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APOSTILA DE ATUALIDADES 2013 PROF. MARCIO DELGADO Atualizaes da
apostila e listas de exerccios >>
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O BRASIL E O MUNDO GLOBALIZADO O que Globalizao Definio Podemos
dizer que um processo econmico e social que estabelece uma integrao
entre os pases e as pessoas do mundo todo. Atravs deste processo,
as pessoas, os governos e as empresas trocam idias, realizam
transaes financeiras e comerciais e espalham aspectos culturais
pelos quatro cantos do planeta. O conceito de Aldeia Global se
encaixa neste contexto, pois est relacionado com a criao de uma
rede de conexes, que deixam as distncias cada vez mais curtas,
facilitando as relaes culturais e econmicas de forma rpida e
eficiente. O que a globalizao apresenta para uma sociedade no so
somente produtos, mas sim idias quanto ao mercado, democracia,
educao, famlia, sexualidade, ao trabalho, lazer, etc. Esferas da
Globalizao Econmica Globalizao Comercial A globalizao comercial
consiste na integrao dos mercados nacionais por meio da diminuio
das barreiras comerciais e, conseqentemente, do aumento do comrcio
internacional. Se o crescimento do comrcio mundial der-se a uma
taxa de crescimento mdia anual mais elevada do que a do PIB mundial
podemos afirmar que h globalizao comercial: maior internacionalizao
da produo via comrcio de bens e servios e maior grau de abertura
das economias Globalizao Financeira Modificou o papel do Estado na
medida em que alterou radicalmente a ao governamental, que agora
dirigida quase exclusivamente para tornar possvel s economias
nacionais desenvolverem e sustentarem condies estruturais de
competitividade em escala global. Faz-se atravs da intercomunicao
dos mercados de capitais acelerando a velocidade na alocao do
capital (smart money). Se por um lado, a mobilidade dos fluxos
financeiros atravs das fronteiras nacionais pode ser vista como uma
forma eficiente de destinar recursos internacionais e para pases
emergentes, por outro, a possibilidade de usar os capitais de curto
prazo para ataques especulativos contra moedas so considerados como
uma nova forma de ameaa estabilidade econmica dos pases. Globalizao
Produtiva Fenmeno mundial associado a uma revoluo nos mtodos de
produo que resultou numa mudana significativa nas vantagens
comparativas das naes. As fases de produo de uma determinada
mercadoria podem ser realizadas em qualquer pas, pois busca-se
aquele que oferecer maiores vantagens econmicas. Isto tem levado a
uma acirrada competio entre pases - em particular aqueles em
desenvolvimento - por investimentos externos.
Multinacionais so empresas que mantm filiais em vrios pases do
mundo, comandadas a partir de uma sede situada no pas de
origem.
Transnacionais so empresas cujas filiais no seguem as diretrizes
da matriz, pois possuem interesses prprios e s vezes conflitantes
com os do pas no qual se originaram. Globalizao Tecnolgica A
revoluo tecnolgica levou chamada economia digital e idia de que o
saber o principal recurso de uma nao teramos entrado na chamada era
da informao. O surgimento da Internet leva a uma mudana radical na
produo e na comercializao de bens e servios, tendo efeitos tanto
sobre a relao de uma empresa com seus fornecedores quanto com seus
consumidores. As empresas transnacionais se aproveitam desse
contexto e se fortalecem, planejando suas aes com o objetivo de
vender para o mercado global. A globalizao tecnolgica no atinge
toda a superfcie terrestre, embora altere a dinmica econmica e
social da maior parte dos pases. Se a produo de chips e de
computadores, o controle dos servios e equipamentos de
telecomunicaes e a fabricao de remdios esto nas mos de algumas
poucas grandes empresas multinacionais, tambm o consumo desses
produtos e servios encontra-se concentrado nos pases
desenvolvidos.
Origens da Globalizao e suas caractersticas A segunda metade do
sculo XIX e a primeira metade do sculo XX podem ser consideradas
uma etapa da histria da humanidade de uma dinmica de transformaes
significativas: o trmino das revolues burguesas, incio das revolues
socialistas (Rssia em 1917); o surgimento das potncias emergentes
como os EUA, o Japo e a Rssia, em concorrncia com os imprios
europeus, principalmente com o Imprio britnico; os avanos
tecnolgicos que aumentam a produo, a produtividade e a diversidade
industrial, acelerando o consumismo com um aumento na explorao dos
recursos naturais seguido de uma enorme degradao ambiental; com a
formao de mercados consumidores no Terceiro Mundo; expanso e
posterior esgotamento da fase neocolonial, modificando de forma
drstica a forma de produo e, por conseqncia, a realidade
sociocultural dos povos africanos, americanos e da sia. Ps-Segunda
Guerra Mundial Conferncia de Bretton Woods (1944) Reunio cujo
objetivo principal era restabelecer uma ordem monetria
internacional de acordo com a nova realidade nas relaes de poder do
ps-Segunda Guerra Mundial. Havia a necessidade de se definir as
novas regras para regular as relaes econmicas e comerciais entre os
pases. Um dos efeitos prticos do sistema Bretton Woods foi a
estipulao do dlar americano com moeda internacional. Pode-se dizer
que esta conferncia foi o "pontap inicial" para que fossem surgindo
novas organizaes mundiais para atenderem aos interesses da
superpotncia norte-americana. Banco Mundial (1944)
No incio, tinha como misso financiar a reconstruo dos pases
devastados na 2 Guerra Mundial e fortalecer o capitalismo. Hoje,
sua misso o financiamentos e emprstimos aos pases em
desenvolvimento. Seu funcionamento garantido por quotizaes
definidas e reguladas pelos pases
membros. Atualmente composto por 184 pases membros com sede em
Washington. O Banco Mundial dividido em quatro organizaes para
atuao de acordo com objetivos especficos, mas que no fundo se
complementam. Dentre elas, o BIRD - Banco Internacional para
Reconstruo e Desenvolvimento o mais ligado ao Brasil, pois atua
diretamente com os governos dos pases em desenvolvimento com bons
antecedentes de crdito, facilitando para que adquiram credibilidade
no Mercado Internacional e fazendo a intermediao entre o Mercado
Financeiro Internacional.
Fundo Monetrio Internacional (FMI - 1945) Assume a
responsabilidade de acompanhar, fiscalizar e exigir o cumprimento
das medidas impostas pelo BIRD. Busca evitar que desequilbrios nos
balanos de pagamentos e nos sistemas cambiais dos pases membros
possam prejudicar a expanso do comrcio e dos fluxos de capitais
internacionais. O Fundo favorece a progressiva eliminao das
restries cambiais nos pases membros e concede recursos
temporariamente para evitar ou remediar
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desequilbrios no balano de pagamentos. Alm disso, planeja e
monitora programas de ajustes estruturais e oferece consultoria aos
pases membros.
O Consenso de Washington e o Neoliberalismo (1989) Conjunto de
medidas formulado em novembro de 1989 por economistas de instituies
financeiras baseadas em Washington, como o FMI, o Banco Mundial e o
Departamento do Tesouro dos Estados Unidos, fundamentadas num texto
do economista John Williamson, e que se tornou a poltica oficial do
FMI em 1990, quando passou a ser "receitado" para promover o
"ajustamento macroeconmico" dos pases em desenvolvimento que
passavam por dificuldades. Foi usado ao redor do mundo para
consolidar o receiturio de carter neoliberal na onda mundial que
teve sua origem no Chile de Pinochet nos anos 70, sob orientao dos
Chicago Boys e posteriormente na Inglaterra de Margareth Thatcher e
pelos Estados Unidos de Ronald Reagan nos anos 80. O FMI passou a
recomendar essas medidas nos pases emergentes, durante a dcada de
90, como sendo uma frmula infalvel, destinada a acelerar seu
desenvolvimento econmico. As regras bsicas do Neoliberalismo: 1.
Disciplina fiscal 2. Reduo dos gastos pblicos 3. Reforma tributria
4. Juros de mercado 5. Cmbio de mercado 6. Abertura comercial 7.
Investimento estrangeiro direto 8. Privatizao das estatais 9.
Desregulamentao (afrouxamento das leis econmicas e
trabalhistas e do controle de capital especulativo) A Organizao
Mundial do Comrcio (OMC/WTO - 1995) Entidade internacional, hoje
formada por 153 pases. Sua misso criar regras para o comrcio entre
seus aderentes, segundo o princpio da liberalizao, no qual no devem
existir barreiras (como impostos de importao) para a compra e a
venda de produtos, no importa qual seja sua origem. Portanto, busca
a reduo dos obstculos ao intercmbio comercial, a elaborao de um
cdigo de normas comerciais, bem como atuar como um instrumento de
ao internacional no campo do desenvolvimento do comrcio. Regras -
As leis da OMC so negociadas entre seus membros. Todos tm poder de
voto igual. Os acordos so feitos nas rodadas de negociao (as
famosas Rodadas de Doha).
Protecionismo - Os pases ricos gastam bilhes de dlares em
subsdios e impem taxas de importao, cotas e restries. As demais
naes tambm buscam proteger ramos de sua economia sensveis competio
externa. Disputas enquanto no se chega a um acordo sobre os
subsdios, os membros da OMC podem usar as regras j acordadas para
se proteger. Se no houver um acordo, pode-se iniciar um processo.
Caso
perca, o ru deve acatar a sentena da OMC, ou sujeitar-se a
retaliaes econmicas no mesmo valor do prejuzo causado. Vitrias do
Brasil na OMC - Dos 25 principais processos que j iniciou, o pas
teve ganho total ou parcial em todos. As maiores vitrias foram na
agricultura (acar, soja, suco de laranja), pecuria (carne bovina),
aviao (Embraer) e metalurgia. As Rodadas de Doha Negociaes da OMC
As tentativas de reduzir as diferenas no quadro da OMC fazem-se nas
rodadas de negociao, em que os membros debatem o que precisa ser
feito e tentam acordos o que pode levar anos. Desde 2001, estava em
curso a Rodada de Doha com previso para terminar em 2006 e cujo
objetivo central reduzir os subsdios agrcolas e limitar as tarifas
de importao. Acontece que os pases em litgio no conseguiram superar
as diferenas, e a rodada foi suspensa em meados de julho de 2006
sem conseguir chegar a nenhum acordo.
A rodada de Doha comeou em Doha (Qatar) em 2001, e negociaes
subseqentes tiveram lugar em: Cancn (Mxico) 2003, Genebra (Sua)
2004, Paris (Frana) 2005, Hong Kong (China) 2005,e Potsdam
(Alemanha) 2007. Para a rodada avanar, exigem-se concesses dos
pases desenvolvidos, como um corte considervel dos subsdios
agrcolas que os EUA concedem a seus produtores e uma reduo
substancial nas taxas de importao que protegem os europeus da
concorrncia no setor agropecurio. Na reunio de janeiro de 2007 do
Frum Econmico Mundial, em Davos, na Sua, os principais pases
envolvidos tentaram acertar as bases para a retomada da Rodada de
Doha. As divergncias, porm, ainda se mantinham, e no havia sinal de
que as negociaes pudessem recomear. Frum Econmico Mundial (FEM) x
Frum Social Mundial (FSM) O FEM uma reunio anual em janeiro entre
executivos-chefe das corporaes mais ricas do mundo, alguns lderes
polticos nacionais (presidentes, primeiros ministros e outros) e
intelectuais e jornalistas seletos - em torno de 2.000 pessoas no
total - que geralmente acontece em Davos, Sua. O FEM tem status de
consultor da ONU e considerado o representante das ideologias dos
pases desenvolvidos (Norte). As ltimas reunies do Frum Econmico
Mundial foram marcadas por manifestaes antiglobalizao, aquecimento
global e crise de alimentos.
Em seus dois mandatos, o presidente Lula compareceu trs outras
vezes em Davos - em 2003, 2005 e 2007 -, levando bandeiras como o
combate fome e a concluso da Rodada Doha da Organizao Mundial do
Comrcio (OMC). Lula no participar do encontro em 2010 por motivos
de sade, mas receber o prmio de Estadista do Ano oferecido pelo
FEM. Contrapondo-se a essa posio ideolgica e a essa entidade, o FSM
organizado por diversas ONGs simultaneamente com o FEM. Nele
predomina a ideologia de esquerda que prega a luta contra a
globalizao econmica e contra o neoliberalismo. Como consenso de
parte dos movimentos que compem majoritariamente o frum,
produziu-se durante o frum de 2005, em Porto Alegre, o Consenso de
Porto Alegre que vai contra o Consenso de Washington. O de 2009 foi
realizado em Belm, o de 2010 em Salvador e o de 2011 foi realizado
em Dacar, capital do Senegal. Em 2012, o frum voltou a Porto
Alegre. Cpula do G20 O Grupo dos 20 (ou G20) um grupo formado pelos
ministros de finanas e chefes dos bancos centrais das 19 maiores
economias do mundo mais a Unio Europia. Foi criado em 1999, aps as
sucessivas crises financeiras da dcada de 1990.
Quero entrar para histria por ter emprestado ao FMI O presidente
Luiz Incio Lula da Silva afirmou que gostaria de entrar para a
histria como o presidente que emprestou "alguns reais" para o Fundo
Monetrio Internacional (FMI). "Voc no acha chique o Brasil
emprestar dinheiro para o FMI?", disse. "Eu passei parte da minha
juventude carregando faixa contra o FMI no centro de So Paulo." O
Brasil j decidiu que vai colocar recursos no fundo, tornando-se
credor pela primeira vez na histria. Falta, agora, definir o
montante e analisar os detalhes do mecanismo, para no reduzir o
valor das reservas externas.
Fim do G-8, a consolidao do G-20 e a disparada do BRICS O debate
que est sendo lanado pelas declaraes do ministro brasileiro sobre:
a morte anunciada do G8; sua eventual substituio pelo G20 e se o
grupo cumpriria melhor funes hoje supostamente desempenhadas pelo
G8
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Para muitos analistas e governantes, o BRIC (Brasil, Rssia, ndia
e China) sero as novas potncias econmicas j nas prximas dcadas. O
bloco possui, indiscutivelmente, grandes vantagens comparativas e
competitivas. Ao todo, so aproximadamente trs bilhes de pessoas que
precisam de solues para os principais problemas mundiais, como
distribuio de renda, sade e educao. Em de 2011, o "S" foi
oficialmente adicionado sigla BRIC para formar o BRICS, aps a
admisso da frica do Sul (em ingls: South Africa) ao grupo.
G20 substitui G8 nas decises sobre economia - 25/09/2009 Deciso
dos lderes reunidos em Pittsburgh foi anunciada pelo governo
norte-americano. O grupo dos 20 maiores pases desenvolvidos e
emergentes vai se tornar o principal frum para a cooperao econmica
internacional, o que significa que a partir de agora o G20 o
principal frum econmico mundial. O governo norte-americano no
informou, no entanto, qual ser o destino do G8, o grupo dos sete
pases mais ricos do mundo, mais a Rssia, que at pouco tempo era a
principal instncia decisria sobre os rumos da economia global. A
China passou a ser maior parceiro comercial do Brasil Gazeta
Mercantil - 04/05/2009 A China passou a ser maior parceiro
comercial do Brasil em abril, ocupando o lugar dos Estados Unidos.
Apesar de o crescimento do comrcio com a China ser importante para
o Brasil, a perda de espao como os americanos negativa porque so
eles que, tradicionalmente, so os principais compradores de
produtos manufaturados brasileiros, enquanto a China concentrada
suas compras em produtos bsicos. OS BLOCOS ECONMICOS NO MUNDO Com a
economia mundial globalizada, a tendncia comercial a formao de
blocos econmicos. Estes so criados com a finalidade de facilitar o
comrcio entre os pases membros. Adotam reduo ou iseno de impostos
ou de tarifas alfandegrias e buscam solues em comum para problemas
comerciais. Tipos de Blocos Econmicos a) rea de Livre Comrcio Em
uma rea de livre comrcio todas as restries ao comrcio dentro da
regio devem ser eliminadas, tanto as tarifrias quanto as
no-tarifrias. Porm, cada um dos pases membros mantm sua poltica
comercial em relao ao resto do mundo. Por isso, para que uma rea de
livre comrcio possa funcionar adequadamente, precisa incluir um
sistema de regras de origem que defina as condies que os produtos
trocados devem cumprir para desfrutar do benefcio da tarifa zero.
Um artigo produzido num pas poder ser vendido noutro sem quaisquer
impedimentos fiscais, respeitando-se apenas as normas sanitrias ou
outras legislaes restritivas que eventualmente apaream. b) Unio
Aduaneira Em uma unio aduaneira, os pases no s liberalizam o
comrcio dentro da regio (rea de livre comrcio), mas adotam tambm
uma poltica comercial comum para o resto do mundo. Adotam uma
tarifa externa comum e normas alfandegrias e de procedimento
comuns, de tal forma que os bens so tratados da mesma maneira,
independentemente do ponto por onde ingressarem na unio aduaneira.
No limite, uma unio aduaneira implica desaparecimento das alfndegas
internas. Numa Unio Aduaneira, os objetivos so
mais amplos, abrangendo a criao de regras comuns de comrcio com
pases exteriores ao bloco. c) Mercado Comum Um mercado comum uma
unio aduaneira com polticas comuns de regulamentao de produtos e
com liberdade de circulao de todos os trs fatores de produo (terra,
capital e trabalho) e de iniciativa. Em tese, a circulao de
capital, trabalho, bens e servios entre os membros deve ser to
livre como dentro do territrio de cada participante. d) Unio
Econmica e Monetria Implica numa integrao econmica mais profunda,
com a adoo das mesmas normas de comrcio interno e externo,
unificando as economias e, num estgio mais avanado, as moedas e
instituies. Principais Blocos Econmicos
1 UNIO EUROPIA - UE A Unio Europia o mais antigo e o melhor
estruturado. Sua formao resulta da necessidade dos pases da Europa
Ocidental, no ps-Segunda Guerra, e s necessidades dos Estados
Unidos, que atravs do Plano Marshall deu incio ao processo de
conteno tendncia
expansionista sovitica neste continente. A base de tudo se deu
em 1944 quando foi criado o Benelux - Unio Econmica entre a Blgica,
Holanda e Luxemburgo. Em 1952, foi criada a CECA - Comunidade
Europia do Carvo e do Ao, incluindo ao Benelux, a Alemanha
Ocidental (RFA), a Frana e a Itlia. Esta unio fica mais fortalecida
com a formao do Grupo de Roma, em 1957, formando o MCE Mercado
Comum Europeu ou CCE Comunidade Econmica Europia. Em 1948 foi
criada a Organizao Europia de Cooperao Econmica (OECE) para
administrar os recursos do Plano Marshall na reconstruo dos pases
da Europa ocidental. Em 1961, essa organizao foi substituda pela
Organizao de Cooperao e Desenvolvimento Econmico (OCDE - Tambm
chamada de "Clube dos Ricos"), que tem objetivos mais amplos e rene
pases de vrias partes do mundo. Em 1959/60 foi criada e implantada
a AELC - Associao Europia de Livre Comrcio, unindo o Reino Unido
com os pases escandinavos, mas aos poucos esses pases entraram no
MCE. Nas dcadas de 60 e 70, outros membros so incorporados ao MCE,
mas a geopoltica mundial, com o acirramento da Guerra Fria (EUA x
URSS), impede um maior avano em sua organizao. Nas dcadas de 80/90,
as mudanas internacionais, principalmente com a reduo dos riscos de
uma guerra nuclear entre as superpotncias, abrem espao para que
propostas mais ousadas sejam retomadas pelos pases europeus. 1986 O
Ato nico Europeu. Proposta de transformao do MCE em CE -
Comunidade
Europia. 1991 Tratado de Maastricht. O tratado assinado na
cidade holandesa de Maastricht estabeleceu competncias
supranacionais, como o mercado nico e os fundos estruturais, alm de
ampliar a noo de cidadania europia. Representou tambm um grande
passo em direo unio econmica e monetria do continente, determinando
que os pases-membros que cumprissem os critrios econmicos
estabelecidos
adotariam a moeda nica o Euro. Alm disso, apontou para uma maior
cooperao entre os governos no que concerne poltica exterior,
segurana comum, justia e aos assuntos internos. Tratado de
Maastricht consagrou oficialmente a denominao Unio Europia que, a
partir da, substituiu a de Comunidade Europia. A ratificao de
seus
termos foi aprovada por referendos nos diversos pases-membros,
entrando em vigor em 2 de novembro de 1993.
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1992 Tratado do Porto Os pases mais ricos priorizam seus
investimentos na
recuperao dos pases-membros mais pobres, investindo em larga
escala nos pases atlnticos ou mediterrneos, como Portugal, Espanha,
Grcia, centro-sul da Itlia e na Repblica da Irlanda.
Estava avanando o pensamento neoliberal com a proposta de
reduzir a capacidade de influncia do Estado na economia, diminuindo
o welfare state - isto , o estado do bem estar social, provocando
queda na qualidade de vida das populaes e ressurgindo o
etno-xenofobismo, com a criao de grupos radicais na Europa e, com
riscos da ultradireita reconquistar o poder em alguns pases
membros.
1993 - Incio de implantao do Tratado de Maastricht Livre trnsito
de pessoas, mercadorias, capital e tecnologia entre
os pases-membros. O melhor exemplo desta situao foi o elevado
processo de
migrao das regies perifricas em direo aos pases centrais,
gerando uma superoferta de mo-de-obra, menos qualificada, ao mesmo
tempo em que os pases centrais estavam entrando para a fase
ps-urbano/industrial, onde as novas formas de produo, com novas
mquinas substituindo os trabalhadores. Este foi um dos principais
fatores que acabaram gerando o recrudescimento dos grupos radicais
racistas e neonazistas.
1999 - Implantao parcial do EURO - moeda nica 11 pases adotam o
Euro como oficial em perodo de transio. 2002 - Adoo do Euro O Euro
passa a circular como dinheiro para todos os pases-
membros que aprovaram a troca (atualmente 17) e para os
pases-satlites como Andorra, Vaticano, San Marino e Mnaco.
Alguns pases fora da Unio Europia aderiram ao Euro. Para uma
adoo formal, que implica a possibilidade de fabricar as suas
prprias moedas, foi necessrio atingir um acordo. Mnaco, So Marino e
Vaticano chegaram a acordo com a Unio. 2 ALCA e o NAFTA
No final da dcada de 80 e incio de 90, o Presidente George Bush
passa a defender "a iniciativa para as Amricas", com a proposta de
uma rea de livre comrcio para todos os pases da Amrica, exceo de
Cuba, que permaneceria sofrendo o boicote americano; a proposta de
criao da ALCA - Acordo de Livre
Comrcio para as Amricas. Este acordo foi delineado na Cpula das
Amricas realizada em Miami, em 1994. A proposta do ALCA de criar
uma rea de livre comrcio na Amrica, por isso bom no confundir com a
idia de mercado comum, pois zona de livre comrcio no permite o
livre trnsito de pessoas, capital, tecnologia e mercadorias e nem
prope a unificao de tarifas e impostos entre os pases membros. Na
impossibilidade de implantao rpida do ALCA, os pases
Latino-Americanos mais importantes, principalmente o Brasil,
contestam o contedo da proposta por no incluir questes sociais e
somente econmicas; os EUA elaboram um projeto alternativo, criando
o NAFTA - Mercado Livre da Amrica do Norte. O Tratado
Norte-Americano de Livre Comrcio (North American Free Trade
Agreement) ou NAFTA um tratado envolvendo Canad, Mxico e Estados
Unidos da Amrica numa atmosfera de livre comrcio, com custo
reduzido para troca de mercadorias entre os trs pases. O NAFTA
entrou em efeito em 1 de janeiro de 1994 com um prazo de 15 anos
para a total eliminao das barreiras alfandegrias entre os trs
pases. Diferentemente da Unio Europia, a NAFTA no cria um conjunto
de corpos governamentais supranacionais, nem cria um corpo de leis
que seja superior lei nacional. 3 APEC A APEC (traduzido, Cooperao
Econmica da sia e do Pacfico) um bloco que engloba economias
asiticas, americanas e da Oceania. Sua formao deveu-se crescente
interdependncia das
economias da regio da sia-Pacfico. Foi criada em 1989,
inicialmente apenas como um frum de discusso entre pases da ASEAN
(Association of the SouthEast Asian Nations) e alguns parceiros
econmicos da regio do Pacfico, se tornando um bloco econmico apenas
em 1993, na Conferncia de Seattle, quando os pases se comprometeram
a transformar o Pacfico numa rea de livre comrcio. A APEC tem vrios
membros, tais como: Austrlia; Canad; Chile; China; Hong Kong;
Indonsia; Japo; Coria do Sul; Mxico; Nova Zelndia; Papua New
Guinea; Peru; Filipinas; Rssia; Cingapura; Taipei; Tailndia;
Estados Unidos e Vietnam. 4 ASEAN
Criada em 1967, na Tailndia, a Associao das Naes do Sudeste
Asitico tem como objetivo principal assegurar a estabilidade
poltica como uma maneira de acelerar o desenvolvimento no Sudeste
asitico. Tm programas de
cooperao entre os membros em diversas reas como transportes,
educao e energia. Em 1992, os membros assinaram um acordo com o
objetivo de eliminar as barreiras econmicas e alfandegrias.
Membros: Brunei, Camboja, Cingapura, Filipinas, Indonsia, Laos,
Malsia, Mianmar, Tailndia, Vietn. 5 O MERCOSUL Mercado Comum do
Sul
A Amrica Latina, desde os anos 80, assistiu ao esgotamento da
industrializao por substituio de importaes e transio dos regimes
autoritrios democracia. A abertura das economias nacionais, a
transformao do aparelho estatal, a consolidao dos regimes
democrticos e o encerramento da maior parte dos conflitos
armados regionais ou internos no bastaram para solucionar os
problemas acumulados na dcada precedente. Depois da "dcada perdida"
na economia dos anos 80, os custos sociais dos ajustes estruturais
dos anos 90 provocaram uma desintegrao generalizada das sociedades
do subcontinente. Criado em maro de 1991 pelo Tratado de Assuno
entre Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. Tratava-se de uma
continuidade e aprofundamento do Acercamento Brasil-Argentina,
iniciado em 1986, pelos presidentes Jos Sarney e Raul Alfonsin.
Atravs da integrao com os pases vizinhos, alm de benefcios
econmicos mais imediatos, se reforaria a base regional como forma
de incrementar a participao do Brasil e de seus parceiros platinos
no plano mundial. Quando os EUA anunciaram a criao do NAFTA, o
Brasil reagiu, lanando em 1993, a iniciativa da ALCSA (rea de Livre
Comrcio Sul-Americana) e estabelecendo com os pases sul-americanos
e africanos a Zona de Paz e Cooperao do Atlntico Sul (ZoPaCAS),
numa estratgia de crculos concntricos a partir do Mercosul. O
Mercosul em negociaes com a Unio Europia culminou com a assinatura
do primeiro acordo interblocos econmicos, o Acordo Marco
Inter-regional de Cooperao Unio Europia-Mercosul, assinado em
Madrid em dezembro de 1995. Etapas de criao/implantao do Mercosul
1986 - Acordo Bilateral Brasil X Argentina Redemocratizao na Amrica
Latina. Brasil - Plano Cruzado. Primeiro presidente civil, ainda
eleito pelo
colgio eleitoral, Jos Sarney, substitui o ltimo presidente
militar, General Joo Batista de Figueiredo.
Argentina - Plano Alfonsin ou Austral. O presidente civil eleito
substitui o general Galtieri, responsvel pela Guerra das
Malvinas.
1991 - Tratado de Assuno Criao do Mercosul. Proposta de criar
urna rea de livre trnsito de pessoas,
mercadorias, capital e empresas no estilo europeu. No
(ainda)
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um mercado comum, funcionando primeiro como rea de livre
comrcio.
Pases-membros: Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. 1995 -
Reunio de Ouro Preto (MG) O Mercosul passa a funcionar como Unio
Aduaneira. Adota a TEC -Tarifa Externa Comum para as importaes.
Brasil = Plano Real. Onde um real igual ou aproximadamente
igual a um dlar, adotando o sistema de banda cambial ou cmbio
fixo-flutuante.
Argentina = Plano Cavallo (dolarizao ou paridade das moedas, um
peso = um dlar) ou poltica de cmbio fixo; somente a Argentina e
Hong-Kong funcionam desta forma to radical.
1997 - Reunio de Fortaleza A Bolvia formaliza o pedido de
entrada como membro, a exemplo
do Chile, como associada ou "parceira preferencial", at tomar as
medidas econmicas necessrias. Conseguem privilgios criando uma rea
de livre comrcio com a Unio Aduaneira dos pases-membros do
Mercosul.
Surge a idia da moeda nica. A integrao do Mercosul aumentou em
mais de 400% o comrcio
entre os pases-membros. 1999 - Crise do Real O Brasil adota o
cmbio flutuante, permitindo que o valor da
moeda nacional oscile de acordo com a lei da oferta e da procura
em relao ao dlar.
A desvalorizao da moeda brasileira inverte a balana comercial
com a Argentina, provocando um significativo dficit para a
Argentina, com fuga dos investimentos e das empresas para o Brasil,
aumentando as exportaes brasileiras e reduzindo as importaes dos
pases vizinhos.
O Brasil obrigado a recorrer ao FMI O que o Mercosul do ponto de
vista comercial? O Mercosul hoje uma rea de livre comrcio
incompleta, onde grande parte totalidade dos bens comercializada
livre de tarifas. Em matria de poltica comercial externa comum, o
Mercosul tambm est na metade do caminho porque, embora exista
formalmente uma tarifa externa comum (caractersticas de uma Unio
Aduaneira), ela tem uma srie de perfuraes que fazem com que, na
prtica, nem todos os pases apliquem a mesma tarifa para um produto
similar e da mesma origem. Em 1991, o Tratado de Assuno, assinado
pelo Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai buscava ser um bloco
econmico nos moldes de uma Unio Aduaneira, atravs da eliminao
progressiva das tarifas alfandegrias entre os pases-membros e da
adoo de uma tarifa externa comum (TEC) para a comercializao com os
outros pases no pertencentes ao bloco. Mas at 1995, o Mercosul
funcionou apenas como uma Zona de Livre Comrcio. A partir desse ano
foi oficializada a constituio da Unio Aduaneira, mesmo que ainda
incompleta. Junho de 2012 - Mercosul suspende Paraguai e anuncia
adeso da Venezuela. Paraguai fica de fora do bloco at eleies
presidenciais de abril de 2013. Venezuela entra como membro pleno
do bloco comercial em 31 de julho. Israel ser parceiro comercial do
Mercosul 15/03/2010 Valor Econmico O presidente Luiz Incio Lula da
Silva anunciou em visita a Israel, que foi aprovado o acordo de
livre comrcio entre o pas e o Mercosul. Israel o primeiro pas fora
da Amrica do Sul a ter um acordo de livre comrcio com o bloco
econmico. O acordo de livre comrcio entre Mercosul e Israel passa a
valer a partir de 4 de abril. A expectativa, segundo empresrios,
que o comrcio triplique nos prximos cinco anos. Dos 200 empresrios
que participaram de um seminrio no qual Lula discursou, 80 eram
brasileiros. O acordo foi comemorado pelo governo israelense.
Os Tigres Asiticos O Japo, que saiu da segunda guerra mundial
destrudo, adquiriu capacidade industrial, comercial e financeira e,
na dcada de 70, ampliou sua influncia para a Coria do Sul, Taiwan,
Cingapura e Hong Kong, os chamados Tigres Asiticos (ou Drages
Asiticos). Mo-de-obra barata e incentivos s indstrias caracterizam
os Tigres, que ampliaram suas exportaes mundialmente. Em qualquer
loja possvel ver produtos made in Taiwan.
A CRISE ECONMICA GLOBAL 2007/2012 Origens A crise no mercado
hipotecrio dos EUA uma decorrncia da crise imobiliria, e deu
origem, por sua vez, a uma crise mais ampla, no mercado de crdito
de modo geral. O principal segmento afetado foi o de hipotecas
chamadas de "subprime", que embutem um risco maior de inadimplncia.
O mercado imobilirio americano passou por uma fase de expanso
acelerada logo depois da crise das empresas "pontocom", em 2001. Os
juros do Federal Reserve (Fed, o BC americano) vieram caindo para
que a economia se recuperasse, e o setor imobilirio se aproveitou
desse momento de juros baixos. A demanda por imveis cresceu, devido
s taxas baixas de juros nos financiamentos imobilirios e nas
hipotecas. Em 2005, o "boom" no mercado imobilirio j estava
avanado; comprar uma casa (ou mais de uma) tornou-se um bom negcio,
na expectativa de que a valorizao dos imveis fizesse da nova compra
um investimento. As empresas financeiras especializadas no mercado
imobilirio, para aproveitar o bom momento do mercado, passaram a
atender o segmento "subprime". O cliente "subprime" um cliente de
renda baixa, por vezes com histrico de inadimplncia e com
dificuldade de comprovar renda. Esse emprstimo tem, assim, uma
qualidade mais baixa --ou seja, cujo risco de no ser pago maior,
mas oferece uma taxa de retorno mais alta, a fim de compensar esse
risco. Em busca de rendimentos maiores, gestores de fundos e bancos
compram esses ttulos "subprime" das instituies que fizeram o
primeiro emprstimo e permitem que uma nova quantia em dinheiro seja
emprestada, antes mesmo do primeiro emprstimo ser pago. Tambm
interessado em lucrar, um segundo gestor pode comprar o ttulo
adquirido pelo primeiro, e assim por diante, gerando uma cadeia de
venda de ttulos. Porm, se a ponta (o tomador) no consegue pagar sua
dvida inicial, ele d incio a um ciclo de no-recebimento por parte
dos compradores dos ttulos. O resultado: todo o mercado passa a ter
medo de emprestar e comprar os "subprime", o que termina por gerar
uma crise de liquidez (retrao de crdito). Aps atingir um pico em
2006, os preos dos imveis, no entanto, passaram a cair: os juros do
Fed, que vinham subindo desde 2004, encareceram o crdito e
afastaram compradores; com isso, a oferta comea a superar a demanda
e desde ento o que se viu foi uma espiral descendente no valor dos
imveis. Com os juros altos, o que se temia veio a acontecer: a
inadimplncia aumentou e o temor de novos calotes fez o crdito
sofrer uma desacelerao expressiva no pas como um todo, desaquecendo
a maior economia do planeta - com menos liquidez (dinheiro
disponvel), menos se compra, menos as empresas lucram e menos
pessoas so contratadas.
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COMO COMEOU A CRISE 1. IMVEIS VALORIZADOS Com juros baixos e
crdito farto, os preos dos imveis nos EUA tiveram forte valorizao,
encorajando muturios a refinanciar suas hipotecas. Os bancos davam
aos muturios uma diferena em dinheiro, utilizada para consumir.
2. TTULOS LASTREADOS Para captar dinheiro, os bancos criaram
instrumentos financeiros complexos chamados ttulos lastreados em
hipotecas (uma espcie de nota promissria garantida pelas hipotecas)
e venderam para investidores que tambm emitiram seus prprios ttulos
lastreados nesses ttulos e passaram-nos para frente, espalhando-os
por todo sistema bancrio.
3. JUROS ALTOS E QUEDA DOS PREOS As taxas de juros comearam a
subir para combater a inflao enquanto os preos dos imveis passaram
a cair, fazendo com que as mensalidades da casa prpria ficassem
mais caras. A inadimplncia disparou e, assim, os ttulos que eram
garantidos por essas hipotecas perderam valor.
4. PERDA DOS BANCOS Alm dos prejuzos com a inadimplncia, os
bancos tiveram fortes perdas com os ttulos. Os bancos com maiores
proble-mas se viram beira da falncia e precisaram da ajuda do
governo americano.
5. CRISE DE CONFIANA Instalou-se uma grave crise de confiana e
os bancos no querem mais emprestar, com medo de calotes.
Efeitos No mundo da globalizao financeira, crditos gerados nos
EUA podem ser convertidos em ativos que vo render juros para
investidores na Europa e outras partes do mundo, por isso o
pessimismo influencia os mercados globais.
Foi esse o efeito visto em setembro de 2007 quando o BNP Paribas
francs congelou cerca de 2 bilhes de euros dos fundos de
investimento citando preocupaes sobre o setor de crdito "subprime"
nos EUA. Depois dessa medida, o mercado imobilirio passou a reagir
em pnico e algumas das principais empresas de financiamento
imobilirio e bancos passaram a sofrer os efeitos da retrao e
faliram. Bancos como Citigroup, UBS e Bear Stearns tiveram prejuzos
bilionrios decorrentes da crise. As duas hiptecrias possuem quase a
metade dos US$ 12 trilhes em emprstimos para a habitao nos EUA; no
segundo trimestre, registraram prejuzos de US$ 2,3 bilhes (Fannie
Mae) e de US$ 821 milhes (Freddie Mac). J o banco Lehman Brs. vinha
procurando uma fonte de crdito para poder honrar seus compromissos,
mas no teve sucesso. Sem alternativa, o banco pediu concordata. O
Merrill Lynch foi vendido ao Bank of America para no ter o mesmo
destino. A seguradora americana AIG foi outra que quase quebrou,
mas foi salva por um emprstimo de US$ 85 bilhes do Fed, em troca do
controle da empresa. Conseqncias
O PIB americano caiu 3,8% no trimestre do final de 2008. Foi o
pior desempenho trimestral desde o perodo de janeiro a maro de
1982, quando a economia caiu mais de 6% - poca, como agora, o pas
estava em uma recesso. A crise, e o risco para o sistema bancrio
que ela representava, levou o governo americano a propor um pacote
de US$ 700
bilhes - aprovado em outubro de 2008. O pacote iria ajudar os
bancos com balanos comprometidos pelo peso dos derivativos
lastreados nas hipotecas "subprime". O setor automobilstico vive
uma situao problemtica que consequncia direta da crise de crdito
resultante dos problemas com hipotecas. A GM e a Chrysler, com
quedas nas vendas devido s dificuldades dos compradores em obter
financiamento, precisaram de ajuda do governo para fechar suas
contas. O mercado de trabalho tambm sofre uma contrao, nos EUA e
alm, causada pela crise de crdito originada nos problemas do
mercado imobilirio. A taxa de desemprego nos EUA fechou 2008 em
7,2%, pior nvel desde 1993. O nmero de desempregados no pas no ano
passado chegou a 2,6 milhes, maior desde o fim da Segunda Guerra
Mundial, em 1945. Crise fortaleceu papel do Brasil no mundo
Instituies como o Fundo Monetrio Internacional (FMI) prevem que o
pas, ao lado de outros emergentes, se recupere da crise mais
rapidamente e tambm amplie a margem de vantagem em relao ao
crescimento dos pases ricos. Segundo um relatrio recente da OCDE
sobre o Brasil, a relao dvida pblica/PIB deve manter-se prxima de
40% do PIB em 2009 - e depois deve cair gradualmente para 35% no
mdio prazo. Os pases emergentes so grandes produtores de
commodities, vistas como investimentos seguros no longo prazo. No
comeo da crise, o preo de muitas commodities caiu drasticamente,
afetando tambm grandes exportadores como o Brasil. No entanto,
alguns preos j voltaram a subir. De dezembro at junho, o preo da
soja subiu 60%. Segundo a Economist Intelligence Unit (EIU), o preo
geral das commodities comercializadas pelo Brasil est crescendo no
segundo semestre deste ano, graas China, que est aumentando suas
importaes. O Brasil ainda tem problemas enormes em vrias reas, como
terrvel infra-estrutura, um enrolado sistema tributrio que no
atraente para investidores, baixos nveis de educao dos
trabalhadores em geral - apesar de alguns bolses de excelncia - e
servios pblicos muito pobres.
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A Globalizao do Protesto
O movimento de protesto que comeou na Tunsia em janeiro (de
2011) espalhou-se para o Egito, depois para a Espanha, e tornou-se
global, com protestos engolfando Wall Street e cidades espalhadas
pelos EUA. A globalizao e as tecnologias modernas permitem que
movimentos sociais transcendam fronteiras to rapidamente como
idias. E o protesto social encontrou solo frtil em toda parte: um
sentimento de que o sistema fracassou e a convico de que, mesmo
numa democracia, o processo eleitoral no consertar as coisas ao
menos no sem uma forte presso. H um tema comum entre eles,
manifestado pelo movimento Ocupe Wall Street numa frase: Somos os
99%. Esse slogan faz eco ao ttulo de um artigo que publiquei
recentemente intitulado Do 1%, para o 1%, e pelo 1%, descrevendo o
enorme aumento da desigualdade nos EUA: 1% da populao controla mais
de 40% da riqueza e recebe mais de 20% da renda. So pessoas to
ricamente recompensadas no porque tenham contribudo mais para a
sociedade, mas porque so, em poucas palavras, bem-sucedidos (e por
vezes corruptos) caadores de renda. Por todo o mundo, influncia
poltica e prticas anticompetitivas (em geral sustentadas pela
poltica) foram centrais para o crescimento da desigualdade
econmica. Reforaram essa tendncia os sistemas fiscais nos quais um
bilionrio como Warren Buffett paga menos impostos (como porcentagem
de sua renda) que seu secretrio, ou em que especuladores, que
ajudaram a derrubar a economia global, so taxados com alquotas mais
baixas que os que trabalham por sua renda. Algumas pesquisas nos
ltimos anos mostraram como so importantes e entranhadas as noes de
justeza. Os manifestantes da Espanha, e os de outros pases, esto
certos de se indignar: eis um sistema em que os banqueiros so
salvos, enquanto os que eles pilharam foram deixados prpria sorte.
Pior, os banqueiros esto agora de volta a suas escrivaninhas,
ganhando bnus maiores do que a maioria dos trabalhadores espera
ganhar em toda a vida, enquanto jovens que estudaram duro e jogaram
conforme as regras no veem perspectivas de um bom emprego. O
crescimento da desigualdade produto de uma espiral viciosa: os
ricos caadores de renda usam sua riqueza para modelar uma legislao
que protege e aumenta sua riqueza e sua influncia. Os manifestantes
esto corretos quando acham que existe alguma coisa errada. Por todo
o mundo, temos recursos subutilizados pessoas que querem trabalhar,
mquinas que esto ociosas, prdios que esto vazios e enormes
necessidades no atendidas: combater a pobreza, promover o
desenvolvimento e preparar a economia para o aquecimento global,
para citar apenas algumas. Nos EUA, aps mais de sete milhes de
execues hipotecrias de casas nos ltimos anos, h residncias vazias e
pessoas sem teto. Os manifestantes foram criticados por no terem
uma agenda. Mas isso uma incompreenso do protesto, uma expresso de
frustrao com o processo eleitoral. Eles so um alarme. O protesto
antiglobalizao em Seattle, em 1999, no que devia ser a inaugurao de
uma rodada de conversaes comerciais, chamou ateno para falhas da
globalizao e das instituies e acordos internacionais que a
governam. Quando a imprensa se aprofundou nas alegaes dos
manifestantes, descobriu que havia mais que um gro de verdade
nelas. As negociaes comerciais que se seguiram foram diferentes e o
Fundo Monetrio Internacional posteriormente empreendeu reformas
significativas. Ainda nos EUA, os manifestantes pelos direitos
civis dos anos 60 chamaram a ateno para o racismo
institucionalizado na sociedade americana. Esse legado ainda no foi
superado, mas a eleio do presidente Barack Obama mostra o quanto
aqueles protestos moveram os EUA. Em outro nvel, os manifestantes
de hoje pedem pouco: uma chance de usar suas habilidades. Sua
esperana evolucionria, no revolucionria. Mas, em outro nvel, eles
esto pedindo muito: uma democracia em que as pessoas, e no os
dlares, importem, e uma economia de mercado que cumpra o que
supostamente deveria cumprir.
Joseph E. Stiglitz. Ganhador do Nobel de Economia e Professor da
Universidade Columbia
http://blogs.estadao.com.br/radar-global/a-globalizacao-do-protesto/
2008, o ano que ainda no terminou Nas ltimas semanas de Julho de
2011 o mundo acompanhou com os olhos fixos nos noticirios as
negociaes sobre a dvida pblica norte-americana como se fossem
captulos finais de uma novela que batia recordes de audincia. O
presidente Barack Obama falou vrias vezes ao pblico norte-americano
pedindo que fizessem presso sobre os Congressistas (Democratas e
Republicanos) para que estes aprovassem uma autorizao para que o
governo daquele pas pudesse se endividar ainda mais sob o risco de
provocar uma moratria de propores gigantescas e repercusses globais
impossveis de serem previstas. Mas quais os motivos que levaram a
maior economia do mundo ficar beira de um calote e porque o mundo
est passando por um processo de reduo da atividade econmica? A
partir de meados de 2007, uma avassaladora crise comeou a atingir a
economia de todo o planeta. Governos, empresas, bancos,
financeiras, seguradoras, fundos de penso e pessoas fsicas em todo
o mundo foram duramente atingidos por uma onda de rombos e prejuzos
que ultrapassou 20 trilhes de dlares at o final de 2010. E,
diferente das crises que ocorreram nos anos 90 e comeo dos anos
2000 em pases perifricos do capitalismo global como Mxico,
Argentina e Brasil; esta atingiu o centro do capitalismo
financeiro: EUA, Unio Europia e Japo. Alguns pases como China, ndia
e Brasil, que juntos com a Rssia formam o BRIC (grupo dos maiores
pases emergentes da atualidade), sofreram menos com a crise, mas no
passaram ilesos. Para muitos economistas, essa a maior crise
econmica da histria do Capitalismo e ainda no acabou. Duas dcadas
de desregulamentao financeira neoliberal transformou o mercado
financeiro num verdadeiro Cassino onde banqueiros e especuladores,
com apoio dos governos destes pases, no apenas falsificavam balanos
e relatrios como apostavam as economias de milhes de famlias sem
qualquer medo de serem responsabilizados depois. Essa situao de
irresponsabilidade e de fraudes contbeis ficou impossvel de ser
escondida quando uma bolha especulativa em hipotecas
norte-americanas de alto-risco (ttulos chamados de subprimes)
explodiu no segundo semestre de 2007. Tais subprimes foram
livremente negociadas sem qualquer controle por instituies
financeiras do todo o mundo, principalmente nos EUA, enquanto as
agncias de riscos classificavam tais operaes como totalmente
confiveis. Como eram ttulos de alto-risco e com histricos de
inadimplncia, assim que os primeiros calotes comearam em finais de
2006, iniciou-se um verdadeiro efeito domin. Em questo de meses,
centenas de bilhes de dlares evaporaram e transformaram-se em
ttulos podres, ou seja, ttulos que nunca sero pagos, pois seus
valores estavam completamente fora da realidade por conta da
especulao desenfreada. Essa foi a primeira fase da crise.
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Em 2008, essa verdadeira avalanche de calotes deixou o mercado
financeiro global em pnico e em semanas outras centenas de bilhes
de dlares foram retiradas de negociao nas bolsas de valores e os
bancos cortaram o crdito. Tal efeito manada entre os investidores e
bancos fez com que os que tinham dinheiro ficassem com medo de
investir (no confiavam nos balanos das empresas) ou emprestar
(temiam novos calotes) e aqueles que precisavam de dinheiro para
saldar suas dvidas ficaram sem opo a no ser arcar com o prejuzo.
Essa crise de crdito afundou o consumo e o investimento e marcou a
segunda fase da hecatombe econmica. Os resultados imediatos foram
dezenas de milhes de desempregados; uma brutal queda na produo e
nos investimentos privados; uma quebradeira generalizada de bancos,
empresas, seguradoras, fundos de penses e milhes de famlias
norte-americanas sem suas casas. Um verdadeiro caos financeiro onde
ningum sabia exatamente o tamanho do rombo e quem iria pagar a
conta. Para tentar debelar o incndio financeiro, os governos dos
principais pases do mundo passaram a adotar medidas para reativar a
economia em 2009 e 2010. Os juros foram cortados ao mximo para
estimular o consumo, os prejuzos foram assumidos pelos Tesouros
Nacionais e os Bancos Centrais destes paises passaram a derramar
trilhes de dlares no mercado financeiro na tentativa de dar
tranqilidade aos investidores e empresrios a fim de forar uma nova
onda de crescimento. E esta a origem da terceira fase da crise, que
comeou em 2010 e se agravou em 2011. Tal estratgia dos pases
desenvolvidos foi arriscada. Os governos injetaram fbulas de
dinheiro no mercado, aumentando de maneira descontrolada suas
dvidas pblicas para fazer com que a roda da economia voltasse a
girar. A questo que a economia ainda no voltou a crescer de maneira
satisfatria e, neste caso, em vez de ajudar, o endividamento pblico
ir somar-se aos outros problemas. Dentre os mais atingidos por tal
tsunami de prejuzos e que adotaram essa estratgia, destacam-se os
EUA, Japo e Unio Europia (sobretudo um grupo de pases da Zona do
Euro conhecidos como PIIGS - Portugal, Itlia, Grcia e Espanha -
Spain em ingls), pois suas dvidas pblicas chegaram a nveis
alarmantes. O segundo semestre de 2011 foi dramtico. Os EUA ficaram
a beira de uma moratria histrica. Grcia, bero da democracia, vive
novamente uma crise marcada por protestos populares e violenta
represso. A Espanha bate recordes no nvel de desemprego. Portugal,
alm de receber ajuda financeira internacional, aprovou em novembro
mais um oramento de austeridade durssimo para 2012. A Itlia, um dos
membros do G7, viu seu folclrico e verborrgico primeiro ministro
Silvio Berlusconi renunciar aps o aprofundamento da crise econmica.
A Inglaterra enfrenta greves gerais de funcionrios pblicos contra
medidas recessivas propostas pelo governo. O problema que a cura
apontada por boa parte dos especialistas pode ser um remdio amargo
demais: reduo nos salrios, reforma na previdncia social, aumento de
impostos, cortes de investimentos em reas sociais e mais demisses.
Este remdio pode matar o paciente ao invs de cur-lo, alm do risco
da crise se transformar em uma nova epidemia na economia global.
Marcio de Paiva Delgado graduado e Mestre em Histria pela UFJF e
Doutorando em Histria pela UFMG
http://politicarevisitada.blogspot.com/2011/12/2008-o-ano-que-nao-terminou.html
Entenda o novo captulo da crise que atinge a Europa - 2012 As
eleies presidenciais na Grcia e na Frana em maio de 2012 criaram um
novo cenrio para a crise econmica que atinge a Europa e se reflete
no Brasil e no mundo desde, pelo menos, o incio de 2011. O
agravamento da condio fiscal de alguns pases reflexo da turbulncia
econmica do fim de 2008, o que afeta diretamente as bolsas de
valores e o dlar. A definio de Franois Hollande como vencedor da
disputa pela Presidncia da Frana e o impasse quanto ao futuro
poltico da Grcia fizeram ressurgir as discusses sobre a eficincia
dos planos
de austeridade para amenizar os impactos da turbulncia econmica
na vida dos europeus. As prprias Bolsas de Valores so um espelho do
que acontece na economia real, principalmente em situaes adversas
como essas. A tendncia do lado real da economia reagir de forma
negativa. Com mais cortes de gastos e menor atividade econmica,
consequentemente a expectativa de crescimento econmico menor. Isso
gera menos resultados para as empresas e as aes caem. Com maior
instabilidade no mercado, o dlar se torna um investimento mais
seguro porque o risco de o governo dos Estados Unidos quebrar
praticamente nulo. Austeridade Austeridade significa, basicamente,
corte de gastos pblicos por meio de redues dos salrios de
servidores e de investimentos em infraestrutura e servios, por
exemplo e aumento de impostos. Desde o final da crise econmica de
2008, os governos da Europa, sobretudo, passaram a se endividar
mais e as empresas privadas, com a recesso econmica, passaram a
deixar de recolher impostos como antes, conjuno que impactou
diretamente nos cofres pblicos. Para tentar reverter este cenrio,
em dezembro de 20112, 25 dos 27 pases da Unio Europeia firmaram um
pacto fiscal para estimular o crescimento econmico, enfrentar a
crise econmica e recuperar o prestgio do euro nos mercados
internacionais. Esse pacote inclui punio para pases que registrarem
saldo negativo das contas pblicas acima de 3% do seu PIB; a criao
de um fundo de resgate permanente para os pases da regio em julho
deste ano; e um financiamento de 200 bilhes de euros a pases
endividados, a ser provido por pases europeus para o FMI (Fundo
Monetrio Internacional). Situao agora Com a vitria de Hollande na
Frana, um dos pases mais ricos e influentes da Unio Europeia, o
futuro dos planos de austeridade foi colocado em xeque porque o
socialista j se manifestou contrrio a tais medidas. Na semana
passada, o presidente francs afirmou que a austeridade no pode mais
ser a nica opo. Hollande defende que, em vez de os governos se
focarem s em cortar gastos e elevar impostos, exista tambm um
investimento especfico na economia a fim de estimular o crescimento
econmico. As propostas de Hollande, porm, contrariam a poltica
econmica conduzida por outro gigante da UE, a Alemanha, que
governada por Angela Merckel defensora ferrenha do corte brusco dos
gastos pblicos no bloco econmico. Essa discusso poltica afeta
diretamente a Grcia, pas mais afetado pela crise e que vive um
momento crtico ao tentar formar um novo governo depois de eleies
nas quais no houve maioria eleita em nenhum partido. Por sua vez, o
comportamento do mercado financeiro na Europa se reflete na bolsa
brasileira, j que boa parte dos investidores estrangeira e que,
diante das incertezas na Europa, podem passar a aplicar dinheiro no
Pas. Com mais dlares no mercado brasileiro, maior a oferta e,
portanto, maior a desvalorizao diante do real. Esse movimento reduz
a competitividade das mercadorias produzidas pela indstria nos
mercados internacionais, o que reduz o lucro e afetam os
investimentos e o mercado de trabalho do setor. BRASIL - RELAES
INTERNACIONAIS E DIPLOMACIA Secretrio-Geral Atualmente o
sul-coreano Ban Ki-Moon. A organizao o mais respeitado frum de
discusso e encaminhamento dos problemas mundiais, embora esteja
longe de conseguir assegurar a paz no planeta, como previa sua
carta de fundao, de 1945. O secretrio-geral, cargo mais importante
da instituio, atua com limites, pois depende do aval das principais
potncias, que detm o real poder na ONU.
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9
Fundao da Onu - A ONU foi fundada aps a II Guerra Mundial e seu
funcionamento est marcado pela situao da poca. No Conselho de
Segurana (CS), que delibera sobre a segurana mundial e discute
intervenes militares, os cinco membros permanentes - EUA, China,
Federao Russa, Frana e Reino Unido -, as naes que ganharam a
guerra, tm poder de veto sobre as decises. Muitos pases acham que o
formato do CS ficou inadequado e defendem mudanas. Reformas no
Conselho de Segurana - Entre as propostas em debate est a ampliao
do nmero de pases membros no CS de 15 para 24 ou 26. Essa proposta
apoiada pelo ex-secretrio-geral da ONU, Kofi Annan. O Grupo dos 4
(G-4), formado por Alemanha, Japo, Brasil e ndia, defende a idia de
que haja mais seis integrantes com assento permanente: os quatro e
dois representantes da frica. O Brasil e o Conselho de Segurana das
Naes Unidas Desde o comeo do governo Lula, o Brasil mantm a clara
inteno de propor uma mudana na estrutura do Conselho de Segurana da
ONU. Alm de aumentar o nmero de participantes, o governo brasileiro
busca um assento permanente. Atualmente, o Conselho formado por 15
membros, sendo que destes, 5 so membros permanentes e com direito a
veto: Estados Unidos, Frana, Reino Unido, Rssia e China. Os outros
10 membros so rotativos e tm mandatos de 2 anos. Atualmente o
Brasil um dos membros. O Grupo do Rio Mecanismo Permanente de
Consulta e Concertao Poltica - Grupo do Rio (GRIO) - criado em
1986, no Rio de Janeiro. Dele fazem parte Argentina, Bolvia,
Brasil, Chile, Colmbia, Equador, Mxico, Panam, Paraguai, Peru,
Venezuela, Uruguai e um representante da Comunidade do
Caribe/CARICOM. A partir da Cpula de Cartegena (2000) Costa Rica,
El Salvador, Guatemala, Honduras, Nicargua e Repblica Dominicana
participam do GRIO como membros plenos e individuais. O Grupo do
Rio um mecanismo singularmente dotado para consultas polticas no
mais alto nvel, com grande maleabilidade de procedimentos e um grau
mnimo de institucionalizao. Tem sido um importante instrumento na
conteno de processos que colocam em risco a ordem democrtica. Alm
disso, tornou-se um foro privilegiado de concertao de posies
latino-americanas e caribenhas em questes regionais e
internacionais. Dilma discursa na abertura da Assemblia Geral da
ONU Presidente foi a primeira mulher a fazer discurso de inaugurao
do evento (21 de setembro de 2011). Em discurso, abordou questo
Palestina, Crise Econmica Global e Conselho de Segurana.
Obama anuncia programa para agilizar vistos no Brasil 19 de
janeiro de 2012 O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama,
anunciou nesta quinta-feira o lanamento de um projeto-piloto de
dois anos para agilizar a emisso de vistos para o Brasil. Turismo e
emprego Em discurso na Disney World de Orlando, Obama afirmou que
"a populao do Brasil adora vir Flrida, mas ns estvamos dificultando
essas visitas". "Quanto mais gente visitar os EUA, mais americanos
voltaro a trabalhar. simples assim", afirmou o
presidente. A Casa Branca calcula que se o pas aumentar sua
participao no mercado turstico internacional, poderiam ser criados
mais de um milho de empregos na prxima dcada. A crescente classe
mdia de emergentes como Brasil, China e ndia tratada como crucial
nesse esquema, especialmente porque, segundo o Departamento de
Comrcio, os brasileiros gastam em mdia US$ 5 mil em cada viagem aos
EUA. Paraguai Golpe Branco contra Fernando Lugo junho 2012 Federico
Franco assumiu o governo do Paraguai a 22 de junho de 2012, aps o
impeachment de Fernando Lugo. O processo contra Lugo foi iniciado
por conta do conflito agrrio que terminou com 17 mortos no interior
do pas. A oposio acusou Lugo de ter agido mal no caso e de estar
governando de maneira "imprpria, negligente e irresponsvel". Ele
tambm foi acusado por outros incidentes ocorridos durante o seu
governo, como ter apoiado um motim de jovens socialistas em um
complexo das Foras Armadas e no ter atuado de forma decisiva no
combate ao pequeno grupo armado Exrcito do Povo Paraguaio,
responsvel por assassinatos e sequestros durante a ltima dcada, a
maior partes deles antes mesmo de Lugo tomar posse. O processo de
impeachment aconteceu rapidamente, depois que o Partido Liberal
Radical Autntico, do ento vice-presidente Franco, retirou seu apoio
coalizo do presidente socialista. A votao, na Cmara, aconteceu no
dia 21 de junho, resultando na aprovao por 76 votos a 1 at mesmo
parlamentares que integravam partidos da coalizo do governo votaram
contra Lugo. No mesmo dia, tarde, o Senado definiu as regras do
processo. Na sexta, o Senado do Paraguai afastou Fernando Lugo da
presidncia. O placar pela condenao e pelo impeachment do socialista
foi de 39 senadores contra 4, com 2 abstenes. Federico Franco
assumiu a presidncia pouco mais de uma hora e meia depois do
impeachment de Lugo. UNASUL - A Unio de Naes Sul-Americanas
(UNASUL) formada pelos doze pases da Amrica do Sul. O tratado
constitutivo da organizao foi aprovado durante Reunio Extraordinria
de Chefes de Estado e de Governo, realizada em Braslia, em maio de
2008 e ratificada em 2011. A Unio das Naes Sul-Americanas (Unasul)
uma organizao reconhecida pela ONU que tem o objetivo de facilitar
as relaes entre seus 12 pases membros: Argentina, Bolvia, Brasil,
Chile, Colmbia, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai
e Venezuela. No se trata, porm, de um bloco como o Mercosul e a
Unio Europeia. Entidades desse tipo visam apenas a integrao
econmica. A Unasul, ao contrrio, uma entidade com propostas mais
abrangentes. Ela tem metas polticas e estratgicas tambm, que
incluem a criao de um parlamento, um conselho de defesa e um banco
continental. L na frente, em um futuro ainda distante, a ideia que
tudo isso acabe resultando na formao de uma grande zona de livre
comrcio. Ainda assim, no d para classific-la como um bloco de
interesses estritamente econmicos. Na parte econmica, a inteno da
Unasul por enquanto auxiliar na convergncia dos blocos j
existentes: o MERCOSUL e a Comunidade Andina de Naes. Unasul decide
suspender Paraguai do bloco junho 2012 Suspenso do pas ocorreu com
base no tratado constitutivo do bloco sul-americano. A suspenso
ocorreu com base no tratado constitutivo Unasul. A Unasul tambm
aprovou a criao de uma comisso para fiscalizar o processo eleitoral
paraguaio. Mercosul suspende Paraguai e anuncia adeso da Venezuela
Paraguai fica de fora do bloco at eleies presidenciais de abril de
2013. Venezuela entra como membro pleno do bloco comercial em 31 de
julho.
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O Mercosul decidiu suspender temporariamente o Paraguai at as
novas eleies presidenciais do pas, em 2013, e afirmou que a
Venezuela ser incorporada ao bloco como "membro de pleno direito".
Alm dos pases fundadores e da Venezuela, o Mercosul tem Chile,
Bolvia, Equador e Peru como pases associados. Os anncios foram
feitos na cpula semestral do bloco na cidade argentina de Mendoza.
O Mercosul "suspendeu temporariamente o Paraguai at que se leva a
cabo o processo democrtico que novamente instale a soberania
popular" no pas, disse a presidente argentina, ao lado da
presidente do Brasil, Dilma Rousseff, e do presidente do Uruguai,
Jos Mujica. As medidas contra o Paraguai ocorrem em resposta ao
processo de impeachment do presidente Fernando Lugo, em junho de
2012 e que foi repudiado pelos pases sul-americanos. Nenhum
representante do novo governo paraguaio, agora presidido por
Federico Franco, ex-vice de Lugo, participou da cpula. Venezuela A
Venezuela ser incorporada ao bloco em cerimnia que ser realizada no
Rio de Janeiro, em 31 de julho de 2012. O processo de ingresso da
Venezuela havia se iniciado em 2006, aps ser solicitado um ano
antes, mas estava parado por conta da negativa do Congresso do
Paraguai a ratific-lo. O presidente da Venezuela, Hugo Chvez, disse
que a entrada do pas no bloco era uma "derrota para o imperialismo
e as burguesias". Mais cedo, em Assuno, Federico Franco disse que,
se a suspenso paraguaia se confirmasse, o pas iria buscar novos
parceiros comerciais. Franco tambm prometeu manter o cronograma
eleitoral no pas. BRASIL NO HAITI Brasil comanda misso da ONU para
reorganizar pas O Haiti est localizado na Amrica Central insular,
na parte oeste da ilha La Hispaniola. O pas apresenta o pior IDH -
ndice de Desenvolvmento Humano - das Amricas e um dos piores do
mundo. Possui uma populao de quase 8,6 milhes de habitantes com 96%
formada por populao negra ou mestia. A ocupao europia foi feita
inicialmente pela Espanha. A partir de 1697, o territrio foi
dominado pelos franceses, que implantaram a agricultura canavieira
com a mo-de-obra escrava vinda da frica. Embora tenha se tornado
independente em 1804, o Haiti sofreu invases da Espanha e dos EUA
(1915 a 1934). Papa Doc e Baby Doc Em 1957, Franois Duvalier
(chamado Papa Doc) foi eleito presidente do Haiti e criou a Milcia
de Voluntrios da Segurana, cujos membros, mais conhecidos como
Tonton Macoutes ("bichos papes", no dialeto local), eliminaram a
oposio. Iniciou-se, ento, um regime ditatorial baseado no terror,
inclusive com elementos do sobrenatural: o vodu passou a ser usado
para amedrontar a populao descontente e ameaar a Igreja. Com a sua
morte do Papa Doc, em 1971, seu filho Jean-Claude Duvalier (ou Baby
Doc) assumiu o poder e continuou com os mesmos mtodos de controle e
represso. A insatisfao popular cresceu a ponto do Baby Doc ser
forado a abandonar o pas em 1986. Uma junta governou o pas at as
eleies de 1990, vencidas pelo padre de esquerda Jean Bertrand
Aristide que sofreu um golpe de Estado e se refugiou no Canad.
Muitos refugiados se dirigiram aos EUA e pases vizinhos, o que
levou o governo norte-americano de Bill Clinton e a ONU a
reivindicarem o retorno de Aristide ao poder. A Era Aristide Ao
retornar ao Haiti, Aristide dissolveu o exrcito haitiano e governou
at 1995, quando elegeu o seu sucessor: Ren Prval. Nas eleies de
2000, Aristide venceu novamente, com 92% dos
votos, e o seu partido ganhou todas as cadeiras de deputados e
senadores em disputa. Porm, em 2004 o Haiti possua cerca de 70% da
sua populao desempregada, o mandato dos deputados e senadores se
encerrou sem novas eleies e Aristide governava por decretos. A
oposio ao seu governo aumentou e armou-se, comeou uma luta armada e
Aristide deixou o pas (retirado pelos EUA, fora). Tropas da ONU No
mesmo ano, a ONU enviou tropas com soldados do Chile, EUA, Canad e
Frana e instalou um governo provisrio. O Conselho de Segurana da
ONU instituiu a Operao Minustah para garantir a segurana e as
condies estveis de modo a restabelecer um processo poltico e
constitucional no pas. O comando das tropas foi confiado ao Brasil.
A Operao Minustah visa ajudar o governo transitrio, na reforma de
sua polcia nacional e em programas de desarmamento de grupos
paramilitares e bandidos. O Brasil enviou cerca de 1.200 soldados
para o Haiti e assumiu o comando das tropas das ONU (cerca de 8.360
soldados de 40 pases). O Brasil em ao no Haiti Em 2006, o general
brasileiro Urano Teixeira da Matta Bacellar se suicidou. O suicdio
teria sido causado pela falta de perspectiva de soluo dos conflitos
internos no Haiti (pois eles deixaram de ser polticos e os
problemas sociais ganharam maior importncia): desemprego em torno
de 80% da populao, desestruturao social, aumento da violncia e a
falta de ajuda internacional. Para o Brasil, o comando das tropas
da ONU visto como uma forma de o pas pleitear um assento no
Conselho de Segurana da ONU, ganhar experincia na luta contra o
crime em favelas do Rio de Janeiro (o exrcito realizou uma seqncia
de incurses que desmontaram as gangues de Cit Soleil - favela
localizada na capital, Porto Prncipe, a rea mais violenta do Haiti)
e melhorar os equipamentos militares de combate urbano (o que j
ocorreu com o Cascavel e o Urutu). Venezuela Crise do adiamento
posse de Chaves Janeiro de 2013
Com o argumento de que h "continuidade administrativa" na
presidncia aps a reeleio em outubro do presidente Hugo Chvez, desde
1999 no poder, a Suprema Corte da Venezuela decidiu que
constitucional a prorrogao da posse do lder venezuelano. A deciso
foi anunciada em meio a um acalorado debate entre o governo e a
oposio sobre se a Constituio estabelece que o presidente da
Venezuela, que est em um hospital em Havana com complicaes por uma
infeco pulmonar aps sua quarta cirurgia relativa a um cncer,
deveria tomar posse na quinta-feira, como estabelecido no texto
constitucional. O vice-presidente Nicols Maduro anunciou que Chvez
no poderia comparecer posse na data prevista. Chvez foi reeleito em
outubro para seu quarto mandato, o que lhe permitiria ficar no
poder at 2019, quando totalizaria 20 anos na presidncia. - Oposio
argumenta que mandato atual de Chvez (2007-2013) termina no dia 10,
quando teria de assumir obrigatoriamente para seu quarto mandato
(2013-2019). Data da posse seria essa tanto
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para a cerimnia na Assembleia Nacional quanto na Suprema Corte.
Assim, autoridades (como o vice-presidente) nomeadas por Chvez em
seu mandato prvio no teriam legitimidade aps essa data. Segundo a
oposio, a nica forma de prorrogar a cerimnia de posse seria a
Assembleia aprovar uma "ausncia temporria" de 90 dias para Chvez,
perodo que poderia ser estendido por mais 90 dias e em que o lder
do Congresso unicameral governaria interinamente. Para os
opositores, a Suprema Corte deveria indicar uma equipe mdica para
determinar a condio de sade de Chvez. - Governo diz que artigo 231
no estabelece prazo para juramento ao cargo ser feito perante
Suprema Corte. Assim, diante de um imprevisto, presidente eleito
poderia assumir perante essa corte a qualquer hora. Segundo o
vice-presidente Nicols Maduro e o presidente da Assembleia Nacional
do pas, Diosdado Cabello, Chvez j presidente h 14 anos e pode dar
continuidade ao governo sem cumprir a formalidade do juramento. O
governo tambm argumenta que, no caso de Chvez, aplica-se o Artigo
235 da Constituio, que obriga o presidente a pedir autorizao
Assembleia Nacional para ausentar-se do pas por mais de cinco dias
medida que Chvez tomou antes de embarcar para Cuba. Assim, como
pediu permisso para fazer o tratamento mdico, sua ausncia no
poderia ser considerada temporria nem absoluta. At ele voltar, vice
permaneceria em seu lugar e no haveria mudanas no gabinete. Resumo
Poltico de 2012 nas 3 Amricas O ano de 2013 comea com decises
importantes na poltica e na economia das Amricas. Nos Estados
Unidos, o Congresso aprovou um acordo para evitar o abismo fiscal,
uma srie de medidas, como corte de gastos pblicos e aumento de
impostos, que poderia levar o pas a outra recesso. Na Amrica
Latina, a maior expectativa quanto sade do presidente venezuelano
Hugo Chvez, que se recupera de uma cirurgia para tratamento de
cncer. Ele foi reeleito pela quarta vez em 2012 e, caso no consiga
ser empossado, poder ser o fim da revoluo bolivariana. Em Cuba, um
dos ltimos regimes comunistas do mundo, entrar em vigor dia 14 a
nova lei migratria, que acaba com as restries para que cubanos
saiam da ilha. Nas duas maiores economias da Amrica do Sul, Brasil
e Argentina, as atenes estaro voltadas para as finanas. A economia
brasileira cresce em ritmo lento (menos de 1% previstos para 2012),
enquanto na Argentina, a poltica econmica derrubou a popularidade
da presidente Cristina Kirchner. J o Uruguai, que aprovou a
descriminalizao do aborto, deve discutir agora o casamento gay e a
legalizao da maconha. No Paraguai, a populao vai s urnas para
escolher o substituto do presidente Fernando Lugo, alvo de
impeachment ano passado. Poltica internacional: Eleies nos EUA e
troca de presidente na China - 2013 Estados Unidos e China
iniciaram em 2013 seus processos de transio de poder, cujos
resultados afetam todo o mundo. Nos Estados Unidos, o democrata
Barack Obama foi reeleito presidente no dia 6 (tera-feira). Foram
as eleies presidenciais mais disputadas das ltimas dcadas. A
expectativa agora para uma resoluo dos problemas econmicos do pas,
que acumula uma taxa de desemprego de quase 8% e um dficit pblico
que ultrapassa US$ 1 trilho. Na China, a troca de comando comeou
com a abertura do 18o Congresso do Partido Comunista, em 8 de
novembro (quinta-feira). O processo de escolha das lideranas
presidente e primeiro-ministro obscuro e fechado, realizado pelo
partido que governa desde 1949.
BRASIL: ESPAO E SOCIEDADE O Brasil dividido em 3 macrorregies
econmicas Centro-Sul - Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paran,
So
Paulo, Rio de Janeiro, Esprito Santo, Minas Gerais, Mato Grosso
do Sul e Gois.
Nordeste - Bahia, Pernambuco, Alagoas, Cear, Rio Grande do
Norte, Paraba, Piau e Maranho.
Amaznia - Mato Grosso, Tocantins, Par, Amap, Rondnia, Amazonas,
Acre e Roraima.
Cada macrorregio possui caractersticas distintas devido a vrios
fatores, como histria, desenvolvimento, populao, economia. A regio
Centro-Sul, de todas as macrorregies, a mais desenvolvida, no s
economicamente, mas tambm em indicadores sociais (sade, educao,
renda, mortalidade infantil, analfabetismo entre outros). As
migraes internas
Na histria das migraes internas do pas, a maioria partiu do
Nordeste. Na dcada de 50 para a construo de Braslia (Candangos);
entre 1950 e 1985 para as grandes cidades do Sudeste, contribuindo
para a expanso urbano-industrial e a partir da dcada de 1970, para
a Amaznia. Por outro lado, o maior fluxo migratrio ocorrido na
histria do Brasil foi o da industrializao, que trouxe migrantes de
vrias regies brasileiras para o eixo Rio-So Paulo, atrados pela
grande oferta de emprego e a falta de condies nas regies de origem
dos migrantes. Segundo o IBGE, a mobilidade da populao brasileira
aumentou na segunda metade do sculo XX. Entre a dcada de 1940 e o
final dos anos 80, aproximadamente 57 milhes de brasileiros mudaram
de cidade ou regio. Durante todo o processo de povoamento do
Brasil, elas tiveram um papel de destaque. No incio foram as reas
marginais da zona
aucareira nordestina, seguidos pela pecuria no agreste e serto
nordestino, O passo seguinte foi o da minerao, em Minas Gerais que
levou um grande contingente de pessoas para a regio. At mesmo a
regio amaznica tambm foi um forte plo de atrao migratria, com o
ciclo da borracha, acompanhado pela expanso cafeeira no Sudeste. A
regio que menos teve migraes at este perodo foi o Sul do pas, onde
os imigrantes fizeram uma colonizao diferenciada do restante do
pas, mas a partir de 1970, eles foram incentivados a trabalhar em
reas da regio Norte, atravs de vantagens oferecidas pelo governo.
Migrao interregional O Sudeste ainda um dos principais destinos dos
migrantes. Hoje em dia, o Centro-Oeste a regio que mais recebe
gente. Sul e o Norte apresentam equilbrio de entrada e sada de
pessoas. O Nordeste ainda a regio de maior emigrao. No entanto, de
acordo com o ltimo Censo do IBGE, o padro das migraes internas
mudou drasticamente e notado um fluxo de retorno regio de origem,
devido as limitaes do mercado de trabalho, devido crise
socioeconmica da dcada de 80, que persiste at hoje, com reduo no
nmero de empregos e aumento no nmero de pessoas subempregadas.
Sudeste heterogeneidade estrutural e perspectivas O crescimento
industrial ocorrido na fase conhecida como milagre brasileiro, a
partir do final da dcada de 60 e durante os anos 70, baseou-se
fundamentalmente no padro industrial e tecnolgico anterior, com
grande nfase em indstrias de bens intermedirios, altamente
intensivas em recursos naturais, e de bens durveis de consumo. A
existncia de variados mecanismos de incentivos estaduais e
regionais e uma ampla fronteira de recursos naturais, apoiada no
avano da infra-estrutura, propiciaram um processo de desconcentrao
para vrias regies e estados brasileiros.
-
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O crescimento agropecurio, ao contrrio, se fez com grandes
transformaes estruturais e tecnolgicas, especialmente com a
incorporao produtiva dos cerrados. Assim, ao lado do grande
crescimento da produo de4gros nos estados do Sul do Brasil ocorreu
tambm o movimento da fronteira em sentido ao Centro-Oeste. O
movimento migratrio e os servios tenderam a acompanhar o
crescimento industrial e agropecurio. As transformaes estruturais
em curso alteraro, seguramente, o sentido regional do
desenvolvimento econmico brasileiro. No Brasil, quase 40% da
populao mora fora do municpio no qual nasceu As persistentes
desigualdades entre as regies do Brasil so h dcadas motivo para
migraes internas. Pelas contas do Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatstica (IBGE), 39,8% da populao, cerca de 72 milhes de
brasileiros, vive fora do municpio de origem. A maioria est em
idade economicamente ativa, entre 18 e 39 anos. Comparando-se os
dados recentes aos do Censo de 2000, verifica-se que o volume de
migrantes que circulam entre as regies do pas caiu de 5,2 milhes
para 4,8 milhes, um decrscimo de 7%. O Sudeste deixou de ser o
principal destino das migraes. Isso ocorre em razo do aumento de
investimentos no Interior, principalmente na Regio Centro-Oeste,
que passou a atrair a maioria dos migrantes brasileiros, tendo
36,3% de populao vinda de fora (veja a tabela abaixo). Segundo o
IBGE, atualmente Mato Grosso o estado lder em crescimento na
participao do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, resultado da
expanso agrcola e da indstria. Os nmeros tambm evidenciam o avano
de migrantes em direo Amaznia. No entanto, uma tendncia histrica se
mantm: a regio que mais exporta migrantes ainda o Nordeste.
Nordestinos totalizam 33% da populao em outras localidades do pas.
Mas o Nordeste tambm vive a migrao de retorno. Entre 1999 e 2004,
714 mil nordestinos regressaram regio. Os estados onde esse
movimento mais evidente so o Maranho, com um aumento de 79%, e o
Rio Grande do Norte, com crescimento de 54%. O fator determinante
para o retorno a desconcentrao industrial em benefcio de todas as
regies do pas. Dados do Censo IBGE 2011 Dados Preliminares Palmas a
capital com o maior crescimento populacional em 10 anos Segundo o
IBGE, migrao justifica aumento no nmero de habitantes. So Paulo e
Rio de Janeiro apresentam queda na taxa de crescimento. Palmas a
capital brasileira que apresentou, entre 2000 e 2010, a maior taxa
mdia de crescimento anual de populao, segundo dados do Censo
Demogrfico 2010. A populao de Palmas foi a que mais cresceu entre
as capitais em funo do crescimento migratrio. Como o Tocantins um
estado criado recentemente, h muita migrao De acordo com o Censo
2010, na capital do Tocantins, a taxa de crescimento foi de 5,2% em
dez anos. O segundo lugar, entre as capitais, ocupado por Boa
Vista, em Roraima (3,55%), seguido de Macap, no Amap (3,46%). J a
capital brasileira com a menor taxa mdia de crescimento anual no
perodo foi Porto Alegre (0,35%), seguida por Belo Horizonte
(0,59%). Cidades mais populosas As cidades de So Paulo e Rio de
Janeiro, que lideram, em 2000 e 2010, o ranking dos municpios mais
populosos, vm apresentando queda na taxa de crescimento, apesar do
aumento populacional em nmeros absolutos. Essas duas cidades
continuam sendo reas de atrao, mas no com tanto mpeto quanto h
algumas dcadas. Os movimentos migratrios vm diminuindo ao longo do
tempo e uma das principais causas para isso a exigncia de um nvel
de escolaridade alto no mercado de trabalho das grandes metrpoles.
Com isso, o imigrante tem dificuldade de se inserir e acaba optando
por municpios onde a mo de obra menos qualificada.
Percentual de idosos na populao segue em crescimento Nas ltimas
dcadas, o Brasil tem registrado reduo significativa na participao
da populao com idades at 25 anos e aumento no nmero de idosos. E a
diferena mais evidente se comparadas as populaes de at 4 anos de
idade e acima dos 65 anos. De acordo com o IBGE, o grupo de crianas
de 0 a 4 anos do sexo masculino, por exemplo, representava 5,7% da
populao total em 1991, enquanto o feminino representava 5,5%. Em
2000, estes percentuais caram para 4,9% e 4,7%, chegando a 3,7% e
3,6% em 2010. Enquanto isso, cresce a participao relativa da
populao com 65 anos ou mais, que era de 4,8% em 1991, passando a
5,9% em 2000 e chegando a 7,4% em 2010. A Regio Norte, apesar do
contnuo envelhecimento, ainda apresenta, segundo o IBGE uma
estrutura bastante jovem. As regies Sudeste e Sul so as mais
envelhecidas do pas Distribuio por sexo De acordo com o Censo 2010,
h 96 homens para cada 100 mulheres no Brasil. A diferena ocorre,
segundo o IBGE, porque a taxa de mortalidade, entre homens,
superior. Mas nascem mais homens no pas: a cada 205 nascimentos,
105 so de homens. Das grandes regies, a nica que foge regra a Regio
Norte, onde os homens so maioria. Isso se d por conta da migrao
dessa localidade, onde h atividade de minerao para os homens. Censo
2010 contabiliza mais de 60 mil casais homossexuais O Brasil tem
mais de 60 mil casais homossexuais, segundo dados preliminares do
Censo Demogrfico 2010. Essa foi a primeira edio do recenseamento do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE) a
contabilizar a populao residente com cnjuges do mesmo sexo. Nmero
de moradores por domiclio cai 13,2% em 10 anos Em 2000, a mdia de
moradores em domiclios particulares ocupados era de 3,8. Agora est
em 3,3. Tendncia de declnio est relacionada reduo da fecundidade.
(IN)JUSTIA SOCIAL NO BRASIL Racismo, Preconceito e Intolerncia no
Brasil Discriminao - Os negros (pretos e pardos) representam 47,3%
da populao brasileira. Na camada mais pobre da populao, eles so
66%. No topo da pirmide social, h apenas um negro para cada nove
brancos. Raiz histrica - A discriminao racial vem da poca da
escravido. Sua abolio, porm, no foi acompanhada de polticas para
melhorar a condio de vida dos ex-escravos. Como resultado,
perpetuou-se a pobreza dos negros. Condies de vida - O
analfabetismo atinge 12,9% dos negros. Em mdia, eles tm dois anos
de estudos a menos que os brancos. Apenas 16% chegam faculdade, e s
2% se formam. Na mdia
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nacional, a renda dos negros equivale metade da renda dos
brancos. A discriminao fica patente quando, mesmo com formao
idntica e ocupando cargos equivalentes ao dos brancos, os negros
recebem salrios menores. Aes afirmativas - O Brasil hoje discute o
uso de cotas e polticas afirmativas para ampliar as oportunidades
aos negros. Entre as medidas, est a reserva de cotas nas
universidades. As medidas so polmicas: no possvel definir com
exatido quem negro; alm disso, essas medidas podem provocar mais
discriminao. A unanimidade entre os especialistas a necessidade de
investimento macio para ampliar o acesso educao, desde o ensino
bsico. STJ reconhece casamento civil entre pessoas do mesmo sexo 25
de outubro de 2011 G1 Reconhecimento na instncia superior foi feito
por duas mulheres do Rio Grande do Sul que tiveram o pedido de
casamento civil negado no Estado. O processo partiu de duas cidads
gachas que recorreram ao STJ, aps terem o pedido de habilitao para
o casamento negado na primeira e na segunda instncia. A deciso do
tribunal gacho afirmou no haver possibilidade jurdica para o
pedido. No recurso especial, elas sustentaram no existir
impedimento jurdico para o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Afirmaram, tambm, que deveria ser aplicada ao caso a regra de
direito privado de que permitido o que no expressamente proibido. O
pedido aconteceu aps Supremo Tribunal Federal (STF) ter
reconhecido, em maio deste ano, a unio estvel entre pessoas do
mesmo sexo. Em sua deciso, o STF no deixou clara a possibilidade ou
no do casamento civil, o que provocou decises diferentes de juzes
de primeira instncia pelo Brasil. Intolerncia no Brasil - Pesquisa
Fundao Perseu Abramo
Concentrao de Renda Coeficiente Gini Desenvolvido pelo matemtico
italiano Corrado Gini, o Coeficiente de Gini um parmetro
internacional usado para medir a desigualdade de distribuio de
renda entre os pases. O coeficiente varia entre 0 e 1, sendo que
quanto mais prximo do zero menor a desigualdade de renda num pas,
ou seja, melhor a distribuio de renda. Quanto mais prximo do um,
maior a concentrao de renda num pas. O ndice Gini apresentado em
pontos percentuais (coeficiente x 100). O ndice de Gini do Brasil o
terceiro pior do mundo em 2010, o que demonstra que nosso pas,
apesar da melhora dos ltimos anos, ainda tem uma alta concentrao de
renda.
ndice de Desenvolvimento Humano (IDH) uma medida comparativa
usada para classificar os pases pelo seu grau de "desenvolvimento
humano" e para separar os pases desenvolvidos (muito alto
desenvolvimento humano), em desenvolvimento (desenvolvimento humano
mdio e alto) e subdesenvolvidos (desenvolvimento humano baixo).Todo
ano, os pases membros da ONU so classificados de acordo com essas
medidas. O IDH tambm usado por organizaes locais ou empresas para
medir o desenvolvimento de entidades subnacionais como estados,
cidades, aldeias, etc. O ndice foi desenvolvido em 1990 pelos
economistas Amartya Sen e Mahbub ul Haq, e vem sendo usado desde
1993 pelo Programa das Naes Unidas para o Desenvolvimento no seu
relatrio anual. O IDH combina trs dimenses:
Expectativa de vida ao nascer Anos Mdios de Estudo e Anos
Esperados de
Escolaridade PIB (PPC) per capita
Mudana de metodologia em 2010 do IDH-ONU No antigo IDH, os pases
eram classificados no intervalo de 0 a 1. Quanto mais prximo de 1,
mais desenvolvido o pas. Quanto mais prximo de zero, menos
desenvolvido. A partir de 2010, dividiu-se o ranking de 169 pases
em quatro partes os de desenvolvimento humano muito alto so a
parcela de 25% que est no topo da tabela; os de alto
desenvolvimento so os 25% seguintes; os de mdio, outros 25%; e os
de baixo desenvolvimento, os 25% ltimos. Segundo o relatrio, o IDH
do Brasil apresenta "tendncia de crescimento sustentado ao longo
dos anos". Mesmo com a adoo da nova metodologia, o Brasil continua
situado entre os pases de alto desenvolvimento humano.
Brasil ocupa 84 posio entre 187 pases no IDH 2011
O ndice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil em 2011 de
0,718 na escala que vai de 0 a 1. O ndice usado como referncia da
qualidade de vida e desenvolvimento sem se prender apenas em ndices
econmicos. No ano passado, o Brasil aparecia classificado como o 73
melhor IDH de 169 pases, mas, segundo o Pnud, o pas estaria em 85
em
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2010, se fosse usada a nova metodologia. Desta forma, pode-se
dizer que em 2011 o pas ganhou uma posio no ndice em relao ao ano
anterior, ficando em 84 lugar. Dilma sanciona lei que cria Comisso
da Verdade 18 de novembro de 2011 A presidente Dilma Rousseff
sancionou hoje a lei que permite aos cidados ter acesso a informaes
pblicas e a lei que cria a Comisso da Verdade. Em cerimnia no
Palcio do Planalto, Dilma destacou que essas duas leis "representam
um grande avano nacional e um passo decisivo na consolidao da
democracia brasileira". "A informao torna-se aberta em todas as
suas instncias. A Lei de Acesso Informao, de autoria do Executivo e
que foi encaminhada em maio de 2009 ao Congresso Nacional, entra em
vigor em seis meses. Ela garante o acesso a documentos pblicos de
rgos federais, estaduais, distritais e municipais dos trs Poderes.
Comisso da Verdade A Comisso da Verdade foi criada para investigar,
em dois anos, violaes de direitos humanos ocorridas entre 1946 e
1988. A comisso ser composta por sete membros, nomeados pela
Presidncia da Repblica. A cracolndia no para os ingnuos Marcus
Guterman - 08 de janeiro de 2012 uma pena que, quando enfim o
Estado resolveu aparecer na cracolndia, a ao esteja visceralmente
contaminada por interesses eleitoreiros e econmicos. Essa
promiscuidade obnubila o fato de que, sim, era necessrio tomar
alguma providncia para acabar com um dos smbolos mais
impressionantes da patologia da sociedade paulistana que se
emociona com um cachorro que apanhou de sua dona, mas no tem a
mesma considerao por pessoas destitudas de sua humanidade. Hoje
sabe-se que os governos estadual e municipal decidiram agir para
acabar com a cracolndia porque o governo federal j planejava faz-lo
e, claro, tudo isso est no contexto da eleio para a prefeitura de
So Paulo. Drogas e viciados perambulando por a so um tema central
para eleitores normalmente conservadores como o paulistano. Atacar
o problema, mesmo com truculncia e precipitao, deve render votos
preciosos. Ademais, um dos projetos mais significativos do prefeito
Gilberto Kassab e de seus simpatizantes do setor imobilirio
reformar justamente a regio onde fica a cracolndia. Visto dessa
perspectiva, o problema claramente de higienizao social, para
satisfazer eleitores e empreiteiros. Nada disso, porm, deveria
descaracterizar a urgncia do problema, que de sade pblica, de
segurana e de direitos os dos viciados e tambm os das pessoas
comuns que no conseguem circular por uma parte de sua prpria
cidade. A politizao da ao estatal na cracolndia, tanto por parte
dos governantes quanto por parte de seus crticos, no ajuda a
colocar o drama em sua justa dimenso. No limite, mesmo atabalhoada,
a Operao Cracolndia era necessria e inadivel, e seus resultados,
ainda que parciais ou mesmo eventualmente violentos, devero servir
para balizar futuras aes gerando um necessrio contraponto ao
discurso ingnuo segundo o qual o problema da cracolndia pode ser
combatido com sopo noturno e compaixo crist.
http://blogs.estadao.com.br/marcos-guterman/a-cracolandia-nao-e-para-os-ingenuos/
Pinheirinho, Cracolndia e USP: em vez de poltica, polcia! Raquel
Rolnik - 23 de janeiro de 2012 Domingo, 22 de janeiro de 2012, 6h
da manh, So Jos dos Campos (SP). Milhares de homens, mulheres,
crianas e idosos moradores da ocupao Pinheirinho so surpreendidos
por um cerco formado por helicpteros, carros blindados e mais de
1.800 homens armados da Polcia Militar. Alm de terem sido
interditadas
as sadas da ocupao, foram cortados gua, luz e telefone, e a
ordem era que famlias se recolhessem para dar incio ao processo de
retirada. Determinados a resistir j que a reintegrao de posse havia
sido suspensa na sexta feira - os moradores no aceitaram o comando,
dando incio a uma situao dramaticamente violenta que se prolongou
durante todo o dia e que teve como resultado famlias desabrigadas,
pessoas feridas, detenes e rumores, inclusive, sobre a existncia de
mortos. Nos ltimos 08 anos, os moradores da ocupao lutam pela sua
permanncia na rea. Ao longo desse tempo, eles buscaram firmar
acordos com instncias governamentais para que fosse promovida a
regularizao fundiria da comunidade, contando para isto com o fato
de que o terreno tem uma dvida milionria de IPTU com a prefeitura.
O terreno pertence massa falida da empresa Selecta, cujo
proprietrio o especulador financeiro Naji Nahas, j investigado e
temporariamente preso pela Polcia Federal na operao Satiagraha. No
fim da semana, vrias foram as idas e vindas judiciais favorveis e
contrrias reintegrao, assim como as tratativas entre governo
federal, prefeitura, governo de Estado e parlamentares para
encontrar uma sada pacfica para o conflito.Com o processo de
negociao em curso e com posicionamentos contraditrios da Justia, o
governo do Estado decide armar uma operao de guerra para encerrar o
assunto. 03 de janeiro de 2012, regio da Luz, centro de So Paulo. A
Polcia da Militar inicia uma ao de "limpeza" na regio denominada
pela prefeitura como Cracolndia. Em 14 dias de ao, mais de 103
usurios de drogas e frequentadores da regio foram presos pela
polcia com uso da cavalaria, spray de pimenta e muita truculncia.
Em seguida, mais de trinta prdios foram lacrados e alguns
demolidos. Esta regio objeto de um projeto de "revitalizao" por
parte da prefeitura de So Paulo, que pretende conced-la "limpinha"
para a iniciativa privada construir torres de escritrio e moradia e
um teatro de pera e dana no local. Moradores dos imveis lacrados
foram intimados a deixar a rea mesmo sem ter para onde ir.
Comerciantes que atuam no maior polo de eletroeletrnicos da Amrica
Latina, a Santa Efignia , assim como os moradores que h dcadas
vivem ali, vm tentando, desde 2010, bloquear a implantao deste
projeto, j que este desconsidera absolutamente suas demandas. 08 de
novembro de 2011, 05h10 da manh, Cidade Universitria, So Paulo. Um
policial aponta a arma para uma estudante de braos levantados, a
tropa de choque entra no prdio e arromba portas (mesmo depois de a
polcia j estar l dentro), sem deixar ningum mais entrar (nem a
imprensa, diga-se de passagem), nem sair, tudo com muita
truculncia. Este foi o incio do processo de desocupao da Reitoria
da Universidade de So Paulo, ocupada por estudantes em protesto
presena da PM no Campus. Os estudantes so surpreendidos por um
cerco formado pela tropa de choque e cavalaria, totalizando mais de
300 integrantes da Polcia Militar. Depois de horas de ao violenta,
so retirados do prdio e levados pres