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Material para curso de Pedagogia e Magistério a nível médio, sobre como ensinar História para crianças dos primeiros anos do ensino fundamental. É uma palestra que fiz para normalistas.

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Como ensinar História nos anos finais do Ensino Fundamental

Prof. Deborah Borges de Sá

compreender a cidadania como participação social e política, assim como o exercício de direitos e deveres políticos, civis e sociais, adotando, no dia-a-dia, atitudes de solidariedade, cooperação e repúdio às injustiças, respeitando o outro e exigindo para si o mesmo respeito;

posicionar-se de maneira crítica, responsável e construtiva nas diferentes situações sociais, utilizando o diálogo como forma de mediar conflitos e de tomar decisões coletivas;

questionar a realidade formulando-se problemas e tratando de resolvê-los,utilizando para isso o pensamento lógico, a criatividade, a intuição, a capacidade de análise crítica, selecionando procedimentos e verificando sua adequação;

conhecer características fundamentais do Brasil nas dimensões sociais,materiais e culturais como meio para construir progressivamente a noção de identidade nacional e pessoal e o sentimento de pertinência ao País.

Decreto de 1827: História articulada com a História Sagrada.

História e Geografia (rudimentares) como sendo disciplinas opcionais.

1837: disciplina autônoma. História Universal e História Sagrada.

1855: História do Brasil. Métodos baseados na memorização e na repetição oral de textos escritos.

Final do século XIX: História com papel civilizatório e patriótico.

História da Civilização toma o lugar da História Universal, deixando de lado a História Sagrada.

1930: Ensino de História enfatizando a História do Brasil e da América.

Década de 1950: tendência a transformar a História e a Geografia em Estudos Sociais.

Décadas de 1960 e 1970: História do segundo grau com ênfase nos ciclos econômicos, baseando-se na pedagogia norte-americana.

Lei 5692/71: institui Estudos Sociais. Licenciatura Curta em Estudos Sociais, que

ignorava saberes específicos em favor de conhecimentso puramente escolares.

Década de 1980: processo de democratização e volta do ensino de História e Geografia.

Atualidade: questionamento acerca do ensino de História, principalmente dentro do Ensino Fundamental. O que fazer para tornar a disciplina prazerosa e próxima dos alunos?

O estudo de história é baseado nas fontes históricas. O que pode ser uma fonte histórica?

Basear-se somente em fontes bibliográficas e escritas é transformar o ensino de História em algo chato e distante dos alunos.

Os seres humanos usam diversas formas para se comunicar, que também são fontes históricas...

O ensino de História também tem como objetivo estabelecer relações entre identidades individuais, sociais e coletivas.

A criança deve perceber que é um ser único, capaz de ser agente da História, ao mesmo tempo em que faz parte de um grupo, seja da sua comunidade, da sua cidade, etc...

Para que isso ocorra, três aspectos são importantes:Constituição da identidade social situar

a relação entre o particular e o geral;

Construção das noções de diferenças e semelhanças compreensão do eu e do outro.

Construção das noções de continuidade e permanência percepção que o eu e o nós somos distintos dos outros povos de outros tempos.

Conhecer o “outro” e o “nós” significa comparar situações e estabelecer relações e, nesse processo comparativo e relacional, o conhecimento do aluno sobre si mesmo, sobre seu grupo, sobre sua região e seu país aumenta consideravelmente.

Leitura de diferentes obras humanas que permitam que o aluno perceba as semelhanças e diferenças no modo de vida social, cultural e econômico de sua localidade.

Neste período da aprendizagem, deve-se dar preferência aos trabalhos com fontes orais e iconográficas

entrevistas, pesquisas, fotos e pinturas...

A partir dessas fontes, pode-se desenvolver trabalhos com a linguagem escrita.

A partir da foto, por exemplo, os alunos podem indagar quem construiu, por quê, quando, surgindo uma pesquisa que pode ser levada para casa, pode gerar entrevistas com moradores e visitação ao local.

EIXO TEMÁTICO DO PRIMEIRO CICLO: História local e do cotidiano

a proposta é a de que, no primeiro ciclo, os alunos iniciem seus estudos históricos no presente, mediante a identificação das diferenças e das semelhanças existentes entre eles, suas famílias e as pessoas que trabalham na escola. Com os dados do presente, a proposta é que desenvolvam estudos do passado, identificando mudanças e permanências nas organizações familiares e educacionais.

No segundo ciclo, permanecem as mesmas preocupações do primeiro, com a diferença de que o aluno já consegue dominar melhor a escrita.

O trabalho continuará baseado na vivência do aluno e naquilo que o cerca.

No entanto, o enfoque será diferente e baseado na leitura de obras de conteúdo histórico, como jornais, mitos e lendas, textos de livros didáticos, documentários, etc...

Criar situações instigantes, onde os alunos possam comparar as informações obtidas em diferentes fontes bibliográficas e documentais, possibilitando que os alunos possam chegar à outras explicações dos assuntos estudados.

EXEMPLO: Os alunos do sexto ano (segundo segmento do Ensino Fundamental) fizeram uma pesquisa sobre o cientista Galileu Galilei. No dia da entrega, cada um leu um pedaço da pesquisa, onde pudemos fazer comparações a respeito das informações coletadas.

reconhecer algumas relações sociais, econômicas, políticas e culturais que a sua coletividade estabelece ou estabeleceu com outras localidades,no presente e no passado;

identificar as relações de poder estabelecidas entre a sua localidade e os demais centros políticos, econômicos e culturais, em diferentes tempos;

utilizar diferentes fontes de informação para leituras críticas;

valorizar as ações coletivas que repercutem na melhoria das condições de vida das localidades.

EIXO TEMÁTICO DO SEGUNDO CICLO: História das organizações populacionais

Caracterização e distinção entre coletividades diferentes, pertencentes a outros espaços

Perceber as diferenças entre cidades e regiões e até mesmo países, conseguindo identificá-las através de seus estudos;

Dimensionar as relações sociais, econômicas, políticas e culturais que vivenciam enriquecimento do seu repertório histórico para que possam compreender seu espaço circundante e diferenciá-lo dos demais.

A proposta é de que os estudos históricos possibilitem estudos críticos e reflexivos, expondo as permanências, as mudanças, as diferenças e as semelhanças das vivências coletivas.

Alunos sem noção espacial, como sem saber os pontos cardeais, a localização da cidade, etc...

Alunos sem noção temporal de presente, passado e futuro;

Alunos que nunca visualizaram um mapa; Alunos que não conseguem criar suas

próprias opiniões a partir das fontes levadas pelo professor, seja ele texto escrito, pintura, etc...

Alunos que não conseguem interpretar textos.

Os documentos são fundamentais como fontes de informações a serem interpretadas, analisadas e comparadas. Nesse sentido, eles não contam, simplesmente, como aconteceu a vida no passado.

Os documentos são entendidos como obras humanas que registram, de modo fragmentado, pequenas parcelas das complexas relações coletivas. São interpretados, então, como exemplos de modos de viver, de visões de mundo, de possibilidades construtivas, específicas de contextos e épocas.

Podemos então entender como um documento histórico:cartas, livros, relatórios, diários,

pinturas, esculturas, fotografias, filmes, músicas, mitos,lendas, falas, espaços, construções arquitetônicas ou paisagísticas, instrumentos e ferramentas de trabalho, utensílios, vestimentas, restos de alimentos, habitações, meios de locomoção, meios de comunicação.

A compreensão do tempo é fundamental para que o aluno compreenda a História. Assim sendo, algumas atividades rotineiras podem ser feitas para que essa compreensão aconteça:

criação de rotinas diárias e semanais de atividades, organizando-as em quadros de horário ou agendas;

nas rotinas diárias, registro com os alunos do dia da semana e do mês, do mês e do ano, dos aniversários, festas, feriados, dias de descanso, acontecimentos do passado e do presente que estão estudando;

conhecimento do funcionamento e das histórias que envolvem os calendários utilizados por alguns povos, como o cristão, o egípcio, o asteca;

comparação entre os diferentes calendários e sua utilização para localização e comparação de acontecimentos no tempo;

comparar acontecimentos do presente com outras épocas e lugares;

identificar e estudar acontecimentos de curta, média e longa duração.

A escola tradicional prioriza os estudos de Matemática e Língua Portuguesa, mas se esquece que é a história que forma opinião e conscientiza os alunos perante suas ações na sociedade.

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