Transcript
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INTRODUÇÃO
A cadeira de Inttrodução às ciências sociais constitui uma unidade curricular que desempenha
um papel particularmente importante no processo de Ensino-Aprendizagem de qualquer curso,
especialidades e graus académicos, pois, ela versa vários aspectos da vida do homem em
sociedade.
Sem um profundo conhecimento da pessoa humana como ser social, dificilmente poder-se-á
comprender as diferentes etapas metamórficas por onde este passa. Isto é, a cadeira de
introdução às ciências sociais versa principalmente sobre o homem em sociedade. Neste guia
de estudo, contempla os referentes conteúdo, iniciando mesmo de conceito das às ciências
sociais, os processos sociais, status e papel social , cultura e sociedade, Instituições sociais,
Control social, mudança social, Movimentos sociais e algumas palestras relaciondas à Género e
a sociedade e a Educação tradicional em Moçambique .
É um GUIA de apoio aos estudantes de qualquer nível de escolalidade, por isso que, quem
tiver um desejo epistemológicamente insaciável sobre a introdução às ciências sociais, o
conselho é: aproveite, e, boa sorte. É um GUIA um pouco mais abrangente em relação ao
elaborado em 2007.
Elaborado por José Greia, docente de Introdução às Ciências Sociais e Metodologia de
Investigação Ciêntífica na Academia Militar “ Marechal Samora Machel”.
Nampula, 15 de Janeiro de 2010
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Objecto de Estudo das ciências Sociais: O ponto de vista de CHAUI (2003:345) é que embora
seja evidente que toda e qualquer ciência é humana, porque resulta da actividade humana de
conhecimento, a expressão “ciências humanas” refere-se àquelas ciências que têm o próprio
ser humano em sociedade como objecto de estudo
Os campos de estudo das ciências humanas
Se tomarmos as ciências humanas de acordo com seus campos de investigação,
podemos distribuí-las da seguinte maneira:
Psicologia
estudo das estruturas, do desenvolvimento das operações da mente humana
(consciência, vontade, percepção, linguagem, memória, imaginação, emoções);
estudo das estruturas e do desenvolvimento dos comportamentos humanos e
animais;
estudo das relações intersubjetivas dos indivíduos em grupo e em sociedade;
estudo das perturbações (patologias) da mente humana e dos comportamentos
humanos e animais.
Sociologia
estudo das estruturas sociais: origem e forma das sociedades, tipos de
organizações sociais, econômicas e políticas;
estudo das relações sociais e de suas transformações;
estudo das instituições sociais (origem, forma, sentido).
Economia
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estudo das condições materiais (naturais e sociais) de produção e reprodução
da riqueza, de suas formas de distribuição, circulação e consumo;
Convite à Filosofia
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estudo das estruturas produtivas – relações de produção e forças produtivas –
segundo o critério da divisão social do trabalho, da forma da propriedade, das
regras do mercado e dos ciclos econômicos;
estudo da origem, do desenvolvimento, das crises, das transformações e da
reprodução das formas econômicas ou modos de produção.
Antropologia
estudo das estruturas ou formas culturais em sua singularidade ou
particularidade, isto é, como diferentes entre si por seus princípios internos de
funcionamento e transformação. A cultura é entendida como modo de vida global
de uma sociedade, incluindo: religião, formas de poder, formas de parentesco,
formas de comunicação, organização da vida econômica, artes, técnicas,
costumes, crenças, formas de pensamento e de comportamento, etc.;
estudo das comunidades ditas “primitivas”, isto é, tanto das que desconhecem a
divisão social em classes e recusam organizar-se sob a forma do mercado e do
poder estatal, quanto daquelas que já iniciaram o processo de divisão social e
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política.
História
estudo da gênese e do desenvolvimento das formações sociais em seus aspectos
econômicos, sociais, políticos e culturais;
estudo das transformações das sociedades e comunidades como resultado e
expressão de conflitos, lutas, contradições internas às formações sociais;
estudo das transformações das sociedades e comunidades sob o impacto de
acontecimentos políticos (revoluções, guerras civis, conquistas territoriais),
econômicos (crises, inovações técnicas, descobertas de novas formas de
exploração da riqueza ou procedimentos de produção, mudanças na divisão
social do trabalho), sociais (movimentos sociais, movimentos populares,
mudanças na estrutura e organização da família, da educação, da moralidade
social, etc.) e culturais (mudanças científicas, tecnológicas, artísticas, filosóficas,
éticas, religiosas, etc.);
estudo dos acontecimentos que, em cada caso, determinaram ou determinam a
preservação ou a mudança de uma formação social em seus aspectos econômicos,
políticos, sociais e culturais;
estudo dos diferentes suportes da memória coletiva (documentos, monumentos,
pinturas, fotografias, filmes, moedas, lápides funerárias, testemunhos e relatos
orais e escritos, etc.).
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Lingüística
estudo das estruturas da linguagem como sistema dotado de princípios internos
de funcionamento e transformação;
Marilena Chauí
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estudo das relações entre língua (a estrutura) e fala ou palavra (o uso da língua
pelos falantes);
estudo das relações entre a linguagem e os outros sistemas de signos e
símbolos ou outros sistemas de comunicação.
Psicanálise
estudo da estrutura e do funcionamento do inconsciente e de suas relações com
o consciente;
estudo das patologias ou perturbações inconscientes e suas expressões
conscientes (neuroses e psicoses).
Se tomarmos as ciências humanas de acordo com seus campos de investigação, podemos
distribuí-las conforme se segue:
a) Psicologia - que se relaciona com o estudo do desenvolvimento da mente humana. Isto
é, consciência, vontade, linguagem, memória, percepção, emoções, imaginação,
comportamentos, patologias da mente e outros.
b) Sociologia – que se dedica no seu estudo em estruturas sociais, relações sociais, e
instituições sociais.
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c) Economia – estudo das estruturas produtivas, origem e desenvolvimento das crises,
condições socio-naturais, e materiais de produção.
d) Antropologia – relacionas-se com formas socioculturais das comunidades.
e) História – géneses e desenvolvimento das formações sociais em seus aspectos
económicos, sociais, políticos e culturais, as transformações das sociedades e
comunidades, lutas e contradições internas e outros aspectos.
f) Psicanálise – estudo da estrutura e do funcionamento do inconsciente e sua expressões
conscientes (neurose e psicoses).
g) Linguística – estudo das estruturas da língua como sistema dotado de princípios
internos de funcionamento e transformação, assim como as relações entre língua e fala,
linguagem e os outros sistemas de signos e símbolos, etc.
Portanto, a sociedade está em constante transformação e, como é assim, o homem de forma
individual ou em sociedade sempre procurou corresponder essas constantes metamorfoses
para não se tornar vítima da sua própria sociedade.
Bibliografia
ANTHONY Giddens. Sociologia. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1997
I.Brym, Robert. II.Lie, John et all. Sociologia: sua bússola para um novo Mundo.SP.: Thomsom
Learning, 2006.
LAKATOS, Eva Maria; MARCONIMarina de Andrade. Sociologia Geral. 7,ed. SP.:Atlas, 1999
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Isolamento - pode ser entendido como falta de contacto ou de comunicação entre grupos
ou idivíduos. No mundo em que vivemos, é impraticável um isolamento absoluto, pois os
homens vivem em grupos dentro da comunidade. Mesmo que sejam contactos de forma
esporâdica entre grupos ou indivíduos.
Quanto se refere comuninidade isolada pretende-se referir contactos pouco frequentes
com outras comunidades, isto por um lado, e por outro, o isolamento pode ser individual,
quer dizer, do indivíduo dentro do seu grupo ou sociedade.
TIPOS DE ISOLAMENTO
De acordo com Park e Burgess Apoud LAKATOS E MARCONI (1999:82) indicam
quatro tipos de isolamento: espacial, estrutural, funcional e psiquico.
a) Espacial ou físico – ocasionada por factores geofísico, como por exemplo,
montanhas, vales, florestas, desertos, pântanos, rios, oceanos. Em Moçambique esses
factores verificam-se regularmente nas zonas rurais.
b) Isolamento estrutural – é dado pelas diferenças biológicas, exemplos de sexo, raça,
idade. A sociedade atribui funções e actividades diversas a homens e mulheres e, em
consequência, cria diferença de interesses. A diferenciação por sexo é praticamento é
situação geral, em todas as sociedades. Mas a cultura do grupo tem sido a condição
particular. Exemplos: nas religiões; em Moçambique, nas idades ( jovens e velhos)
c) Isolamento funcional – tem origem nos defeitos físicos ( cegueira, surdez, mudez, e
outras limitações físicas). Actualmente os Governos têm desempenhado um papel
muito importante na abertura para imperdir as difentes maneiras de discriminação, e,
muitos dos portadores de deficiências diversas têm vencido a barreira da
comunicação entretanto, em muitas ocasiões sofrem limitações na participação das
actividades grupais.
d) Isolamento psiquico – baseado na própria personalidade, casos de gostos, interesses
diferentes, temperamentos, pontos de vistas, atitudes e sentimentos até por indivíduos
pertencente a mesma cultura. ( ex. Entre o cientista e o analfabeto, entre o homem do
campo e o da cidade, clubes, partidos políticos, seitas religiosas, e outros).
Outros Tipos de Isolamento não conforme Park e Burgess.
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Isolamento habitual – separação ocasionada pela de hábitos, costumes, usos,
linguagem, religião e outros factores.
O etnocentrismo – concorre para o isolamento, pois, é uma atitude de
supervalorização das características de “ nosso grupo” e de menosprezo por
tudo o que é do “ grupo alheio”.
Contacto - Ao se referir às relações sociais, deve-se compreender em seus
aspectos dinâmicos. Os indivíduos, por meio de relações sociais, podem
aproximarem-se ou afastarem-se, dando assim as formas de associação ou
dissociação.
No processo social, pode-se verificar um aspecto primário, fundamental, que é
o contacto social.
Pode-se dizer que o contacto é a fase inicial da interestimulação, e que as
modificações resultantes são denominadas de interacção
O aspecto social do contacto está baseado na comunicação de significados.
Tipos de Contactos
Existem muitos tipos de contactos, entretanto, nós vamos falar apenas de
quatro:
a) Contactos directos – ocorrem por meio da percepção física; isto é,
realizam-se face a face ( ex. O médico atendendo pessoalmente o seu
paciente, o professor ministrando pessoalmente aula a seu alunos e
outros). Contactos indirectos – realizam-se através de intermediários ou
por meios técnicos de comunicação, cel, telefone, rádio carta, email e
mais.
b) Contactos Voluntários – fruto de vontade própria dos participantes, de
maneira espontânea, sem coação.Opõem-se aos contactos involuntários,
que derivam da imposição de uma das partes sobre a outra.
c) Contactos primários – são pessoais, íntimos, e espontâneos, permite
fusão de individualidade que dãoorigem ao “nós”.
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( ex.: família grupo de amigos, vizinhança) contrário aos contactos
secundários, pois esses são formais, impessoais, geralmente superficiais,
em termos gerais envolvendo apenas uma faceta da personalidade. Ex.:
comprador e vendedor, enfermeiro e o paciente, passageiro de um avião.
d) Contactos categóricos – resulta da classificação que fizemos de uma
pessoa desconhecida, baseada em sua aparência física, cor da pele, feições,
profiss~ao etc. De acordo com as características atribuidas a ela pelo “
nosso grupo”. Essa espécie de classificação facilita nossos contactos com
estranhos. Ex Este senhor é jurista e é familiar do ministro da saúde, a
nossa atitude será diferente se fossemos apresentado um maltrapilho.
Atenção; todos os contactos primários são simpatéticos, mas nem todos os contactos
simpatéticos são primários.
Bibliografia
ANTHONY Giddens. Sociologia. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1997
I.Brym, Robert. II.Lie, John et all. Sociologia: sua bússola para um novo Mundo.SP.: Thomsom
Learning, 2006.
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Sociologia Geral. 7,ed. SP.:Atlas,
1999 ( a Principal)
Interacção Social – é a acção social, mutuamente orientada, de dois ou mais indivíduos em
contacto. Distingue-se da mera interestimulação em virtude de envolver significados e
expectativas em relação às acções de outras pessoas. Portanto, a interacção é a reciprocidade
de acções sociais.
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Uma das importantes formas de interacção é a comunicação. A comunicação é
fundamental para o homem, enquanto ser social, e para a cultura. Pode-se comunicar
através de:
a) Meios não vocais, como expressões, traços fisionómicos e outros.
Expressões de alegria, tristeza, desagrado ou raiva, movimentos de olhos,
movimentos da boca e suspiros, o empalidecer-se, chorar ou rir, movimentos de
mãos e ombros etc. Condicionam respostas que são baseadas em seus significados,
interpretados através de expariências anteriores..
b) Sons inarticulados, baseados em emoções e inflexões de voz. Muitas vezes o
homem reage não às palavras, mas à maneira como são ditas.
c) Palavras e Simbolos. Linguagem condicionada pela cultura
Cooperação – é o tipo particular de processo social em que dois ou mais indivíduos ou
grupos actuam em conjunto para a consecução de um objectivo comum. É requisito
especial e indispensável para a manutenção e continuidade dos grupos e sociedades.
Tipos de cooperação
1. Temporária e/ou contínua ( trabalho em grupo e /ou control de poluição)
2. Directa e/ou indirecta ( trabalhos associados – na sala de operação cirrurgica e /ou
a multidisciplinaridade)- engenheiro necessita do médico, este do agricultor e vice-
versa.
Porque os indivíduos ou grupos se interessam em realizar a cooperação? :
a) Obtenção de algum bem material;
b) Lealdade ao grupo e seus ideais;
c) Temor às pressões ou ataques de outros grupos;
d) Necessidade estrutural
e) Interesses pessoais ou grupais.
Portanto, cooperação é a solidariedade social em acção.
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A. Competição - A competião é a forma mais elementar e universal de interacção social,
consistindo em luta incessante por coisas concretas de forma incosciente e impessoal
(LAKATOS e MARCONI, 19990).
Segundo Hamilton, Apoud LAKATOS e MARCONI (1999:89)
“ existe competição quando os recursos de uma sociedade ( alimentação, bens
materiais, posições sociais, poder etc.) são inflexívais e inadequados perante uma
popula,cão portadora de desejos insasiáveis”.
Há muitos exemplos acerca de competição como o esforço de de adquirir êxito nos estudos, na
vida económica, em relação à posição social, na capacidade profissional, artística, intelectual,
desportiva e outras. Todos estes desejos e /ou necessidades podem-se obter sem necessidade
de suplantar esta ou aquela pessoa. A Preocupação principal não visa tirar algo de alguém ou
de impedir que alguém atinja determinadas metas.
Está claro que competição consiste em esforços de indivíduos ou grupos para obter melhores
condiçeões de vida. Entretanto, quando uma pessoa se interpõe no caminho da satisfação ou
dos desejos da outra, surgem os choques, no sentido de uma das partes eliminar os obstâculos
levantados pela outra. Nesse sentido, a luta torna-se pessoal. A esse tipo de luta, consciente e
pessoal, dá-se o nome de conflito. A conceituação mais adequada de conflito é, portanto, uma
contenda entre indivíduos ou grupos sociais, em que cada qual dos contendores deseja uma
solução que exclui a almejada pelo adversário.
O Conflito pode-se apresentar de diversas formas:
a) Rivalidade, ciúmee antagonismo;
b) Debate, controvérsia a respeito de pontos de vistas, ideias ou crenças diferentes, entre
indivíduos ou grupos;
c) Discussão, debate mais acalorada, com troca de palavras áperas;
d) Litígio, demanda judicialentre partes contrárias;
e) Contenda, confronto entre indivíduos ou grupos sociais;
f) Guerras, luta com armas entre nações ou partidos, a forma superior de conflito.
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B. Adaptação – é a forma de socialização de um indivíduo ou grupo social que tende
adequar a determinado ambiente sociocultural a nível bio- psicomotor, afetivo e nível
de pensamento.
A adaptação social de um indivíduo ao grupo não sgnifica necessariamente conformidade
social, mas supõe a utilização de certa margem de liberdade ou de autonomia que o meio
concede. Essa liberdade ou autonomia varia de sociedade para sociedade, exigindo algumas
delas uma conformidade mais completa e estrita dos outras. Mas é evidente que, para a
sobrevivência da colectividade, deve existir um denominador comum entre os componentes e
certo grau de adesão e conformidade às normas estabelecidas.
B.1. Acomodação - é um processo social com o objectivo de diminuir o conflito entre
indivíduos ou grupos sociais, reduzindo-o e encontrando um novo modus vivendi. É um
ajustamento formal e externo, aparecendo apenas nos aspectos externos do comportamento,
sendo pequena ou nula a mudança interna, relativa a valores, atitudes e significados. O modus
vivendi é uma espécie de arranjo temporário, que possibilita a convivência entre elementos e
grupos antagônicos e a restauração do equilíbrio afetado pelo conflito.
Formas de Acomodação
Coerção – por meio de ameaças ou uso de forças quando partes envolvidas têm poderes
desiguais;
Arbitragem – aparecimento de um terceiro que funciona como árbitro e/ou mediador
Compromisso – as partem em conflitos possuem igual poder e chegam à acomodação
por meio de concessões mútuas;
Tolerância – quandos as divrgências e interesses vitais estão em jogo e são
inconciliáveis e não fazem concessões somente a uma cooperação e a uma convivência;
Conciliação – forma cosciente de acomodação, envolve mudança de sentimento com a
dimuniução da hostilidade, há harmonização entre os antagonostas. ( respeito mútuo e
a amizade ).
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B.2. Assimilação – é o processo social em que os indivíduos e grupos sociais diferentes aceitam
e adiquirem padrões comportamentais, tradição, sentimentos e atitudes da outra parte. É um
indício da integração sociocultural e ocorre principalmente nas populações que reúne grupos
diferentes. Os indivíduos assimilam-se entre sí, partilham sua expariência e sua história, e
participam de uma vida cultural comum.
Factores que influenciam o processo de assimilação
1. Contactos primário – nos grupos de amizades, face a face. Quando são indirectos e
superficiais, isto é, secundário é mais provável a acomodação do que propriamente
a assimilação;
2. Linguagem – uma linguagem comum ou bastante semelhante colabora na rapidez
da assimilação, pois, facilita contactos primários;
3. Ausência de características físicas divergentes – ( fácil de notar que pertence grupo
alheio);
4. Número e concentração – grande número de imigrantes, facilita convívio,
comunicação, tradições e padrões culturais;
5. Prestígio da cultura – à medida que imigrantes se estabelecem em determinado
país, cuja cultura tem prestígio, isto é, em que desejam ser considerados como
membros efetivos do novo grupo ou da nova sociedade, sua assimilação é mais
rápida.
Status conceito -– é o lugar ou posição que a pessoa ocupa na estrutura social, de acordo com
o julgamento colectivo ou consenso de opinião do grupo. Isto é, o status é a posição em função
dos valores sociais correntes na sociedade.
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A origem do Status remonta aos primeiros agrupamentos humanos, em que determinadas
funções eram caracterizadas por prestígios e direitos diferentes dos demais.( ex: sociedade
moçambicana, status da mulher e do homem).
STATUS LEGAL E SOCIAL
Existem posições (status) que não são definidas por lei. Logo, é preciso diferenciar status legal e
social. Status legal é uma posição que envolve direitos e deveres apoiados por normas.
Os direitos e obrigações do status legal consistem no comportamento legalmente sancionado.
Quando as reivindicações de uma pessoa são apoiadas pelas normas, constituem seus direitos;
quando as obrigações são prescritas pelas normas, temos deveres. Exemplos de status legais:
status de professor, de enfermeiro e/ou médico de juiz. As pessoas externas queiram como
não, este é o status do indivíduo legalmente constituido e, deve-se comportar e respeitar
como tal.
O status Social abrange caracteísticas da posição que não são determinadaspor meios legais. É
o comportamento socialmente esperado e/ou aprovado, de quem ocupa aquela posição. Os
amigos e colegas apoiam o status ( posição) da pessoa e/ou do grupo. Já não implica direitos e
deveres juridicamente determinados. Os que se espera de um pai perante os filhos senão amor,
carinho e proporcionar o sustento do filhos em todas as áreas da vida humana; da mesma
forma espera dos filhos amor, respeito e obediência.
CRITÉRIOS para DETERMINAR STATUS dos INDIVÍDUOS
Parentesco
Riqueza
Utilidade funcional
Educação
Religião
Faixa etária e sexo
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Na sociedade os homens podem ascender as posições ( status) por duas vias: atribuido
e/ou adquirido
Status Atribuido
O status atribuido independe da capacidade do indvíduo é lhe atribuido mesmo contra a
sua vontade. Dependendo de cada sociedade a Idade, sexo e etnia têm desempenhado
maior ou menor importância.
Status Adquirido
O indivíduo tem possibilidade de alterar seu status através de habilidade, conhecimento e
capacidade pessoal. Esta conquista do status deriva, portanto, da competição entre pessoas
e grupos, e constitui vitória sobre os demais.
Não é concentâneo afirma que o indivíduo é receptor passivo de status atribuido, pelo
contrário, através de suas realizações ele pode elevar ou rebaixar sua posição na sociedade.
Quando se trata de status atribuido, a pessoa desde seu nascimento é educada e preparada
para ocupar a posição que lhe é determinada na sociedade. Já não ocorre o mesmo em
relação ao status adquirido, que depende do esforço e aprimoramento pessoal.
Exemplos: status políticos, económicos e profissionais, obtidos através do esforço
individual. Em algumas sociedades, os status políticos e económicos são totalmente
herdados.
Papel Social – LAKATOS e MARCONI (1999:102) citando Newcomb relaciona o papel com a
posição social, indica as maneiras de se comportar que se esperam de qualquer indivíduo que
ocupa certa posição constituem o papel associado com aquela posição.
Papel Social ( Rol ) - é uma espécie de comportamento típico que se espera de determinada
pessoa em função do "status" em que se encontra.
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Relações entre Status e Papel
Sob ponto de vista estritamente sociológico, podíamos dizer que a personalidade seria a
combinação dos diversos papéis que um indivíduo tem de desempenhar em função das
diferentes posições sociais que ocupe nos vários grupos a que pertence.
Os papéis que cada indivíduo tem de representar são múltiplos, já que ele ( o indivíduo )
acumula várias posições. Um homem pode ser, simultaneamente, masculino, pertencer ao
estrato etário dos 50 anos, ser filho, casado, pai, pastor de igreja, motorista, oficial militar,
dirigente desportivo, animador político, etc.
Status é a posição socialmente identificada; papel é o padrão de comportamento esperado e
exigido de pessoas que ocupam determinados status. Portanto, cada posição social estabelece-
se certas expectativas.
Níveis de Comportamento
Comportamento exigido – fundamental para o desempenho do papel. Há norma e regulamento
rígidos e devem ser cumpridos
Comportamento Permitido – comportamentos para os quais o grupo ou a sociedade não
estabelecem normas fixas e rígidas.
Comportamento Proibido - a sociedade e /ou o grupo reage através de sanções negativas.
Tipos de Papéis
O indivíduo deve se ajustar aos papéis que deve desempenhar, o que se dá de dois modos:
papel atribuido e assumido
1. Papel atribuido: quando conferido externamente ao indiv’iduo de acordo com o tipo de
papel social, cuja atribuição pode efectuar-se de duas maneiras: automaticamente
( exemplo – filho, irmão, primo tio, avô e outros) e intencionalmente: na adop,cão de
um filho;
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2. Papel assumido: quando se assume voluntariamente, por decisão pessoal,
( casamento, seguir uma profissão, estudar numa faculdade).
Cultura- Os antropólogos vêm elaborando inúmeros conceitos sobre a cultura, entretanto,
ainda não se chegou a um consenso do significado exacto do termo cultura. Segundo
LAKATOS, e MARCONI (1999: 131) a cifra de definições já ultrapassa 160 mas que, ainda
n~ao chegaram a um significado exacto. Segundo o autor que está-se citar para alguns cultura é
comportamento aprendido; para outros, não é comportamento, mas abstracção do
comportamento; para o terceiro grupo, a cultura consiste em idéias. Há os que consideram que a
cultura é apenas os objectos imateriais, o contrário dos outrosque consideram aquilo que se
refere ao material.Outros estudiosos consideram o imaterial e o material
Cultura : conjunto de elementos que inclui conhecimentos, crenças arte, moral, leis,
usos e quaisquer outras capacidades, e costumes adquiridos pelo homem enquanto
membro de uma sociedade. Portanto, tudo o que constitui a vida de um povo.
A essência da Cultura
O que distingue a sociedade humana das outras é a cultura, isto é, a capacidade
de criar ou de recriar a partir dos elementos recebidos das gerações anteriores
ou seja tudo aquilo que o homem acrescenta à natureza.
A cultura é património de cada sociedade, constituída por todos os objectos
materiais ou simbólicos que servem de elementos aglutinadores dos indivíduos
em relação ao grupo e dos grupos entre si.
A cultura é um sistema organizados do comportamento, não resultando pura e
simplesmente de uma acumulação de hábitos ou de normas.
Cada padrão de cultura contém certos traços, que constituem as menores
unidades identificáveis dessa mesma cultura.
Os traços de cultura incluem tanto os aspectos materiais quanto os não
materiais.
Os aspectos materiais, exemplo: chapéu solar, enxada, escultura, batuque etc.
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Os aspectos não materiais; incluem acções simbólicas como: aperto de mão
para cumprimentar uma pessoa, beijos o tirar chapéu, encurvar-se etc.
Relativismo Cultural
As culturas, de modo geral, diferem umas das outras em relação aos postulados
básicos, embora tenham características comuns.
Toda a cultura é considerada como configuração saudável para os indivíduos que
a praticam. Todos os povos formulam juízos em relação aos modos de vida
diferentes dos seus. Por isso, o relativismo cultural não concorda com a idéia de
normas e valores absolutos e defende o pressuposto de que as avaliações devem
ser sempre relativas à próppria cultura onde surgem.
Os padrões ou valores de certo ou errado, dos usos e costumes, das sociedades
em geral, estão relacionados com a cultura da qual fazem parte. Portanto, um
costume pode ser válido há um certo hambiente cultural e não a um outro, e,
até ser repudiado.
Etnocentrismo – o etnocentrismo relaciona-se directamente com o relativismo
cultural. A posição relativa liberta o indivíduo de preconceitos deturpadoras do
etnocentrismo, que significa a supervalorização da própria cultura em
detrimento das demais. Todos os indivíduos são afetados por esse tipo de
sentimento e a tendência na avaliação é julgar as culturas alheias segundo o seu
modu vivendi cultural.
Toda a referência a povos primitivos e civilizados deve ser feita em termos de
culturas diferntes e não na relação superioe / inferior.
O etnocentrismo pode promover um comportamento agressivo ou em atitudes
de superioridade e até de hostilidade, discriminação, à violência e outras
atitudes e comportamentos.
Porém, o etnocentrismo apresenta um quadro positivo, ao ser agente de
valorização do próprio grupo. Seus membros passam a considerar e aceitar o seu
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modo de vida como melhor, o mais aceitável, o que favorece o bem estar
individual e a integração social.
Mudança de Cultura – é qualquer alteração na cultura, sejam traços, complexos,
padrões ou toda uma cultura, o que é muito raro. A mudança de cultura pode
ocorrer com maior ou menor facilidade, dependendo do grau de resistência ou
de aceitação. O aumento ou diminuição das populações, as migrações, os
contactos com outros povos de culturas diferentes, as inovações científicas e
tecnológica, as catástrifes ( epidemias, guerras, calamidades naturais), as
depressões económicas, as descobertas, mudança violente de governo etc.
Podem constitur como factores de mudança cultural de uma determinada
sociedade.
A mudança cultural pode surgir em consequência de factores internos –
Endógenos ( descobertas e invenções) ou externos – exógenos ( difusão
cultural)
Factores que influenciam na mudança cultural
1 . Factores Geográficos
Fenómenos como cataclismo, secas, inundações, pragas, ciclones, erupção vulcânica
terramotos, maremotos, furacões e outros podem altera de forma transitória ou permanente, a
organização ou a estrutura de uma comunidade.
Podem ocasionar migração, extinção de comunidade, reconstrução ou fundação de novas
cidades.
2 . Factores Demográficos ou Biológicos
As variações nas taxas de crescimento populacional, associado a êxodos populacionais,
epidemias, elevadas taxas de mortalidade, dão origem a diversas transformações sociais.
Podem ocasionar desajustamento e desequilíbrios nos mais diversos sectores da sociedade,
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alterando a estrutura económica, a organização do trabalho, a distribuição do poder e modo de
vida das populações.
Ex.; os emigrantes ingleses a continente americano e asiático, europeus a África, trouxe grandes
alterações ao modo de vida das populações autóctones.
3 . Factores Socio-Políticos
guerras, invasões e conquistas, luta de classes e revolução, a acção das elites sociais , o
aparecimento de movimentos sociais portadores de valores e modelos culturais diferentes,
constituem exemplos de forças capazes de espoletar situações de mudanças. Alteram as
estruturas sociais , modificam o status de nações, escravizam povos, transformam a vida e
destoem culturas.
4 . Factores Culturais
A evolução das ideias, o contacto entre culturas, descobertas científicas, o desenvolvimento
filosófico, a difusão de religião e ideologias constituem aspectos importantes para a mudança
social.
5 . Factores Tecnológicos
As descobertas científicas, quando postas em prática podem provocar mudanças sociais de
vulto. Isto é, a introdução de novas técnicas de produção numa fábrica pode trazer várias
modificações:
a) modificações dos métodos de trabalho
b) da organização das equipas de trabalho
c) modificações nos níveis de autoridade.
d) A instalação num meio rural de uma nova indústria vai implicar transformação do mercado
de trabalho o que promove a mobilidade da população. Traz mudanças de costumes, de
culturas, de organização social da comunidade.
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6 . Factores Psicossociológicos
A receptividade que as diferentes populações manifestam em relação ao "novo". A vida tem
demonstrado que o grau de instrução, a cultura geral e informação, são factores que
contribuem para uma maior abertura á mudança, enquanto que a ignorância favorece o
conservadorismo. Da mesma forma, as sociedades individualistas ( onde a competição é a
orgânica de vida ) impele os indivíduos ao risco, á descoberta, ao empreendimento,
favorecendo assim os processos de mudança. Estas sociedades mostram-se mais dispostas á
evolução e progresso do que ás sociedades mais integradas, onde o indivíduo se subordina ao
grupo.
7 . A Mundialização
A aproximação entre indivíduos, nações ou Estados, a interdependência económica, a expansão
de tecnologias, de informação, globalização das comunicações, globalização dos padrões de
comportamento internacionalização dos conflitos a visão ecológica global, são todos esses
aspectos que entram no rol das mudanças sociais.
Resumindo; aos factores de mudança social no domínio dos fenómenos sociais não é possível
encontrar uma só causa que se possa considerar exclusivamente responsável ou determinante
pelos acontecimentos sociais. Quer dizer, no domínio social existe sempre uma multiplicidade
de causas que integrando e interagindo-se produzem situações complexas, implicando, por sua
vez, repercussões em diferentes domínios sociais. É nessa convergência de factores que se
deverá procurar não a causa, mas o conjunto das causas que permitiriam o desencadear o
processo de mudança.
Difusão Cultural – Conforme Hoebel & Frost (1981:445) Apoud LAKATOS e MARCONI
(1999:146) “ é um processo, na dinâmica cultural, em que os elementos ou complexos culturais
se difundem de uma sociedade a outra”. As culturas, quando vigorosas, tendem a se estender a
22
outras regiões, sob a forma de empréstimo mais ou menos consistente. A difusão de um
elemento da cultura pode realizar-se por imitação ou por estímulo., dependendo das condições
sociais, favoráveis ou n~ao, à difusão. O tipo mais significativo de difusão é o das relações
pacíficas entre os povos, numa troca contínua de pensamentos e inveções.
A Aculturação - Quando duas culturas são postas em contacto constata-se a esmose de
valores culturais entre ambas. Isto é, verificam-se trocas de experiências tanto materiais como
não materiais. A estas trocas de aspectos culturais sejam simples ou complexos dá-se a
designação de fenómenos de aculturação.
Ex. Quando uma sociedade domina outra, como é o caso de colonização portuguesa em
Moçambique
Com o passar do tempo, essas culturas fundem-se para formar uma sociedade e uma cultura
nova
Assimilação, uma fase de aculturação, que seria o processo mediante o qual os grupos que
vivem em um determinado território comum, embora procedentes de lugares diferentes,
alcançam uma “ solidariedade cultura”.
Nesses últimos tempos o termo aculturação vem sendo empregado para significar fusão de
subculturas ou cultura rural Versus cultura urbana.
A aculturação consiste, pois, em uma forma especial de mudança. A sociedade que sofre o
processo de aculturação modifica sua cultura, ajustando ou conformando seus padrões
culturais aos daquela que a domina.Porém, embora sofra grandes alterações no seu modo de
vida, conserva sempre algo de sua própria identidade.
O processo de aculturação, a mudança pode-se processar com entusiasmo, desprezo,
desaprovado totalmente, sancionado levemente ou lentamente e ou totalmente rejeitado.
Exemplos: língua, modo de vestir, de dançar, organização social, construções etc.
Relação cultura e Sociedade
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Ambas estão intimamente relacionadas: não há sociedade sem cultura, assim como não há
cultura sem sociedade ( homens).
As Instituições Sociais fazem parte de diversos tipos de organizações sociais, assim como as
suas associações.
As associações são organizações sociais mais especializadas e menos universais do que as
Instituições.( exemplos: clubes recreativos, sindicatos, associações comerciais, sociedades
científicas, artísticas e literárias e outras.
As Características das Instituições Sociais
1. Finalidade – satisfação das necessidades sociais;
2. Conteúdo relativamente permanente – padrões, papéis e relações entre
indivíduos da mesma cultura;
3. Serem estruturadas – há coesão entre os componentes, em virtude de
combinações estruturais de padrões de comportamento;
4. Estrutura Unificada – cada instituição, apesar de não poder ser
completamente separada das demais, funciona como uma unidade ;
5. Possuem valores – código de conduta.
Todas as instituições devem ter função e estrutura.
Função - é a meta ou o prop’osito do grupo, cujo objectivo seria regular suas
necessidades.
Estrutura – é composta de pessoal (elementos humanos); equipamentos
(aparelhamento material ou imaterial); organização (disposição do pessoal e
do equipamento, observando-se uma hiererquia-autoridade e subordinação);
comportamento( normas que regulam a conduta e a atitude dos indivíduos).
Exemplo: um hospital possui função, o de tratar os pacientes;
Estrutura , pessoal – direcção, funcionários (médicos, enfermeiros e outros
especialistas e técnicos); equipamentos – imóvel, máquinas, reputação
(imateriais), organização – democracia ou autocracia, centralizada ou
24
descentralizada, comportamento – normas para a constituição e
funcionamento, direitos e deveres regulados por leis vigentes e estatutos.
As instituições podem ser espontâneas (família) e criadas (igreja)
Principais Instituições Sociais
Família – em geral é considerada o fundamento básico e universal das
sociedades, por se encontrar em todos oa agrupamentos humanos, apesar
da sua variação nas estruturas e o funcionamento.
A família constitue portanto, a base da estrutura social, onde se originam as
relações primárias de parentesco.
A família elementar (nuclear, natal-conjugal, simples, imediata, primária) é uma unidade
formada por um homem, sua esposa e seus filhos que vivem juntos em uma união reconhecida
pelos outros membros de sua sociedade.
Quanto a autiridade, a família pode ser: ( exemplo de Moçambique)
a) Patriarcal – se a figura central é o pai, que possui autoridade de chefe
sobre a mulher e os filhos;
b) Matriarcal – em a figura central é a mãe, havendo, por isso,
predominância da autoridade feminina.
Nas sociedades, em geral, há duas formas de relações entre os sexos: união e casamento
A União - consiste no ajuntamento de indivíduos de sexos opostos sob a influência do impulso
sexual. Os cônjuges são chamados de “amigos”, amantes, maritais etc. A união pode ser
temporária ( com divórcio fácil) ou indissolúvel ( sem divórcio, com ou sem desquite).
O Concubinato – é um tipo de união. Consiste na união livremente consentida, estável e de
facto, entre um homem e uma mulher, mas não sancionada pelo casamento. Pode ser legal ou
não. A concubina converte-se na companheira sexual de um homem, socialmente reconhecida
por costume ou lei e comumente, é levada ao lar dele, em lugar ou juntamente com a mulher
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leg’itima. O status da concubina varia muito nas diferentes culturas; geralmente, ela tem o
direito de ser mantida e seus filhos considerados legítimos , mas não têm direito a herança, e
nem sempre os filhos recebem o nome do pai.
O Matrimónio ou Casamento - é omodo pelo qual a sociedade humana estabelece as normas
para a relação entre sexos. O matrimónio também pode ser visto como “uma união entre um
homem e uma mulher de modo que as crianças nascidas desta união sejam reconhecidas como
frutos legítimos de ambos os pais.
O casamento torna o casal membro de uma família elementar diferente daquela em que
nasceu. Assim, em cada sociedade, um adulto / adulta normal pertence a duas famílias
nucleares: a de orientação (onde nasceu) e a de prociação (que constituiu). Na primeira família,
ele /ela é filho(a) e irmão (ã); na segunda, marido/ esposa e pai/ mãe.
Na maioria das sociedades, o casamento não é uma simples união entre cônjuges, mas,
basicamente, a aliança entre grupos.
As sociedades, de forma geral estabelecem certas regras para o casamento, permitindo deste
modo alguns, proibindo ou restringindo outros, caso de Endogamia e Exogamia.
Endogamia (endo, dentro; gamos casamento) o que significa a regra de casamento que obriga
o indivíduo a escolher seu cônjuge dentro do mesmo grupo (local, de parentesco, de status,
étnico etc.) ou outro grupo a que pertence.
Exogamia (exo, fora; gamos, casamento) isto é, regra social que exige o casamento de uma
pessoa com outra fora do grupo (local, de parentesco, de status ou qualquer outro gênero) a
que ela pertença
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Modalidades de Casamentos
Monogamia – um homem e uma mulher
Poligamia – homem ou mulher com dois ou mais
Cônjuges
poliandria – mulher com dois ou+ homs
Poligamia Poliginia – homem com dois ou+ mulhes
O sistema de parentesco é segundo Murdock citado por LAKATOS E MARCONI (1999:178) “um
sistema estrutural de relações, no qual os indivíduos encontram-se unidos entre si por um
complexo interligado de laços ramificados”.
A família nuclear (pais e filhos) é o ponto de partida para a análise de relações de parentesco,
assim temos:
a) Afinidade (Marital ou Legal) – laço criado pelo casamento. Por meio dele o homem
contrai laços de afinidade com a esposa e seus familiares: pais, irmãos irmãs e outros;
b) Consanguinidade (Biológico) – relação entre pais e filhos;
c) Fictícios ou pseudoparentes (Adoptivos) – muitas sociedades aceitam uma terceira
categoria de relações denominadas fictícias, incluindo-se crianças adoptadas, compadrio
e parentesco ritual (irmãos de sangue).
Descendência é uma regra que filia o indivíduo, ao nascer, a um grupo de parentes. A família
elementar ou natal está ligada a uma série mais ampla de grupos de parentesco. A
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descendência baseia-se na distinção entre princípios bilaterais e unilatrais ( patrilinear,
matrilinear, dupla).
Na descendência Bilateral – o parentesco é estabelecido por vínculos de descendência dos dois
progenitores (sexo masculino e feminino). Limita o número de parentes próximos, excluindo
ajguns membros da parentela do pai e da mãe.
Na descendência Unilateral – os membros recebem sua identidade através do vínculo de
descendência apenas de um dos progenitores: sexo masculino (patrilinear) ou masculino
( matrilinear).
Patrilinear: sistema que associa Ego a pessoas cujos laços de parentesco são traçados
através do sexo masculino: pai a filhos, a filhos dos filhos;
Matrilinear: Sistema que liga Ego a grupos de parentes relacionados através da linha
feminina. Os filhos de ambos os sexos pertencem ao grupo de sua mãe, que, por sua
vez, ‘e o grupo da mãe de sua mãe, e assim por diante.
Descendência dupla: (Matripatrilinear) - quando os grupos de parentesco patrilinear e
matrilinear existem lado a lado dentro de uma sociedade.
Grupos de parentesco:
Linhagem – é um grupo sanguíneo de parentesco que inclui somente os indivíduos que
descendem de um ancestral comum conhecido como fundador e que tenha vivido pelo
menos há cinco ou seis gerações, não importanto o sexo.
Clã – Formado por várias linhagens, com um passado remoto que chega a ser
mitológico.
Fratria – Um conjunto de clãs (dicionário = conjunto de irmãos)
Tribo – um conjunto de fratrias
Religião - um sistema unificado de crenças e práticas relativas a coisas sagradas, isto é, crenças
e práticas que unem uma comunidade moral conforme as doutrinas promulgadas e eceites
por todos aqueles que as adotam.
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O crer o sobrenatural como qualquer coisa em cuja existência se acredita, baseando-se em
provas não fundamentadas pela ciência. As entidades sobrenaturais não são empíricas e a
ciência não pode demonstrar que realmente existem ou que realmente não existem . As ideias
religiosas não podem obedecer as ciências seculares. O sobrenatural divide-se em seres como
(Deus, deuses, Anjos, demônios), lugares como (Céu, inferno, limbo, purgatório, éden), forças
(Espirito Santo) e entidades (almas).
A gênese das crenças religiosas seria o medo do sobrenatural.
O sagrado e o profano
Conforme Durkeheim Apoud LAKATOS E MARCONI o contraste entre o sagrado e o profano é o
traço que distingue o pensamento religioso. Existem Seres, objectos, lugares e forças
sobrenaturais, consideradas, más e ímpias. Entretanto, Há Seres, lugares, forças, objectos
sagrados, e a violação das regras é considerada profanação. Todo lugar, ser coisa ou acto que
não é sagrado ou ímpio é profano, e secular. Profano é tudo aquilo considerado útil, prático ou
familiar, que pertence ao mundo cotidiano, sem possuir o significado emocional característico
do sagrado.
Crença religiosa – é o aspecto da religião que procura explicar a natureza e a origem das coisas
sagradas. A crença basiea-se em atitudes habituais, na fé, e as noções delas derivadas, mesmo
quando coincidem com a ciência, não se fundamentam nas observações e no tipo de evidência
científica.A religião ensina como se vai ao Céu, enquanto que a ciência ensina como vai o céu
Ritual – o ritual é o lado activo da religião. Apresenta as seguintes formas: uso de roupas
especiais, cantos, danças, lamentações, orações, jejuns, peregrinações e outros. O ritual tem
por finalidade despertar uma disposição de espírito favorável em relação ao sagrado, e reforçar
a f’e dos participantes. É particularmente eficiente quando coletivo, pois aumenta a
emotividade, tornando mais intensa a impressão subjectiva.
Muitas vezes o ritual comemora ocasiões importantes relacionadas com a vida do indivíduo ou
do grupo; nascimento, puberdade, casamento, morte, a semeadura e a colheita, a chegada das
chuvas, o início de uma campanha militar ou a vitória alcançada etc.
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Mito – do grago mutheo é uma tentativa de explicação de acontecimentos naturais ou
sobrenaturais que fogem ao entendimento humano em seus diferentes estágios.
Não se deve confundir mito com dogme de fé, que para alguns, significa uma verdade revelada,
nem sempre ao alcancem do entendimento humano. O mito sobrevive hoje nas crendices e
superstições criados pela televisão, cinemas etc.
O Estado - é uma organização que exerce autoridade sobre o seu povo, por
meio de um governo supremo, dentro de um território delimitado, com direito
exclusivo para a regulamentação da força.
O conceito Estado implica a inclusão do elemento governo, que mantém a
ordem e estabelece as normas relativas às relações entre os cidadãos.
Nem todo governo é sinónimo de Estado, porque existem governos sem Estado,
caso dos bosquímanos da África.
O Estado constitui uma parte essencial, mas não a totalidade da estrutura social,
comfunções externas e importantes, embora limitadas, porque só pode
supervisionar os aspectos exteriores da vida social.
A diferença entre Estado e Governo pode-se observar na monarquia
constitucional, caso da Inglaterra, onde a rainha é chefe de Estado, e o primeiro-
ministro chefe do Governo. Nos EEUU, Brasil e em Moçambique o presidente
exerce as duas funções.
A caracteristica de soberania do Estado é o monopólio da regulamentação da
força dentro de suas fronteiras.Só o Estado possui autoridade - poder legítimo –
para regulamentar o uso da força: manipulação física, aprisionamento ou
execução dos indivíduos.
Povo – um agrupamento humano com cultura semelhante ( língua, religião,
tradições) e antepassados comuns; supõe certa homogeneidade e
desenvolvimento de laços espirituais entre si.
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Nação – É um povo fixado em determinada área geográfica. Alguns autores
afirmam que Nação é um povo com certa organização. Para que haja nação é
necessário haver povo, um território e a consciência comum.
Funções do Estado
a) Garantir a soberania – manter orden interna e a segurança externa;
b) Manter a ordem – Estado diferencia-se das demais instituições por ser o
único que se encontra investido de poder coercivo, proibindo uma série de
atos ou obrigando os cidadãos a agir de uma ou de outra maneira, por meios
de leis ou da força física.
c) Promover o bem estar social – proporcionar à população a ordem interna e
extarna, a paz, o respeito às leis, promover a justiça, satisfação das
necessidades físicas, morais, espirituais e psico-culturais.
Control Social
Control social é uma das formas de pressão social, podendo exercer-se de dois modos
diferentes:
a) Por persuasão, levando as pessoas aos mesmos comportamentos do grupo, fazendo apelo à
liberdade através da propaganda, da concessão de recompensas, do prestígio, do louvor,
das honrarias e aos valores morais.
b) Por constrangimento, obrigando as pessoas a adoptar os modelos de comportamento do
grupo, servindo-se de sanções e punições, recorrendo a sociedade as forças organizadas,
como os tribunais ou as forças da ordem e as prisões.
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Nas sociedades tradicionais operam-se:
- Os mitos
- Os tabus todos estes aspectos e outros têm como função o controlo social
- As proibições
Nas sociedades modernas , para além das normas de direito, tal missão compete também e
muito especialmente aos mass média
O controlo social, pese embora os limites que impõe ao indivíduo em sí, constitui factor
fundamental na coesão e vida dos grupos e das sociedades, sendo certo que sem ele, não mais
seria possível viver socialmente de forma organizada e estruturada.
O comportamento em Conformidade – a acção orientada para uma norma especial,
compreendida dentro dos limites de comportamento por ela permitido ou delimitado. Dessa
maneira, dois factores são importantes na conceituação de conformidade: os limites de
comportamento permitido e determinadas normas que, consciente ou incoscientemente, são
parte da motivação da pessoa. O conhecimento das normas não precisa ser explicito, o que
seria difícil: por exemplo, em relação aos modernos sistemas legais, cujo conhecimento
aprofundado é da alçada de especialistas; pode ser a aceitação implícitadas mesmas, em seus
aspectos gerais.
O comportamento em Desvio – é conceituado não apenas como um comportamento que
infringe uma norma por acaso, mas também como um comportamento que infringe
determinada norma para a qual a pessoa está orientada naquele momento; o comportamento
em desvio consiste, pois, em infracção motivada.
Quando o padrão é rompido, através do comportamento desviado, a ruptura provoca
sentimentos negativos, dando origem a um processo de sanções cuja função é punir a
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infracção, impedir futuros desvios e/ou alterar as condições que originaram o comportamento
desviado. Este processo constitui, portanto o controle social.
É importante notar que nem todo o desvio é nocivo para a sociedade e/ou grupo social.
Quando numa quadrilha de criminoso um dos seus membros abandona o crime comete um
desvio em relação as normas do grupo; se um intelectual combate o etnocentrismo é um desvio
em relação ao seu grupo de pertença.
Causas da Conformidade
Conforme Johnson Apoud LAKATOS E MARCONI (1999:227) as principais causas de
conformidade podem ser as seguintes:
a) Socialização – processo que proporciona a interiorização das normas sociais,
que se integram na estrutura da personalidade;
b) Isolamento – processo do qual o indivíduo se adapta as normas e ou permace
rentringida a elas.
c) Hierarquia – além do factor tempo e lugar, as normas e valores integrantes
de um sistema sociocultural encontram-se classificados por ordem de
precedência. Esta hierarquia permite uma escolha mais adequada, em
ocasiões em que mais de uma pode ser aplicada no mesmo momento e no
mesmo lugar;
d) Controle social – quando conhecido, o controle social pode funcionar através
da antecipação, pois a pessoa socializada pode prever as consequências que
advirão de seu comportamento desviado se ferir expectativas dos demais;
e) Ideologias – quando as ideologias contestam a validez de certas normas
pode-se dar origem a desvios, no sentido revolucionário;
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Causas dos Desvios
O mesmo autor, indica seguintes factores que influenciam o desvio:
a) Lacunas na socialização ou carente - é uma avaliação subjectiva dos que
aceitam as normas vigentes;
b) Sanções Fracas – quando as sanções aplicadas são fracas perdem muito
de seu poder de orientação ou de determinação do comportamento;
c) Alcance indefinido da norma – muitas vezes, o alcance ou os limites de
uma norma não são claramente definidos;
d) Execução injusta ou corrupta da lei – não aplicação equitativa da lei.
Outro sim, a família a vizinhança e a igreja são órgãos de controle social com menos poder
actualmente do que no passado, aos passo que as empresas e o Estado tendem a adquirir mais
força. No passado, quando a família era uma unidade econômica, poucos negócios se
realizavam fora do âmbito familiar ; o Estado não tinha muita força nas comunidades locais.
Desta maneira, a família, o grupo local e a igreja, cujas actuações apareciam em todas as
etapas da actividadesocial, exerciam a maior parte do controle social. Com a transferência da
produção econômica da família para as empresas ( de maior ou menor vulto), com o
crescimento das comunidades, com o fortalecimento do Estado e a tendência para a
secularização das sociedades, modou-se o panorama da distribuição das funções de controle
social entre as instituições, fortalecendo-se deste modo a empresa e o Estado.
Côdigo - são normas de conduta, cujo poder de persuasão ou de dissuasão repousa, em parte,
nas sanções, positivas ou negativas, de aprovação ou de desaprovação, que as acompanham.
Esses côdigos variam de sociedade para sociedade e, dentro da mesma sociedade, de grupo
para grupo, de acordo com sua constituição ou finalidade.
Existem muitas espécies de côdigos dependendo como já foi dito, de sociedade para sociedade
e, dentro da mesma sociedade, de grupo para grupo, e de acordo com sua constituição ou
finalidade. Exemplo: Côdigo penal, civil, religioso profissional, familiar, do clube, dos marginais,
da comunidade, moral e outros.
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O quadro que se segue ajuda a ilustrar melhor o fenómeno.
Quadro, Ilustra códico em que se baseiam e sanções específicas
GRUPOS CÓDIGOS SANÇÕES
O ESTADO Código Penal/ civil
Prisão, multa, morte/
indemimização ou
restituição
A FAMÍLIA Código familiar Exclusão da herança,
perda de preferência
O CLUBE Normas e
regulamentos
Perda de condição de
membro, privilêgios
O BANDO/ QUADRILHA Código dos marginais Morte e outras formas de
violência
A COMUNIDADE O costume, a moda,
as convenções, a
etiqueta
Perda da reputação, o
ridículo
AS RELAÇÕES SOCIAIS EM GERAL O código moral O sentimento de
culpabilidade ou
degradação
A IGREJA Código religioso Excomunhão, perda de
prerrogativas ...
AS ORGANIZAÇÕES PROFISSIONAIS Códigos Profissionais Expulsão, perda do direito
de exercer a profissão.
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Tipos de Sanções
a) Constrangimento físico. Compete o Estado exercer este poder. Consiste em: prisão,
residência vigiada, trabalhos forçados, extradição e outros;
b) Sanção económica. Multas, indeminização de prejuízos causados a outrem, perda de
profissão, como de advogado, médico etc.
c) Sanção religiosa. Penitências, excomunhão, perda de méritos, ameaça a condenação
eterna etc.
d) Sanções especificamente sociais. São as mais diversas e numerosas. Afastamento e
expulsão do indivíduo ou do grupo, rejeição, a reprovação e outros tipos de sanções.
Mudança Social - Rocher (1971:IV 92e 95) Apoud LAKATOS e MARCONI (199:298) define
mudança social como
“toda transformação observável no tempo que afeta, de maneira que não seja
provisória ou efêmera, a estrurura ou funcionamento da organização social de
dada colectividade e modifica o curso de sua história. É a mudança de estrutura
resultante da acção histórica de certos factores ou de certos grupos no seio de
dada colectividade”.
Como se pode depreender, mudança social abarca um processo e evolução social.
Processo Social – sucessão de acontecimentos, fenómeno, acções, em que o conjunto constitui
o curso de mudança. Portanto, denomina-se processo social, uma transformação onde
prevalece ideia de continuidade, englobando a sucessão de mudanças contínuas e definidas,
resultante da influência de forças presentes desde o início do mesmo fenómeno. Modo
paulatino e definido pelo qual se passa de uma fase a outra.O processo pode ser progressivo,
ou regressivo benéfico ou prejudicial, planificado ou não, com tendências à integração ou à
desintegração.
Evolução Social - conjunto das transformações ocorridas numa sociedade durante um longo
período. Envolve aspectos qualitativos e quantitativos.
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Caracterísricas das mudanças sociais
a. Fenómeno colectivo: abarca um sector significativo de uma colectividade, afectando as
condições ou as formas de vida de seus componentes, nos aspectos material, espiritual
e/ou psicológico;
b. Mudança de estrutura: altera certos componentes da organização social ou sua
totalidade. É necessário identificar os elementos estruturais ou culturais da organização
social que sofreram alterações;
c. Deve-se ter um ponto de partida a partir do qual o conjunto de metamorfoses possa ser
localizado no tempo;
d. Permanência: as transformações, observadas e analisadas, devem ter certo carácter de
durabilidade, ou melhor, não devem ser passageiras (efêmeras) nem superficiais;
e. Acção histórica: tanto a organização social como a mudança são produtos das
actividades dos componentes de uma sociedade, que operam no sentido de originar,
acentuar, diminuir ou impedir as modificações de partes ou da totalidade da
organização social.
Factores determinantes de mudança Social
1 . Factores Geográficos
Fenómenos como cataclismo, secas, inundações, pragas, ciclones, erupção vulcânica
terramotos, maremotos, furacões e outros podem altera de forma transitória ou permanente, a
organização ou a estrutura de uma comunidade.
Podem ocasionar migração, extinção de comunidade, reconstrução ou fundação de novas
cidades.
2 . Factores Demográficos ou Biológicos
As variações nas taxas de crescimento populacional, associado a êxodos populacionais,
epidemias, elevadas taxas de mortalidade, dão origem a diversas transformações sociais.
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Podem ocasionar desajustamento e desequilíbrios nos mais diversos sectores da sociedade,
alterando a estrutura económica, a organização do trabalho, a distribuição do poder e modo de
vida das populações.
Ex: os emigrantes ingleses a continente americano e asiático, europeus a África, trouxe grandes
alterações ao modo de vida das populações autóctones.
3 . Factores Socio-Políticos
guerras, invasões e conquistas, luta de classes e revolução, a acção das elites sociais , o
aparecimento de movimentos sociais portadores de valores e modelos culturais diferentes,
constituem exemplos de forças capazes de espoletar situações de mudanças. Alteram as
estruturas sociais , modificam o status de nações, escravizam povos, transformam a vida e
destoem culturas.
4 . Factores Culturais
A evolução das ideias, o contacto entre culturas, descobertas científicas, o desenvolvimento
filosófico, a difusão de religião e ideologias constituem aspectos importantes para a mudança
social.
5 . Factores Tecnológicos
As descobertas científicas, quando postas em prática podem provocar mudanças sociais de
vulto. Isto é, a introdução de novas técnicas de produção numa fábrica pode trazer várias
modificações:
e) modificações dos métodos de trabalho
f) da organização das equipas de trabalho
g) modificações nos níveis de autoridade.
h) A instalação num meio rural de uma nova indústria vai implicar transformação do mercado
de trabalho o que promove a mobilidade da população. Traz mudanças de costumes, de
culturas, de organização social da comunidade.
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7 . A Mundialização
A aproximação entre indivíduos, nações ou Estados, a interdependência económica, a expansão
de tecnologias, de informação, globalização das comunicações, globalização dos padrões de
comportamento internacionalização dos conflitos a visão ecológica global, são todos esses
aspectos que entram no rol das mudanças sociais.
Resumindo; aos factores de mudança social no domínio dos fenómenos sociais não é possível
encontrar uma só causa que se possa considerar exclusivamente responsável ou determinante
pelos acontecimentos sociais. Quer dizer, no domínio social existe sempre uma multiplicidade
de causas que integrando e interagindo-se produzem situações complexas, implicando, por sua
vez, repercussões em diferentes domínios sociais. É nessa convergência de factores que se
deverá procurar não a causa, mas o conjunto das causas que permitiriam o desencadear o
processo de mudança.
Movimentos Sociais: vários Sociólogos cogitam diversos conceitos acerca dos movimentos
sociais. De entre eles pode-se tomar o de Lee(1962:245) Apoud LAKATOS E MARCONI
(1999:309)
“ os movimentos sociais poder ser considerados como empreendimentos colectivos
para estabelecer nova ordem de vida. Têm eles início numa condição de inquietação e
derivam seu poder de motivação na insatisfação diante da forma corrente de vida, de
um lado, e dos desejos e esperanças de um novo esquema ou sistema de viver do
outrolado”
Condensando as muitas acepções do diferentes autores pode-se dizer que movimentos sociais
tem em uma parcela da sociedade global, com característica de maior ou menor organização,
existentes na ordem estabelecida, de carácter predominantemente urbano, vinculados a
determinado contexto histórico e sendo ou de transformação ou de manutenção do status quo.
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Tipologia dos Movimentos Sociais
Os movimentos sociais apresentam-se sob várias formas, sendo que o conteúdo específico do
que se pretende permite diferenciá-l-s. De entre esses vários abordaremos os movimentos
migratórios, Conservacionistas ou de resistências, reformistas e revolucionários.
Movimentos Migratórios: Independentemente do facto de esse movimento ser composto por
grupos organizados, por famílias ou por indivíduos, sua característica principal é o acentuado
descontentamento com a situação na sociedade de origem, o que determina a tomada de
decisão de se transferir para outro local.
Movimentos Progressistas - Actuam em um segmento da sociedade, tentendo exercer
influência nas instituições e organizações da mesma; também chamados de libarais, pois
desejam a introdução de mudanças positivas.
Exemplo: movimentos sindicais, que passaram por várias fases: sindicalismo de ofício;
sindicalismo de indústria e outros.
Conservacionistas ou de Resistência
Tentativa de preservação da sociedade de mudanças. Opõem-se tanto a transformações
propostas quanto a já realizadas, quando então propugnam a volta à situação anterior.
Exemplo: Manifestações contra a legalização do aborto, contra o divórcio, vários tipos de
movimentos ecologistas.
Movimentos Reformistas: Agem como uma tentetiva de introduzir melhoramentos em alguns
aspectos da sociedade, sem transformar sua estrutura básica. Esses movimentos encontram
dificuldades para se firmarem em sociedades autoritárias, porque os poderes autoritários
reprimem violentamente as críticas; mas tem maior campo de acção nas sociedades
democráticas, o que em parte limita suas reivindicaçãos, pois as democracias relacionam-se
com poder do povo.Exemplos: movimento feminista, que procura elevar o status da mulher e
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dar-lhe condições de igualdade na sociedade actual; os diferentes movimentos homossexuais
que lutam pela igualdade e protecção legal de seus membros.
Movimentos Revolucionários - Procuram alterar a totalidade do sistema social existente,
substituindo-o por outro completamente diferente. Propondo assim, dentro da sociedade
mudanças mais rápidas e radicais. Isto ocorre muitas das vezes nos governos autoritários, que
bloqueiam os movimentos de reforma, concentrando deste modo o descontentamento social.
Reflexão Crítica, sobre porquê as diferenças entre homem e mulher mesmo as óbvias
favorecem em grande medida o sexo masculino
Introdução
O desenvolvimento humano reconhece que as escolhas dos indivíduos são em princípio
múltiplas e infinitas e evoluem ao longo do tempo. Estas escolhas elementares incluem o anseio
de viver vidas longas material e espiritualmente ricas, ter um padrão de vida adequado, ter
acesso ao saber para fazer escolhas informadas e em igualdade de circunstâncias sobre as suas
vidas e participar livremente e sem discriminação ou impedimentos nos processos de decisão
sobre os destinos da sociedade e do mundo em que se inserem.
As escolhas de querer viver vidas longas, o acesso ao saber para fazer escolhas informadas, o
processo de decisão para os destinos da sociedade e do mundo e outros aspectos, estão
reservados para todos os membros da sociedade em igual proporção e doses, quer homem,
quer mulher. Todos nós estamos na mesma causa e queremos atingir os mesmos objectivos,
logo, não deve existir o sexo mais favorito para isso.
Pretendo neste trabalho, reflectir de maneira crítica porque as diferenças entre homem e
mulher mesmo as óbvias favorecem em grande medida o sexo masculino.
Para melhor comprensão do tema será objecto da abordagem um resumo estatístico da PNUD-
2001 que reflecte a discriminação da mulher, a socialização vigente nas familias e o papel da
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educação formal na reversão do favoritismo do sexo masculino e as estrtégias para conseguir
esse fim.
Situação da mulher em diferentes quadrantes da sociedade
A situação da mulher constitui um dos exemplos mais eloquentes das desigualdades que os
paises escamoteiam . É usual constatarmos que, uma vez desagregados por sexo, os indivíduos
sociais nos revelem uma clara tendência para o favoretismo do sexo masculino em contra
partida a marginalização ou discriminação por vezes até institucionalizada da mulher.
Esta realidade é aplicável a qualquer país, independentemente do nível de desenvolvimento .
De acordo com UNDP ( 1995:2 ) citado por PNUD ( 2001: 12 ) "…as questões das diferenças de
desenvolvimento entre os sexos , levaram á constatação de que em nenhuma sociedade a
mulher tem o mesmo estatuto que o homem. A mulher sofre a privação duplo: da desigualdade
do género, e um nível relativamente baixo de progressão na vida".
Conforme o documento em questão, no limiar do século XX1 as disparidades entre o
desenvolvimento das mulheres e dos homens continuam a ser uma realidade embaraçosa para
a humanidade, não obstante os progressos assinaláveis em todas as esferas de vida e as
inúmeras iniciativas globais para a eliminaçao de todas as formas de discriminação da mulher
nas últimas décadas.
O RDH de Moçambique ( 2001:12 ) revelou que " 854 milhões de adultos que, em 1999, não
sabiam ler nem escrever no mundo, 583 milhões ou seja 78% são mulheres. Por outro lado, dos
325 milhões de crianças que se encontravam fora do sistema educacional no mesmo ano 183
milhões, ou seja 56% eram raparigas".
Reflectindo sobre a definição do desenvolvimento humano, como processo de alargamento de
escolhas de todas as pessoas e não só de uma parte da sociedade, então o facto das mulheres
não usufruirem do mesmo nível de desenvolvimento que as suas contrapartes do sexo
masculino é o sinal mais elucidativo do favoretismo do sexo masculino e marginalização do sexo
feminino.
42
É importante e relevante ter a consciência de que a fraca realização individual das mulheres
resulta não de debilidade imputáveis a aspectos fisiológicos, mas ao processo de socialização
vigente nas sociedades. Por exemplo, em algumas sociedades a habilidade da rapariga de
contribuir no trabalho doméstico, muitas vezes em prejuizo da sua própria formação escolar, é
interpretado como símbolo da boa educação. Na vida adulta, a mulher tem de velar pelo bem
estar da família, uma responsabilidade que nem sempre encontra uma valorização
comensurável com a sua importância na escala de valores da sociedade.
Quer dizer, o favoretismo do sexo masculino e a discriminação da mulher não-se conjuga na
diferença do sexo mas do género. Pois, quanto aos aspectos fisiológicos é sabido que há coisas
que as mulheres podem fazer que os homens não podem; exemplo: a mulher tem potencial de
gerar filho por possuir útero, o homem não pode por não-o possuir, a mulher amamenta e o
homem não pode, e outros mais aspectos fisiológicos. Portanto, está claro que o sexo identifica
as diferenças biológicas entre mulheres e os homens, e isto não constitui nenhum problema. O
problema do favoretismo do sexo masculino reside no gémero. O que virá a ser género nesse
caso ?
Género - " refere-se aos diferentes papéis que as mulheres e os homens desempenham, os
quais são determinados de acordo com os usos, costumes e desenvolvimento da sua
sociedade"( WALTER,et al. 1997 : 11 ).
LICHTENBERG,et al. ( 2000:25 ) abordam o género de forma ampla, de como realmente as
familias encaram a mulher e o homem, principalmente nas comunidades rurais, o que
correspondem perfeitamente a sociedade moçambicana. Eles focam o género como uma
criação social que através de várias formas de aprendizagem dentro da família e na
comunidade, muitas vezes sob forma não registadas adquirem comportamento, hábitos e
atitudes. Durante o seu crescimento, a criança na família aprende por exemplo que é o homem
que deve construir a casa, e nunca a mulher, que é a mulher que deve buscar a água, cozinhar e
lavar roupa, e nunca o homem, que a menina e o menino também têm de se vestir
diferentemente. É portanto assim em Moçambique e na maioria dos paises no mundo. É
43
durante a própria infância que se aprende como se comportar como mulher, e como se
comportar como homem.
O que dizem as pessoas1
Os nossos antepassados ensinaram-nos que o homem é o chefe da família, por isso deve
tomar cuidado dos seus filhos e da sua esposa - a mulher é sua auxiliar
A moda do homem leva-o a cobrir cada vez mais o seu corpo. A moda da mulher leva-a a
descobrir cada vez mais o seu corpo. É porque somos mesmo diferentes. A mulher tem
espirito feminino, o homem tem espirito masculino.
Consequência dessa assimilação
De acordo com WALKER, ( 1997 :12 ) a criança ao entrar na escola já vem marcada pelas
disparidades de género na sua comunidade.Deste modo, é frequente as meninas serem
retraídas, inibidas na participação na sala de aula em relação ao rapaz.
As relações de género são contextualmente específicas, variando de acordo com o universo
social-cultural ( exemplo: grupos sociais, etnia, raça ) e frequentemente alteram-se em
resposta a circunstâncias económicas diferentes.
A questão de género não é nova, mas abrange gerações longícuas que constituiu a base da
educação não formal.
ANDRADE, et al. ( 1998:137 ) sobre a educação e relação de género focalizam que a educação
deve ser entendida como um sistema que actuando ao nível formal e informal organiza,
sustenta e orienta a reprodução da ordem social. Esta concepção de educação abrange
fundamentalmente dois espaços socials; a família e a escola.
Quanto a família e educação - remata ANDRADE ; a família como primeiro agente de
socialização é o meio de pertença onde ao longo do seu ciclo de vida as pessoas exercem e
cumprem função e papéis reguladores de codutas e construtores de identidade. Os membros
1 LICHTENBERG, Else et al. Género-juntos melhoramos a nossa vida,ADPP -Moç.2000:25
44
da família comunicando e participando entre sí exprimem a adesão a uma ordem de valores e
modos de pertença "conformes" simbolicamente ao grupo onde agem socialmente. Se a família
como primeiro agente de socialização e que exerce função e papéis reguladora de condutas "é
lícito, então perguntar o que explica que a maioria delas continue na "cauda"da vida"?
( OSÓRIO, et al. 2001 :33). As mulheres continuam a ser a maioria da população de pobres, de
analfabetos, não estão adequadamente representadas nas estruturas políticas, morrem
desproporcionalmente de doenças de fácil prevenção, são sujeitas á violência e descriminação
de género, e têm de viver em sociedade que, muitas vezes não tomam em consideração os seu
interesses específicos e fazem tábua raza do seu potencial como agente de transformação.
Grande parte das privações a que as mulheres estão sujeitas têm como base as relações do
género que por sua vez emanam das relações de poder enraizados na cultura e tradição. Isto
não quer dizer que todas as práticas tradicionais sejam inerentemente nocivas. Elas são parte
integrante da identidade cultural dos povos. Entretanto, o que é inegável é que parte delas
( práticas tradicionais) são declaramente obstâculos á igualdade entre homens e mulheres.
Exemplo de Moçambique:
a) Em caso de viuvez as normas culturais que regem a sucessão de herança particularmente no
centro e sul de Moçambique estabelecem que a mulher nunca ocupa, uma posição superior
ao terceiro lugar na hierarquia familiar depois dos filhos e irmãos.
b) O lobolo significa adquirida e pertence inteiramente marido e a sua família, a condição de
decisão é terminada.
c) A poligamia agrava a vulnerabilidade da mulher.
Portanto, pode-se dizer no caso vertente que a discriminação inicia na família e se extende por
toda a sociedade.
Apesar de tudo isso, Moçambique e os seu instrumentos jurídicos legais têm se esforçado pela
igualdade entre mulher e homem, não obstante o baixo nível de escolarização das mulheres e a
existência de algumas práticas culturais que ainda promovem a subalternização e ainda
dificultam a integração plena da mulher na modernidade. Exemplo; a proporção da educação
45
formal da mulher em Moçambique até ano 2000 era de 71,2% de analfabetos, enquanto que os
homens era de 40,2%, a participação da mulher em cargos de decisão na Administração pública
é de 9,2%, ainda não há em Moçambique nenhuma mulher governadora de Província, etc.
Como se pode ver, a educação ou promoção do género sempre favoreceu ao sexo masculino
partindo da célula base da sociedade ( família ). Esta não é uma situação isolada mas é evidente
em todo o mundo, apesar que alguns Governos caso de Moçambique e outros estarem a
evidar muitos esforços com intenção de reverter a clássica situação que a sociedade criou.
Gostaria de dar a minha contribuição pessoal acerca do assunto usando dois grandes
vertentes:
A primeira vertente é Educação - é que os Governos devem concentrar os esforços na
educação da célula base ( família ) promovendo proporcionalmente a mulher junto ao seu
parceiro ( homem ) na formação técnica profissional de base. Isto é, as familias devem ver no
concreto o potencial feminino partindo dos cursos de profissionalização de pequena dimensão;
como cursos básicos agro-pecuário, saúde, administração, assistência social e outros,
executados lá no campo pelas raparigas. As famílias devem ver as vantagens da mulher ter uma
formação partindo do ensino geral básico. Para dizer, segundo o meu ponto de vista que, o
ensino geral deve-se associar a profissionalização da rapariga na proporção justa com os
rapazes para que a sociedade observe na prática as capacidades das mulheres. Principalmente
lá no campo, primeiro, porque é lá onde habita a maioria da população moçambicana, segundo,
porque a educação do género promove mais ao homem que a mulher, terceiro, porque é lá
onde se observa o maior número de mulheres analfabetas, quarto, porque é lá onde se observa
menos mulheres profissionais e outros aspectos. Portanto, seguindo o meu raciocínio, a
intensificação da educação para a igualdade deve ser no campo onde vive a maioria e onde a
tradição ainde é muito forte principalmente aquela que discrimina a mulher. É preciso atacar
de forma ordeira, sistemática e de forma contínua as zonas rurais com uma formação
direccionada e de qualidade. As cidades onde a mulher estudou não é muito difícil observar o
grande potencial da mulher, mas isso constitui pequenos exemplos em relação a toda a
sociedade moçambicana. É verdade que mesmo nas cidades ainda se observa o favoretismo do
46
sexo masculino mas já não é naquela proporção das zonas rurais. Porque as cidades de quando
em vez se observa mulheres a ocuparem diversos cargos, e até cargos de decisão.
Portanto, é função do Governo, porque, possue instrumentos para isso com a participação de
toda a sociedade civil principalmente, lutar por reverter essa situação. Para isso passa
necessariamente pela educação formal partindo das familias onde a educação do género
começa. Porque se as familias não forem atacadas pela educação no concernente a valorização
da mulher o favoretismo do sexo masculino continuará por muitos e longos anos vindouros. A
direcção do meu raciocínio aponta que as localidades, Distritos o sistema de educação formal
deve ser mais agressivo . As familias devem ser sistemática e metódicamente persuadidas a
enviarem as suas filhas a escola na idade estabelecida pelo governo. A persuação acompanhada
pela supervisão, inspecção e control das familias partindo da estrutura de base ( régulado e
outras estruturas de base) com o objectivo de verificar a situação das familias que não enviam
os seus filhos á escola e principalmente ás raparigas e não só, mas acompanhar a progressão
das meninas no ensino formal. É necessário criar uma "implicação positiva"com as familias que
deixam os seus filhos fora do sistema educativo em particular as meninas e mesmo na situação
de desistência. Criar nas familias a consciência de que a responsabilidade de formação dos
filhos depende em grande medida da família e responde por isso perante a sociedade e o
Governo. Se a sociedade civil cultivar esta conciência muitas situações de discriminação que
temos assistido poderão reduzir seriamente.
As regras culturais e a educação formal devem-se completar, constituindo assim bases fortes
para a promoção de todo o cidadão moçambicano tanto homem como mulher na participação
da produção social.
Em jeito de síntese, dizer que a educação formal deve ser agressiva para toda a sociedade civil
pois, ela ( escola ) constitui o instrumento importante nas mãos do Governo para a promoção
de igualdade entre homem e mulher. O objecto principal da agressividade deve ser a família
com a base do vector o campo em direcção á cidade.
Associado a educação deve-se promover a profissionalização a nível básico da mulher em
proporção ao homem.
47
A segunda vertente é Política - é preciso preparar a mulher e exercer as funções nas regiões
da sua influência como na agricultura, pecuária, saúde, educação, postos Administrativos,
localidades, Distritos, e outros. A sociedade civil deve ver a sua filha a trabalhar e ocupar cargos
visíveis se possível cargos de decisão. Ver e não admirar porque a sua filha está a conduzir
carro, porque ela é chefe do posto administrativo, porque ela é directora da escola,
Administradora do Distrito, etc. Os esforços que estão sendo feitos a nível de alguns paises e
em moçambique devem ser ainda maiores. A mulher deve igualmente se preparar ou melhor,
prporcionar condições para que ela se prepare e exerça funções sem nenhum pré-conceito de
sexo mais fraco, pelo contrário ocupar posições de decisão de acordo com a sua capacidade e
preparação, assim estar-se-ia pararelamente a brandar o pré-conceito de que só o homem é
que pode fazer grandes obras e não a mulher.
O quadro apresenta o ideal de igualdade entre sexos
Área da Vida Aspectos a Observar
Autonomia do corpo
proteção jurídica contra violência com
base no sexo,
controlo da sexualidade,
controlo da reprodução
Autonomia dentro da família e do
agregado familiar
liberdade para se casar e divorciar,
direito á custódia dos filhos em caso de
divórcio e / ou viúvez,
poder de tomar decisões e acesso a
bens dentro do agregado familiar.
Poder político
tomada de decisão a nível acima do
agregado familiar ( municípios,
sindicatos, Governo, parlamento…),
percentagens de mulheres com altos
cargos executivos.
48
Recursos sociais
Acesso a educação,
Acesso á água
Recursos materiais
Acesso a terras,
Acesso a casa
Acesso a crédito
Tempo acesso relativo ao lazer e ao descanso.
Fonte: OSÓRIO,Conceição et al.: Relatório nacional do desenvolvimento humano-PNUD, 2001:
49.
Conclusão
O favoretismo do sexo masculino é uma questão que dura a partir dos tempos dos nossos
antepassados e que tem-se alastrado até os nossos dias. Com o desenvolvimento sócio-
económico e tecnológico dos paises não faz sentido continuar a conservar essa cultura nociva.
Porque as diferenças realmente existentes entre homem e mulher são meramente bio-físicas,
de resto o homem é igual a mulher em direitos e deveres. Quer dizer, ela possue igualmente
um imenso potencial para construção activa da sociedade, sem constrangimento bio-física. Ela
não precisa ser dada a oportunidade como fosse um objecto do destino mas deve ser um
sujeito activo das oportunidades existentes para o desenvolvimento de toda a sociedade sendo
o seu maior e inato parceiro o homem. Portanto, nada de favoretismo do sexo masculino. Este
comportamento pertence aos nossos ancestrais. Agora é tempo de deixar atrás as coisas que
ficam e erguer a cabeça para a frente de igualdade, progressão e globalização consciente.
Bibliografia
49
ANDRADE, Ximena; LOFORTE, Ana Maria , et al : familias em contexto de mudanças em
Moçambique. Maputo, 1998.
LICHTENBERG,Elise; MAMBUQUE,Alberto Jaime; LICHTENBERG, Jonas: Géneros - juntos
melhoramos a nossa vida. ADPP- Moçambique,2000.
WALKER, Bridget; MARTINS, Aldovanda, et al.: Género, desenvolvimento e educação. Manual
do formador,-R. de Moçambique,1997.
OSÓRIO, Conceição ; GOMES, Sandra ; MAGAWA, Elisa Mónica Ana et al. : Relatório Nacional do
desenvolvimento humano- PNUD, 2001.
A ciência e a busca da verdade
Algumas fontes da verdade
Verdade é a manifestação daquilo que é realmente ou do que existe realmente tal como se
manifesta ou se mostra. O verdadeiro se opõe ao falso. O verdadeiro é o plenamente visível
para a razão ou o evidente ( pois a palavra "evidente" significa "visão completa e total de
alguma coisa" ).
Assim, a verdade é uma auto manifestação da realidade au a manifestação dos seres à visão
intelectual dos humanos.
"O desejo da verdade aparece muito cedo nos seres humanos e se manifesta como desejo de
confiar as coisas e as pessoas, isto é, de acreditar que as coisas são exactamente tais como as
percebemos e o que as pessoas nos dizem é digno de confiança e crédito" (CHAUI, 2003: 8 8)
1.2 A Génese das fontes
a) A intuição visão interior cuja origem o receptor ou o sujeito não consegue identificar ou
explicar totalmente.
A intuição pode conduzir a soluções correctas pela apresentação de muitas hipóteses brilhantes
que posteriormente, podem ser verificadas por outros métodos.
50
b) A autoridade a humanidade não pode passar sem autoridade num ou noutro campo. A
acumulação de conhecimento obriga a que tenhamos de confiar em especialistas que,
tendo adquirido saber nesta ou naquela área, se tornaram autênticas autoridades.
As autoridades podem ser:
- A autoridade sagrada repousa na fé que se tem de que certa tradição au documento
assenta em origem sobrenatural. É o caso Bíblia ou do Alcorão. Mas pode também essa fé
recair sobre um grupo au instituição, como pastores, feiticeiros ou a igreja, acreditando-se
que recebem orientação do alto.
- A autoridade secular surge não de revelação divina, mas da percepção humana produto da
convivência e experiência social, técnica e científica.
A busca da verdade é muitas vezes baseada pela consulta de livros de grande reputação
científica.
c) A tradição esta é outra fonte da verdade que se baseia na acumulação de experiências, e a
sabedoria das idades. Esta autoridade tem como pressuposto de que, se determinado
modelo funcionou bem no passado não há razão para que não se continue a acreditar nele.
Ora se intuição, autoridade, tradição buscando embora a verdade, nos podem encaminhar para
situações enganosas, colocando-nos mesmo em posição oposta àquela que procuramos, não é
possível confiar apenas e só em tais fontes, quando queremos, de facto, buscar a verdade. Para
isso, há que recorrer ao conhecimento científico.
O conhecimento científicoO conhecimento científico lida com ocorrências ou factos reais. Tem por base a evidência
verificável.
Constitui um conhecimento contigente, pois suas proposições ou hipóteses têm a sua
veracidade ou falsidade conhecida através da experimentação e não apenas pela razão.
É sistemático, já que se trata de um saber ordenado logicamente, formando um sistema de
ideias (teoria) e não conhecimentos dispersos e desconexos.
51
Falível, em virtude de não ser definitivo, absoluto ou final e por este motivo, é
aproximadamente exacto: novas proporções e o desenvolvimento de técnicas podem
reformular as teorias existentes.
O quadro abaixo mostra os quatro tipos de conhecimentos e suas características
Conhecimento
popular
Conhecimento
científico
Conhecimento
filosófico
Conhecimento
Religioso
( teológico)
Valorativo
Reflexivo
Assistemático
Verificável
Falível
Inexacto
real (factual)
contigente
sistemático
verificável
falível, exacto
Valorativo
Racional
Sistemático
Não verificável
Infalível, exacto
Valorativo
Inspiracional
Sistemático
Não verificável
Infalível, exacto
Bibliografia
CORREIA, José Faia P. Introdução às Ciências Sociais: Guia. AM.,1994
CHAUI, Marilena. Convite à filosofia. SP.:Àtica,2000
MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Técnicas de Pesquisa. 5.ed. SP.:
Atlas,2000
LAKATOS, Eva Maria. Sociologia Geral. 7.ed. .SP. : Atlas, 1999
Evolução do conceito de ciência
No pensamento antigo, a palavra "ciência" designava o saber em geral, fosse qual fosse a sua
origem ou natureza. Ciência e filosofia eram considerados sinónimos.
52
No pensamento moderno, ciência passou a ser o saber baseado na observação e na
experimentação que conduzem ao conhecimento racional.
Alguns autores entendem por ciência como:
- conhecimento racional, sistemático, exacto, verificável e, por conseguinte falível.
- Conjunto de enunciados lógica e dedutivamente justificados por outros enunciados.
- Estudo de problemas solúveis, mediante método científico.
- Forma sistematicamente organizada de pensamento objectivo.
CHAUI (2003:19) citando Ander-Egg "ciência um conjunto de conhecimentos racionais, certos au
prováveis, obtidos metodicamente, sistematizados e verificáveis, que fazem referência a
objectos de uma mesma natureza". Portanto, pode-se dizer que este conceito é o mais
abrangente por conter quase todas as partes da ciência ora veja-se:
conhecimento racional - que tem exigências de métodos e hipóteses;
certo ou provável - não se pode atribuir à ciência a certeza indiscutível de todo o saber que
a compõe. Ao lado dos conhecimentos certos, é grande a quantidade dos prováveis;
obtidos metodicamente - pois não se adquire ao acaso ou na vida quotidiana, mas
mediante regras lógicas e procedimentos;
Sistematizados - não se trata de conhecimentos dispersos e desconexos, mas de um saber
ordenado logicamente, constituindo um sistema de ideias ( teoria);
Verificável - que necessita para incorporá-las de afirmações comprovadas pela observação;
Relativos a objectos de uma mesma natureza - ou seja, objectos pertencentes a
determinada realidade, que guarda em si certos caracteres de homogeneidade.
A palavra ciência pode ser entendida em duas acepções:
Lato Sensu - tem simplesmente o significado de "conhecimento".
53
Strictu Sensu - não se refere a um conhecimento qualquer, mas àquele que, além de
apreender ou registrar factos, os demonstra pelas suas causas constituintes ou determinantes.
Portanto, como ciência evolui, o seu conceito igualmente evolui com todas às suas técnicas e
metodologias. Por isso, o conceito de ciência não foi o mesmo em todos os tempos sempre
sofreu certa evolução como se pode ler no pensamento antigo e moderno.
1.1 Limites éticos da ciência
A ciência tem possibilidade de responder a questões de facto, não é capaz de provar que um
valor é melhor que o outro.
Ciência é eticamente neutra, procurando tão só conhecimento, enquanto que a determinação
de forma como aquele conhecimento deve ser utilizado vai ser limitado pelo campo de valores
que cada sociedade estabelece para si própria.
Sendo eticamente neutra, a ciência por si só, pode invadir sem limitações todo e qualquer
campo, por mais íntimo ou intocável que pareça ser de acordo com as normas ou tradições em
uso. Muitas descobertas científicas destruíram reverenciados sensos comuns, mitos ou
contestam valores ancestrais tidos como tabus sagrados e invioláveis. Galileu Galilea destruiu
através das sistemáticas observações o mito de que a terra era centro do universo.
Mas se a ciência é eticamente neutra, e se para ela qualquer hipótese que possa ser verificável
pela evidência é de todo válida, já o mesmo não se passa com o homem da ciência. Cada
cientista tem o seu próprio referencial de valores, construído com base na sociedade em que
está inserido. Nesta ordem de ideia, é consentâneo perguntar até onde podem ir os cientistas,
ou quais os limites normais que lhe podem ser impostos.
A observação como base do conhecimento científico
" O método científico fundamenta-se na observação do mundo que nos rodeia.
Observação em termos amplos não está restrita apenas ao que vemos, inclui todos os
nossos sentidos. Portanto, devemos aprender a observar da maneira mais aberta
54
possível para que possamos questionar-nos sobre o que, porque e como são os
fenómenos"( RICHARDSON, 1999:26).
A observação constitui elemento básico de investigação científica. Ajuda o pesquisador a
identificar e a obter provas a respeito de objectivos sobre os quais os indivíduos não têm
consciência, mas que orientam seu comportamento. Do ponto de vista científico, a observação
oferece uma série de vantagens e limitações, como as outras técnicas de pesquisa, havendo, por
isso, necessidade de se aplicar mais de uma técnica ao mesmo tempo.
Vantagens
Possibilita meios directos e satisfatórios para estudar uma ampla variedade de fenómenos;
Exige menos do observador do que outras técnicas;
Permite a colecta de dados sobre um conjunto de atitudes comportamentais típicos ;
Depende menos da, introspecção ou da reflexão.
Limitações
- O observado tende a criar impressões favoráveis ou desfavoráveis no observador;
- A ocorrência espontânea não pode ser prevista, o que impede muitas vezes, o observador
de prevenir o facto;
- Factores imprevistos podem interferir na tarefa do pesquisador
- A duração dos acontecimentos é variável: pode ser rápida ou demorada e os factos podem
ocorrer simultaneamente; nos dois casos, torna-se difícil a colecta dos dados;
- Vários aspectos da vida quotidiana, particular, podem não ser acessíveis ao pesquisador.
Modalidades de Observação
a) segundo os meios utilizados
observação não estruturada (assistematica)
55
observação estruturada (sistemática)
b) segundo a participação do observador
observação não participante
observação participante
c) segundo o número de observadores
observação individual
observação em equipe
d) segundo o lugar onde se realiza
observação efectuada na vida real ( trabalho da campo)
observação efectuada em laboratório
Objecto de Estudo das ciências Sociais: O ponto de vista de CHAUI (2003:345) é que embora
seja evidente que toda e qualquer ciência é humana, porque resulta da actividade humana de
conhecimento, a expressão “ciências humanas” refere-se àquelas ciências que têm o próprio
ser humano em sociedade como objecto de estudo
Factos Sociais: é qualquer situação, acontecimento ou realidade que, de uma forma ou de
outra, exprime acontecimentos da vida do homem em grupo ou em sociedade.
Para Durkheim Apoud CORREIA (1994:17), o fenómeno social resulta da existência de uma
autonomia exterior às pessoas e que as condiciona socialmente segundo um processo que se
designa de socialização. Portanto, Naturalmente, o facto social será aquele que decorre na
nossa vida, mas em sociedade.
Há muitos exemplos na nossa vida que se podem nomear como ocorrências de factos sociais
como por exemplo: casamento – divórcio, trabalho – desemprego, homossexualismo,
56
movimentos migratórios, droga, guerras, êxodo rural, emancipação da mulher, casamentos
prematuros e outros.
Factores que influenciam os factos sociais
1 . Factores Geográficos
Fenómenos como cataclismo, secas, inundações, pragas, ciclones, erupção vulcânica
terramotos, maremotos, furacões e outros podem altera de forma transitória ou permanente, a
organização ou a estrutura de uma comunidade.
Podem ocasionar migração, extinção de comunidade, reconstrução ou fundação de novas
cidades.
2 . Factores Demográficos ou Biológicos
As variações nas taxas de crescimento populacional, associado a êxodos populacionais,
epidemias, elevadas taxas de mortalidade, dão origem a diversas transformações sociais.
Podem ocasionar desajustamento e desequilíbrios nos mais diversos sectores da sociedade,
alterando a estrutura económica, a organização do trabalho, a distribuição do poder e modo de
vida das populações.
Ex.; os emigrantes ingleses a continente americano e asiático, europeus a África, trouxe grandes
alterações ao modo de vida das populações autóctones.
3 . Factores Socio-Políticos
guerras, invasões e conquistas, luta de classes e revolução, a acção das elites sociais , o
aparecimento de movimentos sociais portadores de valores e modelos culturais diferentes,
constituem exemplos de forças capazes de espoletar situações de mudanças. Alteram as
estruturas sociais , modificam o status de nações, escravizam povos, transformam a vida e
destoem culturas.
4 . Factores Culturais
57
A evolução das ideias, o contacto entre culturas, descobertas científicas, o desenvolvimento
filosófico, a difusão de religião e ideologias constituem aspectos importantes para a mudança
social.
5 . Factores Tecnológicos
As descobertas científicas, quando postas em prática podem provocar mudanças sociais de
vulto. Isto é, a introdução de novas técnicas de produção numa fábrica pode trazer várias
modificações:
i) modificações dos métodos de trabalho
j) da organização das equipas de trabalho
k) modificações nos níveis de autoridade.
l) A instalação num meio rural de uma nova indústria vai implicar transformação do mercado
de trabalho o que promove a mobilidade da população. Traz mudanças de costumes, de
culturas, de organização social da comunidade.
6 . Factores Psicossociológicos
A receptividade que as diferentes populações manifestam em relação ao "novo". A vida tem
demonstrado que o grau de instrução, a cultura geral e informação, são factores que
contribuem para uma maior abertura á mudança, enquanto que a ignorância favorece o
conservadorismo. Da mesma forma, as sociedades individualistas ( onde a competição é a
orgânica de vida ) impele os indivíduos ao risco, á descoberta, ao empreendimento,
favorecendo assim os processos de mudança. Estas sociedades mostram-se mais dispostas á
evolução e progresso do que ás sociedades mais integradas, onde o indivíduo se subordina ao
grupo.
7 . A Mundialização
A aproximação entre indivíduos, nações ou Estados, a interdependência económica, a expansão
de tecnologias, de informação, globalização das comunicações, globalização dos padrões de
comportamento internacionalização dos conflitos a visão ecológica global, são todos esses
aspectos que entram no rol das mudanças sociais.
58
Resumindo; aos factores de mudança social no domínio dos fenómenos sociais não é possível
encontrar uma só causa que se possa considerar exclusivamente responsável ou determinante
pelos acontecimentos sociais. Quer dizer, no domínio social existe sempre uma multiplicidade
de causas que integrando e interagindo-se produzem situações complexas, implicando, por sua
vez, repercussões em diferentes domínios sociais. É nessa convergência de factores que se
deverá procurar não a causa, mas o conjunto das causas que permitiriam o desencadear o
processo de mudança.
conteúdo científico das ciências sociais
Quanto ao conteúdo científico das ciências sociais pode-se distinguir duas correntes fundamentais: O Cienticismo ou Naturalismo e o Historicismo.
O CIENTICISMO OU NATURALISMO defende como conhecimento científico unicamente o que
serve de modelo nas ciências da Natureza e, consequentemente, considera que as ciências sociais
devem seguir o exemplo da física ou da biologia, procurando atingir generalizações a partir
penas das sequências e regularidades provenientes dos factos observados exteriormente.
Augusto Comte pai da Sociologia a partir de Factos Sociais demonstra a cientificidade das
ciências sociais.
LEIS E TÉCNICAS SOCIAIS
Leis Sociais – O termo ”lei” tem diferentes significados, em conformidade com o contexto em se
aplica.
Do ponto de vista científico, uma lei consiste no enunciado geral de uma relação
constante e mensurável entre dois ou mais fenómenos. Ela define correlação ou relações
de causa / efeito.
No que respeita às ciências sociais, as “leis sociais” têm a ver com regularidades mais ou
menos constantes e com uniformidade de situação conferindo uma certa previsão.
Portanto, quando se afirma que na sociedade há “leis”, isto é, relações invariáveis entre
fenómenos, pretende-se dizer que, dadas certas condições, serão esperados determinados
resultados.
59
“Leis Sociais” consiste numa referência dos fenómenos observados relativamente aos
valores que são postos em causa, nas circunstâncias concretas em que aqueles ocorrem.. Em
função disso pode-se dizer o seguinte:
a) Na vida social é possível formular leis e fazer previsões acerca dos fenómenos sociais,
porquanto, se forem dadas certas condições.
b) A previsão baseada no conhecimento de “leis sociais” só tem validade para o caso geral
ou para grandes conjuntos.
Exemplo: o aumento de venda de um produto poderá conseguir-se mediante a promoção
adequada em termos de propaganda.
Como se pode depreender, as “leis sociais” não constituem finalidades. Elas indicam ou
definem os meios para atingir certos fins.
Técnicas Sociais ( do grego – arte ou perícia). A palavra técnica do ponto de vista científico,
significa o conjunto de processos de que uma ciência se serve para obter um resultado
determinado. Enquanto que, técnicas sociais constituem os meios de influência directa ou
indirecta nos comportamentos e nas condições sociais. Através das técnicas sociais as
pessoas são levadas a actuar desta ou daquela forma na sua relação, e os grupos ou a própria
sociedade podem evoluir em sentidos pré-determinados.
Exemplo: controlo de nascimento para reduzir o aumento da população (política
antinatalista); o estímulo ao conflito ou à sua redução et
Doutrina - Um conjunto de verdades sistematicamente organizadas e ligadas entre si,
assumindo um carácter prescrito que as torna apropriadas a serem ensinadas. Isto é,
aprofundamento da teoria como explicação superior e verdade última, à qual é conferida uma
dimensão normativa ao pretender impor certos modelos.
Doutrina Social – é um sistema de ideias acerca do homem e a sociedade, incluindo os
direitos daquele e as finalidades desta, assim como a forma da sua organização e também a
definição e a resolução dos problemas da vida social.
Portanto, a Doutrina Social assenta-se em conceito filosófico, num humanismo, nas
convicções religiosas e não quaisquer conceitos de ordem científica.
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A razão de ser - a sociedade está em constantes mudanças como sejam: económicas,
políticas, ideológicas sociais etc. Precisa por isso, estabelecer um padrão de vida e de
comportamento dos seus membros, para que ela possa se identificar a nível primário e a
nível de outras sociedades.
Objectivos – Cada sociedade tem a sua doutrina e, esta varia de comunidade a comunidade,
o fim último desta, se relaciona com a estabilização e manutenção de valores que a própria
sociedade cria reconhece e aplica.
A Cultura e a Personalidade
Cultura - conjunto de elementos que inclui conhecimentos, crenças arte, moral, leis, usos e
quaisquer outras capacidades, e costumes adquiridos pelo homem enquanto membro de uma
sociedade. Portanto, tudo o que constitui a vida de um povo.
A Aculturação : Quando duas culturas são postas em contacto constata-se a esmose de
valores culturais entre ambas. Isto é, verificam-se trocas de experiências tanto materiais como
não materiais. A estas trocas de aspectos culturais sejam simples ou complexos dá-se a
designação de fenómenos de aculturação.
Ex. Quando uma sociedade domina outra, como é o caso de colonização portuguesa em
Moçambique deixa rastos como: língua, modo de vestir, de dançar, organização social,
construções etc.
Personalidade- é um campo complexo e vasto. Ela preocupa-se com o indivíduo no seu todo.
Não se trata simplesmente da pessoa no seu físico, mas no olhar de outros valores da pessoa,
como ( valores sociais, culturais psicológicos biológicos e outras ).
I. P. PAVLOV ( 1967 ) entende por personalidade a uma pessoa concreta, representante de uma
determinada sociedade, classe ou colectivo, que desempenha uma determinada actividade e
apresenta particularidades individuais.
Socialização é o processo pelo qual o indivíduo se insere no grupo ou na sociedade.
61
Socialização e a Formação da Personalidade
O âmbito de socialização é o relativo aos processos através dos quais a cultura é transmitida aos
actores sociais, bem como as modalidades pelas quais os valores e modelos normativos são
assimilados e interiorizados pelos actores sociais.
Assim podemos destacar dois níveis de socialização:
- Socialização Primária - que parte da primeira infância, se desenvolve sobretudo nas inter-
relações pessoais, através das relações familiares e de grupo ( relações de vizinhança, entre
indivíduos da mesma idade, amigos, etc. )
- Socialização Secundária - que ocorre sobretudo a nível dos sistemas e subsistemas sociais,
não só através das instituições educativas e formativas, mas também através dos diferentes
agentes de produção cultural ( escolas, universidades, cursos de especialização, igrejas,
associações, organizações profissionais, meios de comunicação de massa, paridos políticos,
etc. ). Se a socialização primária é relevante sobretudo nos primeiros anos de vida, ambas as
formas de socialização se mantêm actuantes ao longo da vida de um indivíduo, através de
contínuos processos de re-socialização
Portanto, a personalidade de um indivíduo se forma neste complexo processo e termina para o
indivíduo aquando a sua morte.
Posição Social, Estatuto e Papel Social
Posição social - não é mais que o lugar que o indivíduo ocupa na estrutura de relações sociais.
A posição pode-se considerar de dois tipos:
- Atribuída ou Herdada ( sexo, família, classe social, nacionalidade cor da pele etc. ).
- Adquirida ou Alcançada ( a que decorre do trabalho, dos estudos, do mérito individual
etc. ).
Cada Posição Social ( status ) espera-se um certo comportamento correspondendo aos
diferentes papéis que a pessoa tem de desempenhar.
62
Portanto, posição social (status) é o posto de um indivíduo nos grupos sociais a que pertence
ou na sociedade em geral.
Papel Social ( Rol ) - é uma espécie de comportamento típico que se espera de determinada
pessoa em função do "status" em que se encontra.
Sob ponto de vista estritamente sociológico, podíamos dizer que a personalidade seria a
combinação dos diversos papéis que um indivíduo tem de desempenhar em função das
diferentes posições sociais que ocupe nos vários grupos a que pertence.
Os papéis que cada indivíduo tem de representar são múltiplos, já que ele ( o indivíduo )
acumula várias posições. Um homem pode ser, simultaneamente, masculino, pertencer ao
estrato etário dos 50 anos, ser filho, casado, pai, pastor de igreja, motorista, oficial militar,
dirigente desportivo, animador político, etc. Portanto, cada posição social estabelece-se certas
expectativas.
Mobilidade Social
Mobilidade Social consiste na passagem de indivíduo de um grupo a outro.
É o fenómeno de mudança de estatuto social de uma pessoa ou de um grupo e a sua passagem
a uma outra situação e outros papéis.
Fala-se de mobilidade social quando nos referimos a uma sociedade diferenciada, dividida em
camadas e em classes sociais.
Mobilidade pode ser vertical ascendente ou vertical descendente.
Bibliografia
BLANDES, FRANCISCO Guil. Filosofia e Sociologia da Educação. Porto : Moinho, 1972
CORREIA, José Fala P. Introdução às Ciências Sociais: A.M- Cadeira D 205, 1991
BOTTOMORE, B.T., introdução a sociologia Zahar editores- Brasil.1973
63
GUY ROCHER, sociologia geral, a organização social
SEBASTIÃO VILA NOVA, introdução á sociologia.
EVA MARIA LAKATOS, Sociologia Geral, 7ªedição revista e ampliada SP. :Atlas. 1999
MARIA DA LUZ OLIVEIRA ,Sociologia 12ªano texto editora, Lisboa.1
O Fenómeno Grupo
Antes de se abordar o fenómeno grupo, convém debruçar-se sobre o conceito de sociedade,
pois, o grupo é uma sociedade em miniatura.
Sociedade "o complexo de relações que une os homens entre si, que faz com que se agrupem"
(BLANDES, 1972:101).
FICHER (1973:140) citado por LAKATOS (1999:119) grupo social
"uma colectividade identificável, estruturada, contínua, de pessoas sociais que
desempenham papéis recíprocos, segundo determinadas normas, interesses e valores sociais,
para a consecução de objectivos comuns".
Para este autor, as características dos grupos sociais são as seguintes:
a. identificação - o grupo seja identificado como tal pelos seus membros e pelos elementos
de fora;
b. estrutura social - decorrente do facto de que cada componente ocupa uma posição
relacionada com a posição dos demais;
c. papéis individuais - condição essencial para a existência do grupo e sua permanência como
tal, cada um de seus membros tem uma participação determinada;
d. relações recíprocas - entre os membros de um grupo deve haver interacção. Para alguns
autores, esta é a única característica empregada na conceituarão de grupo;
64
e. normas compartimentais - são certos padrões, escritos ou não, que orientam a acção dos
componentes do grupo e determinam a forma de desempenho do papel;
f. interesses e valores comuns - o que é considerado bom, aceite e compartilhado pelos
membros do grupo. A importância dos valores pode ser aqui considerado pelo facto de que
o grupo, geralmente, se divide quando ocorre o conflito de valores;
g. finalidade social - razão de ser e objectivo do grupo;
h. permanência - para que um grupo seja considerado como tal, é necessário que a interacção
entre os membros se prolongue durante um determinado período de tempo.
Origem, Duração e Estrutura dos Agrupamentos Sociais
Em relação à Origem temos:
Espontâneos: formam-se sem deliberação prévia, sem propósito específico dos
componentes. Exemplo: multidão, turba, cidade, …
Contratuais ou Voluntários: obedecem a planos preestabelecidos. Existem a intenção de
criá-los, visando a uma finalidade determinada, e possuem estruturas que regulamentam
seu funcionamento. Exemplo: grupos económicos, grupos recreativos, grupos educacionais,
e outros.
Quanto à duração podem ser:
- acidentais ou periódicos: constituem-se acidentalmente, favorecidos por diferentes
circunstâncias, e se desfazem em pouco tempo. Exemplo: auditório, multidão, turba,…
- permanente ou contínuos: como o nome indica, são permanentes no tempo e estáveis.
Exemplo: família, igreja, escola empresa etc.
-
No que diz respeito à Estrutura apresentam-se:
65
Difusos : agrupamentos nos quais não existem leis, estatutos e regulamentos. Sua organização
não é claramente definida e baseia-se, até certo ponto, em determinados padrões de
comportamento e sem distribuição rudimentar de autoridade e subordinação. Exemplos:
grupos de amigos, grupos de estudos, grupos de brinquedos,…
Organizados : obedecem a regras preestabelecidas, específicas em regimentos, estatutos e leis.
Exemplo: clubes filantrópicos, sindicatos, Estado, …
É importante perceber que estes três factores não são mutuamente exclusivas, podem
aparecer conjuntamente. Exemplo:
- a escola constitui um grupo social contratual ou voluntário, permanente au contínuo, e
organizado.
- A multidão é espontânea, periódica ou acidental, e difusa.
Classificação dos grupos e o interesse pelo seu estudo
Antes de tratar da classificação dos grupos, importa situar estes em relação a diversos
agrupamentos sociais que são frequentemente confundidos:
- As categorias sociais
- Os agregados sociais.
Quanto as categorias Sociais -
Em relação os aspectos semelhantes entre as pessoas, só nos interessa aqueles que têm
significação sociológica, e mesmo estes variam de acordo com o objectivo do estudo. Por
exemplo: se quisermos analisar os padrões de comportamento religioso, a classificação
abrangeria as categorias de crentes, ateus cristãos, judeus, budistas, maometanos e outras;
homens, mulheres, jovens, adultos e idosos.
As principais categorias estudadas pela sociologia são as que implicam valores sociais. Embora
estes variam as sociedades, alguns constituem determinantes quase universais de status e,
portanto, servem de base para a classificação das categorias sociais significativas, como:
66
a) Parentesco - reúne as pessoas em função de sua procedência familiar e / ou étnica
(separação entre nobres e Plebeus, entre as famílias tradicionais, poderosos e os novos
ricos ) etc.
b) Riqueza - a posse de bens, au a sua ausência, pode indicar diferentes camadas sociais de
uma sociedade ( rico, pobre, remediado etc.).
c) Ocupação - relaciona-se com diversos tipos de actividades e profissões e sua valorização
( professores, funcionários públicos, agrónomos, pedreiros, carpinteiros etc.).
d) Educação - distingue analfabetos de alfabetizados, cientistas , literatos, humanistas e
outros.
e) Religião - sagrado e secular, católico e protestantes, muçulmanos e confucionistas,
conservadores e modernistas, crentes e ateus etc.
f) Factores biológicos - sexo, idade e cor da pele
sexo e idade têm importância sociológica pois homens, mulheres, as crianças, os
adolescentes, os adultos e os idosos ocuparem status diferentes e, em consequência
desempenharem papéis diferentes.
Em relação à Agregados Sociais
As características dos agregados podem aparecer em maior au menor grau, dependendo do seu
tipo. Da mesma forma existem uma variação no que se refere ao aspecto quantitativo de
indivíduos.
Os principais agregados sociais conforme FICHER citado por LAKATOS (1999:110) são:
"manifestações públicas, agregados residenciais e agregados funcionais, e os diferentes tipos de
multidão".
Classificação de Grupos Sociais
Grupos Primários - aqueles caracterizados por uma íntima cooperação e associação face a
face. Os que têm calor humano; são por conseguinte, Os amigos, etc. Neles o membro conserva
a sua personalidade e é conhecido e querido individualmente, pelo seu próprio nome. Existe
uma simpatia mútua e uma clara consciência do "nós" . Cada membro é considerado como um
fim, não como um meio.
67
Às vezes existem inimizades entre os membros dos grupos primários; mas, apesar destas
hostilidades internas, os seus membros unem-se para fazer frente aos estranhos.
Pode, por conseguinte, dizer-se que as relações do grupo primário são necessárias para a saúde
mental dum indivíduo, para a formação e desenvolvimento sua personalidade.
Grupos Secundários caracteriza-se por relações menos íntimas entre Os seus membros. As
vezes consideram-se mutuamente como meios, não como fim. Assim sucede, por exemplo; as
relações entre fornecedor e cliente.
As relações entre os membros dos grupos secundários podem estabelecer-se mediante
contrato mais ou menos formais.
Um indivíduo normalmente está integrado em diversos grupos sociais, mas costuma haver
algum com que se identifica mais normalmente. Então as normas, os usos desse grupo são os
que sobretudo lhe define a personalidade. Este fenómeno designa-se sociologicamente com o
nome de grupo de referência.
SOLIDARIEDADE E SOCIABILIDADE
Solidariedade – laços sociais; conforme CORRIEA (1994:34) pessoas podem-se sentir atraídas
umas pelas outras tanto pelas suas semelhanças como pelas suas diferenças ainda que estas
últimas nem sempre provocam atracção. Esta atracção, juntamente com a interdependência,
pode estabelecer-se de forma as pessoas se movam em bloco, unidas por crenças e
sentimentos comuns, segundo uma forma a que Durkheim designou por solidariedade
mecânica.
68
Esta solidariedade terá o seu ponto máximo quando a individualidade for nula, isto é, quando a
personalidade desaparece e o EU, como paradigma do indivíduo, se transforma numa outra
entidade, de tipo colectivo, ou seja no NÓS.
Sociabilidade - “interacção social” e ou “Relações Sociais”. A relação social é um valor em Si
mesmo, onde as pessoas se esforçam por manter as conversas ou outras actividades em nível
neutro para garantirem o sucesso da reunião, que se resume no prazer de estarem juntas.
Nestas condições, são relevantes no trato social o bom senso ou tacto, a simpatia, a
cordialidade e a sensibilidade.
O que acontece quando um pequeno grupo de indivíduos permanece junto e que
características diferentes estabelecerá.
As características necessárias que qualquer pequena assembleia de pessoas estabelecerá se
tornaram o centro de interesse. Quer dizer, de repente, notou-se uma unidade estável que vive
em algum lugar entre o indivíduo e a sociedade.
Está nesta sensação o pequeno grupo ter sido descoberto como um objecto merecedor de estudo.
Foi visto como um complemento importante à compreensão do comportamento individual,
especialmente do ponto de
vista do psicólogo social.
Grupo pode ser visto crescer e desenvolver, pode alcançar maturidade e pode morrer e assim o desenvolvimento planificado de grupos pode começar deste modelo. Por outro lado, grupos e sua interacção podem conduzir à compreensão de organizações maiores e instituições sociais.
A Sociometria e o teste Sociométerico
A palavra Sociometria "designa tudo o que se mede em sociologia.( Socius = companheiro,
metrum = medir)" (CORREIA, 1994:49).
No geral cada grupo de pessoas possui a sua estrutura particular composta por uma rede de
atracção e de rejeição.
69
Ao pretender-se analisar o grupo social é impescindível descobrir essa malha de atracção e de
rejeição, o que é possível através da observação, com recurso ao teste sociométrico.
O teste sociométrico serve para medir a importância da organização dentro de cada grupo, à
luz das atracções e das rejeições.
Este teste, consiste em pedir a cada elemento do grupo que escolha, no grupo a que pertence
au a que poderia pertencer, Os indivíduos que desejaria ter como companheiros assim como
aqueles que rejeitaria. Depois disso, tabular em forma de sociograma.
Sociograma é uma técnica de ensino que demonstra o padrão de interacção entre Os membros
do grupo em aspectos determinados. Portanto, sociograma exibe a preferência de algumas
pessoas por outras para trabalhar em grupo; a preferência para compartilhar em actividades
recreativas.
Sociograma tem seguintes vantagens:
a. Descreve a relação social do grupo;
b. Ajuda ao comandante au oficial na selecção de membros para grupos de diferentes
trabalhos;
c. Auxilia o oficial na escolha de líderes de diferentes actividades.;
d. Ajuda a descrever problemas sociais no grupo, atitudes e outros aspectos que o
comandante au oficial deve dar maior atenção, principalmente nos casos de rejeição de
alguns dentro do grupo.
Exemplo de tabulação do sociograma
2
1
Rosa
Luís
Dora
Lúcia
Maria
70
3
a) O escrutínio do sociograma demonstra que entre outros aspectos há algumas amizades
exclusivas; exemplo, no grupo 2 a Dora, Lúcia e Jõao, e no grupo 3 Ana.
b) Porém, no grupo 1 há um isolamento de Jorge.
Portanto, cada comandante au oficial que pretende ter sucessos no seu futuro deve observar
alguns destes princípios sociais. A interacção entre pessoas no grupo constitui a chave de todo
e qualquer sucesso no trabalho e principalmente na actividade militar
Leitura: CORREIA, José Faia P. Introdução às ciências sociais: Guia: cadeira 2d01. AM,1994,
aspectos a buscar: motivação, a comunicação dentro do grupo, processo de liderança a coesão
criatividade a decisão e a mudança.
Nora
Jorge LilaJõao
Roberto
MárioDália
TeresaLuisa Alberto
Ana
Alice
71
Motivação – é o processo que provoca certo comportamento, mantém a actividade ou a
modifica. Motivar é predispor o indivíduo ao que quer realizar; é levá-lo a participar
activamente nas diversas actividades. Assim, motivar é levar a pessoa a empenhar-se em por
ensaio e erro, imitação ou reflexão.
Os propósitos da motivação consiste em despertar o interesse, estimular o desejo de realizar
alguma actividade e dirigir esforços para atingir metas definidas.
A motivação tem por fim estabelecer conexão entre o líder e o grupo, entre o grupo e o
indivíduo e entre o líder e o indivíduo durante as diversas actividades.
Uma pessoa é motivada quando sente necessidade de realizar alguma actividade que está
sendo orientada. Essa necessidade leva-a a aplicar-se e a perseverar nessa actividade até sentir-
se satisfeita.
Tipos de MotivaçãoHá duas modalidades de levar o indivíduo a agir, induzindo-o pela aceitação e reconhecimento
da necessidade de realizar a acção ou a actividade, ou obrigando-o pela coacção. A motivação
assim pode ser positiva ou negativa. ( cfr. NÉRICI, 1968:182-185)
Motivação Positiva – quando procura levar a pessoa a agir, tendo em vista o significado da
acção para a vida do indivíduo, do grupo e ou da comunidade em que se encerra. O
encorajamento, o incentivo e o estímulo amigável predispõe a pessoa a agir
conscientemente.
Motivação Negativa – é aquela em que o indivíduo é elevado a agir através de ameaças,
repreensões e mesmo castigos. ( ex: as atitudes de coerção podem partir tanto da família como
da escola e ou da AM.)
Comunicação dentro do grupoDentro de qualquer grupo verifica-se sempre um mínimo de comunicação, entendendo esta como
uma possibilidade de troca de informações entre elementos de um mesmo grupo ou entre grupos
diferentes.
72
A comunicação pode ser de dois tipos:
Comunicação Formal, que se realiza segundo as normas e regras ou segundo a cadeia
hierárquica, neste caso são as ordens, as notas de serviços, etc.
Comunicação Informal, que se dispensa quaisquer regras, estabelecendo-se
espontaneamente, caso de rumores boatos e outras formas.
As comunicações são influenciadas por vários factores como:
- número de elementos do grupo,
- natureza do grupo,
- condições e local de trabalho etc.
A orientação das comunicações na organizaçãoA orientação das comunicações permite distinguir as comunicações verticais ( ascendentes e
descendentes) das comunicações horizontais.
As comunicações verticais ascendente são essenciais ao bom andamento da organização, com
repercussões imediatas na realização do trabalho. A Ela está encarregada em fazer subir as
informações da base até ao topo.
As comunicações
As comunicações verticais descendente Um superior hierárquico dá ordem a um subordinado
N.B. Cada uma dessas orientações tem suas vantagens e desvantagens. (Cfr. PETIT E DUBOIS,
1998 : 44-50)
As Comunicações HorizontaisA comunicação horizontal diz respeito às pessoas que trabalham no mesmo serviço a nível
idêntico. O bom funcionamento de uma organização está fortemente correlacionado com a
existência de comunicações horizontais. Estas também têm suas vantagens e desvantagens
( Cfr. PETIT E DUBOIS, 1998 : 51-57)
73
V. Síntese da aula
Processo de Liderança
Liderança – é “um processo de estímulo mútuo que, através da interacção positiva de
diferenças relevantes, controla a energia humana na busca de uma causa comum”. ( Pigors,
1935)2
Liderança – é “o processo (acto) de influenciar as autoridades de um grupo organizado nos
esforços em direcção ao estabelecimento de objectivos e de realização e de realização dos
objectivos.
Liderança – é “uma estrutura em interacção como a parte do processo de resolver um
problema mútuo”.(Cfr. ZACARIA, 2005:38).
Como se pode depreender todas as definições consideram liderança como um processo.
É possível converter qualquer das definições precedentes de liderança em definições de líder,
pela mudança de simples palavras. Assim, o líder é o indivíduo responsável pelo “processo de
estímulo mútuo”.” processo de resolver um problema mútuo”.
Líder é o indivíduo pertencente a um grupo social determinado que recebe a tarefa de dirigir e
coordenar as actividades relevantes de um grupo.
Tipos de Liderança
Os líderes podem ser classificados sob vários pontos de vista, havendo inclusive variedade de
nomes dados a cada tipo.
Podemos distinguir dois tipos de líderes, quanto à origem : o líder formal e o líder verdadeiro
O líder formal é aquele que influencia o comportamento do grupo pela autoridade que possui,
por delegação, isto é, por estar em cargo de chefia. É o caso do comandante de uma unidade e
ou subunidade em relação aos restantes do grupo.
2 ZACARIA, Alípio M. De Jesus. Supervisão Educacional, 2005 pg. 38
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O líder verdadeiro é o é capaz de levar o grupo a estabelecer um objectivo comum e atingi-lo
pelo prestígio de que desfruta perante os seus membros.
Do ponto de vista do método de liderança é comum classificar os líderes em três tipos: o
autocrático, o laissez-faire (o liberal) e o democrático
Atenção: cada tipo de líder tem suas vantagens e desvantagens em função de vários factores
( tipo de missão, objectivos, local de execução, tempo de cumprimento, recursos disponíveis,
etc).
Bibliografia
Leitura: CORREIA, José Faia P. Introdução às ciências sociais: Guia: cadeira 2d01. AM,1994,
PETIT e DUBOIS. Introdução à psicossociologia das Organizações. Lisboa,1998
LAKATOS, Eva Maria. Sociologia Geral. 7.ed. .SP. : Atlas, 1999
A Pesquisa e os tipos de pesquisa
são inúmeros os conceitos sobre pesquisa, uma vez que os estudiosos ainda não chegaram a
um consenso sobre o assunto.
Entretanto, conforme Webster's international Dictionaly apoud MARCONI e LAKATOS
(2002:17) a pesquisa é uma indagação minuciosa ou exame crítico e exaustivo na procura de
factos e princípios; uma diligente busca para averiguar algo. Pesquisar não é apenas procurar a
verdade, é encontrar respostas para questões propostas, utilizando métodos científicos.
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Pesquisa é "procedimento racional e sistemático que tem como objectivo proporcionar
respostas aos problemas que são propostos"(GIL, 1991:19).
Portanto, a pesquisa é requerida quando não se dispõe de informação suficiente para
responder ao problema, ou então quando a informação disponível encontra-se em tal estado
de desordem que não possa ser adequadamente relacionada ao problema.
Porque se faz a pesquisa
Ainda que seja muito comum a realização de pesquisa para benefício do próprio pesquisador,
não devemos esquecer de que o objectivo último das ciências sociais é o desenvolvimento do
ser humano. Portanto, a pesquisa social deve contribuir nessa direcção. Seu objectivo imediato,
porém, é a aquisição de conhecimento.
Como ferramenta para adquirir conhecimento, a pesquisa pode ter seguintes pressupostos:
Resolver problemas específicos
Gerar teorias
Avaliar teorias existentes, e/ou por
Razões de ordem intelectual
Tipos ou níveis de Pesquisa
1. Pesquisas Exploratórias. Estas pesquisas têm como objectivo proporcionar maior
familiaridade com o problema, com vista a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses.
O objectivo principal é o aprimoramento de ideias ou a descoberta de intenções.
O levantamento bibliográfico, entrevistas a pessoas experimentadas no caso, análise de
exemplos constituem aspectos fundamentais deste tipo de pesquisa.
2. Pesquisas Descritivas. Têm como objectivo primordial a descrição das características de
determinada população ou fenómeno ou, então, o estabelecimento de relações entre
76
variáveis; exemplo: estudar as características de um grupo ; sua distribuição por idade, sexo,
procedência, nível de escolaridade, estado de saúde física e mental e outros aspectos.
3. Pesquisas Explicativas. O fundamental deste tipo de pesquisa é identificar os factores que
condicionam a ocorrência dos fenómenos e explicar as razões, o porquê das coisas.
4. Pesquisa Bibliográfica. É desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído
principalmente de livros e artigos científicos.
Caminhada da investigação
Bibbliografia
MARCONI, Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Técnicas de Pesquisa. 5.ed.São Paulo: Atlas, 2002
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Andrade. Metodologia de Trabalho Científico. 4.ed..São Paulo:
Atlas, 1992
GIL, António Carlos. Como elaborar Projectos de Pesquisa. 3.ed. São Paulo: Atlas, 1991
Formulação. de problema
Hipóteses
Plano da Pesquisa
Técnicas da Pesquisa
Pré-testes dos Instrumentos
Selecção das
Colectas de Dados
Análise e Interpretação dos Dados
Teoria de
Generalização
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Investigador como trabalhador intelectual
O êxito de uma pesquisa depende fundamentalmente de certas qualidades intelectuais e
sociais do pesquisador, que de entre as quais podem ser:
- conhecimento
- curiosidade
- criatividade
- integridade intelectual
- atitude autocorrectiva
- sensibilidade social
- imaginação disciplinada
- perseverança e paciência
- confiança na experiência
2. O processo de Pesquisa (investigação)
2.1 Métodos
O conceito de ciência está ligado ao conceito de método científico.
LAKATOS e MARCONI (1982:39-40) mencionam diversas definições acerca de métodos, entre
as quais pode-se citar as seguintes:
* Método é o "caminho pelo qual se chega determinado resultado".
* Método é a "forma de proceder ao longo de um caminho".
78
Portanto, constituem os instrumentos básicos que ordenam de inicio o pensamento em
sistemas, traçam de modo ordenado a forma de proceder ao longo de um percurso para
alcançar um objectivo.
* Método é "um procedimento regular, explícito e possível de ser repetido para conseguir-se
alguma coisa, seja material ou conceptual".
Método vem do Grego ( Méthodos - meta além de, após de + ódos = caminho)
Assim, segundo a sua origem, método é "o caminho ou a maneira para chegar a determinado
fim ou objectivo"(CICHARDSON, 1999:22).
2.3 Classificação dos Métodos
Cada pesquisa seus métodos correspondentes e eles podem ser:
- histórico
- comparativo
- monográfico ou estudo de caso
- funcionalista
- estruturalista
- etnográfico
2.2 Técnicas de Pesquisa
Técnica" é um conjunto de preceitos de que se serve uma ciência ou arte, é a habilidade para
usar esses preceitos ou normas, a parte prática"(MARCONI e LAKATOS, 2002:62).
Toda ciência utiliza inúmeras técnicas na obtenção de seus propósitos, como:
observação
entrevista
questionário
formulário etc.
Conclusão
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A pesquisa é desenvolvida mediante o concurso dos conhecimentos disponíveis e a utilização
cuidadosa de métodos, técnicas e outros procedimentos científicos. Na realidade, a pesquisa
desenvolve-se ao longo de um processo que envolve inúmeras fases, desde a adequada
formulação do problema até a satisfatória apresentação dos resultados.
Os métodos e as técnicas a serem empregados na pesquisa científica podem ser seleccionados
desde a proposição do problema, da formulação das hipóteses e da delimitação do universo ou
da amostra.
Ensino Superior: Objectivos
Por definição, o ensino que a Universidade ministra visa o apetrechamento do estudante
como trabalhador intelectual, formando hábitos de estudo e preparação de documentos
pessoais, para além dos conhecimentos base acerca das várias especializações.
A Universidade dinamiza e faculta o mecanismo que conduz ao trabalho científico, quer
dizer, à investigação planeada com método e executa com rigor. Portanto, o estudante
Universitário, para além de ser trabalhador intelectual, tem de se preparar igualmente
como investigador. E nesta qualidade ele tem de estar apetrechado com conhecimentos e
capacidades que lhe permitam seleccionar o método mais adequado à abordagem dos
problemas a vencer pela investigação.
Objectivos do Ensino Superior
formar nas diferentes áreas de conhecimento, técnicos e cientistas com elevado grau
de qualificação;
incentivar a investigação científica, tecnológica e cultural como meio de formação, de
solução dos problemas;
assegurar a ligação ao trabalho em todos os sectores e ramos de actividades;
Desenvolver acções de pós-graduação tendente ao aprimoramento científico e técnico;
Difundir valores éticos e deontológicos;
prestar serviços à comunidade;
promover acções de intercâmbio científico, técnico, cultural, desportivo e artístico com
instituições nacionais e estrangeiras;
80
reforço da cidadania moçambicana, e da unidade nacional e outros.
Finalidades do Ensino Superior
“É levar os académicos a reflectirem sobre o mundo e seus fenómenos, sobre a vida social, sobre o próprio homem, em sentido profundo e amplo que engloba o presente passado e futuro” (NERICI, 1967:13).
Tipos de Instituições de Ensino Superior
Universidades - instituições que dispõe de capacidade humana e material para o ensino,
investigação científica e extensão em vários domínios do conhecimento, proporcionando uma
formação teórica e académica, estando autorizadas a conferir graus e diplomas académicos;
• Institutos Superiores - instituições especializadas, filiadas ou não a uma universidade, que se
dedicam à formação e investigação no domínio das ciências e da tecnologia ou das profissões,
bem como à extensão e que estão
autorizadas a conferir graus e diplomas académicos;
Escolas Superiores - instituições especializadas, filiadas ou não a uma universidade, a um
Instituto Superior ou a uma Academia, que se dedicam ao ensino num determinado ramo do
conhecimento e à extensão e que estão autorizadas a conferir graus e diplomas académicos;
• Institutos Superiores Politécnicos - instituições do ensino Superior , filiadas ou não a uma
universidade que oferecem estudos gerais au uma formação profissional e que estão
autorizadas a conferir certificados e todos Os graus académicos, excluindo o de Doutor,
reservando-se a atribuição de graus de pós-graduação aos institutos politécnicos filiados;
• Academias - Instituições de ensino Superior que se dedicam ao ensino em áreas específicas
nomeadamente, as artes, a literatura, as habilidades técnicas tais como: as militares e
policiais, a formação especializada e o comércio, estando autorizadas a conferir graus e
diplomas académicos;
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• Faculdade - unidades académicas primárias de uma universidade au de um instituto Superior
que se ocupam do ensino, investigação, extensão e aprendizagem num determinado ramo do
saber, envolvendo a interacção de vários departamentos académicos e a provisão de ensino
conducente à obtenção de um grau ou diploma.
Generalidades
Educação – não existe um conceito acabado acerca de educação, entretanto, pode-se dizer que
:
“educação é o processo que visa a capacitar o indivíduo a agir conscientemente diante de
situações novas de vida, com aproveitamento da experiência anterior, tendo em vista a
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integração, a continuidade e o progresso social, segundo a realidade de cada um, para serem
atendidas as necessidades individuais e colectivas”(NÉRICI, 1991).
Tradição – conhecimento que provém da transmissão oral de hábitos durante um longo
espaço de tempo e que passa de geração em geração.
O termo foi originariamente aplicado pelos primeiros cristãos às crenças centrais, transmitidas
através da instrução nas coisas religiosas. A tradição inspira, muitas vezes, o respeito,
simplesmente através da autoridade que nela se alicerça ( tradicional). Representa
normalmente o padrão ou modelo de referência, sendo por isso particularmente respeitada
pelos conservadores e, por outro lado, atacada por não conservadores como obstáculo à
mudança. De qualquer modo, apenas as crenças mais rígidas são incapazes de ver a tradição
como um processo crescente e cumulativo, e só as revoluções mais radicais tentaram romper
completamente com todas as ligações ao passado (ENCICLOPÉDIA UNIVERSAL)
Portanto, tradição conjunto de ideias, sentimentos, costumes e aptidões transmitidos de geração em geração aos membros duma sociedade humana, quer através da linguagem verbal quer através dos próprios actos.
Educação Tradicional – as crianças aprendem para a vida por meio da vida. O indivíduo sofre uma tripla integração: pessoal, social e cultural. Aprende-se imitando os adultos nas actividades diárias, sem que alguém esteja especialmente destinado para a tarefa de ensinar.
A formação é integral e universal. Integral porque abrange todo o saber da comunidade e universal porque todos podem ter acesso ao saber e ao fazer da comunidade.
Até aos sete (7) anos as crianças do sexo feminino e do sexo masculino são tida como iguais. A partir desta idade começa a separação de actividades e de tarefas conforme o sexo.
Assim, as crianças de ambos sexos crescem acompanhando os adultos na execução de diversas
actividades produtivas o que lhes permitirá serem senhores de si mesmo no amanhã que os
espera.
A transmissão do saber é feita usando diversos elementos como: contos, lendas, fábulas,
advinhas, provérbios, canções, tabus, preconceitos, ritos e outros.
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Todos estes elementos têm uma grande importância na educação e na criação da consciência
tradicional da vida. São exaltados os valores e repudiados os contravalores.
Os valores exaltados: a solidariedade, a amizade, a união, a prudência, o pudor, a decência, a
simplicidade, a humildade etc.
Os contravalores repudiados: o egoísmo, a falta de respeito, a vingança, a mentira, a inveja, o
boato, o ódio, a fornicação e outros males que desprestigiam a comunidade, a linhagem e a
família.
Ensino tradicional moçambicana
Ritos de gravidez
A mulher ao sentir-se grávida troca impressões sobre o seu estado com pessoas femininas mais
velhas da sua família e de maior confiança, caso se confirme o seu estado de gravidez é que se
comunica ao seu marido.
Neste período ela recebe muitas e variadas instruções das mais velhas dependendo dos ritos
de cada comunidade e ou família, as instruções estão ligadas a:
• comportamento social ( relações sexuais com vários homens torna o parto difícil)
• alimentação
• tratamento
• escolha de parteira
Ritos de nascimento
Existem variados rituais após a nascença da criança dependendo dos usos e costumes de cada
comunidade e ou famílias.
Há cerimónias específicas para cada momento e para cada sexo. Cerimónias específicas para:
1. Corte da planceta conforme o sexo
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2. Defesa da recém nascida contra maus espíritos
3. Evitar que a criança se assuste quando se encontrar com outra pessoa ou animal
4. Protecção das crianças contra mãos quentes e outros rituais.
Educação dos Adolescentes
Ritos de iniciação masculina
O adolescente é ensinado tudo o que possa vir a encontrar na vida, necessita conhecer para
a luta. Ele aprende a sofrer com resignação, a comer pouco e a beber menos e até a caça é
ensinado.
Os ritos de iniciação masculina subscrevem-se em realização da circuncisão. A circuncisão é
um costume que como força da lei e aquele que não for circuncidado é excluído em todas as
actividades socio-culturais.
Como o desenvolvimento masculino não é notado por sinais externos como na puberdade
feminina, a escolha dos adolescentes para a cerimónia de circuncisão não é criteriosa mas
baseia-se frequentemente na vivacidade espiritual e no desenvolvimento físico que os mais
velhos lhes reconhecem.
Todo o adolescente que passar pela circuncisão pode participar em todas as actividades
socio- culturais como: tomar parte nas conversas dos adultos, ver cadáveres, assistir as
cerimónias fúnebres, aconselhar outras pessoas, casar e organizar uma família e outras.
Nesta escola tradicional temporária, o adolescente é ensinado a não roubar, a ajudar o pai
nas actividades, a não bater nos filhos dos vizinhos, ser sempre voluntários nas actividades
da família, como encarar a mulher sexualmente etc.
Esses ensinos são transmitidos na base de provérbios, adágios e sempre acompanhados com
cantares e danças durante as noites da sua permanência nesse mato.
Esses rituais de passagem diferem de uma linhagem a outra em técnicas e meios.
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Através da escola tradicional temporária, o adolescente é inserido na comunidade com as
normas e regras que regulam a vida da sociedade nos aspectos sociais, políticos e económicos
e assim ele adquire a aptidão para a manutenção da ordem social da região e da paz social e
individual.
Exceptuando a escola tradicional temporária, a educação tradicional não tem dias e nem
lugar específico para a sua administração, como acontece nos nossos dias nas instituições
escolares em que há calendários das aulas.
Ritos de Iniciação Feminina
Diferentemente dos ritos masculinos em que não há critérios fixos na escolha do adolescente
para as cerimónias, os ritos de iniciação feminino iniciam com a menstruação. As raparigas
menstruadas pela primeira vez, são conduzidas a uma palhota, no meio do mato, longe da
povoação, e ali sob direcção de mestras idóneas, aprendem tudo o que uma mulher deve saber.
Conforme CIPIRE (1996:41) a preparação das adolescentes para o lar, para o casamento e para
o próprio acto sexual, faz parte dos currículos de educação feminina.
O autor diz ainda que, tal como rapazes, uma rapariga só é reconhecida como ser humano
completo, depois de ter passado pelos ritos de iniciação. Estes têm como objectivo a formação
de mulheres para enfrentar as múltiplas tarefas do lar, nos aspectos de esposa, mãe e
produtora de bens materiais para benefício do marido e dos filhos.
Durante as aulas nessa escola tradicional temporária, as mestras ensinam as raparigas de entre
muitos ritos os seguintes:
• Ritos de menstruação - nada tem de anormal, antes pelo contrário é um sinal de que
em breve pode procriar ( objectivo central das mulheres nas sociedades africanas),não
pode dormir na cama do marido mas sim na esteira, não pode tomar banho, deitar sal
nas comidas,
• Ritos de higiene e limpeza,
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• Ritos de virginidade
“Uma miúda desflorada antes de se casar é como se fosse uma casa sem porta em que todo o
viajante verá os pormenores do interior”( CIPIRE, 1996:41).
• Ritos da tatuagem
A rapariga é ensinada a fazer arranjos femininos do seu sexo, o uso de missangas nas ancas,
tatuagem ( nas ancas, no abdómem, nas nádegas, na cara, nas pernas e coxas).
Sistema matrilinear
O sistema matrilinear, consiste na transmissão da herança para as mãos do sobrinho, filho da
irmã (CIPIRE, 1996:51).
O mesmo autor diz que neste sistema, a rapariga é considerada de riqueza familiar em duplo
sentido :
- sendo ela geradora de novas criaturas
- É ela que deve ocupar posições cimeiras na sua família.
Por regra, quando o rapaz se casa muda do seu núcleo doméstico para a aldeia da noiva.
O sistema matrilinear o genro não deve apertar a mão a sogra e nem dançar com ela nas festas,
não pode entrar na casa dela e nem sentar nos seus bancos ou esteira.
Ela é representada pelo tio materno dela para a tomada de certas decisões acerca de
determinados assuntos como: casamento, divórcio, questões jurídicas, cerimónias fúnebres, os
ritos medicinais ou de circuncisão e outras questões relacionadas com a família.
Nesse sentido ela é a rainha da comunidade mas forasteira quanto a autoridade.
O marido é visto mais como aliado cooperando na reprodução que como membro da família da
mulher, ele é expulso quando origina conflitos.
Processo para o casamento
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No sistema matrilinear as jovens casam-se entre os 13 – 14 anos de idade. O pedido de
aquisição da moça é feito pelos pais dos interessados, sem intervenção dos interessados.
O ajustamento de casamento entre os pais não obedece limite de idade. É antigo costume os
pais combinarem acerca de casamento dos seus filhos quando ela tem ainda tenra idade, basta
o rapaz ser conhecido, vizinho,ou parente. Feito o acordo o futuro noivo começa a oferecer
presentes aos pais da futura esposa e a ela também, até que ela atinja uma idade aceitável
( para a comunidade) para o casamento.
Por regra, a moça se conserva virgem até o dia de encontro sexual com o seu marido o que dá
prestígio a família e a ela.
Antigamente uso em desuso as meninas eram inspeccionadas para verificar se havia sido
violada ou não.
Nesse sistema, as formalidades de casamento são muito simples e fáceis, entretanto, com a
mesma facilidade com que se casam assim se divorciam.
Sistema Patrilinear
O sistema patrilinear é aquele em que a herança dos bens se transmite directamente para o
filho varão. Nesse sistema o indivíduo encontra-se sob autoridade e controle do pai e dos
paternos.
É com este grupo que mantém as mais importantes relações jurídicas definidas por direitos e
deveres.
A mãe não participa na tomada de decisões sobre a sorte dos filhos.
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O pai tem pesadas responsabilidades em relação a seus filhos e filhas, mesmo quando maiores
e casados, responsabilidade que pode estender-se aos netos quando o respectivo pai
desaparece ou encontra-se ausente.
Os filhos devem ao patriarca respeito e obediência. Os seus deveres atingem o ponto de
quanto solteiros lhes caberem entregar os salários que auferem, para que o pai os distribua
conforme as necessidades da família.
As raparigas são dirigidas pelos pais ou na sua falta pelos irmãos mais velhos do pai ( tio
paterno).
Neste sistema, ao contrário do que se passa no matrilinear, o elemento mais importante é o
filho varão. Este tem a missão sagrada de velar pelo bem de toda a família, trabalhando e
sustentando-a e em caso da morte do pai tornar-se herdeiro. É devido a este ensino que
quando o rapaz se casa deve lobolar a moça e trazé-la em casa e ou próximo da casa dos pais.
Nesta operação, a rapariga irá produzir e progenitar filhos para clã do marido, não tem direito a
herança e nem os filhos.
Casamento Patrilinear
No sistema patrilinear o casamento é considerado como uma troca de serviços entre duas
famílias pertencentes a clãs diferentes.
Uma das famílias cedia a outra a capacidade procriadora de um dos seus membros femininos,
e, para ser compensada pela perca recebia cabeças de gado ( Lobolo). O lobolo é pois uma
compensação nupcial e não preço de compra.
Neste contexto a mulher é considerada um bem material, mas não só, pois tem direito e
obrigações.
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De acordo com CIPIRE(1996:58) em toda a sociedade tradicional, o adultério é totalmente
condenado raríssima excepções em relação c Chopes e Makhuwas do litoral que encaram
passivamente este fenómeno.
O Papel da educação em Moçambique no passado e os desafios no futuro.
O papel positivo da educação se encerrava em muitos valores como:
• O interesse e a autoridade da colectividade sobre o indivíduo – infelizmente este é um
valor que tende a ser perdido o trás consigo graves consequências, como o caso de má
gestão dos fundo públicos, desvios, roubo, corrupção e outros males.
• Solidariedade – O cumprimento de deveres recíprocos entre os membros permite a
ajuda mútua para todos os efeitos ( sociais, económicos, culturais e científico-
tecnológicos).
• Hierarquias socio-etárias – cada um no seu devido talhão,
O dedo indicador nunca serviu para apontar alguém, dar lugar aos mais velhos, a pessoa mais
velha era chamada
pelo nome do filho e ou do apelido clãnico, era obrigatório saudar, a saudação era
acompanhada de um bater das palmas, o pôr-se de joelhos perante o mais velho era sinal de
respeito, não era costume o aperto das mãos, o beijo para cumprimentar era inexistente.
• Trabalho colectivo – o papel da educação nesta parte visava evitar o individualismo.
• Pragmatismo no sistema de ensino – valorizava-se muito o trabalho prático
( agricultura, pastorícia, pesca, caça etc).
Reflexões:
Negar todo o ensino do passado?
Levar todo o ensino do passado?
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seleccionar?
Quem tem a tarefa de seleccionar?
O que levar e o que deixar ?
O que era útil e o que não era útil?
O desenvolvimento tecnológico contraria a educação tradicional?
Conclusão
A educação é um processo social, representado por toda e qualquer influência sobre o
indivíduo e capaz de modificar-lhe o comportamento desde o berço até a morte.
A educação tem triplo sentido: social, individual e transcendental. Ela é dinámica, flexível,
universal, integradora e socializadora.
Bibliografia
ARANHA,Maria Lúcia de Arruda. História da Educação. 2.ed.SP. : Modrna,1996
CIPIRE,Felizardo. Educação tradicional em Moçambique. 2.ed. Maputo.:EMEDIL, 1996.
GWEMBE, Eusébio A. Pedro. A educação no contexto tradicional e na actualidade ( apostila da FEC.). Nampula, 2005
NÉRICE, Imídio. Introdução à Didáctica Geral. S.P:F. Cultura,, 1961.
GIUA de APOIO aos ESTUDANTES
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INTRODUÃO ÀS CIÊNCIAS SOCIAIS
Por J. Greia
( MDGE)
NPL, 15 de Janeiro de 2010
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PALESTRASEDUCAÇÃO TRADICIONAL MOÇAMBICANA / REFLEXÃO CRÍTICA SOBRE O GÉNERO
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