Relatório de Actividades 2008 - drapc.min-agricultura.pt · Em 22 de Março, após as 1ªs chuvas, foi observado o 1º ascósporo projectado no Capta-Esporos, tendo terminado a projecção
Post on 01-Dec-2018
213 Views
Preview:
Transcript
1
Relatório de Actividades
2008
Sub-Estação de Avisos da Guarda
Joaquim Almeida
Otilia Silva
2
INTRODUÇÃO
O trabalho desenvolvido pelo Serviço de Avisos , tem como primordial objectivo o
aconselhamento das intervenções fitossanitarias com oportunidade, visando o combate
racional dos inimigos - chave das principais culturas da região, nomeadamente das
Pomoideas, Vinha, Olival e Prunoideas, de modo a reduzir o consumo de pesticidas,
garantindo uma eficaz protecção fitossanitaria, maior protecção do ambiente(solo e
água), manter o equilíbrio dos ecossistemas agrários, permitindo ao agricultor inscrito
no serviço de avisos uma redução dos custos fitossanitarios de forma a manter a
actividade agrícola.
Estas actividades inserem-se nas metodologias desenvolvidas pela Sub-Estação de
Avisos da Guarda, com objectivo de informar da oportunidade dos tratamentos
fitossanitarios.
O acompanhamento das actividades da Sub-Estação de Avisos, nos postos biológicos e
fenologicos, recolha e tratamento de toda a informação foi efectuado pela Técnica Otília
Silva, a trabalhar no âmbito do Programa Agro, medida 8.2 da DRAPC.
O tratamento da informação recolhida do campo, foi apoiado pela rede de Estações
Meteorológicas Automáticas pertencentes á Estação de Avisos da Guarda.
3
1 – POMOIDEAS – Macieiras e Pereiras As observações biológicas e fenologicas foram realizadas semanalmente nos postos
biológicos de Vela, Nabais, Moimentinha e Pinhel, relativamente aos seus principais
inimigos ,Pedrado, Bichado, Piolho de S.José e Ácaros.
1.1 - Pedrado (Venturia inaequalis) O Pedrado é doença-chave na região, representando cerca de 40 a 50% das
intervenções no pomar, onde na maioria dos anos por falta de oportunidade da aplicação
dos produtos fitofarmaceuticos ou de outros factores, que contribuem para uma
deficiente aplicação dos fitofarmacos, poderá resultar em níveis de estragos superiores a
10% de frutos atacados, inviabilizando a comercialização de parte da produção,
reduzindo a eficiência técnico económica da exploração agrícola.
Conscientes desta situação, tem procurado o serviço de Avisos da Guarda, efectuar uma
informação de qualidade dos avisos agrícolas aos agricultores inscritos no serviço de
Avisos.
Durante o ano de 2008, mantivemos a instalação do Capta – esporos no posto biológico
Qtª de Lamaçais, ao abrigo do Projecto Agro, Medida 8.2, afim de avaliarmos a
importância biológica do fungo.
Assim, resumidamente, as metodologias seguidas pelo serviço de Avisos da Guarda
foram:
1º-Maturação de peritecas 2º-Projecção de ascósporos 3º-Previsão das contaminações 4º-Aconselhamento de tratamentos
4
1.1.1- Maturação de peritecas
Para avaliação do início do risco da doença, a partir do inicio de Março, procedeu-se
semanalmente à recolha de folhas portadoras de peritecas, dos postos de observação
biológicos, para observação à lupa binocular da evolução da maturação de peritecas.
Constatamos de modo geral que as peritecas encontravam-se na sua maioria maduras, a
partir da 2ªquinzena de Março quando as pomoideas apresentavam inicio da rebentação.
Em 14 de Março, foi emitido o 1º aviso, quando as macieiras se encontravam no estado
fenológico C3-D, para as variedades mais precoces. Pelo que, a partir desta data, se
ocorressem condições climáticas favoráveis, caso da chuva, poderiam ocorrer infecções
de pedrado.
1.1.2 – Projecção de ascósporos
Para avaliarmos a importância biológica do fungo ao longo do tempo instalou-se, a 11
de Março, o Capta-Esporos na estação Meteorológica da Qtª de Lamaçais.
Em 22 de Março, após as 1ªs chuvas, foi observado o 1º ascósporo projectado no
Capta-Esporos, tendo terminado a projecção de ascósporos a 9 de Junho.
A troca da fita do Capta – Esporos foi efectuada uma vez por semana, exceptuando
algumas situações de períodos de chuva, em que fomos retirar a fita já projectada, afim
de avaliarmos a importância das projecções dos ascósporos imediatamente, após chuva
contaminadora.
O quadro seguinte mostra os resultados da projecção de ascósporos / dia, na Qtª de
Lamaçais:
Quadro1 – Projecção de ascosporos
Precipitação(mm) N.º ascosporos
projectados T.Média(ºC) 19-03-2008 7,3 20-03-2008 7,9 21-03-2008 10,4 22-03-2008 1,2 3 8,7 23-03-2008 6,9 24-03-2008 8,3 25-03-2008 9,2 26-03-2008 10,1 27-03-2008 11,7 28-03-2008 11,9
5
29-03-2008 13,2 (continuação)
30-03-2008 9,3 31-03-2008 9,2 01-04-2008 12,8 02-04-2008 15,6 03-04-2008 17,4 04-04-2008 16,5 05-04-2008 14,3 06-04-2008 16,1 07-04-2008 16 1 10,7 08-04-2008 19,8 3 12 09-04-2008 18,6 5 13,3 10-04-2008 13,6 3 11,6 11-04-2008 0,6 9,7 12-04-2008 0 8,8 13-04-2008 0 9,1 14-04-2008 0 11,2 15-04-2008 0 10,9 16-04-2008 6,4 2 11,8 17-04-2008 21,4 1 10,7 18-04-2008 8,6 3 9,4 19-04-2008 19,4 5 9 20-04-2008 8 3 9,1 21-04-2008 0,8 2 10,9 22-04-2008 0 12,2 23-04-2008 0,6 14,9 24-04-2008 15,4 25-04-2008 17,2 26-04-2008 18,4 26-04-2008 18 27-04-2008 13,1 28-04-2008 9,2 29-04-2008 10,3 30-04-2008 0,2 10,2 01-05-2008 1 13,3 02-05-2008 16,7 03-05-2008 17,7 04-05-2008 17,7 05-05-2008 17,4 06-05-2008 14,1 07-05-2008 3,4 2 13,1 08-05-2008 4,4 3 11,8 09-05-2008 11,9 10-05-2008 14,8
6
11-05-2008 14,7 (Continuação)
12-05-2008 12,8 13-05-2008 0,4 2 10 14-05-2008 1,8 3 12,5 15-05-2008 25,2 3 14,3 16-05-2008 13,2 17-05-2008 11,3 18-05-2008 2 4 13,7 19-05-2008 0,8 2 13,5 20-05-2008 15,5 21-05-2008 14,4 22-05-2008 11,8 3 14,8 23-05-2008 2 2 10,8 24-05-2008 0,2 11,6 25-05-2008 5,6 4 11,1 26-05-2008 1,8 3 12,5 27-05-2008 6,4 5 11,8 28-05-2008 0,4 13,9 29-05-2008 6,8 13,1 30-05-2008 9,4 2 13,7 31-05-2008 2,6 1 15,1 01-06-2008 0,2 14,5 02-06-2008 16,3 03-06-2008 17,1 04-06-2008 16 05-06-2008 17,8 06-06-2008 17,5 07-06-2008 15,8 08-06-2008 16,2 09-06-2008 4 1 16,2 10-06-2008 17,8 12-06-2008 19,5 16-06-2008 20,6
A maturação de peritecas na região ocorreu em princípios de Março . O inicio da
projecção de ascosporos foi a 22 de Março, atingindo o máximo acumulado das
projecções em 7 de Maio o estado fenologico era queda de pétalas /inicio de vingamento
verificando-se o final da projecção a 9 de Junho.
7
A projecção dos ascosporos em natureza, verificou-se após a ocorrência de precipitação,
onde constatamos que o máximo acumulado de ascosporos projectados ocorreu na fase
fenologica de queda de pétalas , inicio de vingamento fase a que corresponde um risco
biologico elevado.
Grafico1- Precipitação e evolução do acumulado de capturas de ascósporos em 2008. 1.1.3 Previsão das contaminações A previsão das contaminações é realizada com a comparação das condições bioticas e
abioticas do fungo, tendo em atenção a fenologia sensível. O risco de contaminação do
Pedrado é determinado recorrendo ás Curvas de Mills, onde é verificado o n.º de horas
de humectação e a temperatura média do período correspondente.
0
5
10
15
20
25
19-0
3-20
0822
-03-
2008
25-0
3-20
0828
-03-
2008
31-0
3-20
0803
-04-
2008
06-0
4-20
0809
-04-
2008
12-0
4-20
0815
-04-
2008
18-0
4-20
0821
-04-
2008
24-0
4-20
0827
-04-
2008
30-0
4-20
0803
-05-
2008
06-0
5-20
0809
-05-
2008
12-0
5-20
0815
-05-
2008
18-0
5-20
0821
-05-
2008
24-0
5-20
0827
-05-
2008
30-0
5-20
0802
-06-
2008
05-0
6-20
0808
-06-
2008
(mm)
0
20
40
60
80
100(%)Precipitação Acumulados de ascósporos
8
Gráfico 2 – Evolução das infecções de Pedrado 2008 Avisos emitidos: 14/03 – A maioria dos pomares da região encontravam-se no estado fenologico C3 – D (inicio do risco), aconselhávamos um tratamento com um fungicida de acção preventiva.
26/03 – As macieiras encontravam-se em inicio de botão rosa, a meteorologia indicava ocorrência de precipitação recomendamos a renovação do tratamento . 04/04 –Tinham sido observadas manchas de Pedrado em Pereiras. A previsão meteorológica indicava precipitação, recomendamos a realização de tratamento antes das chuvas. 09/04 – Dado o período de risco da doença ser elevado nesta altura, com elevada projecção de ascosporos, e de terem ocorrido precipitações que lavaram o produto em alguns locais, aconselhamos a renovação do tratamento com um produto de acção curativa.
0
5
10
15
20
25
30
14-M
ar
23-M
ar
27-M
ar
31-M
ar
4-Ab
r
8-Ab
r
12-A
br
16-A
br
20-A
br
24-A
br
27-A
br
1-M
ai
5-M
ai
9-M
ai
13-M
ai
17-M
ai
21-M
ai
25-M
ai
29-M
ai
2-Ju
n
6-Ju
n
10-J
un
14-J
un
18-J
un
Prec
ipita
ção
(mm
)
0
5
10
15
20
25
T. Média(ºC)
precipitaçãoT.média
Avisos: 17/06
14/03
26/03 04/04 09/04 17/04 29/04 12/05 02/06
9
17/04 – As condições climáticas continuavam favoráveis á evolução da doença, com a continuação da projecção de ascosporos, recomendamos um tratamento curativo, para os pomares que estavam desprotegidos. 29/04 –Verificávamos o aparecimento de manchas em pomares mal protegidos. Atendendo ao elevado crescimento vegetativo ,aconselhamos a renovação do tratamento. 12/05 –Recomendação da renovação do tratamento para pomares desprotegidos. 23/05 – As condições climáticas eram favoráveis ao desenvolvimento do inoculo da doença, recomendamos a renovação do tratamento com um fungicida de acção preventivo+curativo. 02/06 – Recomendação da renovação do tratamento, a maioria dos pomares apresentava elevado inoculo da doença. 17/06 - Recomendação da renovação do tratamento. 21/07 – Recomendação da realização de um tratamento preventivo.
1.1.4 Avaliação do Grau de Ataque Afim de avaliarmos o grau de ataque do Pedrado , efectuamos observações nos nossos
postos biologicos,em Junho, e á colheita.
Para a estimativa do risco foram observados em cada posto biologico 1000 frutos
(50arvoresx 20frutos),10 árvores na bordadura e 40 no interior do pomar (considerando
fruto afectado, pelo menos 1 mancha com mais de 1 cm2).
Verificamos que o posto biologico de Vascoveiro apresentou valores superiores ao
N.E.A (0,5-1%)
Nos restantes Pob´s os valores foram inferiores ao N.E.A referenciados.
10
Gráfico 3-Percentagem de frutos afectados por V. inaequalis em Junho e à colheita 2008 1.1.5 Conclusões No presente ano verificaram-se condições climáticas favoráveis em Abril, Maio e
Junho, com ocorrência de precipitação durante vários dias seguidos e temperaturas
favoráveis ao desenvolvimento das infecções de Pedrado. Pela avaliação do grau de
ataque nos POB´S e outros pomares da região, constatamos que o Pedrado atingiu uma
incidência baixa, nos frutos, pelo que as metodologias funcionaram com eficiência.
No ano de 2008 verificou-se uma grande incidência de pedrado, em alguns pomares na
região apesar do elevado n.º de tratamentos realizados pelos agricultores, dado que os
tratamentos não foram posicionados com oportunidade, registando-se prejuízos
económicos avultados em algumas parcelas.
0
1
2
3
4
5
Nabais Moimentinha Vascoveiro Qtª Cruzinha
%
Junho Colheita
11
1.2 BICHADO (Cydia pomonella) As metodologias para acompanhamento e monitorização deste inimigo, utilizadas pela
Sub - Estação de Avisos da Guarda, para a emissão dos Avisos Agrícolas foram a
seguintes:
Curvas de Voo, capturas em armadilhas sexuais. Avaliação do Somatório das temperaturas acumuladas, para validação do
Modelo para diferentes fases biológicas da praga.
Aconselhamento ao Agricultor. Estratégias a privilegiar. 1.2.1Curvas de Voo, em Armadilhas Sexuais Foram colocadas armadilhas sexuais, na semana de 11/04, nos postos biológicos de Qtª
Cruzinha, Moimentinha, Nabais e Vascoveiro.
As observações, foram efectuadas uma vez por semana, nos quatro postos de
observação biológica, com os seguintes resultados das capturas:
Curva de Voo Cydia pomonnella
010203040506070
10-A
br
24-A
br
8-M
ai
22-M
ai
5-Ju
n
19-J
un
3-Ju
l
17-J
ul
31-J
ul
14-A
go
28-A
go
Nº c
aptu
ras/
Pob/
sem
ana
Vascoveiro Moimentinha Nabais Qtª Cruzinha
AVISOS 29/04 12/05 17/0602/06 21/07 11/08 28/08
Gráfico 4 – Curvas de Voo Cydia pomonella 2008
12
Verificamos população elevada em todos os postos biológicos principalmente na 1ª
Geração, verificando-se que o N.E.A foi sempre superado (2/ 3 capturas/ha/semana).
Foram contabilizadas um total de 421 capturas no Pob de Qtª da Cruzinha, 409 capturas
no Pob de Nabais, 203 capturas no Pob de Moimentinha e 256 capturas no Pob de
Vascoveiro.
Esta situação foi acompanhada na generalidade dos pomares da região.
1.2.2 Validação da metodologia do Somatório das temperaturas acumuladas, através das E.M.A. Através do somatório das temperaturas acumuladas superiores a 10ºc a partir de Janeiro,
vai permitir aferir para a região o “modelo” que permita ao técnico dos Avisos, com
alguma antecipação aferir o grau de risco imediato, do inimigo nas diferentes zonas da
região, permitindo efectuar o aconselhamento e posicionamento correcto dos
Insecticidas aos agricultores do Serviço de Avisos, em tempo oportuno.
Assim, dando continuidade ao trabalho desenvolvido para a validação do modelo
proposto para o projecto Agro 8.2 estão descritas as datas em que, foram atingidos
parâmetros para os Pob´s em estudo, no respectivo modelo
Quadro 2 – Datas dos somatórios das temperaturas acumuladas superiores a 10ºc
de 1 Janeiro, nos postos biológicos.
Somatório de Temperaturas
Posição do Voo Vascoveiro Moimentinha Nabais Qtª
Cruzinha 80ºC Início de voo 05/05 04/05 18/04 22/04
130ºC Inicio de
posturas 17/05 16/05 02/05 07/05
220ºC Inicio de
penetrações 04/06 04/06 18/05 21/05
340ºC Máximo 1º voo 22/06 22/06 07/06 09/06
470ºC 1ªs Larvas
abandonando os frutos
07/07 08/07 27/06 28/06
700ºC Fim da 1ª
geração 30/07 01/08 21/07 21/07
13
1.2.3– Avaliação do Risco Potencial Para avaliação do Risco Potencial, foram colocados 57 cartões canelados no posto
biológico de Qtª da Cruzinha em meados de Julho para capturar larvas da 2ª Geração,
tendo capturado 276 larvas, com média de cartão de larvas hibernantes 4,84 valores bem
acima do valor de referencia 0,5 larvas por cartão.
1.2.4- Aconselhamento
A estratégia do Serviço de Avisos, foi a de informar correctamente a oportunidade do
tratamento, sendo o aconselhamento feito com uma dupla estratégia; tratamentos de
acção Ovicida; ou tratamentos com produtos de acção Larvicida, nas diferentes gerações
da praga, possibilitando ao agricultor escolher a estratégia mais conveniente em função
da dinâmica populacional, do tipo de produtos utilizados nos últimos anos e do histórico
do pomar.
Os avisos emitidos foram: 29/04 – Inicio do voo da praga com intensidade, condições favoráveis para capturas em
armadilhas, acasalamento e posturas. Tratamento , com produtos de acção ovicida.
12/05 – Inicio das penetrações
Foi aconselhado o 1º tratamento para os fruticultores que utilizaram a estratégia com
produtos de acção Larvicida.
02/06 – Foi aconselhada a renovação do tratamento .
17/06 – o voo da 1ª geração ainda se mantinha com intensidade , aconselhamos a
renovação do tratamento .
21/07 – Inicio da 2ª geração.
Foi aconselhado aos fruticultores tratamento numa estratégia de posicionamento de
produtos de acção Ovicida.
Para a região de Pinhel e Vila Franca das Naves e Trancoso, aconselhava-se tratar uma
semana mais tarde.
14
11/08 – As condições climáticas eram propicias ao desenvolvimento da praga (voo,
acasalamento e posturas), pelo que foi aconselhada a renovação do tratamento, dado o
período de risco que a praga apresentava.
28/08 – Mantinham-se as condições propicias ao desenvolvimento da praga, tendo sido
aconselhado renovar o tratamento.
Os tratamentos aconselhados pelo serviço de avisos e posicionados de forma correcta,
controlaram a população de forma eficiente nos Pob´s cobrindo o período de risco da
praga.
1.2.5 Conclusões Não se verificou relação capturas / grau de ataque, as condições climáticas
desfavoráveis verificadas na 1ª Geração (temperatura crepusculares e precipitação)
provocaram uma redução significativa dos estragos na 1ª Geração e consequentemente
na 2ª Geração.
As preocupações sentidas nos últimos anos com o aumento das populações e as
dificuldades no seu combate, com pomares a apresentarem elevadas intensidades de
ataque a ultrapassarem claramente os N.E.A, este ano devido ás condições abioticas
adversas, constatamos maioritariamente que os pomares na região apresentaram valores
normais de intensidade á colheita, situação idêntica á verificada no ano de 2007.
15
1.3 PIOLHO de S.José (Quadraspidiotus perniciosus) Foi feito acompanhamento do ciclo biológico da praga e avaliação da utilização do
método do somatório das temperaturas na previsão da actividade da praga, tendo em
vista o correcto posicionamento dos produtos fitofarmaceuticos.
Sendo necessário a correcta identificação da época de ocorrência das diferentes fases de
desenvolvimento das praga, por forma a posicionar adequadamente os tratamentos,
propusemos continuar os trabalhos iniciados em 2005, estudando e avaliando as
possibilidades da utilização do método das temperaturas, na previsão das diferentes
fases de actividade do Piolho de S. José na região.
a) Método das médias com dois limites inferiores de temperatura diferentes, isto é
7,3ºc (Kozár, 1975;Angerilli&Logan, 1986) e 10,5ºC (Kyparissoudas , 1990) e soma
iniciada desde 1 de Janeiro;
b) Método do seno simples, quer com intercepção horizontal quer com intercepção
vertical (Wilson & Barnett, 1983 ; Anónimo , 1983), com limite superior de
temperatura de 10,5ºC e soma iniciada desde 1 de Janeiro (Jorgensen et al., 1991;
Rice et al., 1982 );
c) Método de Baskerville & Emin (1969) em duas modalidades, isto é limite inferior
de desenvolvimento de 10,5ºC e soma indicada desde 1 de Janeiro (Angerilli &
Logan ,1986) e limite inferior de 10.0ºC e soma desde 1 de Março (Mague &
Reissig , 1983b)
A determinação das fases de desenvolvimento da Cochonilha de S.José foi realizada
através de armadilhas sexuais, com o objectivo de determinação da evolução dos
machos; armadilhas de intercepção para determinar a evolução da saída das ninfas; para
determinação dos valores acumulados recorreu-se á estação meteorológica automática
de Pinhel .
1.3.1 Material e métodos O trabalho foi desenvolvido, na freguesia de Vascoveiro , concelho de Pinhel, pois foi
o posto biológico onde em anos anteriores encontramos mais população, sendo assim
possível este ano estudar as diferentes gerações da praga.
16
Foi colocada a armadilha sexual ,em 13/04 com observações semanais á lupa binocular,
para determinação da curva de voo dos machos.
Para avaliação da evolução da saída das ninfas foram colocadas em 08/05 armadilhas
de intercepção para ninfas (2 cintas/árvore/5 árvores), num total de dez cintas colocada
a Norte e Sul.
As observações dos machos na armadilha e das ninfas em cintas adesivas, foram
realizadas á lupa binocular, uma vez por semana, decorrendo até final de Novembro.
1.3.2 Resultados
A armadilha sexual foi colocada em 13/04,obtendo-se as 1ªs capturas em 26/04, o vôo
dos machos da geração hibernante decorreu até 17/05. O vôo dos machos da 1ª geração
iniciou-se em 12 de Julho e terminou em 13 de Novembro.
Verificou-se clara separação do voo dos machos da geração hibernante e da 1ª geração.
Para a determinação da saída das ninfas da 1ª e 2º geração foram colocadas cintas
adesivas de ambos os lados para captura das ninfas.
A 1ª geração teve inicio com saída de ninfas em 11 de Maio e terminou em 19 de
Julho. A 2ª geração teve o seu inicio em 9 de Agosto terminando em 13 de
Novembro, verificando-se também que a saída das ninfas das duas gerações foram
claramente separadas.
Relativamente aos somatórios das temperaturas acumuladas para este inimigo, não
verificamos correspondência para a fase de actividade da saída de ninfas na 1ª e 2ª
geração.
1. Verificamos diferenças significativas dos valores encontrados nos últimos anos
referenciados ao nível da bibliografia , situação que poderá estar relacionada com as
temperaturas altas dos meses de Janeiro, Fevereiro e Março, que poderão ter tido
alguma acção na saída antecipada das ninfas. Verificou-se que o máximo da saída
das ninfas aconteceu aos 536ºC valores acumulados.
17
Relativamente ao posicionamento dos tratamentos químicos no combate á
Cochonilha de S.José em tratamentos de primavera, a estratégia do serviço de
avisos , deverá ser revista , dado as reduzidas substancias activas que se podem
aplicar e as medidas limitativas da sua utilização devido á toxicidade das mesmas,
os tratamentos deverão ser posicionados com oportunidade na medida que a
aplicação seja realizada com eficiência.
Assim em tratamento de Primavera alguns autores defendem o tratamento ao inicio
da saída das ninfas, e passados 15 dias repetir tratamento. Outros autores defendem
tratar passados 7 dias ao inicio da saída das ninfas e repetir 14 dias depois, o
tratamento.
A estratégia de tratar ao máximo de saída das ninfas parece-nos aquela que
melhor se adapta para combater com eficácia o maior n.º de indivíduos com um só
tratamento.
Contudo nesta situação deverá também ser avaliada a intensidade de ataque ao nível
da parcela, porque com populações muito altas um só tratamento pode não ser a
estratégia correcta, porque parte da população pode não ser combatida.
Também deverá ser bem combatida a 1º geração das ninfas, para reduzir as
populações na 2ª geração, que é coincidente com a colheita, e se estiverem
indivíduos presentes nos frutos , estes são desvalorizados comercialmente.
Gráfico 5 –Dinâmica populacional Cochonilha de S.José 1ª e 2ª Ger. no Pob de Pinhel
Dinâmica Populacional 1ª e 2ª Geração 2008
0100200300400500600
24-A
br
30-A
br
5-M
ai
16-M
ai
21-M
ai
27-M
ai
4-Ju
n
12-J
un
18-J
un
25-J
un
2-Ju
l
9-Ju
l
17-J
ul
24-J
ul
31-J
ul
6-Ag
o
12-A
go
20-A
go
27-A
go
3-Se
t
9-Se
t
18-S
et
24-S
et
30-S
et
15-O
ut
29-O
ut
nº n
infa
s/ci
nta/
sem
ana
0
10
20
30
40
50
nº c
aptu
ras
mac
hos/
sem
ana
Cinta A Cinta B nº capturas machos/semana
AVISOS:
18
Quadro 4 –Somatório de Temperaturas Fase de actividade 7,3ºc 1 janeiro 10,5ºC 1 janeiro 10ºC 1 Março 2008 2007 2008 2007 2008 2007
Inicio voo machos
geração hibernante
174,1
192,1
30,9
53,7 42,9
57,9
Inicio saída ninfas
1ª G.
366,5
275,2
123,3
93,1 149,3
105,2
Máximo saída das
ninfas
Inicio voo machos 1ª G.
536
895,1
536
853,3
495,3
472,3
545,9
516,1
Inicio saída ninfas
2ª G.
1196,8
1094,7
794,9
656,9 855,5
706
Intervalo entre
inicio voo machos da Ger. hiber. e
ninfas 1ª G.
192,4 83,1 92,4 39,4 106,4 47,3
Intervalo entre
inicio do voo dos machos da 1ªGer. e
ninfas da 2ª G.
301,7 240,7 299,6 184,6 309,6 189,9
Avisos Emitidos: A Sub –Estação de avisos emitiu os avisos em função da evolução biológica da
Cochonilha S.José tendo em consideração também os valores dos somatórios das
temperaturas para este inimigo.
14/03- informação aos agricultores, para tratarem, caso detectassem a presença da
praga, no pomar, visando a redução da população, dado que nesta fase o óleo de verão
tem boa eficácia, uma vez que nesta fase já temos evolução larvar de N1 para N2,
podendo usar a substancia activa óleo de verão. O tratamento nesta fase revela-se com
eficácia, por outro lado a fauna auxiliar no pomar é reduzida nesta data fenologica.
19
02/06 – observamos nesta data, o inicio da saída das ninfas da 1º Geração,
recomendamos tratamento para os pomares com a presença deste inimigo, salientando a
importância de combater bem a 1ª geração para reduzir a população para a 2ª geração.
11/08 – recomendamos tratamento para a saída das ninfas da 2ª Geração, situação que
se verificou em boa parte dos pomares da região.
1.3.3 Conclusões
A saída das ninfas da 1ª e 2ª Geração foram observadas 3-4 semanas após o inicio do
voo dos machos hibernantes e de machos de 1ª geração.
Após o Inicio da saída de ninfas da 1ª e 2ª Geração, foi atingido o seu máximo após 4
semanas.
O máximo da saída das ninfas da 1ª Geração verificou-se quando foi atingido 536,1ºC,
somatório temperatura acumulado para 7,3ºC .
O somatório das temperaturas são importantes para a modelização, contudo é necessário
o acompanhamento biológico da praga.
O projecto Agro 8.2 permitiu de certo modo conhecer biologicamente melhor este
inimigo na região, associando os trabalhos dos valores das temperaturas acumuladas
estudadas para esta praga. Ajudaram estas ferramentas para um maior conhecimento do
inimigo, tomando-se a decisão com maior rigor, resultando em beneficio dos
agricultores.
20
1.4 Aranhiço Vermelho (Panonychus ulmi Koch) Este inimigo, foi acompanhado em três postos biológicos localizados em Qtª da
Cruzinha, Nabais e Moimentinha.
As metodologias seguidas para acompanhamento da praga, foram as seguintes:
- Estudo da eclosão das larvas provenientes dos ovos de Inverno.
- Avaliação da taxa de ocupação das formas moveis
Para o estudo da eclosão das larvas, foi utilizado o método das tabuinhas.
Foram contabilizados os ovos de Inverno em ramos com 20 cm e foram colocadas 2
tábuas por cada posto biológico, as contagens das eclosões das larvas foram efectuadas
uma vez por semana. As eclosões dos ovos de Inverno, tiveram início em 11 de Março,
atingindo-se o máximo das eclosões a 6-8 de Abril .
Eclosões das Larvas Panonychus ulmi
0102030405060708090
11-M
ar
15-M
ar
19-M
ar
23-M
ar
27-M
ar
31-M
ar
4-A
br
8-A
br
12-A
br
16-A
br
20-A
br
24-A
br
28-A
br
2-M
ai
6-M
ai
Nº d
e ec
losõ
es
Qtª cruzinha Moimentinha Nabais
1ºaviso,Inicio das eclosões
Gráfico 6 – Eclosão das Larvas de Panonychus ulmi
A Sub-Estação de Avisos da Guarda, aconselhou 4 avisos contra este inimigo:
14/03 –Aconselhou-se intervenção para o combate, dado o inicio das eclosões das
larvas, aconselhamos tratamento com produtos de acção ovicida.
21
21/07 – Registávamos nesta data temperaturas favoráveis ao desenvolvimento da praga
e recomendávamos a vigilância das parcelas, chamando a atenção dos agricultores para
efectuarem estimativa do risco nos pomares.
11/08 – Verificávamos nesta data infestações elevadas em alguns pomares,
recomendávamos vigilância nas parcelas, com realização da estimativa do risco
22/08 - Recomendávamos vigilância nas parcelas, com realização da estimativa do risco
Em conclusão os tratamentos aconselhados ,nas fases biológicas sensíveis da praga,
controlaram de forma eficaz a praga na região, apenas se registando sintomatologia da
praga em pomares desequilibrados.
Verifica-se um aumento populacional dos Ácaros (aranhiço vermelho e aranhiço
amarelo)nos pomares da região, chegando alguns deles a verificar-se bronzeamento das
folhas, com redução da fotossintese e consequentemente uma redução significativa do
calibre dos frutos.
1.5 Mosca da Fruta (Ceratitis capitata) Este inimigo, foi acompanhado em 4 postos biológicos localizados em Qtª da Cruzinha,
Pinhel, Nabais e Moimentinha, através da colocação de armadilhas alimentares.
Data Nabais V.F.Naves Pinhel Qtª Cruzinha
07-08-2008 0 0 0 0
12-08-2008 12 0 0 2
20-08-2008 25 4 0 3
27-08-2008 138 0 2 4
03-09-2008 734 14 0 8
09-09-2008 4 0 0 3
17-09-2008 22 0 3 4
24-09-2008 12 10 0 2
30-09-2008 42 0 0 0
Avisos emitidos:
28/08 – Registávamos nesta altura elevadas capturas em alguns dos nossos postos
biológicos, tendo sido aconselhado o tratamento para combate deste inimigo.
22
11/09 – As populações desta praga continuavam elevadas, e dado o aproximar da
colheita verificava-se um aumento do n.º de picadas em frutos. Recomendamos
renovação do tratamento.
Conclusões No presente ano a Mosca da Fruta Ceratitis capitata , atingiu níveis populacionais
elevados na região, provocando estragos em pomares onde o posicionamento dos
tratamentos não foi realizado com oportunidade.
Os dois tratamentos aconselhados pela Sub-Estação de Avisos da Guarda, controlaram a
praga com eficiência.
2 – OLIVEIRA
O Serviço de Avisos da Guarda acompanhou durante o ano 2008, os principais inimigos
desta cultura: Mosca da azeitona, Traça da Oliveira Gafa e Olho de Pavão.
As observações da fenologia, leituras das armadilhas sexuais foram efectuadas
semanalmente, nos postos biológicos de Pinhel, Carvalheda, Gouveia.
2.1 - Mosca da Azeitona (Bactrocera oleae) A monitorização desta praga foi efectuada pela observação e contabilização das
capturas em armadilhas cromotrópicas com feromona, em dois postos biológicos
(Pinhel e Amendoeira) e a determinação do grau de ataque, foi efectuada em cinco
postos biológicos. Foram colhidos semanalmente 100 frutos em cada posto biológico
(10 frutos x 10 árvores), que depois foram observados à lupa binocular, para
contabilização dos frutos picados, ovos viáveis e larvas vivas.
23
2.1.1 Evolução Larvar da Mosca da Azeitona Em finais de Agosto, procedemos á colheita dos frutos de azeitona nos Pob´s para
observação da evolução larvar, nomeadamente posturas e larvas. As condições climáticas foram propicias para o desenvolvimento precoce da praga
atingindo o N.E.A, logo no principio do mês de Setembro
Dinamica Populacional Mosca da Azeitona CARVALHEDA
02468
1012
31-J
ul
6-A
go 12-
Ago 20
-A
go 27-
Ago
3-S
et
9-S
et 17-
Set 24-
Set 30-
Set
15-
Out
020406080100120140
nºlarvas Nºcapturas adultos11/09 16/10
Dinâmica Populacional Mosca da AzeitonaPINHEL
0
2
4
6
8
10
12
31-J
ul
6-A
go
12-A
go
20-A
go
27-A
go
3-S
et
9-S
et
17-S
et
24-S
et
30-S
et
15-O
ut
020406080100120140
nºlarvas Nºcapturas adultos11/09 16/10AVISOS:
24
Avisos emitidos para a Mosca da Azeitona:
11/09 – Verificávamos elevadas capturas de adultos nas armadilhas sexuais e em
observações nos frutos, tinha sido atingido o NEA (8-12% de Frutos c/ larvas vivas),
aconselhamos a realização de tratamento.
16/10 – Continuávamos a registar nesta altura elevadas capturas de adultos nos postos
biológicos , ultrapassando os N.E.A da mosca da azeitona, pelo que recomendámos a
renovação do tratamento.
2.2 Traça da Oliveira (Prays oleae)
As armadilhas sexuais para monitorização desta praga, foram colocadas nos Pob´s de
Pinhel e Carvalheda. As observações foram efectuadas semanalmente, verificamos um
número de capturas sempre abaixo do NEA, pelo que não recomendou a Sub-Estação de
Avisos nenhum tratamento contra este inimigo.
Curva de Voo Prays oleae
0102030405060
11-A
br
18-A
br
25-A
br
2-M
ai
9-M
ai
16-M
ai
23-M
ai
30-M
ai
6-Ju
n
13-J
un
20-J
un
27-J
un
4-Ju
l
11-J
ul
18-J
ul
25-J
ul
1-Ag
o
8-Ag
o
15-A
go
Nº c
aptu
ras/
sem
ana
Pinhel Carvalheda
25
2.3 - Gafa (Gloeosporium olivarum) e Olho de Pavão (Spilocaea oleagina)
A metodologia seguida pela Estação de Avisos relativamente a estas doenças, resulta da
previsão do risco, fazendo o acompanhamento do ciclo biológico das doenças e da
monitorização das condições ambientais favoráveis ás mesmas, para determinação dos
períodos e risco .
As observações para o Olho de Pavão decorreram nos meses de Março e Abril, e nos
meses de Agosto, Setembro e Outubro, com uma periodicidade semanal.
Para a Gafa, e uma vez que o período de maior risco corresponde ao momento em que
os frutos se encontram em fase de maturação , e quando ocorrem as 1ªs chuvas as
observações tiveram um a periodicidade semanal e decorreram nos meses de Setembro
Outubro e Novembro, onde fizemos a observação de 100 órgãos (folhas, frutos e ramos)
ao acaso na parcela
Os tratamentos aconselhados , foram emitidos numa estratégia de protecção
preventiva.
Condições climáticas Gafa Carvalheda
05
1015202530
1-A
go
6-A
go
11-A
go
16-A
go
21-A
go
26-A
go
1-S
et
6-S
et
11-S
et
16-S
et
21-S
et
26-S
et
2-O
ut
7-O
ut
12-O
ut
17-O
ut
0
20
40
60
80
100 precipitaçãoT médiahr
AVISOS16/1011/09
Avisos emitidos:
Olho de pavão
26/03 – O estado fenológico era susceptível à doença, e as condições
climáticas eram também favoráveis á sua evolução, recomendamos a
realização de tratamento.
26
11/09 – A previsão meteorológica, previa tempo instável com ocorrência de
períodos de chuva, aconselhamos a realização de tratamento com um produto
cúprico.
16/10 – Os frutos estavam na fase de mudança de cor, pelo que
recomendávamos nesta altura a renovação do tratamento.
Gafa
11/09 – A previsão meteorológica, previa tempo instável com ocorrência de
períodos de chuva, aconselhamos a realização de tratamento com um produto
cúprico.
16/10 – Recomendámos a renovação do tratamento.
3 –VINHA Efectuamos o acompanhamento dos principais inimigos da cultura da Vinha nesta
região: Oídio, Míldio, Escoriose e Traça da Uva.
3.1 Oídio (Uncinula necator) A recomendação de tratamento no combate a esta doença, é feita com base na
monitorização da doença, atendendo aos estados fenologicos sensíveis, condições
meteorológicas verificadas e observação da intensidade de ataque em parcelas de
referencia.
As observações para esta doença chave na região, foram realizadas nos postos
biológicos de Pinhel, Vila Franca das Naves, e Qtª da Cruzinha, Nabais com a
periodicidade semanal.
Foram recomendados 6 tratamentos:
29/04 – A maioria das vinhas da região(Seia, Gouveia e Meda) estavam nesta altura nos
estado fenologico cachos visíveis (F), estados fenologico muito sensível á doença,
27
aconselhávamos a realização de tratamento nesta fase, dando preferencia ao enxofre em
pó.
12/05 – As condições climáticas, eram nesta altura favoráveis ao desenvolvimento da
doença ,o estado fenologico cachos visíveis/cachos separados, pelo que se alertava para
o facto de ser importante manter a vinha protegida.
02/06 – A maioria das vinhas encontravam-se na fase fenologica botões florais
separados, recomendamos uma renovação do tratamento.
17/06 –Recomendamos efectuar tratamento ao estado fenologico inicio da floração.
21/07 – Aconselhamos intervenção nesta data, em que a fase fenologica era fecho do
cacho.
11/08- As condições climáticas mantinham-se favoráveis ao desenvolvimento da
doença.
Conclusões O oídio, doença –chave na região obriga os Viticultores a efectuarem tratamentos
sistemáticos para o seu controlo.
Quando a estratégia é mal delineada, verifica-se que apesar da utilização química (4 a 6
tratamentos)por campanha, os estragos aparecem no final provocando prejuízos
quantitativos e qualitativos.
Os tratamentos aconselhados pelo Serviço de Avisos, nas épocas fenologicas mais
susceptíveis e quando as condições climáticas eram mais propicias, conduziram a
resultados positivos, do ponto de vista fitossanitario, com ausência da doença nos Pob´s.
Parece-nos haver uma correlação interessante entre o fungo e o vigor da planta. Assim,
á medida que o vigor da arborescência aumenta, o fungo acompanha e manifesta-se com
intensidade.
Em plantas mais equilibradas e quando a parte vegetativa permite um bom arejamento
das plantas , verificamos ausência da doença.
28
De salientar no presente ano que as chuvas ocorridas em finais de Julho provocaram
novas infecções, cujos estragos foram significativos reflectindo-se na quebra de
produção, entre 10 a 20% na região de Pinhel, Vila Franca das Naves e Figueira de
Castelo Rodrigo. A maioria dos Viticultores já tinham cumprido o programa
fitossanitario para esta doença pelo que descuraram estas infecções, as quais se vieram a
repercutir em prejuízos significativos.
3.2 Míldio (Plasmopora viticola) O acompanhamento desta doença, foi efectuado através de observações fenologicas,
biológicas e de parâmetros climáticos, com periodicidade semanal, afim de avaliarmos
os períodos de risco da doença, nomeadamente as condições de contaminação das
infecções primárias.
Evolução das infecções de Mildio
05
101520253035
1-M
ai
7-M
ai
13-M
ai
19-M
ai
25-M
ai
31-M
ai
6-Ju
n
12-J
un
18-J
un
24-J
un
30-J
un
6-Ju
l
12-J
ul
18-J
ul
24-J
ul
30-J
ul
6-Ag
o
12-A
go
18-A
go
24-A
go
30-A
go
Prec
ipita
ção(
mm
)
05101520253035
T.M
édia
(ºC
)
Precipitação T.média
12/05 23/05 02/06 17/06 21/07
29
A Sub-Estação de Avisos da Guarda emitiu , 5 avisos para esta doença:
12/05 – Alertávamos para a possibilidade da ocorrência de infecções primarias do
fungo. Recomendamos a realização de tratamento com um produto sistémico, devido
aos elevados crescimentos vegetativos.
23/05-As chuvas ocorridas na semana anterior tinham provocado em alguns locais
infecções primárias ,aconselhou-se a realização de tratamento com um produto de acção
preventiva+curativa.
02/06 – Os focos de míldio na região eram em número bastante reduzido.
Prevíamos o aparecimento de manchas para o dia 10/06.
Os agricultores que tinham efectuado o tratamento recomendado na ultima circular, e
cujo produto não tinha sido arrastado pelas ultimas chuvas, não precisavam tratar. Nos
locais onde o produto tivesse sido lavado, aconselhávamos nova intervenção com
produto de acção sistémica.
17/06 – Renovação do tratamento.
21/07 – Verificávamos a existência de focos de míldio em cachos e folhas, em vinhas
mal protegidas. Aconselhamos a realização de tratamento com produto á base de cobre. Conclusões No presente ano, as condições bióticas e abioticas do fungo, foram desfavoráveis ao seu
desenvolvimento. Por outro lado verificou-se por parte dos viticultores maior
preocupação nos tratamentos de forma preventiva ,dado os ataques da doença no ultimo
ano (2007).
A doença manifestou-se em vinhas localizadas em zonas baixas e mal protegidas.
As quebras de produção foram praticamente nulas no presente ano.
30
3.3 Escoriose (Phomopsis viticola) Tem-se verificado nos últimos anos, um incremento do inoculo desta doença na região,
em vinhas novas e algumas castas mais susceptíveis.
O Serviço de Avisos tem efectuado acompanhamento da evolução da doença, com
estimativas para avaliação do risco imediato e potencial da doença nos Pob´s.
O Serviço de Avisos, através das circulares de aviso e no contacto com os viticultores
tem aconselhado as estratégias para a protecção da doença, nomeadamente as medidas
profilácticas, períodos de maior risco da doença e luta química a adoptar.
A acção informativa do serviço de avisos, relativamente ás medidas a tomar e á
oportunidade das intervenções fitossanitarias para a doença, tem conduzido a resultados
positivos, traduzindo em redução significativa a doença em algumas vinhas que vinham
a efectuar a monitorização da doença.
30/01 – Circular informativa da sintomatologia desta doença e aconselhamento de
medidas profilácticas tendo por objectivo a redução do inoculo da doença.
26/03 - alertávamos nesta circular, para a importância de se avaliarem as parcelas, no
sentido de se verificar a presença da doença.
Aconselhávamos tratamento aos estados fenologicos mais sensíveis, saída das folhas
(D) e folhas livres (E).
04/04 – Chamada de atenção, há medida que se atingiam os estados fenologicos
sensíveis, para a realização dos tratamentos.
3.4 Cigarrinha Verde (Empoasca vitis)
A monitorização da praga, foi efectuada através de observações semanais nos postos de
Pinhel , Vila Franca das Naves e Nabais, tendo sido feita a avaliação da população de
adultos , através de armadilhas cromotropicas e pela evolução das ninfas.
Nas observações realizadas, nunca foi atingido o N.E.A nas diferentes zonas, pelo que o
Serviço de Avisos não aconselhou qualquer tratamento, apenas que os viticultores
efectuassem a vigilância nas suas parcelas.
31
O gráfico abaixo mostra a taxa de ocupação verificada, ao longo do ano, sendo que o
N.E.A de 50 ninfas/100 folhas nunca foi atingido.
Taxa de ocupação Empoasca vitis
01020304050
23-J
ul
30-J
ul
6-Ag
o
13-A
go
20-A
go
27-A
go
3-Se
t
10-S
et
17-S
et
24-S
etNº n
infa
s/10
0 fo
lhas
Pinhel Moimentinha Qtª Cruzinha
Gráfico – Taxa de ocupação Empoasca vitis
3.5 Traça da Uva (Lobesia botrana)
Para a monitorização deste inimigo, foram colocadas armadilhas sexuais nos postos de
Pinhel e Qtª da Cruzinha, para acompanhamento da curva de voo dos adultos.
Apesar da pouca importância que a praga têm na região, foram colocadas armadilhas
sexuais, para avaliação de população, em castas recentemente introduzidas para
avaliação da susceptibilidade das mesmas á praga.
Nas observações realizadas, constatamos sempre uma população baixíssima, quer no
voo de adultos capturados em armadilha, quer ao nível de cachos perfurados, pelo que
não foi emitido quaisquer avisos agrícolas para este inimigo.
32
4- PRUNÓIDEAS
Pessegueiros
Apesar da pouca representatividade desta cultura, no concelho da Guarda, efectuou a
Sub-Estação de Avisos, observações fenológicas e biológicas para os principais
inimigos.
Relativamente às doenças Lepra, Oídio e Fusicocum, foi efectuado acompanhamento
da evolução destas doenças, por observação visual, tendo sido aconselhados tratamentos
nos estados fenológicos sensíveis.
Pessegueiros -
Avisos emitidos: 25/02, 26/03,04/04,17/04, 11/08 e 16/10. Mosca da Fruta – em 11/08 as condições climáticas eram propicias ao
desenvolvimento da praga, tendo sido registadas capturas de adultos, com significado.
Cochonilha de S.José – aviso emitido a 25/02, para os pomares onde o agricultor tinha
verificado a presença da praga, aconselhávamos tratar.
Afideo verde – aviso emitido a 04/04, o serviço de avisos tinha verificado a presença
da praga, aconselhava-se o agricultor a efectuar estimativa do risco e tratar se
ultrapassado o N.E.A
Cerejeiras –Moniliose Aconselhou-se tratar para esta doença nos estados fenológicos sensíveis, dado que esta
doença é responsável por quebras de produção elevadas, tendo sido emitidos os avisos
em 26/03 , 04/04 e 17/04.
top related