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UNIVERSIDADE ABERTA
Tópicos Complementares de Biologia
Módulo: Etologia
Os Golfinhos-Roazes
Tursiops truncatus (Montagu, 1821)
(Adaptado de Calais, 2000)
Junho de 2002
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Universidade Aberta
Mestrado em Ensino das Ciências
Especialização: Ensino da Biologia
1º Ano / 1º Semestre
Disciplina: Tópicos Complementares de Biologia
Módulo: Etologia
Docente: Prof. Doutor Luís Vicente
Trabalho elaborado por: Célia de Jesus Lopes dos Santos
Sandra Anjos Canário Custódio Ribeiro
Alunas nº: 49763 e nº: 49759
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Índice
Pg.
◊ Introdução -------------------------------------------------------------------------------------
◊ Caracterização biológica do Golfinho-Roaz -------------------------------------
○ Classificação ----------------------------------------------------------------------
○ Morfologia ---------------------------------------------------------------------------
○ Distribuição ------------------------------------------------------------------------
○ Alimentação -----------------------------------------------------------------------
○ Reprodução e crescimento --------------------------------------------------
◊ Comportamento e vida social
○ Comportamento e padrões de actividade ------------------------------------
○ Estrutura social ---------------------------------------------------------------------
○ Canais de comunicação ---------------------------------------------------------
◊ Conclusão --------------------------------------------------------------------------------
◊ Bibliografia -------------------------------------------------------------------------------
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“Para eles, que espantosamente são tão mamíferos como nós, só é seguro e
familiar o meio líquido, denso e frio, que a nós impressiona por ser escuro e
infinito, por vezes turvo e impenetrável. ”
Manuel E. dos Santos
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Introdução
O presente trabalho foi realizado no âmbito do módulo de Etologia, da
disciplina de Tópicos Complementares de Biologia.
Caracterização biológica do Golfinho-Roaz
Classificação
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O golfinho-roaz classifica-se do seguinte modo:
Filo: Chordata
Subfilo: Vertebrata
Classe: Mammalia
Subclasse: Theria
Ordem: Cetácea Brisson, 1972
Subordem: Odontoceti Flower, 1867
Família: Delphinidae Gray, 1821
Subfamília: Delphinidae (Gray, 1821) Flower, 1867
Género: Tursiops Gervais, 1855
Espécie: Tursiops truncatus (Montagu, 1821)
É hoje geralmente aceite que os golfinhos-roazes constituem uma única
espécie, mas a literatura até há poucos anos referia-se a várias espécies, o
que resultava do facto de existir uma razoável variabilidade morfológica no
género Tursiops (Santos, 1998).
Morfologia
O corpo do golfinho-roaz é fusiforme e alongado, estando adaptado à
deslocação em meios aquáticos. Quanto às suas dimensões, o macho
apresenta 4 metros como comprimento máximo e a fêmea 3,60 metros. O peso
máximo ronda os 600 Kg, tratando-se de uma espécie bastante robusta, em
comparação com a maioria dos delfinídeos.
A cabeça é constituída por um rostro distinto (também designado por
“bico”) formado pelos maxilares e pré-maxilares alongados, sobre o qual
assenta a fronte (ou “melão”), bastante marcado. Cada hemimandíbula
apresenta 18 a 26 dentes aproximadamente cónicos, podendo faltar ou
apresentarem-se completamente gastos em animais mais velhos (Santos,
1998, cit. Calais, 2000).
Esta espécie tem quatro barbatanas: duas peitorais, que se situam logo
atrás da cabeça, na zona ventral do corpo; a terceira dorsal e por último uma
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cauda. As barbatanas peitorais são pontiagudas. A barbatana dorsal localiza-se
a meio do dorso, moderadamente alta e falcada, sendo larga na base e
curvada para trás (Leatherwood & Reeves, 1983, cit. Calais, 2000). O
pedúnculo caudal apresenta um achatamento lateral moderado (Reiner, 1981,
cit. Calais, 2000).
Os olhos estão dispostos lateralmente, numa posição posterior e acima
da linha da boca. As terminações dos canais auditivos são minúsculas,
encontrando-se uns centímetros atrás e abaixo de cada olho. O único orifício
respiratório está situado no topo da cabeça, designando-se por espiráculo
(Calais, 2000). Este orifício facilita a respiração enquanto o animal nada à
superfície.
A epiderme é lisa e brilhante quando humedecida, sendo desprovida de
pêlos. A sua coloração é difícil de precisar, pois pode variar entre indivíduos e
entre populações (Santos, 1985, cit. Brito, 1998), mas tipicamente apresentam
a zona dorsal cinzenta passando de forma gradual para uma coloração desde
branco até rosa escuro na zona ventral, maxilar inferior e anal (Leatherwood &
Reeves, 1983, cit. Brito, 1998).
Figura 1 – Aspecto geral do golfinho-roaz e nomenclatura de algumas regiões
do seu corpo ( Santos, 1998).
Nesta espécie não existe um dimorfismo sexual evidente. Contudo, os
machos são geralmente maiores e mais pesados que as fêmeas. A
diferenciação entre os sexos é visível apenas na região genital que, nosmachos é constituída por um par de fendas longitudinais: uma anterior mais
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longa que aloja o pénis retraído e uma posterior onde se aloja o ânus. As
fêmeas possuem três fendas paralelas na região ventral: a central aloja o
orifício uretral, a vagina e o ânus, e duas pequenas fendas laterais que alojam
cada uma, um mamilo (Carvalho 2000).
Distribuição
O golfinho-roaz é uma espécie cosmopolita nas regiões tropicais e
temperadas, estando ausente das regiões polares e evitando as latitudes acima
de 45º (Leatherwood & Reeves, 1988; Jefferson e tal., 1993, cit. Santos, 1998).
O golfinho-roaz distribui-se ao largo de toda a costa continental
portuguesa, bem como nos arquipélagos da Madeira e dos Açores. No estuário
do Sado vive de forma permanente uma população de golfinhos-roazes,
constituindo um dos poucos exemplos de populações costeiras existentes na
Europa. As populações em cativeiro existem no nosso país, encontrando-se no
Jardim Zoológico de Lisboa e no delfinário do Zoomarine.
Alimentação
O golfinho-roaz é um predador generalista que se alimenta de peixes
(bentónicos, epibentónicos e nectónicos), cefalópodes, crustáceos, entre
longas listas de presas. No entanto, um número reduzido de espécies pode
constituir uma percentagem elevada da dieta de uma determinada população.
As tainhas, peixes que têm também mostrado resistência à intervenção
humana em meios marinhos e estuarinos, são universalmente apontadas como
presas importantes do golfinho-roaz (Santos, 1998).
As várias estratégias alimentares adoptadas por esta espécie parecem
estar correlacionadas com parâmetros ecológicos, tais como o tipo de habitat a
distribuição, o comportamento e a densidade das suas presas. Para além da
captura individual, podem caçar cooperativamente.
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Reprodução e crescimento
A gestação no golfinho-roaz dura aproximadamente 12 meses. Asfêmeas dão à luz uma única cria com intervalos mínimos de 2 ou 3 anos. A cria
nasce com um comprimento entre 90 e 130 cm e cerca de 30 Kg de peso.
Apesar das crias poderem nascer em qualquer altura do ano, parece haver
uma tendência para os nascimentos ocorrerem durante os meses mais
quentes.
A fase de aleitamento dura aproximadamente 18 meses, no entanto a
partir dos 6 meses de idade a cria começa a tomar alimentos sólidos,
oferecidos pela mãe.
As fêmeas atingem a maturidade sexual entre os 5 e os 10 anos de
idade e os machos entre os 8 e os 12 anos.
A longevidade nesta espécie ultrapassa os 40 anos, sendo a taxa de
mortalidade superior nos machos em todas as classes etárias (Scott et al.,
1990, cit. Carvalho, 2000).
Comportamento e vida social
Comportamento e padrões de actividade
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Ao estudar as actividades gerais do grupo de animais selvagens, o que é
útil para avaliar a sua variação no tempo e de acordo com diferentes variáveis
ambientais, é necessário proceder à classificação das sequências de
comportamentos em padrões globais de actividade. Tal classificação comporta
dificuldades especiais no caso dos golfinhos, dado que os animais estão
visíveis apenas uma parte do tempo e é frequentemente necessário deduzir o
que se estará a passar abaixo da superfície. Além disso, os vários animais
mostram elementos comportamentais diferentes uns dos outros, por vezes
diferentes níveis de excitação à superfície, e por vezes ainda existem
mudanças bruscas de actividade.
Procedendo à análise do trabalho de Saayman et al. (1972), verificamos
que os autores utilizaram as seguintes categorias de actividade:
◊ Comportamento alimentar , quando se verificava uma dispersão do
grupo com mergulhos de durações até 3 minutos e inexistência aparente de
interacções sócias;
◊ Repouso, quando se observavam movimentos muito lentos sem haver
praticamente deslocação dos animais, e sem evidência de actividades
alimentares ou interacções sociais;
◊ Actividades sociais, sexuais e brincadeira, quando se observavam à
superfície saltos de vários tipos, perseguições, exibições, machos em erecção
ou pancadas de barbatanas na superfície da água;
◊ Deslocação, quando os animais nadavam rapidamente numa mesma
direcção, sem evidência de alimentação ou interacções sociais (Santos, 1998).
Shane (1977, 1990) utilizou uma categorização idêntica no estudo de
golfinhos-roazes, realizado na costa do Texas, embora tenha discriminado
entre actividade sexual e brincadeira, num trabalho realizado na Florida voltou
a aglomerar estas duas categorias, criando no entanto duas novas categorias
“mistas”:
◊ Deslocação/ Alimentação;
◊ Deslocação social.
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Acevedo (1991), por sua vez definiu cinco padrões de actividade para os
golfinhos-roazes que estudou no Golfo da Califórnia:
◊ Deslocação;
◊ Movimentos erráticos numa área limitada;
◊ Alimentação em deslocação;
◊ Alimentação localizada com actividade à superfície;
◊ Alimentação localizada sem actividade à superfície (Santos, 1998).
Hanson e Defran (1993), no estudo realizado ao longo da costa da
Califórnia, usaram categorias de actividades mais clássicas:
◊ Deslocação;
◊ Alimentação;
◊ Interacções sociais;
◊ Jogo;
◊ Repouso.
Os Autores reconheceram no entanto, estados mistos (por exemplo,
Deslocação/ Alimentação), tendo optado, na quantificação, por distribuir o
tempo que os animais passaram na actividade mista por cada uma das
actividades básicas que a compunham (Santos, 1998).
O comportamento dos golfinhos-roazes está fortemente relacionado com
a ecologia local. A duração e a frequência das várias actividades alteram-se
dependendo dos factores ecológicos, tais como: hora do dia, tipo de habitat,
distribuição de presas e regime de marés (Wursing & Wursing, 1979; Shane,
1990; Ballance, 1992, cit. Carvalho, 2000).
Estrutura social
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Segundo Deag (1980) “A estrutura social é o conjunto de padrões de
interacção entre os membros de uma população durante um determinado
período” (Santos, 1998).
Os golfinhos-roazes vivem em sociedades flexíveis de fusão-fisão de
unidades sociais, estabelecendo afiliações entre grupos de indivíduos e
apresentando uma organização social de estrutura principalmente matrilinear
(Scott et al., 1990, cit. Brito, 1998).
Estes animais vivem normalmente em grupos, que de uma maneira geral
possuem entre 2 a 15 indivíduos (Shane et al., 1986, cit. Carvalho, 2000).
Contudo, já foram observados grupos com mais de 1000 animais (Saayman et
al., 1973, cit. Carvalho 2000). O número de elementos do grupo depende da
localização e do facto de serem populações costeiras ou pelágicas, sendo que
as primeiras tendem a formar grupos mais pequenos.
A composição e o tamanho dos grupos são dinâmicos e variam
frequentemente. No entanto, estabelecem-se associações estáveis durante
vários anos entre alguns membros da população. O sexo, a idade, as relações
de parentesco e a condição reprodutiva parecem ser factores importantes na
determinação destas associações, embora também já tenham sido registadas
coligações entre animais não aparentados (Reynolds et al., 2000, cit. Carvalho,
2000).
Wells (1991) definiu quatro unidades estruturais para a população de
golfinhos-roazes existente na Baía de Sarasota (Floriada):
◊ Pares de mães e crias;
◊ Grupos de subadultos de ambos os sexos ou de um só sexo;
◊ Grupos de fêmeas com a sua descendência mais recente;
◊ Machos adultos solitários ou grupos de dois ou três machos fortemente
associados (Carvalho, 2000).
A relação entre a mãe e a cria é bastante forte e duradoura. O processo
de separação entre estas ainda não é totalmente claro, no entanto, pensa-se
que é facilitado pelo nascimento de uma nova cria. Quando deixam as mães,
as crias juntam-se aos grupos de subadultos. Nos grupos de subadultos
encontram-se mais machos que fêmeas, pois estas têm uma tendência a
regressar ainda subadultas, aos grupos das mães, reforçando as linhagensmatrilineares (Evans, 1987, cit. Brito, 1998). O grupo dos animais subadultos
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apresenta-se como o grupo mais activo, ocorrendo diversas interacções sociais
em que existe bastante contacto físico entre os animais. Estas interacções,
provavelmente, serão importantes no desenvolvimento das relações de
dominância (Wells, 1991, cit. Carvalho, 2000). Os machos subadultos formam
entre si associações estáveis e é muito raro observá-los no grupo dos machos
adultos.
Os grupos de fêmeas geralmente aparentadas, constituem unidades de
associação muito fortes. Nestes grupos, as associações entre fêmeas no dia a
dia parecem basear-se sobretudo na condição reprodutiva; formando-se assim
grupos de fêmeas sexualmente receptivas, ou grávidas, ou em aleitamento
(Carvalho, 2000).
Os machos adultos formam entre si associações de longa duração de
dois ou três indivíduos, no entanto alguns preferem deslocar-se solitariamente.
Juntam-se temporariamente aos vários grupos de fêmeas receptivas, com as
quais tentam acasalar. Ocasionalmente, juntam-se a grupos de fêmeas de
populações adjacentes e posteriormente regressam à sua população de
origem, servindo assim de vector de troca genética entre comunidades (Wells,
1991, cit. Carvalho, 2000).
Realizaram-se alguns estudos em que foram observadas hierarquias de
dominância, formadas sobretudo com base no tamanho dos animais,
independentemente do sexo dos indivíduos, ocorrendo por vezes confrontos e
comportamentos de ameaça. Nestas hierarquias, há uma rápida organização
do grupo, conduzindo as fêmeas mais pequenas e as juvenis para o centro,
nas situações de perigo.
Estas hierarquias não determinam rigidamente a ordem de acesso ao
alimento, o qual é frequentemente capturado de modo cooperativo e rotativo. O
tipo de alimentação e a estratégia de captura são factores que determinam o
tamanho (e provavelmente a composição) dos subgrupos de golfinhos-roazes
(Wursing, 1989, cit. Brito, 1998).
Dada a complexidade e flexibilidade comportamentais exibidas por estes
animais em diversas circunstâncias, é de prever que se formem tradições
locais e que a história específica de cada população influencie o
desenvolvimento comportamental dos seus membros (Santos, 1994, cit.Carvalho, 2000).
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O ambiente em cativeiro pode alterar a frequência de comportamentos
naturais, excluir alguns e amplificar a ocorrência de outros (Brito, 1998).
Samuels e Gifford (1997) detectaram num grupo de golfinhos em
cativeiro a existência de hierarquias separadas consoante os sexos, sendo a
hierarquia das fêmeas mais estável que as dos machos, embora estes fossem
dominantes sobre todas as fêmeas (Brito, 1998).
Canais de comunicação
Os canais sensoriais que os animais dispõem para receber estímulos domeio são variados. De um modo geral, os animais podem utilizar os seguintes
canais sensoriais: químico, fótico, mecânico, térmico, eléctrico e magnético
(Carvalho, 2000).
De entre os vários canais sensoriais dos golfinhos, o canal acústico-
auditivo é o mais especializado e a recepção/ interpretação de sons, constitui
para estes animais o principal modo de obter informações sobre o meio. Os
sinais acústicos podem ser transmitidos a grandes distâncias e podemapresentar elevados conteúdos informativos devido à variabilidade possível nos
seus formatos, sequências e modulações, podendo alguns deles serem
direccionais. Todas estas características são vantajosas para uma
comunicação no meio aquático. Os cetáceos estão especializados na utilização
deste canal, produzindo activamente sons com as funções de comunicação,
exploração acústica do meio (ecolocação) e ainda provavelmente, com a
função de debilitação das presas (Santos, 1989, cit. Carvalho, 2000). O sistema
auditivo dos golfinhos apresenta várias adaptações morfológicas à vida
aquática, que permitiram o incremento das capacidades de detecção do som
na água e a recepção e o processamento de sinais de alta-frequência (Popper,
1980, cit. Brito, 1998).
A comunicação táctil desempenha também um papel importante na vida
social dos golfinhos. Esta comunicação depende da sua desenvolvida
sensibilidade cutânea, que se deve a uma pele extremamente enervada e
sensível. Estes animais apresentam numerosos padrões de comunicação e
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comportamento social baseados em contactos físicos (Pryor, 1990, cit.
Carvalho, 2000).
É importante referir que os golfinhos possuem uma excelente acuidade
visual, tanto na água como no ar (Herman et al., 1975, cit. Santos, 1998),
detectando brilhos e movimentos e mostrando facilidade em avaliar distâncias
(Mobley & Helweg, 1990, cit. Brito, 1998).
Apesar de um golfinho adulto não dispor de olfacto nem de paladar, no
sentido clássico em que estes sentidos existem nos mamíferos mais típicos, os
golfinhos desenvolveram porém, um apurado sentido de percepção química
que assegura as funções gustativas do paladar e as funções comunicativas e
exploratórias do olfacto (Santos, 1998).
Todos os canais sensoriais participam simultaneamente nas interacções
com o meio e na vida social dos golfinhos, e ainda provavelmente nalguns
processos que não foram mencionados, como a percepção magnética. Os
animais recebem assim estímulos acústicos (incluindo os ecos dos seus
próprios sinais), estímulos visuais de movimentos, padrões cromáticos, gestos
e posturas, e estímulos químicos das mais variadas origens bióticas. É da
integração desse vasto leque de estimulação que resulta a regulação do
comportamento e da vida social de cada indivíduo, bem como a sua orientação
no meio (Santos, 1998).
Conclusão
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Bibliografia
◊ BRITO, Cristina. (1998). Comportamento e emissões acústicas de golfinhos-
roazes (Tursiops turnicatus) em cativeiro - Relatório de estágio da licenciatura
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em Biologia aplicada aos recursos animais - Variante recursos marinhos,
Lisboa: faculdade de CiÊncias da Universidade de Lisboa.
◊ CALAIS, Rita. (2000). Análise quantitativa de algumas medidascomportamentais relacionadas com cuidados parentais precoces no golfinho-
roaz, Tursiops truncatus (Montagu, 1821) – Relatório de estágio
profissionalizante para obtenção de licenciatura em biologia aplicada aos
recursos animais- Variante recursos marinhos, Lisboa: Faculdade de Ciências
da Universidade de Lisboa.
◊ CARVALHO, Inês. (2000). Observação e análise dos padrões decomportamento dos golfinhos-roazes, Tursiops truncatus (Montagu, 1821) –
Relatório de estágio da licenciatura em biologia aplicada aos recursos
marinhos- variante marinhos, Lisboa: Faculdade de Ciências da Universidade
de Lisboa.
◊ SANTOS,
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