i/iii NT-MPE – Núcleo de Atendimento Tecnológico à MPE Relatório Técnico Parcial n.º 133 813-205 RESUMO Esse relatório técnico parcial, referente ao contrato SEE/CG n. 01/2013, apresenta resultados do levantamento realizado com o propósito de avaliar o potencial de expansão da participação do parque industrial paulista no fornecimento de máquinas, equipamentos e componentes industriais para a cadeia produtiva de petróleo e gás. A pesquisa tratou das dificuldades e gargalos, em especial os de caráter tecnológico, identificados pelas empresas nos processos de produção de bens e componentes industriais, levando em consideração a capacidade de atendimentos aos requisitos técnicos, normas e processos de produção exigidos pelo setor de petróleo e gás. O levantamento de dados foi feito por meio de consulta direta a empresas sediadas no Estado de São Paulo, identificadas por meio de contatos com órgãos de classe e associações empresariais. A consulta foi realizada com base em um questionário, especialmente preparado para este projeto, que foi aplicado a empresas associadas da ABINEE, ABIMAQ e FIESP/ CIESP. A sistematização e análise dos dados coletados aponta para a necessidade de desenvolver ações que venham, futuramente, resultar em efetiva contribuição para a melhoria do perfil tecnológico das empresas paulistas. Paralelamente, foram realizados contatos com a Petrobras - Unidade de Operação de Exploração e Produção da Baixada Santista, visando identificar a demanda por fornecimento de bens e serviços, que serão requeridos nos próximos anos, para as operações de produção petróleo e gás localizadas na Bacia de Santos.
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i/iii
NT-MPE – Núcleo de Atendimento Tecnológico à MPE
Relatório Técnico Parcial n.º 133 813-205
RESUMO
Esse relatório técnico parcial, referente ao contrato SEE/CG n. 01/2013, apresenta
resultados do levantamento realizado com o propósito de avaliar o potencial de expansão
da participação do parque industrial paulista no fornecimento de máquinas, equipamentos
e componentes industriais para a cadeia produtiva de petróleo e gás.
A pesquisa tratou das dificuldades e gargalos, em especial os de caráter
tecnológico, identificados pelas empresas nos processos de produção de bens e
componentes industriais, levando em consideração a capacidade de atendimentos aos
requisitos técnicos, normas e processos de produção exigidos pelo setor de petróleo e
gás.
O levantamento de dados foi feito por meio de consulta direta a empresas sediadas
no Estado de São Paulo, identificadas por meio de contatos com órgãos de classe e
associações empresariais. A consulta foi realizada com base em um questionário,
especialmente preparado para este projeto, que foi aplicado a empresas associadas da
ABINEE, ABIMAQ e FIESP/ CIESP.
A sistematização e análise dos dados coletados aponta para a necessidade de
desenvolver ações que venham, futuramente, resultar em efetiva contribuição para a
melhoria do perfil tecnológico das empresas paulistas.
Paralelamente, foram realizados contatos com a Petrobras - Unidade de Operação
de Exploração e Produção da Baixada Santista, visando identificar a demanda por
fornecimento de bens e serviços, que serão requeridos nos próximos anos, para as
operações de produção petróleo e gás localizadas na Bacia de Santos.
6.7 PERGUNTA 7: QUAIS SÃO AS PRINCIPAIS DIFICULDADES PARA PARTICIPAR DO SETOR DE P&G? ...........................................................................................................................................19
6.8 PERGUNTA 8: QUAIS SÃO OS PRINCIPAIS GARGALOS REFERENTES À GESTÃO DO FLUXO
Dentre essas 40 empresas, apenas uma (Jacuzzi, devido à sua linha de produtos)
não tem interesse em fornecer para a cadeia de Petróleo e Gás. Do total, 34 (85% da
amostra) já são fornecedoras e 5 empresas ainda não fornecem, mas tem interesse de
passar a fornecer seus produtos à cadeia de petróleo e gás. A Figura 7.1 ilustra a
participação dessas empresas na cadeia de fornecimento do setor brasileiro de Petróleo e
gás.
Figura 7.1. Porcentagem de grandes empresas industriais fornecedoras
da cadeia de petróleo e gás
89%
11%
Sim (ir para o item 7)
Não, mas tem
interesse
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Neste grupo de 40 grandes empresas, 35 manifestaram envolvimento com a
Petrobrás, sendo que 32 já são fornecedoras da Petrobrás e apenas 3 empresas não tem
interesse em fornecer para a Petrobrás. A Figura 7.2, que mostra porcentuais se referem
à base de 114 empresas que fornecem para a cadeia de petróleo e gás, indica o interesse
dessas empresas industriais no fornecimento de sua produção à Petrobras. Observa-se
que 11% das empresas que fornecem para a cadeia tem interesse em fornecer
futuramente para a Petrobrás.
Figura 7.2. Porcentagem de grandes empresas industriais fornecedoras
de bens à Petrobrás
A pesquisa procurou também avaliar as principais dificuldades que as empresas
enfrentam para produzir e vender para os diversos segmentos da cadeia de petróleo e
gás. Os itens avaliados estão listados na Tabela 7.1.
A escala utilizada para essa avaliação consistiu na atribuição, pelas empresas, de
notas variando entre 1 e 5, sendo “1” o grau mínimo de dificuldade (dificuldade mínima) e
“5” o grau máximo de dificuldade enfrentado pela empresa. Observa-se que os itens que
apresentaram maior dificuldade, segundo avaliação das grandes empresas são: “Custos
Elevados”, com 43% de soma das notas 4 e 5 e “Certificação de Conteúdo Local”, com
25% de soma das notas 4 e 5. Por outro lado, os itens que apresentaram menor
94%
6%
Grande
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Não, mas tem
interesse
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dificuldade de execução, segundo avaliação das grandes empresas são: “Implantação de
Sistema de Gestão da Qualidade”, com 70% de soma das notas 1 e 2 e “Dificuldade em
Atender Requisitos de Segurança, Meio ambiente e Saúde (SMS)”, com 57% de soma
das notas 1 e 2.
Este resultado expressa a percepção das empresas que os custos de produção no
Brasil são elevados, pois dependem de fatores econômicos que estão fora de seu
controle, tais como: os custos de insumos, os custos logísticos e o sistema tributário.
A “Certificação de Conteúdo Local” aparece em segundo lugar entre as dificuldades
enfrentadas pelas grandes empresas. Possivelmente, os custos e a frequência do
processo de certificação, associados às dificuldades de rastreamento do conteúdo de
componentes explicam essa percepção dos gestores empresariais.
Tabela 7.1 Qualificação do nível de dificuldade encontrado pelas grandes empresas ao ofertar
produtos para a cadeia de P&G
Tema % de
empresas que
responderam 4 ou 5
% de empresas
que responderam
3, 4 ou 5 1. Certificação de produto 29 45 2. Certificação de conteúdo local 25 40 3. Atendimento a normas técnicas 20 50 4. Custos de produção elevados 43 65 5. Tecnologia exigida pelo setor 23 43 6. Inexistência de profissionais qualificados 17 37 7. Necessidade de desenvolver projeto de engenharia 10 40 8. Necessidade de aprimorar o processo produtivo 17 41 9. Dificuldade em atender requisitos de segurança, meio
ambiente e saúde (SMS) 8 30
10. Implantação de sistema de gestão da qualidade 5 15
Cabe também observar que os resultados da pesquisa mostram que os sistemas
de “Gestão da Qualidade” e de “Gestão da Segurança, Meio ambiente e Saúde (SMS)” já
se encontram bem disseminados entre as grandes empresas principalmente pelo fato de
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elas terem desenvolvido anteriormente os seus sistemas já que a grande maioria delas é
fornecedora para a Petrobras.
Com respeito aos principais gargalos no sistema produtivo identificados pelas
grandes empresas. Foram avaliados os itens: “Cumprimento de prazos de entrega”,
“Planejamento da produção” e “Problemas com fornecedores”. O item “Problemas com
fornecedores”, com 33% de soma das notas “4” e “5”, foi apontado como principal gargalo
enfrentado por essas empresas. Este resultado sugere a possibilidade de
desenvolvimento de um programa de qualificação de fornecedores de 2º e 3º vínculo da
cadeia de fornecedores da indústria de petróleo e gás.
7.2 EMPRESAS DE MÉDIO PORTE
Participaram da pesquisa 60 empresas de grande porte instaladas no Estado de
São Paulo. Estas empresas podem ser identificadas no Anexo C. Este grupo corresponde
a 40% do total de empresas que responderam ao questionário. Dentre essas 60
empresas, apenas uma declarou não ter interesse em fornecer para a cadeia de petróleo
e gás, 17% não fornecem para esta cadeia, mas têm interesse em fornecer e o restante,
82% já são fornecedoras. A Figura 7.3 ilustra a participação dessas empresas na cadeia
de fornecimento do setor brasileiro de Petróleo e gás.
Figura 7.3 – Participação das médias empresas no setor de P&G
82%
17%
1%
Média
Sim
Não, mas tem
interesse (ir para o
item 6)
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Com respeito a fornecer para a Petrobrás, verifica-se que 44 empresas médias
declararam já fornecer e 5 declararam ter interesse. Esta situação é ilustrada na
Figura 7.4.
Figura 7.4 – Distribuição porcentual de médias empresas fornecedoras
da Petrobrás
Atenção diferenciada deve ser dada à postura exportadora das médias empresas.
Dessas, 67% já exportam seus produtos, 25% não exportam, mas pretendem, e apenas
7% não têm interesse em exportar.
A pesquisa procurou também avaliar as principais dificuldades que as empresas
enfrentam para produzir e vender para os diversos segmentos da cadeia de petróleo e
gás. Os itens avaliados estão listados na Tabela 7.2.
90%
10%
Média
Sim (ir para o item 7)
Não, mas tem interesse
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Tabela 7.2 Qualificação do nível de dificuldade encontrado pelas médias empresas ao ofertar
produtos para a cadeia de P&G
Tema % de
empresas que
responderam 4 ou 5
% de empresas
que responderam
3, 4 ou 5 1. Certificação de produto 31 56 2. Certificação de conteúdo local 25 43 3. Atendimento a normas técnicas 20 38 4. Custos de produção elevados 30 50 5. Tecnologia exigida pelo setor 9 31 6. Inexistência de profissionais qualificados 17 44 7. Necessidade de desenvolver projeto de
engenharia 22 44
8. Necessidade de aprimorar o processo produtivo
7 28
9. Dificuldade em atender requisitos de segurança, meio ambiente e saúde (SMS)
14 32
10. Implantação de sistema de gestão da qualidade
7 15
A partir da Tabela 7.2 verifica-se que os itens considerados mais dificultosos pelas
médias empresas, não necessariamente nessa ordem, são: a certificação de produto,
certificação de conteúdo local, atendimento a normas técnicas, custos elevados e a
inexistência de profissionais qualificados.
Note-se que este padrão de resposta indica a necessidade de desenvolvimento de
programas fortemente calcados no apoio tecnológico.
Com respeito aos principais gargalos no sistema produtivo identificados pelas
médias empresas, foram avaliados os itens: “Cumprimento de prazos de entrega”,
“Planejamento da produção” e “Problemas com fornecedores”. Na Tabela 7.3 encontram-
se sistematizadas as respostas obtidas.
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Tabela 7.3 Qualificação do nível de dificuldade encontrado pelas médias empresas com respeito ao processo produtivo
Tema % de
empresas que
responderam 4 ou 5
% de empresas
que responderam
3, 4 ou 5 Prazos de entrega 20 40 Planejamento de produção 8 30 Fornecedores 20 45
Neste caso, observa-se que a questão do prazo de entrega e as dificuldades
associadas aos fornecedores são apontadas por um número significativo de empresas , o
que sugere a necessidade de programa tecnológico voltado à solução de problemas de
gestão de produção e o desenvolvimento de um programa de qualificação de
fornecedores.
7.3 EMPRESAS DE PEQUENO PORTE
Participaram da pesquisa 51 empresas de micro ou pequeno porte instaladas no
Estado de São Paulo. Estas empresas podem ser identificadas no Anexo C. Este grupo
corresponde a 34% do total de empresas que responderam ao questionário. Dentre essas
empresas, apenas uma declarou não ter interesse em fornecer para a cadeia de petróleo
e gás, 19 não fornecem para esta cadeia, mas têm interesse em fornecer e o restante, 31
já são fornecedoras. A Figura 7.5 ilustra a participação dessas empresas na cadeia de
fornecimento do setor brasileiro de Petróleo e gás.
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Figura 7.5 – Participação das pequenas empresas no setor de P&G
Com respeito a fornecer para a Petrobrás, verifica-se que, entre as respondentes,
25 empresas pequenas declararam já fornecer e 6 declararam ter interesse. Esta situação
é ilustrada na Figura 7.6.
Figura 7.6. Distribuição porcentual de pequenas empresas fornecedoras
da Petrobrás
Similarmente às médias empresas, atenção diferenciada deve ser dada à postura
exportadora das pequenas empresas. Dessas, 37% já exportam seus produtos, 51% não
exportam, mas pretendem, e apenas 10% não têm interesse em exportar.
A pesquisa procurou também avaliar as principais dificuldades que as empresas
enfrentam para produzir e vender para os diversos segmentos da cadeia de petróleo e
gás. Os itens avaliados estão listados na Tabela 7.4.
61%
37%
2%
Micro e Pequena
Sim
Não, mas tem
interesse (ir para o
item 6)
81%
19%
Micro e Pequena
Sim (ir para o item 7)
Não, mas tem interesse
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Tabela 7.4 Qualificação do nível de dificuldade encontrado pelas pequenas empresas ao ofertar
produtos para a cadeia de P&G
Tema % de
empresas que
responderam 4 ou 5
% de empresas
que responderam
3, 4 ou 5 1. Certificação de produto 24 34 2. Certificação de conteúdo local 23 39 3. Atendimento a normas técnicas 20 24 4. Custos de produção elevados 28 40 5. Tecnologia exigida pelo setor 16 30 6. Inexistência de profissionais qualificados 20 30 7. Necessidade de desenvolver projeto de
engenharia 9 21
8. Necessidade de aprimorar o processo produtivo
2 13
9. Dificuldade em atender requisitos de segurança, meio ambiente e saúde (SMS)
12 22
10. Implantação de sistema de gestão da qualidade
14 36
A partir da Tabela 7.4 verifica-se que os itens que apresentam maiores dificuldades
para as pequenas empresas, não necessariamente nessa ordem, são: a certificação de
produto, certificação de conteúdo local, tecnologia exigida pelo setor, custos elevados e a
inexistência de profissionais qualificados.
Similarmente ao comentado para as empresas de médio porte, deve ser notado
que este padrão de resposta indica a necessidade de desenvolvimento de programas
fortemente calcados no apoio tecnológico.
Com respeito aos principais gargalos no sistema produtivo identificados pelas
empresas de pequeno porte, foram avaliados os itens: “Cumprimento de prazos de
entrega”, “Planejamento da produção” e “Problemas com fornecedores”. Na Tabela 7.5
encontram-se sistematizadas as respostas obtidas.
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Tabela 7.5 Qualificação do nível de dificuldade encontrado pelas pequenas empresas com respeito ao processo produtivo
Tema % de empresas que responderam 4
ou 5
% de empresas que responderam
3, 4 ou 5 Prazos de entrega 20 40 Planejamento de produção 8 30 Fornecedores 20 45
Neste caso, observa-se que, tanto a questão do prazo de entrega quanto as
dificuldades associadas aos fornecedores, são apontadas por um conjunto significativo de
micro e pequenas empresas o que, mais uma vez, sugere a necessidade de programa
tecnológico voltado à solução de problemas de gestão de produção e, também, de
qualificação de fornecedores.
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8 CONSIDERAÇÕES FINAIS
8.1 ANÁLISE DO QUESTIONÁRIO
A seguir apresenta-se resumo das análises feitas, a partir dos questionários
recebidos.
a) O número de questionários respondidos de maneira espontânea, no total de
151considerados válidos para o presente estudo, superou as expectativas,
reforçando o interesse das empresas paulistas no fornecimento para a cadeia de
petróleo e gás e também diretamente para a Petrobrás. Embora tenha superado as
expectativas, essa quantidade de empresas é pequena frente ao número de
empresas potencialmente fornecedoras sediadas no Estado de S. Paulo que o
poderiam ter respondido. Essa constatação sugere que este trabalho de
levantamento de informações possa ser expandido de forma a torná-lo ainda mais
representativo se conseguir, por exemplo, incluir um número maior de empresas
respondentes não participantes da cadeia de petróleo e gás.
b) A grande maioria das empresas respondentes já fornece para a cadeia de petróleo
e gás (75%) e também para a Petrobrás (67%), o que significa que existem muitas
outras empresas paulistas, principalmente as de micro, pequeno e médio porte,
que devem ser estimuladas a participar no fornecimento para essa cadeia. Para
que esse fato ocorra, é necessário constituir programa(s) de apoio tecnológico
visando à superação desse tipo de obstáculo, de modo a ampliar a participação
das empresas paulistas na cadeia de fornecimento da indústria de petróleo e gás.
c) Embora a maioria das empresas que responderam seja composta por fornecedores
da cadeia de petróleo e gás, verifica-se que as suas respostas às questões
indicativas de dificuldades para fornecer para essa cadeia sugerem que, mesmo
sendo conhecedoras do mercado e de suas exigências, o nível de dificuldade
enfrentado por elas é apontado como considerável.
d) Mesmo que uma fração das empresas participantes deste estudo ainda não esteja
ativa no mercado internacional, infere-se o seu forte potencial de exportação. Este
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cenário sugere que o desenvolvimento de ferramentas de auxílio tecnológico,
especificamente criadas para micro, pequenas e médias empresas inseridas ou
que desejem se inserir nesse promissor mercado, será valiosa tanto do ponto de
vista da internacionalização dessas empresas quanto do ponto de vista de uma
maior e mais efetiva participação no mercado interno. Também é importante
promover programas de promoção à exportação facilitando ações tais como a
participação em feiras e eventos internacionais.
e) Uma dificuldade significativa é a associada às normas técnicas.
Independentemente do nível de sofisticação tecnológica de um produto, este deve,
compulsoriamente ou não, estar em conformidade com uma ou mais normas
técnicas. Complementarmente, as normas técnicas devem ser base fundamental
do projeto de produtos. O perfil de respostas obtido sugere a necessidade de
desenvolver ferramenta tecnológica para apoiar as micro, pequenas e médias
empresas a qualificar os seus produtos promovendo a sua melhoria de forma que
eles venham a estar conforme normas técnicas requeridas pelo setor.
f) Associadas às dificuldades de atender aos requisitos estabelecidos pelas normas
técnicas, estão as dificuldades associadas à certificação de produto. Esta ligação
se deve ao fato que, ao certificar um produto, um dos passos envolvidos consiste
na demonstração da conformidade do produto a uma ou mais normas técnicas.
Mais uma vez, se verifica a necessidade de desenvolvimento de ferramenta
destinada a apoiar empresas em processos de certificação de produtos e, também,
de processos.
g) O desenvolvimento de projeto de engenharia consiste em dificuldade mais
presente nas médias empresas do que nas pequenas, possivelmente devido aos
diferentes perfis de produtos colocados por essas empresas no mercado.
Entretanto, a partir da experiência do IPT, pode-se afirmar que, mesmo tendo a
aparente menor necessidade de apoio a projetos de engenharia, as pequenas
empresas, quando premidas a mudar de patamar tecnológico, enfrentam
dificuldades muito maiores do que as médias. Este cenário confirma a necessidade
de se dispor de mecanismos diferenciados de apoio tecnológico.
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h) Com respeito ao processo produtivo, a pesquisa mostra a maior ocorrência de
dificuldade em dois temas acoplados, quais sejam: o cumprimento de prazos de
entrega e as dificuldades com fornecedores. De maneira geral, estas dificuldades,
e os problemas delas advindos, devem ser reduzidos a níveis aceitáveis por ações
de gestão sobre o processo produtivo. Em conclusão, é recomendável a aplicação
de ferramentas especificamente desenvolvidas para tal.
i) Um aspecto que, também, guarda uma dose de similaridade de abordagem quando
comparando as respostas dadas pelos diferentes perfis de empresa, reside na
dificuldade causada pela inexistência de profissionais qualificados. Essa dificuldade
se manifesta mesmo se sabendo que o Estado de S. Paulo é detentor de uma rede
de ensino que engloba a USP, UNESP, UNICAMP, ITA, as FATECS e escolas de
engenharia privadas tais como a FEI, MAUÁ e o Mackenzie. Esta aparente
contradição ligada ao nível de resposta encontrado indica que é necessária a
realização de investimentos em educação associados à adaptação de currículos,
quando possível, e associadas à criação de cursos de especialização de produzam
uma força de trabalho melhor preparada para tratar os problemas tecnológicos do
setor.
j) Um conjunto significativo de pequenas e médias empresas apontou dificuldade de
certificar o conteúdo local. Essa constatação sugere a necessidade de desenvolver
mecanismo para apoiar as empresas neste processo de certificação.
8.2 PRODUTOS A SEREM ANALISADOS
É previsto que, ao longo do presente projeto, sejam abordados dois exemplos de
itens e dos seus respectivos componentes para análise, visando o aumento de conteúdo
local, para procurar-se estabelecer uma metodologia de procedimentos aplicável a outros
itens, produtos ou segmentos em uma eventual continuação/ampliação do projeto.
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No primeiro relatório parcial, com base em uma análise preliminar, considerou-se
importante analisar a possibilidade de eleição de produtos produzidos por dois dos
seguintes setores:
· Bombas;
· Válvulas;
· Produtos de instrumentação e controle;
· Compressores.
Para a escolha dos produtos a serem analisados, foi sugerido no Primeiro Relatório
Parcial que os produtos eleitos deveriam:
· ser fabricados em escala relativamente grande;
· poder ser destinados à aplicação em outros setores que não o de P&G de
forma que as empresas se sintam estimuladas a produzir produtos melhores,
em condições melhores e com custos adequados permitindo o seu
fortalecimento no mercado como um todo;
· ter moderado conteúdo tecnológico de forma que o aumento do seu conteúdo
local possa constituir-se em meta adequada a uma empresa de porte
médio/pequeno.
Além desses requisitos, considerou-se a necessidade de o setor de P&G
reconhecer a necessidade de ter disponíveis estes produtos no mercado interno, em
escala atraente para o fornecedor, com prontidão de atendimento, e o fato de o Estado de
S. Paulo contar com uma quantidade razoável de fabricantes destes produtos.
Observando-se os resultados da aplicação dos questionários, identifica-se que uma
das vocações paulistas é atuar no setor de Instrumentação e Controle.
Considerando esse fato, que este tipo de produto faz parte da demanda da
Petrobras e os requisitos sugeridos no Primeiro Relatório Parcial, propõe-se que seja
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realizada a análise de um produto da área de Instrumentação e Controle. Esta escolha
está condicionada à identificação de um fabricante com disposição para colaborar com o
projeto.
O segundo tipo de produto deve ser um exemplar do setor de bombas, porque este
tipo de produto conta com vários fabricantes no Estado de S. Paulo, tem produção seriada
em escala relativamente grande, as exigências tecnológicas são, para uma média
empresa, de grau médio de dificuldade, e alguns tipos de sistema de bombeamento
fazem parte da demanda da Petrobras, ainda a ser mais detalhada. Nesse caso, também
a escolha está condicionada à identificação de um fabricante com disposição para
colaborar com o projeto.
8.3 CONTATOS
Foram realizados diversos contatos que resultaram em parcerias com entidades de
classe que facilitaram o levantamento de informações por meio da aplicação do
questionário.
Complementarmente, foi realizado contato simultâneo com a RBNA – Brazilian
Classification Society e com a RBNA Consult. Esses contatos devem resultar em reunião
em futuro próximo para troca de informações sobre certificação de produtos.
São Paulo, 19 de julho de 2013
INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS DO ESTADO DE SÃO PAULO S/A – IPT
NT-MPE – Núcleo de Atendimento Tecnológico à MPE
_________________________________________ Vicente N. G. Mazzarella
Pesquisador
RE 7756
INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS DO ESTADO DE SÃO PAULO S/A – IPT
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_________________________________________ Mari Tomita Katayama
Diretora
RE 1933-1
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9 EQUIPE DE TRABALHO
Núcleo de Atendimento Tecnológico à MPE
Gerente do Projeto: Mari T. Katayama – matemática – Ciências da Computação
Djair Vitoruzzo – Engenheiro Eletricista
Hideki Kawakami – Engenheiro Mecânico
James Manoel Guimarães Weiss – Engenheiro Naval
João Carlos Martins Coelho – Engenheiro Mecânico
Vicente N. G.Mazzarella – Engenheiro Metalurgista
Apoio Administrativo
Amilcar M. Gonçalves – Gerente Administrativo
Eduardo Ng – Analista de Sistemas
Sueli Elisete Meneguelo – Secretária
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ANEXO A
CORRESPONDÊNCIA E QUESTIONÁRIO
Prezados Senhores,
O Instituto de Pesquisas Tecnológicas – IPT está desenvolvendo um projeto para a Secretaria de Energia do Estado de São Paulo, com o objetivo de levantar informações sobre o interesse e a efetiva participação das empresas paulistas, em especial, as de pequeno e médio porte, na qualidade de fornecedores ativos do setor de Petróleo e Gás.
Este setor é extremamente promissor, importante e desafiador, sendo uma fonte de receitas
inestimável para as empresas que nele atuam. Esta participação está atrelada a um cenário consolidado, pelo fato de que a exploração de petróleo na camada do Pré-Sal, na Bacia de Santos, está em fase acelerada, tanto pelos enormes investimentos em curso, quanto pelas oportunidades originadas pelo longo período de operação previsto para as próximas duas a três décadas.
Considerando que é muito importante que as empresas paulistas aumentem a sua efetiva
participação neste setor, pela sua inclusão como fornecedores, assim como, pela expansão dos seus fornecimentos e, buscando obter informações para direcionar as ações do IPT, solicitamos aos Senhores o preenchimento do questionário abaixo, que será de extrema valia para a condução das nossas análises.
Estas oportunidades na cadeia de fornecimentos envolvem muito além do que a ideia de
“petróleo e gás” pode nos acenar à primeira vista. Como exemplos, citamos equipamentos de segurança em geral (EPIs), uniformes profissionais, móveis especiais, vedações e selos mecânicos, medidores de temperaturas, pressão e vazão, rolamentos e mancais, arames e cabos de aço, além de um número enorme de outros itens e componentes que serão necessários.
Por fim, observamos que as informações fornecidas serão tratadas com total confidencialidade. Favor retornar este e-mail ao remetente com as questões respondidas.
Cordialmente,
Mari Tomita Katayama Núcleo de Atendimento Tecnológico à Micro e Pequena Empresa – NT-MPE Fone: +55 (11) 3767-4204
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QUESTIONÁRIO
Empresas Fornecedoras de Bens – Cadeia da Indústria de Petróleo e Gás (P&G)
1. Porte da empresa (marque com x) Faturamento anual: [ ] Menor do que R$ 3.600.000,00 [ ] R$ 3.600.000,00 – R$ 10.500.000,00 [ ] R$ 10.500.001,00 – R$ 60.000.000,00 [ ] Maior do que R$ 60.000.000,00
2. Quais são os principais produtos da empresa?_____________________________ _______________________________________________________________________ 3. Em quais dos setores abaixo os seus produtos se enquadram?
[ ] Geradores e motores elétricos [ ] Instrumentação e controle de processo [ ] Subestação e transformadores [ ] Válvulas e citygate [ ] Bombas [ ] Hastes e unidades de bombeio [ ] Compressores [ ] Guindastes e guinchos [ ] Motores a gás e a diesel [ ] Turbinas [ ] Caldeiraria [ ] Flanges e conexões [ ] Subsea [ ] Navipeças [ ] Siderurgia [ ] Outros
4. A empresa é fornecedora da cadeia da indústria de P&G?
[ ] Sim [ ] Não, mas tem interesse (ir para o item 6) [ ] Não há interesse em fornecer
5. A empresa é fornecedora da Petrobras? [ ] Sim (ir para o item 7) [ ] Não, mas tem interesse [ ] Não há interesse em fornecer
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Relatório Técnico Parcial n.º 133 813-205
6. No caso de não ser atualmente fornecedora da Petrobras, já o foi no passado?
[ ] Sim [ ] Não
7. Quais são as principais dificuldades para participar do setor de P&G?
Dificuldades 1 (mínimo) e 5 (máximo)
[1] [2] [3] [4] [5]
Certificação de produto [ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
Certificação de conteúdo local [ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
Necessidade de desenvolver projeto de engenharia [ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
Necessidade de aprimorar o processo produtivo [ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
Dificuldade em atender requisitos de segurança, meio ambiente e saúde (SMS)
[ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
Implantação de sistema de gestão da qualidade [ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
Outros (especificar): ____________________________________________________ _____________________________________________________________________ 8. Quais são os principais gargalos referentes à gestão do fluxo produtivo?
Cumprimento de prazos de entrega [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] Planejamento da produção [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] Problemas com fornecedores [ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
Outros (comentar):_______________________________________________________ ______________________________________________________________________ 9. A empresa exporta seus produtos?
[ ] Sim [ ] Não, mas pretende [ ] Não, e não tem interesse
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10. Se exporta, cite os principais países para os quais exporta:
11. Gostaria de conversar com o IPT sobre algum tema abordado neste questionário? [ ] Sim [ ] Não [ ] Sim, em outra oportunidade