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A FORMAÇÃO HISTÓRICO-TERRITORIAL DO MATO GROSSO, AS TRANSFORMAÇÕES E IMPACTOS DECORRENTES DA EXPANSÃO DA SOJA 1 Alessandra da Silva Lobato 2 Danilo Raiol de Carvalho 3 Marcela Alves da Silva 4 Miguel Sá de Souza Brito 5 Resumo O presente artigo busca compreender como ocorreu o processo de formação histórico- territorial do Estado do Mato Grosso. Para compreender tal processo torna-se necessário entender este espaço desde o período colonial aos dias atuais. Busca-se analisar o panorama econômico deste Estado no contexto nacional, enfocando a expansão do complexo sojeiro em áreas de fronteira agrícola nacional. Além disso, destacamos, também, os impactos ambientais e socioeconômicos que a atividade sojeira tem provocado no espaço, tanto o espaço rural quanto o espaço urbano. Observa-se que estes impactos têm afetado diretamente os diferentes atores sociais que de alguma forma participam do processo. Palavras-chave: Mato Grosso; Soja; Logística; Impactos. Summary This article seeks to understand how the process was the socio-territorial state of Mato Grosso. To understand this process it is necessary to understand this space since the colonial period to the present day. It analyzes the economic outlook of the State in the national context, focusing on the expansion of the complex soy growers in areas of national agricultural frontier. Moreover, we note also the environmental and socioeconomic impacts that the activity has caused soy growers in space, both rural and urban areas. It is observed that these impacts have directly affected the different social actors that somehow participate in the process. Keywords: Mato Grosso; Soy; Logistics; Impacts. 1 Artigo apresentado na disciplina Geografia da Amazônia do curso de Geografia da Universidade Federal do Pará, ministrada pela professora Drª. Maria Goretti da Costa Tavares. 2 Graduanda do curso de Geografia da UFPA. E-mail: [email protected] 3 Graduando do curso de Geografia da UFPA. E-mail: [email protected] 4 Graduanda do curso de Geografia da UFPA. E-mail: [email protected] 5 Graduando do curso de Geografia da UFPA. E-mail: [email protected]
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  • A FORMAO HISTRICO-TERRITORIAL DO MATO GROSSO, AS

    TRANSFORMAES E IMPACTOS DECORRENTES DA EXPANSO DA SOJA1

    Alessandra da Silva Lobato2

    Danilo Raiol de Carvalho3

    Marcela Alves da Silva4

    Miguel S de Souza Brito5

    Resumo

    O presente artigo busca compreender como ocorreu o processo de formao histrico-

    territorial do Estado do Mato Grosso. Para compreender tal processo torna-se necessrio

    entender este espao desde o perodo colonial aos dias atuais. Busca-se analisar o panorama

    econmico deste Estado no contexto nacional, enfocando a expanso do complexo sojeiro em

    reas de fronteira agrcola nacional. Alm disso, destacamos, tambm, os impactos ambientais

    e socioeconmicos que a atividade sojeira tem provocado no espao, tanto o espao rural

    quanto o espao urbano. Observa-se que estes impactos tm afetado diretamente os diferentes

    atores sociais que de alguma forma participam do processo.

    Palavras-chave: Mato Grosso; Soja; Logstica; Impactos.

    Summary

    This article seeks to understand how the process was the socio-territorial state of Mato

    Grosso. To understand this process it is necessary to understand this space since the colonial

    period to the present day. It analyzes the economic outlook of the State in the national

    context, focusing on the expansion of the complex soy growers in areas of national

    agricultural frontier. Moreover, we note also the environmental and socioeconomic impacts

    that the activity has caused soy growers in space, both rural and urban areas. It is observed

    that these impacts have directly affected the different social actors that somehow participate in

    the process.

    Keywords: Mato Grosso; Soy; Logistics; Impacts.

    1 Artigo apresentado na disciplina Geografia da Amaznia do curso de Geografia da Universidade Federal do

    Par, ministrada pela professora Dr. Maria Goretti da Costa Tavares. 2 Graduanda do curso de Geografia da UFPA. E-mail: [email protected]

    3 Graduando do curso de Geografia da UFPA. E-mail: [email protected]

    4 Graduanda do curso de Geografia da UFPA. E-mail: [email protected]

    5 Graduando do curso de Geografia da UFPA. E-mail: [email protected]

  • Introduo

    O presente artigo tem como objetivos compreender como se deu o processo de

    formao histrico-territorial do Estado do Mato Grosso, j que este Estado tem passado por

    uma srie de transformaes sejam elas polticas, econmicas, sociais e ambientais. Para

    compreender tal processo, foram levantadas informaes desde o perodo colonial aos dias

    atuais, destacando o panorama econmico do Estado no contexto nacional, enfocaremos a

    expanso do complexo sojeiro em reas de fronteira agrcola nacional. Buscaremos

    compreender, tambm, como se tem configurado a logstica e a infraestrutura do complexo

    sojeiro neste Estado. Alm disso, apontaremos as principais transformaes que os impactos

    ambientais e socioeconmicos deixam neste espao seja no espao urbano, seja no espao

    rural.

    Observa-se que a atividade sojeira tem proporcionado transformaes no espao mato-

    grossense, devido expanso do meio tcnico-cientfico-informacional, Santos (1979), o que

    proporcionado mudanas significativas neste Estado.

    Nota-se que esta reestruturao produtiva da agropecuria, Elias (2006), tem

    proporcionado uma expanso dos sistemas de objetos e dos sistemas de aes, pois De um

    lado, os sistemas de objetos condicionam a forma como se do as aes e, de outro lado, o

    sistema de aes leva criao de objetos novos ou se realiza sobre objetos preexistentes.

    assim que o espao encontra sua dinmica e se transforma. (SANTOS, 2002, p.63)

    Para desenvolver o presente trabalho foram realizadas pesquisas bibliogrficas de

    autores de renome, para adquirir embasamento terico sobre o assunto desenvolvido, anlise

    de dados estatsticos, comparativos, obtidos em sites especializados, artigos, trabalhos e livros

    voltados para a rea, com o intuito de fornecer aos leitores recursos suficientes para um

    melhor entendimento do trabalho.

    O artigo est estruturado em duas partes, alm da introduo e das consideraes

    finais. Na primeira parte trataremos da formao histrico-territorial do Estado de Mato

    Grosso, no perodo Colonial, Imperial e Republicano, perodo este no qual ocorreu a diviso

    do Estado do Mato Grosso, em dois Estados: Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

    J na segunda parte trataremos do complexo sojeiro, que envolve a logstica e a

    infraestrutura necessria para a manuteno do mesmo, alm disso, destacarmos, tambm, os

    impactos ambientais e socioeconmicos decorrentes desta atividade.

  • 1- Formao Histrico-Territorial do Estado do Mato Grosso

    O territrio brasileiro possui um processo diferenciado de ocupao, com

    caractersticas prprias, e na regio Centro-Oeste no poderia ter sido diferente. Aps o

    descobrimento dos Reinos de Portugal e Espanha, ocorreram divergncias entre a localizao

    das divisas das terras, foi a partir deste momento que em 7 de julho de 1494, em Tordesilhas

    foi modificada a linha definida neste tratado para 1.786,3 quilmetros de Cabo Verde, como

    podemos observar na figura 1. No entanto, devido ao tamanho da linha demarcadora ser muito

    extensa, e sem como saber por onde ela realmente passava esse tratado no entrou em

    execuo. Com isso em 13 de janeiro de 1750 foi assinado pelos dois reinos outro tratado, o

    Tratado de Limites de Conquistas, observe a figura 2, conhecido como Tratado de Madri, com

    base no uti possidets, formando uma nova configurao para o territrio do Brasil colnia.

    Figura 1: Mapa do Tratado de Tordesilhas.

    Fonte: www2.mre.gov.br

  • A regio conhecida como Mato Grosso era subordinada capitania de So Paulo; no

    entanto, com a entrada das bandeiras, observe a figura 3, e a descoberta do ouro em Cuiab,

    foi que a Metrpole Portuguesa, por meio da carta Rgia de 9 de maio de 1748 criava a ento,

    capitania do Mato Grosso, observe a figura 4.

    Esta capitania foi criada por uma questo de segurana devido a relao de divergncia

    na fixao dos limites da regio, por isso a capital da Capitania foi Vila Bela da Santssima

    Trindade, que ficava nas margens do rio Guapor e no em Cuiab como queria o primeiro

    Governador Antnio Rolim de Moura Tavares.

    A economia no Perodo Colonial da capitania do Mato Grosso era denominada

    agroexportadora onde predominava a pecuria extensiva paralela a atividade mineradora, que

    foi a grande responsvel pelo povoamento do Mato Grosso, e que proporcionou a ocupao

    urbana na rea de Cuiab, e que proporcionou tambm, a partir de 1736, a criao de outros

    pequenos povoados como Diamantino, So Francisco, Santana, Rosrio, Coxim e Camapu.

    Figura 2: Mapa do Tratado de Limites de Conquista.

    Fonte: www2.mre.gov.br

  • Figura 4: Mapa da Capitania do Mato Grosso.

    Fonte:http://www.cefaprojuina.com/portal/images/stories/amapadocuiaba.jpg

    Figura 3: Mapa da entrada e das Bandeiras.

    Fonte: www2.mre.gov.br

    http://www.cefaprojuina.com/portal/images/stories/amapadocuiaba.jpg
  • Por volta de 1765 houve um aumento da ameaa na fronteira por parte dos castelhanos

    no sentido de se apoderarem da zona ribeirinha do Guapor, incentivados pelo vice-rei do Rio

    da Prata (atual Paraguai) que era subordinado ao reino da Espanha. Assim, a partir de 1772 os

    Governos que sucederam a Capitania de Mato Grosso trataram-na com base no uti possidetis

    para consolidar os limites das fronteiras das colnias no oeste, com a posse e a conquista de

    novos territrios, assegurando o domnio da margem direita do rio Paraguai, sempre

    reforando as defesas das pequenas fortificaes e povoaes existentes nos limites da

    Capitania.

    Por volta de 1819 o governador Francisco de Paula Magessi Tavares de Carvalho

    solicitou a mudana da sede de Governo para Cuiab, pela insalubridade de Vila Bela, onde

    ocorreram vrias febres endmicas, e por Cuiab ser bem mais urbanizada e saneada, com

    este ato ele desagradou populao, assim como, tambm, as tropas, a nobreza e o clero, que

    se juntaram e formaram um movimento que deps o Governador. Eles elegeram um

    representante do povo para informar a D. Pedro I, prncipe regente do Brasil. Nesse perodo a

    capitania estava submetida a uma dualidade governamental, sem resolver esse conflito,

    quando chegou a noticia da proclamao da independncia e D. Pedro I como imperador, tal

    fato foi muito comemorado na capitania j que os dois governos apoiavam D. Pedro I

    acalmaram-se os nimos e est passou a ser a Provncia do Mato Grosso com um s governo.

    A partir desse momento histrico a Provncia do Mato Grosso, tentou se recuperar das

    turbulncias que ocorreram no tempo da capitania, e seu primeiro presidente, Jos Saturnino

    da Costa Pereira, alm de ter tido esta rdua tarefa de organizar a provncia, tambm se

    preocupou com o isolamento da provncia. Ele insistiu bastante na construo de um arsenal

    de marinha que permitiu uma melhor comunicao com o resto do Imprio, estabelecendo,

    tambm, comunicao com So Paulo e com o Norte do Imprio pela navegao do rio Teles-

    Pires, Araguaia e Guapor. neste perodo que evidenciando o que Gonalves (2001)

    denominou como padro de ocupao amaznico, rio-vrzea-floresta, pois o rio teve uma

    participao significativa para a formao deste territrio.

    A provncia permaneceu com os mesmos limites territoriais da capitania, e a

    insatisfao do Paraguai, tambm, permaneceu. Nota-se que os presidentes da provncia

    sempre se preocuparam com a segurana e reforavam as guarnies nas fronteiras. Mas

    neste momento que explode a guerra do Paraguai (1864- 1870), quando o Paraguai prende o

    Brasileiro Marques de Olinda e invade o sul do Mato Grosso. A falta de conhecimento da

    regio, o relevo acidentado, e o relevo alagado do pantanal dificultaram a guerra. Apesar disso

    o Brasil ganhou a guerra configurando de vez o territrio da provncia do Mato Grosso.

  • No Ps Guerra a economia da provncia ficou um pouco debilitada, e com a abolio

    da escravatura, pela princesa Isabel, houve uma crise aguda na economia, pois era

    basicamente da lavoura e do pastoreio, com mo de obra basicamente escrava, que a produo

    era sustentada. Assim, no fim do sculo XIX para inicio do sculo XX, buscou-se estruturar

    as cidades e recuperar a economia com a introduo de novas atividades como a produo de

    borracha e a produo de erva mate.

    J no perodo republicano nota-se que entre as principais atividades econmicas que se

    desenvolveram no agora Estado do Mato Grosso, no inicio do sculo XX, estavam produo

    de borracha e a poaia na regio norte do Estado, alm da presena de usinas de acar em sua

    parte central, enquanto na parte sul do Estado predominou a criao de gado e do cultivo da

    erva-mate, observar a figura 5.

    Figura 5: Mapa das principais atividades econmicas no espao Mato-grossense: Inicio

    do Sculo XX.

    Fonte: Abreu (2001).

  • Nota-se que neste perodo que iro surgir os fatores a favor da diviso do Estado. Os

    fatores que alegados para a diviso do Mato Grosso foram: a diversidade e extenso territorial

    que dificultava o desenvolvimento do Estado de forma igualitria e, tambm, o jogo poltico

    existente para uma proposta de diviso estadual, este segundo pde ser observado durante a

    Revolta Constitucionalista que durou 90 dias e proporcionou parte sul criar e instalar um

    governo prprio, e no fim da dcada de 1970 e inicio da dcada de 1980 o presidente Ernesto

    Geisel assinou a Lei Complementar n 31 dividindo Mato Grosso e criando o Estado de Mato

    Grosso do Sul. A data virou marco de independncia da Regio Sul em relao capital

    Cuiab.

    Observa-se que a diviso do Mato Grosso em dois Estados ocorreu por meio de um

    processo demorado, em que foram levados em considerao aspectos socioeconmicos,

    polticos e culturais. Enquanto o Sul do Estado tentava a diviso, o norte endurecia e barrava

    as intenes sulistas. O processo de ocupao e consolidao territorial tanto da parte norte

    quanto do sul evidenciou diferenas e semelhanas que serviram de justificativa para a diviso

    estadual.

    Deve-se atentar para o fato de que a regio Centro-Oeste ainda no era considerada

    uma regio consolidada do ponto de vista do desenvolvimento capitalista nacional, ou seja, a

    regio era considerada como um espao de transio entre o desenvolvimento capitalista

    consolidado no Sudeste e a emergente fronteira de recursos da Amaznia. Este espao mato-

    grossense seria o ponto de direcionamento para a efetivao de uma "especializao" e a

    "descentralizao" das aes de planejamento do governo brasileiro, onde para o Estado do

    Mato Grosso do Sul definiu-se o aprofundamento do processo agroindustrial com a

    possibilidade de atrair unidades industriais para efetivar a desconcentrao industrial, por sua

    vez o Estado do Mato Grosso permaneceu no conceito de "vazio", para o qual se incrementou

    investimento em ocupao, passando o territrio do Mato Grosso a fazer parte das reas de

    incentivos da SUDAM.

    Ao elaborar polticas para a incorporao dos cerrados ao processo produtivo, o

    Estado assumia a condio de indutor do desenvolvimento capitalista,

    desenvolvendo aes diretas para a ocupao do territrio, a exemplo da abertura

    das grandes vias. A terra barata facilitou os investimentos, os incentivos da SUDAM

    e as linhas especiais de crdito atraram os investidores, principalmente do sul do

    Brasil (BERNARDES, 2007, p.3)

    Assim, as polticas de colonizao, ocupao e desenvolvimento do Mato Grosso

    podem ser notadas a partir de projetos do governo federal que tinham como objetivos o

    desenvolvimento do Estado. Dentre estes projetos de abertura de grandes vias podemos

  • destacar implantao e pavimentao da BR-163. Implantaram-se distritos industriais em

    Cuiab e ocorreu a modernizao da agricultura e ocupao dos cerrados pela monocultura da

    soja, que adquiriu uma grande importncia para a economia do pas e do Estado, tornando-se

    um dos principais produtos de exportao.

    2 - A chegada e o avano da soja no Estado do Mato Grosso

    Para iniciarmos qualquer anlise da penetrao das terras agricultveis e da

    potencialidade produtiva, dos rearranjos organizacionais aplicados a insero de commodities

    agrcolas no territrio do Estado do Mato Grosso, no que corresponde a soja, torna-se

    necessrio mencionar que a soja penetra no territrio mato-grossense vindo da parte sul do

    Brasil, na qual chega como curiosidade botnica, inserindo-se o seu cultivo a partir da

    segunda dcada do sculo XX, com os imigrantes japoneses, Bernardes et al (2003).

    Nota-se que a insero do cultivo da soja no sul do Brasil favorecida em um

    primeiro momento por aspectos fsicos, como o clima, a geologia, o relevo, alm da

    disponibilidade de terras e proximidade dos ainda tmidos corredores de exportao de futuras

    commodities agrcolas, dentre outros fatores que fazem o pioneirismo e o tradicionalismo do

    cultivo da soja nos Estados do sul do Brasil, a exemplo de Rio Grande do Sul e Paran, no

    limiar da dcada de 1940. A conquista de novas reas, potencialmente cultivveis, ganha

    ascenso a partir da dcada de 1960 e 1970, quando temos ainda uma tmida produo sojeira

    adentrando o bioma do cerrado brasileiro.

    Segundo o IBGE, j em 1940 esta regio produziu 1529 T. Em 1960, dos 216033 T

    produzidos pelo pas, 214759 (99,4%) correspondiam regio sul, e o Centro-Oeste

    aparece no total nacional, embora com uma parcela nfima (101T, dos quais 98%

    corresponde ao Mato Grosso). Em 1980, o Centro-Oeste a segunda regio

    brasileira produtora de soja, com 1.509.967 T (10,9%) (...) Entretanto em 2000, a

    regio Centro-Oeste lidera o ranking nacional da produo de gro (SILVA, 2005, p.

    3)

    fato que o avano do cultivo da soja expande a fronteira agrcola brasileira,

    iniciando, como j mencionado o aumento da produo de commodities agrcolas. A soja a

    partir deste contexto ganha espao na produo e na balana comercial brasileira, fazendo

    com que se tenha certa preferncia, mediante a valorizao do produto no mercado

    internacional, isso faz surgir agentes/atores que passam a articular e dinamizar este complexo

    produtivo sojeiro, necessitado de articulaes logsticas e infraestruturais para que a dinmica

    da fronteira possa continuar a sua mobilidade, o seu avano e mantendo, assim, o seu

    crescimento na formao de um novo ciclo econmico brasileiro: o ciclo da soja.

  • A maior acelerao do domnio do territrio conquistado pela soja se d a partir da

    dcada de 1970 com as polticas de colonizao dos governos militares, na tentativa de

    minimizar as tenses sociais brasileiras e ocupar para futuramente explorar as potencialidades

    de regies pouco dinamizadas economicamente. O Estado do Mato Grosso entra neste

    cenrio, principalmente com a abertura de eixos rodovirios importantes na regio, a exemplo

    da BR-163, ligando Cuiab Santarm. Deste modo surgiu o fenmeno da venda de lotes de

    terras para colonos que perderam a capacidade de competio frente mecanizao da

    agricultura nos Estados sulistas (em especial do Paran e do Rio Grande do Sul) (SILVA,

    2005, p. 2).

    A produo de soja tem se expandido pelo territrio brasileiro, principalmente ao

    longo do Estado do Mato Grosso, observe no mapa da figura 6 a quantidade produzida de soja

    no Brasil no ano de 1996.

    Observe no mapa da figura 7 como ocorreu o aumento da quantidade produzida de

    soja em 2006, 10 anos depois, percebe-se um aumento expressivo.

    Figura 6: Mapa da quantidade produzida de soja em 1996.

    Fonte: INCRA

  • 2.1 - A logstica e a Infraestrutura do complexo sojeiro no Estado do Mato Grosso

    O sucesso do complexo sojeiro ocorre principalmente devido s articulaes na qual

    os diferentes agentes pblicos e privados convergem em sintonia para a maximizao

    produtiva. Sendo estas articulaes mais aceleradas a partir da poltica de integrao nacional

    nos governos militares, com maior volume aps a dcada de 1970, traduzindo a necessidade

    de alcance de um supervit primrio. O poder pblico, nas suas vrias instncias favorece a

    logstica e a infraestrutura bsica para a produo de commodities agrcolas, como o caso da

    soja.

    O que de fato se esperava ou espera-se da capacidade produtiva e do aproveitamento

    agrcola da regio se traduziu na infraestrutura e na logstica deficitria durante o avano da

    produo sojeira, com algumas deficincias apresentadas, principalmente no mbito do

    escoamento da produo. A expanso das reas agrcolas, que impulsionou a formao de

    um novo arranjo espacial dos setores produtivos, no foi acompanhada pela expanso do setor

    de transportes (...) por um sistema virio eficiente (OJIMA, 2005, p.1). As necessidades

    Figura 7: Mapa da quantidade produzida de soja em 2006.

    Fonte: INCRA

  • surgem em uma velocidade superior s solues encontradas e eficincias para soluo dos

    problemas de logstica que no domnio econmico esta sendo entendida como a

    preparao continua dos meios (...) para a competio que se expressa num

    fluxograma de um sistema de vetores de produo, transporte e execuo, ou seja,

    um sistema de ordenamentos de lugares e regies privilegiados, condies

    adequadas de transporte, comunicaes e energia (BECKER, 2004).

    O Estado do Mato Grosso apresenta entre outras precariedades, decorrentes do

    crescimento populacional principalmente um crescimento oriundo das correntes migratrias e

    da rpida expanso agrcola (considerando o seu processo histrico de formao do territrio).

    De certa forma pode-se considerar que um dos pontos a serem superados seria as

    barreiras ligadas infraestrutura enfrentada pelos segmentos de logstica e transportes das

    commodities agrcolas (BARROS; MODENESI; MIRANDA, 1997). Alm disso, deve-se

    pensar em mecanismos para minimizar os impactos ambientais e socioeconmicos, pois o que

    se percebe que os sistemas de objetos (SANTOS, 2002), que esto se expandindo no

    territrio para viabilizar uma maior fluidez para os investimentos produtivos, tem

    proporcionado uma verdadeira disperso espacial da produo, acirrando a diviso social e

    territorial do trabalho e as trocas intersetoriais, resultando em diferentes arranjos produtivos

    em todo o pas, tanto no campo como nas cidades (ELIAS, 2006, p. 281).

    Mas ento de que maneira a soja se utiliza dos transportes para exportao?

    A soja necessita de vrias solues para melhorar a logstica de transportes, que s

    ser efetivada com um aproveitamento mais adequado dos fatores fsicos e hidrolgicos da

    regio considerando modais que possam dar uma melhor possibilidade de escoamento da

    produo como as hidrovias ou talvez ferrovias para que a dualidade custo/benefcio possa ser

    mais bem analisada pela indstria sojeira. No entanto, as maneiras com que os diferentes

    modais esto se manifestando ainda muito tmida, com exceo do rodovirio que o mais

    utilizado e at mesmo, dependendo da regio, o nico aproveitado, mesmo com srias

    deficincias que vem se resolvendo com articulaes infraestruturais entre o complexo

    empresarial sojeiro e o poder publico estadual e federal. Nota-se que a expanso do sistema

    virio foi muito significativa se comparado a perodos anteriores, havendo assim uma

    reconfigurao no padro de organizao do espao, pois as rodovias passam a ter maior valor

    estratgico do que os rios, evidenciando assim o que Gonalves (2001) chamou de segundo

    padro de organizao do espao o estrada-terra firme-subsolo.

  • importante compreender a apropriao dos modais de transportes por esta logstica e

    a maneira com que ela se manifesta Silva (2005), alm disso, devemos compreender as

    articulaes e os conflitos de interesse entre os atores do complexo sojeiro dentro do Estado

    do Mato Grosso. Essas articulaes pressionam o Estado no sentido de aplicar uma poltica

    desenvolvimentista na criao e manuteno de infraestruturas principalmente no eixo

    rodovirio da rea de influncia da BR-163 (Cuiab-Santarm) para o escoamento da

    produo sojeira, no sentido de minimizar os custos com transportes e fortalecer grupos

    empresariais que dinamizam a logstica do setor.

    Assim nota-se, que com o asfaltamento da BR-163, a CARGILL ser diretamente

    beneficiada (SILVA, 2005, p.8), porque seu acesso ao porto de Santarm ser otimizado.

    Podemos perceber que as grandes corporaes controlam a produo de

    commodities gerenciando a infraestrutura, a armazenagem e a compra e venda de

    produtos. Como nenhuma delas produz soja, mas, terceiriza a produo (exceo

    feita ao grupo MAGGI), a terra no condio crucial para expanso da empresa,

    portos e estradas assumem maior valor estratgico (SILVA, 2005, p.8).

    Projetos de infraestruturas esto sendo realizados no territrio mato-grossense, o

    caso do asfaltamento da BR-163, observe na figura 8 na pg. 14, o mapa da rea de influencia

    da BR-163. Nota-se que

    A partir dos anos 90, a BR-163 mato-grossense vem constituindo uma das principais

    fronteiras de expanso da agricultura moderna no cerrado, concentrando a maior

    produo de gros nos municpios de Sorriso, Lucas do Rio Verde, Nova Mutum,

    Nova Ubirat, Diamantino e Tapurah (BERNARDES, 2010, p. 3).

    Estes projetos esto virando uma realidade para a produo sojeira, com a aprovao

    de um pacote bilionrio do Governo Federal, fazendo expandir os cultivares de soja cada vez

    mais para a Amaznia. A hidrovia Tapajs- Teles Pires, tambm, poder ganhar dinmica

    neste pacote de infraestruturas. Tudo para aumentar a reproduo do capital proveniente desta

    commoditie agrcola, pois

    No conjunto do estado, os espaos da soja apresentam-se como um lcus

    privilegiado de processo de homogeneizao a partir do capital produtivo,

    expressando que certos espaos encontram-se submetidos a fluxos seletivos de

    modernizao que transformam antigos espaos em espaos de administrao de

    novas tendncias (BERNARDES, 2008, p.364).

    Como se pode observar isso que est ocorrendo no campo brasileiro, em especial no

    Estado do Mato Grosso.

  • Observa-se que nos ltimos vinte anos a soja tem sido uma das culturas que tem

    apresentado o maior progresso dentro do contexto nacional. Isso foi possvel graas a vrios

    fatores que vo desde condies naturais melhoria de infraestrutura e logstica.

    Entretanto cabe ressaltar que a soja tem provocado profundas transformaes no

    territrio. Tais transformaes esto ligadas ao surgimento e aumento de impactos ambientais

    e socioeconmicos.

    Ao tratarmos sobre os impactos ambientais provocados pela atividade sojeira vale

    ressaltar que o Estado do Mato Grosso, assim como outros Estados da Amaznia Legal,

    oferece condies fsicas para a expanso deste tipo de lavoura, tanto em reas de cerrado ou

    de transio cerrado-floresta, quanto em zonas de campo, ou ainda em terras desmatadas e

    reas degradadas pela pecuria (PASQUIS e VARGAS, 2009, p.4).

    Figura 8: Mapa da rea de influncia da BR-163.

    Fonte: Silva (2005)

  • Figura 9: Devastao do bioma cerrado ao longo de dcadas. Fonte: Oliveira (2009)

    Entretanto como mencionado anteriormente, a soja tem provocado impactos no

    territrio. Alguns destes impactos ambientais so: o aumento do desmatamento,

    principalmente no bioma cerrado, observar na figura 9, a degradao do solo e agravamento

    do quadro critico da disponibilidade de recursos hdricos, isso em decorrncia da irrigao.

    (BRASIL, 1995 apud BARRETO, 2004, p. 5).

    Outros impactos visveis so as eroses dos solos, o assoreamento de rios, a

    eutrofizao dos rios, o nvel de cobertura e perda gradual da fertilidade dos solos, fogo

    disseminado pelos minitornados que assolam a regio ou pelos prprios equipamentos usados

    na colheita (MUELLER e BUSTAMANTE, 2002 apud PASQUIS E VARGAS, 2009, p.11).

    So estes equipamentos, ou melhor, esta mecanizao que chega junto com a soja que tem

    causado, tambm, impactos socioeconmicos, principalmente, para os pequenos produtores,

    o que veremos mais adiante.

  • Nesse sentido nota-se que a larga escala da produo da soja representa uma enorme

    presso sobre os recursos naturais e ecossistemas da regio (WWF, 1995 apud PASQUIS E

    VARGAS, 2009, p.11).

    Mas h de se destacar que o aumento dos impactos ambientais no Estado do Mato

    Grosso decorrente, tambm, de polticas pblicas que tem estado sujeitas a concepes

    contraditrias (BURSZTYN, 2001 apud PASQUIS e VARGAS, 2009, p.7), pois quando se

    fala em polticas pblicas ambientais, observa-se que:

    As formulaes se fazem atravs de propostas tcnicas perifricas ao desenho das

    outras polticas pblicas, o que se tem mostrado insuficiente. Em outra vertente o

    meio ambiente visto como uma oportunidade para captar recursos (...). Dessa

    forma, o ambiente considerado restritivo ou lucrativo, e a sua incorporao ao

    desenho do prprio processo de desenvolvimento e dos seus resultados fica

    comprometida. (PASQUIS e VARGAS, 2009, p.8).

    Ressalta-se, tambm, que estas polticas ambientais apresentam uma srie de

    problemas que j comeam desde sua formulao, pois elas so elaboradas e implementadas

    de cima para baixo (PASQUIS e VARGAS, 2009, p.8). Compreende-se, ainda, que nos

    ltimos anos a logstica criada pela soja tem buscado se ampliar e isso de certa forma

    preocupante, pois a abertura de novas estradas, ferrovias e hidrovias, possibilitada pela

    implantao dos corredores de exportao, pode ameaar as poucas reas do cerrado ainda

    preservadas e, consequentemente, a riqueza biolgica desta regio (BARRETO, 2004, p.6)

    Dessa forma seria possvel pensar alternativas para que o cerrado no venha a

    desaparecer em poucos anos?

    Algumas alternativas possveis seriam, por exemplo, o plantio direto e a rotao de

    culturas (HERNANI, 2002 apud BARRETO, 2004, p.5). So sistemas que esto crescendo

    na regio do cerrado, principalmente em Mato Grosso.

    No ano de 2003, o municpio de Sorriso (MT), sediou o stimo Encontro do Plantio

    Direto no Cerrado, no qual foram mostrados os benefcios que este tipo de plantio

    proporciona. Um exemplo desses benefcios quando estas tratam da palhada como uma

    alternativa de cobertura do solo, que tem sido importante para a fixao do oxignio e

    tambm para a quebra do impacto da chuva sobre o solo (TOMAZIN e ROSSETTO, 2005,

    p.10).

    Desse modo nota-se que a agricultura sustentvel passa a ganhar destaque, j que esta

    no se preocupa somente com o aspecto econmico, mais tambm com o meio ambiente

    Tomazin e Rossetto (2005).

  • inegvel que a soja foi/ uma das culturas que apresentou um crescimento

    expressivo no cultivo e no segmento agroindustrial, isso tem justificado a importncia

    econmica que esta atividade tem proporcionado ao pas ao longo destes ltimos anos.

    Entretanto, cabe ressaltar que apesar da soja ter proporcionado uma melhoria da

    infraestrutura viria e da urbanizao das cidades, ela tambm causou o aumento dos

    impactos socioeconmicos no s nas cidades, mais principalmente, no campo, como se j

    no bastasse os impactos ambientais.

    Verifica-se que os impactos socioeconmicos so resultantes do modelo atravs do

    qual foram implantadas as culturas no Brasil, inclusive a soja (BARRETO, 2004, p.3). Tem-

    se observado que os produtores familiares esto sendo excludos da atividade sojeira,

    medida que muitos so expulsos de suas pequenas propriedades para dar lugar aos grandes

    latifndios, alm disso, tem ocorrido uma fraca gerao de empregos, de produo de

    alimentos e uma alta concentrao da posse da terra. Este modelo no qual observamos a

    modernizao dos processos produtivos, juntamente com a presena dos latifndios e da

    produo patronal, ficou conhecido como modernizao conservadora (EHLERS, 1994 apud

    BARRETO, 2004).

    A soja, por ser um tipo de agricultura altamente mecanizada, provocou uma forte

    liberalizao da mo-de-obra do campo, isso ocasionou migraes. Como conseqncias

    destas migraes houve uma ampliao da violncia e dos conflitos e o incremento da

    urbanizao que trouxe consigo problemas de desemprego, subemprego e misria nas cidades

    do Norte e Centro-Oeste (MUELLER, 1992 apud BARRETO, 2004, p.4).

    E esta urbanizao que se intensificou a partir da modernizao da agricultura resultou

    na criao de vrias cidades no Estado do Mato Grosso como Sinop (j mencionado), Sorriso,

    Alta Floresta, Colder, entre outras. Estas cidades modificaram-se para atender as demandas

    do campo, neste contexto que as aes aplicadas sobre o territrio iro causar a construo

    dos objetos que a atividade sojeira necessita.

    notrio como a implantao da agricultura moderna proporcionou um duplo

    processo de re-organizao scio-espacial, pois o campo reestruturou-se como local da

    produo mecanizada e as cidades equiparam-se para atuar como suporte para a efetivao

    desse processo (ROMANCINI; RODRIGUES; SANTOS, 2006, p.3 e 4)

    inegvel o papel que a soja exerceu no processo de urbanizao de algumas cidades,

    entretanto tambm inegvel que ela foi/ geradora de mudanas sejam ambientais, sejam

    mudanas nas estruturas socioeconmicas urbanas.

  • Desse modo percebe-se que a sojicultura provocou/provoca impactos socioeconmicos

    no somente no campo, mas tambm nas cidades, pois como citado anteriormente, grande

    parte destes pequenos agricultores que migram para as cidades (xodo rural), acabam se

    inserindo em subempregos e no mercado informal, fortalecendo assim o circuito inferior da

    economia, (SANTOS, 2004).

    Consideraes finais

    Ao longo deste trabalho pode-se perceber que a formao do territrio mato-grossense

    foi acompanhada por transformaes socioespaciais que foram decorrentes, em parte, das

    atividades econmicas que se desenvolveram nesta regio.

    Se num primeiro momento tivemos a minerao e a pecuria como principais

    atividades que dinamizaram a regio, atualmente percebido que este papel tem sido

    desenvolvido pela atividade sojeira, que tem proporcionado a abertura de novos corredores de

    exportaes, que servem para uma melhor ampliao do capital. Nota-se assim que o Estado

    passa a criar infraestruturas que viabilizam o escoamento da produo fazendo com que a soja

    ganhe uma valorizao maior.

    No entanto compreende-se que esta atividade tem causado uma srie de

    transformaes no espao sejam elas ambientais e socioeconmicas, pois esta atividade um

    tipo de agricultura altamente tecnificada. Tem-se observado que ela no tem proporcionado

    grandes avanos para os pequenos produtores e camponeses, pois A modernizao da

    agricultura e as histricas questes fundirias serviram de base para a expulso de

    camponeses (SILVA, 2005).

    Cabe lembrar que esta atividade importante por gerar divisas para o pas, mas

    necessrio lembrar tambm, que so necessrios que sejam criados mecanismos mais

    eficientes para que os impactos ambientais e socioeconomicos sejam minimizados.

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