospelostonsfrios.

    ideologiaOfocoeraatenuarasfronteirasentrebelas-arteseartesanatopelavalorizaodosofciosetrabalhosmanuaisepelarecuperaodoidealdeproduocoletiva.

    PrinCiPais nomesAntonioGaud,GustavKlimt,AlfonsMucha,HenrideToulouse-Lautrec,VictorHorta,EmileGall;Au-gustEndell,LouisComfortTiffany,JanToorop,Hec-tor Guimard, Henry van de Velde, JosephOlbric,JosefHoffmann,FerdinandHodler.

    ART NOUVEAU Jugendstil, arte nova, modern style, liberty, stilo Floreale

    Alfons Mucha, A Fruta, 1897

  • 12 Histria da arte

    onde e quandoFrana, fim do sculo XIX. Torna-semovimentoconscienteem1886,comoManifestoSimbolistadopoetaJeanMoras.

    ContextualizaoOSimbolismo tem influnciadepeas,pinturaselinhasdepensamentoorientais.Coloca-secontraaarteacadmicaeorealismo,inclusiveaideiadena-turalismoassociadaaoimpressionismo.NessapocaaEuroparecebiaasinflunciasorientaiseopensamentorealista/parnasiano/lgicoentravaemdecadncia.CaminhouladoaladocomoRealismoeoPr-Modernismo.NoBrasilteveseufimapenascomaSemanadeArteModernade1922.Foioprimeiromovimentoaexploraromundo in-consciente, fundamentalparacorrentesposterioresligadasaoExpressionismo.OestudodeGauguindeformasprimitivasoriginouoSintetismoeosNabis.

    ideologiaAprofundar-se no eu interior, no inconscientee na sua representao. Tentamostrar o que sepassadentrodoartistaesuasreaisintenes.Re-presentaos elementosepersonagensatravsdeideiassubjetivas,semtornarbviaainterpretaoatravsapenasdaaparnciaexterna.

    CaraCterstiCasTemasmsticosealegricos,sonhos,vises,ooculto,o ertico e o perverso,morte e doena, comob-jetivo de criar um impacto psicolgico. Prope aexpressodeideiasatravsdeformas,smbolossin-tticosmetodicamentecompreensveis.Alcanatodososcamposdaarte,principalmentealiteraturaeapintura,osSimbolistasforamosprimei-rosadeclararqueomundointeriordoartistaseriaum temamais apropriado arte que a aparnciaexternadas coisas.Utilizam smbolos para evocaremoesecriarimagensdoimagensdoirracional.

    PrinCiPais nomesGustave Moreau, Odilon Redon, Maurice Denis,PaulSrusier,PaulGauguin,EdvardMunch.Vriosdessesartistasdepoisaderiramaoutrosmo-vimentos; EdvardMunchdepois torna-seumdosexpoentesdoExpressionismo.

    SIMBOLISMOdeCadentismo

    Paul Srusier, Solido, 1891

  • 13Histria da arte

    onde e quandoFrequentementeotermoExpressionismodesigna-dosomenteartealemdoinciodosculoXX.pertinente,porm,classifica-locomoumfenme-noquetevediversasfacesemtodaaEuropa(Ale-manha,Frana,Blgica,ustria,Holanda,etc.)atadcadade1920.

    ContextualizaoComnfasenaemoosubjetivaenadefesadeumapoticasensvelexpressodoirracional,dosimpul-sosepaixesindividuais,encontramsuasrazesnops-impressionismodeVanGoghePaulGauguin,noSimbolismo,naArt NoveaueespecialmenteemGus-tavKlimt.NaAlemanhaaprincipalprecursoradoex-pressionismofoiPaulaModersohn-Becker,quefaziausosimblicodascoresedospadres.O Expressionismo se ope ao carter essencial-mente visual desenvolvido pelos impressionistas,adotandoumaatitudesubjetivaemuitasvezesatagressivacomrelaorealidade.EnquantooIm-pressionismo se empenhava emcaptar a luz eomovimento,oExpressionismoacontecededentroparafora,trazendotonaasemoes,angstiasepontosdevistadoartista.Aeliminaodopapeldescritivodaarte,aexaltaodaimaginaodoartistaeaampliaodospoderesexpressivosdacor,linhaeformainfluenciarammui-tasmanifestaesartsticasquevieramemseguidaeatacontemporaneidade.

    ideologiaRepresentarumavisosubjetiva,atravsdousodacoredalinha.Aoinvsderegistrarumaimpressodomundoexterior,oartistadeveoefeitodeseuprpriotemperamentosobresuavisodemundo.

    CaraCterstiCasUso de cores simblicas, imagstica exagerada eintensa.Umacaractersticadasmanifestaesale-msdoExpressionismoqueemgeralapresentamumavisosombriadahumanidade.

    PrinCiPais nomes Os pioneiros: James Ensor, Emil Nolde e EdvardMunch.Outrosnomesimportantessoosaustra-cosEgonSchieleeOskarKokoschka.

    EXPRESSIONISMO

    Egon Schiele, Mulher Deitada Com Meias Verdes, 1917

    Edvard Munch, O Grito, 1893

  • 14 Histria da arte

    onde e quandoCorrente alem do Expressionismo, comeou emDresden,em1905esedissolveuem1913.

    ContextualizaoOgrupodeartistasseorganizavaemumaoficinanaqualpintavam,esculpiamemmadeirae faziamxi-logravuras,colaborandoentresiemvriosprojetos.Tinhaminteresseemartesgrficaseessafoiumadesuasinfluncias,assimcomoasxilogravurasgticasalemseasesculturasemmadeiradafricaedaOceania.OsartistasdaPontetinhamconhecimentodosmovimentoscontemporneosnaFranaeentu-siasmopelosFauves.Seusideaisesuavisodopa-peldaartenomundovieramadarbaseaBauhaus,apsaquedadoexpressionismo.NoBrasil nota-se influncia expressionista napri-meira fase da produo de Anita Malfatti e nasobrasdeLasarSegall,OswaldoGoeldi,FlviodeCarvalhoeIberCamargo.EnoMxiconosocia-lismorealistadeDiegoRiveraeOrozco.

    ideologiaAcreditavam que por meio da pintura poderiamcriamummundomelhorpara todos,viamaartecomo um dever social, um trabalho criativo emoposioaotrabalhoindustrialalienantequedefor-maasociedade.Valorizavamaculturadasclassestrabalhadorasemdetrimentodaculturaerudita.

    CaraCterstiCasSobretudo as xilogravuras, apresentam uma visointensa, muitas vezes angustiante, do mundo con-temporneo.Utilizavamlinhasrgidaseangulosasecores violentas sem preocupao com a verossimi-lhana,mascomossignificados(maispreocupadoscomosignificadodelasdoquecomaverossimilhan-a).Adistoroedeformaodasformasreafirmama postura pessimista domovimento com relao vida,constituindoaprimeirapoticado feio,que

    transfereabelezadoplanodoidealparaoplanoreal.Die BrckesignificaAPonte.Onomefoiescolhi-dopararepresentaraligaoquedesejavamfazercomaartedofuturo.

    PrinCiPais nomesAprincpioogrupofoiformadoporquatroestudan-tesdearquitetura,FritzBleyl,ErichHeckel,ErnstLu-dwigKirchnereKarlSchmidt-Rottluff.Maistardeforamsejuntandooutrosartista,sendoomais reconhecidoEmilNolde,quesendomaisve-lhodoqueelesfoiconvidadopelogrupoeaceitou,permanecendoporalgunsmeses,entre1906e1907.

    DIE BRCKEa Ponte

    Emil Nolde, O Profeta, 1912

  • 15Histria da arte

    onde e quandoAscaractersticasfauvistascomearamaaparecernaFrananofinaldosculoXIX,masspassaramaterforapublicamente,comoumanovavanguar-da,em1905quandorecebemessadenominao.FauvismoouFovismo,nomeatribudopelocrticoLouisVauxcelles,LesFauvessignificaasferaseeraumacomparaopejorativadosartistasaani-maisselvagens.

    ContextualizaoOfauvismofoiaprimeiravanguardadosculoXXasecolocarnocentrodomundodaarte,masosfauves jamais foram um grupo organizado, eramapenasartistas,amigoseestudiososquecomparti-lhavamideiasquantoaarte.Muitosdosfauveshaviamestudadocomosimbo-listaGustaveMoreau,cujasatitudesabertas,origi-nalidadeecrenanopoderexpressivodacorpuraseriamfontedeinspirao.Tambm sofriam influncia dos ps-impressionistas,quejsepreocupavamcomacornessesentidodabidimensionalidade,principalmentenasimplificaodasformasecorespurasutilizadasporGauguin.Aomesmotempoemquedescobriamamaisrecentege-raodavanguarda,osfauvessevoltavamparaaartefrancesapr-renascentista(apartirdeumaexposioocorrida em1904chamada Primitivos Franceses),para a arte islmica (tambm exposta em Paris napoca),eesculturaafricana.Elesdoumaguinadanointeressepelacoriniciadope-losimpressionistas,deixandodeladoointeressepelasensao visual explicvel pela tica e voltando-separaquestesdaexpressodesensaeseemoes.Porvoltade1906osfauvespassaramaservistoscomoospintoresmaisavanadosdeParis,maslogodepoiscadaartistaseguiuseucaminho,eaaten-odomundodaartesevoltouparaoscubistas.Entretanto,oprpriocubismosofreuinflunciadoFauvismonosentidodeentenderoquadrocomouma estrutura autnoma, uma realidade prpria,

    almda influncia tiveramnos demais expressio-nistas,desdeseuscontemporneosalemesatoexpressionismoabstratoeoneo-expressionismo.Pode-sedizertambmqueessefoioprimeiromo-vimentoatrazerogostopelascorespuraspresenteathojenaculturacontempornea.

    ideologiaOs fauves compartilhavama atitude simbolista dequeaartedeveriaevocarsensaesemocionaispormeioda formaedacor,mas tinhamumaaborda-gemmaispositivadavida.Oprpriofatodenoseremummovimentoorganiza-dosedpoisnotempretensesintelectuais,aidiaeracriarumaartequenopossusserelaocomoin-telecto,mascomoimpulsodoinstintoedassensaes.

    CaraCterstiCasOusodacoredaluzparaexpressaremoespodeserconsideradoumanovatcnicaquesurgecomofauvismo,pelomenosnoquetangeatradiofran-cesa. Seus temas so leves, buscamemoes naalegriadeviver,semintenocrtica.Buscavamamximaexpressopictricaatravsdaexploraodaexpressividadedascores,paratanto,utilizamcorespuras, intensasenoverossmeis, tentandoproduziremoesmaisdoquereproduzirascoresnaturais.Cadaespaodelimitadopreenchidoporumacorlisa,semgradaesilusionistasdesombraouprofundidade.Os fauvistas compartilham tam-bmosentidodelibertaoedeexperimento.

    PrinCiPais nomesHenryMatissetornou-seconhecidonapocacomooreidasferas,epermaneceufauveapsadissolu-odomovimento,etornou-seumdosartistasmaisadorados e influentes do sculo XX.Almdele osprincipais fauves foramMauriceVlaminck eAndrDerain,pode-seaindaincluirAlbertMarquet,CharlesCamoin,Henri-CharlesManguin,OthonFriez, JeanPuy,LouisValtat,GeorgesRouaulteRaoulDufy.

    FAUVISMOFovismo

  • 16 Histria da arte

    onde e quandoFrana, em 1907 com o quadro Les Demoiselles dAvignondePicasso.Dissolve-secomocomeodaPrimeiraGuerramundial,em1914.

    ContextualizaoOCubismo surge no perodo que antecede a Pri-meiraGuerraMundial,perodoemqueaculturaeu-ropiaencontrava-seemcriseebuscavaemoutrasfontesnovosvalores,diferentesdaquelesincorpora-dospelaburguesiaepelaeconomiaindustrial.nessecontextoqueocontatocomculturastidascomoprimitivassetornadefundamentalimportn-cia,comoocasodoscubistascomaarteafricana.TambmsofortementeinfluenciadosporCzanne,atravsdesuaconstruodeespaospormeiodevolumes, simplificando-os em cubos, cilindros econes,edadecomposiodeplanos.Foiumdosmovimentosmaisinfluentesdosc.XX,marcandooutrasvanguardasetendncias,comooDadasmo,noquedizrespeitoinserodeobjetosobras,oFuturismo,oOrfismo,aabstrao,aar-quiteturadeLeCorbusierentreemuitosoutros.

    ideologiaArepresentaodaprofundidadesobreumasuper-fcieplanasemprefoiumentraveparadoxaldentrodapintura.Aotentarplanificartodasasfacesdeumobjeto, o Cubismo busca uma nova forma de ex-ploraresseparadoxosem,entretanto,encobri-lo.Oscubistasnosepropunhamaabolirarepresentao,oquepretendiamerareform-la,recusandoaidiadeartecomoimitaodanatureza.Pensavamemconstruirenoemcopiaralgo.Essamaneiradeserepresentarimplicavapormnoempregodeformasrazoavelmenteconhecidasparaquefossepossvelacompreensodarelaoentreaspartese,conseqentemente,napreservaoderefernciasaomundoobjetivo.Este foioalvodascrticasmaisintensasqueestemovimentorecebeu,principalmenteporpartedosabstracionistas.

    CaraCterstiCasBaseando-seemformasgeomtricaselinhasretas,os quadros cubistas buscavam reconstruir formasatravs da representao simultnea de diversasfacesdeummesmoobjetosobreomesmoplano,afastando-sedaperspectivaedaluzesombra.OCubismodivide-seemduasfases:CubismoAna-ltico,queconsistianadesconstruoquasecom-pleta do objeto, se aproximandoda abstrao, ecompredominnciadeumacor;eCubismoSint-tico,quetentoutornarosobjetosreconhecveisno-vamente.Nestafase,PicassoeBraqueinovamcomascolagens,incorporandopapeleoutrosfragmen-tosdemateriaisrelacionadoscomavidacotidiana,(recortesdejornais,pedaosmadeira,cartasdeba-ralho,caracterestipogrficos,etc)ssuaspinturas.

    PrinCiPais nomesPabloPicasso,GeorgesBraque,JuanGris,FernandLger, RobertDelaunay, SoniaDelaunay.NoBra-sil,influnciascubistaspodemserobservadasnasobrasdeAntnioGomide,VicentedoRegoMon-teiro,TarsiladoAmaraleCandidoPortinari.

    CUBISMO

    Pablo Picasso, O Beijo, 1969

  • 17Histria da arte

    onde e quando Paris,1909.

    ContextualizaoO Manifesto Futurista foi publicado pelo poetaitalianoFilippoTommasoMarinettiemfrancsnojornalLeFgaro,deParis,em1909.Foiummovi-mentoessencialmenteitalianomasdeimportnciamundial,cujompetochegouaofimnosmeadosdaPrimeiraGuerraMundial.ideologiaOfuturismoqueriarompercomtudooqueserelacio-navaaopassadoepretendiamsetornaraexpressomaismodernadaarteemseutempo,refletindoemsuasobrasoritmoeespritodasociedadeindustrial.

    CaraCterstiCasGrande parte do que foi o futurismo se deve aideiasdeoutrosmovimentoscomoanecessidadede captar omovimentos e a efemeridade da luzdos impressionistas, os recortes, planificaes egeometrizaescubistaseosestudos fotogrficosde locomoo humana e animal realizados peloamericano Eadweard Muybridge. Para expressarainteraoentreobjetoseespao,faziamusodeelementosgeomtricos, repetioe fragmentaodas figuras, compondo o queUmberto Boccionichamoudeabstraodinmica.Omovimento futurista foi basicamente ummovi-mentodemanifestos,porissoestintimamenteli-gadopoltica,sendoquemuitosdosartistasdogrupo, entre eles o prprio Marinetti, se identifi-cavamcomo fascismopor glorificarema guerracomosendoanicaverdadeirahigienedomun-do. Anticlerical e antissocialista, exaltava a vidamodernaeindustrial,cultuandoavelocidadeatra-vsdemeiosliterrioseartsticos.

    Asideiasfuturistasserviramdeinspirao,emme-noroumaiorescala,agruposcomooRaionismo,DadeDer Blaue Reiter.NoBrasil,osmodernistasda Semana de 22 receberam a alcunha de futu-ristaspaulistas,devidoaseucarterrenovador.Oespritodomovimentorefletiutambmnatipogra-fiamoderna,nodesigngrfico,enamaneiravelozdecomunicaraideiadevelocidadenapublicidade,histriasemquadrinhosetc.OFuturismoteveseuirnicofimcomamortedeSantElia no campo de batalha e de Boccioni porcairdeumcavalo.AprisodeMarinettiaceleroumaisaindaoprocessodeencerramento.

    PrinCiPais nomesFilippoMarinetti,UmbertoBoccioni,CarloCarr,LuigiRussolo,AntonioSantElia,GiacomoBalla.

    FUTURISMO

    Giacomo Balla, Dinamismo De Um Cachorro Na Coleira, 1912

  • 18 Histria da arte

    onde e quandoSurgidoemParisporvoltade1911.

    ContextualizaoOgrupopartedocubismoedirige-secadavezmaisabstrao,rompendocomseumovimentodeori-gemnabuscaderecuperarolirismoeaespirituali-dadenapintura.Aocontrriodaatitudeintelectualeracionaldoscubistas,noseguemlgicaaparente.Por identificaes ideolgicas no que tange spropriedadesmusicaisepoderespiritual,ospinto-resrficossetornamaliadosnaturaisdosexpres-sionistasalemeseosinfluenciam,principalmenteosintegrantesdaDer Blaue Reiter.Orfismo foi um termo criado, com referncia aOrfeu, o lendrio tocador de lira da mitologiagrega,pelopoetaecrticoGuillaumeApollinaireem 1912 para descrever o que considerava ummovimentointerioraocubismo.

    ideologiaAcreditavamnaspropriedadesmusicais eespiritu-aisdeseustrabalhos.ArefernciaaOrfeuremeteaoarqutipodopoderirracionalnaarte.

    CaraCterstiCasAs obras do Orfismo diferem do cubismo pelatendnciamaiorfragmentaopormeiodacor,que lhesatribuium ladoemocional.Almdissoutilizaformasabstrataseestruturascircularesquetrazemomovimento e o dinamismodomundomoderno. Isso os tornou pioneiros na abstraodacor.Delaunaytentavaatingiroquechamadeconscinciamoderna,trabalhandosemfazeres-booseimprovisandodiretamentenatela.

    PrinCiPais nomesRobertDelaunayesuaesposaSoniaDelaunay.Tam-bm Fernand Lger, Francis Picabia, Marcel Du-champeFrankKupka,pioneirodaarteabstratajuntocomKandinsky.

    ORFISMOCubismo rFiCo

    Sonia Delaunay, Composio Com Discos, 1938

    Robert Delaunay, Ritmo, Alegria De Viver, 1930

  • 19Histria da arte

    onde e quandoGrupodeartistasquesereuniuemMunique,aore-dordorussoWassilyKandinskyentre1911e1914.

    ContextualizaoOgrupo teve inspiraonosexpressionistas,massuaprincipal influnciasedeveao interessepelomisticismoepelaarteprimitiva,artepopular,arteinfantileartedosdeficientesmentais.Contrape-seaocubismo,poisentendemqueesseproponhaapenasareformulaodarepresentaoenoaaboliodamesma,enfocandoteoriasra-cionalistase,decertaforma,realistas,queprecisa-vamserdesligadasdaarte.O perodo em que surgem antecede a PrimeiraGuerraMundial.Asdisputasentrenaesimperia-listasjabalavamapazeoequilbrioeuropeu,eaeclosodaGuerralevouadissoluodogrupo.Entretanto, para alm desse perodo, os desdobra-mentos de suas atividades tiveram grande alcance,eventualmenteconduzindoartedafantasiadoSur-realismo,DadaeExpressionismoAbstrato.TambminfluenciaramaescolaBauhaus,naqualKandinskyeKleelecionarammaistarde.Aprincipalheranades-semovimentofoiainauguraodaartenofigurativa.

    ideologiaOmisticismodeKandinskyeraespiritualeanalti-co.Elepostulouqueaartedeveriasersacramentaledefendiaa liberdadedoartistadeescolher seumododeexpresso,fosseeleabstrato,realistaouqualquer combinao intermediria. Mas o gru-pono se preocupava em ter uma formaoho-mognea,cabiatambm,porexemplo,afilosofiapantestadeFranzMarcquecombinavaacrenareligiosacomumprofundosentimentoemrelaoaosanimaisenatureza.Emsuma,acreditavamnaeficciasimblicaepsi-colgicadasformasedascores,noentendiama

    fruiodeumaobradeartecomomeracontempla-o,massimcomoestmuloquesedispeadesper-tarreaesesugestesdistintasemcadaindivduo.

    CaraCterstiCasJamaisfoiobjetivodosartistasdeOCavaleiroAzulcriar um estilo homogneo. Suas orientaes sofundamentalmente espirituais, que para Kandinskysignificavatudooquenoracionaleimpulsionaacriaodasformasaosabordasemoes,exploran-doadimensolricadacoredaforma,fazendodaarteaexpressodeumanecessidadeinterna.

    PrinCiPais nomesWassilyKandinsky, FranzMarc,AugustMacke,AlfredKubinePaulKlee.

    DER BLAUE REITERo Cavaleiro azul

    Paul Klee, On a Motif from Hamamet, 1914

  • 20 Histria da arte

    ContextualizaoA Rssia foi um dos pases que ingressou tardia-mentenoprocessodeindustrializaoe,paraisso,contoucomincentivodecapitalestrangeiro,prin-cipalmente das potncias capitalistas europias.Essanovarelaolevouaumaocidentalizaogra-dativadediversospases,quepodeserobservadaatravsdosmovimentosartsticosrussosdesenvol-vidosno inciodosculoXX,queherdaramprin-cipalmenteadesconstruodoespaoedoobjetocubistae,do futurismo,a temticadacidade,domovimentoedavelocidade.Aomesmotempoemque sofriam influncia das vanguardas europias,essasnovasvanguardasrussas,trataramderompercomaartefigurativae,conseqentemente,comarepresentaoformaldasimagensecomqualquerrefernciaaomundoobjetivo,queaindapodiaserobservadonoCubismo.AVanguarda RussaexerceinfluncianaformaodomtododidticodaBauhausetambmemdoisdosprincipaismovimentosdaartemodernabrasi-leira:oConcretismoeoNeoconcretismo,quesur-gemapartirdadcadade50.Seumaior legado,entretanto a abstrao, que refletia, no campodasartes,arevoluosocialepolticaqueaRs-siaenfrentavanaqueleperodoe tambmsugeriao triunfo oriental sobre o racionalismo ocidental,umavezquealisurgiaatendnciaquepredomina-riaduranteosculoXX.Nadcadade30,comoStalinismo,aartedevan-guardarussafoisuprimidapeloRealismo Soviticoereduzidaauminstrumentodepropagandapolti-caedivulgaocultural.

    SUPREMATISMO

    onde e quandoSurgenaRssiaporvoltade1913,massuasistemati-zaoterica,saconteceem1935,comomanifesto

    Do Cubismo ao Futurismo ao Suprematismo: o novo realismo na pintura,escritoporKasimirMalevichemcolaboraocomopoetaVladmirMaiakvski.

    ideologiaDefendeumaartesemfinalidadesprticasecom-prometidacomapuravisualidadeplstica,negan-dotantoautilidadesocialdaartecomoasuapuraesteticidade.Malevichpropeummundodestitu-do de objetos, reduzindo o sujeito e o objeto aumanicaforma,aograuzero.Essemundosemobjetos seria uma concepo proletria, j queimplicaanopropriedadedascoisasenoes.

    CaraCterstiCasAbstraogeomtrica.Estudaaestruturafuncionalda imagem, buscandoo significadoprimrio dossmbolos e signos expressivos. ParaMalevich, asformas geomtricas representavam a supremaciadeummundomaiorqueomundodasaparncias,sendoalinharetaaformaelementarsupremaquesimbolizaaascendnciadohomemsobreasno-linearidadesdanatureza.A Supremacia do puro sentimento: refere-se supremaciada sensibilidadeedos sentidos sobretodasasoutrasconsideraesartsticas.OSuprematismocaracteriza-se formalmentepelousodeformasgeomtricasecorespuras.Aolongodotempo,asformasforamsetornandomaiscom-plexasmedidaquetambmseampliavaagamadecores,criandoilusesdeespaoemovimento.

    PrinCiPais nomesLiubovPopova,OlgaRozanova,NadezhdaUdaltso-va,IvanPuni,KazimirMalevich.

    (Cont.)

    VANGUARDA RUSSAsuPrematismo e Construtivismo

  • 21Histria da arte

    CONSTRUTIVISMO

    onde e quandoPor volta de 1914,Vladimir Tatlin fez sua primei-raconstruo,dandoaberturaparaomovimentoConstrutivista,queviriaaseroestilomaisdissemi-nadodaRssia.Durouat1934.Tambm foico-nhecidocomoProdutivismo.

    ideologiaO Construtivismo pensa o artista como um en-genheiroqueconstriuma realidadeao invsderepresent-la,damesmaformaquevapinturaeesculturacomoconstruesenocomorepresen-taes.Aartedeveestaraserviodarevoluo,fabricarcoisasparaavidadopovocomoantesfa-bricavaparaoluxodosricos.Osartistas construtivistas, emsuamaioria,possu-am ideologias marxistas e consideravam-se pro-dutoresde imagensassimcomoosoperriossoprodutores de outros objetos diversos. Buscavamdessaformaaboliraidiadequeotrabalhoartsti-cosuperiorsdemaisformasdetrabalho,alheioaocotidianoevidadaspessoas.Idealizavamasocializaodaarteenoumaartepoltica.Foramessasdiscussesacercadafunosocialdaartequelevaramaumacisodogrupo.

    CaraCterstiCasNopodiaserrepresentativaedeveriapossuirumvalorfuncionaleinformativo,mostrandoaopovo,visualmente,arevoluoemandamentoemanten-doumdilogocomosmeiosgrficosefotogrficosdecomunicao.Genericamente,usavamelemen-tosgeomtricos,coresprimrias,fotomontagensetipografiasemsuasobras.

    PrinCiPais nomesVladimir Ttlin, o casal Alexander Rodchenkoe Varvara Stepanova e os irmosNaumGabo eAntonPevsner.Osdoisltimosromperamcomomovimentoem1920,comseuManifestoRealista,passandoaestabelecerumdilogoentreaarteeacinciaeusandomateriaisindstrias.Osmeadosdosanos20foramoaugedomovimento,emqueartistascomoOlgaRozanova,GustavKlutsis,Ge-orgiiYakuloveElLissitzkyseesforaramparaapli-caralinguagemdaarteabstrataaoobjetoprtico.

    VANGUARDA RUSSAsuPrematismo e Construtivismo(Cont.)

    Vladimir Ttlin, Monumento Terceira Internacional, 1919

  • 22 Histria da arte

    onde e quandoFerrara,naItlia,porvoltade1913,masfoientre1917e1920queseconsolidou.

    Contextualizao SimultneaPrimeiraGuerraMundial.OsfilsofosNietzche, Schopenhauer eWeininger inspiraramasinvenesmetafsicasdeDeChirico.Outrasinflun-ciasforamaculturaclssicadeNicolasPoussineCa-ludeLorrainedoromnticoCasparDavidFriedrich.APinturaMetafsicateveforteimpactonoDadasmoenoSurrealismo,porseufoconouniversoonricodaarteepelaaproximaodeobjetosdspares.Recusapormatemticaeonacionalismofuturista.

    CaraCterstiCasVolta-separaumaoutrarealidadeatemporal.Osele-mentosarquitetnicosmobilizadosnascomposies(colunas, torres, praas, monumentos neoclssicos,chamins de fbricas) constroem, paradoxalmente,espaosvaziosemisteriosos.Figurashumanas,quan-dopresentes,carregamconsigo forte sentimentodesolido e silncio. Someio-homens,meio-esttuas,vistosdecostasoudemuitolonge.Quasenopos-svelverrostos,apenassilhuetasesombrasprojetadaspelos corpos e construes.A incorporaodeele-mentospresentesnasnaturezas-mortas (luvas,bolas,frutas,biscoitos)reforamaidiadedeslocamentoeasensaodeirrealidadequerondamostrabalhos.

    ideologiaOs pintores metafsicos acreditavam na arte comoprofeciaeoartistacomopoeta,capazderemoveramscarapararevelaraverdaderealescondidanasaparncias.Paratanto,recorriamartetranscendental.

    PrinCiPais nomesGiorgio de Chirico. Carlo Carr, GiorgioMorandi,AlbertoSavinio,FilippodePisis,MarioSironi.

    PINTURA METAFSICA

    Giorgio De Chirico, A Grande Torre, 1913

  • 23Histria da arte

    onde e quandoZurique,1916,terminandoporvoltade1921.

    ContextualizaoODad foi ummovimentomultidisciplinar (visuais,teatro,poesia,etc)nascidosimultaneamenteemv-riasmetrpoles domundo, principalmenteZurique,NovaYork,Paris,Berlim,HanovereColnia.OmovimentoseiniciacomoumareaoPrimeiraGuerraMundialporjovensartistasindignadosperanteafalnciaehipocrisiadevaloresestabelecidospelaso-ciedade.Osdadastaseramcontraasinstituiespolti-cas,sociaiseartsticas;essencialmenteanarquistas.Eramiconoclastas,desprezavamahistriaeosgran-des heris da arte, quebraram inmeras tradieseabriramcaminhosparaumanovaconcepodearte. Anteciparam questes e prticas bsicas dops-modernismo,comoporexemploaBodyArt,ainstalao,aperformance,aartefeminista,ohappe-ningearelaodaarteevida.Uma das invenes dadastas mais importantes fo-ramos ready-mades,criadosporMarcelDuchamp.Produziro ready-madeconsistenoatodedeslocarobjetosdeumcontextofamiliareapresent-loscomoarte.Duchampfezready-madescomurinol,secadordegarrafas,rodasdebicicleta,entreoutrosobjetos.Embora o posicionamento dessemovimento nofossesomentecomrelaoarte,omarcoquefoicriadoapsaapariodeumurinolnumaexpo-siotrazquestionamentosobreoqueaarteequaissoseusrumosatosdiasdehoje.

    ideologiaParaasconvenesdapoca,essesartistasbeiravama loucura. Usavam o primitivo e o irracional paraquestionartodaarazoelgicaatentoformada.

    PrinCiPais nomesMarcelDuchamp,Jean(Hans)Arp,KurtSchwitters,TristanTzara,HugoBall,ManRay,FrancisPicabia,RaoulHausmann,GeorgeGrosz.

    DADAdadasmo

    Marcel Duchamp, A Fonte, 1917

    Man Ray, Le Violin Dingres, 1924

  • 24 Histria da arte

    onde e quandoPasesBaixos,de1917a1928.

    ContextualizaoDeStijl,tambmchamadodeNeoplasticismo,foiummovimentoartstico surgidonaHolandaqueenvol-veuartesplsticas,arquitetura,edesign.tambmonomedeumarevistaondeerampublicadasasideias,manifestos, e pesquisas do grupo encabeado porPietMondrian,TheovanDoesburgeGerritRietveld.Ogrupotinhacomoobjetivocriarumanovaartein-ternacionalemumespritodepazeharmoniaeumvocabulrio visual para objetivos prticos, ou seja,odesigneasartesaplicadastinhamumpapelpri-mordialnomovimento.ODeStijlqueriacomunicaratravsdeseusobjetosumasociedademelhorondeaarteeavidaseintegramemperfeitaharmonia.

    ideologiaBuscavaumaarteclaraedisciplinada,querefletis-sedealgummodoasleisobjetivasdouniversoevalorizavaaestruturaformaleoequilbrioassim-trico.ParaMondrian,oartistanodeveinfluenciaremotiva ou sentimentalmente o espectador. Porisso reduziu seu estilo a formas elementares, evi-tandoassimprovocarreaesindividuais.

    CaraCterstiCasO movimento no valorizava a tradio lrica esentimentaldahistriadaarte.Tinhacomopremis-saareduoeapurificaodacoremcorespri-mriasedaformaemlinhasverticaisehorizontais.Osartistasdogrupoacreditavamnoordenamentogeomtricofundamentaldouniverso.

    PrinCiPais nomesPietMondrian,TheovanDoesburg,GerritRietveld.No Brasil,Mondrian influenciaMiltonDacosta eLygiaPape,noLivrodaArquiteturaenodesenhoMondriande1907.

    DE STIJLneoPlastiCismo

    Piet Mondrian, New York City, 1942

    Theo van Doesburg, Composio X, 1918

  • 25Histria da arte

    ART DCO

    onde e quando Frana,1925-1939

    ContextualizaoSurgiunaFrananoentreguerraselogoemseguidamigrouparaosEstadosUnidosaprincpiocomumestiloinspiradonasmaquinaseformasinsdustriaise,emseguida,comeaaseinspirarnosfigurinosece-nriosdeHollywood.ideologiaBuscasintetizarformasefazerobjetosparaprodu-oemsrie,seguindoaideiadaBauhausporm,comumapreocupaomenorquantofuncionali-dadeemaiorquantodecorao,ouseja,fazendoobjetosmeramentedecorativoseestticos.

    CaraCterstiCasFoi altamente influenciada pelaArt Nouveau e omovimento Arts & Crafts, alm de ter sido meioqueumcompiladodetodasasvanguardasanterio-resdoiniciodosc.XXcomooConstrutivismo,oCubismo,oModernismo,aBauhauseoFuturismo,tranformandotodoesseaglomeradodeinflunciasobjetosquetraziamlinhasretas,circulossintticos,simplicidadeelimpeza.Tevemaiorinfluncianaarquiteturaenodesigndeprodutos fazendoobjetosmenos funcionaisepodeser vista como uma tentativa demodernizar aArt Nouveau,buscandoporm,linhasmenosorgnicasmenosinfluenciadaspelanatureza.AArtDcose fez importanteprincipalmentenaar-quitetura,predioscomooEmpireStateBuildingeoChryslerBuildingforambaseadosnesseestilo,noBra-silasobrasdeVictorBrecheretcomooMonumentosBandeiraseoestdiodoPacaembutiveramumaforteinfluncia,almdeoutrasobrascomoatorredorelgiodaCentraldoBrasileoCristoRedentor.

    PrinCiPais nomes WalterGropius,VictorBrecheret.

    Victor Brecheret, Monumento s Bandeiras, 1954

    William Van Alen, Chrysler Building, 1928

  • 26 Histria da arte

    onde e quandoFoicriadaem1919porWalterAdolfGropius,naAlemanhaefuncionouat1933.

    ContextualizaoAascendnciamais prximadaBauhaus est naassociao Deutscher Werkbund, fundada em1907porHermannMuthesiusparaincentivarasre-laesentreosartistasmodernos,osartesosqua-lificadosea indstria.MuthesiusdesejavacriaroquechamavadeMaschinenstil(estilodamquina).HinflunciatambmdaArts & Crafts,De StijleDer Blaue Reiter. Apesar de ter aspectos em co-mum,rompeucomaArt Nouveau,poisnohaviafuncionalidadenosornamentosexagerados.ABauhaus criouumnovopensamento emarqui-teturaedesign:aformadeveestaraliadafunodoobjeto.Foicriadanosmoldesdasociedadein-dustrialPs-SegundaRevoluo,adqueandoapro-duo s novas tecnologias. Os prottipos eramcriados artesanalmente mas visando a posteriorproduoemlargaescala.Encerra suas atividadespordeterminaodosna-zistas em 1933. A emigrao dos professores daescola fator decisivo na difuso das ideias daBauhauspelomundo todo.VemaserconhecidocomoInternationalStyle.

    CaraCterstiCasFoiumadasprimeirasescolasquealiavamdesign,artesplsticasearquiteturadevanguarda.Tinhaemsuasproduesumaseverageometrizaoeautili-zaodenovosmateriais.Seudesignaliadosim-plicidadeetotalmentevoltadoparaafuncionalidade.

    ideologiaApropostadeGropiusparaaBauhausuneemumnico projeto a dimenso esttica, social e polti-ca.Trata-sedeformarnovasgeraesdeartistasda

    arquitetura,esculturaepinturadeacordocomumidealdesociedadecivilizadaedemocrtica,emquenohhierarquia,somentefunescomplementares.

    PrinCiPais nomesJohannes Itten, Theo van Doesburg,Wassily Kan-dinsky,PaulKlee,LszlMoholy-Nagy,Breuer,Han-nesMeyer,VanderRohe,OskarSchlemmer,JosephAlbers,LyonelFeininger.NoBrasil:LuizNunes

    BAUHAUS

    Joost Schmidt, Pster Para Exibio Da Bauhaus, 1923

  • 27Histria da arte

    onde e quandoParis,primeirametadedosculoXX.

    Contextualizao Pariseraumsmbolodointernacionalismoculturalnoentreguerras.EssepanoramasemodificacomaSe-gundaGuerraMundialeodeslocamentodacapitalmundialdaartedevanguardaparaNovaYork.Possui influnciadasnaturezasmortasruraiserealis-tasvariados,deCourbetaVanGogh.Convivecomoutrasvanguardas,entretantoomaiorantagonismosedcomoCubismo,consideradoexcessivamenteinte-lectual.ApsaSegundaGuerra,aEscoladeParisco-meouasereferiraosartistasdoTachismoouCOBRA.

    CaraCterstiCasUmavisomaisgenricadetodaacomunidadedeartistasfranceseseestrangeirosetambmdediversosmovimentoscomoFauvismo,CubismoeSurrealismo,entreoutros,equeconviveramnesseperodo.Oter-morefletiriaaconcentraodeatividadeartsticaemParis,cidadequesetornaumsmbolodointernacio-nalismocultural. umgrupo indefinidode artistas que, nesse cen-rio,algunsnosefiliavamanenhumadasoutrasvan-guardasepintavaemestiloinformalenaturalista,noclssica,masbaseadanaobservao.

    ideologiaCosmopolita e no idealista, no segue programaspolticosnemvanguardasespecficas,pelocontrrio,buscarespeitonaturezadascoisasdeformaintuiti-va,baseadaemsentimento,honestidade,franquezaeinocncia.Prezavapelaliberdade,nosaartstica.

    PrinCiPais nomesMaurice Vlaminck, Andr Derain (ambos haviamsidofauvistas),AmadeoModigliani,MauriceUtrillo,MarcChagall,GeorgesRouault,ConstantinBrancusi,

    PabloPicasso,PietMondrian,PierreBonnardeHen-riMatisse.OutroscomoJeanArp,RobertDelaunay,SoniaDe-launay,JoanMir,ConstantinBrancusi,RaoulDufy,Ren Ich,TsuguharuFoujitaeChaimSoutine, tra-balharamemParisnoperodoentre-guerras.ApsaSegundaGuerra(TachismoouCOBRA):JeanDubuffet,PierreSoulages,NicholasdeStael,HansHartung,SergePoliakoffeGeorgesMathieu.

    COLE DE PARISesCola de Paris

    Amadeo Modigliani, Retrato De Lopold Zborovski, 1916

  • 28 Histria da arte

    onde e quandoOmovimentosurrealistafoilanadoem1924porAndrBreton,aprincpioemParis.

    ContextualizaoEssafoiumadasvanguardasmaispopularesdapri-meirametadedosculopassado,quetevemuitosadeptos em vrias cidades do mundo, principal-menteParis eMadrid.Aconteceunoperodo en-tre-guerras,quecorrespondeaofortalecimentodeideologiasnacionalistas.Ossurrealistasmantinhamrelaesprximascomosdadaistas,haviammuitasquestesemcomum,comoporexemplo,oacaso,aressignificaoeareestruturaodascoisaseconceitos,outraseme-lhana importante o esprito revolucionrio deambos.Adiferenaentreosdoismovimentos,en-tretanto,residenaformulaotericaeprincpiossurrealistas,aoinvsdoanarquismodadasta.

    ideologiaOsurrealismotinhacomoobjetivofazerumaartequeexpressaopensamentonaausnciadequal-quercontroleexercidopelarazoealheioatodasasconsideraesmoraiseestticas.Tinhaumcar-terrevolucionrioeasprincipaisrefernciaseramateoriapsicanalticadeSigmundFreud,LeonTrtski,omarxismo,asfilosofiasocultistaseoespritovi-sionrioemrevoltacontraa sociedadedeArthurRimbaudecondedeLautramont.

    CaraCterstiCasAmaiorpartedorepertriovisualusadopelossurre-alistasvinhadateoriafreudianasobreoinconscienteeoonrico,eratambmcomumarepresentaodomedo,desejo,erotizaoemorte.Ossurrealistasqueriamlibertaraimaginaoetoma-dadaconscincianoseuaspectomaispoticodoque cientfico, atingindooutra realidade situadano

    plano inconsciente e subconsciente. Abandonam aracionalidade,tornandoosonhoumaformadeenca-raromundo,ondearealidade,algicaeafantasiacoexistemsemchoques.Tambmabordavamaques-todadesconstruoeestranhezaaoquefamiliar.

    PrinCiPais nomesSalvadorDal,ManRay,LuisBuuel,MaxErnst,Me-retOppenheim,RenMagritte,Jean(Hans)Arp,HansBellmer,YvesTanguy,AlbertoGiacometti,JoanMir,AntoninArtaud.

    SURREALISMO

    Salvador Dal, A Vnus De Gavetas, 1936

  • 29Histria da arte

    onde e quando NovaIorque,1952.

    ContextualizaoOexpressionismoabstratofoioprimeiromovimen-toafazerocaminhoinversodoqueseerahabitual,poissurgiunosEstadosUnidosesomentedepoisfoiparaaEuropa, sendo,portanto,classificadocomooprimeirograndemovimentopictricocriadonosEstadosUnidos.Opas surgira comoumagrandepotnciaapso terminodaSegundaGuerraMun-dialeagrandeascensodacriaoartsticadeu-sepelofatodequemuitosintelectuaiseartistassemu-daramparalnapoca,comoporexemploArshileGorky,quefoiconsideradooprimeiroexpressionistaabstratoeomaisimportantemediadordasvanguar-daseuropeiascomoocubismoeosurrealismocomasnovasvanguardascriadasemsoloamericano.

    ideologiaPretendia-secriarumaartemais livreeespontnea,nadaconvencional.OExpressionismoAbstratotraziaemsiumacargamuitograndedetudooquefoidei-xadopelaSegundaGuerra.Era,portanto,umaarteforteeviolenta,muitasvezessombria.Erainfluencia-daporteoriascomoAinterpretaodossonhosdeJungepeloExistencialismodeSartre.

    CaraCterstiCasOExpressionismo Abstratosurgecomauniodein-flunciasdaabstraodoDerBlaueReitergrandesreasdecores fortese temticassurrealistasoinconscienteeoautomatismo fazendocomqueas pinturas se voltassemmais para dentro, trazen-dotonaumresultadoplsticoquesebaseavaemformassoltaseno-figurativascomcoresdensasefortes; traz tambmem si umpoucoda arte con-ceitualedoqueviriaaseraperformanceposterior-mente.Umdosseusprincipaisexpoentes, Jackson

    Pollock, criava suasobras atravsde respingosdetintaquedeixavacairsobregrandespanosnocho,formandotexturasfortesenicas.Agindosomentecomseusimpulsosinstantneos,integrava-seobraemsuafeitura,dandoorigemActionPainting.

    PrinCiPais nomesJacksonPollock,ArshileGorky,MarkRothko,Adol-phGottlieb,WillemdeKooning,IsamuNoguchi.NoBrasil:ManabuMabe,TomieOthake,Flvio-Shir.

    EXPRESSIONISMO ABSTRATO

    Jackson Pollock, N1, 1949

  • 30 Histria da arte

    onde e quando Apartirdofimdosanos50,simultaneamentenosEstadosUnidosenaInglaterra.

    ContextualizaoO pop reflete o estilo de vida que se desenvol-veu depois da SegundaGuerraMundial, quandoos Estados Unidos cresceram se tornaram potn-ciaindustrial,conduzindoasociedadeaumritmodesenfreadodeconsumo,difundindoanoodosucessoligadodiretamenteaosbensmateriais.Noseio dessa sociedade cresce a cultura de massa,matria-primadaartePop.UmadasprimeirasimagensrelacionadasaoPopacolagemde1956deRichardHamiltonO que Exa-tamente Torna os Lares de Hoje To Diferentes, To Atraentes,feitaparaaexposioThisisTomorrow,organizada pelo Independent Group, da Inglaterra.Nela,celebridadeseobjetosdavidamodernatrans-portamoAmerican Way of Lifeparaaobradearte.Os artistas norte-americanos tambm tem comoreferncia as colagens tridimensionais de RobertRauschenberg e as imagens planas e emblemti-casdeJasperJohns,queiniciaousodeobjetoseimagensdocotidianoemobras.Precursoresdessaatenoespecialdadaobjetoscomunssotam-bmosdadastaseossurrealistas.

    ideologiaAPop Arttentaaproximaraschamadasaltacultu-raebaixacultura,apropriando-sedeelementosdaculturademassacomaintenoderesgatarafunodaartecomoparticipantedodia-a-diadaspessoas,dandosignificadovidadamaioria.Em 1957, Richard Hamilton descreveria essa artecomo popular, transitria, consumvel, de baixocusto,produzidaemmassa,jovem,espirituosa,sexy,chamativa,glamourosaeumgrandenegcio,afir-mandoaculturacomercialcomosuamatriaprima,inesgotvel,aocontrriodoDadasmo,queaconsi-deraummalasercombatido.

    CaraCterstiCasArtecomapelopopularquesecomunicadiretamen-tecomopblico,representandooretornodeumaartefigurativa,emoposioaoExpressionismoquedominavaacenaestticadesdeofinaldaSegundaGuerra. Incorpora signos e smbolos da cultura demassasuburbanaeindustrial,comoocinema,apu-blicidade,ashistriasemquadrinhos,atelevisoeodesign,recusando-seaseparararteevida.Utiliza-sededesenhossimplificadosecoressatura-dasatravsdetcnicascomerciaisdereproduo,comoosilkscreen,edemateriais industriais,queacabandoafastandovestgiosdogestoartstico.AndyWarholenfatiza,comarepetioimagensdecelebridadescomoMarilynMonroe,MaoTse-tung,CheGuevaraouElvisPresley,odesgastequeam-dia propicia a elas e a paradoxal ideia de anoni-mato.JLichtensteinparecepretenderdemonstrar,aoextrairfragmentosdehistriasemquadrinhosereproduzi-losmanualmente,ocarterefmerodosinteressesedoconsumonasociedademodernain-dustrializadaeosvaloresqueessasociedaderece-beeformaapartirdeles.

    PrinCiPais nomesEduardoLuigiPaolozzi,RichardSmithePeterBlakesoalgunsdosprincipaisnomesdogrupobritnico.NosEUA,AndyWarhol,RoyLichtenstein,ClaesOl-denburg,JamesRosenquisteTomWesselmann.

    POP ART

    Andy Warhol, Lata de Sopa Campbell, 1961-62

  • 31Histria da arte

    Contextualizao AGuerraFriaimpulsionouacincia,numacorridatecnolgicaentreasduas superpotnciasdapo-ca:EUAeaURSS.Nestemomento foramdesen-volvidas tecnologias dasmais variadas, das quaisasociedadesetornoucadavezmaisdependente,masquetambmserviramdeinspiraoe,muitasvezes,atmesmodematria-primaparaaarte.Aideiademovimentoestevepresentenomundoartsticodelongadata.SejapeloFuturismoqueco-locaoCubismoemmovimento,ounoManifestoRealistadeAntoinePevsnereNaumGaboounosescritosdeLszlMoholy-Nagy.Nadcadade50,entretanto, vrios artistas comearam a inserir omovimentoemsuasobrasdemaneirasdiferentes.O termoCintico foi incorporadoapartir de1955,quando acontece a exposio Le Mouvement (OMovimento),nagaleriaparisienseDeniseRen,quecontoucomobrasdeartistascomoMarcelDuchamp,AlexanderCalder,JsusRaphaelSotoeVictorVasarelyAlgunscrticos,comoFrankPopper,norestringemo significado do termo a trabalhos que possuemmovimentoreal,estendendo-otambmaosqueim-plicamnomovimentoptico.AprincipaldiferenaentreArte CinticaeaOp Artque,naprimeira,omovimentoconstituiaestruturadaobraenquantoque,nasegunda,omovimentoapenasvirtual.

    ARTE CINTICA E OP ART

    ARTE CINTICACinetismo

    onde e quando Apartirdadcadade50,nosEstadosUnidos.

    ideologia Busca rompercomacondioestticadapintura,explorandoefeitosvisuaisatravsdomovimentofsi-codeobjetosmveisaoinvsdeapenastraduzirourepresentar esse movimento. Alexander Calder sedestacaentreosartistasconsideradoscinticospordesenvolverumanova formadeescultura,osm-biles.Calder intencionava uma arte que divertisse,comumritmoopostoaoquevianavidamoderna,tosriaemecnica.InspiradonosconstrutivistasenaobradeMondrian,eletambmqueriaumaartequerefletisseleismatemticas,masacreditavaqueessaartenodeviaserrgidanemesttica.

    CaraCterstiCasUtiliza materiais industriais, como chapas, perfila-dos, placasmetlicas e obtmcores por esmaltescomuns,pormdesviaopensamentodoespectadordaquiloqueoempregonormaldessesmateriaisOsobjetosexigemdoespectadorumainteraof-sica,poissemovimentamaleatoriamente,produzin-doefeitosquemudamdeacordocomaluz,oventoeamanipulaodoobservador.

    PrinCiPais nomesAlexanderCalder.Almdele,em1955participaramdeexposies:Duchamp,JesusRaphaelSoto,Vasa-rely,YaacovAgameJeanTinguely.NoBrasil,aobradeAbrahamPalatnik,LygiaClarkeMiraSchendelseaproximamdasexperinciascomobjetosmveis.

    (Cont.)

  • 32 Histria da arte

    ARTE CINTICA E OP ART(Cont.)

    OP ART arte tiCa, oPtiCal art

    onde e quando Surgiunosmeadosde1950,principalmentenosUSA,masteveseuaugenofinaldadcadade60.OtermopassouaserusadoapsaexposioTheResponsi-veEye(Oolharinterativo),noMoMA,em1965.

    ContextualizaoInspirou-seemAlbers,docentedaBauhausque,nofinaldadcadade40,nosEstadosUnidos,passouasededicarapintura,comsuasrieabstrataHo-menagemaoQuadradoe tambminfluenciou-sepeloesforoqueoPontilhismodeSeruateoOrfis-modeDelaunayexigiamdosolhos.

    ideologiaMenosexpressoemaisvisualizao.Baseia-senaconstruocientficadasimagensqueexige do observador persistncia e concentrao,fazendocomqueeleparticipecompletamentedaobra.ParaVictorVasarely,umdeseusprincipais,aobradeveriaserpassveldereproduoetambmdesercriadaporoutraspessoasoupormquinas.

    CaraCterstiCasNopossuinadadesimblicoouquenoseapre-sente na percepo imediata. Partindo da lei ticadoscontrastessimultneosedosdadosexperimentaisdaPsicologiadaGestalt (PsicologiadaForma),criaplanosilusrios,fazendoasformasvibrarematravsdamutaodecores,quesogeralmentelisas.comumautilizaodeprodutosdaindstriamo-derna:plsticos,pinturasacrlicasluminosas,ilumina-oeltrica,motoreseaparelhoseletrnicos.

    PrinCiPais nomesBridgetRilley,VictorVasarely,YaacovAgam,StellaeKennethNoland.NoBrasil:LotharCharoux,Al-mirMavignier,IvanSerpa,AbrahamPalatnik.

    Victor Vasarely, Vega, 1957

  • 33Histria da arte

    onde e quando Mxico,meadosdosculoXX.

    ContextualizaoSurgidasnoMxico,emmeadosdosculoXX,asprimeiras obras que podem ser enquadradas sobestettuloaparecemlogoem1910,pormomani-festoredigidoporSiqueirosdatade1921eamaioriadasobrassoproduzidasentreasdcadasde1920e1930,logoapsopassairdeumaditaduramili-tareomovimentorevolucionrioseancorarnumaalianaentrecamponesesesetoresurbanos,ondevisava-seocombateaoanalfabetismoeumareno-vaoculturaldentrodeumaideologiaprogressista,anticlerical,antiditatorial,afavordareformaagrria,danacionalizaodas empresaspetrolferas eme-lhoriadopadrodevidadaclasseoperria.

    ideologiaTinhaelevadoteorpolticoebuscavaserumaartedegrandealcancepopular,assimsendo,aspinturaseramfeitasemreaspblicascomointuitodacons-cientizaodapopulaocomrelaosuaprpriarealidadeeconmica,polticaesocial.

    CaraCterstiCasAmanifestaoconsisteemmuraissobreparedesdeconcretoefachadasdeedifcioscomtemassociaisepolticosqueprocuramporumaexpressoauten-ticamentemexicanaeaomesmotempooriginalemoderna,produzindoumaartecompreensveledealcancesocial,quefizessesentidotantoparaaclas-semdiaquantoparaasmassasnativas.Atravsdomuralcomosuporte,buscavanosetornarproprie-dadeprivada,rompendocomoscrculosrestritosdegalerias,museusecoleesparticulares.umaartemonumental,emtodosossentidosdoter-mo,defeitiorealistaequeutilizaespaospblicoseumdosseusprincipaisexpoentesDiegoRivera,

    MURALISMOmuralismo mexiCano, esCola mexiCana

    quevnaarteuminstrumentocontraaopressoeseutilizadahistriamexicana,denunciandoricosepoderosos,eenaltecendoamultiplicidadecultural.FranciscoGoitiapodeserconsideradoumpioneiroeparticipouativamentedaRevoluo,tendoinclu-sivepintadoinloco.Omuralismoinfluenciavriosartistas,porexemplo,FridaKahlo,quenopodeserclassificadacomomu-ralistamasaproxima-seaogruposobretudoporseucasamentocomRivera.NoBrasil,exerceinflunciasobreobrasdeDiCavalcantieCandidoPortinari.

    PrinCiPais nomesDiegoRivera,DavidAlfaroSiqueiros,JosClementeOrozco,FranciscoGoitia.

    Diego Rivera, O Carregador De Flores, 1935

  • 34 Histria da arte

    onde e quando Aprimeiramanifestaocoletivapblicadaneces-sidadedeumarenovaoestticafoiaSemanadeArteModerna,acontecidanosdias08a13defeve-reirode1922,noTeatroMunicipaldeSoPaulo.

    ContextualizaoNoinciodosculoXX,oBrasilencontrava-senumperodo de transio e contradio, caracterizadocomo uma nao independente que semantinhapresasestruturascoloniais,enaqualasideiasdeprogresso, modernidade e industrializao convi-vamcomatradioeoconservadorismodasoligar-quiasrurais.Esseperodo,quesucedeuaPrimeiraGuerraMundial, favoreceuaelitepaulistacafeeira,mudandoradicalmenteasestruturaspolticaseeco-nmicasdopas,fazendodeSoPauloumametr-polemundialetambmacapitalculturaldopas.Asideiasmodernistasquepredominavamocenrioeu-ropeuchegamaoBrasilecontaminamjovensintelec-tuaisatravsdocontatocompinturadeAnitaMalfattiecomaesculturadeVictorBrecheret.AmbostinhamidoEuropaetraziamideiasdemovimentoscomooCubismo, Art Dec, ExpressionismoeFuturismo.DentrodahistriadaartedoBrasil,omovimentomodernistaemsie,principalmenteaSemanadeArte Moderna, foi uma etapa destrutiva de rejei-oaoconservadorismoesignificouumaprofundarupturacomrelaotemticaeaocompromissocomarealidadeecomo tradicionalismoculturalassociadoscorrentesliterriaseartsticasanterio-res:oparnasianismo,osimbolismoeaarteacad-mica, emvogaatento.Agora, aartebrasileiravolta-separaohomemvulgarquehnointeriordeseupaseparaaordemsocial,enquantoasvan-guardaseuropiasprecisavamvoltar-separaoutrasculturas embuscadenovas fontes de inspirao.Entretanto,oespritorevolucionriodomovimen-tomodernista brasileiro foi segundoMriodeAn-drade(umdosprincipaislderesdaSemanade22),

    importadodaEuropa,notrazendonadadeefetiva-mentenovoemrelaoaoquesefaziafora.Oqueeleconsideracomoaprincipalheranaqueomo-vimentoodireitopermanentepesquisaesttica;aatualizaodaIntelignciaartsticabrasileira;eaestabilidadedeumaconscinciacriadoranacional.Emsuaprimeira fase, foiummovimentodebur-gueses querendo chocar burgueses, que se pre-ocupavacomaliberdadeesttica,noqualestavaausente qualquer tipo de preocupao poltico social.Masjnasegundafase,diantedacrisequeomundoenfrentavanadcadade30,osartistasassumemumaposturamaiscrticadiantedareali-dade,trazendoumamadurecimentoparaartemo-dernabrasileira,principalmentenaliteratura.

    ideologiaHalgodefuturistanasideiasdosmodernistasde22,queexigeadeposiodostemastradicionalistasemnomedasociedade industrial.Osmodernistasanseiamporumnacionalismoprimitivoe ingnuo,querecusaqualquertipodearteimportada,buscan-doumaidentidadenacionalverdadeiraevalorizan-doopascomoumcaldeirocultural,encontrandono cabloco e na mestiagem, que outrora foramconsideradosentravesparaocrescimentonacional,fontesintegradoradaculturabrasileira.

    CaraCterstiCasNumprimeiromomento,omodernismobrasileirovolta-separao interiordeseupas,buscando for-mas de expresso que no tivessem sido domes-ticadas pela cultura burguesa e descobrindo umBrasil caboclo,primrio, ingnuoehbrido. LogoapsessadescobertadoBrasilpelosmodernistas,vieramosmanifestosPauBrasileAntropofgico.

    (Cont.)

    MODERNISMO BRASILEIRO

  • 35Histria da arte

    PrinCiPais nomes (e um PouCo mais)Dasemanade22,destacam-seosnomesde:AnitaMalfatti, Di Cavalcanti, Ferrignac, John Graz, Vi-centedoRegoMonteiro,YandeAlmeida,VictorBrechereteoutros.Entreosliteratosepoetasesto:Graa Aranha, Guilherme de Almeida,Mrio deAndrade,MenottiDelPicchia,OswalddeAndrade,RonalddeCarvalho,ManuelBandeiraeoutros.Eentre a programaomusical trazia composiesdeVilla-LoboseDebussy.Entreosartistasmoder-nistasdaprimeirageraoquenoparticiparamdasemana de 22, destacam-se: Lasar Segall, TarsiladoAmaral,IsmaelNery,AntonioGomideeCceroDias,entreoutros.Essa primeira gerao modernista chamada derevolucionria, pelo seu carter mais radical comrelaoaocombateaopassadismoeexaltaodonacional.Masjnasegundafase,diantedacrisequeomundoenfrentavanadcadade30,osartistasas-sumemumaposturamaiscrticadiantedarealidade,trazendo um amadurecimento para arte modernabrasileira.EraageraodeCndidoPortinari,Cce-roDiaseAlbertodaVeigaGuignardmarcadaporumnovofigurativismomodernista,freqentementesocial e poltico, que buscou dar continuidade sconquistasformaisdeseuspredecessores.A dcada de 1940 presenciou o surgimento detodaumageraodeabstracionistas geomtricos,influenciadospelocubismo.Seunomemaisrepre-sentativoodeAlfredoVolpi,enumsegundopla-no,SamsonFlexoreMiltonDacostaemsua fasemadura.Nacontracorrentedestamesmageraoestavam pintores figurativos como Mario Zanini,FranciscoReboloeJosPancetti.

    MODERNISMO BRASILEIRO(Cont.)

    Di Cavalcanti, Cartaz Da Semana De Arte Moderna, 1922

    Anita Malfatti, A Boba, 1915-16

  • 36 Histria da arte

    onde e quandoO grupo SantoHelena comeou em salas aluga-dascomoatelinoPalaceteSantaHelena,antigoedifcionaPraadaS,emSoPaulo,apartirdemeadosde1934.

    Contextualizao Osartistassodeorigemproletriaoudapequenaburguesia.Rebolo,VolpieZaninieramdecoradores-pintoresdeparedes;ClvisGracianoeraferrovirio;FulvioPenacchidonodeaougue;AldoBonadei,fi-gurinistaebordador;Rizzotti,mecnicoetorneiro;ManuelMartins,ourives;eHumbertoRosaerapro-fessordedesenho.Apinturadecavaleterealizadanosmomentosdefolga.Ainflunciaeuropia-principalmentedoim-pressionismo e ps-impressionismo, do novecentoitalianoedoexpressionismo - que se faz sentir naproduodossantelenistassedpelaleituradelivroserevistaseporexposiesquechegamdoexterior.Em1937 foi realizada uma exposio da chamadaFamliaArtsticaPaulista,agregandoumconjuntodeartistaseincluindotodooGrupoSantaHelenaque,dessemodo,apresentaramseustrabalhosaopblicopelaprimeiravez.Apartirda,oGrupotornou-seco-nhecidoedespertouointeressedeMriodeAndrade,quenelesidentificouumaescolapaulista.Comadissoluodogruponofimdadcadade1930,seusartistasdesenvolvemcarreirasindividuais.Entreeles,AlfredoVolpicomcertezaoquemaissedestaca.Valedizerqueessesartistasnuncadei-xamdeconviveremanteraamizade.

    CaraCterstiCas Oambientedassalasdetrabalhoeradetrocamtua,dividindo-seosconhecimentostcnicosdepinturaeassessesdemodelovivo,decidindosobreoenviodeobrasaossaleseorganizandoasfamosasexcursesdefimdesemanaaossubrbiosdacidadeparaexecu-odapinturaaoarlivre.

    Oapegorepresentaodarealidadeleva-osapintarprincipalmente paisagens,cujos focos so as vistasdossubrbiosearredoresdacidade,aspraiasvisitadasnosfinsdesemana,apaisagemurbana.Percebe-seaprefernciaporlocaisannimosnolimiteentreocampoeacidade.Adespeitodasdiferenasestilsticasentreeles,identifica-seemsuasobrasumaprefern-ciaportonsrebaixados,defaturafosca,dandoumatonalidadeacinzentadaaosquadros.OutrosgnerosforamtrabalhadospeloGrupoSantaHelena,comoanatureza-morta,oretratoeauto-retrato.

    ideologia Ogruponopossuanenhumcompromissoconcei-tualetinhaointuitodeserumatrocadeconhecimen-toentreseusintegrantes.Tinhapreocupaocomoapurotcnico,voltatradiodofazerpictricoeointeressepelarepresentaodarealidadeconcreta.

    PrinCiPais nomesFranciscoRebolo,HumbertoRosa,VittorioGobbis,ManoelMartins,RossiOsir,ClvisGraciano,MrioZanini, Bonadei, Fulvio Pennacchi, Alfredo Volpi,Rizzotti.

    GRUPO SANTA HELENA

    Alfredo Volpi, Grande Fachada Festiva, dcada de 50

  • 37Histria da arte

    ContextualizaoApartirdosanos50,oBrasilalinha-semaisintensa-menteaosmoldesdocapitalismointernacional,ex-perimentando um grande crescimento econmicoeumcertootimismocomrelaomodernizao.JuscelinoKubitschekassumiaapresidnciadarep-blica,implantandoumapolticadesenvolvimentistasem precedentes, simbolizada pela construo deBraslia inauguradaem1961.Essecrescimento,po-rm,vematreladoaoinvestimentoexterno,manten-doopasdependenteeatrasado.essarealidadequelevaosartistasconcretistasadesejaremsuperaracondiodepassubdesenvolvido,adotandopos-tuladosracionalistas(nocasodogrupopaulista).Omovimento concretista acontece quandoomo-dernismo declinava como fora artstica no pas,muitoemboraPortinari,jconsagradonasdcadasanteriores, ainda fosseconsideradoomaiorartistabrasileironapoca.Sob influnciadeMaxBill,artista suo trouxeaoBrasil as ideias concretisas eque, em1951ganhaoprmioaquisiocomaobraUnidadeTripartidanaprimeiraBienaldeSoPaulo, foioprimeiro si-nalcontrriopinturamoderna.SuaorigemapontatambmparaosprincpiosdoConstrutivismoedoNeoplasticismo,rejeitandoafiguraoemfavordaabstraogeomtrica.

    CONCRETISMO

    gruPo Frente

    onde e quandoAgrupadoemtornodeumdosprecursoresdaabs-traogeomtricanoBrasil, IvanSerpa,abresuaprimeiraexposioem1954,noRiodeJaneiro.Asltimasexposiesdogrupoforamem1956.Arejeioartemodernistabrasileira,decarterfi-gurativoenacionalista,uniaosintegrantesdogrupo.

    CONCRETISMO E NEOCONCRETISMO

    CaraCterstiCasNoobedeciamnenhumcdigorgidoetampoucopossuamumaunidadeestilstica,mantendo-seinde-pendentesaospostulados tericosdaarteconcreta.Paraessesartistas,alinguagemgeomtricanoeraumpontodechegada,massimumcampoabertoexperinciaeindagao.,explicouFerreiraGullar.

    PrinCiPais nomesDaprimeiraexposiodogrupoparticiparam:Alu-sioCarvo,CarlosVal,IvanSerpa,DcioVieira,Ly-giaClark, LygiaPape, entreoutros. J na segundaexposio,em1955noMAM/RJ,aderiramaogru-poFranzWeissmann,HlioOiticica,RubemLudof,AbrahamPalatinik,entreoutros.

    gruPo ruPtura

    onde e quandoAprimeiraexposiodogrupofoiinauguradaemdezembrode1952,noMuseudeArteModernadeSoPauloenomesmoanopublicaramseumani-festo.Ogrupocomeaasedispersaraindanofinaldadcadade50.

    CaraCterstiCasRecusavam-se a utilizar recursos pticos para acriao domovimento virtual e o uso das coresdemaneira expressiva.Materiais industriais eramlargamenteutilizados.Pretendiam incorporar processos matemticos produo artstica. Atravs do manifesto, escritopor Waldemar Cordeiro e diagramado por Haar,posicionam-secontraasprincipaiscorrentesarts-ticasdopas,contraqualquerformadefiguraoetambmcontraaabstraoinformal.

    (Cont.)

  • 38 Histria da arte

    NEOCONCRETISMO

    onde e quando OManifestoNeoconcretofoipublicadoem1959elanadodomesmoanonaIExposiodeArteNe-oconcreta,noMAMdoRiodeJaneiro,marcandoarupturaneoconcretadaartebrasileira.Noultrapas-samuitoas fronteirasdoRiode Janeiro,deixandomaisclarasasdivergnciascomogrupoconcretopaulista.Adissoluodogrupoocorreem1962.

    ideologiaOsartistasneoconcretosultrapassaramasbarreirasentreogeometrismopuroeasubjetividade,defen-dendoaliberdadedeexperimentaoeaspossibi-lidadescriadorasdoartistaemdetrimentodastesesmecanicistasereducionistasdoconcretismoorto-doxo, que submetia sua produo artstica nor-maseaartecincia,aoinvsdeintegr-laavida

    CaraCterstiCasDefendeumaarteno-figurativaegeomtrica,po-rmnoisentadacriaointuitiva.Os neoconcretistas incorporam o espectador ssuasobras,permitindoqueeleastoqueemanipu-le.Estaatitudedefineofazerartsticonotempoenoespao,rompendocomasditnciasatentoexistentesenteoespectadoreaobra.EsseposicionamentopodesernotadonosBichosdeLygiaClark,noLivrodaCriaodeLygiaPape,nosPenetrveis,BlideseParangolsdeHelioOi-ticica,osObjetosAtivosdeWyllisdeCastro.

    PrinCiPais nomesHlioOiticica,LygiaClark,LygiaPape,WyllisdeCastro,FranzWeissmann,AmilcardeCastro.

    CONCRETISMO E NEOCONCRETISMO(Cont.)

    Helio Oiticica, Metaesquema, 1958

    Max Bill, Unidade Tripartida, 1948-49

  • 39Histria da arte

    onde e quandoAabstraoinformalcomeaaaparecernoBrasilnofimdosanos50etomacorponadcadaseguinte.

    ContextualizaoEssa tendncia artstica vinha da Europa, dos Es-tadosUnidosedoJapodoPs-Guerrae,muitasvezes,representavaaconscinciadaperdadahe-gemoniaartsticadocontinenteeuropeu.Frutodamesma tendncia , por exemplo, o expressionis-moabstratonosEstadosUnidos.Os brasileiros pioneiros foram CceroDias e An-tnioBandeiraqueviviamnaEuropanosanos40e eventualmente vinhamaoBrasil,mas a grandeinfluncia para seu desenvolvimento foi a Bienalde So Paulo, a partir de 1951 e principalmenteduranteadcadade60,pormostrarinformalistase gestuais que internacionalmente j estavam noaugedoreconhecimento.Osartistasnipo-brasileiros tambmj traziamdesuaterranatalumatradiodearteabstrataepre-ocupadacomogesto.Aindahojealgunsartistas seguemessa tendncia,masumdosdesdobramentosdoinformalismosoasmisturas entre uma sugesto de figurao e aabstraoinformal,ovigoreaquantidadedemat-riapictricaeogestomarcanteeexpressivo.

    ideologiaInformalnosentidodesemforma,tentaultrapassaroscontedosrealistaseosformalismosgeomtricos.

    CaraCterstiCasTendncia artstica que recusa qualquer tipo deformalizao, valorizando o gesto e enfatizandoas caractersticas pictricas. No Brasil essemovi-mentonosebaseiaemgruposorganizadosenemprovoca grandes embates tericos. A expressoabrangeartistasbemdiferentesentresi.Agravura

    teveumpapel importante, se tornandomaisqueuma tcnicadecriaode imagens reprodutveisparadesenvolverumalinguagemprpria.

    PrinCiPais nomesCceroDias,AntnioBandeira.Osnipo-brasileirosManabuMabe,TikashiFukushimaeKazuoWaka-bayashi,almdeTomieOhtakequenuncachegoua ser totalmente informalista, e nadcadade70adotou as formas geomtricas e Flvio-Shir,quefazumasnteseentreabstraogestualefigurao.OutrosimigrantessoHenriqueBoese,nascidonaAlemanha, YolandaMohalyi, nascida naHungria,MiraSchendel,nascidanaSua,almdosnaturaisdoBrasilWegaNery,LoioPrsio,MariaLeontinaeAnaBellaGeiger,edosgravuristasFaygaOstrower,ArturLusPiza,RossiniPerezeMariaBonomi.

    INFORMALISMOabstrao inFormal

    Mira Schendel, Este Um Desenho Gostoso, 1965

  • 40 Histria da arte

    Nadcadade60,aPop Artrevolucionouahistriadaarte, transformandoomododese fazereprin-cipalmentedeseveraarte.ContinuandoolegadodoDadasmoeseusready-mades,aPop Artestrei-touaindamaisarelaoqueviriaaserumadaspremissasbsicasdessenossoperodocontempo-rneo:arelaoentreavidacotidianaeaarte.Uma caracterstica importante da arte contempor-neaadivergnciamarcantedeestiloseprticas.Anarrativamodernista,baseadaemvanguardasema-nifestos,desafiadaporartistasquenomaisqueremdescobrir averdadedefinitiva sobreumaartepura,maspretendemcriarumamultiplicidadedeatitudeseabordagensemumahistriadaarteno-linearsema ideia deprogresso.Apluralidadede estilos e delinguagens convivendo, contraditria e independen-temente,umacaractersticadacontemporaneidade.No existemmais estilos oumovimentos de van-guardacomosedavanamodernidade,nohmaislugarparaafirmaeseverdadesabsolutas.Umfatorimportanteparaaleituradeumaobradeartecontemporneaocontextoemqueelaestin-serida.Algumasvezesessecontexto(social,poltico,cultural,cientfico,etc.) tomatanta importncianaobraqueelachegaaserconfundidacomumapes-quisa antropolgica, uma reportagem ou uma ex-perinciacientfica.Ahibridizaodoscamposdeconhecimentossoquestescomunsnosomenteartemasatodaacontemporaneidade.Algunstemasbastantecarosartecontemporneasoapolticaeasidentidadesculturaisemumaso-ciedade globalizada, onde a relaes das pessoascomoespaoetemposoradicalmentealteradaspelosmeiosdecomunicaoetransporte.Emmeioaesseprocessodeglobalizaoeraimpossveligno-raraexistnciaeimportnciadaproduoartsticadepasesdoterceiromundo(culturalmentedomina-dos).Aparticipaodamulhernahistriadaartefoireavaliadaassimcomoseconsiderouaimportnciadetodaaculturamarginalparaodesenvolvimento

    daarte.Deumamaneiragenrica,podemosdizerque dentro do conceito de arte contemporneaencontram-seexperinciasculturaismuitodspares tanto no sentido de englobar artistas de origensdiversas, que incorporam atores sociais diversos(comoasminorias),quantonosentidodousodenovas mdias, tecnologias e suportes diversos. Asobrasmuitasvezesarticulamdiferentes linguagensperformance,msica,pintura,escultura,instalao,body art, etc. , desafiandoas classificaes e aprpriadefiniodearte,bemcomoomercadoeosistemadevalidaodaarte.A liberdade de prticas artsticas da contempora-neidadeproporcionaramaosartistasapossibilida-dede ter como suporteematerialde trabalhoolixo,ocorpo,aspalavras,osconceitos,ovideo,asnovastecnologias,osespaos,amdiaeatmes-moatelaeatinta.Todasaprticasetcnicaspo-demterumaabordagemcontempornea.Principaismovimentoseprticasdaartecontempo-rnea:Pop Art, Minimalismo, Arte Conceitual, Land Art, Performance, Body Art, Instalao, Videoarte, Arte Povera, Op Arte, Arte Cintica,entreoutros.

    INTRODUO ARTE CONTEMPORNEA

  • 41Histria da arte

    onde e quandoAnos60diversoslugares.

    ideologiaNadcadade60acrescentepolitizaodemui-tosartistas trazparaocampodasartesquestescomo:Oquearte?Quemdeterminaoquearte?Quemdecidecomoelaexpostaecriticada?Des-construindo a definio de arte de forma radical,insistindoemquenosaltoimaginativo,enonaexecuodeumaobraesttica,queaartereside.

    ContextualizaoAarteconceitualsurgiucomocategorianofinaldadcadade60etambmcostumavaserdesignadacomoartedaideiaoudainformao.AobraeasideiasdeMarcelDuchampforamumainflunciaprimordial.OutropioneirofoiAlanKoprow,queorganizavaoschamadoshappenings(literalmen-te,acontecimentos)emqueoprprioacontecimen-tosetornavaaobradearte.As ideias ou conceitos constituem a verdadeiraobradearte,issodesmistificaoatocriativo,comoaobradearteapenasumaconseqnciadeumaideia,aobra,comoentendidaatento,podeserdispensada,assimcomoomercadodearte.Basta que a ideia, conceito, ou salto imaginativo,seja registradoem formadedocumentos,propos-tasescritas,filmes,performances,fotografias,insta-laes,mapasouqualqueroutrosuporte.Emuitasvezes os artistas optam conscientemente por for-masvisualmentedesinteressantescomointuitodefocaraatenodoespectadorsobreoconceito.

    CaraCterstiCasOqueasobrasconceituais compartilhamumanecessidadedoespectadorapreende-lasatravsdesuasfaculdadesintelectuais.Noincio,osartistasconceituaissepreocupavames-sencialmentecomalinguagemdaarte,masapartirdosanos70ampliaramseucampodeatuaocolocandoemquestotemaseconceitosdiversoseilimitados.

    PrinCiPais nomesPieroManzoni,MarcelBroodthaers,JosephBeuys,WilliamWegman,DouglasHuebler,MelBochner,JohnBaldessari, Sol Lewitt, YokoOno, LawrenceWeiner,MikeKelleyeTracyEmin.NoBrasilpodemoscitarCildoMeireles,entretantodifcilenquadrarartistasmuitocontemporneosnessacategoriapoisaarteconceitualsedifundiuedissolveu,fundindo-senocampodasartes,atalpontoquehojeemdiaagrandemaioriadosartis-tastrabalhacomconceitos.

    ARTE CONCEITUAL

    Joseph Kosuth, Uma E Trs Cadeiras, 1965

  • 42 Histria da arte

    onde e quando Surgiuemmeadosdadcadade1960etemrepre-sentantesnomundotodo.

    ContextualizaoEsse tipodeexpressoartstica surgenoaugedaGuerra Fria, perodo que representara a idealiza-odeprojetosculturaiseideolgicosalternativosaomoralismorgidodadcadaanterior,rompendocom a impessoalidade dominimalismo.Os anos60somarcadospeloinciodaslutascontraoen-durecimento dos governos, pela liberao sexual,drogas, uma grande revoluo comportamentalembaladaaosomdosBeatles.

    ideologiaBuscaalternativastodosossuportesextra-corpo-rais que vinham regendo a arte at ento, fazen-docomqueoartistabuscasseocorpo(inclusiveoseuprprio)comomaterialesuporteparasuasexpresses. Dando muitas vezes a oportunidadeaoespectadorde se transformaremagenteativopor fazerumconvite reflexoouatmesmoaparticipaoefetivaemalgumaobra.

    CaraCterstiCasABodyArt tomaocorpocomosuporte,meiodeexpressoematriaparaarealizaodasobras,uti-lizando-sedefluidoscorporais, tatuagens, ferimen-tos, deformaes, escarnificaes e travestimentos.Pode-sedizerqueaBodyArtinovatantoemformaquantoemtemticaeconceito,umavezqueinvertearelaoobraartistafazendocomque,muitasvezes,oartistasejasuaprpriaobra.Associa-setambmaPerformanceseHappeningseestconstantementerelacionadadoreaoesforofsico.Comoumaartequedeveestarassociadaaocor-podealgumaforma,aBodyArtsereveladevriasformas, podendo tanto ser realizada em pblico

    emformadepeanicaeexclusiva,associadatemporalidade, como em local privado e depoisdivulgadoporfilmesou fotografias,firmandoumcompromissocomaposteridade.Apesardainovao,aBody Arttevevriasinflun-ciasdeexperinciasdesurrealistasedadastas,quejusavamocorpocomomatriadaobra.Nareadasartescnicas,especialmenteoteatrodosanos1960,oTeatroNjapons,oTeatrodaCrueldadeeoLivingTheatre,bemcomoasPerformances,quejfazemessedilogoentreartesvisuaiseartescnicas.Nosanos1960e1970houveomovimentoFluxus,quemesclavaartesvisuaiscommsicaeliteratura,tambminfluenciandoaBody Art.Porfim,nosepodeesquecerainflunciadaspr-ticasdesociedadesprimitivascomopinturacor-poral,tatuagenseinscriessobreocorpo.

    PrinCiPais nomes:BobFlanagan,BruceNauman,DennisOppenheim,GinaPane,RebeccaHorn,VitoAcconci,YvesKlein,YouriMessen-Jaschin.

    BODY ART

    Dennis Oppenheim, A FeedBack Situation, 1971

  • 43Histria da arte

    onde e quando Apartirdadcadade60,emdiversoslugares.

    ContextualizaoSurgenoaugedaGuerraFria,perodoquerepre-sentaraa idealizaodeprojetosculturaise ideo-lgicosalternativosaomoralismorgidodadcadaanterior.Osanos60somarcadospeloinciodaslutascontraoendurecimentodosgovernos,pelali-beraosexual,asdrogas,emsuma,porumagran-derevoluocomportamental.Nessepoca,osartistascomearamaquestionar-sesobreossuportestradicionaisdaarte.Antesdisso,porm,algunsartistasjtinhaseaproximavamdoqueviriaasechamardeinstalao,comoMarcelDuchamp, que realizouduas obras desse gnero(1200sacosdecarvoeMilhasdebarbantes)nofi-naldadcadade30ecomeodade40.Nosanos20,PietMondrianprojetaumambientequeseriarevestidocomsuascorescaractersticas,chamadode Salo deMadame B. Kurt Schwitter tambmprenunciavaoqueviriaaserumainstalaocomsuaobraMerz,de1919.Nasdcadasde80e90,muitosartistasdetodoomundoinvestiramnaproduodeinstalaesdasmais diversas possveis, misturando diferentes su-porteseestilos.NofinaldosculoXXeinciodosculo XXI, a Instalao se estabilizou como umdosprincipaisgnerosartsticos.

    CaraCterstiCasUmainstalaosfazsentidosevistaeanalisadano tempo-espao noqual foi concebida, pois serelacionacomelesestabelecendo,dosobjetosqueacompe,novasreasespaciais,evidenciandoas-pectosarquitetnicoseconstruindonovosambien-tes ou cenas.Ao inserir o espectador no interiordesses ambientes, o artista exige que ele interajacomaobra,sendonecessriopercorr-laeaden-tr-la,parasuaapreenso.

    Outroaspectoimportantedeumainstalaopos-sibilidadedecombinaoentrediversaslinguagenseasnovaspossiilidadesdesuporte.

    PrinCiPais nomesAnish Kapoor, Barbara Kruger, Claude Simard,MaurizioCattelan,entremuitosoutros.Artistasdevriosmovimentosdiferentestambmvieramaterexperincias com instalaes. No Brasil, deve-secitaralgunstrabalhosdeLygiaPapeeHelioOitici-ca.MiraSchendel,NunoRamoseCarlosFarjado,quetambmseaproximamdasinstalaes.

    INSTALAO

    Barbara Kruger, Sem Ttulo, 1991

  • 44 Histria da arte

    onde e quandoFimdosanos60,NovaYorkeCalifrnia,EUA.

    Contextualizao Representouumaretomadadorealismonaartecon-tempornea,contrariandoominimalismoeaspesqui-sasformaisdaarteabstrata.Avidamodernaforneceamatria(temas)eosmeios(materiaisetcnicas).Ofinaldadcadade60foimarcadopelaefervescn-ciaculturaledesenvolvimentotecnolgicoindustrialnosEstadosunidos,pssegundaguerramundial.Emdilogoestreitocomaproduonorte-americana,osartistasinglesesaderemnovalinguagempictrica.umarepercussodaArtePopdosanos1950,po-rmrealismonoutilizavasemfazerusodesmbo-losretiradosdaculturademassa.

    CaraCterstiCas Expressoartsticaqueprocurareproduzirnapintu-raounaesculturaimagenscomprecisofotogrfica.Ohiper-realismofazusodeclichs,deimagenspr-fabricadasedeelementosdocotidiano.Aspinturasmimetizamasfotosemquesebaseiam.Omundo cotidiano retratado, em geral, refere-seaosaspectosbanais,scenaseatitudes familiares,aosdetalhescaptadospelaobservaoprecisa.Di-versos artistas utilizam tambma fotografia comosuporte,pintandosobreaimagemreveladanopapel.Outra novidade foi o uso do aergrafo (airbrush),quenuncatocaatelaeque,portanto,nodeixaimpressasasmarcasdogestoedopincel.Apin-tura lisa, sem texturas e sua superfcie espelha-da-painiscomespelhos,vidrosemetalreluzente:deslocamento, distoro e reflexo. Na escultura,utiliza-sesiliconeefibradevidro.

    ideologiaAproximaraarteda realidadevisual, resgatandoaidiademimesisgregadeixadadeladoapsasriedemovimentosqueprocuravamalternativasrepre-sentaodorealvindosapsoadventodafotografia,

    PrinCiPais nomesEstadosUnidos:ChuckClose,RobertCottingham,Au-drey Flack e Richard Thorpe McLean, Ralph LadellGoings,DonEddy,RobertBechtle,TomBlackwell,Du-aneHanson,JohnDeAndrea,RonMueck.Ingleses:JohnSalt,MalcolmMorley,DavidHockney- emborano se submetam inteiramenteao rtulodohiper-realismo,deleseaproximampeloregistroquasedocumentaldesuascenascotidianasedodi-logoqueestabelecementrepinturaefotografia.Brasil:Soassociadosaohiper-realismoalgunstraba-lhosdeGlaucoRodrigues,AntonioHenriqueAmaral,GregrioGruber.

    HIPER-REALISMOsHarP FoCus, Fotorrealismo, novo realismo

    Chuck Close, Leslie, 1973

  • 45Histria da arte

    Onascimentosimblicodavideoarte1965,quan-doNam June Paik comprou sua primeira cmeramanual.Masasinflunciasqueculminaramemseusurgimentovemdo inciodosanos60quandoosartistasdoFluxusjincluamtelevisesemsuasins-talaes.EnquantoaPop Artintroduziaaculturademassasnomundodasartes,aSound ArteaArte Cintica exploravam a tecnologia de som emovi-mento,nadafaziamaissentidodoqueadotaromaisnovoepoderosomeiodecomunicao,ateleviso.Os videoartistas buscavam abalar a autoridadedos esteretipos damdia, apropriaram-se da lin-guagemdatelevisocomaintenodeapontarosperigosdeummeiodecomunicaotopoderoso.Osprimeirosartistasdavideoartefundiamteoriasda comunicao global com elementos da cultu-rapopularpararealizarvdeos,instalaesdeumcanaloumulticanais,produescomtransmissesviasatliteeesculturascomvriosmonitores.Jnasegundametadedadcadade80afusodovdeocomocomputador,juntamentecomatecno-logiadaprojeo,levouaumavideoartemaisam-plaecomplexa,paraalmdamolduradomonitor.

    PrinCiPais nomesNamJunePaike,IraScheneider,FrankGillette,BillViola, Eric Siegel, Steina Vasulka,Woody Vasulka,DaraBirnbaun,AnaMendieta,MatthewBarney,Ste-veMcQueen,GaryHill.NoBrasil,estoentreosartistasqueutilizamavi-deoarteReginaSilvera,JlioPlaza,CarmelaGross,MarcelloNitsche,AnnaBellaGeiger,IvensMacha-do,PauloBrusckyeFernandoCocchiarale.

    VIDEOARTE SOUND ART

    onde quandoFinaldosanos70,artistasdomundointeiro.

    ContextualizaoAsorigensdaSoundArt estono inciodo scu-lo XX, no qual o relacionamento entre amsicaeaartefoiumaforamotrizparaaabstrao(O Cavaleiro Azul,Orfismo,Sincronismo).AartedosrudosfoiexploradapelosfuturistasedadastasedesenvolvidapelocompositorJohnCagenosanos50. Influenciouartistasdosanos50e60associa-dosaoBeat,Neodad,Fluxuseperformance.GrandepartedaSoundArtrecenteinfluenciadapelaculturaclubber,adisseminaodamsicaele-trnicaedousodesampleadores.

    CaraCterstiCas Obrasqueutilizamsonsnaturais, criadospeloho-mem,musicais,tecnolgicosouacsticos.Asobraspodemassumira formadeassemblage, instalao,vdeoarte,performanceouartecintica,bemcomodepinturaeescultura,estandosujeitaanovosavan-osdatecnologiadigitalenainternet.

    ideologiaLevaroespectadorparaaexperinciamultissenso-rialdapercepo.

    PrinCiPais nomesJohnCage,Rauschenberg,LeeRenaldo,LaurieAn-derson,MimmoPaladino,RobinRimbaud,KatarinaMatiasek,PaulFarrington(Tonne).

  • 46 Histria da arte

    onde e quando Oconceito surgiu numa exposiodaDwanGal-lery,NovaYork,em1968,enaexposioEarth Art,promovidapelaUniversidadedeCornell,em1969.

    ContextualizaoA produo artistico-cultural estadunidense da d-cadade60apontavacadavezmaisparaaexaltaoemassificaodaindstriaculturaletecnologia.Ex-pressesartisticascomoominimalismoesuaconci-soformal,espacialeconceitualestavamemvoga,criandoumaarteumtantoquantofriaeimpessoal.

    ideologiaA Land Art surgiu tentando promover uma buscamaisorgnicaediferenciadaparaaproduoartsti-caestabelencendoumarelaomaiorcomanature-zaediscutindoquestesligadasecologia.

    CaraCterstiCasALandArtumtipodeartequeutilizaoterrenonaturalcomosuportecomoporexemplo,pedras,aterra,omar,rvores,etc.Asobrasmuitasvezestemdimensestograndesquenopassamdafasedoprojetopela inviabilidadedesuaexecuo.Sendoassim,nopossivelquesejaexpostaemmuseusougaleriasenemvendidas.Atingindoumpontoim-portanteparaosartistasdaLandArt.,portanto,umareaomonotoniaelimitaodasgalerias.AsobrasdeLandArtstemseuobje-tivocumpridodepoisdedemolidasoudestrudas.

    PrinCiPais nomes Robert Smithson, Sol LeWitt, RobertMorris, CarlAndre.

    EARTH ARTland art, eartHwork

    SITE-SPECIFICsite works

    Desde os anos 50 os artistas vm criando obrasquese ligamespecificamenteaoseuentornoeaartetemsidolevadaparaasruaseocampo,comonocasodaEarth Art.Aolongodosanos60aexpressosite-specificfoiusada para se referir a obras deminimalista, ear-thartistseartistasconceituais.Nomesmoperododesenvolvia-seaidia,nomeioartsticodequeaartedeveriaserdisponibilizadaparamuitosenoapenasparaunspoucosprivilegiados.Desdeasegundametadedosanos70osgovernosdevrioslugaresdeEuropaedosEstadosUnidostmcriadoprogramasdepatrocnioparaartep-blicaafimdelevarartealugaresemqueaobranomaisconsideradaummonumento,masummeiode transformarum lugar. Issodeuumbomimpulso para os site-specifics,mas no s nes-sescasosqueconsideramosumaobrasite-specific,elaspodem ser obraspensadasparaqualquer lu-gar,ambientesinternosouexternos,desdequeasobras sejamadequadasa sua localizaoedialo-guemcomocontextoemqueseencontram.

    PrinCiPais nomesClaesOldenburg,DanielBureneRichardSerrasoal-gunsartistasimportantescomtrabalhossite-specific.

  • 47Histria da arte

    onde e quando NovaYork,entre1963e1965.

    ContextualizaoIniciou-senoambientedeefervescnciaculturales-tadunidenseemmeadosdosc.XX,no rastrodoExpressionismo Abstrato de Jackson Pollock e daPop ArtdeAndyWarhol.

    ideologiaReduodeobjetossuaestruturaprimria.Sen-doassimmaisummvimentoformalqueideolgico,ondeoconceitoeramuitasvezesdescartadoemfunodaessnciaestruturaldoobjeto.

    CaraCterstiCasNaverdadeotermoserefereaumpunhadodeartis-tasquedeumaformaoudeoutratemaestruturadesuasobrasparecidas.Apesardisso,ominimalismonuncachegouaserummovimentocomideologiaseartistascomobrashomogneasentresi.Osobje-tostmestruturasimples,reduzidas,descartavamousodascoreseemoesetentantavam,emgarndeparte,utilizar-sedemateriaisprimariotambm,taiscomo:tojolos,areia,pedras,etc.Causoumaisdivergnciasquantoasuaclassificaoeexistnciaquequantoaseucarter,suasideologias.

    PrinCiPais nomesCarlAndre,DanFlavin,DonalJudd,SolleWitt,Ro-bertNorris.

    MINIMALISMO

    onde e quandoincioporvoltade1916comosdadastas.InciodotermoPerformanceArt:dcadade60

    ContextualizaoAperformancenoconsideradapormuitosteri-cosummovimentonahistriadaarte,massimumalinguagemartsticaqueteveseusprimrdiosnoda-dasmozuriquenho.ArtistasepoetascomoTristanTzara, RichardHuelsenbeck eHugo Ball se junta-vamnoAntolgicoCabaretVoltaireparadeclamareinterpretarpoesiasdemodopoucoconvencional.Emarte,aperformancesedesenvolveuemvanguar-dascomoFuturismoenaescolaB